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CURSO OAB
 
 
 
 
 
 
SEGUE A RELAÇÃO DAS MATÉRIAS DO CURSO OAB 
 
 
 
 
 
• DIREITO CONSTITUCIONAL 
• DIREITO ADMINISTRATIVO 
• LEI DE INTRODUÇÃO AO CÓDIGO CIVIL 
• DIREITO CIVIL – PARTE GERAL 
• DIREITO CIVIL – FAMÍLIA 
• DIREITO CIVIL – D. REAIS 
• DIREITO CIVIL – SUCESSÕES 
• DIREITO CIVIL – OBRIGAÇÕES 
• DIREITO CIVIL – CONTRATOS 
• DIREITO PROCESSUAL CIVIL 
• DIREITO COMERCIAL I 
• DIREITO COMERCIAL II 
• DIREITO PENAL GERAL 
• DIREITO PENAL – PARTE ESPECIAL 
• LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL 
• DIREITO PROCESSUAL PENAL 
• DIREITO DO TRABALHO 
• DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 
• DIREITO TRIBUTÁRIO 
• ÉTICA E DISCIPLINA 
• DIREITO DO CONSUMIDOR 
• DIREITO AMBIENTAL 
• ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE 
• DIREITO INTERNACIONAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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DIREITO CONSTITUCIONAL – HELIO NARVAEZ 
CONSTITUICÃO 
 
Conceito 
 
 É a lei fundamental de um Estado. Sistema de normas jurídicas escritas ou 
costumeiras que regulam a forma de Estado, Governo e estabelece ainda quais seus órgãos e limites de sua 
ação. 
 
Constituições no Brasil 
 
1) 1824 – Carta Imperial 
Características: Forma Monárquica de Governo, Estado Unitário, centralização político-
administrativa; 
Dividiu o território em províncias, cada qual com seu Presidente; adotou o catolicismo como 
religião oficial. O imperador concentrava os poderes executivo e moderador. 
 
2) 1891 – Constituição Republicana de 1891 
Características: Instituiu o Estado Federal. Delimitou competências entre a União e os 
Estados-membros. Ampliou os Direitos Humanos e pela primeira vez introduziu 
expressamente o habeas corpus; 
O Estado passou a ser laico, ou seja, não possuía religião oficial. 
 
3) Constituição de 1934 
Característica: Introduziu e criou no plano da Declaração de Direitos o mandado de 
segurança e Ação Popular. 
 
4) 1937 – “Constituição Polaca” 
Características: O Brasil passou a ser um Estado apenas formalmente Federal, despojando a 
autonomia das Unidades Federativas; 
Com o Estado Novo, Getúlio Vargas dissolveu a Câmara e o Senado, revogou a 
Constituição de 1934 e outorgou a Constituição de 1937. 
 
5) |Constituição de 1946 
Características: Houve a redemocratização do país. Terminada a guerra, o Brasil havia 
apoiado os aliados contra as ditaduras nazi-fascistas. Restaurou a autonomia das entidades 
federadas, reintroduziu os remédios de Mandado de segurança e Ação Popular. 
 
6) 1967 – Constituição Republicana de 1967 
 Formalmente foi discutida, votada e outorgada pelo Congresso Nacional, reunido 
extraordinariamente para esse fim. O Ato Institucional n. 4 convocou o Congresso Nacional 
para reunir-se extraordinariamente, o qual outorgou o projeto de constituição apresentado 
pelo chefe do Poder Executivo. 
Essa Carta Constitucional foi substituída pela outorgada por três ministros militares em 
17/10/1969. A E.C. n.1, teoricamente e tecnicamente não é uma emenda, mas uma nova 
constituição, no recesso forçado do Congresso Nacional. 
 
Características: Excesso de primazia ao poder executivo sobre os demais e centralização 
dos poderes da União. 
 
7) 1988 – Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 
Características: Direitos e garantias individuais; alargamento dos remédios constitucionais 
(Mandado de Injunção, Habeas Data, Mandado de Segurança coletivo); Estado Democrático 
de Direito, e núcleo intangível da Constituição). 
Obs: Constituição Estadual de São Paulo foi promulgada em 5/10/1989. 
 
Resumo: Constituições promulgadas: 1891, 1934,1946 e 1988; 
 
 Constituições outorgadas: 1824, 1937, 1967/69 (E.C. n.1 de 1969) 
 
Classificação da Constituições 
 
 Quanto ao conteúdo: A) MATERIAIS: A matéria contida na Constituição é de 
conteúdo constitucional, tipo de constituição sintética; 
 
 
 
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DIREITO CONSTITUCIONAL – HELIO NARVAEZ 
 B) FORMAIS: Em regra não tem conteúdo constitucional, 
mas é considerada como tal por sua inserção no texto, tipo de constituição analítica. 
 
 Quanto à forma: A) ESCRITAS: Codificadas em texto único; 
 B) NÄO ESCRITAS: Textos esparsos, jurisprudência e costumes. 
 
 Quanto à origem: A) POPULARES OU DEMOCRÁTICAS: Originada por meio de um 
órgão constituinte integrado por representante do povo (Assembléia Nacional); 
 B) OUTORGADAS: Imposta pelo Governante; 
 C) CESARISTA: Plebiscito popular após um projeto elaborado pelo 
governante. 
 
 Quanto ao modo de elaboração: A) DOGMÁTICAS: elaboradas por um órgão 
constituinte e sistematizada entre dogmas fundamentais 
 B) HISTÓRICAS OU COSTUMEIRAS: Resultado 
lento e paulatino de formação histórica. 
 
 Quanto à estabilidade: A) RÍGIDAS: alterações mediante processos repletos de 
formalidades especiais diversos da legislação ordinária e complementar; 
 B) SEMI-RÍGIDAS: exige processo solene para parte de 
seus dispositivos e alterações mais simples para outra parte, iguais às leis ordinárias e 
complementares; 
 C) FLEXÍVEIS: não há procedimento especial para 
modificação de seus dispositivos. 
 
 
O PODER CONSTITUINTE 
 
 Conceito 
 
É a manifestação soberana da suprema vontade política de um povo, social e juridicamente 
organizado. 
 
A noção de Poder Constituinte é contemporânea à noção de constituições escritas, estas por 
sua vez estão ligadas `a idéia de preservação de direitos individuais. 
O “abade Emmanuel Sieyès” foi o grande teorizador da doutrina do poder constituinte na 
obra: “Que é o terceiro Estado?”. Ele instituiu a teoria racional ideal: nobreza, clero, burguesia-
população. 
Esse poder antecede à Constituição, poder não compreendido entre os poderes constituídos. 
 
Titularidade 
 
Titular: Povo 
Exercente: É aquele que em nome do povo implanta o Estado edita a Constituição. 
 
Espécies 
 
A - ORIGINÁRIO: Visa criar o Estado. Surge novo Estado a cada Constituição, 
historicamente pode ser o mesmo, geograficamente também, não o é juridicamente. 
 
Características: É ilimitado, caracterizado pela doutrina como inicial, autônomo e 
incondicionado. 
A Assembléia nacional constituinte pode tudo, em tese, mas quando se reúne traz 
compromissos indeclináveis emanados de suas origens sociais, políticas e ideológicas. 
 
B – DERIVADO: Destina-se à reforma do texto constitucional. Diferentemente do poder 
originário, que é poder de fato, o poder de reforma constitucional é jurídico. 
O constituinte originário, ao criar sua obra, fixa possibilidade de sua reforma, já que as 
constituições se pretendem eternas, mas não imodificáveis. 
Características: derivado, subordinado e condicionado. 
O poder derivado possui duas subespécies: o poder decorrente e o reformador. 
 
 
 
 
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• Decorrente: É a possibilidade que os Estados-membros têm, em virtude de 
sua autonomia de se auto-organizarem, por meio de suas respectivas 
constituições estaduais, sempre respeitando as regras limitadoras da 
Constituição Federal. 
 
• Reformador: Consiste na possibilidade de alterar o texto constitucional, 
respeitando a regulamentação prevista na Constituição. 
 
Os limites da competência da reforma constitucional 
 
A competência reformadora se materializa por meio de um instrumento denominado Emenda 
Constitucional, art. 59, inciso I, da C.F. 
Há três formas de limitações condicionantes das reformas ao texto da lei maior. São: 
 
 1 – Procedimentais ou formais : Ligadas à proposta, quorum para aprovação e dois turnos 
em cada Casa. Caso o procedimento seja desobedecido a emenda será inconstitucional. 
 
 2 – Limitações materiais: Referem-se ao núcleo intangível da Constituição; são as chamadas 
cláusulas pétreas, art. 60, parágrafo 4, da C.F.; não podem ser objeto de emenda.3 – Circunstanciais: Proibição da criação de emenda na vigência do Estado de sítio, Estado 
de defesa e Intervenção federal (na Constituição Estadual só no Estado de defesa e sítio) art. 22, 
parágrafo 1, da C.E. justificativa: poderiam, por óbvio, ocorrer golpes nessas situações. 
 
 4 – Temporais: Só existiram na Constituição de 1824. 
 
Diferença entre competência reformadora via emenda e reforma via exceção 
 
A E.C. exige quorum qualificado de 3/5 dos votos de cada casa em dois turnos de discussão 
e votação na Câmara e no Senado. Respeita assim, o sistema bicameral. 
A revisão constitucional exige quorum menor, maioria absoluta dos membros do Congresso 
Nacional, em sessão Unicameral, deputados e senadores terão votos em mesmo valor. 
O voto do senador não será de maior peso que o voto do deputado, como ocorre no 
procedimento da emenda constitucional em face do sistema bicameral. 
 
Limites ao poder de revisão 
 
 Para Michel Temer são os mesmos impostos à emenda constitucional, ou seja, art. 60, 
parágrafo 4, da C.F. 
 
INTEGRAÇÃO DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS 
RECEPÇÃO, REPRISTINAÇÃO E DESCONSTITUCIONALIZAÇÃO 
 
A Constituição anterior é revogada pela nova. Não há necessidade, contudo, de nova 
produção legislativa, já que as normas infraconstitucional, se forem compatíveis com a nova 
Constituição serão por ela recebidas. Esse fenômeno chama-se recepção, destinado a dar 
continuidade às relações sociais. 
 
A legislação que perdeu eficácia em face de um texto constitucional não se restaura pelo 
surgimento de nova Constituição. Essa restauração de eficácia recebe o nome de repristinação. 
 
Inadmitida em nome do princípio da segurança jurídica e social. A menos que haja previsão 
expressa para tanto, lembra Celso Bastos e conforme o artigo 2, parágrafo 3, da LICC “”salvo 
disposição em contrário”, a lei revogada não se restaura por ter a lei revogadora perdido a vigência. 
 
Outro fenômeno é a desconstitucionalização: A nova ordem constitucional recepcionaria a 
antiga como lei ordinária. Essa tese não pode ser aceita, não há razão para esse rebaixamento. 
 
Há ainda; ab-rogação: conflito total entre normas. 
 
E a derrogação: conflito parcial entre normas. 
 
 
 
 
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PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS 
 
Há aqui uma subdivisão: 
 
1 - Relativos à existência, forma, estrutura e tipo de Estado, art. 1o, inciso I, da C.F. 
 
2 – Relativos à Forma de governo e à Organização dos poderes: República e Poderes são 
independentes e harmônicos entre si, conforme artigos 1o e 2o, da CF. 
 
3 – Relativos à Organização da sociedade: livre organização social, convivência, valorização 
do trabalho e livre iniciativa, art. 3o, da CF. 
 
Princípios 
 
São critérios genéricos e abstratos que irradiam-se por toda a CF e a unificam. São basilares 
à formação dos entes nacionais. Ex: legalidade, devido processo legal. 
 
Regras 
 
São comandos com conteúdo preciso e situação fática descrita, normas procedimentais, ou 
não, mas importantes para o texto constitucional, por exemplo, art. 5, inciso XI, da C.F. 
 
SISTEMA POLÍTICO 
 
Forma de Estado 
A) Estado Federal: Quando as capacidades política, legislativa e administrativa, são 
distribuídas constitucionalmente a entes regionais, que passam a gozar de autonomia 
própria; 
B) Estado Totalitário: “Centralizador” 
 
Forma de governo 
A) República: o poder é exercido pelo povo, por meio de mandatários eleitos 
temporariamente. 
Obs: Essa forma de governo não é mais protegida contra emenda constitucional, não é 
cláusula pétrea; 
B) Monarquia: exercida por quem detém o poder naturalmente, sem representar o povo, por 
meio de mandato. 
 
Regime de governo 
A) Presidencialista: Concentração das funções de chefe de Estado e chefe de governo 
nas mãos do Presidente; 
B) Parlamentarismo: O Presidente ou Monarca é o chefe de Estado, o primeiro Ministro é o 
chefe de Governo. Parte da atividade executiva é transferida para o poder legislativo. 
 
Regime político 
A) Democrático: Refere-se ao acesso do povo no processo de formação da vontade estatal. 
B) Totalitário, ditatorial ou autoritário: 
 
Obs: A democracia adotada no Brasil é semi-direta; é representativa com alguns institutos de 
participação direta, art. 1o, p. único. da CF. 
 
 
 INSTITUTOS DA PARTICIPAÇÃO DO POVO, art. 14, da CF e incisos. 
 
 Sufrágio universal: direito público, subjetivo de natureza política que tem o cidadão de eleger 
e ser eleito, participando da organização e da atividade do poder estatal. 
 O voto é o ato fundamental de seu exercício, sua materialização. 
 
1 – Plebiscito: Consulta popular que visa decidir previamente uma questão política ou institucional, 
antes de sua formação legislativa;. 
 
 
 
 
 
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2 – Referendo: Consulta popular na qual projetos de lei já aprovados pelo legislativo devem ser 
submetidos à vontade popular; OBS: compete ao Congresso Nacional autoriza-los, art. 49, inciso XV. 
 
3 – Iniciativa popular: Admissão do povo em apresentar projetos de lei ao legislativo subscrito por 
número razoável de eleitores, conforme art. 61, parágrafo 2, da CF. 
 Ex: 1% do eleitorado nacional distribuído em pelo menos cinco Estados, com não menos de 
3/10 em cada um deles (em cada um dos cinco estados, de cada mil eleitores, três tem que 
subscrever). 
 
ORGANIZAÇÃO DO ESTADO 
 
UNIÃO FEDERAL 
 
Entidade Federal formada pela reunião de Estados-membros e Distrito Federal, possuindo 
personalidade jurídica de Direito Público Interno. Formada pelos Estados Federados ou Estados-membros 
(que possuem poder constituinte decorrente) ou seja, é a capacidade para elaborar constituição desde que 
não conflite com a Constituição Federal, em respeito aos princípios federativo e da simetria. 
 
Organização Político-Administrativa da República Federativa do Brasil 
 
Compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, art. 18, da 
C.F. Não há território, pois eles integram à União. 
Aos municípios não é possível publicar constituição, somente Lei Orgânica. 
Para José Afonso da Silva, não são entidades federativas, mas divisões dos Estados-membros. 
Os municípios não possuem representação no Congresso Nacional. A Câmara representa o povo e o 
Senado representa os Estados e o DF. Também não são passíveis de sofrer intervenção federal, visto que a 
Federação é de Estados, não de Municípios. 
 
DISTRITO FEDERAL 
 
 Pessoa jurídica de direito público, entidade da Federação, dotada das competências 
constitucionais próprias dos Estados e dos Municípios – art. 32, parágrafo 1, da C.F. e art. 147, parte final. 
 Possui: - Lei Orgânica,; 
- Governador e Vice-governador; 
- Câmara Legislativa e Deputados Distritais; 
- Judiciário Organizado pela União; 
- Com a nova Constituição passou a ser entidade da federação; 
- Brasília, sede da capital federal. 
TERRITÓRIO 
 
 Autarquias territoriais dotadas apenas de autonomia administrativa. Não são parte integrante 
da Federação. São simples descentralizações administrativo territoriais. 
 
PODER E DIVISÃO DOS PODERES 
 
O poder é uno e atributo do Estado. É equivocada a expressão tripartição dos poderes. 
A distinção está presente entre os Órgãos que desempenham funções no Estado. Quem desenvolveu 
a sistematização final da repartição dessas funções foi o Barão de Montesquieu, na sua obra “O espírito das 
leis”. 
Ele não propôs certas atividades para o Estado, uma vez que as atividades já existiam. O valor de 
sua obra está na proposta de um sistema em que cada órgão desempenhasse função distinta, e ao mesmo 
tempo que a atividade de cada qual fosse uma forma de contenção da atividade de outro órgão do poder. 
Os órgãos são independentes e se inter-relacionam. É o chamado sistema de freios e contrapesos; 
presente no art. 2, da C.F. 
Antes de Montesquieu,Aristóteles, o primeiro idealizador, já distinguia três poderes, na verdade eram 
atividades do governo. Entre eles, John Locke se destacou, sua teoria classificou as funções estatais, mas 
com preponderância do legislativo sobre as demais. 
 
Funções típicas e atípicas de cada poder 
 
 Cada órgão exerce preponderantemente uma função e secundariamente outras duas. 
 
 
 
 
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Legislativo 
• Função típica: legislar 
• Função atípica: administrar – art. 51, IV; e julgar – art. 52, I, ambos da C.F. 
 
Executivo 
• Função típica: administrar 
• Função atípica: julga (administração e corregedorias); Também legisla 
(medidas provisórias – art. 62, da C.F. e leis delegadas – artigo 68, parágrafo 
2 , da C.F). 
Judiciário 
• Função típica: julga 
• Função atípica: legisla (a edição de regimentos internos, art. 96, I, a , da 
C.F.; e administra (organização de serviço auxiliar – art. 96, I, b, da C.F. 
 
O PODER LEGISLATIVO 
 
 A função legislativa é exercida pelo Congresso Nacional, este compõe-se da Câmara dos 
Deputados e do Senado Federal, art. 44, da C.F. O sistema denomina-se BICAMERAL; não há 
preponderância de uma casa sobre a outra. 
 
 O Senado representa os Estados e o Distrito Federal; a Câmara representa o povo, definido 
no art. 12, da C.F. 
 
Câmara dos Deputados 
 
Compõe-se de representantes do povo eleitos pelo sistema PROPORCIONAL, art. 45, da C.F. 
 
A representação será proporcional ao número de cadeiras do partido político de cada Estado, 
Distrito Federal e Território. 
 
 Será também proporcional à população de cada ente federativo, contudo é de se ressaltar que 
nenhum ente terá menos de 8 ou mais de 70 deputados, conforme art. 45, parágrafo 1, da C.F. 
Para candidatar-se é preciso ser brasileiro nato ou naturalizado (art.14, parágrafo 3, I , da C.F), 
exceto presidente da Câmara, que deve ser brasileiro nato, pois compõe a linha sucessória do Presidente da 
República; ser maior de 21 anos (art. 14, parágrafo 3, inciso VI, alínea c, da C.F.) e estar no exercício dos 
direitos políticos. 
O número de Deputados será definido por meio de LEI COMPLEMENTAR, art. 45, parágrafo 1, da C.F., 
meio pelo qual se percebe que o povo de alguns Estados muitos populosos poderá ter, proporcionalmente, 
representação menor do que a de Estados menos populosos. Por exemplo, São Paulo e Acre. 
Com relação aos territórios, importante consignar que poderão eleger quatro deputados, conforme 
art. 45, parágrafo 2, da C.F., portanto, não obedecem ao critério da proporcionalidade, no que pertine ao 
contingente populacional. 
 
Senado Federal 
 
 O art. 46, da C.F., diz que o Senado Federal é composto de representantes dos Estados e do 
Distrito Federal, eleitos segundo o sistema MAJORITÁRIO; no parágrafo 1 desse mesmo artigo há 
informação de que cada Estado e o Distrito Federal elegerão três Senadores, eleitos com mandatos de oito 
anos, ou duas legislaturas. 
A representação de cada Estado e do Distrito Federal será renovada de quatro em quatro anos, 
alternadamente por um e dois terços. A paritariedade da representação se assenta no princípio federativo, 
visando estabelecer equilíbrio das Unidades Federativas, por força da participação igualitária de todos os 
Estados nas decisões nacionais, sejam nas de competência privativa do Senado ou como componente do 
Congresso Nacional. 
Para candidatar-se a Senador é preciso ter nacionalidade brasileira (art. 14, parágrafo 3, inciso l, da 
C.F.); ser maior de 35 anos (art. 14, parágrafo 3, inciso VI, da C.F.); estar no exercício dos direitos políticos 
(art. 14, parágrafo 3, inciso II, da C.F.). Lembrando que o Presidente do Senado é o Presidente do Congresso 
Nacional. 
 
Cada Senador é eleito com dois suplentes, que o substituirão segundo a ordem em que forem 
inscritos, conforme art. 46, parágrafo 3, da C.F. 
 
 
 
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Importante ressaltar que uma legislatura equivale a quatro anos ou quatro sessões legislativas, e 
casa sessão possui dois períodos de reuniões no ano, de 02/02 a 17/07 e 01/08 a 22/12, conforme art. 57, da 
C.F., alterado pela E.C. número 50/06. 
 
As Mesas diretoras e as Comissões 
 
As mesas são órgão internos destinados a ordenar os trabalhos. Cada uma das Casas 
Legislativas é dirigida pelo Presidente respectivo e membros da mesa diretora. 
reuniões nas casas legislativas são organizadas pelas mesas diretoras. A Constituição denomina 
mesa o conjunto de parlamentares eleitos por seus pares para dirigir os trabalhos legislativos durante dois 
anos, vedada a recondução para o mesmo cargo na eleição imediatamente subseqüente, conforme art. 57, 
parágrafo 4 e 5, da C.F. 
 
 As mesas são: 
 
• Mesa a Câmara dos Deputados 
Composição: disposta em matéria regimental, mas a regra tem sido: 
Presidente, 2 vices, 4 secretários 4 suplentes de secretários; 
 
• Mesa do Senado 
Idem. 
 
 
Obs: Impõe-se atender na formação das mesa a representação 
PROPORCIONAL dos partidos políticos ou dos blocos parlamentares que 
participam da casa respectiva, art. 58, parágrafo 1, da C.F; 
 
• Mesa do Congresso Nacional 
Constitui-se de membros das mesa do Senado e da Câmara. É presidida 
pelo Presidente do Senado Federal e os demais cargos serão exercidos, 
alternadamente, pelos ocupantes dos cargos equivalentes na mesa da 
Câmara e do Senado. 
Sua função consiste em dirigir os trabalhos no Congresso quando suas 
Casas se reúnem em sessão conjunta além de designar uma Comissão de 5 
congressistas para acompanhar e fiscalizar a execução das medidas 
referentes ao Estado de Defesa e ao Estado de Sítio. 
Mandato de dois anos, vedada a recondução para mesmo cargo na eleição 
imediatamente subseqüente, art. 57, parágrafo 4, da C.F. 
Havia controvérsia, pois tratava-se de função administrativa exercida pelo 
legislador; para o Executivo não havia reeleição, com a E.C. 16/97 houve 
alteração, portanto deveria valer o mesmo para a formação das mesas. Mas 
o texto constitucional pacificou a matéria com a impossibilidade de 
recondução para o mesmo cargo. 
 
Atribuições 
 
Contempladas nos regimentos internos e no art. 57, parágrafo 5 e ss, da C.F., e.g.: convocar 
ministros para prestar informações. 
 
 
COMISSÕES 
 
 Podem ser do Congresso ou da Casas Legislativas; podem ser permanentes ou temporárias, 
assegurada a representação proporcional dos partidos e blocos parlamentares, art. 58, parágrafo 1, da C.F. 
As comissões são: 
 
1. Comissões permanentes: Subsistem através das legislaturas (4 anos), são 
organizadas em função da matéria, geralmente coincidente com o campo funcional dos 
Ministérios; 
2. Comissões temporárias ou especiais: Extinguem-se com a terminação da legislatura, 
quando constituídas apenas para opinar sobre determinada matéria, preenchendo os 
fins destinados. O campo é um fato determinado; há prazo certo; 
 
 
 
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3. Comissões mistas: Formadas por Deputados e Senadores a fim de estudar assuntos 
previamente fixados, os quais necessitam de decisão do Congresso Nacional, em 
sessão conjunta de suas Casas. Podem ser permanentes ou temporárias; 
4. Comissões Representativas: Instituídas no art. 58, parágrafo 4, da C.F, é uma 
novidade no texto constitucional. Tem força de representar o Congresso Nacional 
durante o recesso parlamentar. Registra-se a mudança, pois essa atribuição era das 
mesas; 
5. Comissões Parlamentares de Inquérito: Desempenham papel de suma importância na 
fiscalização e controle da Administração. Possuem poderes de investigação próprios 
das autoridades judiciais, além dos referidos em regimentos das respectivas Casas, 
por exemplo, reinscrever para perguntar. 
Não há limitação para sua criação. A Câmara dos Deputados e o Senado Federal, em 
conjunto, ou separadamente, poderãocriar tantas CPIs quanto acharem necessárias. 
Essa liberdade de criação depende de três requisitos: 
• requerimento de 1/3 dos membros da Casa ( ou ambas para Comissão em conjunto); 
• ter por objeto a investigação de fato determinado; 
• ter prazo certo de funcionamento. 
São requisitos cumulativos. 
As conclusões da C.P.I., quando for o caso, serão encaminhadas ao Ministério 
Público, para que promova a responsabilidade civil e criminal dos infratores. Nada 
impedem, porém, que a Comissão submeta suas conclusões ao plenário para 
providências necessárias, art. 58, parágrafo 3, da C.F. 
 
ESTATUTO DOS CONGRESSISTAS 
 
É o regime jurídico dos membros do Congresso Nacional, prevendo suas prerrogativas e direitos, 
seus deveres e incompatibilidades, art. 53 a 56, da C.F. 
PRERROGATIVAS são estabelecidas mais em função da instituição parlamentar visando sua 
independência institucional do que em face do congressista. 
 
Inviolabilidade 
 
Opiniões, palavras e votos. Ou seja, ligada à IMUNIDADE MATERIAL, a qual exclui o delito; é 
sinônimo de INVIOLABILIDADE, pois exclui o cometimento de crime por parte de Deputado ou Senador. 
Portanto, fato típico deixa de existir (deixa de ser crime) por força de norma constitucional. 
Diferentemente existe a IMUNIDADE FORMAL ou PROPRIAMENTE DITA que, ao contrário da 
inviolabilidade, não exclui o crime, tão-somente restringe o processo, ou a prisão, trata-se de prerrogativa 
processual, que está presente no art. 53 e parágrafos, da Magna Carta.. 
 
Relativo à prisão: art. 53, parágrafo 2, da C.F. 
 
Exceto nos casos de flagrante delito, por crime inafiançável, os congressistas não poderão ser 
presos desde a DIPLOMAÇÃO (expedição do diploma), até final de seu mandato. 
 
No caso de prisão por crime inafiançável, os autos serão remetidos dentro de 24 horas à Casa 
respectiva para que delibere por meio de voto da maioria de seus membros acerca dos rumos da prisão, art. 
53, parágrafo 2, da C.F. 
 
Processo 
 
Recebida a denúncia do parlamentar, por delito decorrido após a diplomação, o Supremo Tribunal 
Federal dará ciência à Casa respectiva, que por iniciativa de partido político nela representado e pelo voto da 
maioria de seus membros, poderá, até decisão final SUSTAR o andamento da ação. 
O pedido de sustação será apreciado na Casa respectiva no prazo improrrogável de 45 dias do 
recebimento pela Mesa diretora, art. 53, parágrafo 4, da C.F. 
Importante ressaltar que não há mais imunidade processual para parlamentar que cometer crimes 
antes da diplomação, mas desde a expedição do diploma, serão submetidos a julgamento perante o 
Supremo Tribunal Federal, art. 53, parágrafo 1, da C.F. 
Durante a sustação não correrá prazo prescricional do crime enquanto durar o mandato, art. 53, 
parágrafo 5, da C.F. 
 
 
 
 
 
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Direitos 
 
• Limitações ao dever de testemunhar: Em princípio, os parlamentares, como os 
cidadãos, têm o dever de testemunhar em juízo sobre os fatos que suponham se seu 
conhecimento e indispensáveis à instrução processual. De outro lado, o 
parlamentares não serão obrigados a testemunhar sobre informações prestadas em 
razão do exercício do mandato, nem sobre as pessoas que lhe confiaram, ou deles 
receberam informações; 
• Isenção do serviço militar: A incorporação às forças armadas, ainda que em tempo 
de guerra dependerá de prévia licença da Casa respectiva, mesmo sendo o 
parlamentar militar, art. 53, parágrafo 7, da C.F. Essa regra deixa o congressista 
imune a uma obrigação imposta a todos os brasileiros; as imunidades parlamentares 
subsistirão durante o Estado de sítio. 
 
Deveres 
 
• Incompatibilidade: São regras que impedem o parlamentar de exercer determinados 
cargos ou praticar alguns atos cumulativamente como seu mandato; são 
impedimentos ao exercício de seu mandato. 
 
Classificação da incompatibilidade: 
 
A – Funcional (art. 54, I, b, da C.F): Desde a diplomação não pode exercer ou aceitar 
cargo, função e empresas em pessoa jurídica de direito público e desde a posse 
ocupar cargo ou função que sejam demissíveis “ad nutum”, naquelas mesmas 
entidades mencionadas no supra citado, ressalvado o teor do art. 56, da C.F.; 
B – Negocial (art. 54, I , a, da C.F.): Firmar contrato com pessoa jurídica de direito 
público; 
C – Política (art. 54, II, d, da C.F): Proibição ao exercício e à titularidade de mais de 
um cargo ou mandato público eletivo. 
D – Profissionais (art. 54, II, a, da C.F): Desde a posse ser proprietário, controlador 
ou diretor de empresa que goza de favor decorrente de contrato com pessoa jurídica 
de direito público, ou ainda, patrocinar causa, congressista advogado, em que seja 
interessada qualquer entidade referida no artigo supra citado. 
Perda do mandato 
 
A perda de mandato dar-se-á por cassação ou extinção. 
A CASSAÇÃO é a decretação da perda do mandato tendo em vista o cometimento de falta 
funcional, definida em lei e punida como essa sanção. A cassação se dá por meio de decisão constitutiva. 
Ela se opera mediante decisão da casa respectiva através do voto secreto da maioria absoluta dos 
membros integrantes. Artigo 55, I, II e VI ,da CF 
EXTINÇÃO é o perecimento do mandato pela ocorrência de fato ou ato que torne 
automaticamente inexistente a investidura eletiva. Por exemplo, com a renúncia, morte, falta sucessiva, perda 
ou suspensão dos direitos políticos. A extinção se dá por meio de sentença declaratória. 
Nos casos de extinção há apenas o reconhecimento do ato ou fato que ensejou o evento, ou seja, o 
perecimento. O ato é feito de ofício ou por provocação de qualquer parlamentar pela mesa da casa 
respectiva. Art 55, III, IV e V, da CF. 
 
PROCESSO LEGISLATIVO 
 
São atos preordenados visando a criação de normas de direito; são os atos realizados pelos órgãos 
legislativos, visando a formação das leis constitucionais, complementares e ordinárias, resoluções e decretos 
legislativos. 
Lei é o ato normativo produzido pelo poder legislativo, segundo forma prescrita na legislação, 
gerando direitos e deveres em nível infra-constitucional. Sua nota básica é a generalidade de seu conteúdo. 
 
Fases do processo de criação da lei 
 
 A – INICIATIVA: É o ato que deflagra o processo de criação da lei, art. 61, da C.F. A iniciativa poder 
ser: ampla (art. 61, caput, CF); reservada (art. 61, parágrafo 1, da C.F.); ou popular (art. 61, 
parágrafo 2, da C.F.) 
 Regra: Se o projeto for de iniciativa do Presidente, Tribunais Federais e Deputados, será 
apresentado na Câmara dos Deputados, se oferecido no Senado, apresentado no Senado Federal; 
 
 
 
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CURSO OAB 
DIREITO CONSTITUCIONAL – HELIO NARVAEZ 
 B – DISCUSSÃO OU EMENDAS: São proposições acessórias que modificam o projeto original, é 
uma faculdade dos membros da Casas do Congresso Nacional. Apresentado o projeto à Casa 
legislativa competente inicia-se a discussão. Essa discussão opera-se tanto nas comissões 
permanentes, como posteriormente em plenário, art. 58, parágrafo 2, da C.F. As comissões 
examinarão quanto à constitucionalidade, aspecto formal e, em regra, quanto ao conteúdo. São as 
chamadas Comissão de Constituição e Justiça (C.C.J), e outras comissões especializadas na 
emissão de pareceres das Casas legislativas, Comissões Temáticas. 
 Discutido o projeto nas Comissões, ele será remetido ao plenário para final discussão e 
votação. Essa tramitação se opera tanto na Câmara dos Deputados, quanto no Senado Federal; se a 
segunda Casa, incumbida de apreciar o projeto (revisora) aprova-lo, ele será enviado para sanção e 
promulgação. 
 
No caso da Casa revisora emendar o projeto, deverá devolve-lo à Casa iniciadora para que aprecie 
a emenda, art. 65, parágrafo único, da C.F. 
Se houver rejeição, o projeto será ARQUIVADO. A Casa revisora possui certa preponderância 
sobre a iniciadora, no encaminhamento do processo legislativo, já que pode arquivaro projeto sem ouvir a 
iniciadora. A repropositura do projeto de lei arquivado ou não sancionado, art. 67, da C.F; 
 
 C – VOTAÇÃO: Discutido o projeto, só se instala a sessão deliberativa com a presença da maioria 
dos integrantes da Casa legislativa, art. 47, da CF. Essa maioria é absoluta; presente essa maioria 
(primeiro número inteiro subseqüente ao obtido na divisão), delibera-se. 
 
Em certos casos, a votação deve ser feita dentro do prazo fixado pelo presidente da república. É o 
chamado procedimento sumário, conforme art. 64 e parágrafos, da C.F. 
O parágrafo primeiro autoriza o Presidente a remeter projetos de lei solicitando a remeter projetos 
de lei solicitando sua apreciação em prazo exíguo (curto), até 45 dias em cada casa (art. 64, parágrafo 2, da 
C.F). No caso de não apreciação nesse prazo, importará a inclusão do projeto na ordem do dia, ou 
trancamento de pauta, suspendendo-se as deliberações dos demais assuntos até que se encerre a votação, 
exceto para deliberações como prazo determinado, como as MPs. 
prazo de 90 dias poderá ser alongado para 100 dias, isso se houver emendas no Senado, conforme 
art.64, parágrafo 3, da C.F. Não corre o prazo de 45 dias nos períodos de recesso e projetos de código; 
 
 D – SANÇÃO E VETO: Forma de um poder controlar o outro e impedir exageros em sua função 
precípua, sistemas de freios e contrapesos. O chefe do Poder Executivo participa do processo de 
elaboração da lei de três formas: 1) Iniciativa – momento em que ele impulsiona o procedimento 
elaborativo; 2) sanção – é a aquiescência do Presidente da República aos termos de um projeto de 
lei, quando a ordem normativa é inovadora. Há duas formas, a tácita(silenciar no prazo de 15 dias) e 
a expressa ( concordância no prazo de 15 dias); a sanção poder ser total ou parcial, conforme o 
Presidente concordar ou não com a totalidade do projeto (igual ao veto).3 )Veto - discordância com 
os termos de um projeto da lei. O veto poder ser jurídico ou formal e político ou material, diz respeito 
ao interesse público. 
Por isso, o veto deve ser sempre motivado, para que se reconheçam as razões das discordância, 
art. 66, parágrafo 1, da C.F; não existe veto tácito. O poder legislativo, a partir de então, apreciará o veto em 
sessão conjunta dentro de 30 dias de seu recebimento, podendo derruba-lo por meio da votação secreta da 
maioria absoluta dos deputados e senadores, art. 66, parágrafo 4, da C.F. 
 O veto sofre limites. Pode ser total ou parcial, abrangendo a totalidade do texto ou parte dele, sendo: 
artigo, parágrafo, inciso e alínea; é proibido o veto de palavra, art. 66, parágrafo 2, da C.F. 
 A idéia de veto encerra a idéia de exclusão, eliminação, nunca de adição ou acréscimos; é impossível 
o veto aditivo ou restabelecedor. O veto dever ser: expresso, motivado, total ou parcial, supressivo, superável 
ou relativo; 
 
E – PROMULGAÇÃO: É atestar que a ordem jurídica foi inovada. A promulgação atesta algo que já 
existe. Para José Afonso da Silva, só com a publicação. É, ainda, o ato pelo qual o Executivo 
autentica a lei, isto é, atesta sua existência ordenando-lhe a aplicação e conseqüente cumprimento. 
 Em regra, compete ao Presidente da República, todavia na hipótese de rejeição do veto, ou 
no caso de sanção tácita, caso o Presidente da República não promulgar a lei no prazo de 48 horas, 
a competência passa para o Presidente do Senado, se este não o fizer em igual prazo, caberá ao 
Vice-Presidente do Senado, art. 66, parágrafo 7, da C.F; 
 
F – PUBLICAÇÃO: Visa dar o conhecimento a todos que a ordem jurídica recebeu inovações. 
Impede a alegação de ignorância da lei. Busca marcar o momento em que o cumprimento da lei 
passa a ser exigido. 
 
 
 
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DIREITO CONSTITUCIONAL – HELIO NARVAEZ 
ESPÉCIES NORMATIVAS 
 
1 – EMENDAS CONSTITUCIONAIS: Alteração no texto da Lei Maior, art. 60, da C.F., Mas há 
limitações: a) formais – ligadas ao procedimento; b) materiais – são as cláusulas pétreas, art. 60, 
parágrafo 4, da C.F. e c) circunstanciais – art. 60, parágrafo 1, da C.F., proibição de emendas 
constitucionais durante a vigência de estado de sítio, estado de defesa e intervenção federal. As 
emendas serão promulgadas pelas mesas da Câmara e do Senado. Importante ressaltar que as 
propostas de emenda constitucional rejeitada ou prejudicada não poderão ser objeto de nova 
proposta na mesma sessão legislativa; 
 
2 – LEIS COMPLEMENTARES: Processo de criação igual ao da lei ordinária, mas com duas 
diferenças. A primeira é de âmbito material, é pré-determinada pelo constituinte; a segunda é quorum 
especial para sua aprovação, maioria absoluta, art. 69, da, C.F, assim, não há hierarquia entre elas, 
possuem apenas campo de atuação distinto; 
 
3 – LEIS ORDINÁRIAS: Quorum para aprovação é de maioria simples, art. 47, da C.F. Possuem 
campo material residual, ou seja, tudo que não for disposto por lei complementar, decreto legislativo, 
resoluções, será lei ordinária; 
 
4 – LEIS DELEGADAS : Art. 68 da C.F. Exceção ao princípio de indelegabilidade de função. São 
elaboradas pelo Presidente da República, após solicitar delegação ao Congresso Nacional; a 
delegação se faz por meio de resolução, conforme art. 68, parágrafo 2, da C.F. Não são objeto de 
delegação: art. 68, parágrafo primeiro, incisos I, II e III, da C.F. O limite à leis delegadas se faz por 
meio de decreto legislativo, de competência exclusiva do Congresso Nacional, art. 49, V, da C.F.; 
 
5 – MEDIDAS PROVISÓRIAS: Art. 62 da C.F Não é lei. É ato com força de lei. Não é lei porque não 
nasce do poder constitucional. Há dois requisitos: relevância e urgência. Se a M.P. for rejeitada, a 
mataria deverá ser regulamentada por meio de decreto legislativo. As medidas provisórias perderão a 
eficácia se não forem convertidas em lei no prazo de 60 dias a partir da publicação, prorrogável uma 
única vez por igual período, conforme art. 62, parágrafo 3 c/c 7, da C.F. As medidas provisórias 
exigem sanção e publicação, mas não exigem promulgação; 
 
6 – DECRETOS LEGISLATIVOS: Art. 49, da C.F. Tem como conteúdo matéria de competência 
exclusiva do Congresso Nacional. A discussão se passa no Congresso e a aprovação é por maioria 
simples. Não há sanção; a promulgação é feita pelo Presidente do Senado, que cuida de sua 
publicação; 
 
7 – RESOLUÇÃO: O constituinte não definiu os atos a serem veiculados por resoluções; a única 
menção está no art. 68, parágrafo 2, da C.F. (delegação ao Presidente). Em regra, as resoluções e 
seus motivos são veiculados pelo regimento das casas legislativas. A iniciativa cabe aos membros do 
Congresso Nacional, na forma estabelecida regimentalmente. A discussão ocorrerá na Casa que for 
expedi-la, a votação é por maioria simples; não há sanção, pois a matéria é do interesse do 
legislativo. A promulgação é feita pela mesa da Casa respectiva, e a publicação pela Casa que emitiu 
o ato. 
 
Quorum de votação 
 
Para aprovação de lei ordinária se exige maioria simples ou relativa (art. 47, da C.F). A própria 
Constituição impõe um quorum mínimo de presentes para propor a votação: maioria absoluta no caso do 
Senado, por exemplo, 41 membros, para instalar a sessão de votação, e para ser aprovada uma lei ordinária 
precisaria, nesse caso, de 21 votos. 
Maioria qualificada pode ser: absoluta (art. 69, da C.F. – Lei Complementar), qualificada de 3/5 (art. 
60, da C.F. – Emenda Constitucional) e qualificada de 2/3 (arts. 29 e 32, da C.F Lei Orgânica de Município 
Distrito Federal. 
Maioria absoluta: refere-se ao primeiro número inteiro subseqüente à divisão por dois do total de 
membros à casa legislativa. 
 
Competência das pessoas políticas para legislar 
 
Predomina o princípio da preponderância dos interesses. Para a União caberão questões de 
predominância do interesse geral, aos Estados de interesse regional e aos Municípios, interesse local. 
 
 
 
 
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CURSO OAB 
DIREITO CONSTITUCIONAL– HELIO NARVAEZ 
 A competência legislativa pode ser: 
 
• Exclusiva: apenas uma entidade tem o poder de legislar, sendo inadmissível 
qualquer tipo de delegação. Ex: art. 25, parágrafo 1, da C.F; 
• Privativa: cabe apenas a uma entidade o poder de legislar, mas é possível delegação 
da competência à outras entidades. Ex: art. 22, parágrafo único, da C.F.; 
• Concorrente: competência legislativa de mais de uma pessoa política para legislar a 
respeito da matéria. Ex. art. 24, inciso XVI, da C.F, só União, Estados e Distrito 
Federal cabe a organização, garantias, direitos e deveres da Polícia Civil; 
• Competência comum, paralela ou cumulativa: quando existir um campo de atuação 
comum às várias pessoas políticas, sem que o exercício por parte de uma venha a 
excluir a competência da outra, atuando, assim, todas em conjunto e em total 
igualdade. Ex: art. 23 e incisos, da C.F. – União, Estados, Distrito Federal e 
Municípios 
• Suplementar: Cabe uma das entidades estabelecer regras gerais e à outra a 
complementação dos comandos normativos. Ex: art. 24, parágrafo 2, da C.F., ou 
seja, União é geral e os Estados é suplementar. 
 
APLICABILIDADE DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS 
 
 
Além dos efeitos jurídicos, inovar a ordem jurídica, as normas constitucionais em relação à sua 
aplicabilidade podem ser assim classificadas: 
 
A) EFICÁCIA PLENA: Possuem aplicabilidade imediata, direta, integral; não dependem da edição 
de qualquer espécie normativa para ter total aplicabilidade. Ex: direitos e garantias individuais, 
art. 5, parágrafo primeiro, da C.F.; 
B) EFICÁCIA CONTIDA, RESTRINGÍVEL ou REDUTÍVEL: Possuem aplicabilidade plena ou 
integral, mas podem ter reduzido o seu alcance pela atividade do legislador infra-constitucional. 
Ex.: art. 5, inciso XIII, da C.F. 
C) EFICÁCIA LIMITADA: Não possuem aplicabilidade imediata, são indireta, mediata e reduzido 
alcance; dependem da edição de uma normatividade futura em que o legislador ordinário, ao 
elaborar uma lei implicará na capacidade de sua execução, regulamentando os interesses 
tutelados. Há aqui uma subdivisão: 
C1 – normas de caráter institutivo, as quais dependem da lei para dar formato para as 
instituições e aos órgãos previstos na Constituição, por exemplo, art.18, parágrafo 3, da C.F.; C2 
– normas de princípios programáticos, as quais estabelecem programas a serem desenvolvidos 
mediante legislação que irá interagir com a vontade do constituinte, art. 205 e 206, da C.F. 
 
DO TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 
 
Realizará em auxílio ao Congresso Nacional a fiscalização contábil, financeira, operacional e 
patrimonial da União e entidades da Administração direta e indireta. 
Compõe-se de 9 ministros, com sede no Distrito Federal e jurisdição em todo território nacional. 
Seus membros são brasileiros, com mais de 35 e menos de 65 anos, idoneidade moral, reputação ilibada, 
notório conhecimento jurídico, contábil, econômico, financeiro ou de administração pública e ainda mais de 
dez anos de exercício da função ou efetiva atividade profissional. 
Os ministros são escolhidos da seguinte forma: um terço pelo Presidente da República, após 
aprovação prévia do Senado e dois terços pelo Congresso Nacional. 
Insta ressaltar que os ministros terão as mesmas garantias dos ministros do Superior Tribunal de Justiça 
e somente poderão se aposentar com as vantagens do cargo após cumpridas as regras do art. 40, da C.F. 
 
PODER EXECUTIVO 
 
O Poder Executivo é exercido pelo Presidente da República auxiliado pelos Ministros de Estado. 
Esse poder monocrático possui características marcantes do sistema presidencialista, no qual uma só 
pessoa acumula função de Chefe de Estado e de Governo, independentemente da vontade do Congresso 
Nacional para ser investido ou permanecer no cargo. 
Como Chefe de Estado, representa o país nas relações internacionais, conforme art. 84, VII, VIII e 
XIX, da C.F. E como Chefe de Governo representa o Estado nos seus negócios internos, tanto os de ordem 
política, por exemplo participação no processo legislativo (medidas provisórias, leis delegadas, sanções ou 
vetos), como nos atos de natureza eminentemente administrativa. 
 
 
 
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CURSO OAB 
DIREITO CONSTITUCIONAL – HELIO NARVAEZ 
O Presidente serve-se de DECRETOS para manifestar-se, exercendo, assim, suas principais 
funções jurídicas, conforme prescreve o art. 84, lV, da C.F. Expedir decretos e regulamentos para fiel 
execução das leis (os regulamentos são veiculadas por decretos, por exemplo, porte de arma). 
O conteúdo do regulamento, todavia, é predeterminado pela lei, não pode ultrapassar os limites 
legais, sob pena de inconstitucionalidade MEDIATA e ilegalidade IMEDIATA. 
Ao regulamentar a lei, busca-se apenas dar-lhe aplicação, não interpretação; o regulamento, como 
a lei, é norma abstrata e geral, mas dela difere por não importar modificação na ordem jurídica. 
O decreto regulamentar só obriga aos agentes públicos, não obriga aos administrados porque não é 
lei, contudo ficam submetidos às formalidades estabelecidas no regulamento. 
O Presidente da República não pode delegar a atribuição regulamentar, compete-lhe, 
privativamente o rol de atribuição arroladas no art. 84, da C.F. O parágrafo único desse artigo, autoriza a 
delegação das atribuições mencionadas nos incisos VI, XII e XXV, primeira parte. 
A ministros de Estados ou outras autoridades que são o Procurador Geral da Republica e o 
Advogado Geral da União. Não há delegação das competências do inciso IV, daí decorre a privatividade. 
 
Formas de regulamento 
 
 Há três formas: 
 
• Execução: Previsto no art. 84, lV, da C.F, destinam-se a dar fiel cumprimento às leis; 
• Autônomo: independem de lei, só dependem de texto constitucional exclusivamente. A 
Constituição Federal não escolhe esse tipo de regulamento, pois fere o princípio da 
legalidade, art. 5, ll, da C.F. A lei é fonte primária, regulamento é secundária, assim sem lei 
não há espaço para o regulamento; 
• Delegados: Também não são admitidos em face da vedação constitucional da 
indelegabilidade de atribuições. 
 
Obs.: O Congresso Nacional pode sustar os atos normativos do poder executivo que exorbitem do 
poder regulamentar ou dos limites da delegação legislativa (art. 49, V, da C.F), por meio de decreto 
legislativo. É claro que haverá exame do Poder Judiciário em atenção ao princípio da 
indeclinabilidade de jurisdição, art. 5, XXXV, da C.F. A exceção a esse princípio gera a lei delegada, 
não o regulamento delegado. 
 
Eleição 
 
Do Presidente da República e Vice será direta por sufrágio universal e secreto. É eleito o candidato 
que obtiver maioria absoluta de votos, não computados os brancos e os nulos, conforme art. 77, parágrafo 2, 
da C.F 
Caso, na primeira votação nenhum candidato obtiver maioria absoluta, será realizada nova eleição, 
concorrendo agora apenas os dois mais votados. Desses dois será eleito o que obtiver maioria simples. 
O Presidente elege-se juntamente com o Vice para um mandato de quatro anos, podendo ser 
reeleitos para um único mandato subseqüente. Os candidatos devem ser brasileiros natos, mais de 35 anos e 
estar no exercício dos direitos políticos. 
O Vice-presidente auxilia o Presidente no desempenho de suas funções e ainda compete-lhe 
substituí-lo no caso de impedimento e sucede-lo no caso de vacância ou vaga, art. 79, da C.F. O 
impedimento ocorre no caso de licença, doença e férias. 
A vaga ocorre com qualquer motivo ensejador da saída do cargo. No caso de impedimento ou vaga 
do Presidente e se Vice, serão chamados sucessivamente ao exercício do Presidente o Presidente da 
Câmara dos Deputados, o Presidente do Senado e o Presidente do Supremo Tribunal Federal. 
Segundo o art. 81, da C.F., será convocada eleição direita para 90 dias depois de aberta a última 
vaga, caso esse fato se der antes de iniciar os dois últimos anos de mandato presidencial, porque se a última 
vaga se der nos dois últimos anos de mandato, a eleição seráfeita 30 dias depois pelo Congresso Nacional, 
na forma da lei. Caso ocorra esse fato e não haja ainda lei, deve-se fazer a eleição com base em regras 
regimentais. 
Em suma, a vacância nos dois primeiros anos será eleição popular direta; se ocorrer nos dois anos 
finais, será eleição indireta pelo Congresso Nacional. Em qualquer caso os eleitos simplesmente 
complementarão os períodos de seus antecessores, é forma de mandato “tampão”, art. 81, parágrafo 2, da 
C.F. 
Essa regra é justificável em ambos os casos com base na fixação do mandato para 4 anos e 
também pelo princípio da coincidência dos mandatos federais e estaduais. 
 
 
 
 
 
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CURSO OAB 
DIREITO CONSTITUCIONAL – HELIO NARVAEZ 
Perda do mandato do Presidente e do Vice 
 
 Ocorre nos seguintes casos: 
 
 1 – CASSAÇÃO: Em virtude de decisão do Senado nos processos de crime de 
responsabilidade, ou de decisão judicial, como pena acessória aplicada em processo comum, com 
julgamento pelo Supremo Tribunal Federal; 
 
 2 – EXTINÇÃO: No caso de morte, renúncia, perda, suspensão dos direitos políticos e perda 
da nacionalidade; 
 
 3 – DECLARAÇÃO DE VACÂNCIA DO CARGO PELO CONGRESSO NACIONAL: Quando 
não comparecerem para tomar posse dentro de dez dias da data fixada para a posse (primeiro de 
janeiro), exceto se o motivo de não comparecimento for de força maior. O não comparecimento no 
prazo indicado acima vale como renúncia, art. 78, parágrafo único, da C.F. 
 
 4 – AUSÊNCIA DO PAÍS POR MAIS DE 15 DIAS, SEM LICENÇA DO CONGRESSO 
NACIONAL: Sob pena da perda do cargo pelo próprio Congresso visto que equivale a uma renúncia. 
 
Responsabilidade do Presidente da República 
 
No sistema presidencialista o próprio Presidente é o responsável por seus atos e por sua 
probidade administrativa, ficando sujeito a sanções e perda do cargo por infrações definidas como crime de 
responsabilidade, apuradas em processo político-administrativo realizado pelas Casas do Congresso. 
O processo nesses casos é bipartido. Há duas fases: 1) A acusação poderá ser proposta ou 
articulada por qualquer brasileiro perante a Câmara dos Deputados. Essa Casa pode ou não conhecer da 
denúncia (reclamação), não a conhecendo, a reclamação será arquivada, caso contrário, se for conhecida 
será levada ao plenário. 
Se for declarada procedente pelo voto de dois terços de seus membros, autorizará a instauração de 
processo, arts. 51, I, e 86, todos da C.F. Se a votação for inferior a dois terços, será declarada improcedente. 
 
 2) No caso de procedência, a matéria será passada ao Senado Federal, se for crime de 
responsabilidade, ou ao S.T.F, se crime comum. O Senado se transformará em tribunal de juízo 
político, sob a direção do Presidente do Supremo Tribunal Federal. 
 
Isso se justifica pelo sistema de freios e contrapesos e porque, por ser o Senado um órgão político, 
há necessidade de um juiz, pois o julgamento deve ter a formalidade jurídica, ou seja, técnica. 
Assim, o resultado do processo poderá ser absolutório, se houver o arquivamento, ou 
condenatório, com o voto de dois terços dos Senadores, limitando-se a decisão à perda do cargo com 
inabilitação por oito anos do exercício na função pública, ainda com as demais sanções judiciais cabíveis; art. 
52, parágrafo único, da C.F. É isso que caracteriza o impeachment. 
 
Cláusula de irresponsabilidade penal relativa – art. 86, parágrafo 4, da C.F. 
 
O Presidente da República não pode ser responsabilizado por atos estranhos ao exercício de suas 
funções. 
Com base no art 86, parágrafo 3, da C.F., o Presidente da República não poderá ser preso nas 
infrações penais comum, exceto sentença penal condenatória emitida pelo órgão competente. 
Art. 86, parágrafo 4, da C.F. diz respeito a cláusula de irresponsabilidade penal relativa, segundo 
ela o Presidente da República, na vigência de seu mandato, não poderá ser responsabilizado por atos 
estranhos ao exercício de suas funções. Encerrado o mandato, a responsabilização irá ocorrer caso não 
tenha havido a prescrição, pois se trata de uma causa de suspensão da prescrição, não de sua interrupção. 
 
DOS MINISTROS DE ESTADO – art. 87, da C.F. 
 
São escolhidos dentre brasileiros, maiores de 21 anos e no exercício dos direitos políticos. 
Compete-lhes exercer a coordenação, orientação e supervisão dos órgãos e entidades e Administração na 
área de sua competência. 
Também devem apresentar ao Presidente da República relatório anual de sua gestão no Ministério, 
conforme art. 87, inciso III, da C.F. 
 
 
 
 
 
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CURSO OAB 
DIREITO CONSTITUCIONAL – HELIO NARVAEZ 
CONSELHO DA REPÚBLICA – art. 89, da C.F. 
 
É órgão superior de consulta do Presidente da República; dele participam: 
• Vice-Presidente da República; 
• Presidente da Câmara dos Deputados; 
• Presidente do Senado Federal; 
• Líderes da maioria e minoria da Câmara; 
• Lideres da maioria e minoria do Senado; 
• Ministro da Justiça; 
• Seis cidadão brasileiros natos, maiores de 35 anos, sendo dois nomeados pelo Presidente da 
República, dois pelo Senado e dois pela Câmara, com um mandato de três anos, vedada a 
recondução. 
 
É de competência do Conselho da República pronunciar-se sobre a intervenção federal, estado de 
defesa e estado de sítio, bem com questões relevantes para estabilidade das instituições democráticas (art. 
90, da C.F.). 
 
CONSELHO DE DEFESA NACIONAL – art. 91, da C.F. 
 
 É órgão de consulta do Presidente da República nos assuntos relacionados com a soberania 
nacional e a defesa do Estado democrático, tendo como membros natos: 
• Vice-presidente da República; 
• Presidente da Câmara dos Deputados; 
• Presidente do Senado Federal; 
• Ministro da Justiça; 
• Ministro da Defesa; 
• Ministro das relações exteriores; 
• Ministro do planejamento; 
• Comandantes da Marinha, Exército e Aeronáutica. 
 
Sua competência é de opinar na declaração de guerra, celebração da paz e decretação do estado 
de defesa, sítio e intervenção federal; bem como propor critérios e condições da utilização de áreas 
indispensáveis à segurança do território e estudar o desenvolvimento de iniciativas necessárias a garantir a 
independência nacional e a defesa do Estado democrático. 
 
CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE 
 
É um mecanismo de garantia da supremacia da norma constitucional. Significa verificar a 
adequação (compatibilidade) de uma lei ou de um ato normativo com a Constituição, verificando seus 
requisitos formais e materiais. 
 
Pressupostos 
 
 A – Requisitos formais: ligados ao processo legislativo, ou seja, ferimento ou agressão às regras do 
processo legislativo, o qual engloba duas situações: 
 
 l) análise ao requisito formal SUBJETIVO, é a iniciativa do processo legislativo, por exemplo, 
a medida provisória editada por Ministro de Estado; 
 
 II) análise aos requisitos formais OBJETIVOS, são aquele ligados às demais fases do 
processo legislativo, excluída a iniciativa. 
 
 B – Requisitos materiais: o objeto da lei ou ato normativo sempre deve ser compatível com a 
constituição. 
 
Espécies 
 
 A – CONTROLE PREVENTIVO: é aquele realizado ANTES de a lei ingressar no ordenamento 
jurídico. É realizado no Congresso Nacional dentro do processo legislativo. Pode ser realizado de 
duas formas: 
 
 
 
 
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CURSO OAB 
DIREITO CONSTITUCIONAL – HELIO NARVAEZ 
 A1) feito no legislativo nas duas casas, pelas Comissões de Constituição e Justiça (C.C.J.), 
art. 58, da C.F.; 
 A2) feito pelo Presidente da República, por meio do veto jurídico; o Presidente discorda 
constitucionalmente da matéria. 
 
 Obs: Excepcionalmente por meio de mandado de segurança apresentado por parlamentar quando o 
procedimento legal for violado. 
 
 B – CONTROLE REPRESSIVO: é aquele que retira a lei do ordenamento DEPOIS que ela já 
ingressou, já produziu efeitos, mas precisa ser retirada. Em regra é exercido pelo Poder Judiciário.Comporta, porém, duas exceções: 
 
 B1) Art. 62, da C.F – Medidas provisórias. Controle repressivo realizado pelo Poder 
Legislativo com a rejeição da medida provisória pelo Congresso Nacional em virtude de sua 
inconstitucionalidade; 
 
 B2) Art. 68 c/c 49, V, da C.F.: Leis delegadas. Controle repressivo de constitucionalidade 
realizado pelo Congresso, quando o Presidente extrapola os limites da delegação legislativa, através 
de decreto legislativo. 
 
Critérios e modos de exercício do controle repressivo jurisdicional 
 
• DIFUSO OU EXCEÇÃO 
 
É reconhecido o controle a todos os membros do Poder Judiciário, no qual qualquer pessoa que 
tenha legítimo interesse pode alega-lo. Um juiz singular pode exerce-lo, porém uma câmara ou turma de 
Tribunal não pode, art. 97, da C.F., é a chamada cláusula de reserva de plenário. 
É exercitável nos casos concretos, não se trata de declaração de inconstitucionalidade de lei em 
tese, mas sim de uma solução necessária para o caso concreto. 
A decisão opera efeitos somente ENTRE AS PARTES, não chegando a atingir a esfera de 
terceiros. Opera também eficácia retroativa ou EX TUNC. 
Caso a decisão seja enviada ao Supremo Tribunal Federal, a Corte Suprema remeter a declaração 
de inconstitucionalidade do caso concreto ao Senado Federal, para que este suspenda, por meio de 
RESOLUÇÃO, a execução da lei, com base no art. 52, X, da C.F., aí sim irá gerar efeitos para todos, mas 
serão EX NUNC, ou seja, a partir da publicação da resolução. 
O S.T.F. não pode obrigar o Senado a legislar sob pena de ferir a independência dos poderes. 
 
 Obs. 1 – O art. 52, X, da C.F. não se aplica ao controle concentrado; 
 Obs. 2 – O Senado será oficiado também no caso de lei inconstitucional Estadual, Municipal ou 
Distrital; para suspender a execução do ato. Não será chamado o legislativo local, mas sempre será 
o Senado. 
 
 
• CONCENTRADO OU VIA DE AÇÃO 
 
Só é exercido através de ação direta de inconstitucionalidade pelo S.T.F. Há cinco modalidades: 
 
1 – ADIN – Ação direta de inconstitucionalidade, art. 102, l, a, da C.F e Lei 9868/99; 
2 – ADI Interventiva, art. 34, 35 e 36, III, da C.F.; 
3 – ADI por omissão, art. 103, parágrafo 2, da C.F.; 
4 – Ação declaratória de constitucionalidade, art. 102, l, a, da C.F. e Lei 9868/99; 
5 – Argüição de descumprimento de preceito fundamental, Lei 9882/99. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
17
CURSO OAB 
DIREITO CONSTITUCIONAL – HELIO NARVAEZ 
Resumo dos efeitos do controle de constitucionalidade 
 
 
 “EX TUNC” 
DIFUSO 
 
 “INTER PARTES” 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 “EX TUNC” 
CONCENTRADO 
 
 “ERGA OMNES” 
 
Obs: A declaração de inconstitucionalidade tem sempre efeitos retroativos, a resolução do Senado é que não 
retroage. 
 
ADIN – AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE GENÉRICA 
 
 De competência do S.T.F, destinada a obter a decretação de inconstitucionalidade em tese de lei ou 
ato normativo federal ou estadual; não tem outro objetivo senão o de retirar da ordem jurídica a norma que 
esteja em atrito com a Constituição Federal. Visa exclusivamente a defesa do princípio da supremacia 
constitucional. 
 O Advogado Geral da União será chamado para defender o ato; o Procurador Geral da República 
participa de todas as ações no S.T.F. 
 Seus efeitos são “ex tunc” e “erga omnes”. É possível também, em face de lei Municipal ou Estadual, 
em atrito com a Constituição Estadual, a competência será do Tribunal de Justiça, artigo 125, 2o, da CF. 
 Importante lembrar que o art. 52, X, da C.F não se aplica na ADIN, só na via de exceção. 
 
 A legitimidade para a propositura dessa ação consta no rol taxativo do art. 103, incisos I usque IX, da 
C.F., são: 
• Presidente da República; 
• Mesa do Senado Federal; 
• Mesa da Câmara dos Deputados; 
• Mesa da Assembléia Legislativa ou Câmara Legislativa do Distrito Federal; 
• Governador do Estado ou do D.F.; 
• Procurador Geral da República; 
• Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; 
• Confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional 
• Partido Político com representação no Congresso nacional 
. 
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE INTERVENTIVA 
 
 Pode ser federal e proposta no Supremo Tribunal Federal ou estadual e proposta no Tribunal de 
Justiça. Visa não apenas obter a declaração de inconstitucionalidade, mas também restabelecer a ordem 
constitucional no Estado ou no Município, mediante intervenção. 
 O efeito da intervenção é CONSTITUTIVO, não meramente declaratório, perfazendo ainda coisa 
julgada material “erga omnes”. O requisitos estão nos incisos I usque VII, (princípios constitucionais 
sensíveis) do art. 34 e incisos I usque IV, do art. 35 (rol taxativo), ambos da C.F.. 
 Os princípios constitucionais sensíveis são: forma republicana (sistema representativo ou regime 
democrático), direitos da pessoa humana, autonomia municipal, prestação de contas da Administração direta 
e indireta e aplicação do mínimo de impostos estaduais em ensino e saúde. Esses princípios sensíveis eram 
quatro até 1996, com a emenda 14/97 passam a ser cinco. 
‘ex nunc” 
 
 
erga omnes 
 
 
 
18
CURSO OAB 
DIREITO CONSTITUCIONAL – HELIO NARVAEZ 
 Diferentemente são as cláusulas pétreas, que não são objeto de intervenção e, portanto não devem 
ser confundidas com as elencadas nos parágrafo anterior. Contra elas não haverá proposta de deliberação 
de emenda tendente a abolir a forma federativa de Estado, a separação de poderes, voto secreto, direto, 
universal e periódico e por último direitos e garantias individuais. 
 Nos sete casos do art. 34, da C.F., só o Presidente da República pode decretar a intervenção, 
conforme art. 84, inciso X, da C.F. Os princípios constitucionais sensíveis são aqueles que se forem 
desrespeitados acarretam a sanção politicamente mais grave existente, qual seja, a intervenção na 
autonomia dos Estados e do Distrito Federal. 
 A legitimidade ativa é do Procurador Geral da República, exclusivamente, só ele pode promover a 
ação interventiva no S.T.F. Ouve-se o Advogado Geral da União para a defesa da lei ou ato normativo 
estadual ou distrital. 
 O S.T.F., caso a ação seja julgada procedente, declarará a inconstitucionalidade da lei ou ato 
normativo estadual ou distrital em seguida requisitará ao Presidente a intervenção. Esse ato é vinculado, o 
Presidente está obrigado a decretar a intervenção. 
 O decreto interventivo tem duas finalidades. A primeira é jurídica, ou seja, sustar o ato normativo que 
ensejou a intervenção; a segunda é política, pois caso a medida jurídica não resolva, medidas efetivas serão 
tomadas, por exemplo, invasão do exército. 
 
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE POR OMISSÃO 
 
 Surgiu com a Constituição Federal de 1988. O objetivo é, segundo Alexandre de Moraes, combater a 
síndrome de inefitividade das normas constitucionais. 
 Normas constitucionais de eficácia plena têm eficácia imediata a partir da promulgação da C.F., e as 
norma constitucionais de eficácia contida, apesar de possuírem eficácia imediata com a publicação da C.F., 
ela pode ter seu âmbito de atuação restringido por legislação infra-constitucional. Portanto, o objeto dessa 
ação são as normas constitucionais de eficácia limitada, aquelas que são destinadas em normas de caráter 
institutivo e de princípio programático. 
 Seus requisitos são falta de norma regulamentadora da C.F., não precisa ser um caso concreto 
porque é controle em tese. A inconstitucionalidade é da conduta do poder público, de sua omissão. Órgão 
competente é o S.T.F. e a legitimidade é a do rol do art. 103, I usque IX, da C.F. 
 
Tudo quefoi analisado na ADIN genérica, vale para a ADIN por omissão. 
 
 O sujeito passivo é o poder público responsável pela edição da norma faltante (legislativo/ executivo); 
seus efeitos são “erga omnes” e “ex tunc”. O Advogado Geral da União não será chamado ou citado porque 
não há ato impugnado a ser defendido. O Procurador Geral da República será ouvido em todos os processos 
no STF. 
 Só o plenário do STF pode decidir a inconstitucionalidade por omissão, dos 11 Ministros, 6 são 
necessários para decidir. O quorum para instalação será de 8. Declarada a inconstitucionalidade por 
omissão, o STF cientificará o órgão do poder público omisso para realizar o ato (ação mandamental). 
 Se o poder público for a Administração haverá 30 dias para a edição da norma; se for o Legislativo, 
não há prazo para a edição da norma. O Judiciário não poderá substituir ao Poder Legislativo faltante, sob 
pena de ferir o princípio da separação do poderes, conforme art. 2, da C.F. 
 Difere do mandado de injunção, art. 5, LXXI, da CF, pois aqui sempre há um caso CONCRETO a ser 
solucionado, o autor quer exercer seu direito concretamente. Nesse os requisitos são falta de norma 
regulamentadora e em virtude da omissão ocorre a inviabilização dos direitos e liberdades constitucionais e 
das prerrogativas inerentes à nacionalidade, soberania e cidadania. 
A legitimidade ativa é de qualquer pessoa que estiver inviabilizada de exercer seus direitos; é 
necessário capacidade postulatória, ou seja, é preciso advogado. Sua natureza jurídica é ação constitucional 
de caráter civil. O sujeito passivo, só a pessoa política ou estatal que tiver competência para regulamentar a 
C.F. O STF não tem admitido litisconsórcio passivo ou ativo no mandado de injunção, mas os sindicatos e 
entidades de classe têm conquistado admissão. 
 
AÇÃO DECLARATÓRIA DE CONSTITUCIONALIDADE 
 
 Criada pela E.C. 03/93, que alterou o art. 102, inciso l, alínea ‘a”, da C.F. 
 Todo ato normativo, ou lei, possui presunção relativa de constitucionalidade. 
 O efeito dessa ação é a transformação dessa presunção relativa em absoluta quanto à sua 
constitucionalidade. Requisito indispensável é a existência de controvérsia jurisprudencial sobre a 
constitucionalidade da lei ou ato normativo. Só quem julga é o STF 
 O objeto é lei ou ato normativo Federal. E tem como legitimados o rol do art. 103, da C.F. Seus 
efeitos são “erga omnes” e “ex tunc”. Sua característica é o efeito vinculante aos órgãos do Poder Judiciário e 
da Administração, em todas as esferas. 
 
 
 
19
CURSO OAB 
DIREITO CONSTITUCIONAL – HELIO NARVAEZ 
 O Advogado Geral da União não intervirá nessa ação, pois o processo visa declarar a 
constitucionalidade, não o contrário, com efeito, o objeto dessa ação é exatamente o seu papel, que é a 
defesa do ato impugnado. O Procurador Geral da República irá participar sempre. 
 
ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL 
 
 Previsão constitucional para que o STF aprecie ato que atente contra preceito fundamental da 
Constituição. Não há enumeração acerca do que venha a ser considerado como preceito fundamental, diante 
dessa omissão legal caberá ao STF aludida identificação. 
 A A.D.P.F possui natureza supletiva, pois não será admitida quando houver outro meio eficaz de 
sanar a lesividade. A competência é do STF . O rol de legitimados está elencado no art. 103, incisos I usque 
IX, do STF. 
 Seus efeitos são “erga omnes”e “ex tunc/ ex nunc”, artigo 11 da Lei n 9882/99, faz a previsão dessa 
dupla eficácia por razões de segurança jurídica, todavia a regra é eficácia ex tunc. Agora é possível por meio 
de argüição de descumprimento discutir diretamente a constitucionalidade de norma municipal perante o 
STF. Desde que o preceito seja entendido como fundamental. Antes dessa edição, só por via difusa. 
 A decisão que julgar o pedido na ADPF é IRRECORRÍVEL, não podendo ser objeto de ação 
rescisória. 
 
O PODER JUDICIÁRIO 
 
 É o poder que declara a lei em vigor nos casos concretos, por meio de direitos estabelecidos na 
Constituição, além da defesa dos princípios e das normas constitucionais. O Poder Judiciário deve exercer 
sua atividade precípua de forma independente e imparcial, com intuito de solucionar conflitos de interesses e 
resguardar a aplicação da lei . 
 
 Garantias do magistrados: 
 
 a) vitaliciedade: após, 02 anos de exercício. Nota, nos tribunais a vitaliciedade é imediata. 
 
Para perder o cargo: deliberação do tribunal a que estiver vinculado, e decisão com trânsito em julgado. 
 
 É possível o impeachment de membros do Poder Judiciário. O julgamento será pelo Senado, dos 
ministros do STF e membros do CNJ, nos crimes de responsabilidade, art.52, II, da CF. 
 
 Obs: trata-se de uma ressalva à garantia da vitaliciedade. 
 
 
 b) inamovibilidade: assegura a remoção por iniciativa própria, exceto quando houver 
interesse público e decisão por voto da maioria absoluta do respectivo tribunal, ou do CNJ, assegurada a 
ampla defesa. 
 
 c) irredutibilidade de subsídios: há que se observar o teto fixado pelo STF. 
 
 
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL 
 
 Composição:11 ministros escolhidos dentre cidadãos com mais de 35 anos e menos de 65, com 
notável saber jurídico. Serão escolhidos pelo Presidente da República após aprovação pela maioria absoluta 
do Senado. 
 
SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA 
 
 Composição:33 ministros, nomeados pelo Presidente, após aprovação pelo Senado por maioria 
absoluta. Brasileiros com mais de 35 e menos de 65 anos. 
 
 1/3 será indicado pelos TRFs. 
 
 1/3 será indicado pelos TJs. 
 
 1/3 será indicado pela OAB e pelo MP ( geral), em partes iguais. 
 
 
 
 
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CURSO OAB 
DIREITO CONSTITUCIONAL – HELIO NARVAEZ 
EMENDA CONSTITUICIONAL Nº45 
 
 Dispõe, dentre outras matérias, acerca da reforma do Poder Judiciário. 
 
 Características: 
 
1- razoabilidade na duração dos processos, art. 5º, LXXVIII, da CF; 
 
2- três anos de atividade jurídica para ingresso na magistratura, art.93, I, da CF; 
 
3- remoção compulsória, ou disponibilidade, por voto da maioria absoluta do tribunal, ou 
CNJ, art. 93, VIII, CF; 
 
4- todos os julgamentos do P.J. serão públicos, art. 93, IX, CF, inclusive as decisões 
administrativas e disciplinares, art. 93, X, CF. 
 
5- Tribunal Pleno, previsão número mínimo de 11 e máximo de 25 membros, art. 93, XI , 
CF; 
 
6- Quarentena, após três anos para advogar, contados da aposentadoria ou da exoneração, 
art. 95, V, CF; 
 
7- As decisões de mérito do STF em ação direta de inconstitucionalidade e nas 
declaratórias de constitucionalidade produzirão eficácia contra todos e efeito vinculante 
aos demais órgãos do judiciário e da administração pública; 
 
8- Violação de direitos humanos, o PGR poderá suscitar perante o STJ incidente de 
deslocamento de competência para a Justiça Federal, art. 109, §5º, da CF; 
 
9- Súmula com efeito vinculante, art. 103, A, da CF, o STF de ofício ou por provocação de 
2/3 de seus membros , após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, poderá 
aprovar súmula que a partir de sua publicação terá efeito vinculante em relação aos 
órgãos do judiciário e da administração pública em todas as esferas; 
 
10- Art.103, A, §3º, da CF , da decisão que contrariar a súmula caberá reclamação ao STF, 
que anulará o ato e determinará que outra decisão seja proferida em respeito ao duplo 
grau de jurisdição; 
 
11- Art.103, B, CF: Conselho Nacional de Justiça, 15 membros com mais de 35 anos e 
menos de 66, com mandato de 2 anos, sendo possível uma recondução. É órgão 
integrante da estrutura do Poder Judiciário, art. 92, I, a, da CF. Os membros possuem 
foro por prerrogativa de função, perante o STF; 
 
12- compete ao CNJ o controle da atuação administrativa e financeira do P.J. além do 
cumprimento dos deveres funcionais dos juizes; 
 
13- O Conselho pode avocar processos disciplinares e determinar a remoção,disponibilidade ou aposentadoria do juiz, art. 103, B,§4º, III, CF; 
 
14- O Presidente do Conselho será o ministro do STF, o Corregedor será o ministro do STJ; 
 
15- O Conselho Nacional do MP compõe-se de 14 membros, art. 130, A, CF. 
 
REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS 
 
 Têm como objetivo a correção de ilegalidades, ou abuso de poder, contra qualquer pessoa na defesa 
dos direitos e garantias individuais. Por fazerem parte do rol do art.5ºda CF, os remédios ostentam a 
condição de clausula pétrea, não sendo alcançados por qualquer forma de reforma constitucional. 
 1- Habeas corpus, ação penal gratuita, de natureza constitucional que visa garantir o direito de ir e 
vir, ou seja, a liberdade ambulatória, endereçada contra ato de autoridade que esteja ameaçando referida 
liberdade constitucional. Pode ser impetrado por qualquer pessoa, não necessita do concurso de advogados. 
Atualmente, o entendimento é de que esse remédio pode ser apresentado frente a ato de particular, desde 
que esteja em jogo a liberdade do paciente. 
 
 
 
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CURSO OAB 
DIREITO CONSTITUCIONAL – HELIO NARVAEZ 
 Pode ser preventivo, quando a liberdade estiver na iminência de ser violentada, ou repressivo quando 
a liberdade estiver sofrendo coação e há necessidade de encerramento do efetivo constrangimento. 
 
2- Mandado de Segurança: ação civil de natureza constitucional, mesmo que empregada no 
juízo criminal, que tem por objetivo prevenir ou assegurar direito líquido e certo de qualquer pessoa, desde 
que não seja resguardado por habeas corpus ou habeas data. 
 
Possui natureza residual , depende do concurso de advogado para seu ajuizamento. O sujeito 
passivo será sempre uma autoridade, ou quem estiver investido de poder público para o ato. O mandado de 
segurança deverá ser impetrado no prazo máximo de 120 dias a partir da publicação do ato, trata-se de 
prazo decadencial. 
 
3-Mandado de Segurança Coletivo: possui as mesmas características , entretanto, só poderá 
ser impetrado pelos legitimados previstos em lei, tais como, organização sindical, entidade de classe ou 
associação com funcionamento há pelo menos 1 ano, em defesa de seus membros ou associados, poderá 
ainda ser proposto por partido político com representação no Congresso Nacional. 
 
4- Habeas Data: ação constitucional de natureza civil de rito sumário, utilizado para assegurar 
o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de registros governamentais ou 
de caráter público. Serve ainda para retificação desses dados, ou para anotação nos assentamentos do 
interessado. Saliente-se que essa ação é de natureza personalíssima, somente poderá ser impetrada pelo 
titular das informações. É necessário o concurso de advogado, e seu objeto não está sujeito a prazo 
prescricional ou decadencial. 
 
5- Mandado de Injunção: remédio constitucional que assegura a plena eficácia e 
aplicabilidade das normas constitucionais, a fim de garantir a viabilidade do exercício dos direitos e 
liberdades, além das prerrogativas inerentes à soberania e à cidadania. È necessário o concurso de 
advogados. Só poderá ser impetrado quando a inviabilização ocorrer em um caso concreto.(vide ação direta 
de inconstitucionalidade por omissão). 
 
6- Ação Popular: trata-se de ação que se destina a defesa de interesse de ordem coletiva, 
com o fito de anular ato lesivo ao patrimônio público, à moralidade administrativa , ao meio ambiente e ao 
patrimônio histórico e cultural . 
 
 É o meio constitucional colocado a disposição de qualquer cidadão ( necessita estar com os 
direitos políticos em dia) para obter a invalidação dos atos ilegais e lesivos ao patrimônio público. Poderá ser 
preventiva ou repressiva. A sentença na ação popular é de natureza civil, não comportando enfoque 
administrativo, político ou criminal. Se for julgada improcedente a sentença estará sujeita ao reexame 
necessário, pois o objetivo é a tutela do interesse público e a preservação do patrimônio. 
 
TEORIA GERAL DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS 
 
 Os primeiros direitos fundamentais têm o seu surgimento ligado à necessidade de limitação e 
controle dos abusos do poder do próprio Estado e de suas autoridades constituídas. 
 
Classificação: 
1) direitos de 1ª geração – direitos civis e políticos, compreendem as liberdades clássicas e realçam o 
princípio de liberdade. 
 
2) direitos fundamentais de 2ª geração – direitos econômicos, sociais e culturais. Eles acentuam o princípio 
da igualdade. 
 
3) direitos fundamentais de 3ª geração – elas materializam poderes de titularidades coletiva, atribuídos 
genericamente a todas as formações sociais e consagram o principio da solidariedade, tais como, o direito ao 
meio ambiente, à paz, ou seja, estão ligados à fraternidade. 
 
Assim sendo, as três gerações estão ligadas aos ideais da revolução francesa. 
Há uma corrente que defende a 4ª geração de direitos fundamentais, que estariam ligados ao 
futuro da cidadania e à liberdade futura de todos os povos, frente à globalização. 
Forçoso reconhecer que os direitos fundamentais não dispõem de caráter absoluto, uma vez que 
encontram limites nos demais direitos igualmente consagrados na Constituição. 
 
 
Bom estudo! 
 
 
 
 
1CURSO OAB 
DIREITO ADMINISTRATIVO – ADILSON GONÇALVES PERA 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
Conceito: Segundo Maria Sylvia Z. Di Pietro, o direito administrativo pode ser definido como o ramo do direito 
público que tem por objeto os órgãos, agentes e pessoas jurídicas administrativas que integram a 
Administração Pública, a atividade jurídica não contenciosa que exerce e os bens de que se utiliza para a 
consecução de seus fins, de natureza pública. 
 
 Faremos uma breve análise sobre alguns pontos desse conceito: 
 
 »Órgãos públicos são centros de competência instituídos para o desempenho de funções estatais, 
através de seus agentes, cuja atuação é imputada à pessoa jurídica a que pertencem. Pela importância do 
instituto o analisaremos com mais vagar em tópico próprio. 
 
 »As pessoas jurídicas administrativas as quais se refere o conceito são as autarquias, fundações 
públicas, empresas públicas, sociedades de economia mista e as associações públicas (que integram a 
Administração Pública indireta). 
 Já as pessoas jurídicas políticas ou simplesmente pessoas políticas são União, Estados membros, 
Distrito Federal e Municípios (que integram a Administração Pública direta). 
 
 »O conceito ainda fala na atividade jurídica não contenciosa que exerce a Administração Pública. 
Isso implica dizer que a nossa jurisdição contenciosa é una, ou seja, é realizada somente pelo Poder 
Judiciário, de forma que as questões discutidas em sede administrativa poderão ser revistas em âmbito 
judicial. 
 
SISTEMA ADMINISTRATIVO BRASILEIRO 
 
 Desde 1891, com a vigência da primeira Constituição Republicana Brasileira, o nosso país 
adotou o sistema da jurisdição única, possibilitando a Administração e os administrados buscar soluções para 
as lides existentes entre ambos e correções para os atos administrativos viciados, dispondo do Direito 
Comum e da proteção do Poder Judiciário (que é uno e único na decisão de litígios de qualquer natureza, 
seja ela pública ou privada). 
 
 Ressalta-se que mesmo com a adoção deste sistema, a nossa tripartição de poderes 
continua preservada, sem que as esferas de competência sejam confundidas, tendo em vista que a função 
judicial não deve ser compreendida como função jurisdicional que é cabível tanto ao Administrativo quanto ao 
Judiciário. 
 
FONTES DO DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
 Fonte é a exteriorização do direito, ou seja, como ele se revela, como se forma. Vejamos as 
principais fontes do direito administrativo. 
 
• Lei – em sentido amplo, é a fonte primária do direito administrativo, abrangendo essa 
expressão a Constituição, as leis ordinárias, delegadas e complementares, bem como os 
regulamentos administrativos. 
 
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