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1 EDUCAÇÃO PARA O LAZER 
Alessandro José da Rocha 
Caro(a) estudante, neste próximo capítulo daremos andamento à uma 
busca do entendimento e da importância da educação para o lazer. 
O lazer é fundamental para a vida social dos seres humanos. Apesar de 
poucas pessoas conhecerem o real significado dessa palavra, o lazer é um 
direito constitucional por que é considerado essencial e, por ser essencial, 
deveria ser oportunizado a todos o usufruto desse direito. Etimologicamente a 
palavra lazer provém do verbo francês loisir, que tem origem por sua vez, na 
forma infinitiva latina de licere, que significa o que é permitido. O francês loisir 
deu origem à expressão inglesa leisur, que se utiliza tecnicamente para significar 
tempo livre. (DUMAZEDIER, 1979). 
Como o lazer e atividade física compõe as necessidades humanas, 
identificaremos qual a importância destes conhecimentos para os profissionais 
de Educação Física. 
Bom estudo a todos! 
 
Objetivos 
 Compreender sobre o lazer e suas formas de vivenciar o lúdico; 
 Aprender a utilizar o tempo de lazer em atividades que propiciem o 
necessário retorno a satisfação; 
 Entender que socialmente a idéia de uma existência assentada mais no 
desfrutar da vida do que viver para trabalhar; 
 Identificar o porquê que o lúdico sempre foi um problema para a 
sociedade; 
 Apontar como a sociedade pode desfrutar do lazer adequadamente de um 
tempo livre sem acarretar perdas na produção econômica e melhorar a 
qualidade de vida; 
 Compreender o momento de começar a educação para o lazer; 
 Entender como estes elementos educação e lazer se relacionam; 
 
Esquema 
1.1 Lazer como direito social. 
1.2 Lazer no âmbito do senso comum. 
1.3 Atividade física e lazer na promoção da saúde. 
1.4 Conteúdos culturais ligados ao lazer. 
1.5 Considerações Finais. 
 
 
O termo lazer (do latim licere, “ser permitido”) 
não é recente. Surgiu na civilização greco-
romana, já então oposto do trabalho. O ideal 
do cidadão livre, tanto em Atenas como em 
Roma, até a consolidação do cristianismo, era 
a plena expressão de si mesmo nos planos 
físico, artístico e intelectual. 
 CAMARGO, L.O.L., 1998. 
 
 
1.1 LAZER COMO DIREITO SOCIAL 
 
 
O direito ao lazer está na Constituição – artigo 6º, caput, artigo 7º, IV, 
artigo 217, § 3º, e artigo 227. 
O lazer é fundamental para a vida social dos seres humanos. Apesar de 
poucas pessoas conhecerem o real significado dessa palavra, o lazer é um 
direito constitucional por que é considerado essencial e, por ser essencial, 
deveria ser oportunizado a todos o usufruto desse direito. 
Os humanos brincavam em todas as épocas. Os livros de história 
mostram que os homens independente da sua idade ou condições sociais foram 
capazes de iludir as suas preocupações e de encontrar formas de diversão. 
Já tempo livre, recreação e lazer são termos que falam de um tempo 
criado pela economia moderna apenas para que os indivíduos pudessem se 
divertir ou fazer o que bem entendessem. 
A palavra lazer é derivada do latim "licere", que significa “ser lícito” ou 
“ser permitido”, não é recente. Surgiu na civilização greco-romana, já então 
como o oposto do trabalho. O direito ao lazer surgiu, em 1988, como uma 
liberdade do indivíduo. O direito ao lazer nunca esteve em 
nenhuma Constituição Brasileira anterior, desde nossa primeira Constituição 
em 1824, quer como liberdade, quer como direito social. Todavia, em 1988, 
surgiu como liberdade (1ª geração), e logo depois ganhou status de direito de 
2ª geração, com a força de nossa doutrina e jurisprudência. Os direitos de 2º 
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10641309/artigo-6-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10641213/artigo-7-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10726905/inciso-iv-do-artigo-7-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10647364/artigo-217-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10647069/par%C3%A1grafo-3-artigo-217-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10644726/artigo-227-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988
geração têm caráter programático, isto é, são prestações positivas que o 
Estado deve desenvolver, pôr em prática e fazer florescer a favor do indivíduo. 
A observância dos direitos de 2ª geração, que são os direitos sociais, é 
obrigatória para os Poderes Públicos. Da mesma forma que a saúde está 
no caput do art. 6º, CF, como dever do Estado, como direito social, assim 
também está o lazer. E está no artigo 7º como direito social específico do 
trabalhador. É dever do Estado. 
O moderno direito de todos ao lazer, a reivindicação de uma jornada 
menor de trabalho e desejo de um maior tempo livre, teve apoio de setores 
esclarecidos da sociedade moderna, os educadores achavam que apenas 
trabalhando menos, as pessoas poderiam pensar em estudo e escola. Os 
religiosos achavam que apenas assim, as pessoas poderiam se dedicar-se a 
religião. Os reformadores políticos pensavam que, apenas com menos tempo 
de trabalho, as pessoas poderiam pensar em militância sindical e política. 
Todos se enganaram! Esse tempo livre aumentou na sua quase totalidade, 
tornou se um tempo de diversão, tempo de lazer. 
O lazer pago pelo trabalho, houve-se um processo de reivindicações, 
primeiro lutou-se pela jornada de 8 horas e, assim surgiu um tempo diário de 
lazer, em seguida, lutou-se pela jornada semanal de 40 horas e surgiu o 
repouso semanal remunerado, depois, pelo direito à pausa anual e surgiram as 
férias remuneradas, e, finalmente, pelo direito ao não- trabalho na velhice e 
surgiu a aposentadoria remunerada. Mesmo na absurda jornada de trabalho do 
brasil de hoje, o tempo livre já é quase igual ao tempo de trabalho. Nos países 
desenvolvidos, o tempo livre já é maior. Lazer e não diversão, ideal dos gregos 
e romanos, a existência de um tempo livre voltado ao desenvolvimento pleno 
do indivíduo. 
A diversão e o lúdico podem acontecer em qualquer momento do 
cotidiano dos indivíduos, estejam eles trabalhando, trocando fraldas do bebê 
ou rezando. O tempo livre, é o tempo que sobra das obrigações profissionais, 
escolares, e familiares, englobando o estudo voluntário, a participação religiosa 
ou política e o lazer. E o lazer é a forma mais buscada de ocupação desse 
tempo livre, seja para se divertir, seja para repousar, seja autodesenvolver por 
meio da conversa, da leitura, do esporte, etc. 
O tempo de lazer é apenas um tempo especial em que podemos buscar 
mais situações agradáveis do que aquelas que o trabalho pode nos 
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10641309/artigo-6-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988
proporcionar. Mas ainda estamos longe de uma civilização do lazer, em que as 
pessoas saibam ocupar esse tempo livre com atividades que efetivamente lhes 
divirtam e contribuam para seu desenvolvimento pessoal. 
 
 
Aliás, uma educação para o lazer deve 
mesmo começar na primeira juventude, 
quando os sonhos ainda estão quentes, 
quando ainda não se perdeu a 
espontaneidade tão necessária para viver o 
lúdico, quando ainda se pode apostar numa 
vida na qual trabalho, família e lazer 
caminhem juntos, de forma integrada. Não é 
fácil. Entretanto, essa aposta tem chances de 
ser ganha, se uma educação para o lazer for 
iniciada já nessa fase. 
CAMARGO, L.O.L., 1998. 
 
 
 
1.2 LAZER NO ÂMBITO DO SENSO COMUM 
 
 
O senso comumcompreende o lazer de forma compensatória e 
funcionalista, relacionando-o, em geral, ao divertimento e descanso, 
desconsiderando o desenvolvimento social e pessoal. O lazer, porém, possui 
outros interesses ou conteúdos além do físico-esportivo e artístico: intelectual, 
social, manual (MARCELLINO, 2006) e turístico (CAMARGO, 2006). 
Dessa forma, acreditamos que para uma verdadeira compreensão da 
discussão de lazer seja necessário o encontro e confronto de conhecimentos 
entre o senso comum e o conhecimento sistematizado. 
O senso comum é o conhecimento inicial que os sujeitos possuem, Geertz 
(2001) considera este tipo de conhecimento como uma forma de expressão, 
sendo a base para a construção cultural. 
O senso comum abrange “um território gigantesco de coisas que são 
consideradas como certas e inegáveis” (GEERTZ, 2001, p. 114). O senso 
comum, considerado pelo autor como o primeiro subúrbio de conhecimento, é 
caracterizado por ser empírico e incompleto, passado de uma geração a outra, 
onde a tradição é a força simbólica do senso comum; nas palavras do autor, “o 
bom senso é uma forma de explicar os fatos da vida” (GEERTZ, 2001, p. 127). 
O autor diz ainda que para este saber não existe conhecimento esotérico, nem 
técnicas especiais ou talentos específicos, a não ser aquilo que é chamado de 
experiência, maturidade. Assim, o senso comum é uma forma de expressão 
cultural. Nesse sentido, compreendemos como fundamental uma mediação de 
sentidos que vise a identificação do conhecimento provindo do senso comum, 
de modo a tornar possível aos sujeitos o acesso ao conhecimento sistematizado. 
Acreditamos que esta mediação tenha espaço nas escolas e em cursos de 
formação profissional, realizando discussões que partam do conhecimento que 
o aluno possui e de suas experiências pessoais. O referencial cultural contribui 
para os estudos do lazer tanto no sentido de compreender a dinâmica das 
relações sociais por mostrar uma alternativa e relacioná-los a outras dimensões 
da vida social como do ponto de vista da pesquisa. Como nos indica Magnani 
(2011), este referencial situa o tema da pesquisa num quadro conceitual e 
oferece uma perspectiva metodológica através das categorias analíticas e do 
método etnográfico. 
 
 
 
1.3 ATIVIDADE FÍSICA E LAZER NA PROMOÇÃO DA SAÚDE. 
 
 
Atividade física é um comportamento que envolve qualquer movimento 
resultante de contração muscular esquelética capaz de aumentar o gasto 
energético acima do repouso de maneira intencional, além disso, a atividade 
física também envolve uma relação com a sociedade e com o ambiente no qual 
a pessoa está inserida. Isso quer dizer que a atividade física está presente no 
lazer, nas tarefas domésticas ou no deslocamento para a escola ou o trabalho. 
Um estilo de vida mais ativo contribui para diminuir a incidência de várias 
doenças crônico-degenerativas, reduzindo os índices de mortalidade 
cardiovascular em geral. 
A prática regular de exercícios garante o aumento de massa muscular, além 
da preservação da massa óssea e o controle da glicemia e da pressão. Quando 
a atividade física é planejada e estruturada com o objetivo de melhorar ou manter 
os componentes físicos, como a estrutura muscular, a flexibilidade e o equilíbrio, 
estamos falando do exercício físico. Nesse caso, ele geralmente é orientado por 
um profissional de educação física. Ou seja, todo exercício físico é uma atividade 
física, mas nem toda atividade física é um exercício físico. 
Segundo estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS), se a prática 
de atividade física aumentasse em 25%, mais de 1,3 milhão de mortes precoces 
poderiam ser evitadas a cada ano no mundo. O sedentarismo é o quarto fator de 
risco mais importante para mortalidade precoce por todas as causas, de acordo 
com a OMS. Calcula-se que a falta de exercícios regulares é responsável por 
6% das doenças cardíacas coronárias; 7% do diabetes tipo 2; 10% do câncer de 
mama e 10% do câncer de cólon. Diante deste cenário, a entidade recomenda 
fortemente a criação de políticas e programas destinados a promover a saúde 
com atividade física. 
A (OMS), orienta que as pessoas devem praticar 150 minutos semanais de 
atividade física moderada ou pelo menos 75 minutos de atividade física de maior 
intensidade por semana. As quantidades recomendadas acima representam os 
tempos mínimos recomendados pela OMS. Sendo assim, se for possível praticar 
a atividade física por mais tempo, os ganhos para a saúde podem ser ainda 
maiores. 
A atividade física é indicada para todas as faixas etárias, com diferentes 
objetivos. Para crianças e adolescentes, um maior nível de atividade física 
contribui na melhora do perfil lipídico e metabólico e reduz a incidência de 
obesidade. Criar esta consciência desde cedo entre os jovens significa 
estabelecer uma base sólida para reduzir os índices de sedentarismo entre 
adultos. 
Para a terceira idade, a atividade física traz benefícios como a prevenção da 
osteoporose e a manutenção da massa muscular, possibilitando mais força, 
flexibilidade e equilíbrio para realizar tarefas do dia-a-dia, além de uma melhor 
autoestima e maior consciência corporal. O problema é que, mesmo cientes dos 
benefícios, a maioria da pessoas não encontram tempo para fazer exercícios e 
os compromissos do cotidiano acabam afastando-as da atividade física. Além 
disso, as facilidades da vida moderna, com sua tecnologia avançada e acesso 
fácil aos bens de consumo, só fazem aumentar a inatividade entre a população. 
O fato é que o combate ao stress físico, mental e psicológico são aliados 
da boa saúde. E as atividades de lazer são formas de divertimento, descanso ou 
http://previva.com.br/mortes-prematuras-por-doencas-cronicas/
http://saudebrasil.saude.gov.br/eu-quero-me-exercitar-mais/recomendacoes-do-tempo-da-atividade-fisica-por-faixa-etaria
http://previva.com.br/atividade-fisica-faixa-etaria/
desenvolvimento que podem trazer inúmeros benefícios, não só para sua saúde 
física, como para sua saúde mental e psicológica, que são tão importantes 
quanto a saúde física. Portanto, se você ainda não tem um tempo reservado 
exclusivamente para o seu lazer, trate de colocar em sua agenda um horário 
para se dedicar totalmente a esse momento. Você precisa disso. É uma 
necessidade do ser humano. E, além disso, se você se programar corretamente, 
pode ter certeza que não vai atrapalhar seus afazeres do dia a dia. Procure 
praticar atividades de lazer de uma forma regular, ex: caminhar, ler livros, praticar 
esportes, ir ao cinema, restaurantes, fazer piqueniques, viajar, pescar, atividades 
ao ar livre, atividades de aventura, etc. 
 
1.4 CONTEÚDOS CULTURAIS LIGADOS AO LAZER. 
 
 
 
Dumazedier (1980) distingue cinco categorias de acordo com o conteúdo das 
atividades de lazer assim descritas pelos seus interesses: físicos, artísticos, 
intelectuais, práticos/manuais e sociais. Dois autores acrescentam outros 
interesses ao de Dumazedier que são interesses turísticos apresentados por 
Camargo (2003) e os interesses virtuais apresentados por Schwartz 
(2003). Nessa classificação, as categorias são divididas de acordo com o 
predomínio que cada interesse explícita. 
 
 
 
1.4.1 – Artístico 
 
Nos interesses artísticos, o predomínio é estético, o imaginário, as 
emoções e sentimentos. É uma forma de linguagem importante no sentido de 
educação das sensibilidades. As experiências estéticas podem resultar em 
algumas descobertas antes camufladas. A possibilidade neste interesse se dá 
através de novas linguagens e da vivência e experimentação de novas 
experiências. 
Outro conceito pertinente ao Lazer, nos mostra Pereira (1998), está 
relacionado ao Lazer passivo e ao ativo. No primeiro caso, refere-se ao lazer de 
consumo como é o caso dos cinemas, teatros, Shopping Center, televisão. 
Soma-se ainda a contemplação como é o caso da leitura e de alguns jogos queestão incluídos como propostas em parques, calçadões e outros espaços de 
Lazer. O Lazer ativo refere-se aquele ligado principalmente às atividades físicas 
como as caminhadas, as práticas esportivas e as lúdicas através de brincadeiras 
e alguns tipos de jogos. 
Relacionando o interesse artístico ao esporte, poderíamos vislumbrar os 
participantes expressando suas emoções e sentimentos através, por exemplo, 
da imitação de ídolos esportivos (atletas/árbitros/técnico/dirigentes) ou ainda na 
participação como espectador, seja ao vivo no evento ou pela televisão, rádio ou 
internet. Não é difícil ver em grandes arenas esportivas os espectadores criando 
coreografias, cantos e palavras de ordem que cativam os torcedores de modo 
bastante envolvente, efusivo. A famosa “ola” (onda em espanhol), criada por 
torcedores em estádios de futebol, pode caracterizar bem esse interesse artístico 
relacionado ao esporte. Nas torcidas organizadas há membros que praticamente 
não assistem ao espetáculo ficando apenas organizando as manifestações dos 
membros da torcidas. 
Existem ainda locutores que ficam dentro das arenas (não 
necessariamente nos estádios de futebol) com microfones conversando com os 
espectadores, agitando as torcidas e oferecendo prêmios e brindes aos 
presentes promovendo "gritos" e coreografias de incentivo aos atletas. Temos 
visto isso em jogos da Seleção Brasileira de voleibol quando acontecessem no 
Brasil. Os mascotes também são figuras muito presentes nos eventos esportivos 
(inclusive no futebol) fazendo várias intervenções e manifestações com o público 
relacionadas aos interesses artísticos. 
 
 
 
1.4.2 – Físico 
 
O esporte é um fenômeno sócio cultural extremamente importante desde 
o início deste século (Paes, 2009) e que faz parte das manifestações culturais 
do homem, inclusive as de Lazer. O esporte, não necessariamente precisa ser 
praticado da mesma maneira que as Instituições oficiais o apresentam, mostra 
Alves (2014). 
Diante disso, a partir do esporte, acreditamos ser possível desenvolver os 
conteúdos culturais do Lazer. 
Os interesses físicos se relacionam com as práticas corporais de 
movimento, principalmente as esportivas que tem ampla difusão pela mídia. As 
atividades esportivas efetivamente podem fazer parte destes interesses sendo 
que, nessa vertente, os esportes não necessariamente precisam ser orientados 
pelas rígidas regras impostas pelas organizações que comandam estas práticas. 
As adaptações, as adequações e as recriações das práticas esportivas em nível 
de regras, espaços e materiais, podem ser bons facilitadores para a participação 
dos indivíduos. 
Os esportes não devem ser a única possibilidade de prática em se 
tratando de interesses físicos. Mesmo tendo uma grande divulgação e 
repercussão em nível mundial e considerado um dos maiores fenômenos das 
sociedades modernas, não deve ser a única manifestação de interesse físico. 
Existem outras possibilidades de atividades físicas, como por exemplo, a dança, 
a ginástica que também podem ser incorporadas pelos interesses artísticos além 
dos físicos. Ressalta-se que, de acordo com as possibilidades e com a própria 
prática, estes interesses podem aparecer de modo unido, complementar. 
Neste interesse físico predomina o dito Lazer ativo pois a intervenção, a 
atuação, a participação ocorre de modo incisivo. Pode haver, relacionado ao 
esporte, a contemplação, a admiração e a intervenção como espectador de 
práticas esportivas o que neste caso envereda pelo Lazer passivo. 
 
1.4.3 – Intelectual 
 
 
Nos interesses intelectuais temos o contato com o real, o racional, com as 
informações, o desenvolvimento do intelecto. Nestes interesses os sujeitos 
participam, por exemplo, de alguns jogos (de estratégia, quebra-cabeça) ou de 
palestras e cursos. 
Os esportes têm uma vasta literatura produzida em várias vertentes como 
por exemplo biografias de esportistas, tipos de treinamentos, eventos esportivos, 
estatísticas das mais variadas, entre outras. Relacionados a este interesse, 
pode-se investir em leituras de obras, investigação de documentários, possíveis 
pesquisas sobre dados relativos a recordes, curiosidades esportivas. 
Muitos esportistas têm enveredado nas carreiras de palestrantes 
apresentando suas carreiras, suas glórias e frustrações. Oscar Schmidt, o 
"Oscar mão santa" do basquete (ex atleta) e Bernardo Rocha Rezende, o 
"Bernardinho" do voleibol (ex atleta e técnico de voleibol) são dois nomes muito 
solicitados para palestrar em instituições das mais variadas áreas. Dependendo 
da situação, o Lazer ativo ou o Lazer passivo estarão presentes neste interesse. 
 
1.4.4 – Manuais 
 
 
Os interesses manuais são caracterizados pela manipulação no sentido 
de criar ou transformar objetos e materiais. Soma-se ainda o manuseio de locais, 
de espaços. 
Relacionado aos interesses manuais, os esportes podem ser entendidos 
e praticados como possibilidades de criação, recriação e adaptação de espaços 
e materiais, ou seja, a partir das características ditas oficiais das modalidades 
esportivas, o interesse manual pode desenvolver, criar e recriar utensílios e 
aparatos que se assemelham aos utilizados nas práticas institucionais originais 
e podem assim favorecer essa prática esportiva de forma adaptada. 
Partindo do pressuposto que as modalidades esportivas para serem 
praticadas sob as imposições oficiais das Instituições organizadoras têm um 
custo elevado e impedem em boa parte as possibilidades criativas de 
intervenção do indivíduo, materiais adaptados e espaços recriados podem 
favorecer uma maior envolvimento, participação e interesse das pessoas. Bolas, 
redes, raquetes, tacos, tabelas/cestas, "gols" podem fazer parte de um grupo de 
materiais a serem criados, recriados ou adaptados para as possibilidades de 
práticas esportivas adaptadas. No nível individual pode-se criar "caneleiras" 
(com papelão), espadas (com cabos), capacetes (de jornal) possibilitando um 
tipo de prática esportiva prazerosa. O Lazer ativo predomina neste interesse. 
Neste interesse manual, vê-se o caráter mimético apresentado por 
Taussig (1993) em seu conceito de mimesis nos auxiliando a entender que a 
faculdade mimética pertence à “natureza” que têm as culturas de criar uma 
segunda “natureza”. Todavia, essa faculdade não acontece meramente pela 
cópia do original, mas também por meio de ressignificações que cada cultura 
consegue desse original, influenciando, como consequência, o próprio original. 
 Os indivíduos que manipulam materiais com fins de criar ou recriar 
possibilidades de uso no esporte, fazem suas interpretações e suas 
reinterpretações dos novos destinos suscitados nestas investidas. O Lazer ativo 
tem predomínio neste interesse. 
 
 
1.4.5 – Sociais 
 
Os interesses sociais são alcançados através da busca de contatos e do 
convívio social que visam, em grande parte a sociabilidade. Muitas vezes as 
pessoas buscam situações para ter contato com outras pessoas e momentos 
que favoreçam o convívio social, o encontro com sujeitos. Em tempos de 
tecnologia, muitos destes encontros e o convívio social ocorrem principalmente 
através das redes sociais de modo virtual o que tem afastado as pessoas dos 
encontros presenciais. Esse é o fato atual sem questionamentos da negatividade 
ou positividade destas relações virtuais. 
As práticas esportivas, podem ser um aglutinador de pessoas que 
procuram estes encontros presenciais de convívio com o outro. É muito comum 
em algumas empresas a composição de equipes de corrida onde os 
empregados/atletas se reúnem para treinar e participar de competições 
principalmente as corridas de rua. As relações profissionais existentes entre os 
membros do grupo deixam de existir naqueles encontros de treinos ou provas 
para formar uma grande equipe de competição visando não apenas os 
resultados mas principalmente este convívio fora do ambientede trabalho 
caracterizando bem as atividades de Lazer. 
Algumas pesquisas feitas em academias de ginástica apontam que 
grande parte dos usuários, assim o fazem, para ter convívio e para conhecer 
com outras pessoas seja com fins de relacionamentos ou apenas de amizades. 
Consequentemente estes espaços, além de oferecer diretamente atividades 
físicas, ainda proporcionam situações de convivência social em momentos de 
Lazer. 
Os parques que tem quadras, pistas de corrida, caminhada ou ciclismo, 
também são espaços onde os usuários podem desfrutar destas práticas além de 
ter a possibilidade de conhecer pessoas que também buscam estes locais com 
os mesmos fins. 
Existem também espaços com quadras ou campos esportivos onde as 
pessoas se reúnem para, além de praticarem os esportes, terem a possibilidade 
de estar perto de outras pessoas onde possam conversar, discutir enfim, 
conviver de maneira harmoniosa a partir da prática esportiva. 
Essa relação de esporte, saúde e convívio social fica bem explicitada 
neste interesse pois quando o indivíduo busca um espaço para convívio social 
estará praticando atividades físicas e melhorando sua saúde não apenas nos 
quesitos físicos e biológicos, mas também sociais e emocionais sendo o enfoque 
destas ações o Lazer ativo. 
 
 
Saiba Mais. 
Vídeos: 
 A importância do lazer. 
https://www.youtube.com/watch?v=NA8NSt7sl4o 
 
 Educação Física e Lazer/ quem disse que estou só brincando. 
https://www.youtube.com/watch?v=ZpWa5zWcMcY 
 
 Aula prática tema: Educação física fundamentos do lazer. 
https://www.youtube.com/watch?v=h5-ie6ARFa4 
 
 
 
 
1.5 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
 
Neste capítulo discorremos sobre conteúdos importantes para o 
profissional de Educação Física que pretende atuar com as atividades físicas 
relacionadas ao lazer. 
https://www.youtube.com/watch?v=NA8NSt7sl4o
https://www.youtube.com/watch?v=ZpWa5zWcMcY
https://www.youtube.com/watch?v=h5-ie6ARFa4
Falamos sobre a importância de resgatar o lazer como direito social, 
lembrando que está assegurado dentro da Constituição Federativa do Brasil, o 
lazer como direito para todos. Estudamos sobre que o lazer pode ser abordado 
de diversas maneiras, sendo uma delas o lazer do senso comum, do dia a dia. 
Conhecemos e compreendemos sobre o lazer e os cinco conteúdos 
culturais, sendo eles, artístico, intelectual, manuais, sociais e físico. Hoje existem 
órgãos internacionais competentes em pesquisar e estudar o tempo livre das 
pessoas. Por fim entendemos que a atividade física e lazer está relacionada a 
parte esportiva, momento livre, promoção da saúde, ou seja, é um direito do 
cidadão. 
Espero que tenham compreendido bem o capítulo e que ele lhe seja útil 
nas suas práticas profissionais, gostaria de encorajá-los para que pratiquem 
atividades físicas em seu tempo livre. 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
 
ALVES, Ubiratan Silva. Educação Física escolar: uma abordagem ampliada do 
esporte. São Paulo: Avercamp, 2014. 
CAMARGO, L. O. L. Educação para o lazer. São Paulo: Moderna, 1998. 
 
CAMARGO, L. O. L. O que é lazer. 3. ed., 3. reimpr. São Paulo: Brasiliense, 
2006. 
 
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