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Direitos Reais sobre coisa alheia Antes só falamos de direito real sobre coisa própria (propriedade). Tenho sobre o mesmo bem duas figuras- proprietário e a pessoa alheia. É um desmembramento do direito real sobre coisa própria. Preciso ter uma propriedade de alguém- pertence a outra pessoa MAS tenho direito sobre essa coisa. Quais os tipos de direitos reais? Direito de fruição: Direitos reais sobre coisa própria são sempre desmembramentos da propriedade, como por exemplo, direito da fruição que teremos em coisa alheia, que eu tenho um direito sobre algo de alguém que me autoriza usar e gozar dessa coisa. Preciso ter registro na escritura. Direito de uso de uma coisa que pertence a outra pessoa. São eles: Usufruto, superfície, servidão, uso e habitação. Direitos reais de garantia: Tenho que ter pressuposto algo antes que precise dar uma garantia. ex: um contrato, eu pedi para uma pessoa 300.000,00, mas como é bastante dinheiro ela me pediu uma garantia, que podem ser: HIPOTECA- GARANTIA SOBRE BEM IMÓVEL- EX: MINHA CASA PENHOR- GARANTIA SOBRE BEM MÓVEL (O CREDOR FICA COM O BEM, E ELE SÓ ME DEVOLVE QUANDO EU QUITAR)- EX: JÓIAS VALIOSAS ANTICRESE- Garantia por meio do qual este entrega os frutos e rendimentos provenientes do imóvel GARANTIA SOBRE PROPRIEDADE ECONÔMICA- EX: LANCHONETE, PESSOA JURÍDICA COM ATIVIDADE ECONÔMICA E GERA LUCRO- CREDOR ANTICRÉTICO (TEM PREFERÊNCIA PARA RECEBER- CREDORES PRIVILEGIADOS QUE POSSUEM GARANTIA REAL, QUE VEM EM TERCEIRO LUGAR, APÓS DÍVIDAS TRIBUTÁRIAS E ALIMENTOS) GARANTIA REAL- DISPOR DO BEM A fiança NÃO entra aqui, ela é garantia fidejussória (confiança- fidúcia). Herança fideicomisso (Pode o testador instituir herdeiros ou legatários, estabelecendo que, por ocasião de sua morte, a herança ou o legado se transmita ao fiduciário, resolvendo-se o direito deste, por sua morte, a certo tempo ou sob certa condição, em favor de outrem, que se qualifica de fideicomissário). Concessões: Aparece apenas em direitos reais. São de direitos administrativo, porque aqui tem uma autorização de utilizar um BEM PÚBLICO. Ex: concessão de uso especial, terreno da prefeitura que concede para moradores de rua esse terreno. Esse bem não é da pessoa, é da prefeitura que EMPRESTA para pessoas sem terra, por exemplo, ficar. Espécies de direito real sobre coisa alheia SUPERFÍCIE É o solo, o terreno, a terra. Na superfície eu passo a ter um direito real sobre esse solo. Ex: Eu tenho projetos e dinheiro, e quero montar uma lanchonete, e eu preciso de um ponto bom, e meu amigo tem esse terreno e não está usando, e eu quero usar esse terreno: -A melhor saída para o meu amigo seria o contrato, porque ele poderia desistir a qualquer tempo mesmo tendo rescisão. Mas no direito real averbado na matrícula do imóvel ele tem direito ERGA OMNES, eu não posso desistir antes do prazo, que de comum acordo é estipulado. Para mim, que quero montar a lanchonete, o contrato não é uma saída, porque eu vou construir ali e ele poderá desistir a qualquer tempo. - Então ao contrário do contrato, a garantia real é muito mais benéfica e eficiente, não podendo ser rescindida a qualquer tempo e devendo ser respeitada. Na garantia eu não posso desistir antes do prazo. Como é feita essa garantia? Fazemos um contrato com valor, colocando que é direito real de superfície, especificar o imóvel, e depois tem que averbar na matrícula, para que fique efetivamente registrado. Eu tenho direito de explorar a superfície de um solo, não sendo minha propriedade. CONCEITO: Modalidade de direito real sobre coisa alheia de fruição, onde o proprietário transfere ao superficiário o direito de plantar e construir em seu terreno, temporariamente, de forma onerosa ou gratuita, celebrado por escritura pública. Tenho um terreno sem uso E um empresário viu e quer construir uma lanchonete, porém ele não quer comprar. Então faremos um contrato de direito de garantia de fruição, para que ele use minha superfície. OBJETIVO: Dar uma função social para a propriedade, que inclusive, sem ela o terreno pode até ser desapropriado. Terreno sem destino é muito benefício usar essa garantia sobre superfície. CARACTERÍSITCAS: Direito real, temporário, oneroso ou gratuito, transferibilidade (preempção), divisível e transmissão causa mortis. 1. Direito real- PRECISO averbar em cartório. Solo é imóvel. 2. Temporário- Preciso de termo inicial e final. Posso prorrogar prazo, refazer e registrar mas preciso de final e inicio. O estatuto da cidade dispõe que pode ser por tempo indeterminado. 3. Oneroso ou gratuito- Posso pagar pela utilização do solo ou não, posso dar gratuito para alguém cuidar, por exemplo. Se NÃO tiver colocado nada nos documentos, presume-se ser gratuito. 4. Transferibilidade: Posso transferir, mas o que eu transfiro é meu direito real, a pessoa pode usar como eu, mas eu NÃO sou dono. Mas lembrando da preempção (direito de preferencia), eu preciso oferecer primeiro ao proprietário, assim como se o proprietário quiser vender. 5. Transmissão causa mortis: Herança, herdeiros. Tanto o superficiário, quanto o dono do terreno precisam respeitar os herdeiros. Ex: os herdeiros assumem a propriedade, e querem modificar, porém não dá, porque o que vale é o que está na matrícula, não é direito pessoal. Eles podem pedir o cancelamento ao superficiário. 6. Direito divisível: Posso ter mais de um superficiário, como posso ter mais de um proprietário. ESTRUTURA: Sujeitos Superficiário: Detentor do direito real de superfície. Proprietário: Dono do terreno. Objeto: Solo, urbano ou rural. Forma: Pode ser por ato inter vivos (contrato de cessão com direito real de superfície) ou por testamento (posso dar o direito real de superfície por testamento, ex: já tenho um terrno com direito real para uma pessoa, e estou com uma doença, eu vou e faço um testamento e deixo esse direito real a ele). ARTIGOS ART. 1369: O proprietário pode conceder a outrem o direito de construir ou de plantar em seu terreno, por tempo determinado, mediante escritura pública devidamente registrada no Cartório de Registro de Imóveis. *SALVO se o direito de garantia dado ao superficiário tiver que usar o subsolo. Parágrafo único. O direito de superfície não autoriza obra no subsolo, salvo se for inerente ao objeto da concessão. Ex: Eu faço um direito real para alguém que quer fazer um posto de gasolina, ela precisa usar o subsolo, então é excessão. *Mesma regra para a laje, só que para a parte de cima. ART. 1370: A concessão da superfície será gratuita ou onerosa; se onerosa, estipularão as partes se o pagamento será feito de uma só vez, ou parceladamente. Posso fazer essa garantia parcelada, ou de uma vez. ART. 1371: O superficiário responderá pelos encargos e tributos que incidirem sobre o imóvel. ART. 1372: O direito de superfície pode transferir-se a terceiros, e por morte do superficiário, aos herdeiros. Parágrafo único: Não pode estipular, exigir nenhum valor e a nenhum título o valor da transferência do direito de superfície, porque esse direito é do superficiário, e se ele vender, o dinheiro será somente dele. ART. 1373: Em caso de alienação do imóvel ou do direito de superfície, o superficiário ou o proprietário tem direito de preferência, em igualdade de condições. PREEMPÇÃO. ART. 1374: Antes do termo final, resolver-se-á a concessão se o superficiário der ao terreno destinação diversa daquela para que foi concedida. EXCEÇÃO- Se tem registro precisa respeitar até o final o prazo para findar o contrato de garantia, MAS tem uma exceção, se o superficiário modificar a destinação a qual foi dada no início do contrato. ART. 1375: Depois de extinta essa concessão, o proprietáriopassará a ter propriedade plena sobre o terreno, as construções e etc, independentemente de indenização, salvo se as partes não houverem estipulado em contrário. - Se eu NÃO colocar no contrato a obrigação de indenizar, quando acabar a concessão o proprietário será dono de tudo que é construído. SÓ INDENIZO SE ESTIVER PREVISTO EM CONTRATO. ART. 1376: No caso de extinção do direito de superfície em consequência de desapropriação, a indenização cabe ao proprietário e ao superficiário, no valor correspondente ao direito real de cada um. Se houver desapropriação, os dois possuem direito a indenização. ART. 1377: Posso ter direito de superfície para pessoas jurídicas, que será regulado pelo direito civil, tudo aquilo que não for registrado em lei especial. Servidões Prediais A servidão eu tenho uma relação entre dois prédios e o uso entre eles, MAS não falo de passagem forçada, porque aqui eu tenho saída para a rua, mas se eu passar pelo prédio do vizinho é de mais fácil acesso. Para o direito civil, prédio é construção, não é necessariamente um condomínio edilício. Ex: pousada, que tem o mar do lado oposto, junto com uma casa, então passando pela casa o acesso é bem mais rápido e dura 5 minutos apenas, o que se não fosse essa passagem os hóspedes demorariam 20 minutos. No terreno do meu vizinho não tem nada construído do lado e nem do meu então consigo abrir uma servidão de passagem e eu faço um acordo com esse vizinho. Normalmente onde passa antena de celular, em cima, porém embaixo aquele espaço é terreno de alguém, e pode servir de servidão. CONCEITO: É o desmembramento da propriedade, imposto a um certo imóvel em benefício do outro, permitindo ao titular do segundo o uso de alguns de seus direitos para certo fim, tolerado pelo titular primeiro (EU PRECISO DE AUTORIZAÇÃO, NA PASSAGEM FORÇADA NÃO). OBJETIVO: Função econômica, melhor utilidade. ESTRUTURA: Sujeitos- dominante (quem quer usar o terreno para passar) e o serviente (quem autoriza a passagem). Objeto- Prédio urbano e rural- precisa ser vizinho necessariamente, não precisa ser grudado na casa, por exemplo, apenas próximo. Forma: Registro público. CARACTERISTICAS Direito imobiliário, inalienável, indivisível, permanente, acessório 1. Direito real imobiliário- um prédio que em direito real sobre outro prédio. 2. Direito acessório- Preciso ter proprietários distintos, por mais que seja dois imóveis, haverá confusão. Pressupõe a existência de uma propriedade. 3. Direito inalienável- A servidão NÃO pode ser alienável e nem transferida, nem por inter vivos nem por causa mortis. É uma relação entre prédios e não entre pessoas, e toda vez que eu tenho um direito que restringe alguém eu não posso alienar. 4. Direito indivisível- NÃO pode ser dividida sob pena de desnaturar. Posso mudar o lugar de servidão mas não posso pedir autorização para passar por outros lugares diferentes do contrato. 5. Direito permanente- a duração é indeterminada. Claro que podem condicionar o prazo sem nenhum problema. Ex: eu tenho um acesso que consegue passar, porém eu preciso de reforma, obra e demora, então quero uma servidão de 1 ano apenas, se não tem prazo, é indeterminado. 6. Prédios vizinhos, mas não necessariamente grudados. 7. Proprietário diferentes 8. Direito impessoal: Está unida à coisa e não à pessoa. ART. 1378-1389 Art. 1.378. A servidão proporciona utilidade para o prédio dominante, e grava o prédio serviente, que pertence a diversos dono, e constitui-se mediante declaração expressa dos proprietários, ou por testamento, e subsequente registro no Cartório de Registro de Imóveis. USUCAPIÃO: Art. 1.379. O exercício incontestado e contínuo de uma servidão aparente, por dez anos, nos termos do art. 1.242, autoriza o interessado a registrá-la em seu nome no Registro de Imóveis, valendo-lhe como título a sentença que julgar consumado a usucapião. Parágrafo único. Se o possuidor não tiver título, o prazo da usucapião será de vinte anos. Art. 1.381. As obras a que se refere o artigo antecedente devem ser feitas pelo dono do prédio dominante, se o contrário não dispuser expressamente o título. Art. 1.383. O dono do prédio serviente não poderá embaraçar de modo algum o exercício legítimo da servidão. Art. 1.384. A servidão pode ser removida, de um local para outro, pelo dono do prédio serviente e à sua custa, se em nada diminuir as vantagens do prédio dominante, ou pelo dono deste e à sua custa, se houver considerável incremento da utilidade e não prejudicar o prédio serviente. HIPOTECA: Art. 1.387. Salvo nas desapropriações, a servidão, uma vez registrada, só se extingue, com respeito a terceiros, quando cancelada. Parágrafo único. Se o prédio dominante estiver hipotecado, e a servidão se mencionar no título hipotecário, será também preciso, para a cancelar, o consentimento do credor. EXTINÇÃO DA SERVIDÃO O dono do prédio serviente tem direito pelos meios judiciais ao cancelamento do registro de servidão, embora o dono do prédio dominante lhe impugne: 1. Quando o titular renunciar a sua servidão 2. Quando cessar para o prédio dominante, a utilidade ou a comodidade que instaurou a servidão. 3. Quando o dono do prédio serviente resgatar a servidão. Também poderá se extinguir ficando o dono do prédio serviente a faculdade de cancelar, mediante prova de extinção: I - pela reunião dos dois prédios no domínio da mesma pessoa; II - pela supressão das respectivas obras por efeito de contrato, ou de outro título expresso; III - pelo não uso, durante dez anos contínuos. Usufruto, uso e direito real de habitação Todas essas propriedades possuem caráter assistencial, sempre estou auxiliando, tanto o próprio proprietário quanto o outro. USUFRUTO USUFRUTUÁRIO ASPECTOS GERAIS: Tenho um usufruto que é automático, não preciso de averbação da matrícula. Ex: dos pais para com os bens dos filhos menores de idade. Eles podem administrar o bem e ainda morar nele, alugar, pegar os frutos e rendimentos etc. O usufruto é direito sobre coisa alheia. Eu usufrutuário tenho direito sobre o bem do outro. Tem direito de usar, gozar, reivindicar Ele NÃO pode alienar, vender, dispor porque ele não é o proprietário, mas fora isso ele exerce todos os direitos de propriedade. Posso inclusive não utilizar ele. Eu posso alugar o apartamento e receber o aluguel, por exemplo. Cabe direito de reinvindicação, inclusive sobre o próprio dono- ação possessória. O dono do imóvel é chamado de nu proprietário, porque ele está despido de todos os direitos da propriedade, exceto o de dispor, foi apenas o que sobrou. Conceito: Direito real conferido a alguém que, durante determinado tempo, retire da coisa alheia os frutos e utilidades que ela produz, sem alterar-lhe a substância. É o mais amplo dos direitos reais sobre coisa alheia. Ele é temporário, até o mesmo o vitalício, porque ele não é eterno, uma hora acaba. Elemento subjetivo: Caráter assistencial Estrutura Elemento subjetivo: usufrutuário e o nu proprietário plena ou resolúvel, mesmo que eu tenho propriedade resolúvel cabe usufruto. Nesse tempo que o proprietário, comprador fica com o imóvel, mesmo sendo temporário, eu posso colocar usufruto para outra pessoa usar. E quando a propriedade não for mais dele, extingue-se o usufruto. Elemento objetivo: Bens móveis e imóveis, fungíveis e infungíveis, abrangendo os bens acessórios. Ex: carro, casa Elemento formal: Decorre da lei (usufruto dos pais em relação aos filhos), do contrato (averba na matrícula por exemplo), de decisão judicial (pensão alimentícia entre cônjuges, ex: mulher de 60 anos nunca tinha trabalhado e o marido não tinha condição de pagar nenhum alimento, e o juiz gravou de usufruto um dos imóveis domarido e a mulher recebia os aluguéis), e por testamento. O que é uma propriedade resolúvel? Extinção, a propriedade resolúvel é aquela que eu tenho, mas ela vai se extinguir, ela tem termo para se extinguir Ex: contrato de compra e venda, na cláusula de retrovenda, que diz que em certo tempo, com o pagamento do valor do imóvel corrigido e eu solicitar a venda para o comprador, ele é obrigado a me vender, ou no caso de substituição testamentária, que eu coloco que deixo para uma pessoa, mas não quero que o cônjuge dela tenha acesso, nem os filhos, então eu coloco uma substituição para quando ele morrer passar para outra pessoa, a propriedade do herdeiro logo se extinguirá, com sua ausência. O nu proprietário pode vender a outro proprietário, mesmo a propriedade gravada de usufruto? Pode, e o novo proprietário PRECISA respeitar o usufruto. Muito diferente do contrato com cláusula de retrovenda, que se eu passar para outra pessoa, sem essa cláusula ela não se mantém. No usufruto eu averbo na matrícula do imóvel por exemplo, eu registro e ele fica valendo para os futuros proprietários etc. Quando eu faço esse agravamento na matrícula, esse usufruto irá perdurará até o tempo determinado dele, não importando se mudou de dono. NU PROPRIETÁRIO Características: a) Direito temporário: Pessoa natural: máximo vitalício/ Pessoa jurídica: 30 anos. b) Direito personalíssimo: Para certa pessoa, DETERMINADA. c) Direito inalienável: não pode ser transferido, nem por intervivos, nem por causas mortis. O usufrutuário só pode ceder seu direito de usufruto por contrato. Ex: eu posso ceder meu imóvel, que eu sou usufrutuária para minha amiga morar, eu não preciso morar ali e está parado. Eu NÃO posso transferir meu usufruto só por exemplo, transferir um exercício do meu direito. d) Direito divisível: Pode ser dividido entre vários usufrutuários (art. 1390) Art. 1390-1411 Art. 1.391. O usufruto de imóveis, quando não resulte de usucapião, constituir-se-á mediante registro no Cartório de Registro de Imóveis. Art. 1392- parágrafo 1°: Se, entre os acessórios e os acrescidos, houver coisas consumíveis, terá o usufrutuário o dever de restituir, findo o usufruto, as que ainda houver e, das outras, o equivalente em gênero, qualidade e quantidade, ou, não sendo possível, o seu valor, estimado ao tempo da restituição. Art. 1.393. Não se pode transferir o usufruto por alienação; mas o seu exercício pode ceder-se por título gratuito ou oneroso. Art. 1.396. Salvo direito adquirido por outrem, o usufrutuário faz seus os frutos naturais, pendentes ao começar o usufruto, sem encargo de pagar as despesas de produção. Mas cessando o usufruto, os frutos pendentes, pertencem ao nu proprietário. ART. 1397: Se dos gados, as crias, tiverem um filhote, o filhote será do usufrutuário. Temos que pensar sempre que temos que devolver o imóvel do jeito que ele estava, o filhote não estava antes de me dar o imóvel, então ele é do usufrutuário. REGRA GERAL: Aquilo que eu recebi, eu preciso devolver, os que surgiu durante o período de usufruto, é do usufrutuário. PORÉM DA MESMA FORMA QUE ME ENTREGARAM, EU PRECISO DEVOLVER. - Eu não preciso reformar o bem, eu preciso apenas cuidar dele e manter ele até a entrega. Eu posso NÃO usar o bem, mas ele tem limite. Às vezes o usufrutuário não vai nem cuidar do imóvel, não tem uso NENHUM, poderá ser uma hipótese de extinção, porque perde o propósito da assistência. Poderá haver exigência de caução para administrar o usufruto que deverá ser pago pelo usufrutuário. Art. 1.400. O usufrutuário, antes de assumir o usufruto, inventariará, à sua custa, os bens que receber, determinando o estado em que se acham, e dará caução, fidejussória ou real, se lhe exigir o dono, de velar-lhes pela conservação, e entregá-los findo o usufruto. Art. 1.401. O usufrutuário que não quiser ou não puder dar caução suficiente perderá o direito de administrar o usufruto; e, neste caso, os bens serão administrados pelo proprietário, que ficará obrigado, mediante caução, a entregar ao usufrutuário o rendimento deles, deduzidas as despesas de administração, entre as quais se incluirá a quantia fixada pelo juiz como remuneração do administrador. Quais são os deveres do usufrutuário? Art. 1.403 Incumbem ao usufrutuário: I - As despesas ordinárias de conservação dos bens no estado em que os recebeu; II - As prestações e os tributos devidos pela posse ou rendimento da coisa usufruída. - As reparações extraordinárias que não forem de custo módico da propriedade, serão pagas pelo nu proprietário e aquelas que aumentem o rendimento da propriedade, o usufrutuário deverá ajudar com os juros despendidos as reformas necessárias. Art. 1.408. Se um edifício sujeito a usufruto for destruído sem culpa do proprietário, não será este obrigado a reconstruí-lo, nem o usufruto se restabelecerá, se o proprietário reconstruir à sua custa o prédio; mas se a indenização do seguro for aplicada à reconstrução do prédio, restabelecer-se-á o usufruto. Como se extingue o usufruto? Se extingue cancelando o registro no cartório de imóveis, somente pelos motivos abaixo: 1. Pela renúncia ou morte do usufrutuário 2. Pelo termo de sua duração 3. Pela extinção de pessoa jurídica, ou se ela perdurar, pelo decurso de 30 anos do usufruto. 4. Pela cessação do motivo de que se origina 5. Pela destruição da coisa, ressalvados os casos em que houver seguro e a coisa for restituída. 6. Pela consolidação. 7. Por culpa do usufrutuário, se este alienar, deteriorar, arruinar bens, não conservar, ou quando for em razão de títulos de crédito, quando este não der as importâncias recebidas. 8. Pelo não uso, ou não fruição, da coisa que o usufruto recai. USO USUÁRIO PROPRIETÁRIO Conceito: Direito real que, a título gratuito ou oneroso, autoriza uma pessoa a retirar, temporariamente, de coisa alheia, todas as utilidades para atender as suas próprias necessidades e da sua família. Ele é um instituto aberto, porque ele fala em suprir necessidades, e cada um tem a sua. Ele tem as mesmas características que o usufruto, porém mais restrita. Tenho o direito sobre o imóvel de alguém, mas apenas para USAR. Tanto a doutrina como jurisprudência, entendem que a família integra os pais, os filhos, o cônjuge e inclusive empregado doméstico. Temos frutos civis inclusive, que decorre de um contrato ou da lei, ex: aluguel, juros. E de repente eu posso gravar de uso para que essa pessoa se mantenha com esse valor. Objetivo: Caráter assistencial Estrutura: Elemento subjetivo: usuário e proprietário (não é mais nu proprietário), propriedade pleno ou resolúvel. Elemento objetivo: bens móveis e imóveis, fungíveis ou infungíveis, abrangendo os bens acessórios. Elemento formal: decorre da lei, contrato, testamento, mesmo do usufruto Ex: eu estou usando uma casa, e tem frutos na árvore naquela casa, eu NÃO posso doar, nem vender, posso apenas usar. Se eu estivesse como usufruto na casa, eu podia vender, doar, comer etc. Características A) Temporário: dura pelo prazo do contrato ou enquanto houver necessidade pessoal ou familiar. Ele pode ficar até ele se reestabelecer, por exemplo, se reestabelecendo eu tenho motivo para extinguir. B) Direito personalíssimo: do usuário e EXTENSIVO para a família. C) Direito inalienável: NÃO pode ser transferido D) Direito indivisível: Apenas pode dividir o uso no tempo entre várias pessoas, com horário certo para cada uma. NÃO é divisível, eu só posso colocar pessoas com horários diferentes, por exemplo, estipulo que na segunda, ele pode ir retirar os frutos da minha casa, e na terça eu deixooutra amiga ir até lá. São duas pessoas, mas elas não dividem. -Art. 1412 e 1413 HABITAÇÃO Não posso pegar os frutos, não posso vender. Apenas residir. Não pode colher os frutos, não pode alienar, nem nada. Posso fazer um contrato de aluguel, um comodato ou então um direito real de habitação, o direito de habitação é mais parecido com o comodato. No direito de habitação diferente do contrato, ele fica gravado na matrícula, então todo proprietário precisa respeitar. Conceito: Direito real temporário de usar gratuitamente coisa alheia, para moradia própria e da família. É o mais restrito dos direitos de fruição. Também se aplica as regras do usufruto. Objetivo: Caráter assistencial Colhe os frutos para sua ele e sua família Características a) Apenas para residir b) Direito temporário: durante a vigência do contrato ou enquanto viver o habitante. c) Gratuito: Não posso cobrar da pessoa pelo direito real de habitação, ela mora gratuitamente. d) Direito inalienável: Não pode ser transferida por ato intervivos ou causa mortis. e) Indivisível: o imóvel fica gravado na sua integridade f) APENAS bem imóvel. Direito de habitação do Cônjuge sobrevivente Art. 1831: Está no direito de família. Temos um direito de habitação que NÃO precisa de registro, porque a lei já determina. Isso ocorre no direito real de habitação do cônjuge ou companheiro sobrevivente. Ex: Meu pai se casou, e se divorciou de minha mãe, e se casou novamente com uma moça com o regime da separação de bens, mas meu pai morreu depois de um tempo. Essa moça tem direito real de habitação, ela ficará nesse imóvel morando gratuitamente. NÃO se extingue. EM QUALQUER REGIME DE BENS, e não tem prejuízo do que receberá de herança, como meeiro ou herdeiro o cônjuge receberá SEM desconto algum. Aquele imóvel que resida a família, o cônjuge terá direito de habitação mesmo que seja o único imóvel do de cujus. EXCESSÃO: Se o cônjuge sobrevivente não conseguir manter, ele poderá alugar e morar em outro lugar. Se esse cônjuge arrumar um namorado, ela poderá morar com o cônjuge. Se o cônjuge morrer, CESSA o direito de habitação, inclusive em relação aos herdeiros, os filhos do herdeiro sairão daquela casa, porque cessou o direito de habitação. Esse imóvel precisa ser EXCLUSIVO do falecido para ocorrer essa hipótese do cônjuge de habitação. João e maria tem um imóvel, Maria falece e deixa a casa, com 2 filhos, o imóvel será 50% dos filhos e 50% do João. João casa com Rute, e ela passa a morar na casa. Rute tem direito de habitação? Não, porque o imóvel não é exclusivo do João, tem parte dos filhos. Art. 1414-1416 Art. 1.414. Quando o uso consistir no direito de habitar gratuitamente casa alheia, o titular deste direito não a pode alugar, nem emprestar, mas simplesmente ocupá-la com sua família.
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