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SÓ PARA MULHERES - Sônia Hirsch

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Aqui entre nós, foi 
mau negócio, aquele de sair da 
costela do Adão; porque já começamos 
meio por baixo. E olhe que tinha mais lógica 
sermos criadas primeiro, dado que em matéria de 
reprodução o macho é apenas um detalhe, mas, enfim, 
agora não adianta mais. Ele queria mesmo era criar o 
homem à sua imagem e semelhança. Nós éramos apenas 
um meio prático de produzir mais homens.
 Ficamos com as crianças, a cozinha, o tanque e a cama. Somente 
coisinhas leves, apropriadas ao nosso frágil ser! Feitas sob medida 
para nos reter no seio do lar e evitar assim maiores danos ao mundo. 
Porque mulheres, vocês sabem, adoram uma encrenca. Decerto algum 
defeito de fabricação, manifestado precocemente por Eva, claro, que foi 
logo cedendo à tentação da maçã, embora gostasse muito mais de manga.
Não, sério: mulheres são uma constante ameaça. São Jerônimo, um padre 
muito cristão do século 4, já dizia que “a mulher é portal do demônio, o 
caminho da imoralidade, a picada da serpente, numa palavra: objeto 
perigosíssimo”. E Tomás de Aquino, aquele santo que já no século 13 
era tão importante para nossas ideias, afirmava que “a mulher foi 
criada para ser ajudante do homem, mas só na concepção... já que 
noutras questões o homem é mais bem assessorado por outros 
homens”. O que deve ser a mais pura verdade. Pois até a lei de 
Roma já dizia que em matéria de intelecto somos muitíssimo 
inferiores aos homens, equiparáveis apenas às crianças. 
(Não se ofendam, crianças.) E é por estas singelas e 
profundas razões que, tanto no Oriente quanto no 
Ocidente, desde a mais remota antiguidade, 
todos preferiam ter filhos homens, 
Ele inclusive.
E inclusive as mulheres, não só para agradar maridos como para 
evitar mais sofredoras no mundo. Em alguns lugares as recém- 
nascidas eram sumariamente mortas, sabia? Até porque, 
se as deixassem viver, elas podiam durar muito. Dados 
estatísticos mostram que as mulheres vivem mais que 
os homens, toleram melhor as dores e resistem mais 
às doenças. Não é à toa que, muito antigamente, 
virávamos bruxas, tínhamos pacto com o demo e 
até morríamos nas fogueiras da Inquisição...
É verdade que em alguns lugares ainda nos 
discriminam – as mães grávidas fazem uma 
ultrassonografia, se for menina abortam na 
hora; mas, deixando pra lá esses detalhes, 
a implicância conosco praticamente acabou. 
Verdade, gurias! Por exemplo: a gente vota, 
pode ser prefeita, governadora, gerente 
de banco! Jornalista, então, nem se fala! 
Ser mulher, hoje, é ter dinheiro e cartão 
de crédito, poder dar queixa em delegacia 
especializada, divorciar, dirigir automóvel, 
consumir, se estressar igualzinho a qualquer 
homem e eventualmente parir e criar filhos. 
O tal pacto com o demo caiu no esquecimento. 
Com o advento do feminismo nós mulheres até 
acabamos ficando por cima em certas situações, 
inclusive na cama, o que é muito mais cômodo para 
todo mundo mas muita gente ainda não percebeu.
Claro que ainda existe a maior pressão para que toda 
mulher case e tenha filhos, além de continuar trabalhando 
exaustivamente fora de casa. Tanto assim que dão festa, casa, 
carro, dizem que se casamento fosse só bom não precisava embrulhar 
os noivos para presente, chamar o padre e os padrinhos, botar anel 
no dedo e assinar papéis diante do juiz, com testemunhas...
Ainda assim avançamos muito. Nos 90 predominamos 
nas universidades, e em 2000 todos nos querem para 
governar, administrar, chefiar. Dizem que temos 
rigor, talento e sensibilidade, sabemos lidar 
melhor com as pessoas e somos mais justas, e 
assim nos dão 2/3 de todo o trabalho e só 5% 
da renda. Mas afinal, para quem saiu de uma 
costelinha, a coisa até que vai indo bem...
 – Indo? E para onde, senhoras?, interrompe 
aquele senhor desconfiado, temendo novos 
desastres caso não nos impeça a tempo.
Vejamos... Que tal à costa sul do Mar Negro, 
reeditar o império guerreiro das amazonas? 
Que mulheres! Não conviviam com homens, 
faziam tudo sozinhas. Amputavam o seio 
direito só para ficarem mais à vontade com 
o arco e a flecha. Quando queriam ter filhas, 
elas “ficavam” com os vizinhos gargareus 
até engravidar, aí voltavam para casa. E se 
nasciam meninos, eram devolvidos aos pais... 
Assustou, moço? Brincadeirinha. A coisa está 
apenas indo mesmo. Feito rio que corre para o mar, 
podendo desembocar numa praia linda, com sombra, 
água fresca, gente boa e muito lugar ao sol. Deixem o 
mundo conosco e vocês homens vão gostar muito mais dele. 
Agora, se não se importa, com licença. Que este papo do livro é
só para mulheres
e homens que gostam muito das mulheres
SÓ PARA MULHERES, 
DE SONIA HIRSCH 
CONSULTORIA MÉDICA: 
STELLA MARINA PINTO FERREIRA 
DIREÇÃO DE ARTE E EDIÇÃO DE FOTOS: CESAR LOBO
APOIO EDITORIAL: MARIA DE FÁTIMA BARBOSA
REEDIÇÃO DIGITAL 2013: CLÁUDIA VAZ E CARÔ MURGEL 
WWW. CORRECOTIA.COM 
© SONIA HIRSCH 2000, 2013
INFORMAÇÃO LIBERADA 
PARA REPRODUÇÃO
CORRECOTIA 
PETRÓPOLIS RJ BRASIL
Sumário 
AS PARTES MIMOSAS ..................13
E AS NEM TANTO .......................................21
SEUS PROBLEMINHAS ............................................27
& PEQUENOS DRAMAS ........................................................34
Ó VU LOS, HORMÔ NIOS ..................................................................41
E A FAMOSA TPM ......................................................................................55
OS SEIOS .............................................................................................................63
MULTIPLICAI-VOS ................................................................................................77
E SE FOR CEDO DEMAIS? .......................................................................................97
NA MENOPAUSA ........................................................................................................105
OSTEOPOROSE ...............................................................................................................119
PELE, CABELO, UNHAS .................................................................................................127
DELÍCIAS TERAPÊUTICAS .............................................................................................147
INTESTINO PRESO ........................................................................................................160
HEMORROIDAS ............................................................................................................165
ENXAQUECA ...............................................................................................................167
HIPERTENSÃO ........................................................................................................170
HIPOGLI CEMIA .................................................................................................176
ANSIEDADE ....................................................................................................184
DEPRESSÃO ...............................................................................................187
FADIGA ..................................................................................................190
PARASITOSE ...................................................................................194
CANDIDÍASE ..........................................................................204
MIL PERGUNTAS .........................................................219
A DIETA PERFEITA ..........................................231
ÍNDICE ....................................................272
BIBLIOGRAFIA E NOTAS........278
AS FOTOS ...................280
12
13
D A N A T U R E Z A
Tudo na mulher é poesia e samba-canção. Os olhos são o espe-
lho da alma, as mãos herdamos das fadas, o sorriso transporta ao 
paraíso, a voz é de anjo, a pele de rosas, o corpo de sereia, tudo 
com infinito poder de beleza e sedução. Mas nahora de falar so-
bre aquelas pequenas partes tão sensíveis e delicadas não há uma 
linguagem poética, gentil ou sedutora que traduza o apreço que se tem 
por elas. A escolha é entre os termos clássicos, tipo vulva e vagina, que 
soam feios e irreais, os nomes vulgares, aprendidos com pudor e exci-
tação nos grafitos de banheiro, e os inocentes apelidos maternais como 
xana, xota, xoxota, bimbinha, bobó, pixu, pipi, xibiu, pixirica, xereca, 
prexeca, perereca, crica, periquita, pombinha, passarinha, bacurinha, 
partes, países baixos, zona sul... Acaba-se tascando um “genitália 
feminina”, que dá à coisa um ar distanciado.
Pois a distância acabou-se, já que é delas que vamos falar: das 
partes mimosas, que de certo modo governam nossa vida como fontes 
de prazer, saúde, reprodução, sexualidade – ou vergonha, culpa, re-
pressão, doenças.
mimosas
P A R T E S
14
A deliciosa “rosa louca” insinuada pela música de Tom Jobim é mesmo 
uma sucessão de relevos e reentrâncias. Primeiro vem aquele casaco de 
pelos, os pentelhos, protegendo o monte-de-vênus, ou púbis, uma parte 
geralmente gordinha e macia. A qual de repente racha, formando os 
chamados grandes lábios, que também são macios e gordos. Bem no 
comecinho da rachadura, mas já na parte interna, fica o mais sensível 
dos pontos sensíveis da mulher: a cabecinha do clitóris, o tal do grelo, 
pinguelo, tamatiá, um órgão sexual discretíssimo mas muito fácil de 
excitar. Junto a essa cabecinha nascem dois babadinhos, um de cada 
lado, chamados pequenos lábios, que variam muito de tamanho, forma 
e simetria e se transfiguram durante a excitação sexual, inchando e 
mudando de cor. Eles contornam a minúscula entrada da uretra, canal 
por onde a bexiga libera a urina, e terminam na entrada da vagina. A 
vagina é uma passagem, muito elástica em todas as direções, que dá 
acesso ao cérvix, ou colo do útero. Depois da entrada da vagina vem 
uma planície, que é o períneo, e finalmente o ânus, desembocadura do 
intestino grosso. 
Mas o melhor de tudo são os detalhes pitorescos do clitóris, que ficaram 
ocultos durante milênios e só vieram à luz quando certas feministas (as 
feministas certas) resolveram meter a mão. Literalmente. Pois os homens 
não pegam no peru e coçam o saco o tempo todo? Pois elas decidiram 
pegar nos dedos, cutucar buracos, examinar com lentes, fotografar em 
várias fases do ciclo menstrual, ver como é que fica quando excita, como 
é que fica quando envelhece (surpresa: o clitóris cresce!), como é que 
é na preta, na branca, na índia, na japonesa. 
É assim: uma grande estrutura cheia de nervos, músculos e vasos 
sanguíneos que se estende pela vulva afora, incluindo a entrada da 
vagina e um pouquinho do períneo, e excluindo o ânus. Toda a região 
é extremamente sensível, e não só o grelo propriamente dito. Que, aliás, 
15
também não é um mero grelo, broto, rebento: aquela cabecinha (meio 
coberta pelo encontro dos pequenos lábios) (mas também pode ser uma 
cabeçona, tem moça com cada grelo enorme) emenda numa varinha 
ascendente que até certo ponto dá para acompanhar com o dedo e 
depois bifurca em duas varetas que descem por trás dos grandes lábios. 
Agora o melhor: essa estrutura invisível do clitóris é cheia de tecidos 
esponjosos que se enchem de sangue e crescem muito à medida que a 
tensão sexual au men ta, fazendo o grelo ficar completamente empinado. 
Ou seja: mulher também tem ereção. E quando acontece um orgasmo, 
as camadas de músculos clitorianos se contraem em uníssono, devol-
-vendo o sangue à circulação e desem pinando o grelo, ou seja, mulher 
também brocha... 
E P O R F A L A R E M O R G A S M O ,
vaginal ou clitoriano? Durante 
muito tempo as mulheres foram 
perseguidas pela ideia de que o 
orgasmo tinha que ser vaginal, 
porque o clitoriano era imaturo, 
da masturbação, e tome culpa. 
Choviam cartas nos consultó-
rios sentimentais: “Não consigo 
ter orgasmo na penetração, meu 
marido tem que me masturbar 
para eu gozar! Como faço para 
ter orgasmo vaginal?” Hoje é 
completamente sabido que todo 
orgasmo inclui o clitóris, seja 
por manipulação explícita, seja 
porque ele é indiretamente to-
cado, massageado, pressionado 
ou mesmo repuxado durante a 
repetida penetração na vagina.
A VAGINA É UMA 
PASSAGEM MACIA 
E ACOLCHOADA, 
GERALMENTE ÚMIDA 
E MORNA, CUJAS 
PAREDES SE TOCAM
16
Só temos sensibilidade completa 
para o que acontece no primeiro 
terço da vagina, isto é, na portinha 
e no vestíbulo, porque o resto é 
insensível a tudo o que não seja 
pressão. Nossas sensações va-
ginais são devidas à pressão ou 
fricção nas esponjas da uretra e 
do períneo e à sensibilidade da 
abertura vaginal, que faz parte 
do conjunto nervoso do clitóris. 
O que dá a impressão de ser um 
orgasmo vaginal é a reverberação 
das contrações musculares, que 
podem ser suficientemente amplas 
para ir do grelo ao útero – isso 
modestamente falando, porque 
muitas mulheres têm sensações 
especiais nos seios, na coluna, e 
quem pratica a meditação tântrica 
do sexo (mesmo sem saber) sente 
orgasmos pelo corpo inteiro.
O fato é que no primeiro momen-
to da excitação o sangue inunda 
os tecidos esponjosos e caverno-
sos do clitóris, por isso ele fica 
todo tenso, avolumado e muito 
sensível. 
O pulso aumenta, a pressão 
sobe. O sangue continua afluin-
do, engrossa os capilares da 
vagina, e em certo ponto as 
válvulas das veias se fecham, 
provocando uma vasocon ges tão. 
Aos poucos a esponja do perí-
neo, inchada, aperta a entrada 
vaginal; o útero, os ovários e as 
trompas aumentam ligeiramente 
de tamanho; e a vagina, lá den-
tro, devido a tendões e tensões, 
começa a crescer em largura e 
profundidade. É nesse momento 
que a excitação chega ao clímax. 
A qualquer instante começam as 
contrações fortes e ritmadas que 
indicam o início do orgasmo. A 
respiração dispara, os sininhos 
tocam, a cabeça roda. Por todo 
o corpo há espasmos musculares 
involuntários, e às vezes até von-
tade de chorar. 
Então o clitóris murcha, a respi-
ração se acalma, o sangue volta 
a circular normalmente. “O mo-
mento das nuvens e da chuva”, 
dizem os japoneses: passou.
17
Mas e aquele molharéu que mui-
tas vezes precede ou acompanha 
o orgasmo, saindo em jatos? Não 
tem nada a ver com urina, nem 
com o suor da vagina ou com o 
fluido lubrificador natural. É a se-
creção das glândulas para uretrais, 
que no homem se tornam a prós-
tata, e que em nós ficam dentro 
da esponja uretral, entre a vagina 
e o púbis, no misterioso ponto G. 
Miste riosíssimo, aliás, porque ao 
ser tocado pode dar um prazer 
enorme, verticalizando a exci tação 
e garantindo o orgasmo.
Para situar o ponto G
A mucosa vaginal encosta em 
três vizinhos: o reto, o útero e a 
esponja uretral, que fica entre a 
vagina e o púbis. Para encontrar 
o ponto G, o movimento de 
penetração deve procurar essa 
parte da frente, como se quisesse 
chegar no monte-de-vênus.
Garantindo o orgasmo
Uma das maneiras de avançar 
nesse terreno é fortalecer a 
musculatura pubococcígea, que vai 
do púbis ao cóccix, pegando todo 
o assoalho pélvico e seus orifícios.
 Assim: imagine que está 
fazendo xixi e quer interromper, 
contraindo lá. Solte. 
Agora imagine que está fazendo 
cocô e quer interromper, 
contraindo o outro lá. Pegou?
Pronto, é só isso. Contraia e relaxe 
esses músculos muitas vezes por 
dia, puxando-os para o umbigo. 
Todos juntos e um de cada vez.
 Faça sessões de dez minutos, ou 
quando estiver na fila do banco, 
no engarrafamento, na praia, 
qualquer lugar e hora servem. Aos 
poucos você começa a curtir todo 
um percurso de contração muscular 
fácil e prazerosa que começa no 
ânus, passa pela vagina e pela 
uretra, chega à ponta do clitóris 
e até além.
 Fora o prazer em si, esse 
exercício melhora as relações 
sexuais e ainda evita coisas 
desagradáveis como incontinência 
urinária, prolapso de útero ou ânus 
e teias de aranha na genitália.
Quer mais?
 Sente confortavelmente no chão 
ou na beira de uma almofada 
baixa, pernas cruzadas,joelhos relaxados, coluna ereta.
Feche os olhos. Preste atenção à 
sua respiração: inspire expandindo 
o abdome, expire contraindo.
18
 Depois de cinco minutos dessa 
respiração ritmada você vai se 
sentir calma, relaxada, a mente 
tranquila e ao mesmo tempo 
esperta. Aí inverta o esquema – 
inspire contraindo o abdome, expire 
soltando. Essa respiração reversa 
fortalece toda a região pélvica.
Depois de mais cinco minutos, 
sincronize a respiração reversa com 
o exercício do assoalho pélvico: 
inspire contraindo o abdome e 
os músculos lá de baixo, expire 
relaxando. Repita durante dez 
minutos.
Depois de alguns dias, observe se 
alguma coisa mudou na sua vida. 
Muita gente tem dito 
que essa prática realmente 
multiplica o coeficiente de 
tesão circulante.
Essa técnica de respiração é taois-
ta. Aí vão dizer: Mas o quê, hem? 
Esses taoistas, a gente vê sentadi-
nhos me ditando, vai ver estão é só 
pensando naquilo...
Bem; o taoismo vê o corpo, a men-
te e o espírito tão juntos que seria 
impossível a região genital não 
fazer parte da espiri tualidade. Se 
você medita e isso faz sua energia 
sexual aumentar, e você empre-
ga a energia de forma criadora, 
sua vida só pode ficar melhor. A 
ideia de que sexo é pecado vem 
do ramo judaico-cristão, não dos 
orientais.
Além disso, o Tao não bajula o 
orgasmo. Fala em prazer, satis- 
fação, plenitude, e dedica mi-
lhares de páginas manuscritas 
a descrever em minúcias as me-
lhores maneiras de desfrutar das 
delícias do sexo, “o mais celestial 
dos prazeres terrenos”. Em ter-
ceiro lugar, ensina o homem a 
não gastar sêmen à toa, isto é: a 
desfrutar sem ejacular, ter prazer 
sem se exaurir, de modo a poder 
continuar disposto e ereto du rante 
muitas horas. E à mulher aconse-
lha também desfrutar, de um jeito, 
de outro, e de novo, até se dar 
por satisfeita. 
Mas o interessante é que ne- 
nhum dos parceiros deve de for-
ma alguma perseguir ou sequer 
pretender o orgasmo, porque ele 
é o fim de tudo – da excitação, 
do prazer, da continuidade. É a 
pequena morte, da qual se deve 
fugir para que o prazer se pro- 
longue – quando ela estiver che-
19
gando você flutua na direção 
contrária, deixando-se envolver 
naquela sensação cintilante de 
vibrações mínimas, como se um 
arrepio estivesse circulando por 
dentro, um sopro, brisa remexen-
do a superfície do capinzal. Para 
o homem isso significa uma eco-
nomia substancial de energia em 
todos os sentidos, que lhe permite 
manter um nível constante de ex-
citação; para nós mulheres, essa 
forma horizontal de orgasmos 
pequenos e incessantes revi ta liza, 
massageia, aprofunda o relaxa-
mento e também poupa energia, 
aumentando o grau de sensibili-
dade e a qualidade da satisfação.
Sabe as gravuras todas do Kama 
Sutra, com aquelas posições incrí-
veis? Em cada uma os parceiros 
estão tendo um tipo de prazer 
diferente. Se fossem gozar em 
todas, na décima vez jogavam a 
toalha. 
Gozar é fácil, qualquer 
masturbaçãozinha dá conta. 
A questão é se você tem 
ou não tem prazer 
durante a relação.
Agora, 
veja que bom ter 
nascido no Brasil: 
no Egito de hoje, 
assim como em 
muitos outros 
lugares, 80% 
das mulheres no 
campo e 60% 
nas cidades não 
têm mais a parte 
externa do clitóris. 
Ela foi extirpada, 
assim como em 
suas mães, avós e 
avós das avós, 
para elas pararem 
com essa 
bobagem de 
sentir prazer.
20
21
Que injustiça! Só porque são masculinas não quer dizer que sejam 
menos sensíveis e delicadas. É que a fama vem da metade mais, diga-
mos, vigorosa e penetrante de sua personalidade, enquanto a outra se 
contenta com afazeres menos notáveis, mera torneira. Estamos falando 
do pênis, pinto, peru, bimbo, cacete, vara, verga, pau, enfim: daquilo 
que dá aos homens tantos prazeres e problemas quanto as partes 
mimosas dão às mulheres.
E a semelhança é bem mais que mera coincidência. À luz da anatomia, 
a estrutura do pênis é a mesma do clitóris. Ambos são feitos de tecidos 
riquíssimos em terminais nervosos e áreas esponjosas que se enchem de 
sangue quando estimuladas, por isso ambos têm ereção; a diferença é 
que, assim como os hormônios femininos fazem desenvolver os seios, 
os masculinos desenvolvem o pinto – e o saco escrotal, que em nós são 
os pequenos lábios. 
Dentro do saco moram os dois testículos, o esquerdo geralmen-
te maior e mais baixo que o direito. Aparentemente duas bolinhas, 
...e partes nem tão
a s s i m
MIMOSAS
22
dentro cada um tem mais de mil tubinhos que parecem linha de 
bordar. Ali nascem os espermatozoides: 100 milhões por dia, que 
vão sendo armazenados e amadurecidos nos epidídimos, dois 
canais que ficam mais adiante. A cada ejaculação o pinto libera mais 
ou menos 400 milhões de espermatozoides maduros, espalhados num 
líquido parecido com clara de ovo. Considerando que apenas um vai 
atingir seu objetivo, conclui-se que é muita vontade de fecundar um óvulo!
O saco tem peculiaridades muito interessantes. Como os testí culos 
precisam de uma temperatura constante para produzir esperma-
tozoides, e essa temperatura em geral é um grau abaixo daquela 
normal para o corpo, o saco trata de ficar soltinho e arejado quando 
está calor e se recolhe todo para juntinho das coxas quando está 
frio. Num banho gelado, por exemplo, fica parecendo um caroço 
de pêssego. Esse sobe-e-desce é possível graças à presença de fibras 
musculares entremeadas à pele do saco, e explica por que ele e 
o pinto detestam calças e cuecas apertadas, claro, bem como tecidos 
sintéticos que produzem mais calor: sonham sempre com cuecas samba-
-canção. De algodão.
Embora o pinto seja todo ele extremamente sensível a estímulos 
eróticos desde a cabeça até a entrada do ânus (exatamente, aliás, 
como o nosso clitóris), a parte mais sensível de todas é mesmo 
a cabeça, ou glande, que fica encoberta por uma prega da pele 
quando ele está mole. Essa prega, o prepúcio, tem por dentro 
pequenas glândulas que produzem sebo, ou esmegma. E isso pode 
ser um problema tanto para os homens quanto para nós se a higiene 
local não for bem feita: produz irritação, acolhe agentes infecciosos e 
nos provoca vaginites de todos os tipos. 
Manter o pinto limpinho é muito simples, basta arregaçar bem o 
prepúcio e lavar com sabão a parte interna da pele e a glande. 
23
Uma vez por dia, no banho, é o mínimo. 
“Isso já pouparia as mulheres de talvez metade das queixas 
chatinhas que ouvimos em consultório”, diz a médica 
Stella Marina. “Sem contar que preveniria também alguns casos de 
doenças realmentes graves.”
A pontinha do clitóris é igual à glande, só que pequenininha, 
e a pele em volta também produz um sebinho, que também fica 
com cheiro de ranço se a higiene não for bem feita. Igualzinho aos 
rapazes, meninas, tem que puxar 
a pele pra trás e lavar todo dia.
A circuncisão, praticada principalmente entre os judeus, corta 
o prepúcio fora. Isso elimina o sebo e diminui a excitação sexual 
durante o crescimento, mas não atrapalha em nada a performance 
do pinto e poupa tanto os homens quanto suas parceiras de muitas 
infecções. Também evita a fimose, um estreitamento do prepúcio que 
pode atrapalhar a micção.
O tamanho do pinto não faz diferença para a maioria das mulhe-
res, porque a musculatura da vagina costuma ser suficientemente 
elástica para acomodar um pinto enorme ou fechar-se em torno 
de um pequeno polegar, e também só é sensível na portinha. Em 
média, o pinto ereto tem 13,5 cm de comprimento por 9 cm de 
circunferência, e se alguns já exibem sua pujança quando moles, outros 
são uma visível surpresa.
O x da questão masculina não é o pinto, é a ereção. Enquanto nós 
podemos desfrutar de inúmeros prazeres sexuais sem ter atingido um 
estado de excitação completa, a maioria dos homens precisa estar 
em ponto de bala para se sentir à vontade. Isso tem a ver com o 
fato de que só um pinto ereto penetra numa vagina, ou semelhante, 
e geralmente a penetração é considerada condição sine qua non 
para o ato sexual,o que é no mínimo discutível: se o projeto não 
é um bebê, a penetração é não só dispensável como inoportuna. 
24
E existem muitas outras formas de compartilhar alegrias eróticas usando 
mãos, dedos, boca, língua e todo o resto do corpo como alternativas 
gloriosas ao papai-mamãe. Claro que na hora de gozar o pinto quer 
estar bem situado, mas quem o impede? Por que não entre as coxas, 
por exemplo, onde também é gostoso?
De todo modo, a ereção pode acontecer, ou não, devido a inúmeros es-
tímulos de todas as ordens. Por exemplo: quando a bexiga está cheia, de 
manhã, a maioria dos pintos endurece. Comida temperada com pimen-
ta, cominho, mostarda e outros sabores fortes costuma ser afrodisíaca 
porque excita as mucosas, tanto da boca quanto da bexiga e da uretra, 
estimulando o pinto. O álcool, além de agir como excitante, deixa tudo 
mais sensível e ainda derruba a censura. A isso tudo acrescente-se uma 
boa dose de imaginação e pronto, estamos em ponto de bala.
Ou não. Tudo pode dar errado se um cisco de insegurança pousar no 
pensamento. Ou se houver insuficiência de hormônios. Ou problema 
circulatório. Ou se alguma coisa como alcoolismo, stress, depressão, 
ansiedade, fadiga, candidíase, verminose & similares estiver sabotando 
a libido. Em latim, libido é desejo. Em Freud, é a energia psíquica que 
sustenta as pulsões da vida, especialmente as pulsões sexuais. Em Jung, 
é toda forma de energia psíquica, qualquer que seja seu objeto. Tanto 
eles quanto nós precisamos dela para viver, criar, agir. Quando a falta 
de libido se prolonga, melhor desconfiar de problemas sérios. 
Também acontece da libido estar momentaneamente sequestrada por 
outro interesse forte como um projeto em andamento, um esforço 
intelectual, alguma novidade apaixonante. A excitação se desloca. Diz 
o Talmude, livro das leis de Moisés, que “um homem rico sem nenhuma 
obrigação pode satisfazer diariamente a mulher com sua força viril; o 
25
trabalhador deve fazê-lo a cada três dias; dos sábios, porém, a mulher 
não deve esperar mais que uma vez por semana”.
O mecanismo de ereção obedece ao sistema nervoso central, que 
aumenta o fluxo de sangue para a região genital e enche os tecidos 
esponjosos, que por sua vez fazem o pinto aumentar de tamanho, ficar 
duro e levantar. Nessa hora tudo muda na vida da uretra, finíssimo canal 
elástico que percorre todo o comprimento do pinto e normalmente leva 
urina da bexiga ao mundo exterior: ela se fecha para a urina e fica livre 
para transportar esperma. Mais: produz um muco que lubrifica a cabeça 
do pinto e depois ainda mistura ao esperma uma substância adesiva 
que ajuda os espermatozoides a permanecerem na vagina da mulher, 
que por sua vez trata de conduzi-los cada vez mais para dentro através 
das contrações do orgasmo.
Quem regula essa alteração de função da uretra é a próstata, 
glândula com tecidos musculares que corresponde ao nosso útero. 
Ela é formada na junção dos dois canais deferentes que trazem o 
esperma dos epidídimos e parece uma noz. Produz um suco que 
acorda os espermatozoides, que 
até então boiavam, e bota todos para apostar corrida.
Vesículas seminais são duas pequenas glândulas 
compridinhas que produzem uma substância gelatinosa, 
que se dissolve no suquinho da próstata 
e completa a receita do fluido seminal.
Os homens estão sujeitos às mesmas infecções que nós, só que muitas 
vezes não apresentam sintomas. Olho vivo. A tricomoníase, por exem-
plo, é uma parasitose perigosa, tanto para o colo do útero quanto para 
a próstata: cria condições para o câncer. 
26
27
Duas 
ou 
Três 
Coisinhas 
que 
Acontecem 
às 
Melhores 
Mulheres
V U L V I T E 
Como tudo o que ter-
mina em i te, é uma 
inflamação; neste caso, 
da vulva, que pode estar 
inchada, vermelha, co-
çando, ou com bolhas 
que produzem secreção 
e crosta. Se a inflama-
ção for crônica, a pele 
da vulva fica mais grossa 
e esbran qui çada. Pode 
ser uma reação alérgica 
a desodorante, sabo-
nete, calcinha ou calça 
apertada ou de material 
sintético, absorvente, 
sabão em pó, amacian-
te ou remédio. Falta de 
higiene também dá vul-
vite, veja lá. Se não for 
nada disso, procure a 
sua médica para verificar 
se é uma infecção por 
bactéria, vírus ou fungo.
dor no baixo-ventre, 
sangra mento vaginal 
fora de hora. Como 
nunca se sabe se é uma 
infecção vaginal simples 
ou contagiosa, evite rela-
ções sexuais até apurar. 
V A G I N I T E S 
I N E S P E C Í F I C A S
São provocadas por 
diferentes tipos de micr-
organismos, incluindo a 
Gard nerella vagina lis. 
Podem não apresen-
tar sintomas ou dar um 
corrimento branco ou 
cinzento, que cheira a 
peixe e cobre as pare-
des vaginais. Bactérias 
e fungos adoram luga-
res quentinhos e úmidos 
para prol i ferar; por 
isso é universalmente 
recomen dado usar só 
calcinhas de algodão, 
V A G I N I T E 
Aqui é uma inflamação da vagina, 
que pode variar de intensidade e 
apresentar diversos tipos de sinto-
mas: corrimento anormal, coceira, 
irritação, dor durante as relações, 
que ajudam a dissipar o calor, já que 
as de lycra ou outro material sinté-
tico (inclusive cotton) aprisionam o 
calor junto ao corpo. Ou não usar 
calcinha sempre que possível, dei-
xar ventilar. Outra coisa importante 
na prevenção das vaginites é passar 
28
papel higiênico sempre na direção 
frente-fundos, após a evacuação, 
para evi tar o contato da vulva com 
os restinhos intestinais. Nunca esfre-
gar o papel higiênico na vulva depois 
do xixi, porque tira a secreção com 
anticorpos, irrita a mucosa e deixa 
fragmentos de papel agarradinhos ali 
durante muitas horas. O melhor mes-
mo é lavar em água corrente sempre 
que possível, e aplicar levemente o 
papel higiênico só para enxugar. Dos 
tampões, desconfie: sempre são um 
corpo estranho (estranhís si mo) em 
contato com a muco sa, prendendo 
dentro o sangue que era para sair e 
ao mesmo tempo absorvendo o que 
era para ficar lá, isto é, os anticorpos 
naturais da vagina. 
Isto cria um ambiente ideal para va-
ginites de todos os tipos e ainda para 
toxemia, que se for branda você vai 
sentir só como cansaço e talvez pal-
pitações cardía cas. O que não quer 
dizer que você nunca possa usar tam-
pões. Pode, mas: em último caso, por 
pouco tempo, só mini e médio, não 
no começo nem no final da menstru-
ação (quan do o fluxo é pouco), não 
de noite. Para ajudar na cura de uma 
vagi nite modesta, experi men te tomar 
bastante chá de manjericão.
C E R V I C I T E 
Aqui a inflamação é no cérvix, ou 
colo do útero. Pode ser conse- 
quência de vaginite, de alguma lesão 
local ou de inflamação em outro ór-
gão pélvico (útero, ovário, trompas). 
Os sintomas são corrimento, dor 
e/ou sangramento durante ou após as 
relações, coceira ou ardência na re-
gião cervical e necessidade frequente 
e urgente de urinar, talvez com dor. 
O tratamento pode incluir uma cau-
terização com bisturi elétrico, para 
quei mar e remover o tecido afetado, 
ou uma crio cirurgia, que faz com gelo 
o mesmo trabalho do bisturi.
B A R T O L I N I T E 
É um caroço que revela inflamação 
nas glân dulas de Bartholin, que são 
duas, uma de cada lado da entrada 
da vagina. Tratada a inflamação, às 
vezes fica um cisto que precisa ser re-
movido por cirugia. A bartolinite pode 
ser consequência de uma gonorreia.
C I S T O S E B Á C E O
Inofensiva bolotinha na parte externa 
da vulva, que pode ficar a vida intei-
ra enchendo de sebo, inflamando, 
esvaziando, e ninguém liga. A não 
29
ser que infeccione de verdade ou 
cresça muito – aí é melhor remover.
C I S T O V A G I N A L
Outra inofensiva bolo tinha cheia de 
líquido que surge na parede da vagi-
na ou um caroço que transborda da 
abertura vaginal. Costuma ser benig-
no, só se tira se estiver incomodando.
P Ó L I P O
Bolotinha carnuda que geralmen-
te cresce no cérvix, sozinha ou em 
cacho. Tem a ver com alterações 
hormonais (ocorre muito durante a 
gravidez) e pode se seguir a lesões 
cervi cais. Um pólipo raramente é 
maligno, mas costuma-sefazer a 
biópsia. Pode apresentar sintomas 
variados, desde menstruações copio - 
sas e sangramento após a relação 
até corrimento aguado ou nenhum 
sintoma; como você certamente vai 
procurar sua médica regularmente, 
com problemas ou não, o pólipo 
será descoberto e talvez retirado.
D I S P L A S I A C E R V I C A L
Se o útero fosse uma pera de cabeça 
para baixo, o cérvix, ou colo do úte-
ro, seria a parte onde fica o cabinho. 
E bem nesse lugar há uma abertu-
ra mínima, suficiente apenas para a 
passagem do sangue menstrual. O 
que se chama de displasia cervical é 
uma condição em que a mucosa do 
cérvix apresenta células pré-cancero-
sas. Mais ou menos metade dos casos 
de dis plasia cervi cal acaba dando em 
câncer por falta de tratamento, por-
tanto é bom ficar de olho.
Literalmente de olho, já que dá para 
ver o cérvix através da vagina, e é 
o que as médicas fazem no exame 
ginecológico para ver se há lesões, 
inflamações, corri mentos anormais. 
Um diagnóstico mais preciso é 
fornecido pelo exame Papanicolau, 
em que uma pequena amos tra das 
células cervicais é retirada para exa-
me de laboratório, e que costuma ser 
feito uma vez ao ano. Se a lâmina 
apre sentar algumas células anor-
mais faz-se a col poscopia, na qual 
a médica observa o cér vix através de 
lentes de aumento, podendo colher 
material para bió psia e determinar o 
grau de displasia.
Qualquer corrimento forte pode 
(ou não) ser sintoma de displasia 
cer vical. A causa é frequen temente 
relacionada ao consumo de pílu-
las anticoncepcionais, que acabam 
com as vitaminas B do organismo, 
30
especialmen te o ácido fólico. Há es-
tudos que apontam como agravante 
a ocorrência de múltiplos parceiros e 
o início precoce da atividade sexual.
O tratamento começa com uma die-
ta rica em ácido fólico, vitamina C, 
betacaroteno e selênio. As dosa-
gens utilizadas têm sido estudadas 
de acordo com cada caso. Também 
podem ser feitas injeções de vita-
mina A no próprio local, com bons 
resultados, e ainda há o recurso da 
crio terapia, que congela a camada 
externa do cérvix para destruir todo 
o tecido anormal.
I N F E C Ç Ã O U R I N Á R I A 
( C I S T I T E )
Os sintomas são inconfundíveis: você 
começa a sentir uma necessidade ur-
gente de urinar com frequência, a 
urina dá queimação, há uma dor na 
altura do osso púbico e vestígios de 
sangue ou pus na urina, e tem nove 
chances em dez de estar com uma 
inflamação ou infecção urinária, 
simples ou com plicada. Gerada por 
dois fatores – presença de bactérias 
que vêm do intestino para a bexiga 
(e podem ir subindo até os rins) e 
enfraquecimento da defesa local de-
vido a aumento da atividade sexual, 
gravidez, dieta fraca, stress, baixa 
imunidade, friagem na região pélvi-
ca, sensibilidade ao ar-condicionado 
e, veja só, medo ou raiva contida.
A primeira providência é tomar 
muita água, do filtro, mineral ou 
fervida, chá de habu (fedegoso) ou 
de cabe linho de milho, para ir logo 
lavando a coisa, com 2 gramas diá-
rios de vitamina C para acidificar a 
urina e tornar bem difícil a vidi nha 
das bactérias. A segunda é pensar se 
não se trata de uma inflamação pas-
sageira causada por geleias, cremes 
ou outras substâncias contra ceptivas 
que costumam irritar a uretra. O 
diafragma também provoca irritação 
na uretra, principalmente se estiver 
um pouqui nho grande. A cafeína 
do café, do chá, do guara ná e dos 
refrigerantes à base de noz de cola 
irrita a bexiga, assim como pimenta 
e outros temperos fortes. Visto que 
não houve nada disso, e que não 
passou em dois dias, é bom fazer 
um exame de urina para verificar a 
extensão da coisa. Se houver sangue 
na urina ou dor muito forte, telefone 
logo para a médica e nem pense em 
resistir ao antibiótico que ela certa-
mente vai receitar (o máximo que 
você pode fazer para com pensar é 
31
Uma DIETA 
para corrigir a tendência 
à infecção urinária 
deve ser POBRE EM 
PRODUTOS ANIMAIS, 
rica em vegetais 
e incluir tofu 
(queijo de soja) 
e feijões azuki, 
mulatinho, roxinho 
e preto, pois todos 
são tônicos dos rins. 
Também é bom 
comer alho, 
já que ele 
é um poderoso 
bacteri cida natural.
tomar lactobacilos, que protegem a 
flora intestinal). Debelada a infec-
ção, procure descobrir direitinho a 
causa para não ter que tomar re-
médios fortes de novo. Infecções 
uri nárias podem ser uma verdadeira 
perseguição, acontecendo três ou 
mais vezes por ano e enfraquecendo 
de mais as suas defesas caso sejam 
sempre tratadas com antibióticos.
Em homeopatia, infecções repetidas 
nas vias urinárias são vistas apenas 
como parte da questão. Podem ser 
alérgicas, mas não é raro estarem 
ligadas a abusos sexuais, distúr bios 
co mo prisão de ventre crônica e 
conse quen te congestão pélvica, baixa 
libido, mens truações he mor rá gicas e 
dolorosas; e se você trabalha sen tada 
o problema piora, por que há pouca 
circulação de sangue na região. 
URINAR logo após 
a relação sexual 
facilita a eliminação 
de germes 
que tenham pas sado 
da vagina para a uretra.
MELANCIA E PEPINO 
fazem você urinar 
bastante e isso vai 
lim pando as vias. 
Os SUPLEMENTOS 
usados com sucesso são 
vitamina C, 1 g ou mais por 
dia, betaca ro teno, a critério 
médico, vitamina E, 400 mg, 
zinco quelado, 50 mg.
34
Pequenos Dramas da Vida Sexual
T R I C O M O N Í A S E 
É causada por um protozoário, Tri-
chomonas vaginalis, que apesar do 
nome ataca homens também. Pode 
não provocar sintomas ou apresentar 
um corrimento amarelado ou esver-
deado, de cheiro forte. Geralmente 
passa por contato sexual, assento 
de privada, toalha de banho úmida, 
maiô ou roupa íntima úmida. Cuida-
do: alguns estudos mostram que a 
tricomoníase está fortemente ligada 
ao câncer de colo de útero.
G O N O R R E I A
É uma infecção bem simples se 
for tratada no começo, e muito 
com plicada se invadir o sistema re-
produtivo e a corrente sanguínea. 
Pode tornar-se crônica, produzindo 
infertilidade e lesões per manentes. 
Nos homens os sintomas são mui-
to evidentes (corrimento leitoso, 
micção frequente e dolorosa), 
mas nas mulheres podem ser 
muito sua ves: apenas um ligeiro 
aumento de secreção vaginal e uma 
inflamação que a médica só identifica 
mandando examinar. Algumas mu-
lheres pensam que é cistite, devido 
à necessidade urgente e frequente 
C Â N D I D A , M O N Í L I A
É causada por um fungo que faz 
parte da flora vaginal, mas prolifera 
em determinadas circunstâncias e é 
transmitido ao parceiro. O sintoma 
principal é a coceira, que costuma 
vir com um corrimento bran co pa-
recendo leite talhado. Dá muito em 
grávidas, diabéticas, e devido a anti-
bióticos, pílulas anticoncepcionais e 
cortisona, ou ainda se há deficiência 
de ferro. Quer mais? To do mundo 
quer, por isso há um capítulo inteiri-
nho só para ela: página 204. 
VERRUGUINHAS GENITAIS
São saliências rosadas ou vermelhas 
(trans miti das pelo Papi lloma virus) 
que crescem muito rapidamente, a 
sós ou aglo me radas em forma de 
couve-flor. Surgem em qualquer par-
te da vulva, no perí neo, nas paredes 
vaginais e no cérvix, geralmente 
acompanhando corrimentos abun-
dantes. Pega-se através de contato 
direto com alguém que tem, e a in-
cubação varia de um a seis meses. 
Incomodam, vão e voltam, e têm 
sido associadas a câncer do cérvix 
e do reto. Há vários tratamentos, em 
geral externos.
35
de urinar, com dor e corrimento. A 
trans mis são de bactérias se dá sempre 
por contato sexual, inclusive oral ou 
anal. O tratamento exige antibióticos. 
C L A M Í D I A
Os sintomas, quando há, também 
são micção dolorosa e corrimento 
vaginal. A transmissão é sempre por 
contato sexual, mas os olhos podem 
ser seriamente afetados se tiverem 
contato com a secreção, de tal for-
ma que a clamídia é a causa mais 
comum de cegueira no mundo, prin-
cipalmente nas crianças da Índia, 
África e Oriente Médio. A clamídia 
não tratada pode degenerar num 
sem-fim de infla mações e infecções 
na região pélvica. O trata mento cos-
tuma exigir antibió ticos.
S Í F I L I S
Ela já foi para o mundo o que a 
aids é hoje, quando ainda não 
existiam antibióticos; sumiu duran-
te uns tempos, mas está voltando. 
É causada por uma bactéria que 
se transmite geralmente por con-
tato sexual, através de cortes ou 
feridas na pele ou na mucosa, mas 
também passa da mãe grávida ao 
feto. Seus sintomas primários são 
feridinhas indolores nos genitais, 
no reto, na língua ou nos lábios, 
e gânglios inchados na virilha. 
Se não for tratada desenvolve 
dolorosos sintomas secundários 
e ter ciá rios (ela tem três estágios), 
que vão de erupções e feridas até 
febre e dor nos ossos e nas juntas. 
Pode levar à morte. Exames de san-
gue específicos detectam a presença 
da bactéria. O tratamento é feito 
com penicilina ou outro antibiótico. 
Os bebês contaminados pela mãe 
podem nascer com deformidades ou 
morrer, mas isso pode ser totalmente 
evitado se o pré-natal for bem feito.
A I D S
Complexa demais para ser chama-
da de doença venérea, a aids é a 
grande doença dos tempos moder-
nos. E como o risco de contágio por 
contato sexual é enoooorme, use 
preservativos quando não tiver cer-
teza absoluta sobre o parceiro. Os 
sintomas são fadiga, gânglios incha-
dos, febre, suores noturnos, gripe, 
resfriado, tosse ou dor de garganta 
que não passam, fôlego curto, ema-
grecimento, lesões na pele, diarreia 
constante, e daí para pior com infec-
ções oportunistas, câncer de pele, 
candidíase oral, sangra mentos repen-
tinos, con fusão, demência e coma. A 
transmissão do vírus se dá através de 
sangue ou sêmen no contato sexual 
36
e agulhas de in jeção compartilhadas. 
Tam bém passa da mãe para o feto, 
se ela não estiver fazendo o pré-na-
tal. O período de incubação da aids 
pode ir de 5 a 10 anos.
H E R P E S
Uma vez com ele, sempre com ele: 
o vírus do herpes não abandona nin-
guém, embora possa viver dormindo 
se a pessoa tiver boa saúde. Afeta 
simplesmente metade da população 
do mundo. Não tem cura. O ataque 
chega em forma de pequenas sali-
ências avermelhadas, que depois se 
transformam em pequenas bolhas 
que estouram e ardem, causando um 
desconforto que pode variar do leve 
ao terrível. Os tratamentos procuram 
aliviar esse desconforto e evitar novas 
erupções. A duração dos ataques vai 
de 4 a 12 dias, e de um modo geral 
indica que a imunidade está baixa. 
Há dois tipos de herpes, o simples e 
o zoster. Esse zoster é ligado ao vírus 
da catapora, dá no torso e no ros-
to e dói muito, mas felizmente não 
se transmite por contato. O herpes 
simples 1, ou labial, dá em torno da 
boca, é a popular feridinha de febre. 
O herpes simples 2 ataca qualquer 
parte da região genital, visível ou 
invisível. Quase sempre inclui do-
res ou sensação de queimadura nas 
pernas, nádegas e genitais, trazendo 
dificuldade até para urinar. O sinto-
ma inicial do HS-2 é dor ou coceira 
em qualquer parte da região genital. 
As erupções vão demorar horas ou 
dias para surgir.
As crises podem surgir em qual quer 
situação mais aguda. Muitas mulheres 
têm herpes durante a menstruação. 
Outras, sempre que tomam muito sol. 
Um jeans apertado num dia de calor 
pode acordar o herpes. Uma cal cinha 
de lycra também. Febre ou alguns dias 
de alimentação mais ácida, idem. 
Questões emocionais contribuem 
decisivamente para a ocorrência de 
novas crises. Dessa forma, as erupções 
servem de sinal de alarme para 
se pensar no que está acontecendo.
A transmissão costuma se dar por 
contato, de modo que é preciso to-
mar cuidado nas relações sexuais 
para não contagiar ninguém. Se a 
erupção for na pele, cobrir com um 
curativo; se for na mucosa, não tem 
jeito. No final da gravidez é um pe-
rigo, sobretudo se a mãe tiver sua 
primeira crise de herpes muito junto 
do parto – se for infectado por con-
tato, o bebê corre risco de ter lesões 
cerebrais, cegueira e até morrer, daí 
a cesariana ser mais indicada num 
caso assim. 
37
Um primeiro ataque de herpes dá 
sintomas de gripe, como dor de ca-
beça e febre, e gânglios inchados na 
virilha. Se for no início ou no meio da 
gestação, pode provocar aborto ou 
nascimento prematuro.
Existem vários tratamentos eficientes 
para manter o herpes dormindo. 
O sucesso deles depende de como 
a mulher lida com o stress – se consegue 
se poupar nos momentos críticos, 
ou se entra de cabeça em tudo 
e depois se larga, totalmente arrasada.
Sessões regulares de 
ACUPUNTURA ajudam muito 
a aumentar a imunidade 
e impedir a 
proli feração do vírus.
HOMEOPATIA: 
Natrum, Echinacea, Rhus tox., 
Croton tig., Petroleum, 
Mercurius solubile.
Se você sabe 
quando uma crise 
está para começar, 
pode aplicar GELO no local, 
com grande chance 
de escapar dessa. Mas tem que 
ser obsessivamente mesmo, 
várias vezes por dia, 
durante 45 minutos de 
cada vez, tomando cuidado 
para não queimar a pele.
38
CÁPSULAS DE ALHO 
controlam o herpes a longo 
prazo (o alho tem 18 agentes 
antivirais e antibacterianos); não 
cortam uma crise, mas doses 
altas logo no começo podem 
impedi-la (12 cápsulas logo de 
cara, três de quatro em quatro 
horas por três dias, exceto 
durante o sono). Também se 
pode abrir a cápsula e aplicar o 
óleo no local.
 A DIETA contra herpes deve 
ser rica em LISINA, baixa 
em ARGININA. São dois 
aminoácidos (componentes das 
proteínas) com ação contrária. A 
arginina promove a proliferação 
do vírus, a lisina inibe. Portanto 
você pode comer MAIS peixe, 
carne, galinha, feijões, iogurte, 
ovos, batata e levedo de cerveja, 
e MENOS nozes, sementes 
oleaginosas, amendoins, 
cereais, gelatina, chocolate, 
uvas-passas. Algumas pessoas 
acham bom tirar ainda frutas 
cítricas e tomate. Café e açúcar, 
por serem imunodepressores, 
também devem ficar de fora. 
O ACYCLOVIR pode cortar a 
crise imediatamente (mas nem 
sempre), não se sabe ainda a que 
custo para o sistema imunológico.
SUPLEMENTOS 
usados com bons resultados: 
lactobacilos acidófilos, 
comprados em cápsulas nas 
farmácias de importados e 
tomados segundo a bula. 
Vitamina C, 1 g duas vezes por 
dia para prevenir, 4 g para 
remediar. 100 mg de sulfato 
de zinco associados a 2 mg 
de cobre podem ser tentados, 
mas sob supervisão médica. 
2g diários de L-lisina como 
prevenção, dobrando a dose se 
houver um ataque (sua médica 
deverá pedir um controle da sua 
taxa de colesterol, pois a lisina 
pode aumentá-la).
PARA APLICAR 
na erupção, 
gel de raiz de alcaçuz 
ou tintura de equinácea: 
se arder muito, não continue. 
Sulfato de zinco, 0.05 a 0.25%, 
em solução ou unguento. 
Algumas pessoas 
melhoram no ato 
aplicando, com um 
cotonete, o conteúdo de 
uma cápsula de 
vitamina E. Ou de óleo 
de alho. Mas a erupção pode 
sair, uns dias depois, 
em outro lugar.
39
40
41
Ó V U L O S
H O R M Ô N I O S
C I C L O S
M E N S T R U A I S 
& PECULIARIdADES
Tudo quanto é espécie tem mania de se reproduzir. Gente mais ainda, 
tanto assim que, ainda dentro da barriga da mãe, nós mulheres já te-
mos mais de meio milhão de ovinhos para botar. Mas eles são frágeis. 
Quando nascemos se reduziram à metade, quando menstruamos pela 
primeira vez são uns setenta mil, e destes só uns 500 vão se tornar real-
mente óvulos, isto é, projetos de gente à espera de um espermatozoide 
que os tire para dançar.
O óvulo é uma célula que só mulheres têm. Desenvolve-se numa 
bolsinha, chamada folículo de Graaf, que cresce no contorno do 
ovário. A certa altura do mês, um hormônio folículo-estimulante vai 
fazer com que a bolsinha se rompa e o óvulo mergulhe no espaço 
feito um astronauta em busca da trompa de Falópio, que felizmen-
te está a postos com suas franjas gulosas. É ali na trompa, quem 
42
diria, que se decide a sorte de alguém: se houver espermatozoi-
des disponíveis, o mais afoito vai conseguir penetrar no óvulo e dar 
início à formação de uma futura pessoa – depois de uns dias descendo 
pela trompa, o óvulo fertilizado gruda na parede do útero e começa 
a virar um bebê.Se não houver espermatozoides, após duas ou três 
semanas a gente menstrua. 
Nossas primeiras 6 a 12 menstruações costumam acontecer sem óvulos. 
São as chamadas regras anovulatórias, completamente desregradas: o 
chico, paquete, incômodo vem, não vem, vem muito, vem pouco... Só 
depois de uns três anos é que passa a haver ovulação regular, e aí cada 
uma de nós vai conhecer a duração de seu ciclo menstrual. Pode ser 
qualquer coisa entre 21 e 45 dias. O papo de que o ciclo é lunar e tem 
28 dias é lindo, mas não se aplica à maioria das mulheres. Conhecer a 
duração do seu ciclo tem uma utilidade ímpar: você sempre sabe quan-
do aquele xilique pode ou não ser justificado pela tensão pré-menstrual. 
A primeira menstruação tem nome: menarca. Dependendo da região 
geo gráfica e da história familiar, acontece a qualquer momento entre 
12 e 16 anos – nos países quentes, mais cedo; nos frios, mais tarde. A 
última também tem nome: meno pausa. Chega em torno dos cinquenta 
anos, quando os óvulos já estão aca bando e os hormônios reprodutivos 
também.
HORMÔNIOS 
são substâncias misteriosas 
que as glândulas endócrinas 
fabricam e enviam através 
da corrente sanguínea 
para influenciar outras 
partes do corpo 
Hipófise, 
tireoide, paratireoide, 
pâncreas, adrenais, 
ovários e testículos: 
essas são 
as glândulas 
endócrinas 
43
O CICLO MENSTRUAL 
é governado por um encadeamento de hormônios. O hipo tálamo inicia 
o processo mandando agentes para a vizinha hipófise; ela libera 
as gonado trofinas, que viajam pelo sangue até os ovários, onde 
estimulam os folículos ovarianos a produzir estrogênio e progesterona, 
que preparam o útero para uma possível gravidez.
 A primeira parte do ciclo menstrual, que vai até a ovulação, depende 
do estrogênio. A segunda parte, que vai até a menstruação, 
depende da progesterona.
IRREGULARIDADES 
MENS TRUAIS 
podem ocorrer devido a 
problemas em qualquer 
parte do circuito hormo -
nal. Doenças, drogas, 
perda súbita de peso e 
até mesmo stress afetam 
o hipotá lamo. Se ele ti-
ver uma infecção ou um 
tumor, a menstruação 
também será afetada. Se 
a hipó fise interromper a 
produção de hormônios, 
os ová rios serão os pri-
meiros a falhar; mas ela 
também pode produzir 
hormônio demais, em 
consequência de tranqui-
lizantes e pílulas anticon-
cepcionais, e aí não há 
menstruação nem ovula-
ção. 
Se a tireoide estiver muito 
ativa, a menstrua ção para 
ou é muito escassa; se 
pouco ativa, a menstrua-
ção é longa e forte, talvez 
acompanhada por desin-
teresse sexual. E até as 
glândulas adre nais podem 
influir na menstruação. 
Se você tiver problemas 
menstruais realmente 
exorbitantes sua médica 
certamente vai pedir a 
dosagem de hormô nios, 
através de exames de 
sangue e urina.
Se os ovários tiverem cis-
tos ou tumores, a produ-
ção de hormônios pode 
se alterar. 
A HIPÓFISE TAMBÉM 
GOVERNA O LEITE 
MATERNO 
Primeiro ela produz pro-
lactina, hormônio que 
comanda a produção 
de leite nas glândulas 
mamárias; depois, quan- 
do os seios são suga-
dos, um estímulo avisa 
a hipófise e ela libera na 
corrente sanguínea outro 
hormônio, ocito cina, que 
faz contrair a musculatu-
ra que circunda as células 
leiteiras e força o leite a 
descer para os bicos. (As 
fricções da penetração 
sexual também provocam 
liberação de ocitocina, só 
que neste caso ela serve 
para provocar contrações 
rítmicas na musculatura 
vaginal e ajudar assim a 
subida dos es perma to-
zoides rumo às trompas 
de Falópio – quem sabe 
tem um óvulo esperan-
do?)
A hipófise ainda produz 
os dois hormônios mais 
importantes para a re-
produção – o folículo- 
estimulante, que faz ama-
durecer o óvulo, e o lutei -
44
ni zante, que faz o folículo 
se romper para soltar o 
óvulo e transformar-se 
em corpo lúteo.
O folículo, enquanto se 
desenvolve, gera estro-
gênio e prepara a mulher 
para a concepção; o corpo 
lúteo fabrica proges terona, 
que prepara o útero para 
a gravidez. Com tanto re-
quinte que torna o muco 
cervical viscoso a ponto de 
formar um tampão para 
proteger o feto de conta-
minação externa. 
A placenta também pode 
produzir estrogênio e pro-
gesterona.
NA VERDADE, 
EXISTEM TRÊS TIPOS 
DE ESTROGÊNIO: 
es t ro na, es t rad io l e 
es triol. A estrona é pro-
duzida nos tecidos gor du -
rosos, mas também nos 
ovários e nas glândulas 
adre nais. O estra diol é 
produzido nos ovários, 
e se cun daria mente nos 
tecidos obesos e nas 
glândulas adrenais. O 
estriol é produzido pela 
placenta na gravidez. É 
ele que provoca o hipe-
rin sulinismo, ou diabetes 
gravídica, porque sua 
presença no sangue neu-
traliza a ação da insuli-
na, fazendo com que o 
pâncreas produza cada 
vez mais insulina para 
responder ao aumento da 
taxa de glico se. Se a grá-
vida es ti ver gor ducha terá 
mais estro gênio ainda em 
circulação, o que dobra 
seu risco de diabetes.
EXCESSO DE ESTROGÊNIO 
em circulação causa desequilíbrio 
geral. Pode inclusive produzir 
uma fome incessante, que você deve se 
recusar a xingar de obsessiva enquanto não 
fizer uma contagem de hormônios. Por outro 
lado, de repente o estrogênio aumentou 
justamente porque você 
andou comendo demais e criou 
umas gordurinhas. 
Comeu-por-quê?, 
tum-tum-tum, 
por-que-comeu? 
Mulheres obesas têm 2 a 5 vezes 
mais estrogênio que as de peso normal, 
simplesmente o dobro ou o quíntuplo 
de riscos para a saúde. 
E outra fonte de estrogênio indesejável 
é o trabalho das bactérias intestinais 
– quando há muita gordura
nas fezes e/ou prisão de ventre, 
elas vão reativar o estrogênio presente 
e devolvê-lo à corrente sanguínea. 
45
 
M
EN
ST
RU
A
Ç
Ã
O
! Aí Deus expulsou Eva do Paraíso: Hás de pagar com o teu sangue! E ela, humilde: Pode ser em sua ves 
prestações mensais?
Então estamos pagando até hoje. Sob queixas e pro-
testos. Mas, de fato, a menstruação é a única perda 
de sangue que se pode considerar normal no corpo 
humano. Até porque não é bem uma perda, mas uma 
limpeza. Mais ou menos a cada quatro semanas a 
mulher deixa sair aquilo que indica que não engra-
vidou: células mortas, secreções, muco e o sangue 
resultante da descamação superficial do endométrio, 
tecido que reveste internamente o útero. 
O endométrio é uma membrana mucosa muito úmida, 
cheia de glândulas microscópicas e abun dan tíssima ir-
rigação sanguínea, que engrossa especialmente para 
acolher sementes de gente. Quando a concepção não 
se dá, o afluxo de sangue para o endométrio diminui, 
as arteríolas se contraem, a membrana encolhe per-
dendo muco e secreção, muitas células da superfície 
morrem. Quando as arteríolas voltam a se expandir, 
o sangue de suas minúsculas ramificações escapa e 
inunda o tecido, formando laguinhos e bolhas aqui e 
ali; é esse sangue que escorre quando o frágil tecido 
se esgarça. Logo os vasos sanguíneos se contraem de 
novo, enquanto outras bolhas arrebentam, e assim 
a superfície do endométrio vai progressivamente se 
abrindo e cicatrizando, enquanto o útero, através de 
contrações ritmadas, põe a coisa toda para fora.
46
A temperatura do corpo e a atividade metabólica (transformação de 
nutrientes em energia) caem um pouquinho durante a menstruação; as 
secreções cutâneas e a saliva se alteram e os vasos capilares da pele 
ficam mais propensos a sangrar. Se por alguma razão não houver fluxo 
menstrual e determinadas substâncias do endométrio entrarem em cir-
culação, a mulher pode sangrar via nariz, boca ou pulmões, mas isso 
é raríssimo, graças a Deus.
O fluxo menstrual geralmente dura quatro dias, tornando-se mais abun-
dante no segundo, mas isso varia de mulher para mulher. O sangue 
perdido, que parece uma enxurrada, costuma caber numa xicrinha de 
café e constitui 50 a 70% do fluxo menstrual; o resto é muco, secreção 
e restinho de células mortas. 
Cólicas menstruais: uma ou outra, 
de vez em quando, ainda vá lá. 
Mas sempre? Pode ser 
comum, normal não é.
Mulher menstruada foi chamada até de impura pelos arcaicos, 
mas de jeito nenhumé doente para se conformar com aquela dor 
de nó nas tripas que começa bem em cima do púbis e se irradia pelo 
ventre até as costas, dando enjoo, diarreia, calor, frio, tontura e dor 
de cabeça nas mais atacadas. Há quem se recolha ao leito com um 
saco de água quente, quem fique instantaneamente abatida e meio 
verde, quem ligue rapidamente para a farmácia pedindo uma injeção 
na veia. Existem muitos analgésicos que as mais adeptas já compram 
junto com absorventes e tampões, preparando-se assim de véspera 
para o grande achaque. É uma opção. Mas não seria melhor nunca 
mais ter cólicas?
47
A causa mais comum 
das cólicas 
é o excesso de 
PROSTAGLANDINA 
no organismo. 
Prostaglandinas são 
agentes químicos 
semelhantes aos 
hormônios, só que 
de ação estritamente 
local. Controlam 
coisas como as 
batidas do coração, o 
ritmo respiratório, a 
contração dos vasos 
sanguíneos e da 
musculatura lisa, os 
movimentos intestinais. 
O útero faz parte 
da musculatura lisa. 
Quando chega a 
hora de menstruar, 
as prostaglandinas 
ajudam o tecido a 
contrair para expulsar 
o sangue. Se sua 
produção for excessiva, 
as contrações serão 
fortes demais e por 
isso dolorosas.
Mulheres com o 
PESO ACIMA DO 
NORMAL, 
portanto com mais 
estrogênio circulando, 
terão produção maior 
de prostaglandinas.
Por outro lado, 
episódios de ABUSO 
SEXUAL na infância e 
retenção da energia 
sexual costumam 
acompanhar histórias 
de cólicas muito fortes. 
Mulheres que querem 
negar sua feminilidade 
podem rejeitar a 
menstruação e ter 
cólicas.
Se você usa TAMPÕES 
e tem cólicas, 
experimente deixar 
de usar para ver se 
elas continuam. Além 
de ser inconveniente 
para o ecossistema 
vaginal, a pressão 
dos tampões pode 
ser insuportável para 
algumas mulheres. 
INTESTINO PRESO 
também costuma 
aumentar as cólicas, 
é importante tratar 
dele. 
ANDAR E FAZER 
OUTROS EXERCÍCIOS 
LEVES funciona muito, 
por aliviar a tensão na 
região abdominal, 
e roupas justas 
impedem a boa 
circulação sanguínea e 
a respiração profunda.
 Quando a cólica 
começar, 
DEITE E CUBRA-SE. 
Ponha as duas mãos 
sobre a região dolorida 
e procure relaxar, 
de olhos fechados, 
respirando fundo. 
Imagine que o ar está 
chegando até o útero, 
recolhendo e levando 
embora toda a tensão 
quando você expira. 
Se puder, DURMA: 
às vezes a cólica 
é pura necessidade 
de descansar. 
Não esqueça 
das tradicionais 
COMPRESSAS QUENTES 
na barriga! 
Relaxam e dão um 
conforto delicioso. 
Um copinho de VINHO 
na hora da crise 
também pode ser 
ótimo para dilatar os 
vasos sanguíneos e 
deixar você numa boa. 
E um quentinho no 
ventre, proporcionado 
por aquelas ATADURAS 
de crepe que vendem 
em farmácia, é 
essencial. 
Não só na hora 
da cólica, mas sempre 
que você se sentir 
mais frágil e fria.
48
CÓLICAS CRÔNICAS? 
Aí devem ser 
tratadas como parte da 
tensão pré-menstrual. 
Quando resistem 
aos tratamentos 
deve-se ver se há 
endometriose, pois a 
dor é semelhante.
DIETA: 
evitar as comidas 
frias e as de natureza 
fria, como laranja, 
tangerina, abacaxi; 
ovos, algas marinhas, 
café, chá preto, 
chá mate, guaraná 
em pó, açúcar, sal; 
refrigerantes e 
gelados; e excesso de 
produtos animais. 
Se houver depressão 
e perda de memória, 
comer mais proteína.
SUPLEMENTOS: 
de vitamina E 
(100 mg três vezes ao 
dia, na segunda fase 
do ciclo) e magnésio 
 (100 mg quatro vezes 
ao dia) têm sido 
usados com sucesso. 
A vitamina E parece 
estimular a produção 
de endorfinas, 
substâncias 
analgésicas 
produzidas pelo 
próprio organismo, e 
o magnésio ajuda a
relaxar os músculos
e os vasos sanguíneos, 
inibindo também um 
tipo de prostaglandina.
Como o nível de 
cálcio no sangue 
diminui 10 dias antes 
da menstruação, pode 
estar havendo uma 
deficiência de cálcio e 
magnésio que sempre 
deixa a gente mais 
nervosa. Nesse caso, 
experimente usar uma 
combinação de cálcio 
e magnésio à venda 
em lojas de produtos 
naturais. Mas é 
preciso diluir o pó em 
água morna e juntar 
algumas gotas de 
limão ou vinagre (de 
cidra, maçã ou arroz) 
para acidificar a água 
e forçar a liberação do 
cálcio. Deixe a mistura 
repousar meia hora e 
tome conforme a bula. 
CHÁS: 
de gengibre 
(fatiado e fervido por 
meia hora, com casca), 
hortelã, camomila, 
alecrim ou artemísia 
(infusão).
CHINESES: 
indicam o uso 
de raiz de alcaçuz 
e de dong quai, 
que são reguladores 
do estrogênio 
e da progesterona. 
Se uma mulher 
não tem estrogênio 
suficiente, estas raízes 
estimulam 
a produção; 
se o problema é 
estrogênio demais, 
elas botam o excesso 
para fora.
ACUPUNTURA: 
funciona, 
mas é preciso 
começar o tratamento 
antes do período 
menstrual. 
HOMEOPATIA: 
Valeriana officinalis, 
tintura, duas doses de 
meia colher de chá 
com intervalo de vinte 
minutos entre ambas. 
Também Petasites 
hybridus, um relaxante 
muscular.
49
A endometriose é algo estranhíssimo: 
o tecido que normalmente cresce no 
útero começa a crescer em outro lugar.
Geralmente em ovários e trompas, às vezes vagina e vulva, mais 
raramente bexiga, intestinos, pulmões, cabeça e braços, talvez 
deixando cicatrizes e cistos. Durante a menstruação o tecido 
deslocado vai sangrar como se estivesse no útero, mas esse 
sangue não consegue sair do corpo. 
A endometriose grave, que faz grandes cistos cheios de sangue 
nos ovários, pode nem produzir sintomas. Os casos brandos 
é que produzem mais dores, pois há sangramentos microscópicos 
no peritônio (membrana que reveste a cavidade abdominal) que 
parecem estimular as fibras nervosas; por isso a menstruação, 
a ovulação e as relações podem se tornar tão dolorosas.
CAUSAS: 
excesso de estrogênio, 
excesso de gordura 
(sobretudo láctea), 
umidade, estagnação 
do sangue e do 
chi, esgotamentos 
emocionais, depressão. 
Emoções parecem ser 
um fator decisivo. 
Um dado curioso 
é que a mulher 
com endometriose 
geralmente fez carreira 
profissional e por 
isso adiou a gravidez. 
Quanto mais 
ovulação, mais 
hormônios para 
alimentar a endo-
metriose 
(e outras coisinhas 
mais, como se verá). 
SINTOMAS: 
dores fortes na 
menstruação e 
durante as relações, 
fluxo menstrual muito 
abundante, períodos 
irregulares, possível 
infertilidade devido a 
alterações 
na proporção 
entre estrogênio e 
progesterona. 
Uma característica: 
os sintomas pioram 
progressivamente.
DIAGNÓSTICO: 
O exame pélvico 
geralmente mostra 
que a dor está em 
lugares que só doem 
na endometriose; a 
confirmação é feita por 
laparoscopia. 
Às vezes é confundida 
com bartolinite.
50
TRATAMENTOS 
MÉDICOS: 
à base de hormônio 
ou de inibidores da 
função ovariana 
funcionam, mas têm 
efeitos colaterais: 
aumento de peso, 
voz grossa, pelos no 
rosto. Assim que o 
tratamento acaba, a 
endometriose começa 
a voltar. Engra vidar é 
mais prático e efetivo. 
Ou fazer cirurgia, 
por laparoscopia, 
a laser ou não.
por semana, 
durante uma hora 
e meia, são uma boa 
ajuda. Acupuntura 
para as dores. 
Desintoxicação 
hepática e ervas 
que reequilibrem os 
hormônios, como dong 
quai e raiz de alcaçuz. 
Duas ou três colheres 
de sopa por dia de 
óleo de sementes de 
linhaça para dissolver 
depósitos gordurosos.
SUPLEMENTOS 
INDICADOS: 
betacaroteno, 
vitaminas C e E, 
dosagem a critério 
médico.
E A VERMINOSE? 
A dra. Hulda Clark, 
cientista canadense 
que bota a boca no 
trombone sobre os 
efeitos ocultos das 
verminoses, diz que 
endome triose é algo 
que acontece quando 
a fascíola, uma 
baratinha que anda 
por dentro do nosso 
corpinho, leva 
pedacinhos 
do endométrio para 
fora do útero. Conferir. 
Mais sobre verminose na 
página 194
A DIETA MACROBIÓTICA 
dá excelente resultado 
contra endometriose. 
Consiste basicamente 
de cereais, raízes, 
frutos, folhas e 
algas, com pequenas 
porções de feijão, 
peixe e frutas cozidas. 
É recomendado evitar 
laticínios, saladas 
e outrascomidas e 
bebidas frias.
COMPRESSAS QUENTES 
sobre a região 
abdominal três noites 
51
Cistos ovarianos: a maioria 
é inofensiva e desaparece por si. 
Alguns é preciso operar, e certos tipos devem ser tomados como um 
alerta: mulheres que desenvolvem cistos entre 50 e 70 anos têm mais 
incidência de câncer ovariano do que as outras.
Enquanto um tumor é um caroço sólido, um cisto é um saco cheio 
de líquido. Se for grande, vai incomodar. Pode interferir com a 
produção de hormônios pelo ovário e resultar em sangramento 
irregular pela vagina ou aumento de pelos corporais. Se estiver compri-
mindo a bexiga dá vontade de urinar a toda hora.
Não há sintomas que evidenciem a presença de cistos ovarianos. As 
queixas são meio genéricas – dor surda no ventre, inchaço ou sensação 
de pressão ou volume; dor durante as relações; menstrua ção atrasada, 
irregular ou dolorosa. Um sintoma de emergência é a dor súbita e aguda 
no baixo-ventre, com febre e vômito. Pode significar que o cisto torceu 
ou se rompeu. Se torceu, é cirurgia de urgência; se rompeu, a mulher 
fica em observação durante uma semana ou mais, e geralmente nada 
precisa ser feito.
A HOMEOPATIA 
tem abordagens clínicas de muito sucesso contra cistos ovarianos. 
A DIETA 
é para desintoxicar e eliminar fungos; pode ser macrobiótica, 
vegetariana ou higienista, eliminando tudo o que possa aumentar a 
produção de fungos (abundantes dentro do líquido dos cistos). Isso quer 
dizer sem açúcar, sem laticínios, pouco pão e bastante nabo daikon (aquele 
comprido), cru, ralado, para dissolver as gorduras.
52
Fibroma uterino, ou mioma: às vezes 
é tão grande que parece gravidez
Mas não passa de um tumor fibroso que cresce na parede do útero. 
Chateia uma em quatro mulheres ocidentais entre os trinta e os cinquen-
ta anos. É redondo, consistente, pequeno como uma ervilha ou grande 
como um melão, e surge sozinho ou em grupos. Raramente se torna 
maligno, mas pode incomodar muito. Seus tecidos contêm basicamente 
colágeno e muco. 
Fibromas não ameaçam a vida. São difíceis de curar, mas geral-
mente encolhem depois da menopausa, de modo que se pode viver 
com eles até o fim dos tempos. Podem até conviver com a gravidez, 
se você se cuidar bastante em todos os sentidos – dieta, exercício, 
respiração, cabeça. Acupuntura, shiatsu, do-in e trabalhos corporais 
ajudam a energia a circular na área. Ou seja: não é preciso ope-
rar, a menos que estejam causando muitas dores, crescendo muito 
depressa, sangrando constantemente e/ou atrapalhando as relações se-
xuais. Se não houver nada disso, basta examiná-los de tempos em tem-
pos, por toque ou ultrassonografia, para saber como estão. Em caso de 
necessidade real é feita a histerectomia, em que se retira todo o útero.
As mulheres que apresentam fibromas costumam ter um ou vários casos 
de fibroma na família. Frequen temente dão preferência a uma dieta rica 
em carne, açúcar e laticínios, especialmente queijo e sorvete cremoso. 
E são muito batalhadoras na vida prática, mas retêm as emoções. Fa-
zem bloqueios de energia – raiva, talvez – na área do útero, quem sabe 
algo referente a ter ou não ter filhos, ou a não encontrar a pessoa certa 
com quem ter filhos. Muitos gineco logistas apontam uma ambivalência 
psicológica quanto à função uterina na mulher que tem fibroma.
53
SINTOMAS 
que fazem suspeitar de um fibroma uterino: sangramento entre as regras, 
menstruação excessiva ou hemorrágica, necessidade frequente de urinar, 
sensação de plenitude, peso ou pressão na área pélvica.
DIETA 
Uma boa dieta 
desintoxicante reduz 
bastante as dores 
e o sangramento, 
principalmente se a 
interessada se tornar 
mais vegetariana 
sem cair de boca nos 
laticínios. 
Mulheres em dieta 
lacto-ovo-vegetariana 
apresentam mais 
fibromas do que as 
que comem carne, 
talvez por consumirem 
queijo demais, 
achando que assim 
estarão bem supridas 
de proteína e cálcio.
CHINESES 
A medicina 
tradicional chinesa 
diz que o fibroma 
é consequência da 
congestão de sangue 
no baixo-ventre, que 
por sua vez decorre da 
estagnação de energia 
no fígado.
Há duas fases 
da congestão. 
A primeira transparece 
por sintomas 
como desequilíbrio 
emocional, amenorreia, 
dismenorreia, vaginite 
crônica, prisão de 
ventre, lábios rachados, 
manchas escuras 
na pele, pele seca, 
compleição amarelada, 
sede, tendência a ter 
os pés frios e a sentir 
calafrios. 
A segunda já 
apresenta um volume 
no baixo-ventre que se 
pode apalpar.
Na primeira fase 
a dieta ajuda muito, 
na segunda nem tanto; 
de qualquer forma é 
importante tonificar 
o sangue, remover a 
estagnação, melhorar 
a circulação no 
aquecedor inferior e 
evitar comidas que 
ofendam o fígado, 
já que ele regula o 
movimento do Chi 
e o Chi move o sangue.
A DIETA CHINESA 
recomenda comer 
berinjela, que ajuda 
a limpar a congestão. 
Moderadamente, 
porque um excesso 
de berinjela pode 
enfraquecer o útero!
Temperar com açafrão, 
açafroa (curcuma, 
caril), pimenta-
do-reino, canela, 
cardamomo, noz-
moscada, gengibre.
Evitar saladas cruas, 
leite, queijo, algas 
marinhas, frutas 
cítricas e seus sucos, 
tofu, grãos pouco 
cozidos, painço, trigo-
sarraceno, excesso de 
sal e de doces. 
Não tomar líquidos 
com as refeições; 
comer pouco 
e mastigar bem.
AQUILO
AQUELA FASE
AQUELA COISA
AAAAAARGH
TPM
56
Brigou com o filho, deu um passa-fora no marido, 
despediu a empregada, jurou ódio mortal à melhor 
amiga e correu à janela para se jogar. Nesse 
exato momento sentiu um molhadinho entre as 
pernas, rumou para o banheiro e não deu outra: 
menstruada! Ufa. Tudo superado. Era só TPM.
TPM, ou tensão pré-menstrual, tem sido o inferninho particular da mulher mo-
derna. As antigas viviam mais preservadas, normal mente só trabalhavam em 
casa, de modo que podiam recolher-se ao leito com uma indisposição que se 
prolongava até o fim “daqueles” dias.
Pesquisa feita num presídio feminino dos EUA mostrou que 50% das presas 
cometeram os delitos fatais durante o período pré-menstrual. Entre as que pro-
vocaram acidentes de trân sito, 52% estavam na mesma situação. Os juízes 
são até mais benevolentes com as mulheres criminosas quando elas alegam 
TPM, e há mesmo que dar um desconto, por que tem dias em que a gente fica 
doida, prontinha para rosnar e morder (no mínimo).
Às vezes é tão infernal que os sintomas duram da ovulação até a mens-
truação, sem sa bermos que são agrava dís simos por hábitos alimentares, 
stress, dro gas e até relações domésticas: segundo as pes quisas, um dos 
piores fatores de risco para TPM é... viver com um homem! Professoras e 
funcio ná rias públicas gozam até hoje de um indulto menstrual. Podem 
faltar três dias por mês, vejam só, certa mente para não estrangularem 
alunos e chefes. 
Claro que nem todo mundo sente a tensão pré-menstrual com tanta ênfase, e 
há as que nem sentem. Quem sofre mais são as estre ssa das, as mais velhas e 
as que têm mais estrogênio circulando: gordinhas, ioiô (engor dando e ema-
grecendo o tempo todo) e as que vivem com o intestino preso (quando as fezes 
se acumulam no intes tino, o estro gênio contido nelas, que o fígado degradou 
e tratou de eliminar, é reabsorvido pelo sangue).
57
Como isso chega a acontecer? Na primeira fase do ciclo menstrual o óvulo 
está se preparando para deixar o ovário rumo ao útero. Se a fecundação não 
acontece entramos na segunda fase, que leva à menstruação. Ou seja, o 
período acumula toda a tensão de um movimento que não deu em nada, e a 
menstruação vai limpar o útero de um sangue que não serve mais. Não é nada 
parecido com a exuberância de uma primavera e um verão, tem os tons mais 
sóbrios e fechados de um outono e um inverno. A situação sugere recolhimento 
e repouso, como em qualquer fim de ciclo.
Bruxa 
Alterações 
bruscas 
de humor, 
ansiedade, 
nervosismo, 
irritabilidade, 
lentidão 
mental, 
abatimento, 
apatia, 
insônia, 
vertigem e 
depressão, 
dor de 
cabeça forte; 
os sintomas 
apontamalto 
nível de 
estrogênio 
e baixa 
progesterona
Monstra 
Aumento 
de peso, 
flatulência, 
inchaço 
abdominal, 
edema 
no rosto, 
nas mãos 
e nos pés, 
muita 
sensibilidade 
nos seios; 
indica 
excesso 
de sal no 
organismo 
com retenção 
de líquido 
e possível 
elevação de 
aldosterona, 
hormônio das 
glândulas 
adrenais
Neurótica 
Depressão, 
impulsos 
suicidas, 
crises de 
choro, 
confusão 
mental, 
falta de 
concentração, 
dificuldade em 
verbalizar; 
podet 
significar 
elevação de 
progesterona 
e possível 
aumento do 
hormônio 
andrógeno; 
também é bom 
ver 
se há 
intoxicação 
por chumbo
Pluriapta 
Apresenta 
vários dos 
sintomas 
mencionados 
e inclui um 
ou mais dos 
seguintes: 
acne, gases, 
constipação, 
diarreia, 
enjoo, 
vômito, dor 
nas costas e 
problemas 
respiratórios
Que tipo de TPM você pratica?
Comilona 
Apetite 
voraz, 
necessidade 
incontrolável 
de comer 
açúcar, 
sensação de 
cansaço, 
palpitações, 
dor de 
cabeça e até 
desmaios; 
isto costuma 
indicar 
hipoglicemia 
reativa
Não se preocupe, 
todos os tipos 
melhoram 
completamente 
com uma dietinha, 
 uns exerciciozinhos 
e uns suplementinhos.
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dietinha 
é bom
É aquela mesma 
que a gente adora. 
Bem variada e rica 
em cereais integrais, 
fei jões, vegetais e fru-
tas. Muita salada verde 
temperada com azeite 
de oliva e limão. Pou-
ca gordura. Pouco sal. 
Pouco volume 
de comida. 
Porções mínimas de 
car nes, aves, ovos, pei-
xes e queijos. 
Porções minúsculas 
de doces, e nada de 
aperitivos salgados, 
carnes defumadas, 
picles ou alimentos 
preparados na brasa 
do carvão.
mas não morra 
de fome!
Fazer dieta, aqui, não pode 
significar privação. 
Regimes de poucas calorias 
são fatais para quem sofre 
de TPM. Isso porque o 
organismo reage diminuindo 
sua taxa metabólica, 
isto é, desacelerando a 
queima de nutrientes do 
mesmo jeito que a gente 
desacelera um automóvel 
para gastar menos gasolina. 
Desacelerada e impedida 
de cometer seus pecadinhos 
diá rios, a pessoa sente 
que não é a mesma. 
Que está mal, passando 
fome, e está. E já não 
se reconhece. Aí dá uma 
angústia que vai indo, 
vai indo e de repente a joga 
de cabeça nos sorvetes, 
biscoitos, doces e massas – 
sem falar no chocolate.
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CHOCOLATE E MAGNÉSIO 
são interligados; uma ânsia 
incon trolável por chocolate 
pode estar mostrando 
deficiência de magnésio, em 
que o cacau é relativamente 
rico, mas não a ponto 
de servir como remédio, 
infelizmente...
FAÇA CINCO PEQUENAS 
REFEIÇÕES ao longo do dia 
para resolver o problema. 
Por exemplo: deixe para 
comer frutas nos lanches da 
manhã e da tarde. Ou, se 
você prefere comer frutas em 
jejum, deixe o sanduíche 
para o meio da manhã.
Ficar comendo AÇÚCAR faz 
desperdiçar cálcio, magnésio 
e vitamina B no processo 
metabólico. Açúcar em excesso 
(e o que é excesso varia de 
pessoa para pessoa) produz 
sintomas de hipoglicemia e 
conseqüentemente ansiedade, 
depressão e desejo 
de mais açúcar.
ÁLCOOL também provoca 
hipoglicemia e deveria 
ser evitado, ao menos 
na segunda fase do ciclo.
SAL força a retenção de 
líquidos, inclusive nos 
seios, provocando edema 
generalizado 
e sensa ção de peso. 
CAFEÍNA aumenta a tensão 
e a sensibilidade, agrava 
a hipoglicemia e chateia o 
fígado, que já pode estar pra 
lá de chateado nessa ocasião.
Comer alimentos ricos em 
FIBRA é fundamental para 
auxiliar a eliminação das fezes, 
e do estrogênio junto com elas.
Reduzir ÓLEO, MANTEIGA, 
MARGARINA E CARNES 
diminui também a 
necessidade de sal e alivia 
o trabalho do fígado. Tem 
mais: tanto o açúcar quanto 
a gordura podem aumentar 
a produção de estrogênio!
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 suplementinhos
Incluem cálcio, vitamina B6 e 
magnésio. Foi verificado que 
o sangue tem menos cálcio 
dez dias antes da 
menstruação, o que basta 
para deixar qualquer uma 
nervosa e tensa, já que o 
cálcio acalma. A vitamina 
B6, piridoxina, está quase 
sempre faltando e nunca é 
demais, que dirá nessa fase. 
E a ausência de magnésio 
nas células, quase sempre 
constatada na TPM, prejudica 
o equilíbrio delas, atrapalha 
a ação do cálcio e dá aquela 
vontade danada de comer 
chocolate.
Suplementos eficazes para 
tratar a TPM nas seguintes 
doses (não use sem 
supervisão médica): 
50 a 100 mg de vitamina 
B6, piridoxina, tomados com 
complexo B; 600 a 800 mg de 
citrato de magnésio; 
1.000 mg de citrato de cálcio. 
Outros suplementos 
indicados são os que contêm 
ácidos graxos essenciais, 
como os ácidos linoleico, 
gamalinoleico e 
araqui dônico. O óleo de 
prímula, em doses de 1.5 g 
duas vezes ao dia e associado 
à B6, tem se mostrado muito 
eficiente em casos difíceis 
de TPM. Especificamente 
contra edemas, ginkgo biloba 
em extrato sólido, tomado 
em doses de 40 mg três 
vezes ao dia, tem o poder 
de contrair os minúsculos 
capilares sanguíneos através 
dos quais os líquidos vazam 
para os tecidos. Contra 
depressão, choro e memória 
fraca têm sido usados dois 
a seis gramas diários de 
tirosina, amino ácido que 
ajuda a controlar a depressão 
e o apetite estimulando as 
funções cerebrais.
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exerciciozinhos
Uma caminhada de uma hora 
por dia, num passo apertado 
que deixe você ligeiramente 
ofegante, já é o suficiente. 
Oxigena o sangue e o 
cérebro, tonifica os músculos, 
fortalece os ossos, lubrifica 
as articulações, estimula o 
funcionamento do intestino, 
melhora o metabolismo 
durante o dia inteiro e ajuda 
a perder as gordurinhas. Tá 
bom ou quer mais? OK, então 
ande duas vezes por dia, de 
manhã e à tarde, ou invente 
outra coisa: bicicleta, natação, 
dança, tênis, peteca...
 chás, ervas 
& raízes
Qualquer protetor hepático 
é bem-vindo: chás de 
dente-de-leão, boldo, 
carqueja e arte mísia, 3 
xícaras ao dia; tinturas de 
dente-de-leão e de bardana, 
meio conta-gotas 
duas vezes ao dia.
homeopatia
Para quem está de mau 
humor, irritada, cheia de 
gases e com o intestino preso, 
Lycopodium 
é uma boa sugestão. 
Mas se a moça fica de humor 
instável, ou triste e chorosa, 
com os olhos inflamados 
e o nariz escorrendo logo 
antes de menstruar, pode ser 
um caso de Pulsatilla. 
Em que dosagem? A critério 
da médica, como sempre. 
Em caso de emergência, 
se você mesma tiver que 
decidir a dose, 
para ter segurança 
fique sempre nas baixas 
potências dos remédios: 
dinamizações 
de 3C a 6C no máximo, 
em doses de até 5 gotas ou 
5 glóbulos de 2 em 2 horas.
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Seio, s.m.: curvatura, volta, sinuosidade; 
enseada, golfo; parte do corpo humano 
onde se situam as glândulas mamárias, 
peito, mama; a parte do colo feminino 
que fica a descoberto; parte íntima, 
coração, alma, âmago, interior, centro...
Os seios são aquelas duas coisas 
maravilhosas que só mulheres de-
senvolvem plenamente (silicone não 
vale), e que na mãe alcançam a 
harmonia perfeita entre beleza e fun-
cionalidade: de dentro daquela carne 
macia e gostosa, assim sem torneira 
nem nada, sai leite!
Como se não bastasse, esses dois 
pilares da vida também estão a ser-
viço do prazer. Dentro do bico do 
seio, por trás dos poros onde ter-
minam os canais do leite, há um 
músculo. Minúsculo. Involuntário. 
Que fala mais sobre a mulher do 
que mil palavras: basta acontecer 
o estímulo certo – um toque, uma bri-
sa, o roçar de um pano, uma palavra 
dita ou pensada – que ele empina o 
bico e responde logo: Alô? Pronto. 
Foi acionado o comando central, e 
você pode ter certeza de que todas 
as partes especialmente sensíveis do 
corpo também acordaram.
Os seios são a marca 
absoluta da feminilidade, 
sinal inconfundível 
de que o corpo já está 
se preparando para 
conceber, gerar e nutrir 
O que acontece na adolescência é 
que o estrogênio atua sobre as glân-
dulas mamárias, elas crescem e em 
torno delas formam-se dois tipos de 
tecido, um mais fibroso e outro mais 
gorduroso. Daí para a frente, os seios 
vão sofrer alterações quase contínuas 
por causa das flutuações hormonais, 
e só sossegam

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