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Módulo Incidência e Crédito Tributário
SEMINÁRIO V - ISS
Aluna: Thayná Frisso
Questões
1.	Construa a(s) regra(s)-matriz(es) de incidência tributária do ISS.
· Critério material: prestar serviços de qualquer natureza, com exceção dos serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação.
· Critério territorial: âmbito territorial do Município ou do Distrito Federal.
· Critério temporal: momento da prestação do serviço.
· Critério pessoal: Município/DF e prestador de serviço (pessoa física ou jurídica).
· Critério quantitativo: valor da prestação do serviço e alíquota prevista em legislação pertinente.
2.	Há um conceito constitucional de “prestação de serviço tributável por meio do Imposto sobre Serviços”? Para fins de definição da materialidade tributável por meio do ISS, é possível afirmar que o constituinte adotou os conceitos de “contrato de prestação de serviço” e de “obrigação de fazer” do Direito Civil (em oposição ao conceito de “obrigação de dar”)? Ou seria necessário afirmar que essa dicotomia está superada e o que deve ser adotado para a definição dessa materialidade é o chamado “conceito econômico de serviços”? Vide o voto do Ministro Relator Celso de Mello no julgamento do RE 446.003 AgR/PR, a Súmula Vinculante n.º 31 do STF e a ementa do RE 651.703/PR.
Em que pese não seja novidade, para responder ao questionamento se torna relevante, antes, enfatizar que em prol da harmonia e efetividade do ordenamento jurídico, imprescindível que toda norma que o componha decorra da lei suprema, no caso, a Constituição da República Federativa do Brasil.
Melhor explicitando, nenhuma lei possui o condão de alterar a Constituição Federal, ao revés, deve partir dela e com ela coadunar sob pena de ser inválida para garantir direitos e exigir obrigações.
No que atine ao direito tributário, especificamente ao ISS, cabe salientar que a CRFB/88 dispõe no art. 156, inciso III, em linhas gerais, a respeito da competência municipal para instituição de impostos sobre serviços de qualquer natureza à exceção dos que compreendem o art. 155, inciso II, também da Carta Magna.
Em sequência, prevê também a CRFB/88 que os serviços de qualquer natureza, objetos da incidência de impostos, deverão ser definidos por lei complementar.
Com efeito, limitar o tema às disposições constitucionais implica no caráter amplo e/ou inconclusivo, sendo imprescindível a regulamentação complementar do ISS, do contrário, dificultaria, quiçá impossibilitaria, a incidência do imposto ou a norma individual e concreta.
Não que se pretenda infirmar a forte e imprescindível função da CRFB/88, mas ela apenas discrimina a competência tributária e norteia através das normas e/ou princípios como devem ser as normas infraconstitucionais de exação, impondo as limitações pertinentes, logo, não há que se falar em conceito constitucional de prestação de serviço tributável por meio do Imposto sobre Serviços.
Na verdade, considerando o contexto e o ordenamento jurídico, essa conceituação caberá, ao fim e ao cabo, ao intérprete.
Neste contexto, elucida Aires F. Barreto:
“A propósito desse tema, a primeira observação a ser formulada está no sentido de que a Constituição não define serviços, para efeitos tributários. Pelo menos, não o fez explicitamente. Limita-se a fazer referência à expressão “serviço”, como que relegando ao intérprete a tarefa de defini-lo. Não se entenda, entretanto, que o intérprete tenha qualquer liberdade nesse mister. Pelo contrário ele está condicionado por todo o contexto constitucional, pelas exigências dos princípios fundamentais e pelas insinuações sistemáticas, suficientemente vigorosas para balizá-lo decisivamente.”[footnoteRef:1] [1: BARRETO, Aires Fernandino. ISS na Constituição e na Lei. São Paulo: Dialética. 2005. Pág.27.] 
No tocante à definição da materialidade tributável do ISS, relevante ressaltar que em prol das previsões legais aqui já mencionadas, bem como da norma infraconstitucional, sobretudo os arts. 109 e 110 do CTN que se complementam, possível afirmar, para fins de definição de “serviços”, que o constituinte adotou os conceitos de “contrato de prestação de serviço” e de “obrigação de fazer” do Direito Civil.
Entender de modo diverso ultrapassa as permissões constitucionais dando azo para criação de ISS pela mera manifestação de riqueza, pouco importando os demais critérios atrelados e imprescindíveis ao tributo mencionado.
Aliás, entender a incidência do ISS no conceito econômico de serviços possui grande risco de conferir à essa exação um caráter residual face à competência para fins de tributação do ICMS, indevidamente.
Todavia, em que pese o posicionamento acima expendido, na jurisprudência não é um assunto uniforme, pois ora se entende o serviço pelo viés do direito civil, ora pelo conceito econômico.
Em 2010, na ocasião do Enunciado da Súmula Vinculante n. 31 se entendeu o serviço nos termos do direito privado, tendo como primado a “obrigação de fazer”, razão pela qual não considerou constitucional a incidência do ISS sobre operações de locação de bens móveis:
“É inconstitucional a incidência do imposto sobre serviços de qualquer natureza - ISS sobre operações de locação de bens móveis.”
Após, em 2016, sobreveio o julgamento do RE n. 651.703/PR com entendimento dissonante, conforme demonstra transcrição da passagem da ementa abaixo:
“Os tributos sobre o consumo, ou tributos sobre o valor agregado, de que são exemplos o ISSQN e o ICMS, assimilam considerações econômicas, porquanto baseados em conceitos elaborados pelo próprio Direito Tributário ou em conceitos tecnológicos, caracterizados por grande fluidez e mutação quanto à sua natureza jurídica.” 
E o dilema ainda não finalizou, eis que pende de julgamento o Tema 1.210[footnoteRef:2] da Repercussão Geral, envolvendo a incidência desse imposto na cessão de direito de uso de marca. [2: RE n. 1.348.288] 
3. Com relação à lista de serviços anexa à Lei Complementar n. 116/03, pergunta-se:
	a) Qual é o seu papel na definição da materialidade tributável por meio do ISS? Essa lista é taxativa, exemplificativa ou extensiva?
O critério material possui como característica fundamental a especificação do núcleo da hipótese normativa tributária, é ele que determina a ação e o estado do sujeito passivo necessários à ocorrência da hipótese de incidência
Assim, ressalvadas as hipóteses do art. 155, inciso II, da CRFB/88 e nos termos do art. 156, inciso III, também da CRFB/88, quando o tributo analisado é o ISS o critério material se perfaz através do verbo “prestar”, bem como do seu complemento “serviços de qualquer natureza”.
Entretanto, esse complemento comporta uma generalidade tal que impossibilita sua pertinente significação, ou seja, nem toda ideia que ele é capaz de exprimir se refere, de fato, à materialidade tributável do ISS.
Nas palavras do professor Paulo de Barros Carvalho:
“Na dimensão de significado daquela frase não se incluem: a) o serviço público, tendo em vista ser ele abrangido pela imunidade (art. 150, IV, a, da Carta Fundamental); b) o trabalho realizado para si próprio, despido que é de natureza econômica; e c) o trabalho efetuado em relação de subordinação, abrangido pelo vínculo empregatício.”[footnoteRef:3] [3: CARVALHO, Paulo de Barros. Direito tributário, linguagem e método. 8. ed. São Paulo: Noeses, 2021, kindle.] 
Portanto, para que seja o fato jurídico tributável através do ISS, não basta que seja um serviço, mas deve também estar especificado na Lei Complementar n. 116/03.
Além disso, a referida Lei Complementar pode ser dita taxativa em sua materialidade, ou seja, pode haver incidência do ISS os serviços que possuem o mesmo substrato daqueles elencados na lei, embora lá não estejam expressamente previstos, logo, possui interpretação extensiva.
Esse é o posicionamento da jurisprudência consolidada sobre o assunto, conforme se verifica da passagem da ementa transcrita abaixo:
“(...) As listas de serviços preveem ser irrelevante a nomenclatura dada ao serviço e trazem expressões para permitir a interpretação extensivade alguns de seus itens, notadamente se socorrendo da fórmula “e congêneres”. Não existe obstáculo constitucional contra esta sistemática legislativa. Excessos interpretativos que venham a ocorrer serão dirimíveis pelo Poder Judiciário. (...)”[footnoteRef:4] [4: STF – Plenário – RE 784.439/DF – Relator MIN. ROSA WEBER - Sessão Virtual de 19.6.2020 a 26.6.2020.] 
Neste sentido, se entendeu que não há relevância a nomenclatura atribuída ao serviço elencado na Lei Complementar n. 116/03, nos termos do §4º, art. 1º, da referida lei.
Ainda, o STJ editou o enunciado da Súmula n. 424:
“É legítima a incidência de ISS sobre os serviços bancários congêneres da lista anexa ao DL n. 406/1968 e à LC n. 56/1987.”
	b) Lei Municipal pode prever a cobrança de ISS sobre prestação de serviço que não conste nessa lista?
Pela lógica, em sequência do entendimento jurisprudencial acima, a lei municipal poderá prever a cobrança de ISS sobre prestação de serviço que não conste nessa lista, desde que os serviços não destoem, em essência, daqueles previstos na Lei Complementar n. 116/03.
Não se pode olvidar, por conseguinte, que embora seja de interpretação extensiva, o rol da Lei Complementar não deixou de ser taxativo, portanto, demais leis não podem servir para modificar sua natureza, além de a lei local não poder contrariar a Lei Complementar n. 116/2003.
	c) A Lei Complementar n.º 157/2016 ampliou a competência tributária dos Municípios ao incluir novas atividades na lista? É constitucional a inclusão de novas atividades ? Os Municípios são obrigados a alterar suas leis municipais para poder tributar essas novas atividades ou é possível iniciar essa tributação com fundamento direto na nova lista da LC n.º 116/2003?Justifique (vide anexos I, II e III).
Preliminarmente, imprescindível mencionar que a competência tributária é estabelecida pela CRFB/88, especificamente em seus arts. 145 a 149-A, tornando numerus clausus as possibilidades de tributação.
Em síntese, a competência tributária se traduz na aptidão para criação de tributos, em abstrato, pelo Ente legitimado.
Segundo o jurista e professor Roque Antonio Carraza:
“(...) a competência tributária identifica-se com a permissão para criar tributos, isto é, com o direito subjetivo de editar normas jurídicas tributárias. Como vimos, a Constituição conferiu este direito subjetivo às pessoas políticas e a ninguém mais. E - agora acrescentamos - de modo inalterável. É que as pessoas políticas, sendo simples delegadas, não têm poderes para alterar as faculdades tributárias que lhes foram atribuídas pela Carta Suprema.”[footnoteRef:5] [5: CARRAZZA, Roque Antonio. Curso de Direito Constitucional Tributário. São Paulo. Editora Malheiros. 2013. Pág.578.] 
Assim, a inclusão de novas atividades na lista, a Lei Complementar n. 157/16 não ampliou a competência tributária dos Municípios, porquanto, não criou tributos, tanto assim é que ela se limitou a tratar de serviços, ou seja, o mesmo núcleo da hipótese de incidência do ISS.
Frisa-se que a referida lei em nenhum momento tratou de situações passíveis de incidência de outro tributo, que não o ISS, afastando qualquer argumento de invasão de competência.
Ainda, considerando o disposto no art. 156, inciso III, in fine, da CRFB/88, não há que se falar em inconstitucionalidade, porquanto o novo preceito adveio por uma lei complementar.
No tocante às leis municipais, serão necessárias as respectivas alterações caso os Municípios queiram taxar as novas atividades, sob pena de, não o fazendo, violarem a Constituição Federal.
Cabendo lembrar, que não ocasião da alteração, deverão os Municípios respeitarem o princípio da anterioridade.
4.	Analise os fatos jurídicos seguintes, identificando e fundamentando quais são passíveis de incidência do ISS: (i) serviços notariais (vide anexo IV e V); (ii) restaurantes (vide anexo VI); (iii) disponibilização de quarto ou apartamento próprio para aluguel por temporada em site especializado em turismo; ; (iv) estudo, análise e avaliação realizadas por instituições financeiras para abertura e concessão de crédito; (v) franquia ou franchising; (vi) locação de bem móvel com operador (vide anexo VII); (vii) participação em programa de fidelidade que oferece descontos na aquisição de ingressos para shows; ; e (viii) carga e descarga realizada diretamente pelo transportador em caso de transporte interestadual e intermunicipal (anexo VIII); (ix) disponibilização, sem cessão definitiva, de conteúdos de áudio, vídeo, imagem e texto por meio da internet (tais como Netfix e Spotify); (x) cessão de andaimes, palcos, coberturas e estruturas de uso temporário. 
i) serviços notariais (vide anexo IV e V): Passíveis de incidência do ISS, pois além de constar da lista anexa à Lei Complementar n. 116/03, precisamente nos itens 21 e 21.01, os serviços notariais embora sejam serviços públicos, são prestados pelo particular via delegação (art. 236 da CRFB/88), visam o lucro e, portanto, motiva a capacidade contributiva do prestador.
(ii) restaurantes (vide anexo VI): Em que pese o restaurante compreenda uma atividade comercial mista, envolvendo circulação de mercadoria e serviços, além de não haver serviço que o envolva no anexo da Lei Complementar n. 116/03, o Superior Tribunal de Justiça possui entendimento consolidado nesse sentido, conforme enunciado da Súmula n. 163:
“O fornecimento de mercadorias com a simultânea prestação de serviços em bares, restaurantes e estabelecimentos similares constitui fato gerador do ICMS a incidir sobre o valor total da operação.”
(iii) disponibilização de quarto ou apartamento próprio para aluguel por temporada em site especializado em turismo: Apesar da aproximação do item 9.01 do anexo da Lei Complementar n. 116/03, não há que se falar em prestação de serviço, pois esse aluguel se enquadra na cessão do uso e gozo do imóvel, e não de prestação de serviços.
Entretanto, cabe lembrar que uma vez os Municípios adequando suas leis locais, poderá haver incidência dos serviços ofertados durante as estadias, como por exemplo, os serviços de limpeza e manutenção, conforme item 7.10 da Lei Complementar n. 116/03.
(iv) estudo, análise e avaliação realizadas por instituições financeiras para abertura e concessão de crédito: Há incidência do ISS, tendo em vista a previsão expressa no item 15.08 do anexo à Lei Complementar n. 116/03.
(v) franquia ou franchising: Há incidência do ISS, tendo em vista a previsão expressa no item 17.08 do anexo à Lei Complementar n. 116/03.
Apesar da previsão, ressalvo a minha opinião por entender que nem sempre um negócio de franquia vinculará prestação de serviço propriamente dito, como normalmente ocorre nas modalidades microfranquias
(vi) locação de bem móvel com operador (vide anexo VII): Passível de incidência, desde que o serviço prestado pelo operador esteja previsto na lista da Lei Complementar n. 116/03.
Vale observar que se fosse apenas a locação de bem móvel, o entendimento seria distinto com a aplicação do enunciado da Súmula Vinculante n. 31:
“É inconstitucional a incidência do imposto sobre serviços de qualquer natureza - ISS sobre operações de locação de bens móveis.” 
(vii) participação em programa de fidelidade que oferece descontos na aquisição de ingressos para shows: Podendo ser enquadrada no item 17.06 do anexo à Lei Complementar n. 116/03, possível a incidência do ISS.
(viii) carga e descarga realizada diretamente pelo transportador em caso de transporte interestadual e intermunicipal (anexo VIII): Embora se possa falar em atividades divididas em etapas, o serviço de transporte, em tese, será único, salvo se subcontratado. Logo, não há incidência do ISS.
 Ainda, cumpre mencionar que tal atividade é inteiramente prevista no artigo 36, § 3º, item 2, do RICMS/2000
“2 - não caracterizam o início de nova prestação de serviço de transporte os casos de transbordo de carga, de turistas, de outras pessoas ou de passageiros, realizados pela empresa transportadora, ainda que com interveniência de outro estabelecimento, desde que utilizado veículo próprioe mencionados no documento fiscal respectivo o local de transbordo e as condições que o tiverem ensejado;”
(ix) disponibilização, sem cessão definitiva, de conteúdos de áudio, vídeo, imagem e texto por meio da internet (tais como Netfix e Spotify): Em princípio, incide ISS sobre essa atividade, já que prevista no item 1.09 do anexo à Lei Complementar n. 116/03, porém observo que a mera disponibilização não se traduz efetivamente numa prestação de um serviço, ganhando maior aproximação do conceito de comunicação, portanto, afastando a exação do ISS por força do art. 156, inciso III, da CRFB/88, sendo caso de ICMS.
(x) cessão de andaimes, palcos, coberturas e estruturas de uso temporário: Conforme previsto no item 3.05 do anexo à Lei Complementar n. 166/03, é caso de incidência de ISS.
Contudo, na teoria não haveria que se falar em obrigação de fazer. Além disso, ante o veto do item 3.01 atinente à bens móveis, bem como a declaração de inconstitucionalidade na Súmula Vinculante n. 31, pela mesma lógica, não deveria haver incidência de ISS sobre a cessão de andaimes, palcos, coberturas e estrutura de uso temporário.
5.	A prestação de serviços cumulada com o fornecimento de produtos está sujeita ao ISS, ao ICMS ou a ambos? Pode o fisco segregar as operações para fins de incidência tributária? Qual a base de cálculo do ISS nesses casos? (Vide anexo IX, X, XI, XII).
Em regra, sempre incidirá ISS quando numa operação mista, ou seja, com a presença tanto de mercadoria quanto de serviço, este último estiver na lista anexa à Lei Complementar n. 116/03, porém, a incidência abrirá espaço ao ICMS sempre que o serviço agregado não for encontrado na referida lista.
Esse é o entendimento adotado pelo STF quando do julgamento do RE 605552:
“EMENTA Recurso Extraordinário. Repercussão geral. Direito Tributário. Incidência do ICMS ou do ISS. Operações mistas. Critério objetivo. Definição de serviço em lei complementar. Medicamentos produzidos por manipulação de fórmulas, sob encomenda, para entrega posterior ao adquirente, em caráter pessoal. Subitem 4.07 da lista anexa à LC nº 116/03. Sujeição ao ISS. Distinção em relação aos medicamentos de prateleira, ofertados ao público consumidor, os quais estão sujeitos ao ICMS. 1. A Corte tradicionalmente resolve as ambiguidades entre o ISS e o ICMS com base em critério objetivo: incide apenas o primeiro se o serviço está definido por lei complementar como tributável por tal imposto, ainda que sua prestação envolva a utilização ou o fornecimento de bens, ressalvadas as exceções previstas na lei; ou incide apenas o segundo se a operação de circulação de mercadorias envolver serviço não definido por aquela lei complementar. 2. O critério objetivo pode ser afastado se o legislador complementar definir como tributáveis pelo ISS serviços que, ontologicamente, não são serviços ou sempre que o fornecimento de mercadorias seja de vulto significativo e com efeito cumulativo. 3. À luz dessas diretrizes, incide o ISS (subitem 4.07 da Lista anexa à LC nº 116/06) sobre as operações realizadas por farmácias de manipulação envolvendo o preparo e o fornecimento de medicamentos encomendados para posterior entrega ao fregueses, em caráter pessoal, para consumo; incide o ICMS sobre os medicamentos de prateleira ofertados ao público consumidor e produzidos por farmácias de manipulação. 4. Fixação da seguinte tese para o Tema nº 379 da Gestão por temas de repercussão geral: “Incide ISS sobre as operações de venda de medicamentos preparados por farmácias de manipulação sob encomenda. Incide ICMS sobre as operações de venda de medicamentos por elas ofertados aos consumidores em prateleira.” 5. Recurso extraordinário a que se nega provimento.”[footnoteRef:6] (Grifos Acrescidos) [6: RE 605552, Tribunal Pleno, Relator Min. Dias Toffoli, Julgado, Processo Eletrônico Repercussão Geral - Mérito Dje-243 Julg. 05/08/2020, Public. 06/10/2020.] 
Vale lembrar que haverá segregação das operações para fins de incidência tributária quando na lista anexa à Lei Complementar estiver prevista a exceção, como acontece, por exemplo, no item 17.11:
“17.11 – Organização de festas e recepções; bufê (exceto o fornecimento de alimentação e bebidas, que fica sujeito ao ICMS).”
Nesses casos, a base de cálculo do ISS será a parcela correspondente ao serviço daquela operação, razão pela qual deverá estar dissociada do valor integral do preço do serviço.
6.	Tendo em vista a previsão do art. 12 do Decreto-lei n. 406/68 e do art. 3º da Lei Complementar n. 116/03, bem como a jurisprudência do STJ, pergunta-se:
	a) Onde é devido ISS: (i) no local do estabelecimento prestador; ou (ii) no local da efetiva prestação do serviço? Vide anexo XIII, XIV).
Em regra, o ISS será devido no Município do estabelecimento prestador ou, na falta do estabelecimento, no local do domicílio do prestador, conforme art. 3º da Lei Complementar n. 116/03.
No entanto, a própria Lei Complementar prevê casos de exceção estabelecidas nos incisos I a XXV, onde muitos deles se dão no local da prestação do serviço.
Nessa linha, o Superior Tribunal de Justiça sedimentou o entendimento:
“TRIBUTÁRIO. ISS. SUJEIÇÃO ATIVA. LOCAL DO ESTABELECIMENTO PRESTADOR DO SERVIÇO. MATÉRIA DE DIREITO. REVOLVIMENTO FÁTICO-PROBATÓRIO. DESNECESSIDADE. 1. Por ocasião do julgamento do Recurso Especial repetitivo n. 1.060.210/SC, a Primeira Seção definiu que a partir da LC 116/03, para fins de incidência do ISS, o sujeito ativo da relação tributária será, em regra, o município em que estiver localizado o estabelecimento prestador do serviço, sendo apenas excepcionalmente admitido o local da prestação para tanto, como no caso de expressa previsão legal ou quando houver comprovação de existência de unidade com poderes decisórios. 
2. Hipótese em que a Corte local não observou a diretriz jurisprudencial traçada nesse precedente obrigatório ao afirmar que o Município do Rio de Janeiro possuiria competência para tributar os serviços prestados pela contribuinte, mesmo que o estabelecimento do prestador estivesse localizado no Município de Três Rios – RJ.
3. Revela-se inaplicável a Súmula 7 do STJ ao caso, por ser a matéria em debate exclusivamente de direito, sendo desnecessário o revolvimento dos fatos e das provas dos autos para se chegar à conclusão de que o acórdão recorrido está contrário ao posicionamento deste Tribunal Superior.
4. Agravo interno não provido.”[footnoteRef:7] (Grifos acrescidos) [7: STJ – Primeira Turma - AgInt nos EDcl no AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL Nº 1752712 – RJ – Relator: MINISTRO GURGEL DE FARIA – Julg.: 04/10/2021 – Pub.: 22/10/2021.] 
	b) Que é estabelecimento para fins de ISS? Há algum requisito formal? Se um prestador de serviço (pessoa jurídica), sediada em Município X, aloca alguns poucos funcionários em uma pequena sala, situada um Município Y, sem qualquer inscrição perante órgãos públicos, pode o Município Y considerar que há estabelecimento prestador para fins de exigência de ISS? E se esses funcionários atuarem, por dois anos, dentro da sede de um cliente específico, situado no Município Y, o estabelecimento em tal Município ficaria configurado? 
Para efeito de ISS, o conceito de estabelecimento não se restringe ao disposto no art. 3º da Lei Complementar n. 116/03, é ideal que se considere o contexto como um todo.
Nesse caso, deve-se considerar estabelecimento os fatores isolados e conjugadamente, como exemplo, a constatação de habitualidade na prestação de serviço em determinado Município, a manutenção de pessoal e equipamentos necessários, ponto de contato com clientes e/ou parceiros, dados pessoais de eventuais faturas de consumo, etc. 
Vale considerar a diferenciação existente entre “estabelecimento prestador” e “estabelecimento do prestador”, enquanto “estabelecimento prestador” se refere ao local da efetiva prestação do serviço, com ideia dissociada do local físico e relacionada à unidade econômica ou unidade profissional, o “estabelecimento do prestador”, remete à ideia de formalidade (sede, filial) podendo coincidir ou não com o localda efetiva execução do serviço.
Assim, conforme se depreende do art. 4º da Lei Complementar n. 166/03, o estabelecimento que vincula o Município competente para exigir o ISS é aquele onde o contribuinte desenvolve efetiva atividade de prestação de serviço, ou seja, “estabelecimento prestador”.
Logo, considerando o primeiro caso hipotético em questão, o Município Y não poderá exigir ISS do prestador de serviço localizada no Município X, já que não ficou evidenciado pelo menos a unidade econômica (fatores organizados de produção, tais como: equipamentos, capital, matéria-prima e funcionários) no Município Y.
Já no tocante ao segundo caso hipotético, considero que é possível constatar o estabeleciemnto prestador para fins de ISS, já que se torna possível identificar a unidade econômica e profissional. Inclusive, neste caso se verificar o fator habitualidade, dado o caráter de tempo (dois anos), ainda que temporários, porém não dissonante do art. 4º da Lei Complementar n. 116/03. 
7.	Prevê o §1º do art.1º da LC 116/03 que (vide anexos XV e XVI): “§ 1º O imposto incide também sobre o serviço proveniente do exterior do País ou cuja prestação se tenha iniciado no exterior do País”. Considere o seguinte caso:
	Uma empresa de arquitetura, domiciliada na França, é contratada por um empresário brasileiro, residente no Rio de Janeiro, para realizar o projeto de sua nova casa, em Angra dos Reis. 
	Pergunta-se: Há importação de serviço? Em caso positivo, para qual Município será devido o ISS? Justifique e fundamente sua resposta.
De acordo com o próprio dispositivo de lei mencionado na questão, o caso hipotético se trata de importação de serviço, visto que o prestador de serviço contratado é estrangeiro.
Como se trata de contratação de um projeto, e não efetivamente de um contrato de empreitada, o Município competente para o ISS será o Rio de Janeiro, local onde está domiciliado o tomador do serviço, nos termos do inciso I, do §2º, do art. 6º, da Lei Complementar n. 116/03. 
8.	Qual é a base de cálculo do ISS? O que pode ser considerado como “preço do serviço”? Apenas os materiais fornecidos pelo prestador de serviço de construção civil podem ser deduzidos da base de cálculo ou qualquer outro valor que não corresponda à remuneração pela prestação do serviço também pode ser deduzido? Justifique suas respostas.
A base de cálculo do ISS, nos termos do art. 7º da Lei Complementar n. 166/03, é o preço do serviço.
No tocante à possibilidade de dedução dos custos com materiais de construção civil da base de cálculo do ISS, cabe esclarecer que por intermédio do julgamento do AG.REG. no RE 603.497/MG, o Supremo Tribunal Federal asseverou que cabe ao Superior Tribunal de Justiça definir o alcance da norma de dedutibilidade em questão, além do que seu posicionamento restritivo não viola a Constituição da República, com se percebe de parte da ementa abaixo:
“(...) 1. A jurisprudência deste Supremo Tribunal Federal, reafirmada na decisão agravada, circunscreve-se a a asseverar recepcionado, pela Carta de 1988, o art. 9º, § 2º, “a”, do DL 406/1968, sem, contudo, estabelecer interpretação sobre o seu alcance nem analisar sua subsistência frente à legislação que lhe sucedeu – em especial, a LC 116/2003 -, tarefas de competência do Superior Tribunal de Justiça.
2. No caso, o acórdão do Superior Tribunal de Justiça, objeto do recurso extraordinário, não destoou da jurisprudência desta Suprema Corte, porque, sem contrariar a premissa de que o art. 9º, § 2º, “a”, do DL 406/1968 foi recepcionado pela atual ordem constitucional, e considerada, ainda, a superveniência do art. 7º, § 2º, I, da LC 116/2003, restringiu-se a delimitar a interpretação dos referidos preceitos infraconstitucionais, para concluir pela ausência, na espécie, dos requisitos para a dedução, da base de cálculo do Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN), de materiais utilizados no fornecimento de concreto, por empreitada, para construção civil. (...)”.[footnoteRef:8] [8: STF - Plenário – AG.REG. no 603.497/MG –Relatora Min. Rosa Weber – Sessão virtual de 29/06/20 a 26/06/20.] 
Atualmente o Superior Tribunal de Justiça sustenta que apenas admite-se a dedutibilidade do material quando produzida pelo prestador de serviços fora do local da obra, como parte do julgado abaixo:
“(...) 3. A jurisprudência uniforme desta Corte é no sentido de que a base de cálculo do ISS é o custo integral do serviço, não sendo admitida a subtração dos valores correspondentes aos materiais utilizados e às subempreitadas. Precedentes.
4. A mudança de disposição, na lista do ISS, do serviço de execução de obras de construção civil – do item 19 para o 32, conforme a redação da LC 56/87 – é circunstância inteiramente desinfluente. Isso porque tanto ao tempo da vigência do DL 834/69 quanto da LC 56/87 a dedução dos materiais empregados, por prescrição dos itens 19 e 32, respectivamente, restringia-se ao fornecimento de mercadorias produzidas pelo prestador de serviços fora do local da prestação de serviço.(...)”.[footnoteRef:9] [9: STJ – Segunda Turma - Resp 779.515/MG – Relatora Ministra Eliana Calmon – Julgamento em 27/06/2006 – Pub. 03/08/2006.] 
Contudo, não compartilho do mesmo entendimento do Superior Tribunal de Justiça, pois considerar serviço a mercadoria necessária à feitura da obra conflita com o critério material do ISS. O serviço se restringe à atividade exercida pelo prestador, e não o material inerente e imprescindível à conclusão do trabalho.

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