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Capitulo3_Causasevigilanciaemsaude

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3 Causas e Vigilância em Saúde 
 
 
Msc, MD. Aline Pifano Neto Quintal 
 
 
 
Introdução 
 
A Epidemiologia nos fornece a condição de estudar a distribuição das doenças. Para isso, é 
fundamental compreender a causalidade, isto é, a relação de um fator desencadeante para a 
ocorrência das doenças. 
 
Quando conhecemos a relação de causalidade entre um evento e o desenrolar de suas 
consequencias, com é o caso de um fator causal A e uma doença B, temos a possibilidade 
de atuar com uma prevenção bem definida, nos diversos níveis de prevenção desde A até 
chegar em B. 
 
Conhecer a cascata de causalidade das doenças traz a possibilidade de promover a melhor 
detecção e medidas preventivas que serão realizadas pelos sistemas de vigilância 
Epidemiológica. 
 
Para isso, é fundamental saber os processos de notificação das doenças em nosso país e 
quais são de notificação obrigatória e compulsória. 
 
 
Objetivos 
 
O objetivo deste capítulo é compreender os conceitos de causalidade relacionados ao 
processo saúde-doença e utilizar devidamente esses conceitos para a finalidade preventiva 
da epidemiologia. Para isso, também é objetivo saber como acontece a vigilância 
epidemiológica em nosso país e familiarizar-nos com o sistema de notificação das doenças, 
sabendo quais são de notificacao obrigatória e compulsória. 
 
Portanto, são objetivos específicos: 
 
• Conhecer as principais teorias da causalidade em relacao ao processo saúde-doença 
• Familiarizar-se com a lei que organiza a vigilância epidemiológica 
• Saber como funciona a vigilância epidemiológica 
• Demonstrar a importancia da notificacao das doenças 
• Saber como proceder para notificar doenças de notificação obrigatória e compulsória 
 
 
Esquema 
 
3.1 Casualidade em saúde 
3.2 Vigilância Epidemiológica 
3.3 Notificação de doenças (Obrigatórias, compulsória) 
 
 
Causas e Vigilância em Saúde 
 
Aline Pifano Neto Quintal 
 
3.1 Casualidade em saúde 
 
Compreender o raciocínio que envolve conhecer as causas das doenças é imprescindível 
para qualquer profissional da saúde e para a epidemiologia. Pensar nas causas das doenças 
é fundamental para planejar e agir na prevenção, no diagnóstico correto e no tratamento 
específico. 
 
Segundo Porta (2014), o conceito de casualidade pode: 
 
Envolver os raciocínios e mecanismos que envolvem relações de causa e 
efeito. Considerando, muito frequentemente, uma abordagem integrada de 
fatores biológicos, clínicos, epidemiológicos, sociais, ambientais. Isso varia 
conforme a hipótese de causalidade de cada doença, que pode ser 
considerado um tema ainda controverso na epidemiologia. 
 
O conceito de causa é complexo e vem sendo discutido desde os tempos de Aristóteles. 
Diversas teorias são fundamentais para a compreensão atual da causalidade das doenças e 
muito se ganhou com a evolução do estudo da microbiologia. 
 
A primeira tentativa formal da identificação da causa de uma doença foi realizado em 1840 
quando Henle propôs alguns postulados, expandidos por Koch em 1980, denominados de 
postulados de Henle-Koch (Medronho, 2009, p. 156). 
 
Estes postulados estabeleciam regras que guiassem a investigação de microrganismos como 
possíveis agentes causais. Assim, os estudos de microbiologia foram fundamentais para a 
teoria da causalidade. Ao estudar as bactérias e suas relações com a causa das doenças, 
eles observaram que o microorganismo patogênico deve obedecer os critérios (Figura 1). 
 
 
Figura 1. Critérios de causalidade de Henle e Koch. 
Fonte: Medronho, 2009, p. 156. 
 
 
A inferência causal é o processo de julgamento que postula a causa de uma doença e seus 
possíveis desfechos, desde a recuperação até o óbito. A causa sempre vem antes do evento 
Deve estar presente em todos os casos da doença em questão;
Não deve ocorrer nem de forma casual nem de forma patogênica em outra 
doença;
Isolado do corpo e crescido em cultura pura, deve induzir a doença quando 
inoculado em suscetíveis.
O organismo deve, então, ser recuperado do animal e identificado.
de saúde-doença que ela desencadeia. Assim, o contato com um microorganismo é 
necessário para a causa de uma infecção. 
 
<ABRIR BOX: EXEMPLIFICANDO> 
Uma causa é suficiente se ela inevitavelmente desencadeia uma doença. Uma causa é necessária se, sem ela, 
uma doença não se desenvolve. Por exemplo, a trissomia do cromossomo 21 é suficiente e necessária para a 
Síndrome de Down. Esta é uma condição de unicausalidade, pois todas as pessoas apenas com trissomia do 
cromossomo 21 apresentam necessariamente Síndrome de Down. 
<FECHAR BOX> 
 
Já o alcoolismo é necessário para o câncer de esôfago, mas não é suficiente. Ele é um dos 
fatores relacionados com o câncer de esôfago, mas não o único. Afinal, nem todos os 
alcoolistas acabam tendo necessariamente câncer de esôfago. Portanto, a maioria das 
doenças não tem causa única. São compreendidas na perspectiva de multicausalidade, onde 
diversos fatores associados, juntos e interagindo, geram uma cascata que culmina na doença 
(Bonita, 2010). 
 
Então, diversos componentes juntos agem como suficientes nesses casos. Um componente 
é cada um dos fatores envolvidos na causalidade de uma doença. No caso paciente alcoolista, 
provavelmente, fatores genéticos também estão envolvidos entre os componentes causais do 
câncer de esôfago. Ainda, cada componente tem sua fração de impacto, ou seja, a parcela 
pela qual é responsável na cadeia de causa da doença. 
 
 
3.1.1 Estabelecendo a causa 
 
O processo de estabelecimento de uma causa segue um processo que utiliza recursos 
importantes, sendo amplamento estudado por um epidemiologista e estatístico inglês, Hill, 
que relacionou tabagismo e câncer de pulmão. 
 
Segundo Hill (1965), os nove critérios são (Figura 2): 
 
 
 
Figura 2. Nove critérios de Hill. 
Fonte:.Hill, 1965. 
 
Vamos contextualizar os critérios de acordo com a Pandemia do coronavírus 
 
1. Força de associação: uma associação estatística mostra que há correlação da 
causa A com o efeito B. Durante o início da pandemia de Covid19 na Cinha, por 
exemplo, observou-se que todas as pessoas que se apresentam com um novo tipo 
de pneumonia grave, compatível com Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS) 
entre outros critérios próprios, apresentavam infecção pelo novo Coronavírus 
(vírus Sars-Cov-2) detectado pelo exame de RT-PCR (real time – polimerase chain 
reaction), havendo 100% de associação. Aqui, o cálculo de risco relativo é 
fundamental. 
 
2. Consistência: diversos estudos devem mostrar o mesmo resultado. Assim, em 
estudos de pessoas com o novo tipo de SARS na China foi detectado o novo 
Força de associação Consistência Especificidade
Temporalidade Gradiente biológico Plausibilidade
Coerência Evidência experimental Analogia
Coronavírus. Mas também foi encontrado o mesmo resultado em estudos 
europeus, norte americanos e brasileiros. 
 
3. Especificidade: a associação é limitada ao mesmo processo, ou seja, o coronavírus 
causa um quadro de SARS, conhecida como COVID19. 
 
4. Temporalidade: a causa vem antes do efeito. Ou seja, primeiro há o contato com 
o novo coronavírus. Depois, desenvolve-se a doença. 
 
5. Gradiente biológico: também conhecida como curva de dose-resposta. Assim, 
sabemos que profissionais de saúde têm casos mais graves de COVID19 porque 
são expostos a maior quantidade de vírus. Assim, viremia está relacionada com o 
risco de gravidade da doença. 
 
6. Plausibilidade: a associação está de acordo com o que se sabe biologicamente 
sobre o assunto. Pesquisas anteriores que mostram que outros tipos de 
coronavírus podem causar doenças respiratórias em humanos. Assim, as 
pesquisas e exames que detectam o novo coronavírus em pessoas doentes e que 
o relacionam com quadro de síndrome respiratória são fundamentais para a 
determinação da causalidade. 
 
7. Coerência: a compreensão de um fator como causa deve ser consistente com o 
que com o paradigma atual da ciência. Sabemos que vírus causam quadros desíndrome respiratória grave e esse paradigma está respeitado na racionalidade da 
causalidade da COVID19. 
 
8. Evidência experimental: a demonstração de evidências suficientes são 
fundamentais no estabelecimento da causalidade. Os estudos de ensaio clinico 
randomizado, coorte e caso controle demonstram melhor a causalidade. 
 
9. Analogia: concordância com outras situações de causalidade, como com outra 
exposição causando doença parecida. Assim, como o coronavírus já causava 
SARS, é esperado que o novo coronavírus cause um quadro parecido. 
 
Considerando esses critérios, é importante considerar que um conjunto de evidências vai 
colaborar para estabelecer uma relação de causa e efeito. Ainda que não exista um único 
critério totamente confiável para sabermos se uma associação é de causa e efeito, ela 
colabora para nosso julgamento. Ao julgarmos as evidências, chegamos à inferência causal, 
que é a conclusão sobre as causas possíveis. A inferência causal deve ser feita baseada nas 
evidências disponíveis (Bonita, 2010). 
 
Para colaborar no julgamento das evidências, a estatística nos oferece os testes que nos 
ajudam a conhecer o quanto é forte uma associação, na direção de ter uma relação causal. 
 
Segundo Luiz e Struchner (2002): 
 
Se uma significância é baixa, é possível que a associação seja por acaso. Se uma 
siginificância é alta, a probabilidade de uma relação de causa e efeito é alta também. 
Mesmo que esses testes não respondam diretamente às nossas questões da 
associação causal, eles nos ajudam a conhecer a magnitude desses efeitos e 
direcionam a resposta aos testes de hipóteses. 
 
 
 
3.1.2 Fatores de risco 
 
O papel dos diversos fatores na causalidade das doenças é bem estabelecido e é assunto 
extensamente estudado. Normalmente, os fatores são necessários mas não suficientes neste 
processo; ou seja, podemos ter diversos fatores relacionados às causas de uma doença, 
chamados de fatores de risco (Katz et al, 2014). Os fatores mais estudados estão na figura 3. 
 
 
 
Figura 3. Principais fatores e seus papéis na causalidade. 
 
O estudo dos fatores de risco na epidemiologia é frequente e necessário. É comum buscar 
qual o impacto de um fator de risco na causa de uma doença e podemos ter um fator de risco 
associado com diversas doenças. O tabagismo, por exemplo, é fator de risco para doença 
cardiovascular e, também, para câncer de pulmão. 
 
Um fator pode interagir com outro na causalidade de uma doença. Normalmente, o resultado 
é uma potencialização do risco, não uma somatória dos riscos. É uma sinergia de ações, uma 
multiplicação de risco. Por exemplo, a ação de poluição mais tabagismo é pior do que a soma 
de cada um desses fatores, isoladamente, no risco para câncer de pulmão. 
 
Tambem existe uma hierarquia dos riscos. Um fator de risco pode ser mais importante que 
outro, na causa de uma doença. Estes podem ser um fator de risco determinante proximal de 
forma direta ou ainda um determinante distal (Figura 4). 
 
<ABRIR BOX: EXEMPLIFICANDO> 
O tabagismo é a principal causa do câncer de pulmão. Pelo menos 80% das mortes por câncer de pulmão são 
causadas pelo fumo, e muitas outras são provocadas pela exposição ao fumo passivo. Fumar é claramente o fator 
de risco mais importante para o câncer de pulmão, mas, muitas vezes, interage com outros fatores. A fumaça do 
cigarro pode ser considerada como um fator proximal ao câncer de pulmão. Somados, os fatores mais distais 
podem ser os fatores socioeconômicos relacionados. 
<FECHAR BOX> 
 
 
Figura 4. hierarquia de fatores de risco na causalidade do câncer de pulmão. 
Fatores 
predisponentes
Idade, sexo, genética, doenças prévias
Fatores capacitantes 
ou incapacitantes
pobreza, dieta insoficiente, condicoes 
precarias de moradia e de atendimento 
médico. 
Fatores 
Precipitantes
exposicao a um agente especifico, nocivo
Fatores 
Reforçadores
exposicao repetida, condicoes inadequadas de 
trabalho e de ambiente
CÂNCER DE 
PULMÃO
FATOR DISTAL: 
Situação 
Socioeconômica
Alimentação
FATOR PROXIMAL: 
Fumaça de Cigarro
Não diagnóstico
Não tratamento
3.2 Vigilância em Saúde 
 
A relação da vigilância em saúde engloba conceitos desde vigilância epidemiológica, 
vigilância sanitária e vigilância ambiental e saúde do trabalhador. 
 
Este é um sistema bem complexo, dotado da integração de vários setores da saúde e 
sistemas de comunicação, avaliando desde condições sócio-economicas de vida, contexto 
sociopolítico entre Estado e sociedade, gestão da saúde, junção dos sistemas de vigilância 
para avaliar e interferir nos estados de saúde individual ou coletivamente (Figura 5). 
 
Figura 5. Contextualização dos níveis de atuação da vigilância da saúde sob uma lógica regionalizada e integrada 
do Sistema Único de Saúde. 
Fonte: Arreaza e Moraes, 2010. 
 
 
<ABRIR BOX: LEITURA COMPLEMENTAR> 
Muito interessante observar a relação complexa do sistema de vigilância em saúde. Para informações adicionais, 
acesse o artigo de ARREAZA e MORAES (2010) sobre vigilância da saúde: fundamentos, interfaces e 
tendências. Acesse o site consultado: https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-
81232010000400036 Acesso em: 27 mai. 2020. 
<FECHAR BOX> 
 
Vamos detalhar a respeito da vigilância epidemiológica. 
 
 
3.2.1 Vigilância Epidemiológica 
 
A vigilância epidemiológica (VE) é um conceito que vem amadurecendo e modificando 
conforme acontece a evolução da política de saúde brasileira. Ela visa prover e divulgar 
informações atualizadas sobre doenças e agravos e suas distribuições para orientar ações de 
https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-81232010000400036
https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-81232010000400036
prevenção e ações de controle dos responsáveis técnicos nos níveis municipal, estadual e 
federal. 
 
Historicamente, a VE inicialmente significava apenas a observação e acompanhamento de 
casos suspeitos ou confirmados de doenças infecciosas e seus contatos. Ou seja, era uma 
política de vigilância das pessoas, com a adoção de medidas de isolamento e quarentena 
individualizados (Brasil, 2002). Não tinha uma visão coletiva em sua estruturação. 
 
Com o tempo, algumas doenças de interesse motivaram a organização de programas 
sistematizados. A VE se desenvolveu no sentido de detectar e buscar os casos ativos para 
frear a disseminação e transmissão dessas doenças. São exemplos os programas de 
erradicação da malária e da varíola. Mas com o fim de cada programa e a crença de 
erradicação da doença, também acabava o plano de vigilância, sem continuidade ao longo do 
tempo. 
 
A evolução da Saúde Coletiva no Brasil trouxe uma perspectiva coletiva e social para a VE. 
Foram incluídas estratégias para reunir informações que colaboram no conhecimento do 
comportamento e história natural das doenças, a qualquer momento, não somente em 
situações de alta transmissão. Também foi reconhecida a necessidade de entender os fatores 
condicionantes, biológicos e sociais, para fins de prevenção e controle das doenças. E foi, 
então, organizado o Sistema Nacional de Vigilância Epidemiomógica, em 1975. 
 
A lei 6259 de 1975 define a ação de Vigilância Epidemiológica e considera informações, 
investigações e levantamentos necessários à programação e à avaliação das medidas de 
controle de doenças e de situações de agravos à saúde são ações da VE. E que essas ações 
são efetuadas pelos diversos serviços de saúde habilitados. Esses serviços podem ser tanto 
os públicos quanto os privados. Essa lei diz que é função do Ministério da Saúde definir a 
organização e as atribuições desses serviços habilitados para a VE, promovendo sua 
implantação e sua coordenação (Brasil, 1975). 
 
A lei 8.080, de 1990, que é a lei que determina a criação do Sistema Único de Saúde – o SUS, 
trouxe grandes mudanças e atualizações nesta área (Brasil, 1990). Ela organizou a VE em 
diversas acoes articuladas em conjunto para buscar o conhecimento, detecçãoe prevenção 
de quaiquer mudanças nos determinantes e condicionantes de saúde. Esses fatores que 
influenciam na saúde individual e coletiva devem ser investigados para fins de recomendação 
e adoção de medidas de controle e prevenção de doenças. 
 
Reforça-se aqui a descentralização como parte do processo, com o fortalecimento dos 
sistemas municipais de saúde, ou seja, o nível local da VE. As cidades não apenas coletam 
dados e enviam aos níveis superiores. Cada município poder levantar dados, processar esses 
dados, traçar suas prioridades, objetivos e intervir em suas próprias necessidades. 
 
Segundo o site do Ministério da Saúde do Brasil, a Vigilância em Saúde (Ministério da Saúde, 
2020) é: 
 
“(...) responsável por ações de vigilância, prevenção e controle de doenças 
transmissíveis, pela vigilância de fatores de risco para o desenvolvimento de 
doenças crônicas não transmissíveis, saúde ambiental e do trabalhador e 
também pela análise de situação de saúde da população brasileira.” 
 
Assim, são objetivos da VE (Quadro 1): 
 
 
 
 
 
 
 
Quadro 1: Objetivos da vigilância epidemiológica. 
 
Objetivos Descrição 
Coleta de dados e informações 
Dados são coletados em todos os níveis de atuação do sistema 
de saúde. Objetiva dados confiáveis para traçar a ação. Tipos 
de dados: demográficos, socioeconômicos e ambientais, de 
morbidade, de mostalidade, notificação de surtos e epidemias. 
A confiabilidade dos dados depende da capacitação dos 
profissionais para um diagnóstico correto. 
Processamento dos dados 
coletados 
Consolidar dados em tabelas, gráficos, mapas e fluxos para 
melhorar a visibilidade das variáveis e sua comparação 
Análise e interpretação dos dados 
processados 
Realizar a aplicação de métodos de análise criteriosa dos 
dados, com recursos de estatística e análise comparada com a 
literatura. 
Recomendação das medidas de 
controle apropriadas 
A análise dos dados implica em medidas para redução de 
morbimortalidade, com intervenção mais próxima da ocorrência 
da doença, para que seja mais eficaz. 
Promoção das ações de controle 
indicadas 
Divulgação de ações que visam diminuir o contágio e a 
mortalidade pela doença ou agravo de interesse, visando a 
prevenção. 
Avaliação da eficácia e 
efetividade das medidas adotadas 
Avaliar a diminuicao de morbimortalidade de doenças ou 
agravos de atenção à saúde pública a partir das medidas 
tomadas. 
Divulgação de informações 
pertinentes 
Por meio de informes ou boletins epidemiológicos, divulgando 
informações uteis e oportunas nos diversos níveis: local, 
regional, estadual, macrorregional e nacional. 
 
Fonte: adaptado de Brasil/Funasa, 2002. 
 
 
 
3.2.2 Investigação epidemiológica de casos, surtos e epidemias 
A investigação epidemiológica de casos, surtos e epidemias é verificar como atua a VE 
durante situcações de risco, e como estas ameaças que devem ser controladas. É um 
trabanho que se faz desde a identificação dos doentes na cadeia básica dos sistemas de 
saúde, rastreio dos casos identificados, para saber qual a fonte, como se deu a transmissão, 
confirmar diagnóstico, conhecer fatores de risco e determinantes,notificação assim obter 
informações suficientes para ditar as estratégias de controle de ocorrência de novos casos. 
 
Durante uma investigação epidemiológica, é necessário buscar respostas através da 
notificação e rastreio. Mas, antes de tudo, é necessário disponibilizar assistência médica ao 
paciente, garantir qualidade dessa assistência e proteção individual, como medidas de 
isolamento e proteção à população com ações de controle coletivas. 
 
É importante conhecer as diversas etapas de uma investigação epidemiológica. É um roteiro 
que vai desde a coleta das informações do caso detectado da doença de interesse até a 
divulgação das informações para as equipes de saúde e órgãos competentes (Brasil, 2002). 
A sistematização descentralizada deste processo, nos diversos municípios e microrregiões de 
saúde, permite que se busque a uniformidade das ações de vigilância epidemiológica. 
 
Para tanto, é preciso organizar a seguinte sequência: pesquisar os dados do caso 
acomentido; fazer um trabalho de detetive ao buscar as pistas de como ele se contagiou, 
quanto tempo foi sua incubação, como transmitiu, quem foram os contatos, vetores 
associados, fatores de risco para o adoecimento; buscar ativamente nas comunidades os 
casos da doença de interesse; encerrar os casos que estejam resolvidos; processar os dados 
coletados ao longo do caminho e processar esses dados mesmo que se tenha apenas dados 
parciais, isso ajuda a tomar decisões e ações atualizando o processo; fazer um relatório para 
contar a situação e ações tomadas, recomendações, alertas aos superiores e medidas de 
prevenção; divulgação de dados para profissionais da saúde, participantes da investigação, 
representantes da comunidade, autoridades e administradores de órgãos responsáveis 
(Figura 6). 
 
 
 
Figura 6. Etapas de uma investigação epidemiológica. 
 
No caso de surtos e epidemias, deve-se caracterizar uma doença como tal, a partir da 
distribuição dos casos que precisa estar disseminada. Depois, é fundamental buscar dados 
sobre sua duração e tempo de exposição, conhecer a curva epidêmica e elaborar hipóteses 
sobre suas fontes e modos de transmissão. O objetivo é encontrar maneiras de interromper a 
transmissão e o aumento de novos casos. 
 
A investigação respeita os mesmos passos da investigação epidemiológica acima descrito. 
Mas também inclui o controle do nível endêmico de uma doença para, com o aumento do 
caso, passar para a confirmação da existência da epidemia/surto e, depois, a caracterização 
da epidemia. São exemplos de surtos e epidemias, o surto de doença meningocócica, surtos 
de doenças transmitidas por alimentos (salmonelose, por exemplo), parasitoses, surtos de 
síndromes respiratórias agudas virais como H1N1 e a pandemia de COVID-19. 
 
<ABRIR BOX: PESQUISANDO NA WEB> 
Estudos realizados por Rangeli e colaboradores (2013) descrevem bem as classificação epidemiológica dos 
municípios para vigilância e controle da leishmaniose visceral americana no estado de São Paulo, dada a presença 
de vetores, e hospedeiros como cães e humanos. Acesse o site: 
http://periodicos.ses.sp.bvs.br/pdf/bepa/v10n111/v10n111a02.pdf 
<FECHAR BOX> 
 
 
 
COLETAR DADOS
BUSCAR PISTAS
BUSCA ATIVA
PROCESSAR OS 
DADOS
FAZER ANÁLISES 
PARCIAIS DOS 
DADOS
ENCERRAMENTO 
DE CASOS
RELATÓRIO FINAL
DIVULGAR OS 
DADOS
http://periodicos.ses.sp.bvs.br/pdf/bepa/v10n111/v10n111a02.pdf
3.3 Notificação de doenças (Obrigatória/Compulsória) 
 
Os dados que alimentam os diversos sistemas de vigilância epidemiológica advêem de 
sistemas de registro e notificação. É fundamental o processo de detecção e registro nos 
diversos níveis, municipal, estadual e federal, mas destaca-se aqui o nível local. 
 
Para acompanhar eventos de saúde pública, agravos e, principalmente, doenças que 
oferecem risco em saúde publica é imprescindível que haja notificação dessas doenças. O 
grande objetivo é informar para prevenir. 
 
Notificação é a comunicação da ocorrência de uma certa doença para as autoridades 
sanitárias por profissionais da saúde (ou qualquer cidadão) para que sejam adotadas as 
medidas preventivas e/ou terapêuticas pertinentes. 
 
Uma vez notificada nos seus formulários específicos, a doença ou evento de saúde tem o seu 
devido registro nos sistemas de vigilância para a tomada de decisão e ação necessários para 
a proteção e o cuidado da população. Por exemplo, nascimentos são registrados na 
declaração de nascido vivo, óbitos são registrados na declaração de óbito. 
 
Na prática, cada município tem um plantão da VE que funciona para orientar e para notificar 
agravos de interesse. Em tempos de pandemia, a atuação do plantão da VE é otimizada e 
eficaz para acompanhar a evolução da doença em cada microrregião de saúde. Dessa 
maneira que as curvas epidêmicas são atualizadas a tempo de realizarmedidas sanitárias 
adequadas. 
 
A notificação de doenças é regulamentada pela Lei 6.259 (1965): 
 
As doenças que tem notificação compulsória são aquelas que podem precisar de medidas de isolamento 
ou quarentena. Devem ser compulsoriamente notificados todos os casos suspeitos ou confirmados de 
doenças que estejam listadas no regulamento sanitário internacional ou as que estejam na lista de 
doenças de notificação compulsória do Ministerio da Saúde. 
 
A lista elaborada pelo ministério da saúde é elaborada para cada Estado e Distrito Federal, é 
atualizada com frequência. Assim, existe uma lista de doenças de notificação que alimenta o 
sistema de informação de agravos de notificação – SINAN. Esta lista é nacional, mas os 
estados e municípios têm autonomia para incluir itens de interesse dos mesmos. 
 
Para incluir novas doenças, deve-se ter clareza dos porquês desta inclusão. Além disso, saber 
qual instrumento de notificação e o fluxo de medidas que serão tomadas após a notificação, 
para que as analises e ações tenham eficácia no combate à disseminação de doenças. 
 
Segue alguns critérios para selecionar doenças para a lista de notificação, de acordo com o 
Guia de Vigilância Epidemiológica (2002): 
 
• Magnitude da doença, ou seja, alta frequência atingindo altos contingentes populacionais 
• Potencial alto de disseminação 
• Transcendência, ou seja, alta severidade, alta relevância social e alta relevância 
econômica 
• Vulnerabilidade, ou seja, disponibilidade de meios de controle e de prevenção 
• Compromissos internacionais com a Organização pan-americana de saúde e OMS 
• Lista do Regulamento Sanitário Internacional - organiza doenças de notificação 
compulsória internacional 
• Epidemias, surtos e agravos inusitados - podendo-se usar mecanismos próprios de 
notificação a depender da apresentação clínica e epidemiológica da doença 
 
A portaria 264 de 17 de fevereiro de 2020 define a lista atual de doenças, agravos e eventos 
de saúde pública de notificação compulsória, como consta no Anexo 1. 
 
A notificação deve ser feita desde a simples suspeita, mas de maneira sigilosa e pode ocorrer 
também a notificação negativa, da ausência dos casos, mostrando o quanto o sistema de 
notificação pode ser eficiente. 
 
<ABRIR BOX: PESQUISANDO NA WEB> 
Formulários de notificação imediata ficam disponíveis no site do Ministério da Saúde. Para notificarm consulte: 
http://formsus.datasus.gov.br/site/formulario.php?id_aplicacao=432 
<FECHAR BOX> 
 
 
3.3.1 Sistemas de informação em Saúde 
Sistema de informação em saúde é um conjunto de sistemas constituído por estruturas 
administrativas e unidades de produção que estão interligadas com a finalidade de facilitar a 
analise da situação de saúde a nível local. 
 
Está atualmente disponível em recursos de processamento eletrônico. Existem sistemas de 
informações de atenção básica, de vigilância alimentar e nutricional, do programa nacional de 
imunização, de vigilância da qualidade da agua para consumo humano. 
 
Os principais sistemas de informação destacam-se no Quadro 2. 
 
 
Quadro 2: Sistema de notificação da Vigilância Epidiomológica 
 
SISTEMA AÇÃO MEIO DE NOTIFICAÇÃO IMPORTÂNCIA 
Sistema de 
Informacao de 
Agravos de 
Notificação 
(SINAN) 
Coleta e processa 
dados sobre agravos de 
notificação de cada 
município, em todo o 
território nacional. 
Ficha individual de 
notificação e de 
investigação das doenças 
de notificação 
compulsória - lista 
nacional e municipal. 
Considerado o mais 
importante. Direciona 
as ações mais 
importantes da VE. 
Sistema de 
Informação de 
Mortalidade (SIM) 
Padroniza e organiza os 
dados dos óbitos por 
município. 
Declarações de óbito 
registradas em cada nível 
local. 
Conhecer o perfil de 
mortalidade de cada 
área. 
Sistema de 
Informações sobre 
Nascidos Vivos 
(SINASC) 
Organiza informações 
de nascimentos, partos, 
intercorrências em 
nascimentos. 
Declaração de nascido 
vivo. 
Conhecer dados 
referentes à saúde 
materno-infantil e 
índices específicos de 
mortalidade infantil. 
Sistema de 
Informações 
Hospitalares 
(SIH/SUS) 
reúne informações 
sobre as internações 
hospitalares, 
posteriormente 
dispobibilizados no 
DATASUS 
Documento de 
Autorização de Internação 
Hospitalar (AIH) 
Saber as doenças 
mais graves 
(demandam 
internação), 
indicadores de 
avaliação de 
desempenho das 
unidades hospitalares 
http://formsus.datasus.gov.br/site/formulario.php?id_aplicacao=432
e organizar a gestão 
hospitalar. 
Sistema de 
Informações 
Ambulatoriais do 
SUS (SIA/SUS) 
Obedece à lógica de 
pagamentos dos 
procedimentos 
realizados 
ambulatorialmente. Não 
registra patologias, mas 
ações que constam na 
tabela de procedimentos 
do SUS. 
Registro de 
Procedimentos 
Ambulatoriais 
Conhecer os 
procedimentos mais 
realizados melhora 
compreensão da 
dimensão de 
financiamento do SUS. 
Sistema de VE de 
Eventos Adversos 
Pós Vacinais 
Acompanha programas 
de vacinação 
consolidados no Brasil. 
Rastreia efeitos 
colaterais relacionados 
às vacinas, aos 
indivíduos vacinados ou 
à administração. 
Notificação de eventos 
adversos pós vacinais. 
Conhecer taxas de 
incidência dos eventos 
adversos, avaliar seu 
custo-benefício e 
propiciar estudos de 
segurança e eficácia 
das vacinas. 
 
 
 
<ABRIR BOX: PESQUISANDO NA WEB> 
Para concluir este Capítulo, o guia de vigilância epiodemiológica do Ministério da Saúde e FUNASA (2002) concui 
toda a aprtifcipação do sistema de vigilância de forma aplicada a varias doenças. Para maiores informações, 
acesse o site: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/funasa/guia_vig_epi_vol_l.pdf 
<FECHAR BOX> 
 
 
3.4 Conclusão 
 
A compreensão da causalidade das doenças, a vigilância epidemiológica e a notificação de 
doenças são conceitos imbricados entre si. É necessário conhecer os mecanismos causais e 
os fatores de risco das doenças para que possamos atuar em seus controles. A partir deste 
conhecimento, podemos fazer bons diagnósticos, notificar as doenças de interesse 
populacional e direcionar as ações da VE. 
 
A pandemia de COVID19 em seu estágio inicial nos mostra o quanto não conhecer a história 
natural da doença e seus fatores condicionantes e determinantes influencia negativamente na 
capacidade de reconhecer a doença, notificá-la e determinar as melhores ações e 
recomendações de VE. 
 
 
 
Resumo 
 
Para o devido e eficiente controle de doenças e agravos, alguns conceitos e ações a partir da 
epidemiologia são fundamentais. 
 
A causalidade nos mostra os caminhos de existência de uma doença e as maneiras de 
atuarmos em diversas etapas a fim de seu controle, seja individual ou coletivo. 
 
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/funasa/guia_vig_epi_vol_l.pdf
A Vigilância Epidemiológica é o conjunto de serviços e ações estruturados de maneira que 
doenças e agravos com alto risco de disseminação sejam conhecidos e mantidos sob controle. 
 
Para que a VE funcione, é necessário que tenhamos dados confiáveis das doenças de 
interesse para as populações. Para tanto, a notificação compulsória é a maneira de 
regulamentar e buscar uniformizar esses dados. Assim, a notificação existe para que 
tenhamos fontes de dados confiáveis a partir dos quais conhecemos melhor as doenças que 
nos acometem e como devemos agir para melhor controle individual e coletivo. 
 
 
 
Leitura(s) 
 
 
• ARREAZA, A. L. V.; MORAES, J. C. Vigilância da saúde: fundamentos, interfaces e 
tendências. Ciênc. saúde coletiva, Rio de Janeiro , v. 15, n. 4, p. 2215-
2228, July 2010. Site consultado: 
https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-81232010000400036 
Acesso em: 27 mai. 2020 
 
• MINISTÉRIO DA SAÚDE. Guia de Vigilância Epidemiológica. Volume I. Disponível em: 
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/funasa/guia_vig_epi_vol_l.pdf. Acesso 
em 21 de abril de 2020. 
 
• MINISTÉRIO DA SAÚDE. Formulários de notificação.Site consultado: 
http://formsus.datasus.gov.br/site/formulario.php?id_aplicacao=432 Acesso em: 27 
mai. 2020. 
 
• RANGEL, O; HIRAMOTO, R. M.; HENRIQUES, L. F.; TANIGUCHI, H. H.; 
CIARAVOLO, R. M. C.; TOLEZANO, J. E.; FRANÇA, A. C. C.; YAMASHIRO, J.; 
OLIVEIRA, S. S. Classificação epidemiológica dos municípios segundo o Programa de 
Vigilância e Controle da Leishmaniose Visceral Americana no Estado de São Paulo, 
para 2013. BEPA. Boletim Epidemiológico Paulista, v. 10, n. 111, p. 3-14, 2013. Site 
consultado: http://periodicos.ses.sp.bvs.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1806-
42722013000300002&lng=p&tlng=pt. Acesso em: 27 mai. 2020. 
 
 
 
 
Referências 
 
 
• ARREAZA, A. L. V.; MORAES, J. C. Vigilância da saúde: fundamentos, interfaces e 
tendências. Ciênc. saúde coletiva, Rio de Janeiro , v. 15, n. 4, p. 2215-
2228, July 2010. Site consultado: 
https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-81232010000400036 
Acesso em: 27 mai. 2020 
 
• BRASIL. Presidência da República. Lei 6259 de 30 de outubro de 1965. Dispõe sobre 
a organização das ações de Vigilância Epidemiológica, sobre o Programa Nacional de 
Imunizações, estabelece normas relativas à notificação compulsória de doenças, e dá 
outras providências. Disponível em: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6259.htm. Acesso em: 27 mai. 2020 
https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-81232010000400036
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/funasa/guia_vig_epi_vol_l.pdf
http://formsus.datasus.gov.br/site/formulario.php?id_aplicacao=432
https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-81232010000400036
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6259.htm
 
• BRASIL. Presidência da República. Lei 8080 de 19 de setembro de 1990. Dispõe sobre 
as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o 
funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências. Disponível em: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8080.htm. Acesso em: 27 mai. 2020 
 
• BRASIL. Fundação Nacional de Saúde. Guia de Vigilância Epidemiológica. Volume I. 
Brasília, 2002. Disponível em: 
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/funasa/guia_vig_epi_vol_l.pdf. Acesso 
em 21 de abril de 2020. 
 
• MEDRONHO R; BLOCH, K. V.; LUIZ, R. R.; WERNECK, G. L. Epidemiologia. 
Atheneu, São Paulo, 2009, 2ª Edição. 
 
• MINISTÉRIO DA SAÚDE. PORTARIA DE CONSOLIDAÇÃO Nº 4, DE 28 DE 
SETEMBRO DE 2017. Consolidação das normas sobre os sistemas e os subsistemas 
do Sistema Único de Saúde. Disponível em: 
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2017/prc0004_03_10_2017.html. 
Acesso em: 27 mai. 2020. 
 
• MINISTÉRIO DA SAÚDE. Formulários de notificação. Site consultado: 
http://formsus.datasus.gov.br/site/formulario.php?id_aplicacao=432 Acesso em: 27 
mai. 2020. 
 
• RANGEL, O; HIRAMOTO, R. M.; HENRIQUES, L. F.; TANIGUCHI, H. H.; 
CIARAVOLO, R. M. C.; TOLEZANO, J. E.; FRANÇA, A. C. C.; YAMASHIRO, J.; 
OLIVEIRA, S. S. Classificação epidemiológica dos municípios segundo o Programa de 
Vigilância e Controle da Leishmaniose Visceral Americana no Estado de São Paulo, 
para 2013. BEPA. Boletim Epidemiológico Paulista, v. 10, n. 111, p. 3-14, 2013. Site 
consultado: http://periodicos.ses.sp.bvs.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1806-
42722013000300002&lng=p&tlng=pt. Acesso em: 27 mai. 2020. 
 
• HILL, A.B. “The Environment and Disease: Association or Causation?” Proceedings of 
the Royal Society of Medicine, 58 (1965), 295-300. 
 
• LUIZ, R. R.; STRUCHINER, C. J. Inferência causal em epidemiologia: o modelo de 
respostas potenciais [online]. Rio de Janeiro: Editora FIOCRUZ, 2002. 112 p. ISBN 85-
7541-010-5. 2002. Site consultado: http://books.scielo.org Acesso em: 20 abr. 2020. 
 
 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8080.htm
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/funasa/guia_vig_epi_vol_l.pdf
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2017/prc0004_03_10_2017.html
http://formsus.datasus.gov.br/site/formulario.php?id_aplicacao=432
Anexo(s) 
 
 
ANEXO 1. Lista nacional de notificação compulsória de doenças, agravos e eventos de Saúde 
Pública. 
 
 
 
Quadro 2: Sistema de notificação da Vigilância Epidiomológica 
 
DOENÇA OU AGRAVO (em ordem alfabética) 
Periodicidade de notificação 
Imediata (até 24h) para: 
Semanal 
MS SES SMS 
Acidente de trabalho com exposição a material biológico X 
Acidente de trabalho: grave, fatal e em crianças e 
adolescentes 
 X 
Acidente por animal peçonhento X 
Acidente por animal potencialmente transmissor da raiva X 
Botulismo X X X 
Cólera X X X 
Coqueluche X X 
Dengue - Casos X 
Dengue - Óbitos X X X 
Difteria X X 
Doença de Chagas Aguda X X 
Doença de Chagas crônica X 
Doença de Creutzfeldt-Jakob (DCJ) X 
Doença Invasiva por "Haemophilus Influenza" X X 
Doença Meningocócica e outras meningites X X 
Doenças com suspeita de disseminação intencional:a. 
Antraz pneumônicob. Tularemiac. Varíola 
X X X 
Doenças febris hemorrágicas 
emergentes/reemergentes:a. Arenavírusb. Ebolac. 
Marburgd. Lassae. Febre purpúrica brasileira 
X X X 
Doença aguda pelo vírus Zika X 
Doença aguda pelo vírus Zika em gestante X X 
Óbito com suspeita de doença pelo vírus Zika X X X 
Esquistossomose X 
Evento de Saúde Pública (ESP) que se constitua ameaça 
à saúde pública (ver definição no art. 2º desta portaria) 
X X X 
Eventos adversos graves ou óbitos pós vacinação X X X 
Febre Amarela X X X 
Febre de Chikungunya X 
Febre de Chikungunya em áreas sem transmissão X X X 
Óbito com suspeita de Febre de Chikungunya X X X 
Febre do Nilo Ocidental e outras arboviroses de 
importância em saúde pública 
X X X 
Febre Maculosa e outras Riquetisioses X X X 
Febre Tifoide X X 
Hanseníase X 
Hantavirose X X X 
Hepatites virais X 
HIV/AIDS - Infecção pelo Vírus da Imunodeficiência 
Humana ou Síndrome da Imunodeficiência Adquirida 
 X 
Infecção pelo HIV em gestante, parturiente ou puérpera e 
Criança exposta ao risco de transmissão vertical do HIV 
 X 
Infecção pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) X 
Influenza humana produzida por novo subtipo viral X X X 
Intoxicação Exógena (por substâncias químicas, incluindo 
agrotóxicos, gases tóxicos e metais pesados) 
 X 
Leishmaniose Tegumentar Americana X 
Leishmaniose Visceral X 
Leptospirose X 
Malária na região Amazônica X 
Malária na região extra-Amazônica X X X 
Óbito:a. Infantilb. Materno X 
Poliomielite por poliovirus selvagem X X X 
Peste X X X 
Raiva humana X X X 
Síndrome da Rubéola Congênita X X X 
Doenças Exantemáticas:a. Sarampob. Rubéola X X X 
Sífilis:a. Adquiridab. Congênitac. Em gestante X 
Síndrome da Paralisia Flácida Aguda X X X 
Síndrome Respiratória Aguda Grave associada a 
Coronavírusa. SARS-CoVb. MERS- CoV 
X X X 
Tétano:a. Acidentalb. Neonatal X 
Toxoplasmose gestacional e congênita X 
Tuberculose X 
Varicela - caso grave internado ou óbito X X 
Violência doméstica e/ou outras violências X 
Violência sexual e tentativa de suicídio X 
 
Fonte: Ministério da Saúde (2020). 
 
(Redação dada pela PRT GM/MS nº 264 de 17.02.2020) 
Legenda: MS (Ministério da Saúde), SES (Secretaria Estadual de Saúde) ou SMS (Secretaria 
Municipal de Saúde) (Redação dada pela PRT GM/MS nº 264 de 17.02.2020) 
* Informação adicional: Notificação imediata ou semanal seguirá o fluxo de compartilhamento 
entre as esferas de gestão do SUS estabelecido pela SVS/MS; (Redação dada pela PRT 
GM/MS nº 264 de 17.02.2020) 
A notificação imediata no Distrito Federal é equivalente à SMS. (Redação dada pela PRT 
GM/MS nº 264 de 17.02.2020) 
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2020/prt0264_19_02_2020.html
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2020/prt0264_19_02_2020.html
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2020/prt0264_19_02_2020.html
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2020/prt0264_19_02_2020.html
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2020/prt0264_19_02_2020.htmlhttp://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2020/prt0264_19_02_2020.html

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