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AÇÃO DE DESAPROPRIAÇÃO INDIRETA

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DOUTO JUÍZO DA … VARA DA FAZENDA PÚBLICA DA COMARCA 
DE BUGALHADAS 
 
 
 
 
 
FRANCISCO DE TAL, nacionalidade..., estado civil..., 
profissão..., portador do RG..., CPF..., residente e domiciliado em..., 
endereço eletrônico..., por intermédio de seu advogado (procuração em 
anexo), com endereço profissional em ..., onde receberá intimações, vem, 
perante Vossa Excelência, com fundamento no Art 37, § 6º, da CF/88, Art 
35, do DL 3.365/41 e nos Artigos 318 e 319 do Código de Processo Civil, 
propor 
 
AÇÃO DE DESAPROPRIAÇÃO INDIRETA 
OU AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DESAPROPRIAÇÃO INDIRETA 
OU AÇÃO INDENIZATÓRIA POR DESAPROPRIAÇÃO INDIRETA 
 
Em face do MUNICÍPIO DE BUGALHADAS, pessoa jurídica de 
direito público, CNPJ …, com sede em..., endereço eletrônico…, pelas 
razões de fato e de direito que passa a expor: 
 
1. DOS FATOS 
 
O autor é proprietário de uma área de 2.000m2 situada bem ao 
lado da sede da Prefeitura do Município de Bugalhadas, conforme se 
verifica na documentação comprobatória anexa. Ao se aposentar, no ano 
de 2013, cansado da agitada vida da cidade de São Paulo, onde reside, 
o autor resolveu viajar pelo mundo por ininterruptos três anos. 
 
 
Ao retornar, o autor descobre que o Município de Bugalhadas 
iniciou em 2014, sem sua autorização, obra em seu terreno para a 
construção de um prédio que servirá de apoio às atividades da Prefeitura. 
A obra já se encontra em fase bem adiantada, com inauguração prevista 
para o início do próximo mês, só restando ao autor o ajuizamento da 
presente ação de desapropriação indireta. 
 
2. DO DIREITO 
 
De acordo com a Constituição Federal de 1988, em seu Art. 5º, 
inciso XXII, é garantido o direito de propriedade. O mesmo artigo, em seu 
inciso XXIV, garante que a desapropriação por necessidade pública, 
utilidade pública ou interesse social ocorrerá após procedimento, 
mediante justa e prévia indenização em dinheiro, o que não ocorreu. 
Por consequência, verifica-se afronta ao direito fundamental ao 
devido processo legal, previsto não apenas no inciso XXIV, mas também 
no inciso LIV, ambos do art. 5º da CF/88, que prevê que ninguém será 
privado de seus bens, sem o devido processo legal, o que não ocorreu 
na situação em tela. 
No presente caso, o município de Bugalhadas promoveu 
desapropriação indireta, uma vez que, faticamente, ocupou e se apossou 
de área privada sem o cumprimento do processo de desapropriação e, 
sequer, da justa e prévia indenização, em dinheiro. 
Assim, o Art 35 do DL 3.365/41 prevê que o bem privado, após 
incorporado ao patrimônio público, não poderá retornar ao legítimo 
proprietário, resolvendo-se a questão em perdas e danos, a ser proposta 
por intermédio da ação indenizatória por desapropriação indireta. 
Observa-se que a presente ação deve ser processada e julgada 
perante esse juízo (foro onde está situada a coisa), conforme previsão 
 
 
contida no Art 47 do CPC, por tratar-se de direito real sobre bem imóvel, 
previsão consolidada na jurisprudência pátria. 
Além disso, o próprio DL nº 3.365/41, em seu Art 11, prevê que o 
processo judicial em ações envolvendo desapropriação, pelo ente 
municipal, se desenrolará no foro do local da coisa. 
Conforme previsto na Súmula 119, do STJ, interpretada à luz do 
Art 1238, § único, do código civil, e na jurisprudência consolidada daquele 
Tribunal Superior, o prazo para propositura da presente ação, não é 
quinquenal, mas de 10 anos (prazo em que o município irá adquirir a 
propriedade do bem por usucapião). 
Deve observar-se, ainda, que o Art 15-A, § 3º, do DL 3.365/41 
estipula a incidência de juros compensatórios à ordem de 6% ao ano, 
percentual fixo, assentado na jurisprudência do STF. 
Além dos juros compensatórios, também deverão incidir juros 
moratórios, calculados também à ordem de 6% ao ano, previstos no Art. 
15-B do DL 3.365/41. Estes juros devem incidir cumulativamente com os 
juros compensatórios, nos termos da Súmula 12 do STJ, e são devidos a 
partir de 1º de janeiro do exercício seguinte àquele em que o pagamento 
deveria ser feito, qual seja o trânsito em julgado da sentença, conforme a 
súmula nº 70 do STJ. 
Observa-se, ainda, que não houve o pagamento da justa e prévia 
indenização, como já fundamentado, neste ponto, resta o dever de 
indenizar ao Estado, conforme previsão contida no Art 37, § 6º, da 
Constituição Federal de 1988. 
 
3. DOS PEDIDOS 
 
Ante o exposto, requer: 
 
 
 
1) A citação do réu, por intermédio de sua representação judicial, 
para, querendo, contestar a presente demanda, no prazo legal, sob pena 
de revelia; 
2) A procedência do pedido, com a finalidade de que o réu seja 
condenado a indenizar o autor pela prática de desapropriação indireta, 
em valor justo arbitrado por esse juízo, considerando todos os valores 
legais que devem ser acrescidos ao valor da coisa, constante na 
avaliação anexa, inclusive juros compensatórios e moratórios à ordem de 
6% ao ano, nos termos da fundamentação; 
3) Seja procedida à juntada da prova documental, especialmente 
a que comprova a propriedade do imóvel; 
4) A produção de todas as provas admitidas em direito; 
5) A condenação dos réus ao pagamento dos honorários 
advocatícios e custas processuais; 
 
Manifesta, desde já o desinteresse pela audiência de mediação 
ou conciliação. 
 
Nestes termos, pede deferimento. 
 
Dá-se a causa o valor de R$ ... 
 
Local/data 
 
ADVOGADO/OAB

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