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Direito Civil- P2

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Direitos Reais sobre coisa alheia 
 Antes só falamos de direito real sobre coisa própria 
(propriedade). 
 Tenho sobre o mesmo bem duas figuras- proprietário e a 
pessoa alheia. 
 É um desmembramento do direito real sobre coisa 
própria. 
 Preciso ter uma propriedade de alguém- pertence a outra 
pessoa MAS tenho direito sobre essa coisa. 
Quais os tipos de direitos reais? 
 Direito de fruição: Direitos reais sobre coisa própria são 
sempre desmembramentos da propriedade, como por 
exemplo, direito da fruição que teremos em coisa alheia, 
que eu tenho um direito sobre algo de alguém que me 
autoriza usar e gozar dessa coisa. Preciso ter registro na 
escritura. 
 Direito de uso de uma coisa que pertence a outra 
pessoa. 
São eles: Usufruto, superfície, servidão, uso e habitação. 
 Direitos reais de garantia: Tenho que ter pressuposto algo 
antes que precise dar uma garantia. 
 ex: um contrato, eu pedi para uma pessoa 300.000,00, mas como 
é bastante dinheiro ela me pediu uma garantia, que podem ser: 
 HIPOTECA- GARANTIA SOBRE BEM IMÓVEL- EX: 
MINHA CASA 
 PENHOR- GARANTIA SOBRE BEM MÓVEL (O 
CREDOR FICA COM O BEM, E ELE SÓ ME DEVOLVE 
QUANDO EU QUITAR)- EX: JÓIAS VALIOSAS 
 ANTICRESE- Garantia por meio do qual este entrega os 
frutos e rendimentos provenientes do imóvel GARANTIA SOBRE 
PROPRIEDADE ECONÔMICA- EX: LANCHONETE, PESSOA JURÍDICA COM 
ATIVIDADE ECONÔMICA E GERA LUCRO- CREDOR ANTICRÉTICO (TEM 
PREFERÊNCIA PARA RECEBER- CREDORES PRIVILEGIADOS QUE 
POSSUEM GARANTIA REAL, QUE VEM EM TERCEIRO LUGAR, APÓS 
DÍVIDAS TRIBUTÁRIAS E ALIMENTOS) 
 
GARANTIA REAL- DISPOR DO BEM 
 A fiança NÃO entra aqui, ela é garantia fidejussória 
(confiança- fidúcia). Herança fideicomisso (Pode o testador 
instituir herdeiros ou legatários, estabelecendo que, por 
ocasião de sua morte, a herança ou o legado se 
transmita ao fiduciário, resolvendo-se o direito deste, por 
sua morte, a certo tempo ou sob certa condição, em 
favor de outrem, que se qualifica de fideicomissário). 
 Concessões: Aparece apenas em direitos reais. São de 
direitos administrativo, porque aqui tem uma autorização 
de utilizar um BEM PÚBLICO. 
Ex: concessão de uso especial, terreno da prefeitura que concede 
para moradores de rua esse terreno. Esse bem não é da pessoa, é 
da prefeitura que EMPRESTA para pessoas sem terra, por exemplo, 
ficar. 
Espécies de direito real sobre coisa alheia 
SUPERFÍCIE 
É o solo, o terreno, a terra. Na superfície eu passo a ter um 
direito real sobre esse solo. 
Ex: Eu tenho projetos e dinheiro, e quero montar uma lanchonete, 
e eu preciso de um ponto bom, e meu amigo tem esse terreno e 
não está usando, e eu quero usar esse terreno: 
-A melhor saída para o meu amigo seria o contrato, porque ele 
poderia desistir a qualquer tempo mesmo tendo rescisão. Mas no 
direito real averbado na matrícula do imóvel ele tem direito ERGA 
OMNES, eu não posso desistir antes do prazo, que de comum 
acordo é estipulado. Para mim, que quero montar a lanchonete, o 
contrato não é uma saída, porque eu vou construir ali e ele 
poderá desistir a qualquer tempo. 
- Então ao contrário do contrato, a garantia real é muito mais 
benéfica e eficiente, não podendo ser rescindida a qualquer tempo 
e devendo ser respeitada. 
 Na garantia eu não posso desistir antes do prazo. 
Como é feita essa garantia? 
Fazemos um contrato com valor, colocando que é direito real de 
superfície, especificar o imóvel, e depois tem que averbar na 
matrícula, para que fique efetivamente registrado. 
 Eu tenho direito de explorar a superfície de um solo, não 
sendo minha propriedade. 
CONCEITO: Modalidade de direito real sobre coisa alheia de fruição, 
onde o proprietário transfere ao superficiário o direito de plantar e 
construir em seu terreno, temporariamente, de forma onerosa ou 
gratuita, celebrado por escritura pública. 
 
 
 
Tenho um terreno sem uso 
 
 
 
E um empresário viu e quer construir uma lanchonete, porém ele 
não quer comprar. Então faremos um contrato de direito de 
garantia de fruição, para que ele use minha superfície. 
OBJETIVO: Dar uma função social para a propriedade, que inclusive, 
sem ela o terreno pode até ser desapropriado. Terreno sem destino 
é muito benefício usar essa garantia sobre superfície. 
CARACTERÍSITCAS: 
Direito real, temporário, oneroso ou gratuito, transferibilidade 
(preempção), divisível e transmissão causa mortis. 
1. Direito real- PRECISO averbar em cartório. Solo é imóvel. 
2. Temporário- Preciso de termo inicial e final. Posso 
prorrogar prazo, refazer e registrar mas preciso de final 
e inicio. O estatuto da cidade dispõe que pode ser por 
tempo indeterminado. 
3. Oneroso ou gratuito- Posso pagar pela utilização do solo 
ou não, posso dar gratuito para alguém cuidar, por 
exemplo. Se NÃO tiver colocado nada nos documentos, 
presume-se ser gratuito. 
4. Transferibilidade: Posso transferir, mas o que eu transfiro 
é meu direito real, a pessoa pode usar como eu, mas eu 
NÃO sou dono. Mas lembrando da preempção (direito de 
preferencia), eu preciso oferecer primeiro ao proprietário, 
assim como se o proprietário quiser vender. 
5. Transmissão causa mortis: Herança, herdeiros. Tanto o 
superficiário, quanto o dono do terreno precisam 
respeitar os herdeiros. Ex: os herdeiros assumem a 
propriedade, e querem modificar, porém não dá, porque 
o que vale é o que está na matrícula, não é direito 
pessoal. Eles podem pedir o cancelamento ao 
superficiário. 
6. Direito divisível: Posso ter mais de um superficiário, como 
posso ter mais de um proprietário. 
 
 
ESTRUTURA: 
Sujeitos 
Superficiário: Detentor do direito real de superfície. 
Proprietário: Dono do terreno. 
Objeto: Solo, urbano ou rural. 
Forma: Pode ser por ato inter vivos (contrato de cessão com 
direito real de superfície) ou por testamento (posso dar o direito 
real de superfície por testamento, ex: já tenho um terrno com 
direito real para uma pessoa, e estou com uma doença, eu vou e 
faço um testamento e deixo esse direito real a ele). 
ARTIGOS 
ART. 1369: O proprietário pode conceder a outrem o direito de 
construir ou de plantar em seu terreno, por tempo determinado, 
mediante escritura pública devidamente registrada no Cartório de 
Registro de Imóveis. *SALVO se o direito de garantia dado ao 
superficiário tiver que usar o subsolo. 
Parágrafo único. O direito de superfície não autoriza obra no 
subsolo, salvo se for inerente ao objeto da concessão. 
Ex: Eu faço um direito real para alguém que quer fazer um posto 
de gasolina, ela precisa usar o subsolo, então é excessão. 
*Mesma regra para a laje, só que para a parte de cima. 
ART. 1370: A concessão da superfície será gratuita ou onerosa; se 
onerosa, estipularão as partes se o pagamento será feito de uma 
só vez, ou parceladamente. 
 Posso fazer essa garantia parcelada, ou de uma vez. 
ART. 1371: O superficiário responderá pelos encargos e tributos que 
incidirem sobre o imóvel. 
ART. 1372: O direito de superfície pode transferir-se a terceiros, e 
por morte do superficiário, aos herdeiros. 
Parágrafo único: Não pode estipular, exigir nenhum valor e a 
nenhum título o valor da transferência do direito de superfície, 
porque esse direito é do superficiário, e se ele vender, o dinheiro 
será somente dele. 
ART. 1373: Em caso de alienação do imóvel ou do direito de 
superfície, o superficiário ou o proprietário tem direito de 
preferência, em igualdade de condições. PREEMPÇÃO. 
ART. 1374: Antes do termo final, resolver-se-á a concessão se o 
superficiário der ao terreno destinação diversa daquela para que foi 
concedida. 
EXCEÇÃO- Se tem registro precisa respeitar até o final o prazo para 
findar o contrato de garantia, MAS tem uma exceção, se o 
superficiário modificar a destinação a qual foi dada no início do 
contrato. 
ART. 1375: Depois de extinta essa concessão, o proprietáriopassará 
a ter propriedade plena sobre o terreno, as construções e etc, 
independentemente de indenização, salvo se as partes não 
houverem estipulado em contrário. 
- Se eu NÃO colocar no contrato a obrigação de indenizar, quando 
acabar a concessão o proprietário será dono de tudo que é 
construído. 
SÓ INDENIZO SE ESTIVER PREVISTO EM CONTRATO. 
ART. 1376: No caso de extinção do direito de superfície em 
consequência de desapropriação, a indenização cabe ao proprietário 
e ao superficiário, no valor correspondente ao direito real de cada 
um. Se houver desapropriação, os dois possuem direito a 
indenização. 
ART. 1377: Posso ter direito de superfície para pessoas jurídicas, 
que será regulado pelo direito civil, tudo aquilo que não for 
registrado em lei especial. 
 
Servidões Prediais 
 A servidão eu tenho uma relação entre dois prédios e o 
uso entre eles, MAS não falo de passagem forçada, 
porque aqui eu tenho saída para a rua, mas se eu 
passar pelo prédio do vizinho é de mais fácil acesso. 
 Para o direito civil, prédio é construção, não é 
necessariamente um condomínio edilício. 
Ex: pousada, que tem o mar do lado oposto, junto com uma casa, 
então passando pela casa o acesso é bem mais rápido e dura 5 
minutos apenas, o que se não fosse essa passagem os hóspedes 
demorariam 20 minutos. No terreno do meu vizinho não tem nada 
construído do lado e nem do meu então consigo abrir uma 
servidão de passagem e eu faço um acordo com esse vizinho. 
 Normalmente onde passa antena de celular, em cima, 
porém embaixo aquele espaço é terreno de alguém, e 
pode servir de servidão. 
CONCEITO: É o desmembramento da propriedade, imposto a um 
certo imóvel em benefício do outro, permitindo ao titular do 
segundo o uso de alguns de seus direitos para certo fim, tolerado 
pelo titular primeiro (EU PRECISO DE AUTORIZAÇÃO, NA PASSAGEM 
FORÇADA NÃO). 
OBJETIVO: Função econômica, melhor utilidade. 
ESTRUTURA: 
Sujeitos- dominante (quem quer usar o terreno para passar) e o 
serviente (quem autoriza a passagem). 
Objeto- Prédio urbano e rural- precisa ser vizinho necessariamente, 
não precisa ser grudado na casa, por exemplo, apenas próximo. 
Forma: Registro público. 
 
CARACTERISTICAS 
Direito imobiliário, inalienável, indivisível, permanente, acessório 
1. Direito real imobiliário- um prédio que em direito real 
sobre outro prédio. 
2. Direito acessório- Preciso ter proprietários distintos, por 
mais que seja dois imóveis, haverá confusão. Pressupõe a 
existência de uma propriedade. 
3. Direito inalienável- A servidão NÃO pode ser alienável e 
nem transferida, nem por inter vivos nem por causa 
mortis. É uma relação entre prédios e não entre pessoas, 
e toda vez que eu tenho um direito que restringe 
alguém eu não posso alienar. 
4. Direito indivisível- NÃO pode ser dividida sob pena de 
desnaturar. Posso mudar o lugar de servidão mas não 
posso pedir autorização para passar por outros lugares 
diferentes do contrato. 
5. Direito permanente- a duração é indeterminada. Claro 
que podem condicionar o prazo sem nenhum problema. 
Ex: eu tenho um acesso que consegue passar, porém eu preciso de 
reforma, obra e demora, então quero uma servidão de 1 ano 
apenas, se não tem prazo, é indeterminado. 
6. Prédios vizinhos, mas não necessariamente grudados. 
7. Proprietário diferentes 
8. Direito impessoal: Está unida à coisa e não à pessoa. 
ART. 1378-1389 
Art. 1.378. A servidão proporciona utilidade para o prédio 
dominante, e grava o prédio serviente, que pertence a diversos 
dono, e constitui-se mediante declaração expressa dos proprietários, 
ou por testamento, e subsequente registro no Cartório de Registro 
de Imóveis. 
USUCAPIÃO: Art. 1.379. O exercício incontestado e contínuo de uma 
servidão aparente, por dez anos, nos termos do art. 1.242, 
autoriza o interessado a registrá-la em seu nome no Registro de 
Imóveis, valendo-lhe como título a sentença que julgar consumado 
a usucapião. 
Parágrafo único. Se o possuidor não tiver título, o prazo da 
usucapião será de vinte anos. 
Art. 1.381. As obras a que se refere o artigo antecedente devem 
ser feitas pelo dono do prédio dominante, se o contrário não 
dispuser expressamente o título. 
Art. 1.383. O dono do prédio serviente não poderá embaraçar de 
modo algum o exercício legítimo da servidão. 
 
Art. 1.384. A servidão pode ser removida, de um local para outro, 
pelo dono do prédio serviente e à sua custa, se em nada diminuir 
as vantagens do prédio dominante, ou pelo dono deste e à sua 
custa, se houver considerável incremento da utilidade e não 
prejudicar o prédio serviente. 
HIPOTECA: Art. 1.387. Salvo nas desapropriações, a servidão, uma 
vez registrada, só se extingue, com respeito a terceiros, quando 
cancelada. 
Parágrafo único. Se o prédio dominante estiver hipotecado, e a 
servidão se mencionar no título hipotecário, será também preciso, 
para a cancelar, o consentimento do credor. 
 
EXTINÇÃO DA SERVIDÃO 
 O dono do prédio serviente tem direito pelos meios 
judiciais ao cancelamento do registro de servidão, embora 
o dono do prédio dominante lhe impugne: 
1. Quando o titular renunciar a sua servidão 
2. Quando cessar para o prédio dominante, a utilidade ou a 
comodidade que instaurou a servidão. 
3. Quando o dono do prédio serviente resgatar a servidão. 
 Também poderá se extinguir ficando o dono do prédio 
serviente a faculdade de cancelar, mediante prova de 
extinção: 
I - pela reunião dos dois prédios no domínio da mesma 
pessoa; 
II - pela supressão das respectivas obras por efeito de 
contrato, ou de outro título expresso; 
III - pelo não uso, durante dez anos contínuos. 
Usufruto, uso e direito real de 
habitação 
 Todas essas propriedades possuem caráter 
assistencial, sempre estou auxiliando, tanto o 
próprio proprietário quanto o outro. 
USUFRUTO 
 
 USUFRUTUÁRIO 
ASPECTOS GERAIS: 
 Tenho um usufruto que é automático, não preciso 
de averbação da matrícula. 
Ex: dos pais para com os bens dos filhos menores de idade. 
Eles podem administrar o bem e ainda morar nele, alugar, 
pegar os frutos e rendimentos etc. 
 O usufruto é direito sobre coisa alheia. 
 Eu usufrutuário tenho direito sobre o bem do 
outro. 
 Tem direito de usar, gozar, reivindicar 
 Ele NÃO pode alienar, vender, dispor porque ele 
não é o proprietário, mas fora isso ele exerce 
todos os direitos de propriedade. Posso inclusive 
não utilizar ele. 
 Eu posso alugar o apartamento e receber o 
aluguel, por exemplo. 
 Cabe direito de reinvindicação, inclusive sobre o 
próprio dono- ação possessória. 
 O dono do imóvel é chamado de nu 
proprietário, porque ele está despido de todos 
os direitos da propriedade, exceto o de dispor, foi 
apenas o que sobrou. 
Conceito: Direito real conferido a alguém que, durante 
determinado tempo, retire da coisa alheia os frutos e 
utilidades que ela produz, sem alterar-lhe a substância. É o 
mais amplo dos direitos reais sobre coisa alheia. 
 Ele é temporário, até o mesmo o vitalício, porque 
ele não é eterno, uma hora acaba. 
Elemento subjetivo: Caráter assistencial 
 
 
 
Estrutura 
Elemento subjetivo: usufrutuário e o nu proprietário plena 
ou resolúvel, mesmo que eu tenho propriedade resolúvel 
cabe usufruto. Nesse tempo que o proprietário, comprador 
fica com o imóvel, mesmo sendo temporário, eu posso 
colocar usufruto para outra pessoa usar. E quando a 
propriedade não for mais dele, extingue-se o usufruto. 
Elemento objetivo: Bens móveis e imóveis, fungíveis e 
infungíveis, abrangendo os bens acessórios. Ex: carro, casa 
Elemento formal: Decorre da lei (usufruto dos pais em 
relação aos filhos), do contrato (averba na matrícula por 
exemplo), de decisão judicial (pensão alimentícia entre 
cônjuges, ex: mulher de 60 anos nunca tinha trabalhado e o 
marido não tinha condição de pagar nenhum alimento, e o 
juiz gravou de usufruto um dos imóveis domarido e a 
mulher recebia os aluguéis), e por testamento. 
O que é uma propriedade resolúvel? 
Extinção, a propriedade resolúvel é aquela que eu tenho, 
mas ela vai se extinguir, ela tem termo para se extinguir 
Ex: contrato de compra e venda, na cláusula de retrovenda, 
que diz que em certo tempo, com o pagamento do valor 
do imóvel corrigido e eu solicitar a venda para o 
comprador, ele é obrigado a me vender, ou no caso de 
substituição testamentária, que eu coloco que deixo para 
uma pessoa, mas não quero que o cônjuge dela tenha 
acesso, nem os filhos, então eu coloco uma substituição 
para quando ele morrer passar para outra pessoa, a 
propriedade do herdeiro logo se extinguirá, com sua 
ausência. 
O nu proprietário pode vender a outro proprietário, 
mesmo a propriedade gravada de usufruto? 
Pode, e o novo proprietário PRECISA respeitar o usufruto. 
Muito diferente do contrato com cláusula de retrovenda, 
que se eu passar para outra pessoa, sem essa cláusula ela 
não se mantém. 
 No usufruto eu averbo na matrícula do 
imóvel por exemplo, eu registro e ele fica 
valendo para os futuros proprietários etc. 
Quando eu faço esse agravamento na matrícula, 
esse usufruto irá perdurará até o tempo 
determinado dele, não importando se mudou de 
dono. 
 
 
 
 
NU 
PROPRIETÁRIO 
Características: 
a) Direito temporário: Pessoa natural: máximo 
vitalício/ Pessoa jurídica: 30 anos. 
b) Direito personalíssimo: Para certa pessoa, 
DETERMINADA. 
c) Direito inalienável: não pode ser transferido, 
nem por intervivos, nem por causas mortis. O 
usufrutuário só pode ceder seu direito de usufruto 
por contrato. Ex: eu posso ceder meu imóvel, que 
eu sou usufrutuária para minha amiga morar, eu 
não preciso morar ali e está parado. Eu NÃO 
posso transferir meu usufruto só por exemplo, 
transferir um exercício do meu direito. 
d) Direito divisível: Pode ser dividido entre vários 
usufrutuários (art. 1390) 
Art. 1390-1411 
Art. 1.391. O usufruto de imóveis, quando não resulte de 
usucapião, constituir-se-á mediante registro no Cartório de 
Registro de Imóveis. 
Art. 1392- parágrafo 1°: Se, entre os acessórios e os 
acrescidos, houver coisas consumíveis, terá o usufrutuário 
o dever de restituir, findo o usufruto, as que ainda houver 
e, das outras, o equivalente em gênero, qualidade e 
quantidade, ou, não sendo possível, o seu valor, estimado 
ao tempo da restituição. 
Art. 1.393. Não se pode transferir o usufruto por 
alienação; mas o seu exercício pode ceder-se por título 
gratuito ou oneroso. 
Art. 1.396. Salvo direito adquirido por outrem, o 
usufrutuário faz seus os frutos naturais, pendentes ao 
começar o usufruto, sem encargo de pagar as despesas de 
produção. Mas cessando o usufruto, os frutos pendentes, 
pertencem ao nu proprietário. 
ART. 1397: Se dos gados, as crias, tiverem um filhote, o 
filhote será do usufrutuário. 
 Temos que pensar sempre que temos que 
devolver o imóvel do jeito que ele estava, o filhote 
não estava antes de me dar o imóvel, então ele é 
do usufrutuário. 
REGRA GERAL: Aquilo que eu recebi, eu preciso devolver, 
os que surgiu durante o período de usufruto, é do 
usufrutuário. PORÉM DA MESMA FORMA QUE ME 
ENTREGARAM, EU PRECISO DEVOLVER. 
- Eu não preciso reformar o bem, eu preciso apenas cuidar 
dele e manter ele até a entrega. 
 Eu posso NÃO usar o bem, mas ele tem limite. Às 
vezes o usufrutuário não vai nem cuidar do imóvel, 
não tem uso NENHUM, poderá ser uma hipótese 
de extinção, porque perde o propósito da 
assistência. 
 Poderá haver exigência de caução para 
administrar o usufruto que deverá ser pago 
pelo usufrutuário. 
 Art. 1.400. O usufrutuário, antes de assumir o 
usufruto, inventariará, à sua custa, os bens que receber, 
determinando o estado em que se acham, e dará caução, 
fidejussória ou real, se lhe exigir o dono, de velar-lhes pela 
conservação, e entregá-los findo o usufruto. 
 Art. 1.401. O usufrutuário que não quiser ou não 
puder dar caução suficiente perderá o direito de 
administrar o usufruto; e, neste caso, os bens serão 
administrados pelo proprietário, que ficará obrigado, 
mediante caução, a entregar ao usufrutuário o rendimento 
deles, deduzidas as despesas de administração, entre as 
quais se incluirá a quantia fixada pelo juiz como 
remuneração do administrador. 
 
Quais são os deveres do usufrutuário? 
Art. 1.403 Incumbem ao usufrutuário: 
I - As despesas ordinárias de conservação dos 
bens no estado em que os recebeu; 
II - As prestações e os tributos devidos pela posse ou 
rendimento da coisa usufruída. 
- As reparações extraordinárias que não forem de custo 
módico da propriedade, serão pagas pelo nu proprietário e 
aquelas que aumentem o rendimento da propriedade, o 
usufrutuário deverá ajudar com os juros despendidos as 
reformas necessárias. 
Art. 1.408. Se um edifício sujeito a usufruto for destruído 
sem culpa do proprietário, não será este obrigado a 
reconstruí-lo, nem o usufruto se restabelecerá, se o 
proprietário reconstruir à sua custa o prédio; mas se a 
indenização do seguro for aplicada à reconstrução do 
prédio, restabelecer-se-á o usufruto. 
 
Como se extingue o usufruto? 
Se extingue cancelando o registro no cartório de imóveis, 
somente pelos motivos abaixo: 
1. Pela renúncia ou morte do usufrutuário 
2. Pelo termo de sua duração 
3. Pela extinção de pessoa jurídica, ou se ela 
perdurar, pelo decurso de 30 anos do usufruto. 
4. Pela cessação do motivo de que se origina 
5. Pela destruição da coisa, ressalvados os casos em 
que houver seguro e a coisa for restituída. 
6. Pela consolidação. 
7. Por culpa do usufrutuário, se este alienar, 
deteriorar, arruinar bens, não conservar, ou 
quando for em razão de títulos de crédito, quando 
este não der as importâncias recebidas. 
8. Pelo não uso, ou não fruição, da coisa que o 
usufruto recai. 
USO 
 
 USUÁRIO 
 
 PROPRIETÁRIO 
Conceito: Direito real que, a título gratuito ou oneroso, 
autoriza uma pessoa a retirar, temporariamente, de coisa 
alheia, todas as utilidades para atender as suas próprias 
necessidades e da sua família. 
 Ele é um instituto aberto, porque ele fala em 
suprir necessidades, e cada um tem a sua. 
 Ele tem as mesmas características que o usufruto, 
porém mais restrita. Tenho o direito sobre o 
imóvel de alguém, mas apenas para USAR. 
 Tanto a doutrina como jurisprudência, entendem 
que a família integra os pais, os filhos, o cônjuge e 
inclusive empregado doméstico. 
 Temos frutos civis inclusive, que decorre de um 
contrato ou da lei, ex: aluguel, juros. E de repente 
eu posso gravar de uso para que essa pessoa se 
mantenha com esse valor. 
Objetivo: Caráter assistencial 
Estrutura: 
Elemento subjetivo: usuário e proprietário (não é mais nu 
proprietário), propriedade pleno ou resolúvel. 
Elemento objetivo: bens móveis e imóveis, fungíveis ou 
infungíveis, abrangendo os bens acessórios. 
Elemento formal: decorre da lei, contrato, testamento, 
mesmo do usufruto 
Ex: eu estou usando uma casa, e tem frutos na árvore 
naquela casa, eu NÃO posso doar, nem vender, posso 
apenas usar. 
Se eu estivesse como usufruto na casa, eu podia vender, 
doar, comer etc. 
 
Características 
A) Temporário: dura pelo prazo do contrato ou 
enquanto houver necessidade pessoal ou familiar. 
Ele pode ficar até ele se reestabelecer, por 
exemplo, se reestabelecendo eu tenho motivo 
para extinguir. 
B) Direito personalíssimo: do usuário e EXTENSIVO 
para a família. 
C) Direito inalienável: NÃO pode ser transferido 
D) Direito indivisível: Apenas pode dividir o uso no 
tempo entre várias pessoas, com horário certo 
para cada uma. NÃO é divisível, eu só posso 
colocar pessoas com horários diferentes, por 
exemplo, estipulo que na segunda, ele pode ir 
retirar os frutos da minha casa, e na terça eu deixooutra amiga ir até lá. São duas pessoas, mas elas 
não dividem. 
-Art. 1412 e 1413 
 
HABITAÇÃO 
 
Não posso pegar os frutos, não posso vender. 
Apenas residir. 
 Não pode colher os frutos, não pode alienar, nem 
nada. 
 Posso fazer um contrato de aluguel, um comodato 
ou então um direito real de habitação, o direito de 
habitação é mais parecido com o comodato. 
 No direito de habitação diferente do contrato, ele 
fica gravado na matrícula, então todo proprietário 
precisa respeitar. 
Conceito: Direito real temporário de usar gratuitamente 
coisa alheia, para moradia própria e da família. É o mais 
restrito dos direitos de fruição. Também se aplica as regras 
do usufruto. 
Objetivo: Caráter assistencial 
 
 
 
Colhe os frutos 
para sua ele e sua 
família 
 
 
Características 
a) Apenas para residir 
b) Direito temporário: durante a vigência do contrato 
ou enquanto viver o habitante. 
c) Gratuito: Não posso cobrar da pessoa pelo direito 
real de habitação, ela mora gratuitamente. 
d) Direito inalienável: Não pode ser transferida por 
ato intervivos ou causa mortis. 
e) Indivisível: o imóvel fica gravado na sua integridade 
f) APENAS bem imóvel. 
 
Direito de habitação do Cônjuge sobrevivente 
Art. 1831: Está no direito de família. Temos um direito 
de habitação que NÃO precisa de registro, porque 
a lei já determina. Isso ocorre no direito real 
de habitação do cônjuge ou companheiro 
sobrevivente. 
Ex: Meu pai se casou, e se divorciou de minha mãe, e se 
casou novamente com uma moça com o regime da 
separação de bens, mas meu pai morreu depois de um 
tempo. Essa moça tem direito real de habitação, ela ficará 
nesse imóvel morando gratuitamente. NÃO se extingue. 
 EM QUALQUER REGIME DE BENS, e não 
tem prejuízo do que receberá de herança, como 
meeiro ou herdeiro o cônjuge receberá SEM 
desconto algum. 
 Aquele imóvel que resida a família, o cônjuge terá 
direito de habitação mesmo que seja o único 
imóvel do de cujus. 
EXCESSÃO: Se o cônjuge sobrevivente não conseguir 
manter, ele poderá alugar e morar em outro lugar. 
 Se esse cônjuge arrumar um namorado, ela poderá 
morar com o cônjuge. Se o cônjuge morrer, 
CESSA o direito de habitação, inclusive em 
relação aos herdeiros, os filhos do herdeiro 
sairão daquela casa, porque cessou o 
direito de habitação. 
 Esse imóvel precisa ser EXCLUSIVO do falecido 
para ocorrer essa hipótese do cônjuge de 
habitação. 
João e maria tem um imóvel, Maria falece e deixa a casa, 
com 2 filhos, o imóvel será 50% dos filhos e 50% do João. 
João casa com Rute, e ela passa a morar na casa. 
Rute tem direito de habitação? 
Não, porque o imóvel não é exclusivo do João, tem parte 
dos filhos. 
 
Art. 1414-1416 
Art. 1.414. Quando o uso consistir no direito de habitar 
gratuitamente casa alheia, o titular deste direito não a pode 
alugar, nem emprestar, mas simplesmente ocupá-la com sua 
família.

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