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3 Causas e Vigilância em Saúde Msc, MD. Aline Pifano Neto Quintal Introdução A Epidemiologia nos fornece a condição de estudar a distribuição das doenças. Para isso, é fundamental compreender a causalidade, isto é, a relação de um fator desencadeante para a ocorrência das doenças. Quando conhecemos a relação de causalidade entre um evento e o desenrolar de suas consequencias, com é o caso de um fator causal A e uma doença B, temos a possibilidade de atuar com uma prevenção bem definida, nos diversos níveis de prevenção desde A até chegar em B. Conhecer a cascata de causalidade das doenças traz a possibilidade de promover a melhor detecção e medidas preventivas que serão realizadas pelos sistemas de vigilância Epidemiológica. Para isso, é fundamental saber os processos de notificação das doenças em nosso país e quais são de notificação obrigatória e compulsória. Objetivos O objetivo deste capítulo é compreender os conceitos de causalidade relacionados ao processo saúde-doença e utilizar devidamente esses conceitos para a finalidade preventiva da epidemiologia. Para isso, também é objetivo saber como acontece a vigilância epidemiológica em nosso país e familiarizar-nos com o sistema de notificação das doenças, sabendo quais são de notificacao obrigatória e compulsória. Portanto, são objetivos específicos: • Conhecer as principais teorias da causalidade em relacao ao processo saúde-doença • Familiarizar-se com a lei que organiza a vigilância epidemiológica • Saber como funciona a vigilância epidemiológica • Demonstrar a importancia da notificacao das doenças • Saber como proceder para notificar doenças de notificação obrigatória e compulsória Esquema 3.1 Casualidade em saúde 3.2 Vigilância Epidemiológica 3.3 Notificação de doenças (Obrigatórias, compulsória) Causas e Vigilância em Saúde Aline Pifano Neto Quintal 3.1 Casualidade em saúde Compreender o raciocínio que envolve conhecer as causas das doenças é imprescindível para qualquer profissional da saúde e para a epidemiologia. Pensar nas causas das doenças é fundamental para planejar e agir na prevenção, no diagnóstico correto e no tratamento específico. Segundo Porta (2014), o conceito de casualidade pode: Envolver os raciocínios e mecanismos que envolvem relações de causa e efeito. Considerando, muito frequentemente, uma abordagem integrada de fatores biológicos, clínicos, epidemiológicos, sociais, ambientais. Isso varia conforme a hipótese de causalidade de cada doença, que pode ser considerado um tema ainda controverso na epidemiologia. O conceito de causa é complexo e vem sendo discutido desde os tempos de Aristóteles. Diversas teorias são fundamentais para a compreensão atual da causalidade das doenças e muito se ganhou com a evolução do estudo da microbiologia. A primeira tentativa formal da identificação da causa de uma doença foi realizado em 1840 quando Henle propôs alguns postulados, expandidos por Koch em 1980, denominados de postulados de Henle-Koch (Medronho, 2009, p. 156). Estes postulados estabeleciam regras que guiassem a investigação de microrganismos como possíveis agentes causais. Assim, os estudos de microbiologia foram fundamentais para a teoria da causalidade. Ao estudar as bactérias e suas relações com a causa das doenças, eles observaram que o microorganismo patogênico deve obedecer os critérios (Figura 1). Figura 1. Critérios de causalidade de Henle e Koch. Fonte: Medronho, 2009, p. 156. A inferência causal é o processo de julgamento que postula a causa de uma doença e seus possíveis desfechos, desde a recuperação até o óbito. A causa sempre vem antes do evento Deve estar presente em todos os casos da doença em questão; Não deve ocorrer nem de forma casual nem de forma patogênica em outra doença; Isolado do corpo e crescido em cultura pura, deve induzir a doença quando inoculado em suscetíveis. O organismo deve, então, ser recuperado do animal e identificado. de saúde-doença que ela desencadeia. Assim, o contato com um microorganismo é necessário para a causa de uma infecção. <ABRIR BOX: EXEMPLIFICANDO> Uma causa é suficiente se ela inevitavelmente desencadeia uma doença. Uma causa é necessária se, sem ela, uma doença não se desenvolve. Por exemplo, a trissomia do cromossomo 21 é suficiente e necessária para a Síndrome de Down. Esta é uma condição de unicausalidade, pois todas as pessoas apenas com trissomia do cromossomo 21 apresentam necessariamente Síndrome de Down. <FECHAR BOX> Já o alcoolismo é necessário para o câncer de esôfago, mas não é suficiente. Ele é um dos fatores relacionados com o câncer de esôfago, mas não o único. Afinal, nem todos os alcoolistas acabam tendo necessariamente câncer de esôfago. Portanto, a maioria das doenças não tem causa única. São compreendidas na perspectiva de multicausalidade, onde diversos fatores associados, juntos e interagindo, geram uma cascata que culmina na doença (Bonita, 2010). Então, diversos componentes juntos agem como suficientes nesses casos. Um componente é cada um dos fatores envolvidos na causalidade de uma doença. No caso paciente alcoolista, provavelmente, fatores genéticos também estão envolvidos entre os componentes causais do câncer de esôfago. Ainda, cada componente tem sua fração de impacto, ou seja, a parcela pela qual é responsável na cadeia de causa da doença. 3.1.1 Estabelecendo a causa O processo de estabelecimento de uma causa segue um processo que utiliza recursos importantes, sendo amplamento estudado por um epidemiologista e estatístico inglês, Hill, que relacionou tabagismo e câncer de pulmão. Segundo Hill (1965), os nove critérios são (Figura 2): Figura 2. Nove critérios de Hill. Fonte:.Hill, 1965. Vamos contextualizar os critérios de acordo com a Pandemia do coronavírus 1. Força de associação: uma associação estatística mostra que há correlação da causa A com o efeito B. Durante o início da pandemia de Covid19 na Cinha, por exemplo, observou-se que todas as pessoas que se apresentam com um novo tipo de pneumonia grave, compatível com Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS) entre outros critérios próprios, apresentavam infecção pelo novo Coronavírus (vírus Sars-Cov-2) detectado pelo exame de RT-PCR (real time – polimerase chain reaction), havendo 100% de associação. Aqui, o cálculo de risco relativo é fundamental. 2. Consistência: diversos estudos devem mostrar o mesmo resultado. Assim, em estudos de pessoas com o novo tipo de SARS na China foi detectado o novo Força de associação Consistência Especificidade Temporalidade Gradiente biológico Plausibilidade Coerência Evidência experimental Analogia Coronavírus. Mas também foi encontrado o mesmo resultado em estudos europeus, norte americanos e brasileiros. 3. Especificidade: a associação é limitada ao mesmo processo, ou seja, o coronavírus causa um quadro de SARS, conhecida como COVID19. 4. Temporalidade: a causa vem antes do efeito. Ou seja, primeiro há o contato com o novo coronavírus. Depois, desenvolve-se a doença. 5. Gradiente biológico: também conhecida como curva de dose-resposta. Assim, sabemos que profissionais de saúde têm casos mais graves de COVID19 porque são expostos a maior quantidade de vírus. Assim, viremia está relacionada com o risco de gravidade da doença. 6. Plausibilidade: a associação está de acordo com o que se sabe biologicamente sobre o assunto. Pesquisas anteriores que mostram que outros tipos de coronavírus podem causar doenças respiratórias em humanos. Assim, as pesquisas e exames que detectam o novo coronavírus em pessoas doentes e que o relacionam com quadro de síndrome respiratória são fundamentais para a determinação da causalidade. 7. Coerência: a compreensão de um fator como causa deve ser consistente com o que com o paradigma atual da ciência. Sabemos que vírus causam quadros desíndrome respiratória grave e esse paradigma está respeitado na racionalidade da causalidade da COVID19. 8. Evidência experimental: a demonstração de evidências suficientes são fundamentais no estabelecimento da causalidade. Os estudos de ensaio clinico randomizado, coorte e caso controle demonstram melhor a causalidade. 9. Analogia: concordância com outras situações de causalidade, como com outra exposição causando doença parecida. Assim, como o coronavírus já causava SARS, é esperado que o novo coronavírus cause um quadro parecido. Considerando esses critérios, é importante considerar que um conjunto de evidências vai colaborar para estabelecer uma relação de causa e efeito. Ainda que não exista um único critério totamente confiável para sabermos se uma associação é de causa e efeito, ela colabora para nosso julgamento. Ao julgarmos as evidências, chegamos à inferência causal, que é a conclusão sobre as causas possíveis. A inferência causal deve ser feita baseada nas evidências disponíveis (Bonita, 2010). Para colaborar no julgamento das evidências, a estatística nos oferece os testes que nos ajudam a conhecer o quanto é forte uma associação, na direção de ter uma relação causal. Segundo Luiz e Struchner (2002): Se uma significância é baixa, é possível que a associação seja por acaso. Se uma siginificância é alta, a probabilidade de uma relação de causa e efeito é alta também. Mesmo que esses testes não respondam diretamente às nossas questões da associação causal, eles nos ajudam a conhecer a magnitude desses efeitos e direcionam a resposta aos testes de hipóteses. 3.1.2 Fatores de risco O papel dos diversos fatores na causalidade das doenças é bem estabelecido e é assunto extensamente estudado. Normalmente, os fatores são necessários mas não suficientes neste processo; ou seja, podemos ter diversos fatores relacionados às causas de uma doença, chamados de fatores de risco (Katz et al, 2014). Os fatores mais estudados estão na figura 3. Figura 3. Principais fatores e seus papéis na causalidade. O estudo dos fatores de risco na epidemiologia é frequente e necessário. É comum buscar qual o impacto de um fator de risco na causa de uma doença e podemos ter um fator de risco associado com diversas doenças. O tabagismo, por exemplo, é fator de risco para doença cardiovascular e, também, para câncer de pulmão. Um fator pode interagir com outro na causalidade de uma doença. Normalmente, o resultado é uma potencialização do risco, não uma somatória dos riscos. É uma sinergia de ações, uma multiplicação de risco. Por exemplo, a ação de poluição mais tabagismo é pior do que a soma de cada um desses fatores, isoladamente, no risco para câncer de pulmão. Tambem existe uma hierarquia dos riscos. Um fator de risco pode ser mais importante que outro, na causa de uma doença. Estes podem ser um fator de risco determinante proximal de forma direta ou ainda um determinante distal (Figura 4). <ABRIR BOX: EXEMPLIFICANDO> O tabagismo é a principal causa do câncer de pulmão. Pelo menos 80% das mortes por câncer de pulmão são causadas pelo fumo, e muitas outras são provocadas pela exposição ao fumo passivo. Fumar é claramente o fator de risco mais importante para o câncer de pulmão, mas, muitas vezes, interage com outros fatores. A fumaça do cigarro pode ser considerada como um fator proximal ao câncer de pulmão. Somados, os fatores mais distais podem ser os fatores socioeconômicos relacionados. <FECHAR BOX> Figura 4. hierarquia de fatores de risco na causalidade do câncer de pulmão. Fatores predisponentes Idade, sexo, genética, doenças prévias Fatores capacitantes ou incapacitantes pobreza, dieta insoficiente, condicoes precarias de moradia e de atendimento médico. Fatores Precipitantes exposicao a um agente especifico, nocivo Fatores Reforçadores exposicao repetida, condicoes inadequadas de trabalho e de ambiente CÂNCER DE PULMÃO FATOR DISTAL: Situação Socioeconômica Alimentação FATOR PROXIMAL: Fumaça de Cigarro Não diagnóstico Não tratamento 3.2 Vigilância em Saúde A relação da vigilância em saúde engloba conceitos desde vigilância epidemiológica, vigilância sanitária e vigilância ambiental e saúde do trabalhador. Este é um sistema bem complexo, dotado da integração de vários setores da saúde e sistemas de comunicação, avaliando desde condições sócio-economicas de vida, contexto sociopolítico entre Estado e sociedade, gestão da saúde, junção dos sistemas de vigilância para avaliar e interferir nos estados de saúde individual ou coletivamente (Figura 5). Figura 5. Contextualização dos níveis de atuação da vigilância da saúde sob uma lógica regionalizada e integrada do Sistema Único de Saúde. Fonte: Arreaza e Moraes, 2010. <ABRIR BOX: LEITURA COMPLEMENTAR> Muito interessante observar a relação complexa do sistema de vigilância em saúde. Para informações adicionais, acesse o artigo de ARREAZA e MORAES (2010) sobre vigilância da saúde: fundamentos, interfaces e tendências. Acesse o site consultado: https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413- 81232010000400036 Acesso em: 27 mai. 2020. <FECHAR BOX> Vamos detalhar a respeito da vigilância epidemiológica. 3.2.1 Vigilância Epidemiológica A vigilância epidemiológica (VE) é um conceito que vem amadurecendo e modificando conforme acontece a evolução da política de saúde brasileira. Ela visa prover e divulgar informações atualizadas sobre doenças e agravos e suas distribuições para orientar ações de https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-81232010000400036 https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-81232010000400036 prevenção e ações de controle dos responsáveis técnicos nos níveis municipal, estadual e federal. Historicamente, a VE inicialmente significava apenas a observação e acompanhamento de casos suspeitos ou confirmados de doenças infecciosas e seus contatos. Ou seja, era uma política de vigilância das pessoas, com a adoção de medidas de isolamento e quarentena individualizados (Brasil, 2002). Não tinha uma visão coletiva em sua estruturação. Com o tempo, algumas doenças de interesse motivaram a organização de programas sistematizados. A VE se desenvolveu no sentido de detectar e buscar os casos ativos para frear a disseminação e transmissão dessas doenças. São exemplos os programas de erradicação da malária e da varíola. Mas com o fim de cada programa e a crença de erradicação da doença, também acabava o plano de vigilância, sem continuidade ao longo do tempo. A evolução da Saúde Coletiva no Brasil trouxe uma perspectiva coletiva e social para a VE. Foram incluídas estratégias para reunir informações que colaboram no conhecimento do comportamento e história natural das doenças, a qualquer momento, não somente em situações de alta transmissão. Também foi reconhecida a necessidade de entender os fatores condicionantes, biológicos e sociais, para fins de prevenção e controle das doenças. E foi, então, organizado o Sistema Nacional de Vigilância Epidemiomógica, em 1975. A lei 6259 de 1975 define a ação de Vigilância Epidemiológica e considera informações, investigações e levantamentos necessários à programação e à avaliação das medidas de controle de doenças e de situações de agravos à saúde são ações da VE. E que essas ações são efetuadas pelos diversos serviços de saúde habilitados. Esses serviços podem ser tanto os públicos quanto os privados. Essa lei diz que é função do Ministério da Saúde definir a organização e as atribuições desses serviços habilitados para a VE, promovendo sua implantação e sua coordenação (Brasil, 1975). A lei 8.080, de 1990, que é a lei que determina a criação do Sistema Único de Saúde – o SUS, trouxe grandes mudanças e atualizações nesta área (Brasil, 1990). Ela organizou a VE em diversas acoes articuladas em conjunto para buscar o conhecimento, detecçãoe prevenção de quaiquer mudanças nos determinantes e condicionantes de saúde. Esses fatores que influenciam na saúde individual e coletiva devem ser investigados para fins de recomendação e adoção de medidas de controle e prevenção de doenças. Reforça-se aqui a descentralização como parte do processo, com o fortalecimento dos sistemas municipais de saúde, ou seja, o nível local da VE. As cidades não apenas coletam dados e enviam aos níveis superiores. Cada município poder levantar dados, processar esses dados, traçar suas prioridades, objetivos e intervir em suas próprias necessidades. Segundo o site do Ministério da Saúde do Brasil, a Vigilância em Saúde (Ministério da Saúde, 2020) é: “(...) responsável por ações de vigilância, prevenção e controle de doenças transmissíveis, pela vigilância de fatores de risco para o desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis, saúde ambiental e do trabalhador e também pela análise de situação de saúde da população brasileira.” Assim, são objetivos da VE (Quadro 1): Quadro 1: Objetivos da vigilância epidemiológica. Objetivos Descrição Coleta de dados e informações Dados são coletados em todos os níveis de atuação do sistema de saúde. Objetiva dados confiáveis para traçar a ação. Tipos de dados: demográficos, socioeconômicos e ambientais, de morbidade, de mostalidade, notificação de surtos e epidemias. A confiabilidade dos dados depende da capacitação dos profissionais para um diagnóstico correto. Processamento dos dados coletados Consolidar dados em tabelas, gráficos, mapas e fluxos para melhorar a visibilidade das variáveis e sua comparação Análise e interpretação dos dados processados Realizar a aplicação de métodos de análise criteriosa dos dados, com recursos de estatística e análise comparada com a literatura. Recomendação das medidas de controle apropriadas A análise dos dados implica em medidas para redução de morbimortalidade, com intervenção mais próxima da ocorrência da doença, para que seja mais eficaz. Promoção das ações de controle indicadas Divulgação de ações que visam diminuir o contágio e a mortalidade pela doença ou agravo de interesse, visando a prevenção. Avaliação da eficácia e efetividade das medidas adotadas Avaliar a diminuicao de morbimortalidade de doenças ou agravos de atenção à saúde pública a partir das medidas tomadas. Divulgação de informações pertinentes Por meio de informes ou boletins epidemiológicos, divulgando informações uteis e oportunas nos diversos níveis: local, regional, estadual, macrorregional e nacional. Fonte: adaptado de Brasil/Funasa, 2002. 3.2.2 Investigação epidemiológica de casos, surtos e epidemias A investigação epidemiológica de casos, surtos e epidemias é verificar como atua a VE durante situcações de risco, e como estas ameaças que devem ser controladas. É um trabanho que se faz desde a identificação dos doentes na cadeia básica dos sistemas de saúde, rastreio dos casos identificados, para saber qual a fonte, como se deu a transmissão, confirmar diagnóstico, conhecer fatores de risco e determinantes,notificação assim obter informações suficientes para ditar as estratégias de controle de ocorrência de novos casos. Durante uma investigação epidemiológica, é necessário buscar respostas através da notificação e rastreio. Mas, antes de tudo, é necessário disponibilizar assistência médica ao paciente, garantir qualidade dessa assistência e proteção individual, como medidas de isolamento e proteção à população com ações de controle coletivas. É importante conhecer as diversas etapas de uma investigação epidemiológica. É um roteiro que vai desde a coleta das informações do caso detectado da doença de interesse até a divulgação das informações para as equipes de saúde e órgãos competentes (Brasil, 2002). A sistematização descentralizada deste processo, nos diversos municípios e microrregiões de saúde, permite que se busque a uniformidade das ações de vigilância epidemiológica. Para tanto, é preciso organizar a seguinte sequência: pesquisar os dados do caso acomentido; fazer um trabalho de detetive ao buscar as pistas de como ele se contagiou, quanto tempo foi sua incubação, como transmitiu, quem foram os contatos, vetores associados, fatores de risco para o adoecimento; buscar ativamente nas comunidades os casos da doença de interesse; encerrar os casos que estejam resolvidos; processar os dados coletados ao longo do caminho e processar esses dados mesmo que se tenha apenas dados parciais, isso ajuda a tomar decisões e ações atualizando o processo; fazer um relatório para contar a situação e ações tomadas, recomendações, alertas aos superiores e medidas de prevenção; divulgação de dados para profissionais da saúde, participantes da investigação, representantes da comunidade, autoridades e administradores de órgãos responsáveis (Figura 6). Figura 6. Etapas de uma investigação epidemiológica. No caso de surtos e epidemias, deve-se caracterizar uma doença como tal, a partir da distribuição dos casos que precisa estar disseminada. Depois, é fundamental buscar dados sobre sua duração e tempo de exposição, conhecer a curva epidêmica e elaborar hipóteses sobre suas fontes e modos de transmissão. O objetivo é encontrar maneiras de interromper a transmissão e o aumento de novos casos. A investigação respeita os mesmos passos da investigação epidemiológica acima descrito. Mas também inclui o controle do nível endêmico de uma doença para, com o aumento do caso, passar para a confirmação da existência da epidemia/surto e, depois, a caracterização da epidemia. São exemplos de surtos e epidemias, o surto de doença meningocócica, surtos de doenças transmitidas por alimentos (salmonelose, por exemplo), parasitoses, surtos de síndromes respiratórias agudas virais como H1N1 e a pandemia de COVID-19. <ABRIR BOX: PESQUISANDO NA WEB> Estudos realizados por Rangeli e colaboradores (2013) descrevem bem as classificação epidemiológica dos municípios para vigilância e controle da leishmaniose visceral americana no estado de São Paulo, dada a presença de vetores, e hospedeiros como cães e humanos. Acesse o site: http://periodicos.ses.sp.bvs.br/pdf/bepa/v10n111/v10n111a02.pdf <FECHAR BOX> COLETAR DADOS BUSCAR PISTAS BUSCA ATIVA PROCESSAR OS DADOS FAZER ANÁLISES PARCIAIS DOS DADOS ENCERRAMENTO DE CASOS RELATÓRIO FINAL DIVULGAR OS DADOS http://periodicos.ses.sp.bvs.br/pdf/bepa/v10n111/v10n111a02.pdf 3.3 Notificação de doenças (Obrigatória/Compulsória) Os dados que alimentam os diversos sistemas de vigilância epidemiológica advêem de sistemas de registro e notificação. É fundamental o processo de detecção e registro nos diversos níveis, municipal, estadual e federal, mas destaca-se aqui o nível local. Para acompanhar eventos de saúde pública, agravos e, principalmente, doenças que oferecem risco em saúde publica é imprescindível que haja notificação dessas doenças. O grande objetivo é informar para prevenir. Notificação é a comunicação da ocorrência de uma certa doença para as autoridades sanitárias por profissionais da saúde (ou qualquer cidadão) para que sejam adotadas as medidas preventivas e/ou terapêuticas pertinentes. Uma vez notificada nos seus formulários específicos, a doença ou evento de saúde tem o seu devido registro nos sistemas de vigilância para a tomada de decisão e ação necessários para a proteção e o cuidado da população. Por exemplo, nascimentos são registrados na declaração de nascido vivo, óbitos são registrados na declaração de óbito. Na prática, cada município tem um plantão da VE que funciona para orientar e para notificar agravos de interesse. Em tempos de pandemia, a atuação do plantão da VE é otimizada e eficaz para acompanhar a evolução da doença em cada microrregião de saúde. Dessa maneira que as curvas epidêmicas são atualizadas a tempo de realizarmedidas sanitárias adequadas. A notificação de doenças é regulamentada pela Lei 6.259 (1965): As doenças que tem notificação compulsória são aquelas que podem precisar de medidas de isolamento ou quarentena. Devem ser compulsoriamente notificados todos os casos suspeitos ou confirmados de doenças que estejam listadas no regulamento sanitário internacional ou as que estejam na lista de doenças de notificação compulsória do Ministerio da Saúde. A lista elaborada pelo ministério da saúde é elaborada para cada Estado e Distrito Federal, é atualizada com frequência. Assim, existe uma lista de doenças de notificação que alimenta o sistema de informação de agravos de notificação – SINAN. Esta lista é nacional, mas os estados e municípios têm autonomia para incluir itens de interesse dos mesmos. Para incluir novas doenças, deve-se ter clareza dos porquês desta inclusão. Além disso, saber qual instrumento de notificação e o fluxo de medidas que serão tomadas após a notificação, para que as analises e ações tenham eficácia no combate à disseminação de doenças. Segue alguns critérios para selecionar doenças para a lista de notificação, de acordo com o Guia de Vigilância Epidemiológica (2002): • Magnitude da doença, ou seja, alta frequência atingindo altos contingentes populacionais • Potencial alto de disseminação • Transcendência, ou seja, alta severidade, alta relevância social e alta relevância econômica • Vulnerabilidade, ou seja, disponibilidade de meios de controle e de prevenção • Compromissos internacionais com a Organização pan-americana de saúde e OMS • Lista do Regulamento Sanitário Internacional - organiza doenças de notificação compulsória internacional • Epidemias, surtos e agravos inusitados - podendo-se usar mecanismos próprios de notificação a depender da apresentação clínica e epidemiológica da doença A portaria 264 de 17 de fevereiro de 2020 define a lista atual de doenças, agravos e eventos de saúde pública de notificação compulsória, como consta no Anexo 1. A notificação deve ser feita desde a simples suspeita, mas de maneira sigilosa e pode ocorrer também a notificação negativa, da ausência dos casos, mostrando o quanto o sistema de notificação pode ser eficiente. <ABRIR BOX: PESQUISANDO NA WEB> Formulários de notificação imediata ficam disponíveis no site do Ministério da Saúde. Para notificarm consulte: http://formsus.datasus.gov.br/site/formulario.php?id_aplicacao=432 <FECHAR BOX> 3.3.1 Sistemas de informação em Saúde Sistema de informação em saúde é um conjunto de sistemas constituído por estruturas administrativas e unidades de produção que estão interligadas com a finalidade de facilitar a analise da situação de saúde a nível local. Está atualmente disponível em recursos de processamento eletrônico. Existem sistemas de informações de atenção básica, de vigilância alimentar e nutricional, do programa nacional de imunização, de vigilância da qualidade da agua para consumo humano. Os principais sistemas de informação destacam-se no Quadro 2. Quadro 2: Sistema de notificação da Vigilância Epidiomológica SISTEMA AÇÃO MEIO DE NOTIFICAÇÃO IMPORTÂNCIA Sistema de Informacao de Agravos de Notificação (SINAN) Coleta e processa dados sobre agravos de notificação de cada município, em todo o território nacional. Ficha individual de notificação e de investigação das doenças de notificação compulsória - lista nacional e municipal. Considerado o mais importante. Direciona as ações mais importantes da VE. Sistema de Informação de Mortalidade (SIM) Padroniza e organiza os dados dos óbitos por município. Declarações de óbito registradas em cada nível local. Conhecer o perfil de mortalidade de cada área. Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC) Organiza informações de nascimentos, partos, intercorrências em nascimentos. Declaração de nascido vivo. Conhecer dados referentes à saúde materno-infantil e índices específicos de mortalidade infantil. Sistema de Informações Hospitalares (SIH/SUS) reúne informações sobre as internações hospitalares, posteriormente dispobibilizados no DATASUS Documento de Autorização de Internação Hospitalar (AIH) Saber as doenças mais graves (demandam internação), indicadores de avaliação de desempenho das unidades hospitalares http://formsus.datasus.gov.br/site/formulario.php?id_aplicacao=432 e organizar a gestão hospitalar. Sistema de Informações Ambulatoriais do SUS (SIA/SUS) Obedece à lógica de pagamentos dos procedimentos realizados ambulatorialmente. Não registra patologias, mas ações que constam na tabela de procedimentos do SUS. Registro de Procedimentos Ambulatoriais Conhecer os procedimentos mais realizados melhora compreensão da dimensão de financiamento do SUS. Sistema de VE de Eventos Adversos Pós Vacinais Acompanha programas de vacinação consolidados no Brasil. Rastreia efeitos colaterais relacionados às vacinas, aos indivíduos vacinados ou à administração. Notificação de eventos adversos pós vacinais. Conhecer taxas de incidência dos eventos adversos, avaliar seu custo-benefício e propiciar estudos de segurança e eficácia das vacinas. <ABRIR BOX: PESQUISANDO NA WEB> Para concluir este Capítulo, o guia de vigilância epiodemiológica do Ministério da Saúde e FUNASA (2002) concui toda a aprtifcipação do sistema de vigilância de forma aplicada a varias doenças. Para maiores informações, acesse o site: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/funasa/guia_vig_epi_vol_l.pdf <FECHAR BOX> 3.4 Conclusão A compreensão da causalidade das doenças, a vigilância epidemiológica e a notificação de doenças são conceitos imbricados entre si. É necessário conhecer os mecanismos causais e os fatores de risco das doenças para que possamos atuar em seus controles. A partir deste conhecimento, podemos fazer bons diagnósticos, notificar as doenças de interesse populacional e direcionar as ações da VE. A pandemia de COVID19 em seu estágio inicial nos mostra o quanto não conhecer a história natural da doença e seus fatores condicionantes e determinantes influencia negativamente na capacidade de reconhecer a doença, notificá-la e determinar as melhores ações e recomendações de VE. Resumo Para o devido e eficiente controle de doenças e agravos, alguns conceitos e ações a partir da epidemiologia são fundamentais. A causalidade nos mostra os caminhos de existência de uma doença e as maneiras de atuarmos em diversas etapas a fim de seu controle, seja individual ou coletivo. https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/funasa/guia_vig_epi_vol_l.pdf A Vigilância Epidemiológica é o conjunto de serviços e ações estruturados de maneira que doenças e agravos com alto risco de disseminação sejam conhecidos e mantidos sob controle. Para que a VE funcione, é necessário que tenhamos dados confiáveis das doenças de interesse para as populações. Para tanto, a notificação compulsória é a maneira de regulamentar e buscar uniformizar esses dados. Assim, a notificação existe para que tenhamos fontes de dados confiáveis a partir dos quais conhecemos melhor as doenças que nos acometem e como devemos agir para melhor controle individual e coletivo. Leitura(s) • ARREAZA, A. L. V.; MORAES, J. C. Vigilância da saúde: fundamentos, interfaces e tendências. Ciênc. saúde coletiva, Rio de Janeiro , v. 15, n. 4, p. 2215- 2228, July 2010. Site consultado: https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-81232010000400036 Acesso em: 27 mai. 2020 • MINISTÉRIO DA SAÚDE. Guia de Vigilância Epidemiológica. Volume I. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/funasa/guia_vig_epi_vol_l.pdf. Acesso em 21 de abril de 2020. • MINISTÉRIO DA SAÚDE. Formulários de notificação.Site consultado: http://formsus.datasus.gov.br/site/formulario.php?id_aplicacao=432 Acesso em: 27 mai. 2020. • RANGEL, O; HIRAMOTO, R. M.; HENRIQUES, L. F.; TANIGUCHI, H. H.; CIARAVOLO, R. M. C.; TOLEZANO, J. E.; FRANÇA, A. C. C.; YAMASHIRO, J.; OLIVEIRA, S. S. Classificação epidemiológica dos municípios segundo o Programa de Vigilância e Controle da Leishmaniose Visceral Americana no Estado de São Paulo, para 2013. BEPA. Boletim Epidemiológico Paulista, v. 10, n. 111, p. 3-14, 2013. Site consultado: http://periodicos.ses.sp.bvs.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1806- 42722013000300002&lng=p&tlng=pt. Acesso em: 27 mai. 2020. Referências • ARREAZA, A. L. V.; MORAES, J. C. Vigilância da saúde: fundamentos, interfaces e tendências. Ciênc. saúde coletiva, Rio de Janeiro , v. 15, n. 4, p. 2215- 2228, July 2010. Site consultado: https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-81232010000400036 Acesso em: 27 mai. 2020 • BRASIL. Presidência da República. Lei 6259 de 30 de outubro de 1965. Dispõe sobre a organização das ações de Vigilância Epidemiológica, sobre o Programa Nacional de Imunizações, estabelece normas relativas à notificação compulsória de doenças, e dá outras providências. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6259.htm. Acesso em: 27 mai. 2020 https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-81232010000400036 https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/funasa/guia_vig_epi_vol_l.pdf http://formsus.datasus.gov.br/site/formulario.php?id_aplicacao=432 https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-81232010000400036 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6259.htm • BRASIL. Presidência da República. Lei 8080 de 19 de setembro de 1990. Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8080.htm. Acesso em: 27 mai. 2020 • BRASIL. 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Classificação epidemiológica dos municípios segundo o Programa de Vigilância e Controle da Leishmaniose Visceral Americana no Estado de São Paulo, para 2013. BEPA. Boletim Epidemiológico Paulista, v. 10, n. 111, p. 3-14, 2013. Site consultado: http://periodicos.ses.sp.bvs.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1806- 42722013000300002&lng=p&tlng=pt. Acesso em: 27 mai. 2020. • HILL, A.B. “The Environment and Disease: Association or Causation?” Proceedings of the Royal Society of Medicine, 58 (1965), 295-300. • LUIZ, R. R.; STRUCHINER, C. J. Inferência causal em epidemiologia: o modelo de respostas potenciais [online]. Rio de Janeiro: Editora FIOCRUZ, 2002. 112 p. ISBN 85- 7541-010-5. 2002. 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Quadro 2: Sistema de notificação da Vigilância Epidiomológica DOENÇA OU AGRAVO (em ordem alfabética) Periodicidade de notificação Imediata (até 24h) para: Semanal MS SES SMS Acidente de trabalho com exposição a material biológico X Acidente de trabalho: grave, fatal e em crianças e adolescentes X Acidente por animal peçonhento X Acidente por animal potencialmente transmissor da raiva X Botulismo X X X Cólera X X X Coqueluche X X Dengue - Casos X Dengue - Óbitos X X X Difteria X X Doença de Chagas Aguda X X Doença de Chagas crônica X Doença de Creutzfeldt-Jakob (DCJ) X Doença Invasiva por "Haemophilus Influenza" X X Doença Meningocócica e outras meningites X X Doenças com suspeita de disseminação intencional:a. Antraz pneumônicob. Tularemiac. Varíola X X X Doenças febris hemorrágicas emergentes/reemergentes:a. Arenavírusb. Ebolac. Marburgd. Lassae. Febre purpúrica brasileira X X X Doença aguda pelo vírus Zika X Doença aguda pelo vírus Zika em gestante X X Óbito com suspeita de doença pelo vírus Zika X X X Esquistossomose X Evento de Saúde Pública (ESP) que se constitua ameaça à saúde pública (ver definição no art. 2º desta portaria) X X X Eventos adversos graves ou óbitos pós vacinação X X X Febre Amarela X X X Febre de Chikungunya X Febre de Chikungunya em áreas sem transmissão X X X Óbito com suspeita de Febre de Chikungunya X X X Febre do Nilo Ocidental e outras arboviroses de importância em saúde pública X X X Febre Maculosa e outras Riquetisioses X X X Febre Tifoide X X Hanseníase X Hantavirose X X X Hepatites virais X HIV/AIDS - Infecção pelo Vírus da Imunodeficiência Humana ou Síndrome da Imunodeficiência Adquirida X Infecção pelo HIV em gestante, parturiente ou puérpera e Criança exposta ao risco de transmissão vertical do HIV X Infecção pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) X Influenza humana produzida por novo subtipo viral X X X Intoxicação Exógena (por substâncias químicas, incluindo agrotóxicos, gases tóxicos e metais pesados) X Leishmaniose Tegumentar Americana X Leishmaniose Visceral X Leptospirose X Malária na região Amazônica X Malária na região extra-Amazônica X X X Óbito:a. Infantilb. Materno X Poliomielite por poliovirus selvagem X X X Peste X X X Raiva humana X X X Síndrome da Rubéola Congênita X X X Doenças Exantemáticas:a. Sarampob. Rubéola X X X Sífilis:a. Adquiridab. Congênitac. Em gestante X Síndrome da Paralisia Flácida Aguda X X X Síndrome Respiratória Aguda Grave associada a Coronavírusa. SARS-CoVb. MERS- CoV X X X Tétano:a. Acidentalb. Neonatal X Toxoplasmose gestacional e congênita X Tuberculose X Varicela - caso grave internado ou óbito X X Violência doméstica e/ou outras violências X Violência sexual e tentativa de suicídio X Fonte: Ministério da Saúde (2020). (Redação dada pela PRT GM/MS nº 264 de 17.02.2020) Legenda: MS (Ministério da Saúde), SES (Secretaria Estadual de Saúde) ou SMS (Secretaria Municipal de Saúde) (Redação dada pela PRT GM/MS nº 264 de 17.02.2020) * Informação adicional: Notificação imediata ou semanal seguirá o fluxo de compartilhamento entre as esferas de gestão do SUS estabelecido pela SVS/MS; (Redação dada pela PRT GM/MS nº 264 de 17.02.2020) A notificação imediata no Distrito Federal é equivalente à SMS. (Redação dada pela PRT GM/MS nº 264 de 17.02.2020) http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2020/prt0264_19_02_2020.html http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2020/prt0264_19_02_2020.html http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2020/prt0264_19_02_2020.html http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2020/prt0264_19_02_2020.html http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2020/prt0264_19_02_2020.htmlhttp://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2020/prt0264_19_02_2020.html
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