Prévia do material em texto
Avaliação Inicial = Ocorre ainda na vida intrauterina; Ecocardiografia precoce - ideal da 18a até 22a semana de IG; Diagnóstico precoce e condutas “salvadoras”; Avalia-se com o Doppler: fluxo grandes artérias; válvulas; cavidades cardíacas; ductos arterial e venoso; veias pulmonares; artérias e veias umbilicais; artéria cerebral média; Simetria, desenvolvimento, contratilidade das câmaras cardíacas; Epidemiologia • 3,5 - 13,7:1.000 nascidos vivos; • 10x maior a chance nos natimortos; • 50:1.000 gestações; • 90% em fetos sem fator de risco ‒ na população geral; Anamnese ANTECEDENTES PESSOAIS: • Fatores materno-gestacionais: diabetes gestacional, DIABETES, infecções (RUBEOLA, DIABETES, LES), uso de drogas e álcool, uso de medicações com potencial teratogênico (LITIO, ANTICONVULSIVANTES, ISOTRETIONINA). • Fatores da criança: prematuridade, baixo peso ao nascer; Presença de malformações congênitas EXTRACARDÍACAS: SINDROME DE DOWN, MARFAN, NOONAN, TURNER, TRISSOMIA DE 13 E 18. Doenças prévias: episódios recorrentes de sibilância e pneumonias. ANTECEDENTES FAMILIARES: história de cardiopatias congênitas, arritmias e morte súbita de familiares História clínica = Presença de sintomatologia mais frequentes • Lactentes: cansaço e sudorese do polo cefálico durante as mamadas, cianose, palidez e icterícia prolongada. Uma particularidade nos neonatos é que a ausência de sintomatologia não descarta cardiopatia, como nos pacientes portadores de cardiopatias congênitas com hiperfluxo pulmonar ou naqueles com coarctação da aorta. Crianças maiores: taquipnéia, intolerância ao exercício, síncope, dor torácica, palpitações, cefaléia, cianose e arritmia cardíaca. Exame Físico: Æ Inspeção e palpação torácica Æ Ausculta Cardíaca: Ritmo, FC, sopros; Æ PA: aparelho específico para idade X Circunferência braço; Æ Pulsos: centrais e periféricos; Æ TEC ‒ perfusão periférica AVALIAÇÃO EXTRA CARDÍACA Antropometria: Medir peso e estatura. Alterações do crescimento no contexto de doença cardiovascular, sugerem gravidade e são mais frequentes nas cardiopatias cianóticas. Região cervical: Sopros; Frêmitos; Alterações do pulso; Batimentos visíveis ou palpáveis em fúrcula; Alterações na tireóide. Abdome: Hepatoesplenomegalia, que pode estar associada à insuficiência cardíaca; Sopros, os quais podem sugerir fístulas arteriovenosas ou aneurismas. ECTOSCOPIA Æ Cianose: central x periférica; Æ Palidez; Æ Alterações da perfusão; Æ Circulação colateral; Æ Edema; Æ Estase jugular; Æ Baqueteamento digital; Æ Características fenotípicas sugestivas de síndromes. Baqueteamento digital INSPEÇÃO E PALPAÇÃO Æ Tórax Inspeção: § Abaulamentos precordiais podem sugerir dilatação cardíaca crônica. § Sulco de Harrison: pode sugerir grandes shunts esquerdo-direito e raquitismo. § “Tórax hiperdinâmico”: ocorre, em geral, em cardiopatias com aumento de volume. Palpação: § Localização e extensão do ictus: § RN: coração horizontalizado e ictus no 4º EICE e à esquerda da linha hemiclavicular. § Em escolares e adultos, localiza-se no 5º EICE, à direita da linha hemiclavicular. § Presença de frêmito. AFERIÇÃO DE PRESSÃO ARTERIAL O manguito deve envolver de 80 a 100% da circunferência. A largura deve ocupar 40% do braço HIPERTENSÃO NA CRIANÇA AVALIAÇÃO DE COR CIANOSE = Cor azulada da pele e mucosas em geral quando existe quantidade excessiva de hemoglobina não oxigenada no sangue depende tanto do grau de hipoxemia quanto concentração de hemoglobina Æ Periférica ou acrocianose : geralmente fenômeno benigno; Æ Central : quando notada em língua, mucosa e leito ungueal; Æ Diferencial: diferente coloração em diferentes áreas do corpo. Pode estar relacionada com pca, hipertensão pulmonar e transposição de grandes vasos AVALIAÇÃO DE PULSOS Pulsos de grande amplitude nas extremidades superiores e fracos ou ausentes em membros inferiores sugerem coarctação da aorta; Pulsos de grande amplitude: ocorrem nos estados hipercinéticos, PCA com repercussão hemodinâmica, grandes fístulas arteriovenosas sistêmicas e insuficiência aórtica (pulso em martelo dʼagua); Pulsos de baixa amplitude podem estar associados a obstrução a saída do fluxo do ventrículo esquerdo. TRIAGEM NEONATAL DE CARDIOPATIA CONGÊNITA • Teste do coraçãozinho (?) Oximetria de pulso (MSD e um dos MMII entre 24-48h de vida) -> é o que tá na 1ª caixinha. AUSCULTA CARDÍACA Ambiente silencioso e criança calma; Ausculta-se não somente os focos precordiais mas também as áreas de irradiação: pescoço, dorso e axilas. Estabelecer um roteiro favorece a sistematização: Caracterizar o ritmo cardíaco: regular ou irregular; Avaliar variações na frequência cardíaca; Bulhas (1a e 2a): intensidade, desdobramentos; Ruídos adicionais: 3ª e 4ª bulhas, cliques, estalidos, sopros cardíacos. Variações do ritmo cardíaco: Æ Arritmia sinusal ou respiratória Æ Taquicardia sinusal: febre, ansiedade, dor etc. Æ Taquicardia supraventricular paroxística: início e fim abruptos, com frequencia cardíaca muito alta, geralmente acima de 250-300/min em lactentes e 180-200/min em crianças maiores e se associa a manifestações de baixo débito e congestão. Æ Bradicardia grave sustentada, na faixa de 60/min em neonatos e lactentes, e 40- 50/min em crianças maiores: em geral associa-se ao BAVT congênito. Æ Extrassístoles isoladas e esporádicas, em crianças assintomáticas e sem outros achados ao exame, geralmente não têm significado clínico. Sons normais ‒ bulhas cardíacas: Æ B1: Fechamento das válvulas AV; Identifica o início da sístole ventricular; Avaliada nos focos do ápice (mitral e tricúspide). Æ B2: Fechamento das válvulas semilunares; Avaliada nos focos da base; Identifica o início da diástole. A partir da identificação de B1 e B2, todos os outros ruídos podem ser localizados no ciclo cardíaco. SOPROS CARDÍACOS Maioria Inocente ‒ Fisiológico. Porém, os pais tendem a pensar em “doença cardíaca”, algo grave e ruim; Geralmente detectado em consulta de rotina, nas crianças saudáveis; Febre e anemia; Quando detectado, considerar: Sopro Inocente; Cardiopatia; Doença não- cardíaca que altera a ausculta; Produzidos por um fluxo normal e alterações do fluxo alteram a intensidade do sopro. Podem ser sistólicos ou contínuos, mas nunca ocorrem isoladamente na diástole, e os mais frequentes nas crianças são: Æ Sopro vibratório de Still; Æ Sopro de ejeção pulmonar; Æ Sopro de ramos pulmonares; Æ Sopro supraclavicular (carotídeo); Æ Zumbido venoso. I. Sopro de Still: Detectado em 75-85% nos escolares (raramente em lactentes ou adolescentes); Melhor audível: borda esternal esquerda | apêndice xifóide; No começo da sístole; Intensidade diminui quando de pé; Diagnóstico Diferencial: CIV e estenose aórtica (não se alteram na mudança de posição); II. Sopro de Ejeção Pulmonar: No foco pulmonar; Tem característica suave e de baixa intensidade; A 2ª bulha é sempre normal. III. Sopro de Ramos Pulmonares: Mais frequente no RN; Mais audível na região supraclavicular Esquerda; Sem irradiação; Causado pela transição do sangue do tronco pulmonar para os ramos. IV. Sopro Supraclavicular: Muito comum; Mesossistólico, bilateral (mais comum a D); Diagnóstico diferencial com estenose Aórtica. V. Zumbido Venoso: Turbilhonamento da entrada do sangue venoso na VCS; Audível na jugular externa; Acentua-se com a criança sentada; Contínuo, acentuado na diástole. SOPRO PATOLÓGICO: Ocorrência isolada na diástole ou sopro contínuo; Maior intensidade (2+/4+) ou sopro rude; Irradiação fixa e nítida para outras áreas; Associação com sons cardíacos anormais (hiperfonese de bulhas, estalidos, cliques) e/ou frêmitos; Quando ocorre antes de um mês de vida. Associação com sintomatologia sugestiva de cardiopatia; Exames alterados: Presençade tamanho e/ou silhueta cardíaca anormais; Anormalidades vasculares pulmonares na radiografia de tórax; Alterações no ECG. CLASSIFICAÇÕES: Cianóticas e acianóticas; hiperfluxo, normofluxo ou hipofluxo pulmonar; shunt direita ‒ esquerda / esquerda-direita ou obstrutivo. CARDIOPATIAS CONGÊNITAS COM COMPROMETIMENTO FUNCIONAL INTRAUTERINO Anomalia de Ebstein da válvula Tricúspide, Estenose Aórtica, forame oval restritivo; Grande risco de óbito intrauterino; Sem tratamento, não sobrevivem fora do útero; COM COMPROMETIMENTO FUNCIONAL NEONATAL Obstrução severa do fluxo arterial sistêmico; Hipoplasia de VE, CoA, Interrupção do Arco Aórtico; Atresia pulmonar, estenose valvular pulmonar, TGA; Logo após nascer: congestão pulmonar -> falência circulatória -> óbito COM COMPROMETIMENTO FUNCIONAL TARDIO Piora com o fechamento do canal arterial e diminuição da resistência pulmonar. após uma semana de vida e começa a manifestar com um mês de vida e ao longo dos primeiros meses. Sem disfunção intrauterina, nem risco no pós- natal imediato; Hiperfluxo pulmonar | Shunt Esq ->Dir: SINAIS DE ICC. Hipofluxo pulmonar : aos esforços : CIANOSE e ICC • CIV, CIA, PCA, DSAV, T4F leve; MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: 1. Cianose: Central e generalizada; Raramente diferencial: presente nos MMSS e ausente nos MMII ou vice-versa; MFC que cursam com cianose, em ordem de frequência: TGA, T4F, EP, atresia pulmonar, anomalia de Ebstein. 2. Insuficiência Cardíaca: Principalmente as de hiperfluxo pulmonar, com hipertensão pulmonar; Taquipneia, cansaço (principalmente ao mamar), sudorese, taquicardia, cardiomegalia e hepatomegalia; Quadro mais tardio nas doenças com shunt Esq->Dir : CIV, PCA, DSAV SOPRO CARDÍACO Maior causa de encaminhamento para investigação; Mais da metade das vezes é inocente; CIV, CIA, PCA, EP, EA; ARRITMIA Raramente ocorre; Mais comum na TGA e anomalia de Ebstein; BAVT é a mais encontrada; Comum ter síncope associada História de arritmia na família. Dor precordial associada, palpitação e dispnéia ASSOCIAR COM MORTE SÚBITA NA FAMÍLIA, SÍNCOPES Geralmente é vasovagal, mas valorizar quando associado a esforço fisico e com dor precordial Doenças: s Marfan e estenose aórtica. MIOCARDITES Inflamação Muscular > disfunção miocárdio > falha no funcionamento > IC; Maioria com doença aguda/fulminante (≠ do adulto); Causas: Infecciosa • Viral - Coxsackie A e B; CMV; VSR; adenovírus; EBV; rubéola; poliomielite; • Bacteriana - meningococo; TB; • Protozoário - T cruzii; toxoplasmose; • Ação de drogas: Sulfonamidas; Tetraciclina; Fenitoína; • Autoimune: Febre Reumática | Artrite Reumatóide; LES; • Tóxica: Venenos (Aranhas e Escorpiões) MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS • Quando viral/infecciosa: pródromos (febre, mialgia); • Quando autoimune: sintomas da doença sistêmica; Sintomas de falha da bomba cardíaca: Dispneia em repouso; Anorexia; Taquipneia e taquicardia; - Fulminante: comprometimento hemodinâmico (hipotensão, pulsos finos, colapso cardíaco, evoluindo para choque; PERICARDITES Duas manifestações: Aguda e constritiva 1. AGUDA • Neoplasias, TB, infecções bacterianas ou virais, doenças autoimunes; • Cursa com dor precordial + atrito pericárdico; Suspeita: Febre + efusão pericárdica; Cardiomegalia sem etiologia; Deterioração hemodinâmica após procedimentos cardíacos; 2. CONSTRITIVA: Perda da elasticidade do saco pericárdico; Geralmente é crônica, mas pode ser transitória ou subaguda; Diagnóstico diferencial: Tamponamento cardíaco: acúmulo de fluido pericárdico, com constrição e aumento do retorno venoso; Disfunção diastólica; Hipertensão pulmonar; Aumento da PVC; Causas: Idiopática ou Viral Auxílio Diagnóstico: RX de Tórax: anel calcificado em torno do coração; Ecocardiograma: mede a espessura do pericárdio e avalia a constrição;