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Sabrina Angheben │ Habilidades Médicas Choque hipovolêmico Definição - É a redução da perfusão tecidual causada pela redução do volume intravascular secundário a perda de sangue ou fluido e eletrólitos - Causa - Redução da pré-carga (volume diastólico final) e diminuição do débito cardíaco - Resistência vascular sistêmica (RVS) aumenta de forma compensatória - Etiologia mais comum - Hemorragia Etiologia - Hemorragia - Perda de eritrócitos e plasma - Perda isolada de plasma - Ambas as causas levam à queda na pressão de enchimento capilar (PEC) ou pressão hidrostática - Queimados - Síndrome nefrótica - Desidratação Fisiopatologia Choque hemorrágico compensado PA NORMAL TEC AUMENTADO - Os mecanismos compensatórios conseguem manter a PA sistólica normal, porém há sinais de perfusão tecidual inadequada - Ocorre por - Estimulação simpática pelo reflexo dos barorreceptores - Vasoconstrição arterial e venosa periférica - Aumento da secreção de renina pelos rins - Constrição arteríolas periféricas - Reabsorção de Na+ e água - Secreção de ADH pela adenohipófise - Constrição de arteríolas e veias periféricas - Retenção de líquido pelos rins - Secreção aumentada de epinefrina e norepinefrina pela medula adrenal - Relaxamento reverso por estresse do sistema circulatório - Faz com que os vasos contraiam em função da diminuição do volume - Aumento do volume compensatório - Maior absorção de H2O pelo intestino - Conservação da água pelos rins - Aumento da sede - Aumento do apetite por sal - Resposta rápida - 30 segundos - Catecolaminas - Reflexo simpático - Resposta média - 10 min a 1h - Angiotensina - Vasopressina - Relaxamento reverso por estresse - Resposta tardia - 1h até 48h - Absorção pelo TGI - Ingestão oral - Caso o choque continue evoluindo, irá entrar no estágio progressivo Choque hemorrágico progressivo HIPOTENSÃO TEC AUMENTADO - Os sinais de choque estão associados com a hipotensão arterial sistólica - Ocorre quando a perda de sangue for maior que a quantidade crítica - O choque causa retroalimentação, aumentando a deterioração da circulação - Depressão cardíaca - Quando a PA cai para níveis muito baixos, há redução do fluxo coronariano - Ocorre isquemia do miocárdio, enfraquecimento do músculo e redução do DC - Torna o choque progressivamente mais grave - Ocorre principalmente na fase mais tardia do choque - Insuficiência vasomotora - Ocorre quando há diminuição do fluxo sanguíneo para o sistema vasomotor do cérebro - Há diminuição progressiva da atividade simpática - Evolui para interrupção completa, que - Primeiros 4-8 minutos causa descarga adrenérgica maciça - Após 10-15 minutos não ocorre descarga adrenérgica - Ocorre na fase tardia do choque, se PA acima de 30 mmHg - Bloqueio de pequenos vasos por “sangue estagnado” - Ocorre pelo fluxo reduzido, causando acúmulo de CO2 e ácido lático, levando à acidose - A acidez causa deterioração dos tecidos e aglutinação do sangue local - Os coágulos formados ocluem os pequenos vasos - Aumento da permeabilidade capilar - Ocorre de forma gradual pela hipóxia e ausência de demais nutrientes nos capilares - O extravasamento diminui ainda mais o volume sanguíneo - Ocorre no choque prolongado - Liberação de toxinas pelo tecido isquêmico - Histamina, serotonina e enzimas teciduais - Endotoxinas - Depressão cardíaca causada por toxinas - É liberada pelas células mortas de bactérias gram-negativas nos intestinos - A absorção é aumentada pela diminuição do fluxo sanguíneo - A toxina causa aumento do metabolismo celular, mesmo com redução do suprimento sanguíneo - O principal efeito ocorre no músculo cardíaco - Ocorre principalmente no choque séptico - Deterioração celular generalizada - O principal afetado é o fígado, tendo em vista o metabolismo elevado das células hepáticas e a exposição às toxinas - Fígado - Depressão da função metabólica e de desintoxicação - Pulmões - Evolução com edema pulmonar - Baixa capacidade de oxigenação do sangue - Coração - Perda da contratilidade Classificação do choque ● Classe I - Perda de até 15% do volume sanguíneo - Sintomas clínicos são mínimos - Taquicardia pode ocorrer - FR normal - PA normal - Os mecanismos compensatórios estabelecem a perda em 24 horas - Representação - Condição do doador de sangue ● Classe II - Perda de 15-30% do volume sanguíneo - Sintomas clínicos - Taquicardia - Taquipneia - Menor PA - Ansiedade, medo e hostilidade - Diurese pouco alterada (20-30 mL/h) - Estabilização inicial por cristalóides - Representação - Hemorragia não complicada ● Classe III - Perda de 30-40% do volume sanguíneo - Manifestações - Taquicardia - Taquipneia - Alterações significativas do estado mental - Queda PA, especialmente sistólica - Tratamento - Interromper o sangramento - Cristalóide e sangue - Pode-se abrir mão de concentrado de hemácias - Representação - Estado hemorrágico complicado - Reposição de cristalóides e, possivelmente, de sangue ● Classe IV - Perda de mais de 40% do volume sanguíneo - Manifestações - Taquicardia acentuada - Redução da PA - Diastólica baixa ou imensurável - Débito urinário é desprezível - Nível de consciência deprimido - Pele fria e pálida - Tratamento - Cristalóide e sangue - Representação - Evento pré-terminal Conduta Conduta inicial geral - MOVS - Monitorar - Oxigênio - Veia (acesso venoso) - preferencialmente 2 - Sondagem vesical A - Estabilização cervical - Avaliar via aérea - Assegurar via aérea pérvia - Proteger contra obstrução ou aspiração - Pacientes desorientados devem ser intubados B - Fornecer O2 suplementar - Caso ventilação acessória não invasiva não for suficiente, instituir ventilação mecânica - Exame físico respiratório → buscar emergências - Inspeção - Percussão - Palpação - Ausculta C IDENTIFICAR A CLASSIFICAR CHOQUE HIPOTENSÃO = CHOQUE III/IV = CRISTALÓIDE + HEMOCONCENTRADO ● Abdome - Exame abdominal completo - Alta chance de sangramento no trauma ● Pelve - Testar a estabilidade - Caso esteja instável, imobilizar na altura da crista ilíaca - Utilizar lençol ● Fratura de ossos longos - Inspeção - Palpação de pulsos ● Retroperitônio - Avaliar dor - Inspeção - Exame de imagem ● Tórax - Avaliação complementar, caso não tenha sido identificada alteração no passo B ● Toque vaginal e retal - Buscar alterações e sangramentos ● FAST - Paciente estável - TC - Na TC avalia-se a necessidade de cirurgia (classificado específica) - O paciente pode ter tamponado o sangramento - Paciente instável - CC - Tentar estabilizar antes (fazer 2 concentrados de hemácia) - Lavado peritoneal diagnóstico - Realizar na ausência de USG - Inserção de soro infraumbilical e drenagem - Teste positivo → CC ● Hemoconcentrado - Solicitar tipagem - Antes do exame, pode-se iniciar com O negativo ● Transfusão maciça - Definição - >4 bolsas na primeira hora - >10 em 24 horas - Componentes obrigatórios (1:1:1) - Cristalóides - Hemoconcentrado - Plaquetas No caso de sangramento pode ser autorizada hipotensão permissiva Indicação de ácido tranexâmico: choque III e IV Severe injury and hemorrhage result in the consumption of coagulation factors and early coagulopathy D E ● Exposição - Expor todas as superfícies do paciente e buscar por alterações - Pode-se realizar palpação da coluna sem retirar o colar cervical ● Temperatura0 - Evitar hipotermia ● Retirada do colar cervical - Indicada apenas se - Glasgow 15 - Mobilidade mantida sem dor - Palpação normal de todas as apófise Pós-estabilização SOLICITAR PARA TODO PACIENTE POLITRAUMA APÓS ESTABILIZAÇÃO 1000 mL volume RX tórax e pelve Hb e Ht Tipagem sanguínea Coagulograma Mulheres em idade fértil: beta-HCG Dor cervical → TC cervical