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Aqui entre nós, foi mau negócio, aquele de sair da costela do Adão; porque já começamos meio por baixo. E olhe que tinha mais lógica sermos criadas primeiro, dado que em matéria de reprodução o macho é apenas um detalhe, mas, enfim, agora não adianta mais. Ele queria mesmo era criar o homem à sua imagem e semelhança. Nós éramos apenas um meio prático de produzir mais homens. Ficamos com as crianças, a cozinha, o tanque e a cama. Somente coisinhas leves, apropriadas ao nosso frágil ser! Feitas sob medida para nos reter no seio do lar e evitar assim maiores danos ao mundo. Porque mulheres, vocês sabem, adoram uma encrenca. Decerto algum defeito de fabricação, manifestado precocemente por Eva, claro, que foi logo cedendo à tentação da maçã, embora gostasse muito mais de manga. Não, sério: mulheres são uma constante ameaça. São Jerônimo, um padre muito cristão do século 4, já dizia que “a mulher é portal do demônio, o caminho da imoralidade, a picada da serpente, numa palavra: objeto perigosíssimo”. E Tomás de Aquino, aquele santo que já no século 13 era tão importante para nossas ideias, afirmava que “a mulher foi criada para ser ajudante do homem, mas só na concepção... já que noutras questões o homem é mais bem assessorado por outros homens”. O que deve ser a mais pura verdade. Pois até a lei de Roma já dizia que em matéria de intelecto somos muitíssimo inferiores aos homens, equiparáveis apenas às crianças. (Não se ofendam, crianças.) E é por estas singelas e profundas razões que, tanto no Oriente quanto no Ocidente, desde a mais remota antiguidade, todos preferiam ter filhos homens, Ele inclusive. E inclusive as mulheres, não só para agradar maridos como para evitar mais sofredoras no mundo. Em alguns lugares as recém- nascidas eram sumariamente mortas, sabia? Até porque, se as deixassem viver, elas podiam durar muito. Dados estatísticos mostram que as mulheres vivem mais que os homens, toleram melhor as dores e resistem mais às doenças. Não é à toa que, muito antigamente, virávamos bruxas, tínhamos pacto com o demo e até morríamos nas fogueiras da Inquisição... É verdade que em alguns lugares ainda nos discriminam – as mães grávidas fazem uma ultrassonografia, se for menina abortam na hora; mas, deixando pra lá esses detalhes, a implicância conosco praticamente acabou. Verdade, gurias! Por exemplo: a gente vota, pode ser prefeita, governadora, gerente de banco! Jornalista, então, nem se fala! Ser mulher, hoje, é ter dinheiro e cartão de crédito, poder dar queixa em delegacia especializada, divorciar, dirigir automóvel, consumir, se estressar igualzinho a qualquer homem e eventualmente parir e criar filhos. O tal pacto com o demo caiu no esquecimento. Com o advento do feminismo nós mulheres até acabamos ficando por cima em certas situações, inclusive na cama, o que é muito mais cômodo para todo mundo mas muita gente ainda não percebeu. Claro que ainda existe a maior pressão para que toda mulher case e tenha filhos, além de continuar trabalhando exaustivamente fora de casa. Tanto assim que dão festa, casa, carro, dizem que se casamento fosse só bom não precisava embrulhar os noivos para presente, chamar o padre e os padrinhos, botar anel no dedo e assinar papéis diante do juiz, com testemunhas... Ainda assim avançamos muito. Nos 90 predominamos nas universidades, e em 2000 todos nos querem para governar, administrar, chefiar. Dizem que temos rigor, talento e sensibilidade, sabemos lidar melhor com as pessoas e somos mais justas, e assim nos dão 2/3 de todo o trabalho e só 5% da renda. Mas afinal, para quem saiu de uma costelinha, a coisa até que vai indo bem... – Indo? E para onde, senhoras?, interrompe aquele senhor desconfiado, temendo novos desastres caso não nos impeça a tempo. Vejamos... Que tal à costa sul do Mar Negro, reeditar o império guerreiro das amazonas? Que mulheres! Não conviviam com homens, faziam tudo sozinhas. Amputavam o seio direito só para ficarem mais à vontade com o arco e a flecha. Quando queriam ter filhas, elas “ficavam” com os vizinhos gargareus até engravidar, aí voltavam para casa. E se nasciam meninos, eram devolvidos aos pais... Assustou, moço? Brincadeirinha. A coisa está apenas indo mesmo. Feito rio que corre para o mar, podendo desembocar numa praia linda, com sombra, água fresca, gente boa e muito lugar ao sol. Deixem o mundo conosco e vocês homens vão gostar muito mais dele. Agora, se não se importa, com licença. Que este papo do livro é só para mulheres e homens que gostam muito das mulheres SÓ PARA MULHERES, DE SONIA HIRSCH CONSULTORIA MÉDICA: STELLA MARINA PINTO FERREIRA DIREÇÃO DE ARTE E EDIÇÃO DE FOTOS: CESAR LOBO APOIO EDITORIAL: MARIA DE FÁTIMA BARBOSA REEDIÇÃO DIGITAL 2013: CLÁUDIA VAZ E CARÔ MURGEL WWW. CORRECOTIA.COM © SONIA HIRSCH 2000, 2013 INFORMAÇÃO LIBERADA PARA REPRODUÇÃO CORRECOTIA PETRÓPOLIS RJ BRASIL Sumário AS PARTES MIMOSAS ..................13 E AS NEM TANTO .......................................21 SEUS PROBLEMINHAS ............................................27 & PEQUENOS DRAMAS ........................................................34 Ó VU LOS, HORMÔ NIOS ..................................................................41 E A FAMOSA TPM ......................................................................................55 OS SEIOS .............................................................................................................63 MULTIPLICAI-VOS ................................................................................................77 E SE FOR CEDO DEMAIS? .......................................................................................97 NA MENOPAUSA ........................................................................................................105 OSTEOPOROSE ...............................................................................................................119 PELE, CABELO, UNHAS .................................................................................................127 DELÍCIAS TERAPÊUTICAS .............................................................................................147 INTESTINO PRESO ........................................................................................................160 HEMORROIDAS ............................................................................................................165 ENXAQUECA ...............................................................................................................167 HIPERTENSÃO ........................................................................................................170 HIPOGLI CEMIA .................................................................................................176 ANSIEDADE ....................................................................................................184 DEPRESSÃO ...............................................................................................187 FADIGA ..................................................................................................190 PARASITOSE ...................................................................................194 CANDIDÍASE ..........................................................................204 MIL PERGUNTAS .........................................................219 A DIETA PERFEITA ..........................................231 ÍNDICE ....................................................272 BIBLIOGRAFIA E NOTAS........278 AS FOTOS ...................280 12 13 D A N A T U R E Z A Tudo na mulher é poesia e samba-canção. Os olhos são o espe- lho da alma, as mãos herdamos das fadas, o sorriso transporta ao paraíso, a voz é de anjo, a pele de rosas, o corpo de sereia, tudo com infinito poder de beleza e sedução. Mas nahora de falar so- bre aquelas pequenas partes tão sensíveis e delicadas não há uma linguagem poética, gentil ou sedutora que traduza o apreço que se tem por elas. A escolha é entre os termos clássicos, tipo vulva e vagina, que soam feios e irreais, os nomes vulgares, aprendidos com pudor e exci- tação nos grafitos de banheiro, e os inocentes apelidos maternais como xana, xota, xoxota, bimbinha, bobó, pixu, pipi, xibiu, pixirica, xereca, prexeca, perereca, crica, periquita, pombinha, passarinha, bacurinha, partes, países baixos, zona sul... Acaba-se tascando um “genitália feminina”, que dá à coisa um ar distanciado. Pois a distância acabou-se, já que é delas que vamos falar: das partes mimosas, que de certo modo governam nossa vida como fontes de prazer, saúde, reprodução, sexualidade – ou vergonha, culpa, re- pressão, doenças. mimosas P A R T E S 14 A deliciosa “rosa louca” insinuada pela música de Tom Jobim é mesmo uma sucessão de relevos e reentrâncias. Primeiro vem aquele casaco de pelos, os pentelhos, protegendo o monte-de-vênus, ou púbis, uma parte geralmente gordinha e macia. A qual de repente racha, formando os chamados grandes lábios, que também são macios e gordos. Bem no comecinho da rachadura, mas já na parte interna, fica o mais sensível dos pontos sensíveis da mulher: a cabecinha do clitóris, o tal do grelo, pinguelo, tamatiá, um órgão sexual discretíssimo mas muito fácil de excitar. Junto a essa cabecinha nascem dois babadinhos, um de cada lado, chamados pequenos lábios, que variam muito de tamanho, forma e simetria e se transfiguram durante a excitação sexual, inchando e mudando de cor. Eles contornam a minúscula entrada da uretra, canal por onde a bexiga libera a urina, e terminam na entrada da vagina. A vagina é uma passagem, muito elástica em todas as direções, que dá acesso ao cérvix, ou colo do útero. Depois da entrada da vagina vem uma planície, que é o períneo, e finalmente o ânus, desembocadura do intestino grosso. Mas o melhor de tudo são os detalhes pitorescos do clitóris, que ficaram ocultos durante milênios e só vieram à luz quando certas feministas (as feministas certas) resolveram meter a mão. Literalmente. Pois os homens não pegam no peru e coçam o saco o tempo todo? Pois elas decidiram pegar nos dedos, cutucar buracos, examinar com lentes, fotografar em várias fases do ciclo menstrual, ver como é que fica quando excita, como é que fica quando envelhece (surpresa: o clitóris cresce!), como é que é na preta, na branca, na índia, na japonesa. É assim: uma grande estrutura cheia de nervos, músculos e vasos sanguíneos que se estende pela vulva afora, incluindo a entrada da vagina e um pouquinho do períneo, e excluindo o ânus. Toda a região é extremamente sensível, e não só o grelo propriamente dito. Que, aliás, 15 também não é um mero grelo, broto, rebento: aquela cabecinha (meio coberta pelo encontro dos pequenos lábios) (mas também pode ser uma cabeçona, tem moça com cada grelo enorme) emenda numa varinha ascendente que até certo ponto dá para acompanhar com o dedo e depois bifurca em duas varetas que descem por trás dos grandes lábios. Agora o melhor: essa estrutura invisível do clitóris é cheia de tecidos esponjosos que se enchem de sangue e crescem muito à medida que a tensão sexual au men ta, fazendo o grelo ficar completamente empinado. Ou seja: mulher também tem ereção. E quando acontece um orgasmo, as camadas de músculos clitorianos se contraem em uníssono, devol- -vendo o sangue à circulação e desem pinando o grelo, ou seja, mulher também brocha... E P O R F A L A R E M O R G A S M O , vaginal ou clitoriano? Durante muito tempo as mulheres foram perseguidas pela ideia de que o orgasmo tinha que ser vaginal, porque o clitoriano era imaturo, da masturbação, e tome culpa. Choviam cartas nos consultó- rios sentimentais: “Não consigo ter orgasmo na penetração, meu marido tem que me masturbar para eu gozar! Como faço para ter orgasmo vaginal?” Hoje é completamente sabido que todo orgasmo inclui o clitóris, seja por manipulação explícita, seja porque ele é indiretamente to- cado, massageado, pressionado ou mesmo repuxado durante a repetida penetração na vagina. A VAGINA É UMA PASSAGEM MACIA E ACOLCHOADA, GERALMENTE ÚMIDA E MORNA, CUJAS PAREDES SE TOCAM 16 Só temos sensibilidade completa para o que acontece no primeiro terço da vagina, isto é, na portinha e no vestíbulo, porque o resto é insensível a tudo o que não seja pressão. Nossas sensações va- ginais são devidas à pressão ou fricção nas esponjas da uretra e do períneo e à sensibilidade da abertura vaginal, que faz parte do conjunto nervoso do clitóris. O que dá a impressão de ser um orgasmo vaginal é a reverberação das contrações musculares, que podem ser suficientemente amplas para ir do grelo ao útero – isso modestamente falando, porque muitas mulheres têm sensações especiais nos seios, na coluna, e quem pratica a meditação tântrica do sexo (mesmo sem saber) sente orgasmos pelo corpo inteiro. O fato é que no primeiro momen- to da excitação o sangue inunda os tecidos esponjosos e caverno- sos do clitóris, por isso ele fica todo tenso, avolumado e muito sensível. O pulso aumenta, a pressão sobe. O sangue continua afluin- do, engrossa os capilares da vagina, e em certo ponto as válvulas das veias se fecham, provocando uma vasocon ges tão. Aos poucos a esponja do perí- neo, inchada, aperta a entrada vaginal; o útero, os ovários e as trompas aumentam ligeiramente de tamanho; e a vagina, lá den- tro, devido a tendões e tensões, começa a crescer em largura e profundidade. É nesse momento que a excitação chega ao clímax. A qualquer instante começam as contrações fortes e ritmadas que indicam o início do orgasmo. A respiração dispara, os sininhos tocam, a cabeça roda. Por todo o corpo há espasmos musculares involuntários, e às vezes até von- tade de chorar. Então o clitóris murcha, a respi- ração se acalma, o sangue volta a circular normalmente. “O mo- mento das nuvens e da chuva”, dizem os japoneses: passou. 17 Mas e aquele molharéu que mui- tas vezes precede ou acompanha o orgasmo, saindo em jatos? Não tem nada a ver com urina, nem com o suor da vagina ou com o fluido lubrificador natural. É a se- creção das glândulas para uretrais, que no homem se tornam a prós- tata, e que em nós ficam dentro da esponja uretral, entre a vagina e o púbis, no misterioso ponto G. Miste riosíssimo, aliás, porque ao ser tocado pode dar um prazer enorme, verticalizando a exci tação e garantindo o orgasmo. Para situar o ponto G A mucosa vaginal encosta em três vizinhos: o reto, o útero e a esponja uretral, que fica entre a vagina e o púbis. Para encontrar o ponto G, o movimento de penetração deve procurar essa parte da frente, como se quisesse chegar no monte-de-vênus. Garantindo o orgasmo Uma das maneiras de avançar nesse terreno é fortalecer a musculatura pubococcígea, que vai do púbis ao cóccix, pegando todo o assoalho pélvico e seus orifícios. Assim: imagine que está fazendo xixi e quer interromper, contraindo lá. Solte. Agora imagine que está fazendo cocô e quer interromper, contraindo o outro lá. Pegou? Pronto, é só isso. Contraia e relaxe esses músculos muitas vezes por dia, puxando-os para o umbigo. Todos juntos e um de cada vez. Faça sessões de dez minutos, ou quando estiver na fila do banco, no engarrafamento, na praia, qualquer lugar e hora servem. Aos poucos você começa a curtir todo um percurso de contração muscular fácil e prazerosa que começa no ânus, passa pela vagina e pela uretra, chega à ponta do clitóris e até além. Fora o prazer em si, esse exercício melhora as relações sexuais e ainda evita coisas desagradáveis como incontinência urinária, prolapso de útero ou ânus e teias de aranha na genitália. Quer mais? Sente confortavelmente no chão ou na beira de uma almofada baixa, pernas cruzadas,joelhos relaxados, coluna ereta. Feche os olhos. Preste atenção à sua respiração: inspire expandindo o abdome, expire contraindo. 18 Depois de cinco minutos dessa respiração ritmada você vai se sentir calma, relaxada, a mente tranquila e ao mesmo tempo esperta. Aí inverta o esquema – inspire contraindo o abdome, expire soltando. Essa respiração reversa fortalece toda a região pélvica. Depois de mais cinco minutos, sincronize a respiração reversa com o exercício do assoalho pélvico: inspire contraindo o abdome e os músculos lá de baixo, expire relaxando. Repita durante dez minutos. Depois de alguns dias, observe se alguma coisa mudou na sua vida. Muita gente tem dito que essa prática realmente multiplica o coeficiente de tesão circulante. Essa técnica de respiração é taois- ta. Aí vão dizer: Mas o quê, hem? Esses taoistas, a gente vê sentadi- nhos me ditando, vai ver estão é só pensando naquilo... Bem; o taoismo vê o corpo, a men- te e o espírito tão juntos que seria impossível a região genital não fazer parte da espiri tualidade. Se você medita e isso faz sua energia sexual aumentar, e você empre- ga a energia de forma criadora, sua vida só pode ficar melhor. A ideia de que sexo é pecado vem do ramo judaico-cristão, não dos orientais. Além disso, o Tao não bajula o orgasmo. Fala em prazer, satis- fação, plenitude, e dedica mi- lhares de páginas manuscritas a descrever em minúcias as me- lhores maneiras de desfrutar das delícias do sexo, “o mais celestial dos prazeres terrenos”. Em ter- ceiro lugar, ensina o homem a não gastar sêmen à toa, isto é: a desfrutar sem ejacular, ter prazer sem se exaurir, de modo a poder continuar disposto e ereto du rante muitas horas. E à mulher aconse- lha também desfrutar, de um jeito, de outro, e de novo, até se dar por satisfeita. Mas o interessante é que ne- nhum dos parceiros deve de for- ma alguma perseguir ou sequer pretender o orgasmo, porque ele é o fim de tudo – da excitação, do prazer, da continuidade. É a pequena morte, da qual se deve fugir para que o prazer se pro- longue – quando ela estiver che- 19 gando você flutua na direção contrária, deixando-se envolver naquela sensação cintilante de vibrações mínimas, como se um arrepio estivesse circulando por dentro, um sopro, brisa remexen- do a superfície do capinzal. Para o homem isso significa uma eco- nomia substancial de energia em todos os sentidos, que lhe permite manter um nível constante de ex- citação; para nós mulheres, essa forma horizontal de orgasmos pequenos e incessantes revi ta liza, massageia, aprofunda o relaxa- mento e também poupa energia, aumentando o grau de sensibili- dade e a qualidade da satisfação. Sabe as gravuras todas do Kama Sutra, com aquelas posições incrí- veis? Em cada uma os parceiros estão tendo um tipo de prazer diferente. Se fossem gozar em todas, na décima vez jogavam a toalha. Gozar é fácil, qualquer masturbaçãozinha dá conta. A questão é se você tem ou não tem prazer durante a relação. Agora, veja que bom ter nascido no Brasil: no Egito de hoje, assim como em muitos outros lugares, 80% das mulheres no campo e 60% nas cidades não têm mais a parte externa do clitóris. Ela foi extirpada, assim como em suas mães, avós e avós das avós, para elas pararem com essa bobagem de sentir prazer. 20 21 Que injustiça! Só porque são masculinas não quer dizer que sejam menos sensíveis e delicadas. É que a fama vem da metade mais, diga- mos, vigorosa e penetrante de sua personalidade, enquanto a outra se contenta com afazeres menos notáveis, mera torneira. Estamos falando do pênis, pinto, peru, bimbo, cacete, vara, verga, pau, enfim: daquilo que dá aos homens tantos prazeres e problemas quanto as partes mimosas dão às mulheres. E a semelhança é bem mais que mera coincidência. À luz da anatomia, a estrutura do pênis é a mesma do clitóris. Ambos são feitos de tecidos riquíssimos em terminais nervosos e áreas esponjosas que se enchem de sangue quando estimuladas, por isso ambos têm ereção; a diferença é que, assim como os hormônios femininos fazem desenvolver os seios, os masculinos desenvolvem o pinto – e o saco escrotal, que em nós são os pequenos lábios. Dentro do saco moram os dois testículos, o esquerdo geralmen- te maior e mais baixo que o direito. Aparentemente duas bolinhas, ...e partes nem tão a s s i m MIMOSAS 22 dentro cada um tem mais de mil tubinhos que parecem linha de bordar. Ali nascem os espermatozoides: 100 milhões por dia, que vão sendo armazenados e amadurecidos nos epidídimos, dois canais que ficam mais adiante. A cada ejaculação o pinto libera mais ou menos 400 milhões de espermatozoides maduros, espalhados num líquido parecido com clara de ovo. Considerando que apenas um vai atingir seu objetivo, conclui-se que é muita vontade de fecundar um óvulo! O saco tem peculiaridades muito interessantes. Como os testí culos precisam de uma temperatura constante para produzir esperma- tozoides, e essa temperatura em geral é um grau abaixo daquela normal para o corpo, o saco trata de ficar soltinho e arejado quando está calor e se recolhe todo para juntinho das coxas quando está frio. Num banho gelado, por exemplo, fica parecendo um caroço de pêssego. Esse sobe-e-desce é possível graças à presença de fibras musculares entremeadas à pele do saco, e explica por que ele e o pinto detestam calças e cuecas apertadas, claro, bem como tecidos sintéticos que produzem mais calor: sonham sempre com cuecas samba- -canção. De algodão. Embora o pinto seja todo ele extremamente sensível a estímulos eróticos desde a cabeça até a entrada do ânus (exatamente, aliás, como o nosso clitóris), a parte mais sensível de todas é mesmo a cabeça, ou glande, que fica encoberta por uma prega da pele quando ele está mole. Essa prega, o prepúcio, tem por dentro pequenas glândulas que produzem sebo, ou esmegma. E isso pode ser um problema tanto para os homens quanto para nós se a higiene local não for bem feita: produz irritação, acolhe agentes infecciosos e nos provoca vaginites de todos os tipos. Manter o pinto limpinho é muito simples, basta arregaçar bem o prepúcio e lavar com sabão a parte interna da pele e a glande. 23 Uma vez por dia, no banho, é o mínimo. “Isso já pouparia as mulheres de talvez metade das queixas chatinhas que ouvimos em consultório”, diz a médica Stella Marina. “Sem contar que preveniria também alguns casos de doenças realmentes graves.” A pontinha do clitóris é igual à glande, só que pequenininha, e a pele em volta também produz um sebinho, que também fica com cheiro de ranço se a higiene não for bem feita. Igualzinho aos rapazes, meninas, tem que puxar a pele pra trás e lavar todo dia. A circuncisão, praticada principalmente entre os judeus, corta o prepúcio fora. Isso elimina o sebo e diminui a excitação sexual durante o crescimento, mas não atrapalha em nada a performance do pinto e poupa tanto os homens quanto suas parceiras de muitas infecções. Também evita a fimose, um estreitamento do prepúcio que pode atrapalhar a micção. O tamanho do pinto não faz diferença para a maioria das mulhe- res, porque a musculatura da vagina costuma ser suficientemente elástica para acomodar um pinto enorme ou fechar-se em torno de um pequeno polegar, e também só é sensível na portinha. Em média, o pinto ereto tem 13,5 cm de comprimento por 9 cm de circunferência, e se alguns já exibem sua pujança quando moles, outros são uma visível surpresa. O x da questão masculina não é o pinto, é a ereção. Enquanto nós podemos desfrutar de inúmeros prazeres sexuais sem ter atingido um estado de excitação completa, a maioria dos homens precisa estar em ponto de bala para se sentir à vontade. Isso tem a ver com o fato de que só um pinto ereto penetra numa vagina, ou semelhante, e geralmente a penetração é considerada condição sine qua non para o ato sexual,o que é no mínimo discutível: se o projeto não é um bebê, a penetração é não só dispensável como inoportuna. 24 E existem muitas outras formas de compartilhar alegrias eróticas usando mãos, dedos, boca, língua e todo o resto do corpo como alternativas gloriosas ao papai-mamãe. Claro que na hora de gozar o pinto quer estar bem situado, mas quem o impede? Por que não entre as coxas, por exemplo, onde também é gostoso? De todo modo, a ereção pode acontecer, ou não, devido a inúmeros es- tímulos de todas as ordens. Por exemplo: quando a bexiga está cheia, de manhã, a maioria dos pintos endurece. Comida temperada com pimen- ta, cominho, mostarda e outros sabores fortes costuma ser afrodisíaca porque excita as mucosas, tanto da boca quanto da bexiga e da uretra, estimulando o pinto. O álcool, além de agir como excitante, deixa tudo mais sensível e ainda derruba a censura. A isso tudo acrescente-se uma boa dose de imaginação e pronto, estamos em ponto de bala. Ou não. Tudo pode dar errado se um cisco de insegurança pousar no pensamento. Ou se houver insuficiência de hormônios. Ou problema circulatório. Ou se alguma coisa como alcoolismo, stress, depressão, ansiedade, fadiga, candidíase, verminose & similares estiver sabotando a libido. Em latim, libido é desejo. Em Freud, é a energia psíquica que sustenta as pulsões da vida, especialmente as pulsões sexuais. Em Jung, é toda forma de energia psíquica, qualquer que seja seu objeto. Tanto eles quanto nós precisamos dela para viver, criar, agir. Quando a falta de libido se prolonga, melhor desconfiar de problemas sérios. Também acontece da libido estar momentaneamente sequestrada por outro interesse forte como um projeto em andamento, um esforço intelectual, alguma novidade apaixonante. A excitação se desloca. Diz o Talmude, livro das leis de Moisés, que “um homem rico sem nenhuma obrigação pode satisfazer diariamente a mulher com sua força viril; o 25 trabalhador deve fazê-lo a cada três dias; dos sábios, porém, a mulher não deve esperar mais que uma vez por semana”. O mecanismo de ereção obedece ao sistema nervoso central, que aumenta o fluxo de sangue para a região genital e enche os tecidos esponjosos, que por sua vez fazem o pinto aumentar de tamanho, ficar duro e levantar. Nessa hora tudo muda na vida da uretra, finíssimo canal elástico que percorre todo o comprimento do pinto e normalmente leva urina da bexiga ao mundo exterior: ela se fecha para a urina e fica livre para transportar esperma. Mais: produz um muco que lubrifica a cabeça do pinto e depois ainda mistura ao esperma uma substância adesiva que ajuda os espermatozoides a permanecerem na vagina da mulher, que por sua vez trata de conduzi-los cada vez mais para dentro através das contrações do orgasmo. Quem regula essa alteração de função da uretra é a próstata, glândula com tecidos musculares que corresponde ao nosso útero. Ela é formada na junção dos dois canais deferentes que trazem o esperma dos epidídimos e parece uma noz. Produz um suco que acorda os espermatozoides, que até então boiavam, e bota todos para apostar corrida. Vesículas seminais são duas pequenas glândulas compridinhas que produzem uma substância gelatinosa, que se dissolve no suquinho da próstata e completa a receita do fluido seminal. Os homens estão sujeitos às mesmas infecções que nós, só que muitas vezes não apresentam sintomas. Olho vivo. A tricomoníase, por exem- plo, é uma parasitose perigosa, tanto para o colo do útero quanto para a próstata: cria condições para o câncer. 26 27 Duas ou Três Coisinhas que Acontecem às Melhores Mulheres V U L V I T E Como tudo o que ter- mina em i te, é uma inflamação; neste caso, da vulva, que pode estar inchada, vermelha, co- çando, ou com bolhas que produzem secreção e crosta. Se a inflama- ção for crônica, a pele da vulva fica mais grossa e esbran qui çada. Pode ser uma reação alérgica a desodorante, sabo- nete, calcinha ou calça apertada ou de material sintético, absorvente, sabão em pó, amacian- te ou remédio. Falta de higiene também dá vul- vite, veja lá. Se não for nada disso, procure a sua médica para verificar se é uma infecção por bactéria, vírus ou fungo. dor no baixo-ventre, sangra mento vaginal fora de hora. Como nunca se sabe se é uma infecção vaginal simples ou contagiosa, evite rela- ções sexuais até apurar. V A G I N I T E S I N E S P E C Í F I C A S São provocadas por diferentes tipos de micr- organismos, incluindo a Gard nerella vagina lis. Podem não apresen- tar sintomas ou dar um corrimento branco ou cinzento, que cheira a peixe e cobre as pare- des vaginais. Bactérias e fungos adoram luga- res quentinhos e úmidos para prol i ferar; por isso é universalmente recomen dado usar só calcinhas de algodão, V A G I N I T E Aqui é uma inflamação da vagina, que pode variar de intensidade e apresentar diversos tipos de sinto- mas: corrimento anormal, coceira, irritação, dor durante as relações, que ajudam a dissipar o calor, já que as de lycra ou outro material sinté- tico (inclusive cotton) aprisionam o calor junto ao corpo. Ou não usar calcinha sempre que possível, dei- xar ventilar. Outra coisa importante na prevenção das vaginites é passar 28 papel higiênico sempre na direção frente-fundos, após a evacuação, para evi tar o contato da vulva com os restinhos intestinais. Nunca esfre- gar o papel higiênico na vulva depois do xixi, porque tira a secreção com anticorpos, irrita a mucosa e deixa fragmentos de papel agarradinhos ali durante muitas horas. O melhor mes- mo é lavar em água corrente sempre que possível, e aplicar levemente o papel higiênico só para enxugar. Dos tampões, desconfie: sempre são um corpo estranho (estranhís si mo) em contato com a muco sa, prendendo dentro o sangue que era para sair e ao mesmo tempo absorvendo o que era para ficar lá, isto é, os anticorpos naturais da vagina. Isto cria um ambiente ideal para va- ginites de todos os tipos e ainda para toxemia, que se for branda você vai sentir só como cansaço e talvez pal- pitações cardía cas. O que não quer dizer que você nunca possa usar tam- pões. Pode, mas: em último caso, por pouco tempo, só mini e médio, não no começo nem no final da menstru- ação (quan do o fluxo é pouco), não de noite. Para ajudar na cura de uma vagi nite modesta, experi men te tomar bastante chá de manjericão. C E R V I C I T E Aqui a inflamação é no cérvix, ou colo do útero. Pode ser conse- quência de vaginite, de alguma lesão local ou de inflamação em outro ór- gão pélvico (útero, ovário, trompas). Os sintomas são corrimento, dor e/ou sangramento durante ou após as relações, coceira ou ardência na re- gião cervical e necessidade frequente e urgente de urinar, talvez com dor. O tratamento pode incluir uma cau- terização com bisturi elétrico, para quei mar e remover o tecido afetado, ou uma crio cirurgia, que faz com gelo o mesmo trabalho do bisturi. B A R T O L I N I T E É um caroço que revela inflamação nas glân dulas de Bartholin, que são duas, uma de cada lado da entrada da vagina. Tratada a inflamação, às vezes fica um cisto que precisa ser re- movido por cirugia. A bartolinite pode ser consequência de uma gonorreia. C I S T O S E B Á C E O Inofensiva bolotinha na parte externa da vulva, que pode ficar a vida intei- ra enchendo de sebo, inflamando, esvaziando, e ninguém liga. A não 29 ser que infeccione de verdade ou cresça muito – aí é melhor remover. C I S T O V A G I N A L Outra inofensiva bolo tinha cheia de líquido que surge na parede da vagi- na ou um caroço que transborda da abertura vaginal. Costuma ser benig- no, só se tira se estiver incomodando. P Ó L I P O Bolotinha carnuda que geralmen- te cresce no cérvix, sozinha ou em cacho. Tem a ver com alterações hormonais (ocorre muito durante a gravidez) e pode se seguir a lesões cervi cais. Um pólipo raramente é maligno, mas costuma-sefazer a biópsia. Pode apresentar sintomas variados, desde menstruações copio - sas e sangramento após a relação até corrimento aguado ou nenhum sintoma; como você certamente vai procurar sua médica regularmente, com problemas ou não, o pólipo será descoberto e talvez retirado. D I S P L A S I A C E R V I C A L Se o útero fosse uma pera de cabeça para baixo, o cérvix, ou colo do úte- ro, seria a parte onde fica o cabinho. E bem nesse lugar há uma abertu- ra mínima, suficiente apenas para a passagem do sangue menstrual. O que se chama de displasia cervical é uma condição em que a mucosa do cérvix apresenta células pré-cancero- sas. Mais ou menos metade dos casos de dis plasia cervi cal acaba dando em câncer por falta de tratamento, por- tanto é bom ficar de olho. Literalmente de olho, já que dá para ver o cérvix através da vagina, e é o que as médicas fazem no exame ginecológico para ver se há lesões, inflamações, corri mentos anormais. Um diagnóstico mais preciso é fornecido pelo exame Papanicolau, em que uma pequena amos tra das células cervicais é retirada para exa- me de laboratório, e que costuma ser feito uma vez ao ano. Se a lâmina apre sentar algumas células anor- mais faz-se a col poscopia, na qual a médica observa o cér vix através de lentes de aumento, podendo colher material para bió psia e determinar o grau de displasia. Qualquer corrimento forte pode (ou não) ser sintoma de displasia cer vical. A causa é frequen temente relacionada ao consumo de pílu- las anticoncepcionais, que acabam com as vitaminas B do organismo, 30 especialmen te o ácido fólico. Há es- tudos que apontam como agravante a ocorrência de múltiplos parceiros e o início precoce da atividade sexual. O tratamento começa com uma die- ta rica em ácido fólico, vitamina C, betacaroteno e selênio. As dosa- gens utilizadas têm sido estudadas de acordo com cada caso. Também podem ser feitas injeções de vita- mina A no próprio local, com bons resultados, e ainda há o recurso da crio terapia, que congela a camada externa do cérvix para destruir todo o tecido anormal. I N F E C Ç Ã O U R I N Á R I A ( C I S T I T E ) Os sintomas são inconfundíveis: você começa a sentir uma necessidade ur- gente de urinar com frequência, a urina dá queimação, há uma dor na altura do osso púbico e vestígios de sangue ou pus na urina, e tem nove chances em dez de estar com uma inflamação ou infecção urinária, simples ou com plicada. Gerada por dois fatores – presença de bactérias que vêm do intestino para a bexiga (e podem ir subindo até os rins) e enfraquecimento da defesa local de- vido a aumento da atividade sexual, gravidez, dieta fraca, stress, baixa imunidade, friagem na região pélvi- ca, sensibilidade ao ar-condicionado e, veja só, medo ou raiva contida. A primeira providência é tomar muita água, do filtro, mineral ou fervida, chá de habu (fedegoso) ou de cabe linho de milho, para ir logo lavando a coisa, com 2 gramas diá- rios de vitamina C para acidificar a urina e tornar bem difícil a vidi nha das bactérias. A segunda é pensar se não se trata de uma inflamação pas- sageira causada por geleias, cremes ou outras substâncias contra ceptivas que costumam irritar a uretra. O diafragma também provoca irritação na uretra, principalmente se estiver um pouqui nho grande. A cafeína do café, do chá, do guara ná e dos refrigerantes à base de noz de cola irrita a bexiga, assim como pimenta e outros temperos fortes. Visto que não houve nada disso, e que não passou em dois dias, é bom fazer um exame de urina para verificar a extensão da coisa. Se houver sangue na urina ou dor muito forte, telefone logo para a médica e nem pense em resistir ao antibiótico que ela certa- mente vai receitar (o máximo que você pode fazer para com pensar é 31 Uma DIETA para corrigir a tendência à infecção urinária deve ser POBRE EM PRODUTOS ANIMAIS, rica em vegetais e incluir tofu (queijo de soja) e feijões azuki, mulatinho, roxinho e preto, pois todos são tônicos dos rins. Também é bom comer alho, já que ele é um poderoso bacteri cida natural. tomar lactobacilos, que protegem a flora intestinal). Debelada a infec- ção, procure descobrir direitinho a causa para não ter que tomar re- médios fortes de novo. Infecções uri nárias podem ser uma verdadeira perseguição, acontecendo três ou mais vezes por ano e enfraquecendo de mais as suas defesas caso sejam sempre tratadas com antibióticos. Em homeopatia, infecções repetidas nas vias urinárias são vistas apenas como parte da questão. Podem ser alérgicas, mas não é raro estarem ligadas a abusos sexuais, distúr bios co mo prisão de ventre crônica e conse quen te congestão pélvica, baixa libido, mens truações he mor rá gicas e dolorosas; e se você trabalha sen tada o problema piora, por que há pouca circulação de sangue na região. URINAR logo após a relação sexual facilita a eliminação de germes que tenham pas sado da vagina para a uretra. MELANCIA E PEPINO fazem você urinar bastante e isso vai lim pando as vias. Os SUPLEMENTOS usados com sucesso são vitamina C, 1 g ou mais por dia, betaca ro teno, a critério médico, vitamina E, 400 mg, zinco quelado, 50 mg. 34 Pequenos Dramas da Vida Sexual T R I C O M O N Í A S E É causada por um protozoário, Tri- chomonas vaginalis, que apesar do nome ataca homens também. Pode não provocar sintomas ou apresentar um corrimento amarelado ou esver- deado, de cheiro forte. Geralmente passa por contato sexual, assento de privada, toalha de banho úmida, maiô ou roupa íntima úmida. Cuida- do: alguns estudos mostram que a tricomoníase está fortemente ligada ao câncer de colo de útero. G O N O R R E I A É uma infecção bem simples se for tratada no começo, e muito com plicada se invadir o sistema re- produtivo e a corrente sanguínea. Pode tornar-se crônica, produzindo infertilidade e lesões per manentes. Nos homens os sintomas são mui- to evidentes (corrimento leitoso, micção frequente e dolorosa), mas nas mulheres podem ser muito sua ves: apenas um ligeiro aumento de secreção vaginal e uma inflamação que a médica só identifica mandando examinar. Algumas mu- lheres pensam que é cistite, devido à necessidade urgente e frequente C Â N D I D A , M O N Í L I A É causada por um fungo que faz parte da flora vaginal, mas prolifera em determinadas circunstâncias e é transmitido ao parceiro. O sintoma principal é a coceira, que costuma vir com um corrimento bran co pa- recendo leite talhado. Dá muito em grávidas, diabéticas, e devido a anti- bióticos, pílulas anticoncepcionais e cortisona, ou ainda se há deficiência de ferro. Quer mais? To do mundo quer, por isso há um capítulo inteiri- nho só para ela: página 204. VERRUGUINHAS GENITAIS São saliências rosadas ou vermelhas (trans miti das pelo Papi lloma virus) que crescem muito rapidamente, a sós ou aglo me radas em forma de couve-flor. Surgem em qualquer par- te da vulva, no perí neo, nas paredes vaginais e no cérvix, geralmente acompanhando corrimentos abun- dantes. Pega-se através de contato direto com alguém que tem, e a in- cubação varia de um a seis meses. Incomodam, vão e voltam, e têm sido associadas a câncer do cérvix e do reto. Há vários tratamentos, em geral externos. 35 de urinar, com dor e corrimento. A trans mis são de bactérias se dá sempre por contato sexual, inclusive oral ou anal. O tratamento exige antibióticos. C L A M Í D I A Os sintomas, quando há, também são micção dolorosa e corrimento vaginal. A transmissão é sempre por contato sexual, mas os olhos podem ser seriamente afetados se tiverem contato com a secreção, de tal for- ma que a clamídia é a causa mais comum de cegueira no mundo, prin- cipalmente nas crianças da Índia, África e Oriente Médio. A clamídia não tratada pode degenerar num sem-fim de infla mações e infecções na região pélvica. O trata mento cos- tuma exigir antibió ticos. S Í F I L I S Ela já foi para o mundo o que a aids é hoje, quando ainda não existiam antibióticos; sumiu duran- te uns tempos, mas está voltando. É causada por uma bactéria que se transmite geralmente por con- tato sexual, através de cortes ou feridas na pele ou na mucosa, mas também passa da mãe grávida ao feto. Seus sintomas primários são feridinhas indolores nos genitais, no reto, na língua ou nos lábios, e gânglios inchados na virilha. Se não for tratada desenvolve dolorosos sintomas secundários e ter ciá rios (ela tem três estágios), que vão de erupções e feridas até febre e dor nos ossos e nas juntas. Pode levar à morte. Exames de san- gue específicos detectam a presença da bactéria. O tratamento é feito com penicilina ou outro antibiótico. Os bebês contaminados pela mãe podem nascer com deformidades ou morrer, mas isso pode ser totalmente evitado se o pré-natal for bem feito. A I D S Complexa demais para ser chama- da de doença venérea, a aids é a grande doença dos tempos moder- nos. E como o risco de contágio por contato sexual é enoooorme, use preservativos quando não tiver cer- teza absoluta sobre o parceiro. Os sintomas são fadiga, gânglios incha- dos, febre, suores noturnos, gripe, resfriado, tosse ou dor de garganta que não passam, fôlego curto, ema- grecimento, lesões na pele, diarreia constante, e daí para pior com infec- ções oportunistas, câncer de pele, candidíase oral, sangra mentos repen- tinos, con fusão, demência e coma. A transmissão do vírus se dá através de sangue ou sêmen no contato sexual 36 e agulhas de in jeção compartilhadas. Tam bém passa da mãe para o feto, se ela não estiver fazendo o pré-na- tal. O período de incubação da aids pode ir de 5 a 10 anos. H E R P E S Uma vez com ele, sempre com ele: o vírus do herpes não abandona nin- guém, embora possa viver dormindo se a pessoa tiver boa saúde. Afeta simplesmente metade da população do mundo. Não tem cura. O ataque chega em forma de pequenas sali- ências avermelhadas, que depois se transformam em pequenas bolhas que estouram e ardem, causando um desconforto que pode variar do leve ao terrível. Os tratamentos procuram aliviar esse desconforto e evitar novas erupções. A duração dos ataques vai de 4 a 12 dias, e de um modo geral indica que a imunidade está baixa. Há dois tipos de herpes, o simples e o zoster. Esse zoster é ligado ao vírus da catapora, dá no torso e no ros- to e dói muito, mas felizmente não se transmite por contato. O herpes simples 1, ou labial, dá em torno da boca, é a popular feridinha de febre. O herpes simples 2 ataca qualquer parte da região genital, visível ou invisível. Quase sempre inclui do- res ou sensação de queimadura nas pernas, nádegas e genitais, trazendo dificuldade até para urinar. O sinto- ma inicial do HS-2 é dor ou coceira em qualquer parte da região genital. As erupções vão demorar horas ou dias para surgir. As crises podem surgir em qual quer situação mais aguda. Muitas mulheres têm herpes durante a menstruação. Outras, sempre que tomam muito sol. Um jeans apertado num dia de calor pode acordar o herpes. Uma cal cinha de lycra também. Febre ou alguns dias de alimentação mais ácida, idem. Questões emocionais contribuem decisivamente para a ocorrência de novas crises. Dessa forma, as erupções servem de sinal de alarme para se pensar no que está acontecendo. A transmissão costuma se dar por contato, de modo que é preciso to- mar cuidado nas relações sexuais para não contagiar ninguém. Se a erupção for na pele, cobrir com um curativo; se for na mucosa, não tem jeito. No final da gravidez é um pe- rigo, sobretudo se a mãe tiver sua primeira crise de herpes muito junto do parto – se for infectado por con- tato, o bebê corre risco de ter lesões cerebrais, cegueira e até morrer, daí a cesariana ser mais indicada num caso assim. 37 Um primeiro ataque de herpes dá sintomas de gripe, como dor de ca- beça e febre, e gânglios inchados na virilha. Se for no início ou no meio da gestação, pode provocar aborto ou nascimento prematuro. Existem vários tratamentos eficientes para manter o herpes dormindo. O sucesso deles depende de como a mulher lida com o stress – se consegue se poupar nos momentos críticos, ou se entra de cabeça em tudo e depois se larga, totalmente arrasada. Sessões regulares de ACUPUNTURA ajudam muito a aumentar a imunidade e impedir a proli feração do vírus. HOMEOPATIA: Natrum, Echinacea, Rhus tox., Croton tig., Petroleum, Mercurius solubile. Se você sabe quando uma crise está para começar, pode aplicar GELO no local, com grande chance de escapar dessa. Mas tem que ser obsessivamente mesmo, várias vezes por dia, durante 45 minutos de cada vez, tomando cuidado para não queimar a pele. 38 CÁPSULAS DE ALHO controlam o herpes a longo prazo (o alho tem 18 agentes antivirais e antibacterianos); não cortam uma crise, mas doses altas logo no começo podem impedi-la (12 cápsulas logo de cara, três de quatro em quatro horas por três dias, exceto durante o sono). Também se pode abrir a cápsula e aplicar o óleo no local. A DIETA contra herpes deve ser rica em LISINA, baixa em ARGININA. São dois aminoácidos (componentes das proteínas) com ação contrária. A arginina promove a proliferação do vírus, a lisina inibe. Portanto você pode comer MAIS peixe, carne, galinha, feijões, iogurte, ovos, batata e levedo de cerveja, e MENOS nozes, sementes oleaginosas, amendoins, cereais, gelatina, chocolate, uvas-passas. Algumas pessoas acham bom tirar ainda frutas cítricas e tomate. Café e açúcar, por serem imunodepressores, também devem ficar de fora. O ACYCLOVIR pode cortar a crise imediatamente (mas nem sempre), não se sabe ainda a que custo para o sistema imunológico. SUPLEMENTOS usados com bons resultados: lactobacilos acidófilos, comprados em cápsulas nas farmácias de importados e tomados segundo a bula. Vitamina C, 1 g duas vezes por dia para prevenir, 4 g para remediar. 100 mg de sulfato de zinco associados a 2 mg de cobre podem ser tentados, mas sob supervisão médica. 2g diários de L-lisina como prevenção, dobrando a dose se houver um ataque (sua médica deverá pedir um controle da sua taxa de colesterol, pois a lisina pode aumentá-la). PARA APLICAR na erupção, gel de raiz de alcaçuz ou tintura de equinácea: se arder muito, não continue. Sulfato de zinco, 0.05 a 0.25%, em solução ou unguento. Algumas pessoas melhoram no ato aplicando, com um cotonete, o conteúdo de uma cápsula de vitamina E. Ou de óleo de alho. Mas a erupção pode sair, uns dias depois, em outro lugar. 39 40 41 Ó V U L O S H O R M Ô N I O S C I C L O S M E N S T R U A I S & PECULIARIdADES Tudo quanto é espécie tem mania de se reproduzir. Gente mais ainda, tanto assim que, ainda dentro da barriga da mãe, nós mulheres já te- mos mais de meio milhão de ovinhos para botar. Mas eles são frágeis. Quando nascemos se reduziram à metade, quando menstruamos pela primeira vez são uns setenta mil, e destes só uns 500 vão se tornar real- mente óvulos, isto é, projetos de gente à espera de um espermatozoide que os tire para dançar. O óvulo é uma célula que só mulheres têm. Desenvolve-se numa bolsinha, chamada folículo de Graaf, que cresce no contorno do ovário. A certa altura do mês, um hormônio folículo-estimulante vai fazer com que a bolsinha se rompa e o óvulo mergulhe no espaço feito um astronauta em busca da trompa de Falópio, que felizmen- te está a postos com suas franjas gulosas. É ali na trompa, quem 42 diria, que se decide a sorte de alguém: se houver espermatozoi- des disponíveis, o mais afoito vai conseguir penetrar no óvulo e dar início à formação de uma futura pessoa – depois de uns dias descendo pela trompa, o óvulo fertilizado gruda na parede do útero e começa a virar um bebê.Se não houver espermatozoides, após duas ou três semanas a gente menstrua. Nossas primeiras 6 a 12 menstruações costumam acontecer sem óvulos. São as chamadas regras anovulatórias, completamente desregradas: o chico, paquete, incômodo vem, não vem, vem muito, vem pouco... Só depois de uns três anos é que passa a haver ovulação regular, e aí cada uma de nós vai conhecer a duração de seu ciclo menstrual. Pode ser qualquer coisa entre 21 e 45 dias. O papo de que o ciclo é lunar e tem 28 dias é lindo, mas não se aplica à maioria das mulheres. Conhecer a duração do seu ciclo tem uma utilidade ímpar: você sempre sabe quan- do aquele xilique pode ou não ser justificado pela tensão pré-menstrual. A primeira menstruação tem nome: menarca. Dependendo da região geo gráfica e da história familiar, acontece a qualquer momento entre 12 e 16 anos – nos países quentes, mais cedo; nos frios, mais tarde. A última também tem nome: meno pausa. Chega em torno dos cinquenta anos, quando os óvulos já estão aca bando e os hormônios reprodutivos também. HORMÔNIOS são substâncias misteriosas que as glândulas endócrinas fabricam e enviam através da corrente sanguínea para influenciar outras partes do corpo Hipófise, tireoide, paratireoide, pâncreas, adrenais, ovários e testículos: essas são as glândulas endócrinas 43 O CICLO MENSTRUAL é governado por um encadeamento de hormônios. O hipo tálamo inicia o processo mandando agentes para a vizinha hipófise; ela libera as gonado trofinas, que viajam pelo sangue até os ovários, onde estimulam os folículos ovarianos a produzir estrogênio e progesterona, que preparam o útero para uma possível gravidez. A primeira parte do ciclo menstrual, que vai até a ovulação, depende do estrogênio. A segunda parte, que vai até a menstruação, depende da progesterona. IRREGULARIDADES MENS TRUAIS podem ocorrer devido a problemas em qualquer parte do circuito hormo - nal. Doenças, drogas, perda súbita de peso e até mesmo stress afetam o hipotá lamo. Se ele ti- ver uma infecção ou um tumor, a menstruação também será afetada. Se a hipó fise interromper a produção de hormônios, os ová rios serão os pri- meiros a falhar; mas ela também pode produzir hormônio demais, em consequência de tranqui- lizantes e pílulas anticon- cepcionais, e aí não há menstruação nem ovula- ção. Se a tireoide estiver muito ativa, a menstrua ção para ou é muito escassa; se pouco ativa, a menstrua- ção é longa e forte, talvez acompanhada por desin- teresse sexual. E até as glândulas adre nais podem influir na menstruação. Se você tiver problemas menstruais realmente exorbitantes sua médica certamente vai pedir a dosagem de hormô nios, através de exames de sangue e urina. Se os ovários tiverem cis- tos ou tumores, a produ- ção de hormônios pode se alterar. A HIPÓFISE TAMBÉM GOVERNA O LEITE MATERNO Primeiro ela produz pro- lactina, hormônio que comanda a produção de leite nas glândulas mamárias; depois, quan- do os seios são suga- dos, um estímulo avisa a hipófise e ela libera na corrente sanguínea outro hormônio, ocito cina, que faz contrair a musculatu- ra que circunda as células leiteiras e força o leite a descer para os bicos. (As fricções da penetração sexual também provocam liberação de ocitocina, só que neste caso ela serve para provocar contrações rítmicas na musculatura vaginal e ajudar assim a subida dos es perma to- zoides rumo às trompas de Falópio – quem sabe tem um óvulo esperan- do?) A hipófise ainda produz os dois hormônios mais importantes para a re- produção – o folículo- estimulante, que faz ama- durecer o óvulo, e o lutei - 44 ni zante, que faz o folículo se romper para soltar o óvulo e transformar-se em corpo lúteo. O folículo, enquanto se desenvolve, gera estro- gênio e prepara a mulher para a concepção; o corpo lúteo fabrica proges terona, que prepara o útero para a gravidez. Com tanto re- quinte que torna o muco cervical viscoso a ponto de formar um tampão para proteger o feto de conta- minação externa. A placenta também pode produzir estrogênio e pro- gesterona. NA VERDADE, EXISTEM TRÊS TIPOS DE ESTROGÊNIO: es t ro na, es t rad io l e es triol. A estrona é pro- duzida nos tecidos gor du - rosos, mas também nos ovários e nas glândulas adre nais. O estra diol é produzido nos ovários, e se cun daria mente nos tecidos obesos e nas glândulas adrenais. O estriol é produzido pela placenta na gravidez. É ele que provoca o hipe- rin sulinismo, ou diabetes gravídica, porque sua presença no sangue neu- traliza a ação da insuli- na, fazendo com que o pâncreas produza cada vez mais insulina para responder ao aumento da taxa de glico se. Se a grá- vida es ti ver gor ducha terá mais estro gênio ainda em circulação, o que dobra seu risco de diabetes. EXCESSO DE ESTROGÊNIO em circulação causa desequilíbrio geral. Pode inclusive produzir uma fome incessante, que você deve se recusar a xingar de obsessiva enquanto não fizer uma contagem de hormônios. Por outro lado, de repente o estrogênio aumentou justamente porque você andou comendo demais e criou umas gordurinhas. Comeu-por-quê?, tum-tum-tum, por-que-comeu? Mulheres obesas têm 2 a 5 vezes mais estrogênio que as de peso normal, simplesmente o dobro ou o quíntuplo de riscos para a saúde. E outra fonte de estrogênio indesejável é o trabalho das bactérias intestinais – quando há muita gordura nas fezes e/ou prisão de ventre, elas vão reativar o estrogênio presente e devolvê-lo à corrente sanguínea. 45 M EN ST RU A Ç Ã O ! Aí Deus expulsou Eva do Paraíso: Hás de pagar com o teu sangue! E ela, humilde: Pode ser em sua ves prestações mensais? Então estamos pagando até hoje. Sob queixas e pro- testos. Mas, de fato, a menstruação é a única perda de sangue que se pode considerar normal no corpo humano. Até porque não é bem uma perda, mas uma limpeza. Mais ou menos a cada quatro semanas a mulher deixa sair aquilo que indica que não engra- vidou: células mortas, secreções, muco e o sangue resultante da descamação superficial do endométrio, tecido que reveste internamente o útero. O endométrio é uma membrana mucosa muito úmida, cheia de glândulas microscópicas e abun dan tíssima ir- rigação sanguínea, que engrossa especialmente para acolher sementes de gente. Quando a concepção não se dá, o afluxo de sangue para o endométrio diminui, as arteríolas se contraem, a membrana encolhe per- dendo muco e secreção, muitas células da superfície morrem. Quando as arteríolas voltam a se expandir, o sangue de suas minúsculas ramificações escapa e inunda o tecido, formando laguinhos e bolhas aqui e ali; é esse sangue que escorre quando o frágil tecido se esgarça. Logo os vasos sanguíneos se contraem de novo, enquanto outras bolhas arrebentam, e assim a superfície do endométrio vai progressivamente se abrindo e cicatrizando, enquanto o útero, através de contrações ritmadas, põe a coisa toda para fora. 46 A temperatura do corpo e a atividade metabólica (transformação de nutrientes em energia) caem um pouquinho durante a menstruação; as secreções cutâneas e a saliva se alteram e os vasos capilares da pele ficam mais propensos a sangrar. Se por alguma razão não houver fluxo menstrual e determinadas substâncias do endométrio entrarem em cir- culação, a mulher pode sangrar via nariz, boca ou pulmões, mas isso é raríssimo, graças a Deus. O fluxo menstrual geralmente dura quatro dias, tornando-se mais abun- dante no segundo, mas isso varia de mulher para mulher. O sangue perdido, que parece uma enxurrada, costuma caber numa xicrinha de café e constitui 50 a 70% do fluxo menstrual; o resto é muco, secreção e restinho de células mortas. Cólicas menstruais: uma ou outra, de vez em quando, ainda vá lá. Mas sempre? Pode ser comum, normal não é. Mulher menstruada foi chamada até de impura pelos arcaicos, mas de jeito nenhumé doente para se conformar com aquela dor de nó nas tripas que começa bem em cima do púbis e se irradia pelo ventre até as costas, dando enjoo, diarreia, calor, frio, tontura e dor de cabeça nas mais atacadas. Há quem se recolha ao leito com um saco de água quente, quem fique instantaneamente abatida e meio verde, quem ligue rapidamente para a farmácia pedindo uma injeção na veia. Existem muitos analgésicos que as mais adeptas já compram junto com absorventes e tampões, preparando-se assim de véspera para o grande achaque. É uma opção. Mas não seria melhor nunca mais ter cólicas? 47 A causa mais comum das cólicas é o excesso de PROSTAGLANDINA no organismo. Prostaglandinas são agentes químicos semelhantes aos hormônios, só que de ação estritamente local. Controlam coisas como as batidas do coração, o ritmo respiratório, a contração dos vasos sanguíneos e da musculatura lisa, os movimentos intestinais. O útero faz parte da musculatura lisa. Quando chega a hora de menstruar, as prostaglandinas ajudam o tecido a contrair para expulsar o sangue. Se sua produção for excessiva, as contrações serão fortes demais e por isso dolorosas. Mulheres com o PESO ACIMA DO NORMAL, portanto com mais estrogênio circulando, terão produção maior de prostaglandinas. Por outro lado, episódios de ABUSO SEXUAL na infância e retenção da energia sexual costumam acompanhar histórias de cólicas muito fortes. Mulheres que querem negar sua feminilidade podem rejeitar a menstruação e ter cólicas. Se você usa TAMPÕES e tem cólicas, experimente deixar de usar para ver se elas continuam. Além de ser inconveniente para o ecossistema vaginal, a pressão dos tampões pode ser insuportável para algumas mulheres. INTESTINO PRESO também costuma aumentar as cólicas, é importante tratar dele. ANDAR E FAZER OUTROS EXERCÍCIOS LEVES funciona muito, por aliviar a tensão na região abdominal, e roupas justas impedem a boa circulação sanguínea e a respiração profunda. Quando a cólica começar, DEITE E CUBRA-SE. Ponha as duas mãos sobre a região dolorida e procure relaxar, de olhos fechados, respirando fundo. Imagine que o ar está chegando até o útero, recolhendo e levando embora toda a tensão quando você expira. Se puder, DURMA: às vezes a cólica é pura necessidade de descansar. Não esqueça das tradicionais COMPRESSAS QUENTES na barriga! Relaxam e dão um conforto delicioso. Um copinho de VINHO na hora da crise também pode ser ótimo para dilatar os vasos sanguíneos e deixar você numa boa. E um quentinho no ventre, proporcionado por aquelas ATADURAS de crepe que vendem em farmácia, é essencial. Não só na hora da cólica, mas sempre que você se sentir mais frágil e fria. 48 CÓLICAS CRÔNICAS? Aí devem ser tratadas como parte da tensão pré-menstrual. Quando resistem aos tratamentos deve-se ver se há endometriose, pois a dor é semelhante. DIETA: evitar as comidas frias e as de natureza fria, como laranja, tangerina, abacaxi; ovos, algas marinhas, café, chá preto, chá mate, guaraná em pó, açúcar, sal; refrigerantes e gelados; e excesso de produtos animais. Se houver depressão e perda de memória, comer mais proteína. SUPLEMENTOS: de vitamina E (100 mg três vezes ao dia, na segunda fase do ciclo) e magnésio (100 mg quatro vezes ao dia) têm sido usados com sucesso. A vitamina E parece estimular a produção de endorfinas, substâncias analgésicas produzidas pelo próprio organismo, e o magnésio ajuda a relaxar os músculos e os vasos sanguíneos, inibindo também um tipo de prostaglandina. Como o nível de cálcio no sangue diminui 10 dias antes da menstruação, pode estar havendo uma deficiência de cálcio e magnésio que sempre deixa a gente mais nervosa. Nesse caso, experimente usar uma combinação de cálcio e magnésio à venda em lojas de produtos naturais. Mas é preciso diluir o pó em água morna e juntar algumas gotas de limão ou vinagre (de cidra, maçã ou arroz) para acidificar a água e forçar a liberação do cálcio. Deixe a mistura repousar meia hora e tome conforme a bula. CHÁS: de gengibre (fatiado e fervido por meia hora, com casca), hortelã, camomila, alecrim ou artemísia (infusão). CHINESES: indicam o uso de raiz de alcaçuz e de dong quai, que são reguladores do estrogênio e da progesterona. Se uma mulher não tem estrogênio suficiente, estas raízes estimulam a produção; se o problema é estrogênio demais, elas botam o excesso para fora. ACUPUNTURA: funciona, mas é preciso começar o tratamento antes do período menstrual. HOMEOPATIA: Valeriana officinalis, tintura, duas doses de meia colher de chá com intervalo de vinte minutos entre ambas. Também Petasites hybridus, um relaxante muscular. 49 A endometriose é algo estranhíssimo: o tecido que normalmente cresce no útero começa a crescer em outro lugar. Geralmente em ovários e trompas, às vezes vagina e vulva, mais raramente bexiga, intestinos, pulmões, cabeça e braços, talvez deixando cicatrizes e cistos. Durante a menstruação o tecido deslocado vai sangrar como se estivesse no útero, mas esse sangue não consegue sair do corpo. A endometriose grave, que faz grandes cistos cheios de sangue nos ovários, pode nem produzir sintomas. Os casos brandos é que produzem mais dores, pois há sangramentos microscópicos no peritônio (membrana que reveste a cavidade abdominal) que parecem estimular as fibras nervosas; por isso a menstruação, a ovulação e as relações podem se tornar tão dolorosas. CAUSAS: excesso de estrogênio, excesso de gordura (sobretudo láctea), umidade, estagnação do sangue e do chi, esgotamentos emocionais, depressão. Emoções parecem ser um fator decisivo. Um dado curioso é que a mulher com endometriose geralmente fez carreira profissional e por isso adiou a gravidez. Quanto mais ovulação, mais hormônios para alimentar a endo- metriose (e outras coisinhas mais, como se verá). SINTOMAS: dores fortes na menstruação e durante as relações, fluxo menstrual muito abundante, períodos irregulares, possível infertilidade devido a alterações na proporção entre estrogênio e progesterona. Uma característica: os sintomas pioram progressivamente. DIAGNÓSTICO: O exame pélvico geralmente mostra que a dor está em lugares que só doem na endometriose; a confirmação é feita por laparoscopia. Às vezes é confundida com bartolinite. 50 TRATAMENTOS MÉDICOS: à base de hormônio ou de inibidores da função ovariana funcionam, mas têm efeitos colaterais: aumento de peso, voz grossa, pelos no rosto. Assim que o tratamento acaba, a endometriose começa a voltar. Engra vidar é mais prático e efetivo. Ou fazer cirurgia, por laparoscopia, a laser ou não. por semana, durante uma hora e meia, são uma boa ajuda. Acupuntura para as dores. Desintoxicação hepática e ervas que reequilibrem os hormônios, como dong quai e raiz de alcaçuz. Duas ou três colheres de sopa por dia de óleo de sementes de linhaça para dissolver depósitos gordurosos. SUPLEMENTOS INDICADOS: betacaroteno, vitaminas C e E, dosagem a critério médico. E A VERMINOSE? A dra. Hulda Clark, cientista canadense que bota a boca no trombone sobre os efeitos ocultos das verminoses, diz que endome triose é algo que acontece quando a fascíola, uma baratinha que anda por dentro do nosso corpinho, leva pedacinhos do endométrio para fora do útero. Conferir. Mais sobre verminose na página 194 A DIETA MACROBIÓTICA dá excelente resultado contra endometriose. Consiste basicamente de cereais, raízes, frutos, folhas e algas, com pequenas porções de feijão, peixe e frutas cozidas. É recomendado evitar laticínios, saladas e outrascomidas e bebidas frias. COMPRESSAS QUENTES sobre a região abdominal três noites 51 Cistos ovarianos: a maioria é inofensiva e desaparece por si. Alguns é preciso operar, e certos tipos devem ser tomados como um alerta: mulheres que desenvolvem cistos entre 50 e 70 anos têm mais incidência de câncer ovariano do que as outras. Enquanto um tumor é um caroço sólido, um cisto é um saco cheio de líquido. Se for grande, vai incomodar. Pode interferir com a produção de hormônios pelo ovário e resultar em sangramento irregular pela vagina ou aumento de pelos corporais. Se estiver compri- mindo a bexiga dá vontade de urinar a toda hora. Não há sintomas que evidenciem a presença de cistos ovarianos. As queixas são meio genéricas – dor surda no ventre, inchaço ou sensação de pressão ou volume; dor durante as relações; menstrua ção atrasada, irregular ou dolorosa. Um sintoma de emergência é a dor súbita e aguda no baixo-ventre, com febre e vômito. Pode significar que o cisto torceu ou se rompeu. Se torceu, é cirurgia de urgência; se rompeu, a mulher fica em observação durante uma semana ou mais, e geralmente nada precisa ser feito. A HOMEOPATIA tem abordagens clínicas de muito sucesso contra cistos ovarianos. A DIETA é para desintoxicar e eliminar fungos; pode ser macrobiótica, vegetariana ou higienista, eliminando tudo o que possa aumentar a produção de fungos (abundantes dentro do líquido dos cistos). Isso quer dizer sem açúcar, sem laticínios, pouco pão e bastante nabo daikon (aquele comprido), cru, ralado, para dissolver as gorduras. 52 Fibroma uterino, ou mioma: às vezes é tão grande que parece gravidez Mas não passa de um tumor fibroso que cresce na parede do útero. Chateia uma em quatro mulheres ocidentais entre os trinta e os cinquen- ta anos. É redondo, consistente, pequeno como uma ervilha ou grande como um melão, e surge sozinho ou em grupos. Raramente se torna maligno, mas pode incomodar muito. Seus tecidos contêm basicamente colágeno e muco. Fibromas não ameaçam a vida. São difíceis de curar, mas geral- mente encolhem depois da menopausa, de modo que se pode viver com eles até o fim dos tempos. Podem até conviver com a gravidez, se você se cuidar bastante em todos os sentidos – dieta, exercício, respiração, cabeça. Acupuntura, shiatsu, do-in e trabalhos corporais ajudam a energia a circular na área. Ou seja: não é preciso ope- rar, a menos que estejam causando muitas dores, crescendo muito depressa, sangrando constantemente e/ou atrapalhando as relações se- xuais. Se não houver nada disso, basta examiná-los de tempos em tem- pos, por toque ou ultrassonografia, para saber como estão. Em caso de necessidade real é feita a histerectomia, em que se retira todo o útero. As mulheres que apresentam fibromas costumam ter um ou vários casos de fibroma na família. Frequen temente dão preferência a uma dieta rica em carne, açúcar e laticínios, especialmente queijo e sorvete cremoso. E são muito batalhadoras na vida prática, mas retêm as emoções. Fa- zem bloqueios de energia – raiva, talvez – na área do útero, quem sabe algo referente a ter ou não ter filhos, ou a não encontrar a pessoa certa com quem ter filhos. Muitos gineco logistas apontam uma ambivalência psicológica quanto à função uterina na mulher que tem fibroma. 53 SINTOMAS que fazem suspeitar de um fibroma uterino: sangramento entre as regras, menstruação excessiva ou hemorrágica, necessidade frequente de urinar, sensação de plenitude, peso ou pressão na área pélvica. DIETA Uma boa dieta desintoxicante reduz bastante as dores e o sangramento, principalmente se a interessada se tornar mais vegetariana sem cair de boca nos laticínios. Mulheres em dieta lacto-ovo-vegetariana apresentam mais fibromas do que as que comem carne, talvez por consumirem queijo demais, achando que assim estarão bem supridas de proteína e cálcio. CHINESES A medicina tradicional chinesa diz que o fibroma é consequência da congestão de sangue no baixo-ventre, que por sua vez decorre da estagnação de energia no fígado. Há duas fases da congestão. A primeira transparece por sintomas como desequilíbrio emocional, amenorreia, dismenorreia, vaginite crônica, prisão de ventre, lábios rachados, manchas escuras na pele, pele seca, compleição amarelada, sede, tendência a ter os pés frios e a sentir calafrios. A segunda já apresenta um volume no baixo-ventre que se pode apalpar. Na primeira fase a dieta ajuda muito, na segunda nem tanto; de qualquer forma é importante tonificar o sangue, remover a estagnação, melhorar a circulação no aquecedor inferior e evitar comidas que ofendam o fígado, já que ele regula o movimento do Chi e o Chi move o sangue. A DIETA CHINESA recomenda comer berinjela, que ajuda a limpar a congestão. Moderadamente, porque um excesso de berinjela pode enfraquecer o útero! Temperar com açafrão, açafroa (curcuma, caril), pimenta- do-reino, canela, cardamomo, noz- moscada, gengibre. Evitar saladas cruas, leite, queijo, algas marinhas, frutas cítricas e seus sucos, tofu, grãos pouco cozidos, painço, trigo- sarraceno, excesso de sal e de doces. Não tomar líquidos com as refeições; comer pouco e mastigar bem. AQUILO AQUELA FASE AQUELA COISA AAAAAARGH TPM 56 Brigou com o filho, deu um passa-fora no marido, despediu a empregada, jurou ódio mortal à melhor amiga e correu à janela para se jogar. Nesse exato momento sentiu um molhadinho entre as pernas, rumou para o banheiro e não deu outra: menstruada! Ufa. Tudo superado. Era só TPM. TPM, ou tensão pré-menstrual, tem sido o inferninho particular da mulher mo- derna. As antigas viviam mais preservadas, normal mente só trabalhavam em casa, de modo que podiam recolher-se ao leito com uma indisposição que se prolongava até o fim “daqueles” dias. Pesquisa feita num presídio feminino dos EUA mostrou que 50% das presas cometeram os delitos fatais durante o período pré-menstrual. Entre as que pro- vocaram acidentes de trân sito, 52% estavam na mesma situação. Os juízes são até mais benevolentes com as mulheres criminosas quando elas alegam TPM, e há mesmo que dar um desconto, por que tem dias em que a gente fica doida, prontinha para rosnar e morder (no mínimo). Às vezes é tão infernal que os sintomas duram da ovulação até a mens- truação, sem sa bermos que são agrava dís simos por hábitos alimentares, stress, dro gas e até relações domésticas: segundo as pes quisas, um dos piores fatores de risco para TPM é... viver com um homem! Professoras e funcio ná rias públicas gozam até hoje de um indulto menstrual. Podem faltar três dias por mês, vejam só, certa mente para não estrangularem alunos e chefes. Claro que nem todo mundo sente a tensão pré-menstrual com tanta ênfase, e há as que nem sentem. Quem sofre mais são as estre ssa das, as mais velhas e as que têm mais estrogênio circulando: gordinhas, ioiô (engor dando e ema- grecendo o tempo todo) e as que vivem com o intestino preso (quando as fezes se acumulam no intes tino, o estro gênio contido nelas, que o fígado degradou e tratou de eliminar, é reabsorvido pelo sangue). 57 Como isso chega a acontecer? Na primeira fase do ciclo menstrual o óvulo está se preparando para deixar o ovário rumo ao útero. Se a fecundação não acontece entramos na segunda fase, que leva à menstruação. Ou seja, o período acumula toda a tensão de um movimento que não deu em nada, e a menstruação vai limpar o útero de um sangue que não serve mais. Não é nada parecido com a exuberância de uma primavera e um verão, tem os tons mais sóbrios e fechados de um outono e um inverno. A situação sugere recolhimento e repouso, como em qualquer fim de ciclo. Bruxa Alterações bruscas de humor, ansiedade, nervosismo, irritabilidade, lentidão mental, abatimento, apatia, insônia, vertigem e depressão, dor de cabeça forte; os sintomas apontamalto nível de estrogênio e baixa progesterona Monstra Aumento de peso, flatulência, inchaço abdominal, edema no rosto, nas mãos e nos pés, muita sensibilidade nos seios; indica excesso de sal no organismo com retenção de líquido e possível elevação de aldosterona, hormônio das glândulas adrenais Neurótica Depressão, impulsos suicidas, crises de choro, confusão mental, falta de concentração, dificuldade em verbalizar; podet significar elevação de progesterona e possível aumento do hormônio andrógeno; também é bom ver se há intoxicação por chumbo Pluriapta Apresenta vários dos sintomas mencionados e inclui um ou mais dos seguintes: acne, gases, constipação, diarreia, enjoo, vômito, dor nas costas e problemas respiratórios Que tipo de TPM você pratica? Comilona Apetite voraz, necessidade incontrolável de comer açúcar, sensação de cansaço, palpitações, dor de cabeça e até desmaios; isto costuma indicar hipoglicemia reativa Não se preocupe, todos os tipos melhoram completamente com uma dietinha, uns exerciciozinhos e uns suplementinhos. 58 dietinha é bom É aquela mesma que a gente adora. Bem variada e rica em cereais integrais, fei jões, vegetais e fru- tas. Muita salada verde temperada com azeite de oliva e limão. Pou- ca gordura. Pouco sal. Pouco volume de comida. Porções mínimas de car nes, aves, ovos, pei- xes e queijos. Porções minúsculas de doces, e nada de aperitivos salgados, carnes defumadas, picles ou alimentos preparados na brasa do carvão. mas não morra de fome! Fazer dieta, aqui, não pode significar privação. Regimes de poucas calorias são fatais para quem sofre de TPM. Isso porque o organismo reage diminuindo sua taxa metabólica, isto é, desacelerando a queima de nutrientes do mesmo jeito que a gente desacelera um automóvel para gastar menos gasolina. Desacelerada e impedida de cometer seus pecadinhos diá rios, a pessoa sente que não é a mesma. Que está mal, passando fome, e está. E já não se reconhece. Aí dá uma angústia que vai indo, vai indo e de repente a joga de cabeça nos sorvetes, biscoitos, doces e massas – sem falar no chocolate. 59 CHOCOLATE E MAGNÉSIO são interligados; uma ânsia incon trolável por chocolate pode estar mostrando deficiência de magnésio, em que o cacau é relativamente rico, mas não a ponto de servir como remédio, infelizmente... FAÇA CINCO PEQUENAS REFEIÇÕES ao longo do dia para resolver o problema. Por exemplo: deixe para comer frutas nos lanches da manhã e da tarde. Ou, se você prefere comer frutas em jejum, deixe o sanduíche para o meio da manhã. Ficar comendo AÇÚCAR faz desperdiçar cálcio, magnésio e vitamina B no processo metabólico. Açúcar em excesso (e o que é excesso varia de pessoa para pessoa) produz sintomas de hipoglicemia e conseqüentemente ansiedade, depressão e desejo de mais açúcar. ÁLCOOL também provoca hipoglicemia e deveria ser evitado, ao menos na segunda fase do ciclo. SAL força a retenção de líquidos, inclusive nos seios, provocando edema generalizado e sensa ção de peso. CAFEÍNA aumenta a tensão e a sensibilidade, agrava a hipoglicemia e chateia o fígado, que já pode estar pra lá de chateado nessa ocasião. Comer alimentos ricos em FIBRA é fundamental para auxiliar a eliminação das fezes, e do estrogênio junto com elas. Reduzir ÓLEO, MANTEIGA, MARGARINA E CARNES diminui também a necessidade de sal e alivia o trabalho do fígado. Tem mais: tanto o açúcar quanto a gordura podem aumentar a produção de estrogênio! 60 suplementinhos Incluem cálcio, vitamina B6 e magnésio. Foi verificado que o sangue tem menos cálcio dez dias antes da menstruação, o que basta para deixar qualquer uma nervosa e tensa, já que o cálcio acalma. A vitamina B6, piridoxina, está quase sempre faltando e nunca é demais, que dirá nessa fase. E a ausência de magnésio nas células, quase sempre constatada na TPM, prejudica o equilíbrio delas, atrapalha a ação do cálcio e dá aquela vontade danada de comer chocolate. Suplementos eficazes para tratar a TPM nas seguintes doses (não use sem supervisão médica): 50 a 100 mg de vitamina B6, piridoxina, tomados com complexo B; 600 a 800 mg de citrato de magnésio; 1.000 mg de citrato de cálcio. Outros suplementos indicados são os que contêm ácidos graxos essenciais, como os ácidos linoleico, gamalinoleico e araqui dônico. O óleo de prímula, em doses de 1.5 g duas vezes ao dia e associado à B6, tem se mostrado muito eficiente em casos difíceis de TPM. Especificamente contra edemas, ginkgo biloba em extrato sólido, tomado em doses de 40 mg três vezes ao dia, tem o poder de contrair os minúsculos capilares sanguíneos através dos quais os líquidos vazam para os tecidos. Contra depressão, choro e memória fraca têm sido usados dois a seis gramas diários de tirosina, amino ácido que ajuda a controlar a depressão e o apetite estimulando as funções cerebrais. 61 exerciciozinhos Uma caminhada de uma hora por dia, num passo apertado que deixe você ligeiramente ofegante, já é o suficiente. Oxigena o sangue e o cérebro, tonifica os músculos, fortalece os ossos, lubrifica as articulações, estimula o funcionamento do intestino, melhora o metabolismo durante o dia inteiro e ajuda a perder as gordurinhas. Tá bom ou quer mais? OK, então ande duas vezes por dia, de manhã e à tarde, ou invente outra coisa: bicicleta, natação, dança, tênis, peteca... chás, ervas & raízes Qualquer protetor hepático é bem-vindo: chás de dente-de-leão, boldo, carqueja e arte mísia, 3 xícaras ao dia; tinturas de dente-de-leão e de bardana, meio conta-gotas duas vezes ao dia. homeopatia Para quem está de mau humor, irritada, cheia de gases e com o intestino preso, Lycopodium é uma boa sugestão. Mas se a moça fica de humor instável, ou triste e chorosa, com os olhos inflamados e o nariz escorrendo logo antes de menstruar, pode ser um caso de Pulsatilla. Em que dosagem? A critério da médica, como sempre. Em caso de emergência, se você mesma tiver que decidir a dose, para ter segurança fique sempre nas baixas potências dos remédios: dinamizações de 3C a 6C no máximo, em doses de até 5 gotas ou 5 glóbulos de 2 em 2 horas. 62 63 Seio, s.m.: curvatura, volta, sinuosidade; enseada, golfo; parte do corpo humano onde se situam as glândulas mamárias, peito, mama; a parte do colo feminino que fica a descoberto; parte íntima, coração, alma, âmago, interior, centro... Os seios são aquelas duas coisas maravilhosas que só mulheres de- senvolvem plenamente (silicone não vale), e que na mãe alcançam a harmonia perfeita entre beleza e fun- cionalidade: de dentro daquela carne macia e gostosa, assim sem torneira nem nada, sai leite! Como se não bastasse, esses dois pilares da vida também estão a ser- viço do prazer. Dentro do bico do seio, por trás dos poros onde ter- minam os canais do leite, há um músculo. Minúsculo. Involuntário. Que fala mais sobre a mulher do que mil palavras: basta acontecer o estímulo certo – um toque, uma bri- sa, o roçar de um pano, uma palavra dita ou pensada – que ele empina o bico e responde logo: Alô? Pronto. Foi acionado o comando central, e você pode ter certeza de que todas as partes especialmente sensíveis do corpo também acordaram. Os seios são a marca absoluta da feminilidade, sinal inconfundível de que o corpo já está se preparando para conceber, gerar e nutrir O que acontece na adolescência é que o estrogênio atua sobre as glân- dulas mamárias, elas crescem e em torno delas formam-se dois tipos de tecido, um mais fibroso e outro mais gorduroso. Daí para a frente, os seios vão sofrer alterações quase contínuas por causa das flutuações hormonais, e só sossegam
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