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Fisioterapia na Saúde do Trabalhador

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Indaial – 2021
Fisioterapia na saúde 
do trabalhador
Prof.a Natália Ferraz Mello
1a Edição
Copyright © UNIASSELVI 2021
Elaboração:
Prof.a Natália Ferraz Mello
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
Impresso por:
M527f
Mello, Natália Ferraz
Fisioterapia na saúde do trabalhador. / Natália Ferraz Mello – Indaial: 
UNIASSELVI, 2021.
209 p.; il.
ISBN 978-65-5663-875-1 
ISBN Digital 978-65-5663-876-8
1. Fisioterapia. - Brasil. 2. Práticas de ergonomia. - Brasil. II. Centro 
Universitário Leonardo da Vinci.
CDD 610
apresentação
Caro acadêmico, seja bem-vindo à disciplina de Fisioterapia na 
Saúde do Trabalhador! Nesta disciplina, você entenderá como práticas de 
ergonomia podem contribuir na prevenção de lesões no trabalho e podem 
servir como ferramentas para o tratamento de diversas disfunções quando já 
estiverem preestabelecidas. 
A partir de hoje, você olhará para um posto de trabalho de uma forma 
diferente, e pensará como otimizar esse espaço com o intuito de promover a 
saúde e o bem-estar dos trabalhadores. Inclusive, utilizar seus conhecimentos 
para organizar seu espaço de estudo e atuação profissional, afinal, também 
pertencemos a uma classe trabalhadora.
Na Unidade 1 deste livro didático, você conhecerá a história desta 
subárea e sua evolução como uma forma de cuidar da saúde. Além disso, 
conhecerá os principais conceitos e definições, normas reguladoras, e terá 
todo o suporte básico para a correta utilização da antropometria para o 
tratamento de pacientes.
Já na Unidade 2, você conhecerá formas de avaliar um posto do 
trabalho e os riscos laborais que diferentes espaços ocupacionais podem 
oferecer. Abordaremos também, além da biomecânica, questões relacionadas 
ao bem-estar psicológico e emocional dos colaboradores.
Na Unidade 3, falaremos sobre a intervenção da fisioterapia nesse 
espaço, discutiremos tipos de lesões musculoesqueléticas relacionadas e 
destacaremos a cinesioterapia como recurso de tratamento.
Preparamos também, ao final de cada tópico, um resumo com as 
principais evidências científicas destas técnicas na prática clínica. Isso 
permitirá um uso mais eficiente e seguro das técnicas no seu dia a dia.
Esperamos que nossos esforços na elaboração deste livro didático 
contribuam com a construção do seu conhecimento e a sua evolução 
profissional.
Uma ótima leitura e bons estudos!
Prof.a Natália Ferraz Mello
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para 
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há 
novidades em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é 
o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um 
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova 
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também 
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade 
de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto 
em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
NOTA
Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma disciplina e com ela 
um novo conhecimento. 
Com o objetivo de enriquecer seu conhecimento, construímos, além do livro 
que está em suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, por meio dela você terá 
contato com o vídeo da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complementares, 
entre outros, todos pensados e construídos na intenção de auxiliar seu crescimento.
Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo.
Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada!
LEMBRETE
sumário
UNIDADE 1 — FISIOTERAPIA NO TRABALHO: INTRODUÇÃO E CONCEITUAÇÃO ........ 1
TÓPICO 1 — FUNDAMENTOS E HISTÓRICO DA ERGONOMIA .......................................... 3
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 3
2 HISTÓRIA E CONCEITO .................................................................................................................. 3
2.1 ERGONOMIA NO MUNDO ...................................................................................................... 13
2.2 ERGONOMIA NO BRASIL ......................................................................................................... 15
2.3 EVIDÊNCIAS CIENTÍFICAS SOBRE ERGONOMIA NA FISIOTERAPIA ........................ 18
RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 20
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 21
TÓPICO 2 — ORGANIZAÇÃO E SEGURANÇA NO TRABALHO E NOÇÕES 
SOBRE AS NORMAS REGULAMENTADORAS (NR) ....................................... 23
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 23
2 PRINCIPAIS NORMAS REGULAMENTADORAS DO TRABALHO ................................... 24
3 REGULAMENTAÇÃO DA ATUAÇÃO DO FISIOTERAPEUTA NA SAÚDE DO 
TRABALHADOR ............................................................................................................................... 26
RESUMO DO TÓPICO 2..................................................................................................................... 30
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 31
TÓPICO 3 — ANTROPOMETRIA E FERRAMENTAS DE ANÁLISE ERGONÔMICA 
PARA CLASSIFICAÇÃO DOS FATORES DE RISCOS DO POSTO 
DE TRABALHO ........................................................................................................... 33
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 33
2 CLASSIFICAÇÃO INTERNACIONAL DE FUNCIONALIDADE (CIF) NA SAÚDE 
DO TRABALHADOR ...................................................................................................................... 37
3 FERRAMENTAS DE ANÁLISE ERGONÔMICA PARA CLASSIFICAÇÃO DOS 
FATORES DE RISCOS DO POSTO DE TRABALHO ................................................................ 44
3.1 AET – ANÁLISE ERGONÔMICA DO TRABALHO .............................................................. 48
3.2 EWA – ERGONOMICS WORKPLACE ANALYSIS ................................................................ 50
3.3 NIOSH – NATIONAL INSTITUTE FOR OCCUPATIONAL SAFETY AND HEALTH ..... 52
3.4 OWAS – OVAKO WORKING POSTURE ANALYSING SYSTEM ....................................... 52
3.5 RULA – RAPID UPPER LIMB ASSESSMENT RAPID UPPER LIMB ASSESSMENT ....... 54
3.6 PROTOCOLO SAPO .................................................................................................................... 59
3.7 AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO SEGUNDO O 
MODELO DE WALTON ..............................................................................................................61
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................ 63
RESUMO DO TÓPICO 3..................................................................................................................... 69
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 70
REFERÊNCIAS ...................................................................................................................................... 72
UNIDADE 2 — AVALIAÇÃO E INTERVENÇÃO PREVENTIVA NAS DISFUNÇÕES 
RELACIONADAS À SAÚDE DO TRABALHADOR ....................................... 75
TÓPICO 1 — ANÁLISE E AVALIAÇÃO DAS SITUAÇÕES DE RISCO NO 
TRABALHO: ABORDAGEM ................................................................................... 77
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 77
2 ANÁLISE E AVALIAÇÃO DAS SITUAÇÕES DE RISCO NO TRABALHO COM 
ÊNFASE BIOMECÂNICA ................................................................................................................ 77
2.1 POSTURA E ADAPTAÇÕES ....................................................................................................... 79
2.2 ANÁLISE ERGONÔMICA ......................................................................................................... 82
2.3 RISCOS NO TRABALHO ............................................................................................................ 84
3 ABORDAGEM COM ÊNFASE BIOMECÂNICA OCUPACIONAL........................................ 85
3.1 ANÁLISE MULTIFATORIAL ...................................................................................................... 86
3.2 EVIDÊNCIAS CIENTÍFICAS ..................................................................................................... 88
RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 91
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 92
TÓPICO 2 — IMPLICAÇÕES DE POSTURAS, MOVIMENTOS E CONDIÇÕES 
ADVERSAS ................................................................................................................... 95
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 95
2 EXCESSO DE CARGA E IMPLICAÇÕES ................................................................................... 95
2.1 RECOMENDAÇÕES AO TRABALHO COM CARGA ........................................................... 96
2.2 CONSTRUÇÃO CIVIL ................................................................................................................. 97
2.3 ATIVIDADES DE FABRICAÇÃO DE MÓVEIS...................................................................... 101
3 IMPLICAÇÕES DE POSTURAS, MOVIMENTOS E CONDIÇÕES ADVERSAS 
DURANTE ATIVIDADES SEDENTÁRIAS ............................................................................... 101
3.1 IMPLICAÇÕES FÍSICAS E PSICOLÓGICAS DO TRABALHO HOME OFFICE ............. 101
3.2 TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E ATENDENTES DE TELEMARKETING ............. 103
3.3 IMPLICAÇÕES EM ATIVIDADES EM PROFISSIONAIS DA SAÚDE .............................. 107
RESUMO DO TÓPICO 2................................................................................................................... 118
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 119
TÓPICO 3 — VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA NA SAÚDE DO TRABALHADOR ......... 121
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 121
2 EIXOS DE ATUAÇÃO ................................................................................................................... 121
2.1 POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE DO TRABALHADOR E DA 
TRABALHADORA – PNSTT .................................................................................................... 122
2.2 REDE NACIONAL DE ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE DO 
TRABALHADOR (RENAST) ................................................................................................... 123
2.3 NOTIFICAÇÕES DE DOENÇAS E AGRAVOS RELACIONADOS AO 
TRABALHO ................................................................................................................................. 125
3 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO ............................................................................................. 126
3.1 EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL ................................................................ 127
3.2 TIPOS DE EPIS ............................................................................................................................ 127
3.3 PREVENÇÃO DE ACIDENTES .............................................................................................. 129
LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................................... 131
RESUMO DO TÓPICO 3................................................................................................................... 138
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 139
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 141
UNIDADE 3 — INTERVENÇÃO FISIOTERAPÊUTICA NAS DISFUNÇÕES 
DECORRENTES DO TRABALHO .................................................................... 145
TÓPICO 1 — PREVENÇÃO FISIOTERAPÊUTICA NAS LESÕES 
MUSCULOESQUELÉTICAS RELACIONADAS AO TRABALHO ................ 147
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 147
2 ASPECTOS DA INTERVENÇÃO ERGONÔMICA: ANÁLISE DA RELAÇÃO 
HOMEM-TRABALHO .................................................................................................................... 147
2.1 QUESTÕES PSICOSSOCIAIS .................................................................................................... 148
2.2 ASPECTOS FÍSICOS .................................................................................................................. 149
2.3 FATORES BIOMECÂNICOS, INDIVIDUAIS E ORGANIZACIONAIS ............................. 152
RESUMO DO TÓPICO 1................................................................................................................... 154
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 155
TÓPICO 2 — TIPOS DE LESÕES RELACIONADAS AO TRABALHO ................................. 157
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 157
2 DISFUNÇÕES MUSCULOESQUELÉTICAS RELACIONADAS AO TRABALHO .......... 158
2.1 LESÕES POR ESFORÇOS REPETITIVOS (LER) E DISTÚRBIOS 
OSTEOMUSCULARES RELACIONADOS AO TRABALHO (DORT) ............................... 163
2.2 DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO .......................................................................................... 166
2.3 FISIOTERAPIA NA LER/DORT ............................................................................................... 168
3 DERMATOSES DO TRABALHO ................................................................................................. 169
3.1 ETIOLOGIA E DIAGNÓSTICO ................................................................................................ 170
3.2 FISIOTERAPIA NAS DERMATOSES OCUPACIONAIS...................................................... 170
4 DOENÇAS DO APARELHO RESPIRATÓRIO ........................................................................ 172
4.1 ATUAÇÃO DA FISIOTERAPIA ............................................................................................... 172
RESUMO DO TÓPICO 2................................................................................................................... 174
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 175
TÓPICO 3 — FUNDAMENTOS E RECURSOS UTILIZADOS NA REABILITAÇÃO 
NA SAÚDE DO TRABALHADOR ........................................................................ 177
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 177
2 TÉCNICAS DA FISIOTERAPIA UTILIZADAS PARA ANALGESIA NA SAÚDE 
DO TRABALHADOR ..................................................................................................................... 179
2.1 FUNDAMENTOS DA ELETROTERMOTERAPIA .............................................................. 179
2.2 FUNDAMENTOS DA TERAPIA MANUAL .......................................................................... 182
2.3 FUNDAMENTOS DA ACUPUNTURA ................................................................................. 183
3 CINESIOTERAPIA ......................................................................................................................... 185
3.1 ALONGAMENTOS .................................................................................................................. 186
3.2 MOBILIDADE ............................................................................................................................. 187
3.3 FORTALECIMENTO E POTÊNCIA ....................................................................................... 188
3.4 GINÁSTICA LABORAL ............................................................................................................ 189
LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................................... 197
RESUMO DO TÓPICO 3................................................................................................................... 204
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 205
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 207
1
UNIDADE 1 — 
FISIOTERAPIA NO TRABALHO: 
INTRODUÇÃO E CONCEITUAÇÃO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de: 
• refletir acerca da história da fisioterapia do trabalho e os fatores 
contribuintes de sua evolução;
• discutir os princípios da prática adequada da ergonomia na saúde do 
trabalhador;
• conhecer os conceitos e terminologias utilizadas na fisioterapia laboral;
• conhecer as organizações e normas reguladoras da segurança no trabalho. 
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade, 
você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo 
apresentado.
TÓPICO 1 – FUNDAMENTOS E HISTÓRICO DA ERGONOMIA
TÓPICO 2 – ORGANIZAÇÃO E SEGURANÇA NO TRABALHO E 
NOÇÕES SOBRE AS NORMAS REGULAMENTADORAS (NR)
TÓPICO 3 – ANTROPOMETRIA E FERRAMENTAS DE ANÁLISE 
ERGONÔMICA PARA CLASSIFICAÇÃO DOS FATORES DE 
RISCOS DO POSTO DE TRABALHO 
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos 
em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá 
melhor as informações.
CHAMADA
2
3
TÓPICO 1 — 
UNIDADE 1
FUNDAMENTOS E HISTÓRICO DA ERGONOMIA
1 INTRODUÇÃO
A saúde do trabalhador configura-se como um campo de práticas e 
de conhecimentos estratégicos interdisciplinares – técnicos, sociais, políticos, 
humanos – multiprofissionais e interinstitucionais, voltados para analisar e 
intervir nas relações de trabalho que provocam doenças e agravos (GOMEZ; 
VASCONCELLOS; MACHADO, 2018).
Nesse sentido, o profissional especialista em fisioterapia do trabalho torna-
se cada vez mais fundamental no meio laboral por atuar principalmente em áreas 
como a ergonomia e biomecânica, juntamente a uma equipe multidisciplinar. 
Sua atuação visa melhorar a qualidade de vida do trabalhador e prevenir 
lesões musculoesqueléticas. O resultado desta intervenção é uma melhora no 
desempenho e na produtividade no trabalho (BAÚ; KLEIN, 2009).
Os conceitos e definições da ergonomia no trabalho estão em constante 
discussão e aprimoramento no âmbito acadêmico. Há, ainda, uma grande 
dificuldade em relatar suas etapas históricas dentro do âmbito geográfico e a 
participação de seus precursores. 
Nessa perspectiva, iniciaremos nosso estudo, compreendendo a 
evolução histórica da saúde do trabalhador, evidenciando a atuação da 
fisioterapia neste contexto. 
2 HISTÓRIA E CONCEITO
Desde a Antiguidade, a forma de trabalho é motivo de estudos e de 
preocupações para a sociedade. A simplificação e a preparação do trabalho 
provavelmente foram de grande importância, sem as quais possivelmente não 
existiriam as grandiosas realizações dos egípcios, persas, gregos e romanos 
(SILVA; PASCHOARELLI, 2010).
Os primeiros estudos sobre as relações entre homem e o trabalho se 
perdem na origem dos tempos: em termos arqueológicos, é possível demonstrar 
que os utensílios de pedra lascada se miniaturizaram, num processo de melhoria 
de manuseabilidade e que teve resultados produtivos no ganho de eficiência na 
UNIDADE 1 — FISIOTERAPIA NO TRABALHO: INTRODUÇÃO E CONCEITUAÇÃO
4
caça e coleta (VIDAL, 2000). A eficiência nesse processo de caça permitiu uma 
nova forma de divisão do trabalho, podendo as mulheres se ocuparem melhor 
com os bebês e com isso reduzindo a mortalidade infantil.
FIGURA 1 – INSTRUMENTOS DE TRABALHO NEOLÍTICOS
FONTE: <https://arte-na-idade-da-pedra-blog.tumblr.com/page/2>. Acesso em: 7 jul. 2021.
Existem também, no Museu do Louvre, papiros egípcios que denotam 
recomendações de natureza ergonômica para a construção de utensílios de 
construção civil, assim como desenhos de arranjos organizacionais para o canteiro 
de obras de pirâmides (VIDAL, 2000; SILVA; PASCHOARELLI, 2010). 
No sentido clássico, a ergonomia buscou primeiramente entender os 
fatores humanos pertinentes ao projeto de instrumentos de trabalho, ferramentas 
e outros apetrechos típicos da atividade humana em ambiente profissional.
FIGURA 2 – ESTRUTURAÇÃO DO TRABALHO EGÍPCIO
FONTE: <https://super.abril.com.br/mundo-estranho/como-egipcios-ergueram-blocos-tao-
pesados-para-construir-as-piramides/>. Acesso em: 7 jul. 2021.
TÓPICO 1 — FUNDAMENTOS E HISTÓRICO DA ERGONOMIA
5
Mais adiante, buscou-se entender, tabelar e organizar dados sobre os 
fatores humanos que deveriam ser considerados não apenas para os instrumentos, 
mas para os projetos de sistemas de trabalho, como as linhas de montagem, as 
salas de controle, os postos de direção de máquinas (cockpits) e assim por diante 
(VIDAL, 2000; SILVA; PASCHOARELLI, 2010).
No seu sentido mais contemporâneo, busca-se entender os determinantes 
de uma atividade de trabalho através de contribuições num sentido ainda mais 
amplo, que incluem a organização do trabalho e os softwares, procedimentos e 
estratégias operatórias (VIDAL, 2000).
FIGURA 3 – ERGONOMIA CONTEMPORÂNEA
FONTE: <http://www.ergonomia.ufpr.br/Introducao%20a%20Ergonomia%20Vidal%20CESERG.pdf>. 
Acesso em: 7 jul. 2021.
A primeira definição de ergonomia foi feita em 1857, no ápice do movimento 
industrialista europeu. Esta definição foi feita por um cientista polonês, Wojciech 
Jarstembowsky, numa perspectiva típica da época de se entender a ergonomia 
como uma ciência natural em um artigo intitulado Ensaios de ergonomia, ou ciência 
do trabalho, baseada nas leis objetivas daciência sobre a natureza.
 Essa primeira definição realizada por Jastrzebowski estabelecia que a 
ergonomia, como uma ciência do trabalho, requer que entendamos a atividade 
humana em termos de esforço, pensamento, relacionamento e dedicação 
(VIDAL, 2000).
Vidal (2000, p. 8) assim descreve o texto pioneiro:
 
A partir de que Wojciech Jastrzebowski da Polônia (1857) definiu 
ergonomia juntando dois termos gregos ergon = trabalho e nomos 
= leis naturais, os pesquisadores têm procurado estabelecer as leis 
fundamentais baseadas nas quais esta disciplina em desenvolvimento 
pode ser classificada como uma ciência.
UNIDADE 1 — FISIOTERAPIA NO TRABALHO: INTRODUÇÃO E CONCEITUAÇÃO
6
 O conceito de Jastrzebowski para esta proposta trata da maneira de 
mobilizar quatro aspectos da natureza anímica, nos quais seriam a natureza 
físico-motora, a natureza estético-sensorial, a natureza mental-intelectual e a 
natureza espiritual-moral.
Esta ciência do trabalho, portanto, significava a ciência do esforço, jogo, 
pensamento e devoção. Jastrzebowski destaca a proposição-chave de que esses 
atributos humanos se declinam e deflacionam devido a seu uso excessivo ou 
insuficiente. Você já refletiu sobre isso? Essas proposições vêm ao encontro 
do que a ciência moderna propõe tanto quando falamos de biomecânica e 
sobrecarga, quanto como, por exemplo, consumo alimentar e microbiota, e 
que a chave para o bom funcionamento do organismo humano é o equilíbrio. 
Interessante, não é mesmo?
Na Antiguidade, aparecem algumas referências como as citações de 
deformações posturais. Nesse mesmo período, anotam-se trabalhos no campo da 
toxicologia e da patologia do trabalho, abordando particularmente riscos físicos 
como os impactos da temperatura e da umidade, riscos ergonômicos como a 
adoção de posturas inadequadas (VIDAL, 2000; SILVA; PASCHOARELLI, 2010).
FIGURA 4 – PRIMEIRAS INFLUÊNCIAS ESTUDADAS NA SAÚDE LABORAL
FONTE: A autora
Entretanto, é no período dito moderno em que mais elementos podem 
ser aludidos, dada a existência de fontes históricas mais consistentes como os 
estudos de manuseio inadequado de cargas, riscos químicos como inalação de 
vapores e poeiras (VIDAL, 2000). 
Existem, também, registros de estudos de biomecânica e antropometria 
(Leonardo Da Vinci), trabalhos de higiene industrial, basicamente sobre 
ventilação e iluminamentos dos locais (Désargulires, Hales e Camus, século XVI; 
D’Arret, século XIX) e de medicina do trabalho, tanto num âmbito específico de 
afecções profissionais (Ramazzini e Tissot, século XVIII), como na epidemiologia 
(Villermé e Patissier, século XIX). Este último século é também a origem da 
higiene do trabalho (D’Arret, regras de higiene nas fábricas (VIDAL, 2000; SILVA; 
PASCHOARELLI, 2010).
Riscos
Ergonômicos
UmidadeTemperatura
TÓPICO 1 — FUNDAMENTOS E HISTÓRICO DA ERGONOMIA
7
FIGURA 5 – HOMEM VITRUVIANO
FONTE: <https://docplayer.com.br/45374850-Conforto-ambiental-i-ergonomia-e-antropometria.html>. 
Acesso em: 7 jul. 2021.
Destacam-se menções feitas ao período que circundou a chamada 
Revolução Industrial, que não pode ser limitada a avanços nos processos 
técnicos, mas a toda uma evolução das formas de divisão do trabalho e das 
formas de interação entre pessoas e equipamentos técnicos (VIDAL, 2000; SILVA; 
PASCHOARELLI, 2010).
A virada do século XIX para o século XX caracterizou-se pela passagem 
dos fisiologistas aos engenheiros como os principais agentes ergonômicos. Já no 
início do século, a proposta de F. W. Taylor não se limitava a um novo projeto 
organizacional. Seu estudo sobre as pás – de capacidade maior para o manuseio 
do carvão, material mais leve, e de menor capacidade para o minério, material 
mais pesado é, sem sombra de dúvida um dos primeiros trabalhos empíricos 
(VIDAL, 2000; SILVA; PASCHOARELLI, 2010).
F. W. Taylor nasceu na Pensilvânia e foi um engenheiro considerado o pai da 
Administração Científica do Trabalho.
IMPORTANT
E
UNIDADE 1 — FISIOTERAPIA NO TRABALHO: INTRODUÇÃO E CONCEITUAÇÃO
8
Na 2ª Guerra Mundial, a falta de compatibilidade entre o projeto das 
máquinas e dispositivos e os aspectos mecânico-fisiológicos do ser humano se 
agravou com o aperfeiçoamento técnico dos motores. Foram registradas situações 
terríveis, agora atingindo tropas e material bélico em pleno uso. Os aviões, 
por exemplo, passaram a voar mais alto e mais rápido (VIDAL, 2000; SILVA; 
PASCHOARELLI, 2010).
Os pilotos, porém, sofriam da falta de oxigênio nas grandes altitudes, 
perda de consciência nas rápidas variações de altitude exigidas pelas manobras 
aéreas, e vários outros "defeitos" no sub-sistema fisiológico. 
Os projetistas não consideraram o funcionamento do organismo em 
diversas altitudes e submetidos a acelerações importantes! Como consequência, 
muitos aviões se perderam. A perda do material bélico era importante. No 
entanto, dado que o treinamento de um piloto levava de dois a quatro anos, a 
perda de um piloto treinado se constituía em perda irreversível na duração da 
guerra. Nessas novas circunstâncias foram formados, tanto na Inglaterra como 
nos Estados Unidos, novos grupos interdisciplinares, agora com a participação 
de psicólogos somados aos engenheiros e médicos (VIDAL, 2000; SILVA; 
PASCHOARELLI, 2010).
Os trabalhos desses grupos foram voltados para a adaptação de veículos 
militares, aviões e demais equipamentos militares, às características físicas e 
psicofisiológicas dos soldados, sobretudo em emergências e de pânico. E o que 
nos interessa, particularmente, são os estudos que se baseavam na análise e nos 
estudos dos materiais que retornavam e no relato de seus problemas operacionais. 
Assim, em seu nascedouro, a ergonomia se alimentou profundamente 
de dados e estudos de manutenção bélica. Segundo nos relata Vidal (2000), os 
cientistas que haviam participado desse esforço de guerra decidiram continuar a 
empreitada voltando-se para a produção civil, utilizando os métodos, técnicas e 
dados obtidos para a indústria. 
Numa precursora forma de extensão universitária são formados laboratórios 
universitários para atender às demandas industriais, com sucesso. Em decorrência 
é formada, em 1947, a primeira sociedade de ergonomia do planeta, a Ergonomics 
Research Society (VIDAL, 2000; SILVA; PASCHOARELLI, 2010).
 
Nasce a corrente de ergonomia chamada de fatores humanos (Human 
Factors Engineering ou HFE), como uma continuidade da prática acima mencionada 
em operações civis. Desde então, a corrente HFE tem buscado responder à 
seguinte pergunta: o que se sabe acerca do ser humano e que pode ser empregado 
nos projetos de instrumentos, dispositivos e sistemas?
Em suas interfaces com o operador humano, a HFE, até o presente, tem sido 
baseada em procedimentos experimentais que vão do laboratório clássico ao estudo 
de fatores humanos em si mesma até às modernas técnicas de simulação, buscando 
uma melhor conformação das interfaces entre pessoas e sistemas técnicos. 
TÓPICO 1 — FUNDAMENTOS E HISTÓRICO DA ERGONOMIA
9
Os principais tratados de ergonomia foram produzidos nos anos 1960, 
tendo como dominante a abordagem HFE. Os mais interessantes, a nosso ver, 
são Woodson e Conover (USA, 1966) e Grandjean (Suíça, 1974), aqui lançado pela 
Editora Qualimark sob o título Ergonomia. Uma compilação acessível desses livros 
pode ser obtida em Lida (1991). Para um uso prático de especialistas, recomendamos 
o Ergonomic Checkpoints, editado pela International Labour Office, em Genebra, 
com o apoio da International Ergonomics Association – IEA (VIDAL, 2000).
No período do pós-guerra surgiu outra vertente da ergonomia, ensejada 
pelas necessidades da reconstrução do parque industrial europeu dizimado. No 
bojo de um amplo pacto social, o projeto de reconstrução abria uma janela para o 
estudo de condições de trabalho, tendo como emblema a fábrica de automóveis 
Renault que, dadas suas características peculiares, tornar-se-ia um modelo da 
nova política industrial francesa (VIDAL, 2000; SILVA; PASCHOARELLI, 2010).Essa segunda vertente partiu da seguinte questão: como conceber 
adequadamente os novos postos de trabalho a partir do estudo da situação 
existente? Dessa preocupação nasce, em 1949, com Suzanne Pacaud, a análise da 
atividade em situação real. 
Suzanne Pacaud: nascida em Cracóvia, é conhecida como pioneira da 
psicologia ocupacional e da ergonomia.
IMPORTANT
E
Esses autores preconizavam que o projeto de um posto de trabalho 
deveria ser precedido por um estudo etnográfico da atividade e mostravam o 
distanciamento entre as suposições iniciais e o auferido nas análises. A proposta 
foi formalizada somente em 1966 por Alain Wisner, já como Análise Ergonômica 
do Trabalho (AET).
A década de 1970 marca a passagem definitiva da análise situada 
para o campo da ação com uma crescente integração da ergonomia na prática 
industrial, para o que, foi decisivo o mesmo ambiente que engendra o movimento 
pela gestão da qualidade. Surge em especial, na Europa, um conceito novo, 
a intervenção ergonômica, hoje expressão corrente nos EUA, Japão, França, 
Alemanha, Canadá, Suécia e Brasil, apenas para citar os países onde existe um 
maior avanço da ergonomia. 
As mudanças de paradigmas econômicos, no limiar dos anos 1980, 
ampliaram esse quadro fazendo brotar duas novas considerações que dão 
à ergonomia seu formato atual da ação ergonômica (VIDAL, 2000; SILVA; 
PASCHOARELLI, 2010).
UNIDADE 1 — FISIOTERAPIA NO TRABALHO: INTRODUÇÃO E CONCEITUAÇÃO
10
A primeira delas, nos Estados Unidos e Países Nórdicos, preconiza que 
os projetos de melhoria ergonômica são mais bem-sucedidos numa perspectiva 
maior e inseridas na estratégia organizacional, e que foi chamada a partir de 1990 
de Macroergonomia (VIDAL, 2000).
A segunda é proposta para que sejam utilizadas contingências 
sociais e culturais simultaneamente, para processar da melhor forma as 
transferências tecnológicas nos países, que foi cunhada por seu autor em 1974 de 
Antropotecnologia (VIDAL, 2000). Examinemos, pois, esses três formatos da ação 
ergonômica contemporânea.
O conceito de intervenção ergonômica, inicialmente desenvolvido pela 
escola francesa de Ergonomia, é hoje uma forma internacional de atuação do 
profissional que trabalha nesta área (VIDAL, 2000).
A efetividade da ergonomia consiste no fato de resultar em transformações 
positivas no ambiente de trabalho (ambiente aqui tomado em seu sentido amplo, 
o que inclui a tecnologia e a organização como seus componentes).
 
Segundo um consultor norte-americano contemporâneo (Burke, 1998), o 
trabalho de preparar um diagnóstico é irrelevante se este não criar mudanças 
positivas. Isso significa que a intervenção ergonômica é uma tecnologia da prática 
que objetiva modificar a situação de trabalho para torná-la mais adequada às 
pessoas que nela operam (VIDAL, 2000).
Diferencia-se, desta forma, de estudos e análises de caráter apenas 
descritivo ou sem comprometimento de fato com as mudanças no trabalho, como 
a produção de laudos ou diagnósticos puramente acadêmicos (VIDAL, 2000; 
SILVA; PASCHOARELLI, 2010).
O que caracteriza uma intervenção ergonômica é a construção que vai 
viabilizar a mudança necessária, e que possa inserir os resultados da ergonomia 
nas crenças e valores das organizações que as demandam e recebem os seus 
resultados. Essa construção divide a intervenção e se realiza em distintas etapas: 
a instrução da demanda, a análise da atividade e dos riscos ergonômicos, a 
concepção de soluções ergonômicas e a implementação ergonômica (VIDAL, 
2000; SILVA; PASCHOARELLI, 2010).
A instrução da demanda compreende todo o encaminhamento contratual 
da intervenção, o que passa pelo ajuste e foco do problema, identificação do 
processo e tomada de decisão. A expressão é empregada em realidades diversas 
como Estados Unidos, Suécia, Japão Austrália e Brasil (VIDAL, 2000; SILVA; 
PASCHOARELLI, 2010).
 A análise da atividade e dos riscos ergonômicos consiste no conjunto 
de coletas de dados e informações que permitem ao ergonomista realizar as 
modelagens necessárias para prover mudanças no ambiente de trabalho (VIDAL, 
2000; SILVA; PASCHOARELLI, 2010).
 
TÓPICO 1 — FUNDAMENTOS E HISTÓRICO DA ERGONOMIA
11
Por risco ergonômico entenderemos a condição ou a prática que traga 
obstáculos à produtividade, que desafie a boa qualidade ou que traga prejuízos ao 
conforto, segurança e bem-estar do trabalhador. A etapa de concepção de soluções 
ergonômicas varia de acordo com a natureza do problema e da forma como a 
demanda foi instruída e ainda dos resultados da fase anterior. A implementação 
ergonômica se constitui na fase final de uma intervenção (VIDAL, 2000; SILVA; 
PASCHOARELLI, 2010).
A definição, hoje internacionalmente aceita (ABERGO, 2000), chama a 
atenção para três aspectos:
• O tipo de conhecimento e suas inter-relações.
• O foco nas mudanças.
• Os critérios da ação ergonômica. 
A consideração desses aspectos configura contemporaneamente a 
ergonomia como uma disciplina de síntese entre vários aspectos do conhecimento 
sobre as pessoas, a tecnologia e a organização.
 
Numa boa ergonomia, a antropometria física (as dimensões estáticas e 
dinâmicas do corpo), a fisiologia do trabalho (o funcionamento de nossos sistemas 
fisiológicos em diversos regimes), a psicologia experimental (a percepção de 
sinais, a discriminação de indícios, a leiturabilidade de instrumentação), a higiene 
e a toxicologia (os riscos envolvidos nas atividades) contribuem com a adequação 
da tecnologia e da organização do trabalho aos trabalhadores reais.
É importante destacarmos que não se pode adequar o trabalho ao ser humano 
se não se sabe de que ser humano se trata, portanto, que características, habilidades e 
limitações estamos nos referindo, não é mesmo? 
 Precisamos falar de um trabalhador real! Estamos nos referindo a quem? Talvez 
um operador efetivo numa situação bem definida. 
 Por exemplo: Trabalhador de 1,60 m não tem como alcançar adequadamente 
uma estante situada a 2,20 m do chão. Se o fizer, seu manuseio será certamente impróprio, 
podendo causar queda própria ou do objeto manuseado. 
 Vemos aqui que as perdas materiais e os acidentes podem ter a mesma origem. 
Porém, este trabalhador entende que não poderá deixar cair a caixa de lâmpadas que tenta 
retirar desta estante. Por falta de uma escada ou acessório equivalente pode ser levado a 
improvisar com o que esteja disponível. Isso é avaliar os riscos ergonômicos e pensar no 
bem-estar do colaborador.
IMPORTANT
E
UNIDADE 1 — FISIOTERAPIA NO TRABALHO: INTRODUÇÃO E CONCEITUAÇÃO
12
FIGURA – TRABALHADOR CARREGANDO CAIXAS
FONTE: <https://www.youtube.com/watch?v=VjyVK2oto0A>. Acesso em: 18 set. 2021.
A partir dos anos 1980, no Brasil, surgiram diversas iniciativas em 
direção à Saúde do Trabalhador. Um importante feito para a ergonomia no 
nosso país foi a criação da Associação Brasileira de Ergonomia – ABERGO, em 
13 de julho de 1983.
 
Nesse sentido, a ergonomia compreende um campo de estudo que 
objetiva modificar os sistemas de trabalho para adequar a atividades existentes, 
às características, habilidades e limitações das pessoas com vistas ao seu 
desempenho eficiente, confortável e seguro (ABERGO, 2000). 
Em meados de 1998, um primeiro grupo de fisioterapeutas atuantes na 
saúde do trabalhador se mobiliza para criar a Associação Nacional de Fisioterapia 
do Trabalho, com o objetivo de organizar e normatizar essa área em grande 
crescimento no Brasil. 
Contudo, somente em 2003, o Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia 
Ocupacional (COFFITO) publicou a Resolução 259/03, que reconhece a área de 
atuação da Fisioterapia do Trabalho, dando referência aos procedimentos em 
saúde do trabalhador do profissional fisioterapeuta. 
Interessante, não é mesmo? Entender a história e conceito nos ajuda 
compreender a atuação profissional nos dias de hoje. Que tal aprofundarmos um 
pouco mais sobre o assunto? No próximo subtópico, destacaremos em âmbito 
mundial e, na sequência, em âmbito nacional. 
TÓPICO 1 — FUNDAMENTOSE HISTÓRICO DA ERGONOMIA
13
2.1 ERGONOMIA NO MUNDO
Possivelmente, o primeiro estudo realizado sobre o assunto foi o do 
general e filósofo ateniense Xenofonte, por volta de 427 a 355 a.C., que preconizou 
a divisão do trabalho de maneira que cada operário efetuasse sempre em uma só 
operação, durante a fabricação de coturnos da armada grega.
O estudo do trabalho continuou com Leonardo da Vinci (entre 1452 
e 1519), que se destacou por suas ideias nesse campo, como já mencionamos 
anteriormente. Suas anotações continham ideias de organização racional de 
trabalho, que indicam a divisão das atividades profissionais, a mensuração do 
tempo e o uso de quadros visuais de ordenação e de lançamento, semelhantes aos 
atuais quadros de planejamento.
Em meados do século XVII, verifica-se que foram determinadas e 
estabelecidas algumas tarefas diárias que poderiam ser exigidas dos trabalhadores 
(VIDAL, 2000; SILVA; PASCHOARELLI, 2010).
Além disso, institui-se um salário incentivo, sendo essa talvez a primeira 
vez que surge a ideia de remuneração humana do trabalho. 
Nesse mesmo período, o médico italiano Bernardino Ramazzini escreveu 
sobre doenças e lesões relacionadas ao trabalho. Seus estudos foram publicados 
por volta de 1700, em um livro denominado De Morbis Artificum Diatriba (Doenças 
ocupacionais). Porém, foi censurado ao visitar seus pacientes nos locais de 
trabalho a fim de identificar as causas de suas doenças (VIDAL, 2000; SILVA; 
PASCHOARELLI, 2010).
FIGURA 6 – BERNARDINO RAMAZZINI
FONTE: <https://www.fcm.unicamp.br/boletimfcm/mais_historia/bernardino-ramazzini-um-
medico-cada-vez-mais-necessario>. Acesso em: 18 set. 2021.
UNIDADE 1 — FISIOTERAPIA NO TRABALHO: INTRODUÇÃO E CONCEITUAÇÃO
14
Ramazzini é considerado um dos primeiros estudiosos das causas das 
doenças ocupacionais. No fim do século XVII já se observavam estudos referentes 
à substituição dos seres humanos por máquinas nos postos de trabalho, 
principalmente em construções, para poupar a saúde e integridade física dos 
trabalhadores. É exatamente nessa ocasião que se incluem os estudos de Bernard 
Forest de Bélidor, com planejamento do trabalho e das interfaces ergonômicas na 
organização do trabalho (VIDAL, 2000; SILVA; PASCHOARELLI, 2010).
Bernard Forest de Bélidor: nascido na Espanha, dedicou-se às ciências e 
à engenharia civil tornando-se especialista em hidráulica e matemática. Realizou várias 
contribuições para a ergonomia, em muitos dos seus desenhos demonstrava como 
o ser humano interagia com as máquinas e de que forma o trabalho era realizado 
com instrumentos que facilitavam o carregamento de peso, entre outros esforços que 
anteriormente eram realizados pelo próprio trabalhador.
IMPORTANT
E
Foram exatamente as inquietações e divergências em sua definição 
que possibilitaram o surgimento e crescimento da ergonomia, principalmente 
nas sociedades criadas em meados do século XX, destaque para a Ergonomics 
Research Society, na Inglaterra, e a Societé d´Ergonomie de Langue Française, 
na França.
As discussões sobre o que era de maior importância – a pesquisa 
ergonômica e a divulgação de seus resultados ou o desenvolvimento e aplicação 
da ergonomia na indústria – de certa forma fizeram com que ambas as coisas 
acontecessem e evoluíssem (VIDAL, 2000; SILVA; PASCHOARELLI, 2010).
De forma geral, observa-se que na América Latina, o interesse pela 
ergonomia é recente, ficando, na maioria das vezes, confinada na academia ou em 
cursos específicos, não se desenvolvendo plenamente na área industrial (VIDAL, 
2000; SILVA; PASCHOARELLI, 2010).
É primordial que se mobilizem esforços no sentido da busca de políticas 
adequadas à realidade da América Latina, de tal forma que possa se prever o 
estabelecimento de um processo contínuo de industrialização, em consonância 
com as condições ambientais e culturais dos países desse bloco latino (VIDAL, 
2000; SILVA; PASCHOARELLI, 2010).
TÓPICO 1 — FUNDAMENTOS E HISTÓRICO DA ERGONOMIA
15
Você certamente já deve ter visto o filme Tempos Modernos, mas que tal olhar 
por uma outra ótica? Vamos refletir sobre as implicações desse meio laboral na biomecânica 
e no psicológico deste trabalhador? Como você, futuro fisioterapeuta, poderia intervir nessa 
situação? Qual seria seu objetivo principal? E suas condutas? Reflita enquanto assiste.
INTERESSA
NTE
FIGURA – CENA DO FILME TEMPOS MODERNOS
FONTE: <https://www.youtube.com/watch?v=3tL3E5fIZis>. Acesso em: 7 jul. 2021.
2.2 ERGONOMIA NO BRASIL
Ao mesmo tempo que o levantamento histórico da ergonomia no Brasil 
revela que uma investigação sobre ergonomia foi realizada no século XIX, com 
enfoque na antropometria, verificou-se que houve um longo período sem estudos 
nessa área. 
Somente a partir da década de 1970, pesquisadores de várias universidades 
brasileiras passam a introduzir a ergonomia no escopo dos estudos de diversas 
áreas do conhecimento (VIDAL, 2000; SILVA; PASCHOARELLI, 2010).
Desse período em diante, a pesquisa em ergonomia vem se consolidando 
no país, porém ainda foi pequena a quantidade de livros produzidos no Brasil até 
o início da primeira década do século XXI.
A razão dessa pequena produção de livros por autores brasileiros está 
relacionada ao fato de que efetivamente as pesquisas em ergonomia são recentes 
no país, visto que o primeiro trabalho publicado data de 1973 (VIDAL, 2000; 
SILVA; PASCHOARELLI, 2010).
UNIDADE 1 — FISIOTERAPIA NO TRABALHO: INTRODUÇÃO E CONCEITUAÇÃO
16
Já os congressos de ergonomia têm contribuído significativamente para 
fazer a divulgação das pesquisas já desenvolvidas e em desenvolvimento pelos 
grupos de pesquisa e estudiosos da área, especialmente aquelas realizadas em 
programas de pós-graduação.
 
Todavia, é oportuno ressaltar que o primeiro congresso de ergonomia 
ocorreu em setembro de 1974 – 1º Seminário Brasileiro de Ergonomia – e foi 
considerado um marco para a história da ergonomia brasileira (VIDAL, 2000; 
SILVA; PASCHOARELLI, 2010).
A ergonomia no Brasil viveu seu momento de destaque a partir da 
década de 1980, quando vários pesquisadores brasileiros retornaram da França 
após desenvolverem mestrado e doutorado, sob a orientação do professor Alain 
Wisner ou do professor Maurice de Montmollin, e ingressaram em universidades 
de vários estados brasileiros, criando ou contribuindo para a realização de cursos 
de especialização em ergonomia. 
Alain Wisner: foi um médico francês fundador da ergonomia centrada em 
atividades, diretor honorário do laboratório de ergonomia do Conservatoire National des 
Arts et Métiers (CNAM) e presidente da Sociedade de Ergonomia da Língua Francesa. Ele 
realizou, em 1955, o primeiro serviço de ergonomia da montadora francesa Renault.
 Maurice de Montmollin: estudou filosofia e psicologia, trabalhou na área 
de consultoria e gestão de pessoas, psicologia e ergonomia. Tornou-se professor de 
ergonomia na Universidade de Paris-Nord. Dirigiu, em sociedade com o professor Alain 
Wisner, o laboratório de ergonomia do Conservatoire National des Arts et Métiers (CNAM).
IMPORTANT
E
Sem dúvida, esse fato contribuiu para a divulgação da ergonomia no país, 
bem como para despertar o interesse de pesquisadores que se envolveram com 
essa área de pesquisa na formação de novos ergonomistas (VIDAL, 2000; SILVA; 
PASCHOARELLI, 2010).
Outro fator importante para o crescimento das pesquisas em ergonomia 
está relacionado à organização desses estudiosos e profissionais, que ocorreu com 
a criação da Associação Brasileira de Ergonomia (ABERGO), em agosto de 1983. 
A ABERGO passou a organizar congressos, uma forma de divulgar as 
pesquisas e de estabelecer um debate crítico sobre a produção científica entre 
pesquisadores nacionais e internacionais. Mais recentemente, em 2004, criou a 
Certificação para Ergonomistas, uma forma de incentivar a especialização na área 
para poder obtê-la (VIDAL, 2000; SILVA; PASCHOARELLI, 2010).
TÓPICO 1 — FUNDAMENTOS E HISTÓRICO DA ERGONOMIA
17
Até a década de 1980, a atuação do fisioterapeutaestava restrita à 
recuperação e à reabilitação, incorporando a partir daí também as de promoção e 
prevenção da saúde da população como área de atuação. 
Entre as especialidades fisioterapêuticas, a Saúde do Trabalho e Ergonomia 
são exemplos que vêm aumentando em relevância clínica, com um crescente 
número de profissionais atuando nessas áreas em todo o mundo, refletida por 
um aumento na demanda por melhorias no trabalhador, saúde e produtividade 
da empresa (VIDAL, 2000; SILVA; PASCHOARELLI, 2010).
A regulamentação do fisioterapeuta nesta área possui uma importância 
singular, devido ser um membro da equipe de saúde com sólida formação científica, 
que atua no desenvolvimento de técnicas de prevenção, avaliação, tratamento e 
reabilitação, que utilizando programas de orientações e promoção em saúde atua 
nos três níveis de atenção (VIDAL, 2000; SILVA; PASCHOARELLI, 2010).
Frente a essa nova realidade, o fisioterapeuta do trabalho se volta ao ramo 
da saúde que estuda, avalia, previne e trata os distúrbios da cinesiologia humana, 
decorrentes de alterações de órgãos ou sistemas provocados pelo trabalho. 
Nesse pensamento, o Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia 
Ocupacional (COFFITO) coloca o fisioterapeuta do trabalho como o profissional 
formado em curso superior de Fisioterapia, responsável pela avaliação, prevenção, 
tratamento e reintegração do indivíduo as suas atividades laborais (VIDAL, 2000; 
SILVA; PASCHOARELLI, 2010).
FIGURA 7 – SÍMBOLO DO COFFITO
FONTE: <https://www.coffito.gov.br/nsite/?p=2610>. Acesso em: 18 set. 2021.
Que tal assistirmos a um documentário sobre a realidade do trabalho na 
indústria brasileira? O documentário Carne e Osso retrata o dia a dia de trabalhadores de 
frigoríficos que se deparam cotidianamente com uma série de riscos que a maior parte das 
pessoas sequer imagina. Vamos refletir sobre a atuação do fisioterapeuta neste contexto? 
Que contribuições poderíamos trazer para esses trabalhadores? Reflita.
DICAS
UNIDADE 1 — FISIOTERAPIA NO TRABALHO: INTRODUÇÃO E CONCEITUAÇÃO
18
FIGURA – IMAGEM DOCUMENTÁRIO
FONNTE: <https://www.youtube.com/watch?v=imKw_sbfaf0>. Acesso em: 7 jul. 2021.
2.3 EVIDÊNCIAS CIENTÍFICAS SOBRE ERGONOMIA 
NA FISIOTERAPIA 
O ambiente de trabalho necessita da atuação do fisioterapeuta, 
profissional apto a atuar preventivamente, orientando adequadamente o 
trabalhador quanto aos cuidados com a postura e a saúde, de modo a minimizar 
os fatores de risco de surgimento de doenças ocupacionais (VIDAL, 2000; SILVA; 
PASCHOARELLI, 2010).
Porém, há necessidade de propostas terapêuticas intervencionistas 
que favoreçam a redução ou remissão da incidência de agravantes contra a 
saúde do trabalhador no ambiente (laboral) que tenham evidências científicas 
comprovada, para que possam ser reproduzidas em diferentes ambientes. No 
entanto, as pesquisas científicas ainda são incipientes, com um número limitado 
de estudos publicados em comparação a outras especialidades (VIDAL, 2000; 
SILVA; PASCHOARELLI, 2010).
As intervenções ergonômicas para prevenir desordens musculoesqueléticas 
do membro superior e pescoço relacionadas ao trabalho em funcionários 
administrativos, o uso de um suporte de braço com um mouse de computador 
em postura neutra, podem ou não prevenir doenças musculoesqueléticas 
relacionadas ao trabalho nos funcionários administrativos.
Outro estudo destaca que ainda há incertezas quanto à efetividade 
de outras intervenções ergonômicas físicas, organizacionais e cognitivas. Há 
evidências de baixa qualidade de que diferentes frequências de pausa no trabalho 
podem não ter efeito na dor musculoesquelética, desconforto e fadiga relatados 
pelos participantes. 
TÓPICO 1 — FUNDAMENTOS E HISTÓRICO DA ERGONOMIA
19
Para produtividade e desempenho no trabalho, há poucas evidências 
fidedignas. Estudos de qualidade são necessários para determinar a eficácia da 
frequência, duração e tipo de intervenções na saúde do trabalhador. 
Todavia, a prática clínica do fisioterapeuta, quando analisada 
qualitativamente, se mostra eficiente e proporciona maior qualidade de vida aos 
trabalhadores de um modo geral.
20
Neste tópico, você aprendeu que: 
• A atuação do fisioterapeuta do trabalho visa melhorar a qualidade de vida do 
trabalhador e prevenir lesões musculoesqueléticas, e essa intervenção propicia 
uma melhora no desempenho e na produtividade no trabalho.
• Desde a Antiguidade até os dias de hoje, a forma de trabalho é motivo de 
estudos e de preocupações para a sociedade.
• A ergonomia compreende um campo de estudo que objetiva modificar os 
sistemas de trabalho para adequar a atividade nele existente às características, 
habilidades e limitações das pessoas com vistas ao seu desempenho eficiente, 
confortável e seguro.
• Há necessidade de maiores pesquisas científicas na área, pois há poucas 
evidências fidedignas. 
RESUMO DO TÓPICO 1
21
1 Com base na definição da ABERGO (Associação Brasileira de Ergonomia), 
a Ergonomia é a ciência que:
a) ( ) É uma ciência que objetiva modificar os sistemas de trabalho para 
adequar a atividade nele existentes às características dos trabalhadores.
b) ( ) É um campo de estudo que faz parte da Engenharia Econômica e 
discute processos Químicos e Legislação Trabalhista.
c) ( ) É uma ciência que trata lesões provenientes do trabalho, somente. 
d) ( ) É um campo de pesquisa operacional da legislação trabalhista e logística.
2 Em sua atividade de trabalho, o ser humano interage com os diversos 
componentes do sistema de trabalho: com os equipamentos, instrumentos 
e mobiliários, formando interfaces sensoriais, energéticas e posturais, com 
a organização e o ambiente formando interfaces ambientais, cognitivas e 
organizacionais. Nesse sentido, sobre ergonomia é correto afirmar que:
a) ( ) Quando analisamos o risco ergonômico, levamos em conta somente o 
ambiente de trabalho.
b) ( ) Há inúmeros estudos que comprovam a eficácia da fisioterapia do 
trabalho.
c) ( ) Desde os primórdios, passando pela Antiguidade até os dias de hoje, 
a forma de trabalho é motivo de estudos e de preocupações para a 
sociedade.
d) ( ) O mobiliário adequado é o único requisito para preservar a saúde do 
trabalhador.
3 A ergonomia é defendida como o “estudo do trabalho a não ser enquanto 
abordagens ou explicações mais ou menos superficiais, que devem ser 
mais cedo ou mais tarde aglutinadas num todo mais global e coerente” 
(MENDES, 2003, p. 1778). Nesse sentido, classifique V para as sentenças 
verdadeiras e F para as falsas:
( ) O fisioterapeuta do trabalho se volta ao ramo da saúde que estuda, avalia, 
previne e trata os distúrbios da cinesiologia humana, decorrentes de 
alterações de órgãos ou sistemas provocadas pelo trabalho. 
( ) Não há necessidade de propostas terapêuticas intervencionistas que 
favoreçam a redução ou remissão da incidência de agravantes contra a 
saúde do trabalhador no ambiente. 
( ) A Ergonomia compreende um campo de estudo que objetiva modificar 
os sistemas de trabalho para adequar a atividade nele existentes às 
características, habilidades e limitações das pessoas com vistas ao seu 
desempenho eficiente, confortável e seguro.
AUTOATIVIDADE
22
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a) ( ) V – F – F.
b) ( ) V – F – V.
c) ( ) F – V – F.
d) ( ) F – F – V.
4 A regulamentação do fisioterapeuta na saúde do trabalho possui uma 
importância singular, devido ser um membro da equipe de saúde com 
sólida formação científica e conhecimento biomecânico e fisiológico. Nesse 
sentido, disserte sobre a atuação do fisioterapeuta na saúde do trabalho. 
5 Existem muitas estratégias de intervenção a serem adotadas nas atividades 
ergonômicas. Nesta perspectiva, cite três adequações que podem interferir 
no cotidiano do trabalhador.
23
TÓPICO 2 — 
UNIDADE 1
ORGANIZAÇÃO E SEGURANÇA NO TRABALHO E NOÇÕES 
SOBRE AS NORMAS REGULAMENTADORAS (NR)
1 INTRODUÇÃO
A Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) é a principal referênciade 
direitos dos trabalhadores brasileiros. Criada através do Decreto-Lei nº 5.452, de 
1º de maio de 1943, sancionada pelo presidente Getúlio Vargas, com objetivo de 
unificar toda a legislação trabalhista então existente no Brasil.
FIGURA 8 – PRESIDENTE GETÚLIO VARGAS
FONTE: <http://dibrarq.arquivonacional.gov.br/index.php/getulio-vargas>. Acesso em: 18 set. 2021.
Composta por 8 capítulos e 922 artigos que abrangem e especificam 
direitos trabalhistas e informações sobre diversos temas, e no seu capítulo V trata 
da Segurança e Medicina do Trabalho, que determina: 
Da Segurança e Medicina do Trabalho
Art. 154 da CLT – A observância, em todos os locais de trabalho, do 
disposto neste Capítulo, não desobriga as empresas do cumprimento 
de outras disposições que, com relação à matéria, sejam incluídas em 
códigos de obras ou regulamentos sanitários dos Estados ou Municípios 
em que se situem os respectivos estabelecimentos, bem como daquelas 
oriundas de convenções coletivas de trabalho (BRASIL, 2017, s.p.). 
24
UNIDADE 1 — FISIOTERAPIA NO TRABALHO: INTRODUÇÃO E CONCEITUAÇÃO
Nessa perspectiva, as Normas Regulamentadoras (NR) complementam 
a CLT, e são relativas à segurança e medicina do trabalho, são de observância 
obrigatória pelas empresas privadas e públicas e pelos órgãos públicos da 
administração direta e indireta, bem como pelos órgãos dos Poderes Legislativo 
e Judiciário.
O não cumprimento das disposições legais e regulamentares sobre 
segurança e medicina do trabalho acarretará ao empregador a aplicação das 
penalidades previstas na legislação pertinente. 
2 PRINCIPAIS NORMAS REGULAMENTADORAS 
DO TRABALHO 
As Normas Regulamentadoras relativas à segurança e medicina do 
trabalho são de observância obrigatória pelas empresas privadas e públicas e 
pelos órgãos públicos de administração direta e indireta, bem como pelos órgãos 
dos Poderes Legislativo e Judiciário, que possuam empregados regidos pela CLT. 
As disposições contidas nas NR aplicam-se, no que couber, aos 
trabalhadores avulsos, às entidades ou empresas que lhes tomem o serviço e aos 
sindicatos representativos das respectivas categorias profissionais.
Existem diversas normas em vigência, e você não precisa conhecer todas, 
mas é interessante que ao se inserir em locais como ambulatórios de indústrias, 
ou prestação de serviços a empresas, você leia e esteja por dentro das normas 
específicas para estes locais. Por isso, citaremos as principais normas vigentes:
• NR 01 - Disposições Gerais
• NR 02 - Inspeção Prévia
• NR 03 - Embargo ou Interdição
• NR 04 - Serviços Especializados em Eng. de Segurança e em Medicina do Trabalho
• NR 05 - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes
• NR 06 - Equipamentos de Proteção Individual - EPI
• NR 07 - Programas de Controle Médico de Saúde Ocupacional
• NR 08 - Edificações
• NR 09 - Programas de Prevenção de Riscos Ambientais
• NR 10 - Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade
• NR 11 - Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais
• NR 12 - Máquinas e Equipamentos
• NR 13 - Caldeiras, Vasos de Pressão e Tabulações e Tanques Metálicos de 
Armazenamento
• NR 14 - Fornos
• NR 15 - Atividades e Operações Insalubres
• NR 16 - Atividades e Operações Perigosas
• NR 17 - Ergonomia
• NR 18 - Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção
TÓPICO 2 — ORGANIZAÇÃO E SEGURANÇA NO TRABALHO E NOÇÕES SOBRE AS NORMAS REGULAMENTADORAS (NR)
25
• NR 19 - Explosivos
• NR 20 - Segurança e Saúde no Trabalho com Inflamáveis e Combustíveis
• NR 21 - Trabalhos a Céu Aberto
• NR 22 - Segurança e Saúde Ocupacional na Mineração
• NR 23 - Proteção Contra Incêndios
• NR 24 - Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais de Trabalho
• NR 25 - Resíduos Industriais
• NR 26 - Sinalização de Segurança
• NR 27 - Registro Profissional do Técnico de Segurança do Trabalho no MTB 
(Revogada pela Portaria GM nº 262/2008)
• NR 28 - Fiscalização e Penalidades
• NR 29 - Segurança e Saúde no Trabalho Portuário
• NR 30 - Segurança e Saúde no Trabalho Aquaviário
• NR 31 - Segurança e Saúde no Trabalho na Agricultura, Pecuária, Silvicultura, 
Exploração Florestal e Aquicultura
• NR 32 - Segurança e Saúde no Trabalho em Estabelecimentos de Saúde
• NR 33 - Segurança e Saúde no Trabalho em Espaços Confinados
• NR 34 - Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção, 
Reparação e Desmonte Naval
• NR 35 - Trabalho em Altura 
• NR 36 - Segurança e Saúde no Trabalho em Empresas de Abate e Processamento 
de Carnes e Derivados
• NR 37 - Segurança e Saúde em Plataformas de Petróleo
• NRR 1 - Disposições Gerais (Revogada pela Portaria MTE 191/2008)
• NRR 2 - Serviço Especializado em Prevenção de Acidentes do Trabalho Rural 
(Revogada pela Portaria MTE 191/2008)
• NRR 3 - Comissão Interna De Prevenção De Acidentes Do Trabalho Rural 
(Revogada pela Portaria MTE 191/2008)
• NRR 4 - Equipamento De Proteção Individual (EPI) (Revogada pela Portaria 
MTE 191/2008)
• NRR 5 - Produtos Químicos (Revogada pela Portaria MTE 191/2008)
As empresas privadas e públicas, os órgãos públicos da administração 
direta e indireta e dos poderes Legislativo e Judiciário, que possuam empregados 
regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho, manterão, obrigatoriamente, 
Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho, 
com a finalidade de promover a saúde e proteger a integridade do trabalhador 
no local de trabalho.
Os Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina 
do Trabalho devem ser compostos obrigatoriamente por:
• Médico do Trabalho.
• Engenheiro de Segurança do Trabalho.
• Técnico de Segurança do Trabalho.
• Enfermeiro do Trabalho e Auxiliar ou Técnico em Enfermagem do Trabalho.
26
UNIDADE 1 — FISIOTERAPIA NO TRABALHO: INTRODUÇÃO E CONCEITUAÇÃO
Além desses profissionais, também podem fazer parte fisioterapeutas e 
psicólogos, não sendo caráter obrigatório, mas que agregam muito no trabalho 
interdisciplinar. 
Os Centros de Referência em Saúde do Trabalhador (CEREST) atuam na 
produção de ações de vigilância em saúde, segundo o modelo de atenção orientado 
pela promoção, prevenção e proteção da saúde, buscando se organizar de forma 
intersetorial entre as áreas que abrangem e afetam a saúde do trabalhador.
FIGURA 9 – FISIOTERAPEUTA ATUANDO NA CEREST
FONTE: <http://g1.globo.com/pi/piaui/especial-publicitario/governo-do-estado-do-piaui/
noticia/2016/08/cerest-proporciona-qualidade-de-vida-aos-trabalhadores.html>. Acesso: 9 jul. 2021.
O fisioterapeuta, enquanto participante do processo de consolidação 
de ações de vigilância, tem o desafio de compreender a abrangência de suas 
habilidades, o conhecimento do perfil epidemiológico de adoecimento dos 
trabalhadores e, assim, agregar em sua atuação novos elementos para análise, 
por exemplo, de Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho 
(DORT), que falaremos mais adiante, possibilitando melhores condições para o 
desenvolvimento de ações de saúde integrais.
3 REGULAMENTAÇÃO DA ATUAÇÃO DO FISIOTERAPEUTA 
NA SAÚDE DO TRABALHADOR
Dentro de uma empresa, o fisioterapeuta tem muitas atribuições, sendo 
caracterizadas pelo Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional, 
conforme a Resolução 259, de 18 de dezembro de 2003:
TÓPICO 2 — ORGANIZAÇÃO E SEGURANÇA NO TRABALHO E NOÇÕES SOBRE AS NORMAS REGULAMENTADORAS (NR)
27
I- Promover ações profissionais, de alcance individual e/ou coletivo, 
preventivas a intercorrência de processos cinesiopatológicos.
II- Prescrever a prática de procedimentos cinesiológicos 
compensatórios as atividades laborais e do cotidiano, sempre que 
diagnosticar sua necessidade.
III- Identificar, avaliar e observar os fatores ambientais que possam 
constituir risco à saúde funcional do trabalhador, em qualquer 
fase do processo produtivo, alertando a empresa sobre sua 
existência e possíveis consequências.
IV- Realizar a análise biomecânica da atividade produtiva do 
trabalhador, considerando as diferentes exigências das tarefas 
nosseus esforços estáticos e dinâmicos, avaliando os seguintes 
aspectos:
a) No Esforço Dinâmico – frequência, duração, amplitude e 
torque (força) exigido.
b) No Esforço Estático – postura corporal exigida, estimativa de 
duração da atividade específica e sua frequência.
V- Realizar, interpretar e elaborar laudos de exames 
biofotogramétricos, quando indicados para fins diagnósticos.
VI- Analisar e qualificar as demandas observadas através de estudos 
ergonômicos aplicados, para assegurar a melhor interação entre 
o trabalhador e a sua atividade, considerando a capacidade 
humana e suas limitações, fundamentado na observação das 
condições biomecânicas, fisiológicas e cinesiológicas funcionais.
VII- Elaborar relatório de análise ergonômica, estabelecer nexo causal 
para os distúrbios cinesiológicos funcionais e construir parecer 
técnico especializado em ergonomia (COFFITO, 2003, p. 1).
Em 2007, foi realizado um projeto de lei para inclusão do fisioterapeuta do 
trabalho na NR4, para que seja obrigatório, em todas as empresas, a presença de 
um fisioterapeuta do trabalho no quadro de funcionários.
Atualmente, percebe-se o aumento de profissionais atuando em fisioterapia 
do trabalho, somando esforços, a ABRAFIT, por meio de seus Conselheiros 
atuantes em diferentes estados brasileiros, buscou-se o reconhecimento da 
especialidade pelo COFFITO e a divulgação às empresas desse profissional, sua 
importância, diferencial e competências, o que frutificou, em 13 de junho de 2008, 
na aprovação da Resolução 351/08 pelo COFFITO, que reconhece a especialidade 
em fisioterapia do trabalho (BAÚ; KLEIN, 2009). 
28
UNIDADE 1 — FISIOTERAPIA NO TRABALHO: INTRODUÇÃO E CONCEITUAÇÃO
FIGURA 10 – ABRAFIT
FONTE: <https://www.coffito.gov.br/nsite/?p=4375>. Acesso em: 18 set. 2021.
Nesse sentido, o Ministério do Trabalho (MTE), por meio da Classificação 
Brasileira de Ocupações (CBO), descreve para o mercado brasileiro quem é esse 
especialista, especificando e detalhando suas práticas comprovadas nessa área, 
distinguindo áreas de atividade, competências pessoais e recursos de trabalho, o 
que aconteceu nos meses de junho e julho de 2008 (BAÚ; KLEIN, 2009). 
A descrição emitida pelo MTE/CBO destaca que:
O especialista fisioterapeuta do trabalho executa: avaliação a clientes 
e pacientes (funções musculoesqueléticas; avaliação ergonômica; 
qualidade de vida no trabalho); estabelece o diagnóstico fisioterapêutico 
(coleta dados; solicita exames complementares; interpreta exames; 
estabelece prognóstico; prescreve a terapêutica; estabelece nexo de 
causa cinesiológica funcional ergonômica); planeja estratégias de 
intervenção (define: objetivos, condutas e procedimentos, frequência 
e tempo de intervenção; indicadores epidemiológicos de acidentes 
e incidentes; programas de atividades físicas funcionais; participa 
na elaboração de programas de qualidade de vida); implementa 
ações de intervenção (interpreta indicadores epidemiológicos 
de acidentes e incidentes; implementa ações de conscientização, 
correção e concepção; analisa fluxo de trabalho; O reconhecimento 
da especialidade em fisioterapia do trabalho pelo COFFITO e 
Ministério do Trabalho/CBO: Uma conquista para a fisioterapia e 
a saúde do trabalhador presta assessoria; adequa as condições de 
trabalho às habilidades do trabalhador; adequa fluxo, ambiente e 
posto de trabalho; implanta programas de pausas compensatórias; 
organiza rodízios de tarefas; promove a melhora de performance 
morfofuncional; reintegra trabalhador ao trabalho; aplica a ginástica 
laboral); educa em saúde (propõe mudanças de hábito de vida; orienta 
clientes, pacientes, familiares e cuidadores; ensina e corrige modo 
operatório; implementa a cultura ergonômica; desenvolve programas 
TÓPICO 2 — ORGANIZAÇÃO E SEGURANÇA NO TRABALHO E NOÇÕES SOBRE AS NORMAS REGULAMENTADORAS (NR)
29
preventivos e de promoção de saúde); gerencia serviços de saúde 
(elabora critérios de elegibilidade; elabora projetos; elabora e avalia 
processos seletivos; supervisiona estágios; analisa custos); executa 
atividades técnico-científicas; trabalha com segurança; comunica-se 
(registra procedimentos e evolução de clientes e pacientes; orienta 
profissionais da equipe de trabalho; emite relatórios, pareceres 
técnicos, atestados, laudos de nexo de causa laboral) (MTE apud BAÚ; 
KLEIN, 2009, p. 1).
Essa é uma área em franca expansão não apenas no Brasil, mas em vários 
países e que tem sido gratificante para os fisioterapeutas que a escolheram. É 
uma realidade diferente das outras áreas da fisioterapia, pois esse profissional 
se relaciona contratualmente com pessoas jurídicas, necessita de uma visão 
empresarial, raciocínio estratégico bem estruturado, grande conhecimento da 
ergonomia, biomecânica ocupacional, legislação trabalhista e previdenciária, 
além das habilidades conquistadas na graduação. 
Temos ainda muito a percorrer nesse caminho, em que a união de 
profissionais atuantes na fisioterapia do trabalho, que organizadamente se 
prontificam a continuar buscando o reconhecimento legal e técnico-científico, faz 
com que, cada vez mais, essa área de atuação receba o merecido reconhecimento 
pelas empresas, governo, sociedade e, principalmente, pelos trabalhadores, foco 
da nossa atuação.
Vamos conhecer um pouco da atuação e do campo da fisioterapia na saúde 
do trabalhador?
 Assista ao vídeo a seguir, produzido pelo CREFITTO 3 sobre o assunto. Disponível 
em https://youtu.be/CqRirRB2PVg?t=3.
DICAS
30
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que: 
• As Normas Regulamentadoras (NR) relativas à segurança e medicina do 
trabalho são de observância obrigatória pelas empresas privadas e públicas 
e pelos órgãos públicos de administração direta e indireta, bem como pelos 
órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário, que possuam empregados regidos 
pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).
• As empresas privadas e públicas, os órgãos públicos da administração direta 
e indireta e dos poderes Legislativo e Judiciário, que possuam empregados 
regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho, manterão, obrigatoriamente, 
Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do 
Trabalho, com a finalidade de promover a saúde e proteger a integridade do 
trabalhador no local de trabalho.
• Em 13 de junho de 2008, na aprovação da Resolução 351/08 pelo COFFITO, 
reconhece a especialidade em fisioterapia do trabalho.
31
1 Os Centros de Referência em Saúde do Trabalhador (CEREST) atuam na 
produção de ações de vigilância em saúde, segundo o modelo de atenção 
orientado pela promoção, prevenção e proteção da saúde, buscando se 
organizar de forma intersetorial entre as áreas que abrangem e afetam a 
saúde do trabalhador. Nesse sentido, fazem parte da equipe mínima: 
a) ( ) Fisioterapeuta, Engenheiro, Médico, Enfermeiro e Técnico em 
Enfermagem.
b) ( ) Técnico em segurança, Engenheiro, Médico e Enfermeiro.
c) ( ) Médico, Engenheiro, Técnico de Segurança, Enfermeiro e Técnico em 
Enfermagem.
d) ( ) Técnico em segurança, Engenheiro, Psicólogo, Médico e Enfermeiro.
2 O Ministério do Trabalho (MTE), por meio da Classificação Brasileira 
de Ocupações (CBO), descreveu para o mercado brasileiro quem é o 
fisioterapeuta especialista no trabalho. Assim, analise as sentenças a seguir:
I- Avalia e trata clientes e pacientes que tenham exclusivamente disfunções 
musculoesqueléticas provenientes do trabalho.
II- Realiza avaliação ergonômica, buscando a qualidade de vida no trabalho, 
estabelecendo o diagnóstico fisioterapêutico, prognóstico e prescreve a 
terapêutica.
III- Não pode estabelecer nexo de causa cinesiológica funcional ergonômica, 
ficando somente sob responsabilidade médica.
Assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) As sentenças I e II estão corretas.
b) ( ) Somente a sentença III está correta.
c) ( ) A sentença II está correta.
d) ( ) Somente a sentença I está correta.
3 Somente em 13 de junho de 2008, os fisioterapeutas conquistaram a aprovaçãoda Resolução 351/08 pelo COFFITO, que reconhece a especialidade em 
fisioterapia do trabalho. Nessa perspectiva, classifique V para as sentenças 
verdadeiras e F para as falsas:
AUTOATIVIDADE
32
( ) O fisioterapeuta tem o desafio de compreender a abrangência de suas 
habilidades, o conhecimento do perfil epidemiológico de adoecimento 
dos trabalhadores e, assim, agregar em sua atuação novos elementos 
para análise, por exemplo, de distúrbios osteomusculares relacionados 
ao trabalho.
( ) A ABRAFITO é responsável pela aprovação dessa resolução, 
exclusivamente. 
( ) O fisioterapeuta é membro obrigatório de Serviços Especializados em 
Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho, com a finalidade 
de promover a saúde e proteger a integridade do trabalhador no local 
de trabalho.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a) ( ) V – F – V.
b) ( ) V – F – F.
c) ( ) F – V – F.
d) ( ) F – F – V.
4 Normas são o conjunto de regras colocadas de forma simples ou pode ser 
um documento que contém especificações técnicas ou outros critérios a 
serem seguidos ou respeitados. Neste contexto, disserte sobre a função das 
Normas Reguladoras do trabalho.
5 Os Centros de Referência em Saúde do Trabalhador (CEREST) são entidades 
que fazem parte do Sistema Único de Saúde, que articulam intervenções 
nas relações entre o processo de trabalho e a saúde. Nesse sentido, disserte 
sobre a atuação do CEREST.
33
TÓPICO 3 — 
UNIDADE 1
ANTROPOMETRIA E FERRAMENTAS DE ANÁLISE 
ERGONÔMICA PARA CLASSIFICAÇÃO DOS FATORES DE 
RISCOS DO POSTO DE TRABALHO
1 INTRODUÇÃO
A ergonomia pode ser definida como o estudo da adaptação do trabalho 
ao homem, que visa proporcionar maior conforto e segurança ao trabalhador e 
conta com os conhecimentos da Fisiologia, Biomecânica e Antropometria. 
Pode-se dizer, portanto, que a antropometria é o estudo das medidas do 
corpo humano, que auxilia no levantamento de dados para o desenvolvimento 
de um estudo ergonômico.
FIGURA 11 – DIFERENÇAS ENTRE AS PROPORÇÕES CORPORAIS DE INDIVÍDUOS DE 
DIFERENTES ETNIAS
25.000
Es
ta
tu
ra
 (c
m
)
Branco 
americano
Negro 
americano Japonês Brasileiro
N° da amostra 
Idade média 
Estatura (médial) 
Peso (kg)
23
174
70
6.684 233 249
173 161 167
23 25 26
69 55 63
180
160
140
120
100
80
60
40
20
0
FONTE: <https://www.efdeportes.com/efd149/antropometria-contribuicao-na-area-da-ergono-
mia.htm>. Acesso em: 7 jul. 2021.
34
UNIDADE 1 — FISIOTERAPIA NO TRABALHO: INTRODUÇÃO E CONCEITUAÇÃO
Os dados antropométricos definem as medições de tamanho, peso e 
proporção do corpo humano aplicáveis a um correto dimensionamento de 
projetos de produtos, equipamentos e postos de trabalho (BAÚ; KLEIN, 2009).
FIGURA 12 – REPRESENTAÇÃO BIDIMENSIONAL PARA A IDENTIFICAÇÃO DAS MEDIDAS
FONTE: <https://www.efdeportes.com/efd149/antropometria-contribuicao-na-area-da-
ergonomia.htm>. Acesso em: 7 jul. 2021.
Com o passar do tempo, a necessidade de encontrar medidas mais 
exatas do ser humano foi crescendo cada vez mais. Nesse sentido, para o 
desenvolvimento de produtos ergonômicos, faz-se necessária a aplicação 
correta das dimensões humanas, pois proporciona a aplicação equânime da 
ergonomia (BAÚ; KLEIN, 2009).
Na ergonomia são encontrados dois tipos de dimensões antropométricas: 
estáticas e dinâmicas, no qual as dimensões estáticas estão relacionadas às 
medidas físicas do corpo parado, enquanto a dinâmica são as medidas do corpo 
em movimento (BAÚ; KLEIN, 2009).
A antropometria pode ser dividida em estática e dinâmica. A estática refere-se 
às medidas retiradas enquanto o indivíduo está na posição em repouso; e a dinâmica, com 
o indivíduo realizando algum movimento corporal específico.
ATENCAO
 Para aplicar corretamente os dados é preciso avaliar os fatores que 
influenciam os dados antropométricos: raça, etnia, dieta, saúde, atividade física, 
postura, posição do corpo, vestuário, horário do dia etc. (BAÚ; KLEIN, 2009).
TÓPICO 3 — ANTROPOMETRIA E FERRAMENTAS DE ANÁLISE ERGONÔMICA PARA CLASSIFICAÇÃO DOS FATORES DE 
RISCOS DO POSTO DE TRABALHO
35
A intervenção ergonômica é um processo ao mesmo tempo:
• Construtivista: dando destaque às singularidades e demais características 
diferenciadoras de cada caso em que se busque conseguir realizar mudanças e 
transformações. 
• Participativa: no sentido possível da realidade de cada organização, de sua 
realidade social e de suas múltiplas microssociologias reais.
• Consensual: onde as verdades se pautam por convergência de pontos de vista, 
buscando administrar o impacto das revelações possíveis e argumentar sobre 
as realidades e materialidades inequivocamente apresentáveis.
É importante que o fisioterapeuta ergonomista escute e dialogue sobre 
como transformar as situações de trabalho em cada local que estiver inserido. 
Conheça o posto de trabalho, situação de trabalho, contexto da atividade realizada, 
entre outros aspectos.
FIGURA 13 – FISIOTERAPEUTA ATUANDO NA ÁREA DE ERGONOMIA
FONTE: <https://www.metropoles.com/dino/ergonomia-e-home-office-como-aliar-a-
necessidade-do-teletrabalho-com-a-saude-psicofisiologica>. Acesso em: 18 set. 2021.
Em suma, a ação ergonômica se caracteriza como uma consultoria 
dinâmica, que parte das definições inicialmente delineadas pela organização. 
Paulatinamente, vai construindo um objeto preciso de intervenção, focos definidos 
de sua ação e modalidades ajustadas de atuação. 
36
UNIDADE 1 — FISIOTERAPIA NO TRABALHO: INTRODUÇÃO E CONCEITUAÇÃO
Todo esse funcionamento pode ser simbolizado por um itinerário que 
evita perigosos atalhos causadores de insucesso. Busca-se a instrução da demanda 
para permitir se trabalhar com problemas reais, efetivos e cujo tratamento seja 
possível pela organização; isso feito, não se procura a passagem imediata a uma 
solução de algibeira, mas se deflagra todo um processo de análise e modelagem 
que permite à organização do resultado, inclusive tomando parte ativa na 
especificação e implantação dela. 
O resultado é uma solução adaptada às necessidades das pessoas 
daquela organização. Como estamos podendo nos dar conta, o escopo da 
ergonomia é efetivamente amplo. Isso levou às pessoas que trabalham com 
ergonomia a desenvolver maneiras de dar conta dos problemas que lhes 
surgem em sua vida profissional.
O importante, na intervenção, é chegar à tomada de providências úteis, 
práticas e aplicadas ao caso. A intervenção de produção não necessariamente 
significa uma mudança física, mas pode ser um parecer que fundamente uma 
opinião ou uma atitude. 
Vidal (2000, p. 30) destaca que:
Numa ocasião fomos chamados para periciar um acidente, onde um 
trabalhador de uma usina de álcool havia sofrido uma queda do alto da 
coluna de destilação. A primeira avaliação – a nosso ver simplória – era 
de que aquele trabalhador havia cometido um ato inseguro pois nada 
teria que fazer naquele local. Ocorria, no entanto que o processo de 
destilação é catalisado mediante a adição de uma pequena quantidade 
de enxofre. Esse procedimento, embora eficaz e responsável pelo bom 
aproveitamento químico, não era formalizado e, portanto, a cada vez 
que a destilação apresentava tendência de queda, um dos operadores 
escalava a coluna da usina e fazia o acréscimo de enxofre. A queda 
ocorreu num dia chuvoso decorrente de um escorregão, mas não se 
tratava de ato inseguro, mas de uma operação do processo – informal, 
certamente – mas que não havia sido devidamente aparelhada. Nosso 
parecer ao mesmo tempo desqualificou a noção de ato inseguro, 
como apontou a necessidade de dotar esta operação dos acessos 
adequados: escada, plataforma de trabalho, roldana para subida do 
insumo, enfim um conjunto de providências de relativo baixo custo, 
além da incorporação formal do procedimento na equação química 
do processo.
Você percebe, acadêmico, como é preciso analisar além do que nossos 
olhos estão vendo? É preciso investigar a fundo, ouvindo e estando atento a 
várias peculiaridades.
TÓPICO 3 — ANTROPOMETRIA

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