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Estudos Disciplinares (ED) - Direito das Coisas/Direitos Reais - 8º semestre (UNIP)

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DIREITOS REAIS – ESTUDOS DISCIPLINARES – 8º SEMESTRE/UNIP
MÓDULO 1
1) Considere as proposições seguintes e assinale a alternativa correta:
I. O direito protege a posse, situação de fato, porque presumivelmente o possuído é também o proprietário.
II. O possuidor atribui ao bem uma finalidade social, o que é de interesse público.
III. Em larga escala, a não utilização dos bens é prejudicial a toda a sociedade.
IV. O possuidor não tem ação contra o proprietário do bem.
São corretas somente as proposições:
a) I e IV
b) II e III
c) I, II e III
d) I, III e IV
e) II e IV
JUSTIFICATIVA: A alternativa correta é a letra C, portanto, observa-se que a proposição IV é a única incorreta da questão. Encontra-se errônea, visto que o possuidor é aquele que atua em relação à coisa como se fosse proprietário, pois exerce algum dos poderes inerentes ao domínio. A posse é, então, exteriorização da propriedade, nos termos do art. 1.196 do CC/2002. Então, se alguém adquire prédio de outrem, que não seu dono, e nele se instala, tem assegurada a posse, até o que o verdadeiro proprietário, através das vias judiciais, demonstre o seu melhor direito.
2) Possuidor é aquele que atua em relação à coisa como se fosse proprietário, pois exerce algum dos poderes inerentes ao domínio. A posse é, então, exteriorização da propriedade.
Desse modo, é certo afirmar que:
a) A posse depende sempre da apreensão material da coisa.
b) A posse é sinônimo de detenção.
c) Apenas o proprietário é possuidor.
d) A posse é direito real, para os doutrinadores em unanimidade.
e) É possível que o possuidor indireto proteja a sua posse.
JUSTIFICATIVA: Considerando o conceito de posse e suas peculiaridades é possível concluir que ela não é somente a detenção da coisa, pois mesmo sem a detenção, a posse pode existir. Ademais, a posse é meio de defesa da propriedade, tendo como agente o possuidor, ou seja, aquele responsável por atuar em relação à coisa como se proprietário fosse. No âmbito do direito brasileiro, há divergência doutrinária no que diz respeito à natureza jurídica da posse, há os que defendam que se trata de direito real, enquanto existem aqueles que enfatizam que não é direito, mas tão somente estado de fato, que a lei protege à propriedade, de que ela é a manifestação exterior. Sendo assim, diante de tais ponderações e após a análise das alternativas, a letra E é a mais razoável dentro do que estabelece o ordenamento jurídico brasileiro.
3) Analise as proposições que seguem e assinale a alternativa correta:
O constituto possessório ocorre quando o alienante de certo bem em vez de entregá-lo ao adquirente, conserva-o, com anuência deste, em seu poder, por outro título, como o de locatário, depositário ou comodatário. O alienante perde a posse indireta da coisa, pois afasta o “animus” e conserva a coisa em nome de novo proprietário.
PORQUE
Não há posse sem o elemento material, sem o corpus, em hipótese alguma.
Pode-se afirmar que:
a) As duas proposições são corretas e a segunda justifica a primeira.
b) As duas proposições são corretas, mas a segunda não justifica a primeira.
c) Apenas a primeira proposição é correta.
d) Apenas a segunda proposição é correta.
e) As duas proposições são falsas.
JUSTIFICATIVA: A perda da posse pode ocorrer pela falta do elemento material, o “corpus”, ou pela perda do animus (segundo a teoria de Ihering), ou ainda pela perda de ambos. No constituto possessório, o alienante perde a posse indireta da coisa, pois afasta o “animus” e conserva a coisa em nome do novo proprietário.
4) A posse pode ser adquirida:
a) Pela pessoa que a pretende, ou seu representante, ou por terceiro sem mandato, dependendo de ratificação.
b) Somente pela pessoa que a pretende.
c) Pela pessoa que a pretende ou por representante, desde que este tenha procuração.
d) Apenas pela pessoa que a pretende ou por seu representante legal.
e) Por qualquer pessoa, desde que haja mandato.
JUSTIFICATIVA: A aquisição da posse pode decorrer de ato de vontade ou da lei. Apenas a pessoa, física ou jurídica, por ter personalidade civil, que é a capacidade de ser titular de direitos e obrigações na ordem civil, pode adquirir a posse. De acordo com o art. 1.205 do Código Civil, a posse pode ser adquirida pela pessoa que a pretende, ou seu representante, ou por terceiro sem mandato, dependendo de ratificação. Portanto, a alternativa correta é a letra A.
5) Assinale as afirmativas abaixo e assinale a alternativa correta:
I. Direito real é o direito que se prende à coisa, prevalecendo sobre todos, independendo da colaboração de outrem para o seu exercício e conferindo ao seu titular a possibilidade de buscar a coisa onde quer que se encontre, e sobre ela exercer o seu direito.
II. Direito real é a relação entre pessoa e coisa: seu exercício não depende de colaboração de terceiros.
III. O direito pessoal somente pode ser usufruído com a colaboração forçada ou espontânea do devedor.
a) Somente I e II são corretas
b) Somente I e III são corretas
c) Somente II e III são corretas
d) Todas são corretas
e) Todas são incorretas
JUSTIFICATIVA: No dizer de Silvio Rodrigues, são os direitos que se prende à coisa, prevalecendo com a exclusão de concorrência de quem quer que seja, independendo para o seu exercício da colaboração de outrem e conferindo ao seu titular a possibilidade de ir buscar a coisa onde quer que ela se encontre, para sobre ela exercer o seu direito.
6) Assinale a alternativa correta:
a) O direito real vale erga omnes, pois representa prerrogativa do seu titular, que deverá ser respeitada por todos.
b) O direito real tem como único exemplo o direito de propriedade.
c) A posse é uma das espécies do rol de direitos reais no Código Civil.
d) O direito real sobre imóvel não depende de registro, pois gera ao seu titular a prerrogativa da sequela.
e) A posse a propriedade são direitos reais que recaem sobre coisas imóveis.
JUSTIFICATIVA: Quando se fala em direitos reais, podemos observar que a eficácia do direito exercido é em face de todos, ou seja, erga omnes. Logo, é um direito absoluto, e independe da intermediação de outrem, razão pela qual a alternativa correta é a letra A. Com relação às demais alternativas, encontram-se incorretas, pois: na letra B, a propriedade não é o único exemplo de direito real, conforme preceitua o art. 1.225 do CC/2002, no qual enumera, além da propriedade, o penhor, a hipoteca, a anticrese etc.; na letra C, a posse não é direito real, mas tão somente a exteriorização da propriedade; na letra D, os direitos reais sobre imóveis só se constituem com a inscrição no Registro Imobiliário dos títulos respectivos, nos termos do art. 1.227 do CC/2002; e por fim, na letra E, como dito anteriormente, a posse não é direito real.
7) Examine as proposições que seguem e assinale a alternativa correta:
Para a constituição de direitos reais sobre imóveis é necessária a inscrição no Registro Imobiliário
PORQUE
A sociedade precisa tomar conhecimento da existência do direito real, o que é possível pelo registro, que confere ao ato a devida publicidade.
a) As duas proposições são corretas e a segunda justifica a primeira.
b) As duas proposições são corretas, mas a segunda não justifica a primeira.
c) Apenas a primeira proposição é correta.
d) Apenas a segunda proposição é correta.
JUSTIFICATIVA: Conforme se depreende do art. 1.227 do CC/2002, os direitos reais sobre imóveis constituídos, ou transmitidos por atos entre vivos, só se adquirem com o registro no Cartório de Registro de Imóveis dos respectivos títulos. De fato, infere-se do referido dispositivo, que os negócios jurídicos firmados entre as partes não são suficientes para a transferência da propriedade imóvel, sendo indispensável, portanto, o cumprimento da formalidade registral, nos termos da Lei 6.015/73. Sob essa ótica, faz-se necessária a publicidade, uma vez que cientificará qualquer interessado da existência do direito real em questão, não podendo ele alegar ignorância ou desconhecimento do caso.
8) Quanto à proteção da posse, assinale a alternativa incorreta:
a) Admite o desforçodireto.
b) Contra a ameaça é cabível o interdito proibitório.
c) Em caso de esbulho, deve ser proposta a ação de manutenção de posse.
d) Para a turbação deve ser ajuizada a ação de manutenção de posse.
e) As ações possessórias têm caráter dúplice.
JUSTIFICATIVA: O ordenamento jurídico prevê uma série de medidas protetivas à disposição do possuidor, sempre que for verificada a ocorrência de lesão ao exercício regular da posse. Com efeito, tratando-se de um fato que produz interesse social, cabe ao direito protegê-la adequadamente, seja na hipótese de esbulho ou turbação ou, ainda, quando ocorrer simples ameaça. Dentre as medidas protetivas da posse, é admitido o chamado desforço direto ou imediato, previsto no art. 1.210, §1º do CC/2002, o qual diz que: “o possuidor turbado, ou esbulhado, poderá manter-se ou resistir-se por sua própria força, contanto que o faça logo; os atos de defesa, ou de desforço, não podem ir além do indispensável à manutenção, ou restituição da posse”. Outra medida protetiva é o interdito proibitório, que diz respeito a uma defesa preventiva da posse, em caso de ameaça. Importante citar que nos casos de esbulho ou turbação, as ações correspondentes são, respectivamente, ação de reintegração de posse e ação de manutenção da posse. Logo, após análise das alternativas expostas na questão, a alternativa incorreta é a letra C, pois a ação que deverá ser proposta é a ação de reintegração da posse.
9) Analise as proposições abaixo e assinale a alternativa correta:
A maioria das espécies de direitos reais refere-se a direitos reais que recaem sobre coisa própria, coisa do próprio titular
PORQUE
É raro que os direitos reais recaiam sobre coisa alheia, evidenciando um desmembramento da propriedade.
Pode-se afirmar que:
a) As duas proposições são corretas e a segunda justifica a primeira.
b) As duas proposições são corretas, mas a segunda não justifica a primeira.
c) Apenas a primeira proposição é correta.
d) As duas proposições são falsas.
JUSTIFICATIVA: Todos os direitos reais arrolados no art. 1.225 do CC/2002, com exceção do direito real de propriedade, recaem sobre coisa alheia, evidenciando um desmembramento da propriedade. Assim, o direito do usufrutuário recai sobre coisa do nu-proprietário; o direito do credor hipotecário recai sobre coisa do devedor; o direito do superficiário recai sobre bem do senhorio; etc.
10) Examine as afirmativas a seguir e assinale a alternativa correta:
I. A idade da posse não é relevante no Direito Brasileiro.
II. O legislador faz distinção entre posse nova e posse velha porque o período de ano e dia é necessário para consolidar a situação de fato, tornando o possuidor o real proprietário.
III. O período de ano e dia é irrelevante para purgar a posse dos defeitos de violência e clandestinidade.
Pode-se afirmar que:
a) Somente I e II são verdadeiras
b) Somente II e III são verdadeiras
c) Somente I e III são verdadeiras
d) Todas são verdadeiras
e) Todas são falsas
JUSTIFICATIVA: Todas as afirmativas apresentadas estão falsas. A idade da posse é importantíssima para o ordenamento jurídico brasileiro, uma vez o legislador faz a distinção entre posse nova e posse velha, visto que o período de ano e dia é necessário para consolidar a situação de fato, purgando a posse dos defeitos de violência e clandestinidade. E ainda: se a posse tiver ano e dia, o possuidor será nela mantido, até que seja provada a falta de sua legitimidade.
11) Não se pode caracterizar a posse como:
a) Exteriorização do domínio
b) Um dos meios para o alcance do direito real de propriedade
c) Exercício pleno dos direitos inerentes ao domínio
d) Publicidade que se confere a um direito real
e) Exercício do direito de propriedade
JUSTIFICATIVA: Quando se fala em exercício pleno dos direitos inerentes ao domínio, está relacionado com a propriedade e não com a posse. Os direitos elementares da propriedade reúnem-se no proprietário. Aqui, o titular tem todas as prerrogativas que envolvem tal direito: uso, gozo, disposição da coisa de forma absoluta, exclusiva e perpétua, e direito de reivindicá-la de quem quer que injustamente a detenha.
12) Tradição é modo derivado de apossamento da coisa, significando entrega.
É correto afirmar, quanto a tradição:
a) Somente pode ser efetiva ou material, como no caso de o alienante transferir ao alienatário o “animus” e o “corpus”. Ex.: o vendedor entrega ao comprador o objeto móvel vendido.
b) A traditio longa manu ocorre quando o transmitente da posse mostra ao adquirente a coisa, apontando a área do imóvel e seus limites, por exemplo, indicando a coisa, suas pertenças e extensão. O objeto é mostrado ao adquirente e colocado à sua disposição.
c) A tradição simbólica ou ficta decorre de atitudes, gestos que mostram a intenção de transferir a posse, mas não é aceita no direito brasileiro.
d) O constituto possessório e a traditio brevi manu são exemplos de tradições de coisas não corpóreas.
e) O constituto possessório ocorre quando alguém aliena bem de sua propriedade e imediatamente entrega a posse direta deste bem ao adquirente.
JUSTIFICATIVA: A traditio longa manu se dá pela simples transferência da coisa ao adquirente, como numa grande extensão de terras, onde seja impossível sua verificação total icto oculi, bastando a exibição da coisa.
MÓDULO 2
1) A pessoa que detém coisa por ordem de outrem não pode colher efeitos jurídicos desta mera detenção. É o caso por exemplo da bibliotecária em relação aos livros, ou do motorista em relação ao veículo automotor. Pode-se afirmar, então, que:
a) O detentor tem direito aos frutos da coisa.
b) O detentor pode mover interditos possessórios.
c) O possuidor de má-fé se equipara ao detentor, pois a sua posse não gera efeitos jurídicos.
d) O possuidor de boa-fé e o detentor têm direitos iguais quanto aos efeitos da posse.
e) A detenção não gera efeitos jurídicos.
JUSTIFICATIVA: A alternativa correta é a letra E, pois, de fato, a detenção não gera efeitos jurídicos, uma vez que o detentor é aquele que possui relação com a coisa em nome do dono ou do verdadeiro possuidor. Então, o detentor é aquele que, em virtude de sua situação de dependência econômica ou de um vínculo de subordinação em relação a uma outra pessoa (possuidor direto), exerce sobre o bem, não uma posse própria, mas a posse desta última e em nome deste, em obediência a uma ordem ou instrução.
2) No direito de vizinhança, as obrigações vinculam o vizinho, que passa a ser o devedor da prestação de respeitar os direitos de outro vizinho, abstendo-se da prática de atos ou sujeitando-se à invasão de sua órbita dominial, só por ser dono de prédio confinante.
O direito de vizinhança:
a) Gera obrigações propter rem, que não se transmitem ao sucessor a título singular.
b) Gera dever que acompanha a coisa, vinculando quem se encontra na posição de dono ou possuidor (vizinho).
c) Sempre enseja a servidão predial.
d) Tem como fonte o contrato.
e) Decorre de atos ilícitos, abusivos ou lesivos.
JUSTIFICATIVA: O direito de vizinhança é o conjunto de limitações impostas pela lei às prerrogativas individuais, com o escopo de conciliar interesses de proprietários vizinhos, reduzindo poderes inerentes ao domínio, regulando a convivência. Para evitar conflitos entre vizinhos, pelo choque de interesses dos titulares de prédios confinantes, o legislador estabelece o direito de vizinhança. São regras que ordenam abstenção e às vezes invasão do domínio. Portanto, a alternativa correta da questão é a letra B.
3) A usucapião se fundamenta no propósito de consolidação da propriedade, pois o fato se converte em direito através dela. Então, com a usucapião se estimula a paz social e se diminui para o proprietário o ônus da prova de seu domínio.
Para provar o domínio, em rigor o titular deve provar a sua aquisição e a aquisição por parte de seus antecessores. Mas com a usucapião, prova-se a legitimidade do domínio com a prova do período suficiente da posse.
O possuidor que ocupa a terra para produzir, com a desídia do proprietário, pode usucapir – a propriedade deve ser usada conformeo interesse social, e não pode ser, portanto, abandonada.
Conforme a legislação atual, o menor prazo para que ocorra a usucapião de imóveis é de:
a) 15 anos.
b) 10 anos.
c) 5 anos.
d) 3 anos.
e) 2 anos.
JUSTIFICATIVA: O menor prazo é de 2 anos, nos termos do art. 1.240-A do CC/2002. Vejamos: “Aquele que exercer, por 2 (dois) anos ininterruptamente e sem oposição, posse direta, com exclusividade, sobre imóvel urbano de até 250m² (duzentos e cinquenta metros quadrados) cuja propriedade divida com ex-cônjuge ou ex-companheiro que abandonou o lar, utilizando-o para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio integral, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural”.
4) Analise as proposições abaixo e assinale a alternativa correta:
Possuidor de boa-fé não responde pela perda ou deterioração da coisa a que não der causa
PORQUE
O possuidor de boa-fé, certo de que a coisa é sua, cuida da coisa com o mesmo zelo que o proprietário cuidaria: o possuidor de boa-fé não é responsável pelas deteriorações, assim como não é pelos feitos nos seus próprios bens.
a) As duas proposições são corretas, e a segunda justifica a primeira.
b) As duas proposições são corretas, mas a segunda não justifica a primeira.
c) Somente a primeira proposição é correta.
d) Apenas a segunda proposição é correta.
JUSTIFICATIVA: Ambas as proposições estão corretas, e a segunda justifica a primeira, tendo em vista que o possuidor de boa-fé não responde pela perda ou deterioração da coisa a que der causa, nos termos o art. 1.217 do CC/2002. Quando o referido dispositivo diz “a que não der causa”, está a dizer que não se caracteriza a responsabilidade do possuidor, a menos que não tenha agido com dolo ou culpa grave.
5) Analise as afirmativas a seguir e assinale a alternativa correta:
I. O possuidor de boa-fé responde pela perda ou deterioração da coisa se agiu com dolo ou culpa grave.
II. Possuidor de má-fé responde pela perda ou deterioração da coisa em todos os casos, mesmo decorrente de fortuito ou de força maior.
III. O possuidor de má-fé se exime de responsabilidade por perda ou deterioração da coisa decorrente de caso fortuito ou força maior com a prova de que teriam ocorrido da mesma forma se a coisa estivesse em mãos do reivindicante.
a) Somente I e II são corretas.
b) Somente II e III são corretas.
c) Somente I e III são corretas.
d) Todas são corretas.
e) Todas são incorretas.
JUSTIFICATIVA: É possível que o bem se deteriore ou se perca enquanto estiver em posse de alguém que não tenha seu domínio. Esse dano, deterioração ou perda do bem, também é chamado de “sucesso negativo”, e tem seus efeitos regulados pelo Código Civil, nos artigos 1.217 e 1.218. Caso ocorra dano, deterioração ou perda do bem, o possuidor de boa-fé não será responsabilizado, a não ser que tenha agido com culpa. Já o possuidor de má-fé responderá por todos os danos e prejuízos causados enquanto possuía o bem danificado, deteriorado ou perdido, ainda que proveniente de caso fortuito ou força maior, salvo se provar que o dano ocorreria independentemente de sua posse.
6) Quanto aos efeitos da posse em relação às benfeitorias, assinale a alternativa incorreta:
a) Possuidor de boa-fé tem direito a indenização pelas benfeitorias necessárias e úteis, podendo levantar as voluptuárias que lhe não foram pagas e que admitirem remoção sem detrimento da coisa.
b) O possuidor de boa-fé pelo valor das benfeitorias necessárias e úteis poderá exercer o direito de retenção.
c) Direito de retenção é um dos meios diretos de defesa que a lei confere excepcionalmente ao titular de direito: consiste na prerrogativa, concedida pela lei ao credor, de conservar a coisa alheia além do momento em que a deveria restituir, em garantia de um crédito que tenha, decorrente de despesas feitas ou perdas sofridas em razão da coisa.
d) Possuidor de má-fé tem direito ao ressarcimento das benfeitorias necessárias, visto que estas teriam sido efetuadas estivesse a coisa nas mãos de qualquer pessoa, sob pena de deterioração ou destruição.
e) O possuidor de má-fé tem o direito de retenção para garantir o pagamento da indenização somente pelas benfeitorias necessárias, para que não ocorra o enriquecimento ilícito do dono do bem.
JUSTIFICATIVA: Ao possuidor de má-fé serão ressarcidas somente as benfeitorias necessárias, ou seja, não lhe assiste o direito de retenção pela importância destas, nem o de levantar as voluptuárias, segundo o que consta no art. 1.220 do CC/2002.
7) Examine as proposições abaixo e assinale a alternativa correta:
Prédio que se encontra em ruína e cuja ameaça de desabamento total ou parcial possa causar dano a seu confinante enseja ação para exigir a demolição ou reparação necessária, ou a caução que assegure a reparação dos prejuízos iminentes.
PORQUE
Prédio que se encontra em ruína e cuja ameaça de desabamento total ou parcial possa causar dano a seu confinante caracteriza mau uso da propriedade: ameaça de desabamento deriva da negligência do proprietário do prédio em ruínas, que o não reparou.
a) As duas proposições são corretas, e a segunda justifica a primeira.
b) As duas proposições são corretas, mas a segunda não justifica a primeira.
c) Somente a primeira proposição é correta.
d) Somente a segunda proposição é correta.
e) As duas proposições são incorretas.
JUSTIFICATIVA: Na preservação do direito ameaçado, cabe ação para exigir a demolição ou reparação necessária, ou a caução que assegure a reparação dos prejuízos iminentes, conforme dispõe o art. 1.280 do CC/2002.
8) Quanto ao domínio, assinale a alternativa incorreta:
a) Todo domínio é pleno, pois os direitos elementares da propriedade (usar, fruir, dispor e reivindicar) reúnem-se no proprietário.
b) O domínio é limitado quando, por exemplo, há ônus real na propriedade ou esta é resolúvel.
c) Caso esteja desmembrada a propriedade, alguns dos poderes elementares do domínio estarão nas mãos de outrem.
d) O domínio do nu-proprietário é limitado, assim como o domínio do proprietário do prédio serviente.
e) O credor hipotecário torna limitado o domínio do dono do objeto entregue em garantia hipotecária.
JUSTIFICATIVA: A alternativa incorreta é a letra A. Nem todo domínio é pleno, existe também o domínio limitado, que é quando há ônus real na propriedade ou esta é resolúvel. Aqui a propriedade está desmembrada, e alguns dos poderes elementares do domínio estão nas mãos de outrem. Como exemplo, pode-se citar o domínio do nu-proprietário.
9) Quando a propriedade é resolúvel, é correto afirmar que:
a) O domínio é pleno.
b) Trata-se de mera posse.
c) Trata-se de mera detenção.
d) A situação é ilícita, porque não pode ser resolúvel a propriedade.
e) É limitado o domínio, porque neste caso a propriedade da coisa está sujeita a condição resolutiva, restringindo-se a perpetuidade do domínio.
JUSTIFICATIVA: É limitada a propriedade resolúvel, que encontra no próprio título que a constitui uma razão de sua extinção. E a propriedade perece por conta da causa extintiva, e não por vontade do titular do domínio.
10) Aquele que exercer posse direta, com exclusividade, sobre imóvel cuja propriedade divida com ex-cônjuge ou ex-companheiro que abandonou o lar, utilizando-o para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio integral. Quanto a esta espécie de usucapião, não é correto afirmar que:
a) O direito de usucapião não será reconhecido ao mesmo possuidor mais de uma vez.
b) O imóvel pode ser urbano ou rural.
c) O imóvel deve ter até 250m² (duzentos e cinquenta metros quadrados).
d) O prazo de posse deve ser de 2 anos, ininterruptamente e sem oposição.
e) O possuidor não pode ser proprietário de outro imóvel urbano ou rural.
JUSTIFICATIVA: A espécie de usucapião tratada no enunciado é a usucapião urbana especial que encontra disposição no art. 1.240-A do CC/2002, o qual estabelece que ocorre a usucapião do imóvel familiar por ex-cônjuge ou ex-convivente, no prazo de dois anos, desde que o imóvel tenha até 250 m². Devendo, desse modo, o imóvel ser obrigatoriamente urbano, não se admitindo, nesse caso,o imóvel rural.
11) Quando o possuidor pretende usucapir um imóvel, o fato de morar e produzir no imóvel:
a) aumenta o prazo de posse necessário para a usucapião.
b) não altera o prazo de posse necessário para a usucapião.
c) diminui, em geral, o prazo de posse necessário para a usucapião.
d) torna desnecessário o procedimento judicial ou extrajudicial de usucapião.
e) inviabiliza a usucapião.
JUSTIFICATIVA: O Código Civil de 2002 dá especial importância ao fato de o prescribente morar e produzir no local. Nesses casos, o prazo de posse necessário para a usucapião é reduzido. O art. 1.238, parágrafo único, estabelece que o prazo de 15 anos se reduz para 10 se o possuidor houver estabelecido no imóvel sua moradia habitual, ou nele realizado obras ou serviços de caráter produtivo.
12) Os interditos possessórios são considerados os mais importantes efeitos da posse. Quanto às ações possessórias, é certo afirmar que:
a) Vence a causa aquele que demonstra ser o titular do domínio.
b) A reintegração de posse pode ser movida assim que se inicia a turbação da posse.
c) O esbulho enseja interdito proibitório.
d) A reintegração de posse pode ser movida independentemente de esbulho.
e) Pratica esbulho o comodatário que persiste na posse injusta do bem após o término do contrato de comodato.
JUSTIFICATIVA: Havendo contrato de comodato estipulando o prazo de término do contrato, se o comodatário não quiser devolver o bem, neste caso, caracteriza-se automaticamente o comodatário em mora, passando a praticar esbulho (posse ilegítima), podendo o comodante ingressar com ação de reintegração e posse.
MÓDULO 3
1) O proprietário tem o direito de cortar, até o plano vertical divisório, as raízes e ramos de árvores nascidas em prédios vizinhos, que ultrapassem a extrema de seu prédio.
Aquele que corta a árvore alheira, nas condições acima,
a) Jamais responde pelos danos que causar ao proprietário da árvore.
b) Atua abusivamente se for óbvia a sua imprudência ao proceder ao corte.
c) Tem responsabilidade civil objetiva, ou seja, responde independentemente de culpa pelos danos que causar ao dono da árvore.
d) Não se torna dono dos galhos e raízes da árvore, que cortou.
e) Somente responderá pelos danos ao proprietário da árvore se agir com dolo.
JUSTIFICATIVA: Nos termos do art. 1.283 do CC/2002, o proprietário tem o direito de cortar, até o plano vertical divisório, as raízes e ramos de árvores em prédios vizinhos, que ultrapassem a extrema de seu prédio. O referido dispositivo trata de um dos poucos casos de defesa direta de direitos. O dono do prédio invadido é dispensado de dar ciência ao seu confinante e a lei não leva em conta as consequências do seu procedimento. Seu procedimento só será abusivo se for óbvia a sua imprudência ao proceder àquele talho. Ex.: corta parcialmente a árvore sem avisar o vizinho e a árvore tomba causando prejuízo – ato abusivo, que só se justificaria após notificação desatendida pelo interessado (fora exceção, no entanto, o proprietário do prédio invadido não precisa avisar seu confinante).
2) A desapropriação é modo involuntário de perda do domínio, em que o proprietário tem obrigação de alienar ao expropriante um bem patrimonial.
Trata-se de:
a) Ato inconstitucional, porque o direito de propriedade é fundamental.
b) Ato unilateral, de direito público, do Poder Público, fundado em lei, através do qual o proprietário é obrigado a entregar o que lhe pertence, com prévia e justa indenização em dinheiro.
c) Procedimento que não depende de decreto desapropriatório.
d) Ato bilateral, porque o Poder Público depende de anuência do proprietário para alcançar o bom êxito.
e) Determinação que se dirige a coisas corpóreas, obrigatoriamente imóveis, e depende sempre de indenização justa e prévia em dinheiro.
JUSTIFICATIVA: A desapropriação é o ato pelo qual o Poder Público, mediante prévio procedimento e indenização justa, em razão de uma necessidade ou utilidade pública, ou ainda diante de interesse social, despoja alguém de sua propriedade e a toma para si. Logo, analisando as alternativas, a que mais se enquadra no conceito de desapropriação é a letra B.
3) Em relação aos modos de extinção do direito real sobre bem imóvel, é correto afirmar que a renúncia à sucessão aberta é:
a) Não solene.
b) Negócio jurídico bilateral.
c) Solene, devendo ser feita por termo nos autos ou por escritura pública.
d) Ato que não depende de registro público.
e) Sinônimo de abandono, conforme a acepção jurídica do termo.
JUSTIFICATIVA: A sucessão aberta é bem imóvel por definição legal, conforme preceitua o art. 80, II, CC/2002. Então a renúncia se dá, nos termos do art. 1.806 do CC/2002, de modo solene, por termo nos autos ou por escritura pública.
4) A lei impõe ao dono do prédio inferior a obrigação de receber as águas que correm do superior naturalmente. A lei leva em conta a conformação do solo e considera a necessidade de as águas que se encontram no alto fluírem normalmente. Se não fosse assim, ocorreria a inundação do prédio superior deixado sem escoamento.
Assim, é INCORRETO afirmar que:
a) Deve ser demolido muro que, construído na divisa, impeça o curso natural das águas.
b) Para impedir a finalização de obra que impeça o escoamento de água é cabível ação em face do proprietário do prédio inferior.
c) As águas que devem ser suportadas pelo dono do prédio inferior são apenas as de torrente, não incluem as pluviais.
d) Cabe ação demolitória para a defesa contra obra terminada em prédio inferior, que impeça o escoamento das águas.
e) As águas levadas artificialmente ao prédio superior obrigam o prédio inferior a suportá-las mas mediante a pagamento de indenização.
JUSTIFICATIVA: As águas abrangidas não são apenas as de torrente, mas também as pluviais. A exemplo da nunciação de obra nova em prédio inferior, pois aquela, uma vez concluída, causaria empoçamento das águas pluviais no prédio superior, ou do dono do prédio superior que tem o direito de impedir o proprietário do prédio inferior faça dique, açude ou barragem, de modo que as águas refluam para aquele e, portanto, de compelir o dono do inferior à destruição da obra que lhe cause prejuízo.
5) Quanto à passagem forçada, assinale a alternativa incorreta:
a) Para obter o direito à passagem forçada, há o pressuposto de que exista o encravamento do prédio do autor.
b) Trata-se de direito de vizinhança oneroso: o vizinho que conceder passagem forçada tem direito à indenização.
c) A fixação da passagem forçada se houver desavença será feita judicialmente.
d) O juiz deve conciliar os interesses das partes, impondo o menor ônus possível ao prédio serviente, possibilitando o maior proveito possível ao prédio dominante.
e) O fundamento da passagem forçada é o contrato firmado entre as partes, como na servidão predial, por isso o direito não se extingue quando cessa a necessidade.
JUSTIFICATIVA: A passagem forçada é a limitação ao direito de propriedade, decorrente de lei e imposta no interesse social, para evitar que um prédio fique inexplorado ou sem possibilidade de ser usado, em face de ser impossível o acesso a ele. Diferentemente da servidão, onde a limitação ao domínio pleno decorre da vontade das partes ou da usucapião, e não da lei, e visa aumentar as comodidades do prédio dominante, em detrimento do serviente.
6) Analise as proposições abaixo e assinale a alternativa correta:
Se a coisa expropriada para necessidade ou utilidade pública ou por interesse social não tiver o destino para que se desapropriou, ou não for utilizada em obras ou serviços públicos, caberá ao expropriado direito de preferência, pelo preço atual da coisa.
PORQUE
Se o bem desapropriado é utilizado para finalidade diversa daquela prevista no decreto desapropriatório, o particular desapropriado tem o direito de readquirir, com preferência.
a) As duas proposições são corretas, e a segunda justifica a primeira.
b) As duas proposições são corretas, mas a segunda não justifica a primeira.
c) Somente a primeira proposição é correta.
d) As duas proposições são incorretas.
JUSTIFICATIVA: ParaCelso Ribeiro Bastos: “A retrocessão é a obrigação que tem o poder público de oferecer o bem ao expropriado mediante devolução do valor da indenização, quando não lhe der o destino declarado na declaração expropriatória, ou por ter cessado a utilidade pública ou o interesse social, ou por desvio de finalidade”. Na prática, retrocessão é, portanto, a devolução do domínio expropriado, para que se integre ou regresse ao patrimônio daquele de quem foi tirado, pelo mesmo da desapropriação.
7) Abandonada a coisa,
a) É ilícito que alguém dela se aproprie.
b) A coisa passa imediatamente ao domínio do Estado ou do Distrito Federal.
c) A titular do domínio de imediato passa a ser a União Federal.
d) Essa somente passará à propriedade do Poder Público após procedimento judicial.
e) Se houver a arrecadação, cinco anos depois a propriedade passa a ser do Município ou do Distrito Federal.
JUSTIFICATIVA: Abandonada a coisa, qualquer pessoa pode dela se apropriar. A coisa só passa à propriedade do Poder Público se este proceder à arrecadação da coisa, com bem vago, nos termos do art. 1.276 do CC/2002. Se houver a arrecadação, três anos depois a propriedade passar a ser do Município ou do Distrito Federal.
8) Em matéria de direito de vizinhança, o uso do prédio confinante:
a) É ilícito.
b) É possível somente com a autorização do vizinho.
c) Não depende de aviso prévio, embora se submeta a restrições razoáveis feitas pelo vizinho no que tange a horário.
d) Não enseja a reparação do dano que causar.
e) É necessário para a reparação ou limpeza, construção ou reconstrução de casa ou dos esgotos, goteiras, aparelhos higiênicos, poços ou fontes nela existentes.
JUSTIFICATIVA: Às vezes é preciso ingressar na casa do vizinho para a reparação ou limpeza, construção ou reconstrução de casa ou dos esgotos, goteiras, aparelhos higiênicos, poços ou fontes nela existentes. O vizinho para tanto não depende da boa vontade do confinante: tem o direito de fazê-lo. Requisito: aviso prévio e se submeter a restrições razoáveis feitas pelo vizinho no que tange a horário. E ainda deve reparar o dano que causar (se for o caso), de acordo com o art. 1.313 do CC/2002.
9) Quanto à propriedade dos frutos caídos da árvore situada em terreno vizinho, assinale a alternativa correta:
a) O domínio dos frutos caídos da árvore nascida em terreno vizinho não é do proprietário da árvore, mas do dono do solo onde tombaram.
b) A propriedade dos frutos é sempre do dono da árvore, porque o acessório segue o principal: o dono do acessório será sempre o dono do principal.
c) Os frutos caídos da árvore pertencerão sempre ao Poder Público municipal.
d) Os frutos serão de propriedade do Estado.
e) Os frutos e produtos da coisa, quando separados, devem pertencer à União Federal.
JUSTIFICATIVA: Quanto aos frutos que caem em propriedade vizinha, nessa hipótese, os frutos que caem pertencem ao dono da propriedade (se esta for privada) onde eles caíram, mesmo não sendo este o dono da árvore. Portanto, geralmente, os frutos pertencem ao dono do terreno onde tombaram.
10) Quanto à desapropriação, analise as proposições abaixo e assinale a alternativa correta:
I. A desapropriação é diferente da venda e compra, porque esta envolve contrato (vontade das partes), enquanto a desapropriação é compulsória.
II. Desapropriação é diferente do confisco, pois neste há apreensão ilegal e violenta da coisa, que é subtraída do domínio do particular, sem qualquer contraprestação. Na desapropriação há indenização prévia, justa e em dinheiro, conforme a lei.
III. É facultativo ao poder público expropriante editar decreto que declare o bem expropriado de utilidade pública ou de interesse social.
IV. São sujeitos ativos da desapropriação: União, Estados, Municípios, Distrito Federal, concessionários de serviço público ou outros estabelecimentos que exerçam funções delegadas do Poder Público. Nestes dois últimos casos deve haver autorização expressa, constante de lei ou contrato.
São corretas:
a) Somente I e II.
b) Somente III e IV.
c) Somente I, II e IV.
d) Somente II e III.
e) Todas as proposições.
JUSTIFICATIVA: A afirmativa III está incorreta, tendo em vista que de acordo com o art. 6º da Lei de Desapropriações, através de decreto o poder expropriante (presidente, governador ou prefeito, ou lei regularmente votada, conforme entendimento posterior à Constituição de 1946) declara se há interesse social ou utilidade pública.
11) Assinale a alternativa incorreta quanto às águas pluviais.
a) Pertencem ao prédio onde caírem diretamente, podendo o seu dono dispor delas à vontade, salvo existindo direito alheio em sentido contrário.
b) O uso desta água deve ser feito de forma razoável, não podendo o seu dono desperdiçá-la, prejudicando o prédio inferior que poderia aproveitá-la e para onde normalmente deveria correr.
c) Tal água não deve ser desviada de seu curso natural, a menos que os donos dos prédios que a iriam receber deem seu consentimento.
d) Pelo desvio indevido das águas pluviais, responde-se por perdas e danos, podendo ser o agente compelido a desfazer as obras erguidas para o desvio da água.
e) Ainda que haja acordo com os vizinhos que seriam favorecidos com as águas pluviais, é ato ilícito o desvio dessas águas.
JUSTIFICATIVA: Se os donos dos prédios que iam receber as águas pluviais derem seu consentimento, a água poderá ser desviada do seu curso natural.
12) Examine, quanto ao direito de vizinhança, as afirmativas que seguem, e assinale a alternativa correta:
I. A obra em parede-meia não pode colocar em risco a segurança e a separação dos prédios.
II. O prejudicado por obra em parede-meia pode exigir a execução da obrigação de fazer ou não fazer.
III. É ilícito cavar o poço mais que o necessário para prejudicar o vizinho, privando-o de água, pois é preciso usar os direitos segundo as finalidades sociais.
É (são) correta(s):
a) Somente I.
b) Somente II.
c) Somente III.
d) Somente I e II.
e) Todas as proposições.
JUSTIFICATIVA: A parede-meia é a que separa dois prédios e pertencem em comum aos donos deles, sendo que, ela pode ser usada pelo confinante até meia espessura, não pondo, por óbvio, risco a segurança e a separação dos prédios. O prejudicado tem ação de impedir a obra. Se a obra estiver concluída, há duas hipóteses: na ameaça de prejuízo cabe o direito do prejudicado de pedir caução de dano infecto; mas se o incômodo for presente e atual, pode o prejudicado exigir que a obra não seja utilizada ou que se proceda a sua demolição. Reconhecido o direito por sentença, cabe ao prejudicado a execução da obrigação de fazer ou não fazer, consoante art. 815 e ss. do CPC/2015. Com relação a limitação para proteção de poços, o arts. 1.309 e 1.310 do CC/2002, considera ilícito afundar o poço mais que o necessário para prejudicar o vizinho, privando-o de água. É preciso usar os direitos segundo as finalidades sociais. Basta que a escavação seja abaixo do nível do lençol de água, prejudicando poço ou fonte do vizinho, para que se caracterize a infração à norma da vizinhança.
MÓDULO 4
1) Quanto à aquisição da propriedade, analise as proposições seguintes:
I. A ocupação é modo de aquisição de bem móvel, não se aplica para imóveis.
II. A ocupação somente ocorre em relação a coisas sem dono, como na caça e na pesca, ou coisas abandonadas.
III. Em uma fazenda em que ocorra o “pesque e pague” a aquisição de peixes ocorre de modo bilateral, pois se trata de venda e compra aleatória, e não de ocupação.
IV. A descoberta é modo de aquisição de propriedade imóvel.
São corretas apenas as afirmativas:
a) I, II e III.
b) II, III e IV.
c) II e III.
d) III e IV.
e) II e IV.
JUSTIFICATIVA: Determina o art. 1.233 do CC/2002 que quem quer que ache coisa alheia perdida (res perdita), deverá restituí-la ao dono ou legítimo possuidor. Ou seja, aqui não há a aquisição da propriedade, uma vez que quem achou a coisa deverá, obrigatoriamente, devolver a quem lhe pertence.
2) Quanto à usucapião, analise as afirmativas que seguem:
I. Não pode ocorrer usucapião de coisa móvel.
II. A usucapião de coisas móveispode ser: ordinária, em que o usucapiente deve provar a posse, boa-fé e justo título e o prazo é de 5 anos; e extraordinária, em que o prazo é de sete anos, bastando a prova da posse mansa e pacífica por tal período de tempo.
III. A usucapião de coisa móvel apenas ocorre em relação a bens públicos.
Pode-se afirmar que:
a) somente as proposições I e II são verdadeiras.
b) somente as proposições II e III são verdadeiras.
c) somente as proposições I e III são verdadeiras.
d) todas as proposições são falsas.
e) todas as proposições são verdadeiras.
JUSTIFICATIVA: A usucapião de coisas móveis existe e ocorre para dar juridicidade a situações de fato que se prologam no tempo, recaindo sobre bens privados. Para bens móveis há duas espécies de usucapião: a usucapião ordinária, onde o usucapiente deve provar a posse, boa-fé e justo título e o prazo é de 3 anos; e a usucapião extraordinária, onde basta a comprovação da posse mansa e pacífica pelo período de 5 anos, sendo que nesses caos, é a lei presume irrefragavelmente o justo título e a boa-fé.
3) Quanto à propriedade resolúvel, examine as proposições seguintes:
Quando a causa da resolução é superveniente, a resolução não tem efeito retroativo, e as consequências dela resultantes se contam apenas do momento da resolução. São válidos os atos de alienação praticados anteriormente.
PORQUE
Quando não se pode prever a resolução, devem ser protegidos os adquirentes de boa-fé; a lei confere validade aos atos de constituição de direitos reais de que eles participaram, não permitindo que os efeitos da resolução os alcancem.
É correto afirmar que:
a) As duas proposições são corretas, e a segunda justifica a primeira.
b) As duas proposições são corretas, mas a segunda não justifica a primeira.
c) As duas proposições são falsas.
d) Somente a primeira proposição é correta.
e) Somente a segunda proposição é correta.
JUSTIFICATIVA: Ambas estão corretas, e a segunda justifica a primeira, pois a pessoa em cujo favor se dá a resolução tem ação contra aquele cujo domínio se resolveu para haver a coisa, se esta ainda está em suas mãos. Mas só terá ação para haver seu valor se a coisa houver sido alienada. Não há legitimação do favorecido com a resolução para reivindicar a coisa de adquirente de boa-fé.
4) As partes suscetíveis de utilização independente, tais como apartamentos, escritórios, salas, lojas e sobrelojas, com as respectivas frações ideais no solo e nas outras partes comuns, sujeitam-se a propriedade exclusiva, podendo ser alienadas e gravadas livremente por seus proprietários,
a) exceto os abrigos para veículos, que não poderão ser alienados ou alugados a pessoas estranhas ao condomínio, salvo autorização expressa na convenção de condomínio.
b) inclusive os abrigos para veículos, que poderão ser alienados ou alugados a pessoas estranhas ao condomínio, independentemente de autorização expressa na convenção de condomínio.
c) mas os abrigos para veículos poderão ser alugados a pessoas estranhas ao condomínio, jamais alienados.
d) exceto os abrigos para veículos, que não poderão ser alienados ou alugados a pessoas estranhas ao condomínio, ainda que haja autorização expressa na convenção de condomínio – tal autorização é nula.
e) exceto os abrigos para veículos, que só poderão ser alienados ou alugados a pessoas estranhas ao condomínio com aprovação unânime dos condôminos.
JUSTIFICATIVA: A Lei n. 12.607/2012, alterou o §1º do art. 1.331 do CC/2002, no que tange ao critério de fixação da fração ideal e às disposições sobre alienação e locação de abrigos para veículos em domínios edilícios, ficando com a seguinte redação: “As partes suscetíveis de utilização independente, tais como apartamentos, escritórios, salas, lojas e sobrelojas, com as respectivas frações ideais no solo e nas outras partes comuns, sujeitam-se a propriedade exclusiva, podendo ser alienadas e gravadas livremente por seus proprietários, exceto os abrigos para veículos, que não poderão ser alienados ou alugados a pessoas estranhas ao condomínio, salvo autorização expressa na convenção de condomínio.”
5) Analise as proposições abaixo sobre o condomínio geral, e assinale a alternativa correta:
I. O uso da coisa comum deve ser de acordo com o seu destino e conforme a sua natureza.
II. Sem anuência dos demais condôminos não pode haver modificações que alterem a substância da coisa ou mudem a maneira tradicional de explorá-la.
III. Cada condômino responde aos outros pelos frutos que percebeu da coisa comum, e pelo dano que lhe causou.
IV. Se o prédio comum é habitado por um só dos condôminos, este não deve alugueres correspondentes aos demais quinhões.
a) Somente I, II e III são corretas.
b) Somente I, III e IV são corretas.
c) Somente I e II são corretas.
d) Somente II e III são corretas.
e) Todas são corretas.
JUSTIFICATIVA: A alternativa IV está incorreta, pois no condomínio tradicional, cada condômino responde aos outros pelos frutos que percebeu da coisa comum, e pelo dano que lhe causou, conforme preceitua o art. 1.319 do CC/2002. Exemplo: Se o prédio comum é habitado por um só dos condômino, este deve alugueres correspondentes aos demais quinhões.
6) Considere as proposições abaixo sobre o condomínio edilício, e assinale a alternativa incorreta:
a) Cabe ao síndico cobrar as contribuições dos condôminos e impor e cobrar as multas.
b) Cabe ao conselho consultivo prestar contas à assembleia, anualmente e quando exigidas.
c) O síndico deve fazer o seguro da edificação.
d) Pode a assembleia colocar alguém no lugar do síndico com poderes de representação.
e) O síndico pode transferir a outrem, total ou parcialmente, os poderes de representação ou as funções administrativas, mediante aprovação da assembleia, salvo disposição em contrário da convenção.
JUSTIFICATIVA: A administração do condomínio é exercida por um síndico, este assessorado por um Conselho Consultivo. Um dos deveres do síndico para com o condomínio é prestar contas à assembleia dos condôminos. Portanto, é um dever do síndico e não do Conselho Consultivo.
7) Quanto ao tesouro, em matéria de aquisição de propriedade móvel, é incorreto afirmar que:
a) Trata-se de depósito antigo de coisas preciosas, oculto e de cujo dono não haja memória.
b) Quem o acha, em prédio alheio, tem direito a sua metade, pois a outra metade fica para a União Federal.
c) Se o dono prédio encontra em seu imóvel o tesouro, este fica inteiro para o dono do prédio.
d) Se aquele que o acha é operário em pesquisa ordenada pelo dono do prédio, o tesouro fica inteiro para o dono do prédio.
e) Caso um terceiro não autorizado pelo dono do prédio o encontre, o tesouro fica inteiro para o dono do prédio.
JUSTIFICATIVA: Tesouro é depósito antigo de coisas preciosas, oculto e de cujo dono não haja memória. Quem o acha, em prédio alheio, tem direito a sua metade, sendo que a outra metade fica para o dono do prédio (art. 1.264 do CC/2002).
8) Em um condomínio edilício, se o condômino não pagar a contribuição condominial, arcará com juros de mora convencionados ou, se não houver previsão:
a) 2% ao mês e multa de até 2% sobre o débito.
b) somente multa de até 5% sobre o débito.
c) 1% ao mês e multa de até 2% sobre o débito.
d) apenas multa de até 1% sobre o débito.
e) 2% ao mês e multa de até 10% sobre o débito.
JUSTIFICATIVA: Se não pagar a contribuição, arcará com juros de mora convencionados ou, se não houver previsão, 1% ao mês e multa de até 2% sobre o débito, nos termos do §1º do art. 1.336 do CC/2002.
9) Quanto ao condomínio geral, examine as afirmativas a seguir e assinale a alternativa correta:
I. Não pode haver ajuste de indivisão por mais de 5 anos, e presume-se juris et de jure que se a indivisão for condição estabelecida pelo doador ou testador ela o é somente por um quinquênio.
II. O condômino tem o direito de preferência na venda e na locação da coisa comum.
III. Quando mais de um condômino é interessado na quota a ser alienada por outro condômino, será preferido o que tiver na coisa benfeitorias mais valiosas e, não as havendo, o de quinhão maior.
a) Somente I e II sãocorretas.
b) Somente II e III são corretas.
c) Somente I e III são corretas.
d) Todas são corretas.
e) Todas são incorretas.
JUSTIFICATIVA: Todas as afirmativas estão corretas. Pois, observando os principais direitos dos condôminos, observa-se que este tem o direito de exigir a qualquer tempo a divisão da coisa comum, não podendo haver ajuste de indivisão por mais de 5 anos, e presume-se juris et de jure que se a indivisão for condição estabelecida pelo doador ou testador ela o é somente por um quinquênio; o condômino, também, tem o direito de preferência na venda e na locação da coisa comum. Ex.: quando ao se pôr termo à comunhão a divisão se torna impossível porque a coisa é indivisível. Ou a coisa é adjudicada a um dos condôminos, indenizando-se os outros, ou a coisa é vendida e o preço é repartido. E nessa venda o condômino tem preferência. Entre os condôminos será preferido o que tiver na coisa benfeitorias mais valiosas e, não as havendo, o de quinhão maior.
10) Não é uma atribuição do síndico, no condomínio edilício:
a) Convocar assembleia dos condôminos.
b) Representar ativa e passivamente o condomínio, em juízo e fora dele, e praticar atos de defesa dos interesses comuns, nos limites da lei ou da convenção.
c) Avisar imediatamente à assembleia da existência de ação ou procedimento administrativo de interesse do condomínio.
d) Alterar a convenção condominial quando houver cláusula que não seja de interesse da maioria dos condôminos.
e) Administrar internamente a edificação ou o conjunto de edificações, quanto à vigilância, moralidade e segurança, e quanto aos serviços que interessam a todos os moradores.
JUSTIFICATIVA: Dentre todas as atribuições do síndico, a única que não é correspondente é a alteração da convenção condominial quando houver cláusula que não seja de interesse da maioria dos condôminos. Como a vida do condomínio é regulada pela convenção, obviamente, cabe aos condôminos alterarem as cláusulas que não atendam aos interesses da maioria.
11) O condômino reiteradamente inadimplente pode arcar com:
a) multa de até duas vezes o valor da contribuição, desde que haja decisão por ¾ dos outros condôminos.
b) multa de até dez vezes o valor da contribuição, desde que haja decisão por 2/3 dos outros condôminos.
c) multa de até cinco vezes o valor da contribuição, desde que haja decisão por ¾ dos outros condôminos.
d) multa de até três vezes o valor da contribuição, desde que haja decisão por ¾ dos outros condôminos.
e) multa de até cinco vezes o valor da contribuição, desde que haja decisão por 2/3 dos outros condôminos.
JUSTIFICATIVA: Pune o condômino reiteradamente inadimplente, com multa até cinco vezes o valor da contribuição (se houver decisão por 3/4 dos outros condôminos). E pune o antissocial, com comportamento irregular, incompatível com os seus consortes, com multa de dez vezes o valor da contribuição (parágrafo único do art. 1.337, CC).
12) Diante da junção de coisas sólidas, se for possível separar as coisas móveis sem deterioração, quem misturou deve fazer a separação, devolvendo-se a cada dono a matéria-prima que lhe pertencia.
Se não se pode separar as coisas sem deterioração, ou se é muito caro separar, é verdadeiro afirmar que:
a) a junção forma nova espécie, que passa a pertencer em condomínio aos proprietários das coisas que a compuseram e na proporção do valor destas últimas.
b) sempre uma das coisas pode ser considerada principal em relação à outra, de modo que o domínio do totó é do dono da coisa principal, que deverá indenizar os outros.
c) se há má-fé de uma das partes resultando na mistura, aquele que agiu de má-fé pode escolher guardar o todo, pagando a porção que não for sua.
d) as coisas misturadas sempre pertencem a uma só pessoa, antes e depois da junção, de modo que não há que se falar em prejuízo material.
e) caso um dos proprietários dos objetos tenha feito de má-fé a junção, o outro, de boa-fé, não pode renunciar à parte que lhe pertence, exigindo indenização completa.
JUSTIFICATIVA: Se não se pode separar as coisas sem deterioração, ou se é muito caro separar, a junção forma nova espécie, que passa a pertencer em condomínio aos proprietários das coisas que a compuseram e na proporção do valor destas últimas. Exceção: se uma das coisas pode ser considerada principal em relação à outra – o domínio do todo é do dono da coisa principal, que deverá indenizar os outros (§2º do art. 1.272, CC).
MÓDULO 5
1) O direito de superfície é direito real que pode ser transferido pelo superficiário a terceiros, inclusive a seus herdeiros, por morte do superficiário.
É correto afirmar, quanto ao direito real de superfície, que:
a) O proprietário tem direito ao laudêmio cada vez que o superficiário transfere, a título oneroso, o domínio útil da coisa.
b) O direito de superfície confere ao superficiário ação real para o exercício do direito de sequela.
c) Na alienação do imóvel ou no direito de superfície, não possuem o superficiário ou o proprietário o direito de preferência.
d) Extinta a concessão, ordinariamente, pelo fim do prazo, o proprietário passa a ter a propriedade plena do imóvel, mas por força de lei fica obrigado a custear as obras feitas pelo superficiário no imóvel.
e) Como no arrendamento, o superficiário não tem direito oponível erga omnes.
JUSTIFICATIVA: O direito de superfície trata-se de direito que ocorre quando o proprietário concede a outrem a prerrogativa de construir ou plantar em seu terreno, por tempo determinado, mediante escritura pública registrada no Cartório de Imóveis. O superficiário pode dar em garantia a superfície, para o pagamento de suas dívidas, e pode ainda reconstruir a coisa superficiária, em caso de perecimento.
2) Quanto à servidão predial, analise as proposições seguintes:
I. Trata-se de direito real de garantia, sobre coisa alheia.
II. Tem caráter acessório, perpétuo e indivisível.
III. Deve ter interpretação restritiva.
IV. É direito acessório porque depende da existência de um direito principal: seu titular deve ser proprietário do prédio dominante. É contrário ao conceito de servidão admitir a sua constituição em favor de quem não é dono do prédio dominante.
São corretas somente as proposições:
a) II, III e IV.
b) I, III e IV.
c) I, II e III.
d) II e IV.
e) II e III.
JUSTIFICATIVA: A servidão predial é direito real constituído em favor de um prédio (o dominante) sobre outro prédio (o serviente), pertencente a dono diverso, que implica em restrições ao prédio serviente, cujo dono perde alguns dos direitos inerentes ao domínio ou fica obrigado a tolerar que dele se utilize (para certo fim) o dono do prédio dominante. Dessa forma, é perceptível que a servidão é direito real de fruição e não de garantia.
3) A posse inconteste e contínua de uma servidão aparente por 10 anos autoriza o possuidor a registrá-la em seu nome no Registro de Imóveis, usando como título a sentença que julgar consumada a usucapião. Assinale, quanto à usucapião de servidão, a alternativa INCORRETA:
a) Ocorre em 10 (dez) anos a servidão ordinária, em que o usucapiente tem justo título e boa-fé.
b) Se não houver título, a usucapião será no prazo de 20 anos.
c) O processo é o mesmo para a aquisição da propriedade plena, pela usucapião (prescrição aquisitiva). A usucapião é para a aquisição do domínio do imóvel ou da servidão predial.
d) O que constitui a servidão é a sentença judicial, que deve ser levada a registro.
e) A servidão deve ser contínua e aparente, só assim dá direito aos interditos e à usucapião. A servidão de passagem, por não ser contínua, não pode ensejar a aquisição por usucapião.
JUSTIFICATIVA: A servidão de passagem, por força jurisprudencial, pode ser objeto de posse, e portanto de interditos e de usucapião, quando mesmo descontínuas, revelem-se por obras externas, visíveis e incontestáveis. Se o possuidor da servidão não esconde os atos possessórios que pratica, revelando os atos por sinais externos de incontestável evidência, sem oposição do proprietário do prédio serviente, então deve ser reconhecida a condição de possuidor da servidão.4) Quanto aos direitos reais sobre coisa alheia, é INCORRETO afirmar que:
a) Podem decorrer de contrato.
b) São direitos oponíveis erga omnes.
c) Não conferem ao seu titular ação reivindicatória.
d) Estão previstos em rol taxativo no Código Civil.
e) Não incluem mais a enfiteuse, extinta com a revogação do Código Civil em 1916.
JUSTIFICATIVA: O direito real liga pessoa e coisa, sendo oponível erga omnes e conferindo ao titular do direito a ação real, para o exercício do direito de sequela. O direito real mais completo é o domínio, porque pode conferir ao titular uso, gozo e disposição, além do direito de reivindicação da coisa.
5) Não pode ser considerada uma das hipóteses de extinção do direito de superfície
a) O advento do termo final fixado em contrato ou em testamento.
b) Distrato.
c) O não uso do direito.
d) O exercício do direito de preferência ou de sucessão por qualquer das partes em relação à outra, caso em que ocorre a consolidação subjetiva.
e) A morte do superficiário.
JUSTIFICATIVA: São hipóteses de extinção do direito de superfície somente: o advento do termo final fixado em contrato ou em testamento; o distrato; o não uso do direito; o exercício do direito de preferência ou de sucessão por qualquer das partes em relação à outra, caso em que ocorre a consolidação subjetiva; a desapropriação do bem imóvel.
6) A morte do dono do imóvel sobre o qual recai direito de superfície:
a) Converte em usufruto o direito do superficiário.
b) Extingue o direito de superfície.
c) Não afeta o direito de superfície.
d) Transmite aos herdeiros do senhorio direto o direito de superfície.
e) Encerra o direito de superfície que passa a ser prerrogativa dos herdeiros do superficiário.
JUSTIFICATIVA: Nos termos do art. 1.372 do CC/2002, o direito de superfície pode ser transmitido inter vivos ou causa mortis. Em função da morte do beneficiário, os herdeiros passam a ser os superficiários.
7) Quanto ao direito de superfície, analise as proposições abaixo e assinale a alternativa correta:
Ao alienar o seu direito de superfície, o superficiário deve, além de respeitar o direito de preferência, recolher o laudêmio em favor do dono do imóvel.
PORQUE
Foro e laudêmio são essenciais no exercício do direito de superfície.
Pode-se afirmar que:
a) As duas proposições são corretas e a segunda justifica a primeira.
b) As duas proposições são corretas, mas a segunda não justifica a primeira.
c) Somente a primeira proposição é correta.
d) Somente a segunda proposição é correta.
e) As duas proposições são incorretas.
JUSTIFICATIVA: O proprietário recebe o laudêmio toda vez que se transfere, a título oneroso, o domínio útil da coisa, e que é reproduzido por uma porcentagem sobre o preço da cessão, não se pode estabelecer, no caso da superfície, a qualquer título, nenhum pagamento pela transferência.
8) Não é causa de extinção do direito real de servidão predial:
a) A renúncia do seu titular, ato jurídico unilateral, expresso, através do qual o titular de um direito declara o seu propósito de afastá-lo de seu patrimônio.
b) A cessação, para o prédio dominante, da utilidade ou comodidade que determinou a sua constituição.
c) O resgate compulsório da servidão pelo dono do prédio serviente, independentemente da anuência do dono do prédio dominante.
d) A reunião dos dois prédios no domínio da mesma pessoa.
e) O não uso, por 10 anos contínuos, que revela o desinteresse do titular e a desnecessidade da serventia, para o prédio dominante.
JUSTIFICATIVA: Pode o dono do prédio serviente cancelar o registro de servidão: quando o titular houver renunciado a sua servidão; quando tiver cessado, para o prédio dominante, a utilidade ou a comodidade, que determinou a constituição da servidão; quando o dono do prédio serviente resgatar a servidão. Também se extingue a servidão, ficando ao dono do prédio serviente a faculdade de fazê-la cancelar, mediante a prova da extinção: pela reunião dos dois prédios no domínio da mesma pessoa; pela supressão das respectivas obras por efeito de contrato, ou de outro título expresso; pelo não uso, durante dez anos contínuos (arts. 1.388 e 1.389 do CC/2002).
9) A chamada servidão de passagem, ou servidão de caminho, é caracterizada como:
a) Contínua e aparente.
b) Descontínua e aparente.
c) Contínua e não aparente.
d) Descontínua e não aparente.
e) Contínua e passível de ser adquirida por usucapião.
JUSTIFICATIVA: A servidão de passagem é descontínua, depende de fato do homem, mas pode ser objeto de usucapião quando a posse for aparente, por exemplo, com o caminho batido, e bueiros, indicando a habitualidade de sua utilização.
10) Quanto às obras necessárias à conservação da servidão, é correto afirmar que:
a) Para o exercício regular da servidão e para a sua conservação, o titular tem o direito de proceder a todas as obras e reparações necessárias, mas não pode ingressar no prédio serviente para a realização dessas obras.
b) O titular do prédio dominante não tem o direito de proceder às obras e reparações necessárias, pois caracterizaria o abuso de direito.
c) Para o exercício regular da servidão e para a sua conservação, o titular tem o direito de proceder a todas as obras e reparações necessárias, e se preciso pode ingressar no prédio serviente para realizá-las, o que não constitui turbação de posse e nem dá lugar a indenização de danos.
d) Somente com a autorização do dono do prédio serviente as obras e reparações podem ser realizadas, pois sem tal consentimento o ingresso no prédio serviente constitui turbação de posse e dá lugar a indenização por danos morais e materiais.
e) Nenhuma das anteriores é correta.
JUSTIFICATIVA: De acordo com o art. 1.380 do CC/2002, o dono de uma servidão pode fazer todas as obras necessárias à sua conservação e uso e, se a servidão pertencer a mais de um prédio, serão as despesas rateadas entre os respectivos donos.
11) O não uso da servidão predial revela o desinteresse do titular e a desnecessidade da servidão para o prédio dominante. Desse modo, é correto afirmar que:
a) O não uso da servidão pelo titular não permite ao proprietário do prédio serviente extinguir a servidão, pois para tanto seria necessário o consentimento do dono do prédio dominante.
b) O não uso da servidão por 10 (dez) anos contínuos permite ao proprietário do prédio serviente extinguir a servidão.
c) O não uso da servidão por 5 (cinco) anos contínuos permite ao proprietário do prédio serviente extinguir a servidão.
d) O não uso da servidão por 15 (quinze) anos contínuos permite ao proprietário do prédio serviente extinguir a servidão.
e) Caso não ocorra o uso da servidão por 20 (vinte) anos contínuos, o proprietário do prédio serviente poderá extinguir a servidão.
JUSTIFICATIVA: Será extinta a servidão pelo não uso por 10 anos contínuos, o que revela o desinteresse do titular e a desnecessidade da serventia, para o prédio dominante.
12) Caso haja necessidade de ampliar a servidão predial,
a) o dono do prédio dominante poderá exigir a ampliação, mediante indenização, mesmo contra a vontade do proprietário do prédio serviente.
b) o dono do prédio dominante não poderá exigir a ampliação, ainda que oferte a indenização ao prédio serviente.
c) somente com a concordância do dono do prédio serviente é que o dono do prédio dominante poderá exigir a ampliação.
d) o dono do prédio dominante poderá exigir a ampliação, independentemente de indenização, em vista do interesse público na utilização do imóvel por parte do prédio dominante.
e) nenhuma das anteriores é correta.
JUSTIFICATIVA: Nos casos de ampliação compulsória da extensão da servidão, o dono do prédio dominante, mediante indenização, exige a ampliação da servidão, mesmo contra a vontade do proprietário do prédio serviente, se o reclamarem as necessidades de cultura daquele.
MÓDULO 6
1) O exercício do usufruto pode ser cedido. O usufrutuário pode arrendar a propriedade agrícola que lhe foi deixada em usufruto, recebendo o arrendamento, em vez de ser obrigado, ele mesmo, a colher os frutos e assumir os riscos do empreendimento. É certo afirmar queo usufruto:
a) É direito real inalienável, posto que personalíssimo, salvo o direito de alienação ao nu-proprietário.
b) Pode ser alienado a terceiro, a título oneroso ou gratuito, respeitando-se o direito de preferência do nu-proprietário.
c) Não pode ser alienado ao nu-proprietário.
d) Assim como o direito de superfície, transfere-se aos herdeiros com a morte do usufrutuário.
e) É menos amplo que o direito real de habitação.
JUSTIFICATIVA: Só se pode alienar o usufruto para o nu-proprietário, para consolidar a propriedade. O exercício do usufruto pode ceder-se por título gratuito ou oneroso (enquanto a transferência do usufruto por alienação só pode ser feita ao proprietário da coisa). A inalienabilidade é boa porque beneficia o usufrutuário, dando meios para a sua subsistência. Se fosse alienável o usufruto não iria cumprir com a sua função.
2) Examine as seguintes proposições e assinale a alternativa correta:
I. O usufruto pode recair em um ou mais bens, móveis ou imóveis, em um patrimônio inteiro, ou parte deste, abrangendo-lhe, no todo ou em parte, os frutos e utilidades.
II. A única hipótese de doação lícita de todos os bens é aquela feita com reserva de usufruto em benefício do doador.
III. O usufruto tem campo de incidência bem maior que a enfiteuse e as servidões, que recaem somente sobre bens imóveis.
IV. A lei permite casos especiais de usufruto, como o de rebanhos, de bens incorpóreos, como os direitos autorais, os títulos de crédito, as apólices e ações.
São corretas:
a) Somente as afirmativas I e II.
b) Somente as proposições III e IV.
c) Somente as proposições I, II e IV.
d) Somente as proposições I e III.
e) Todas as proposições.
JUSTIFICATIVA: Todas as proposições estão corretas. De fato, o usufruto compreende todos os acessórios e acrescidos da coisa. Sendo que o usufruto pode recair em um ou mais bens, móveis ou imóveis, em um patrimônio inteiro, ou parte deste, abrangendo-lhe, no todo ou em parte, os frutos e utilidades, conforme preceitua o art. 1.390 do CC/2002. A única hipótese de doação lícita de todos os bens é aquela feita com reserva de usufruto em benefício do doador. Então o usufruto tem campo de incidência bem maior que a enfiteuse e as servidões, que recaem somente sobre bens imóveis. É possível então constituir usufruto sobre bem determinado ou sobre uma universalidade de bens. Ex.: uma empresa ou determinado patrimônio. A lei ainda trata de casos especiais de usufruto, como o de rebanhos, de bens incorpóreos, como os direitos autorais, os títulos de crédito, as apólices e ações.
3) Analise as proposições abaixo a assinale a alternativa correta:
Não há usufruto sobre coisas que não dão frutos, como florestas e minas
PORQUE
O propósito do usufruto é permitir ao usufrutuário que recolha frutos civis e naturais do bem imóvel.
Pode-se afirmar que:
a) As duas proposições são corretas e segunda justifica a primeira.
b) As duas proposições são corretas, mas a segunda não justifica a primeira.
c) Somente a primeira proposição é correta.
d) Somente a segunda proposição é correta.
e) As duas proposições são incorretas.
JUSTIFICATIVA: A lei disciplina o usufruto sobre coisas que não dão frutos, mas produtos, como no caso de florestas e minas; e ainda permite o usufruto de coisas consumíveis, o que teoricamente é ilógico (art. 1.392 e ss. do CC/2002).
4) A promessa irretratável de venda de um bem imóvel, desde que não haja cláusula de arrependimento e registrada no Registro de Imóveis, confere ao promissário comprador direito real sobre a coisa. Trata-se de direito real:
a) Oponível apenas em face do compromitente vendedor.
b) Não previsto no Código Civil de 2002.
c) Que decorre do contrato, ainda que não haja o registro imobiliário.
d) De garantia, como a hipoteca, o penhor e a anticrese.
e) Não previsto no rol de direitos reais do revogado Código Civil de 1916.
JUSTIFICATIVA: O art. 674 do CC/1916 previa que eram direitos reais, além da propriedade: a emfiteuse, as servidões, o usufruto, o uso, a habitação, as rendas expressamente constituídas sobre imóveis, o penhor, a anticrise e a hipoteca.
5) Quanto ao usufruto, analise as afirmativas abaixo:
I. Termina obrigatoriamente com a morte ou renúncia do usufrutuário.
II. Extingue-se ao fim do prazo de 10 anos se o usufrutuário for pessoa jurídica.
III. Extingue-se com a morte do nu-proprietário.
IV. Não se extingue com a alienação do bem objeto do usufruto pelo nu-proprietário.
São corretas somente:
a) I e II
b) I e III
c) II e III
d) II e IV
e) I e IV
JUSTIFICATIVA: O usufruto é direito real de gozo, conferido a uma pessoa, durante certo tempo, que a autoriza a retirar da coisa alheia os seus frutos e utilidades. Deve o usufrutuário conservar a substância; e extingue-se pela morte do usufrutuário necessariamente.
6) Sobre o direito real de habitação, examine as afirmativas a seguir:
I. O direito real de habitação, ainda mais restrito que o de uso, consiste na faculdade de residir gratuitamente num prédio, com sua família.
II. O que caracteriza o direito real de habitação é que o seu titular deve residir ele próprio, com sua família, no prédio em causa, não o podendo ceder, a título gratuito ou oneroso.
III. Não pode o habitante, titular do direito real de habitação, locar o imóvel a terceiro, ou emprestá-lo.
Pode-se afirmar que:
a) Somente I e II são corretas.
b) Somente I e III são corretas.
c) Somente II e III são corretas.
d) Todas são corretas.
e) Todas são incorretas.
JUSTIFICATIVA: Sobre o direito real de habitação quando o uso constituir no direito de habitar gratuitamente casa alheia, o titular deste direito não a pode alugar, nem emprestar, mas simplesmente ocupá-la com sua família. Se o direito real de habitação for conferido a mais de uma pessoa, qualquer delas que sozinha habite a casa não terá de pagar aluguel à outra, ou às outras, mas não as pode inibir de exercerem, querendo, o direito que também lhes compete, de habitá-la. E, ainda, são aplicáveis à habitação, no que não for contrário à sua natureza, as disposições relativas ao usufruto (art. 1.414 e ss. do CC/2002).
7) O usufruto de coisas consumíveis:
a) é ilícito, porque sua natureza não se acomoda à ideia do instituto, uma vez que o usufrutuário não pode dispor da substância da coisa.
b) não pode ser estabelecido porque não pode haver usufruto de coisa fungível.
c) obriga o usufrutuário a restituir outras coisas, de espécie diversa, ainda que em quantidades e valores diferentes, ao nu-proprietário.
d) implica que as coisas dadas em usufruto passam ao domínio do usufrutuário, que deve restituir, findo o usufruto, o equivalente em gênero, qualidade e quantidade.
e) obriga o usufrutuário à restituição da coisa em espécie, ou seja, o mesmo bem ofertado em usufruto deve ser restituído ao fim do direito real.
JUSTIFICATIVA: Sobre o usufruto de coisas consumíveis, este encontra respaldo no art. 1.392, §1º do CC/2002, também chamado de “quase usufruto”, porque sua natureza não se acomoda à ideia do instituto. Ora, se o usufrutuário não pode dispor da substância da coisa que fica pertencendo a outro, não pode haver usufruto de coisa fungível.
8) Analise as afirmativas abaixo e assinale a alternativa correta:
I. Diante da pluralidade de titulares do direito real de habitação, qualquer deles, que habite sozinho a casa, não terá de pagar o aluguel aos outros.
II. Ao uso e à habitação se aplicam, naquilo que não contrariarem suas naturezas, as disposições concernentes ao usufruto.
III. A morte do titular do direito real de habitação transfere aos seus herdeiros esse direito real sobre coisa alheia.
a) Somente I e II são corretas.
b) Somente I e III são corretas.
c) Somente II e III são corretas.
d) Todas são corretas.
e) Todas são incorretas.
JUSTIFICATIVA: Sobre o direito real de habitação, o que caracteriza este direito real é que se titular deve residir ele próprio, com sua família, no prédio em causa, não podendo ceder, a título gratuito ou oneroso, por isso a morte do titular não transfere aos seus herdeiros esse direito real sobre coisa alheia.
9) Quanto ao direitoreal de uso, assinale a alternativa incorreta:
a) É mais restrito que o usufruto, pois não pode ser objeto de cessão e é limitado pelas necessidades do usuário e de sua família.
b) Para calcular quais as necessidades do usuário devem-se verificar sua condição social e o local onde vive.
c) Pode recair sobre bem móvel ou imóvel, mas não sobre coisas consumíveis, pois neste caso estaria transferida a propriedade.
d) As necessidades da família do usuário compreendem as de seu cônjuge, a dos filhos solteiros e as das pessoas de seu serviço doméstico.
e) O uso familiar pode ser feito pelo próprio usuário, seu cônjuge ou convivente, seus filhos solteiros, e seus ascendentes e colaterais até o quarto grau.
JUSTIFICATIVA: O uso familiar pode ser feito pelo próprio usuário, pelo cônjuge ou convivente do usuário, pelos filhos solteiros, pelos membros da entidade familiar monoparental e pelas pessoas que prestam serviço doméstico ao usuário.
10) Quando o usufrutuário for pessoa jurídica, é correto afirmar que:
a) O usufruto se extingue após 30 anos, independentemente do prazo previsto no contrato de usufruto firmado entre as partes.
b) O usufruto se extingue após 10 anos.
c) O usufruto é por prazo indeterminado, vigendo perpetuamente, até que ocorra o distrato.
d) Extinguir-se-á em 30 anos, salvo convenção em sentido contrário.
e) Nenhuma das anteriores.
JUSTIFICATIVA: Para assegurar a temporariedade do usufruto, o legislador determina sua extinção com a morte do usufrutuário e limita sua duração, quando o usufrutuário for pessoa jurídica, a 30 anos.
11) José é usufrutuário de um imóvel, sendo este imóvel de propriedade de Pedro. Caso ocorra o perecimento do imóvel sobre o qual recai o direito real de usufruto, é incorreto afirmar que:
a) Se a destruição ocorre sem culpa de Pedro, o usufruto se extingue e Pedro não é obrigado a empreender a reconstrução.
b) Se Pedro às suas expensas reconstruir o imóvel, o usufruto não se restabelece.
c) Caso a destruição decorra de culpa de terceiro, este é obrigado a indenizar e o usufruto se sub-roga na importância da indenização, de modo que os frutos civis, por esta produzidos, caberão ao José.
d) Se o imóvel destruído está no seguro, ou se é desapropriado, o direito de José fica sub-rogado no valor do seguro, ou na indenização recebida do expropriante.
e) É obrigatório assegurar a coisa tida em usufruto, de modo que José deve pagar, durante o usufruto, os prêmios devidos, ainda que antes do usufruto o imóvel não estivesse assegurado.
JUSTIFICATIVA: Incubem ao usufrutuário a obrigação de restituir a coisa usufruída. O imóvel que recai a nua propriedade for destruído sem culpa do nu-proprietário, não será ele obrigado a reconstruir, nem o usufruto se restabelecerá. Havendo seguro patrimonial e, for aplicado na reconstrução, restabelece o usufruto, como proclama o art. 1.408 do CC/2002. Em caso de destruição do imóvel, extingue-se o usufruto pelo perecimento de seu objeto, ocorrendo o seu restabelecimento se o imóvel se encontrar segurado.
12) Quanto aos frutos naturais, no direito real de usufruto, assinale a alternativa incorreta:
a) o usufrutuário é dono dos frutos naturais pendentes ao começar o usufruto, sem encargo de pagar as despesas de produção.
b) o usufrutuário perde os frutos pendentes ao tempo em que cessar o usufruto, sem ter direito ao reembolso das despesas efetuadas para produzi-los.
c) o usufrutuário é dono dos frutos naturais pendentes ao começar ao usufruto, mas fica obrigado a pagar as despesas de produção.
d) os frutos naturais durante o usufruto pertencem ao usufrutuário.
e) safras de imóveis rurais são exemplos de frutos naturais aos quais o usufrutuário tem direito no curso do usufruto.
JUSTIFICATIVA: A alternativa C está incorreta, pois conforme preceitua o art. 1.396 do CC/2002, salvo direito adquirido por outrem, o usufrutuário faz seus os frutos naturais, pendentes ao começar o usufruto, sem encargo de pagar as despesas de produção.
MÓDULO 7
1) A hipoteca e o penhor são garantias reais. Embora todo o patrimônio do devedor assegure o credor, e não só o bem dado em penhor ou em hipoteca, o objeto gravado de ônus reais assegura principal e preferencialmente. Desse modo, pode-se afirmar que:
a) Se o executado o penhor ou a hipoteca e o produto obtido em praça não bastar para o pagamento da dívida, o credor continuará a ser credor do saldo – e quanto a esta parte, apenas, será quirografário (comum).
b) A preferência beneficia também o credor anticrético, pois a anticrese é espécie de garantia real.
c) A garantia pessoa, fidejussória, também confere ao credor direito de preferência.
d) Caso o produto obtido após a excussão do objeto ofertado em penhor ou hipoteca não seja suficiente para pagar a dívida, o credor não pode mais receber a diferença.
e) Caso o valor obtido após a excussão do bem ofertado em garantia real seja superior ao do crédito, a diferença não será restituída ao devedor.
JUSTIFICATIVA: Quando, excutido o penhor, ou executada a hipoteca, o produto não bastar para pagamento da dívida e despesas judiciais, continuará o devedor obrigado pessoalmente pelo restante, de acordo com o que dispõe o art. 1.430 do CC/2002.
2) A antecipação de vencimento da obrigação com garantia real:
a) Não é autorizada por lei.
b) É autorizada por lei para reforçar a garantia do credor, sempre que a espera do vencimento diminuir a probabilidade do recebimento do crédito, por problemas com a solvência do devedor, por exemplo.
c) É autorizada por lei somente se a coisa dada em garantia se deteriora ou se deprecia, desfalcando a garantia, e o devedor, intimado, não a reforça ou substitui.
d) É autorizada por lei somente se a coisa dada em garantia perece e não é substituída.
e) É autorizada por lei apenas se o devedor cai em insolvência ou tem sua quebra decretada.
JUSTIFICATIVA: A lei autoriza antecipada do vencimento das dívidas com garantia real para reforçar a garantia do credor, nas cinco hipóteses do art. 1.425 do CC/2002.
3) Quanto ao penhor, é correto afirmar que:
a) Qualquer que seja a sua espécie, envolve a tradição do bem ao credor pignoratício.
b) Não depende de registro, pois recai sobre coisa móvel.
c) Não pode recair sobre imóveis.
d) Quando recai sobre veículo, o objeto deve permanecer na posse do credor pignoratício.
e) Pode decorrer de contrato ou da lei.
JUSTIFICATIVA: O penhor é um contrato solene, podendo ser constituído por instrumento público ou particular. No que concerne às espécies de penhor, pode-se dividir o penhor, quanto à fonte, em convencional, quando resulta de um acordo de vontades, e em legal, quando resulta da lei.
4) Considere, quanto à anticrese, as proposições abaixo e assinale a alternativa correta:
I. A anticrese se constitui por contrato, registro e tradição da posse direta do bem imóvel.
II. O contrato que enseja a anticrese é real, não consensual.
III. O registro da anticrese no Registro de Imóveis é exigido por lei para ter eficácia contra terceiros.
IV. Não se pode convencionar anticrese sem a vênia conjugal, salvo regime de separação absoluta de bens.
a) São verdadeiras somente as proposições I, II e III.
b) São verdadeiras somente as proposições I, III e IV.
c) São verdadeiras somente as proposições II e IV.
d) Todas as proposições são verdadeiras.
e) Todas as proposições são falsas.
JUSTIFICATIVA: Todas as proposições são verdadeiras, tendo em vista que, de fato, o instituo da anticrese somente se estabelece por meio de contrato escrito, é celebrado por escritura pública e deve ser levado a registro público, por se um direito real de garantia que se exerce sobre coisa alheia. Seus modos de constituição, portanto, se dá pelo próprio contrato, por registro e por tradição da posse direta do imóvel. É necessária a tradição por se tratar de contrato real, não consensual. Sendo que o Registro de Imóveis tem previsão no art. 1.227 do CC/2002, para ter eficácia contra terceiros (cartório do foro em que se situa o bem). Ademais, não se pode convencionar anticrese sem a vênia conjugal, salvo regime de separação absoluta

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