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DOENÇA DE CHAGAS APG

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DOENÇA DE CHAGAS ( CONCEITO,DIAGNÓOSTICO, FISIOPATOLOGIA EPIDEMIOLOGIA, SINAIS E SINTOMAS
 
Etiologia: Trypanossoma Cruzi
Hospedeiro intermediário: Triatoma infestans – Barbeiro “Chupança”
Forma aguda: Febre, linfadenopatia generalizada e assintomática em 90% dos casos.
Forma crônica cardíaca: Hipertrofia ventricular, arritmias frequentes, insuficiência cardíaca pela cardiomegalia, tromboembolismos.
Forma crônica digestiva: Megaesôfago, Megacólon chagásico
Prevenção: Controle do vetor, medidas de saneamento básico em áreas endêmicas .
A doença de Chagas é causada pelo Trypanossoma Cruzi Patógeno Se desenvolve chagas ao entrar em contato com o Trypanossoma Cruzi , esse T.C necessita de um vetor (que é quem vai passar esse T.C para o indivíduo). Esses vetores são infectados ao ingerir o sangue de algum animal que possuam o T.C. O T.C irá se multiplicar no intestino dos animais transformando e então serão liberados em suas fezes liberando tripomastigota metaciclicas. A nova transmissão ocorre quando um novo mamífero entra em contato com essas fezes (não só fezes) levando-as para superfícies vulneráveis , como: mucosas ou feridas. O T.C entra no organismo do indivíduo (geralmente ele pica e defeca, onde o indivíduo coça e joga as fezes na picada) em sua forma de amastigota ao entrar no organismo irá começar a se multiplicar onde será liberado no sistema linfático e na corrente sanguínea em forma de tripomastigota. Vale salientar que se contrai o parasita através do contato em regiões sensíveis , logo, se torna possível adquirir o mesmo através de sangue ou órgãos de pessoas infectadas, da mãe para o feto, pela ingestão de alimentos ou bebidas contaminadas e em acidentes de laboratório.
Resumindo: Em tese, após a picada e a entrada de tripomastigota metaciclicas estas vão se transformar em amastigotas que irão se multiplicar no organismo do hospedeiro. Quando os tripomastigota entram no hospedeiro, eles são fagocitados pelos macrófagos pelo mecanismo de endocitose se transformação esses amastigotas produzem perforina que irá romper a parede fagocitária onde vão recuperar sua fase tripomastigota saindo para os espaços intersticiais que irão colonizar vários órgãos e tecidos.
Vale salientar ainda que o nosso organismo gera uma resposta inflamatória frente ao
parasitismo, onde na fase aguda temos a formação de IgM, já na fase crônica temos a
presença de IgM e IgG – resistência natural.
Infectividade
• Os tripomastigota encontrados nas fezes não atravessam a pele, mas entram pela picada do inseto.
• Transmissão materno infantil, por via transplacentária, leite materno e coito
• Contaminação por alimentos
• Transfusões de sangue
• Transplante de órgãos
Epidemiologia
Os triatomíneos - hematófagos (o inseto barbeiro) são encontrados na américa do sul e mais recorrente em regiões endêmicas , devido ao ciclo silvestre de transmissão ser mais ativo.
Um dos problemas mais recorr entes e quando esses insetos migram para regiões que antes não tinham tantas endemias , com isso, civilizações mais pobres e que vivem em áreas rurais ficam suscetíveis a esses insetos por eles se abrigarem em casas de pau a pique e pedras, tornando assim um problema de saúde pública.
Fisiopatologia
Chagas agudo: Pode ser tanto sintomática como assintomática. A sintomática se manifesta principalmente por lesões localizadas. Inicialmente pode passar despercebida e tendo apenas alguns sintomas como febre, fraqueza, aumento do fígado e do baço. Temos basicamente um parasitismo tecidual com manifestações de toxemia (intoxicação por acumulo de toxinas) A principal manifestação da fase aguda é a presença de chagoma ou sinal de Romaña (complexo oftalmolinfonodal) que é um edema unilateral ou bipalpebral, esse chagoma nada mais é que um inchaço cutâneo no local em que foi picado e contaminado pelas fezes . Essa inflamação propaga-se, por via linfática. Além disso devemos lembrar que a fase aguda se caracteriza por um início de miocardite difusa (inflamação do tecido muscular do coração – miocárdio). Essas manifestações cardíacas como; derrame pericárdico, cardiomegalia, insuficiência cardíaca congestiva são mais frequentes através da picada do inseto, porém, temos também complicações digestivas decorrentes principalmente por transmissão
oral do T.C
Os parasitas podem ir para qualquer tecido ou musculo, porém o coração é o local mais
parasitado, podendo assim gerar uma miocardite que é uma inflamação que pode
 desencadear uma necrose.
Chagas crônico: A principal complicação é a Insuficiência Cardíaca Congestiva, ou seja, a diminuição da massa muscular e o aumento volumétrico (Hipertrofia Excêntrica) que se encontra muito destruída devido a substituição do tecido estriado cardíaco por áreas de fibrose, causando retardamento da circulação ou hipoxia nos tecidos que dependem de uma circulação sistêmica eficaz. Além disso, passada a fase aguda se não tratado, ocorre a redução ou evolução da doença que pode demorar de 10 a 30 anos, podendo assim se desenvolver para níveis cardíacos, digestivo ou ambos. Basicamente o Parasita forma ninhos de amastigotas e enquanto ele s não fagocitarem a parede fagocitaria do fagossomo não temos como ter um processo inflamatório, logo, o corpo não reage, quando temos o rompimento em quantidades muito altas talve z o corpo não consiga suprir a necessidade imunológica. A substituição dos elementos musculares do coração por tecido conjuntivo ou fibroso vai acarretar na redução de força de contração onde ele irá gerar mecanismos compensatórios , como por exemplo:
• Aumento do diâmetro das fibras musculares cardíacas, tanto mais acentuado quanto mais extensos forem os focos inflamatórios crônicos e maiores as sequelas fibróticas
• Aumento do volume cardíaco: dilatação das cavidades e hipertrofia das paredes do órgão
• Taquicardia
Além disso temos a deficiência no sistema autônomo reguladores das contrações
cardíacas (nódulo sinusal, nódulo atrioventricular e feixe de hiss) teremos consequências como; arritmias sinusais, bloqueio de condução, com isso podemos ter
uma deficiência do sistema autônomo que consequentemente te remos um déficit de
contração que irá gerar uma insuficiência circulatória, chegando menos sangue e oxigênio nos órgãos. Gerando assim, dispneia ao esforço, insônia, congestão visceral, edema nos membros inferiores .
Ou seja, com o tempo gera uma miocardiopatia chagassi acarretando em um aumento biventricular e o afinamento das paredes ventriculares (hipertrofia excêntrica), causando bradiarritmias e fibrilação atrial; bloqueios de ramos do lado direito dentre
outros sintomas como por exemplo a insuficiência do lado direito (que desencadeou devido à esquerda – IC retrogrado), alterações de ritmo, fenômenos tromboembolísticos .
Além disso a doença de chagas crônica pode causar Megaesôfago e Megacólon
Basicamente vamos ter uma disfunção sistólica (IC sistólica), devido à grande dilatação e enrijecimento cardíaco pela fibrose gerando tromboembolismo pulmonar (vai acarretar em IC direita pela volta do sangue )
Diagnostico Clinico
• Região de procedência
• Casas com insetos?
• Transfusões sanguíneas?
• Sinal de Romaña
• Aumento de fígado ou baço
Diagnostico Parasitológico
• Hemocultura
• Xenodiagnóstico : colocam insetos para sugar o sangue do paciente suspeito que após alguns dias se estiver contaminado com T.C irão eliminar esses parasitas em suas fezes – mais utilizado em casos agudos
Diagnostico Imunológicos
São os testes sorológicos, onde os métodos mais utilizados são
• Imunofluorescência Indireta
• Imunotestes Enzimáticos (ELISA)
• Hemaglutinação
• Hemaglutinação Indireta
Chagas aguda: Realização de exames sorológicos, com presença de IgM para o T.C
Chagas crônico: Realizada através da detecção de anticorpos IgG
 2- Ciclo de vida do protozoário da doença de chagas. 
Ciclo de vida: Trypanossoma em sua forma de Tripomastigota está nas fezes do barbeiro.
O barbeiro pica a pessoa e defeca próximo a picada. O indivíduo coça o local espalhando as fezes paradentro da picada. Na circulação, ele passa de tripomas tigota para amastigota, onde irá se multiplicar se alojando em algum órgão alvo.
Transmissão: Fezes do barbeiro, ingestão do barbeiro (comum em açaí), parto, aleitamento, transfusões.
O ciclo de transmissão da Doença de Chagas apoia-se no vetor triatomíneo como principal transmissor. Porém, após diversas campanhas nacionais e iniciativas de âmbito multinacional, a transmissão por este meio encontra-se parcialmente controlada. Em 2006, o Brasil recebeu da Organização Mundial de Saúde (OMS) certificado de erradicação da transmissão da doença pelo mais relevante vetor domiciliado, o Triatoma infestans.1,2 Isto, de forma alguma, representa a erradicação da doença – alvo inerentemente inalcançável – a qual continua acontecendo por meio de surtos mediados por outros mecanismos de transmissão como, por exemplo, a via oral. No período de 1975 a 1995, o programa de controle da doença do Cone Sul detectou redução de 89% das transmissões da mesma.3 As taxas de mortalidade secundárias à DC também já foram reduzidas em 75% desde a década de 1990. 
3- políticas de saúde do indígena: 
POVOS INDÍGENAS:
 Os povos indígenas estão presentes em todos os estados brasileiros, exceto no Piauí e Rio Grande do Norte, vivendo em 579 terras indígenas que se encontram em diferentes situações de regularização fundiária e que ocupam cerca de 12% do território nacional.
POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO À SAÚDE DOS POVOS INDÍGENAS: A Política Nacional de Atenção à Saúde tem como propósito desta política é garantir aos povos indígenas o acesso à atenção integral à saúde, de acordo com os princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde, contemplando a diversidade social, cultural, geográfica, histórica e política de modo a favorecer a superação dos fatores que tornam essa população mais vulnerável aos agravos à saúde de maior magnitude e transcendência entre os brasileiros, reconhecendo a eficácia de sua medicina e o direito desses povos à sua
Cultura 
 DIRETRIZES:
 Para o alcance desse propósito são estabelecidas as seguintes diretrizes, que
Devem orientar a definição de instrumentos de planejamento, implementação, avaliação e controle das ações de atenção à saúde dos povos
indígenas:
• Organização dos serviços de atenção à saúde dos povos indígenas na forma de Distritos Sanitários Especiais e Pólos-Base, no nível local, onde a atenção primária e os serviços de referência se situam;
• Preparação de recursos humanos para atuação em contexto intercultural;
• Monitoramento das ações de saúde dirigidas aos povos indígenas;
• Articulação dos sistemas tradicionais indígenas de saúde;
• Promoção do uso adequado e racional de medicamentos;
• Promoção de ações específicas em situações especiais;
• Promoção da ética na pesquisa e nas ações de atenção à saúde envolvendo comunidades indígenas;
• Promoção de ambientes saudáveis e proteção da saúde indígena;
• Controle social.
DISTRITO SANITÁRIO ESPECIAL INDÍGENA: um modelo de organização de serviços – orientado para um espaço etno-cultural dinâmico, geográfico, populacional e administrativo bem delimitado -, que contempla um conjunto de atividades técnicas, visando medidas racionalizadas e qualificadas de atenção à saúde, promovendo a reordenação da rede de saúde e das práticas sanitárias e desenvolvendo atividades administrativo-gerenciais necessárias à prestação da assistência, com
controle social. DIRETRIZES:
 Para o alcance desse propósito são estabelecidas as seguintes diretrizes, que devem
orientar a definição de instrumentos de planejamento, implementação, avaliação e
controle das ações de atenção à saúde dos povos indígenas:
• Organização dos serviços de atenção à saúde dos povos indígenas na forma de Distritos Sanitários Especiais e Pólos-Base, no nível local, onde a atenção primária e os serviços de referência se situam;
• Preparação de recursos humanos para atuação em contexto intercultural;
• Monitoramento das ações de saúde dirigidas aos povos indígenas;
• Articulação dos sistemas tradicionais indígenas de saúde;
• Promoção do uso adequado e racional de medicamentos;
• Promoção de ações específicas em situações especiais;
• Promoção da ética na pesquisa e nas ações de atenção à saúde envolvendo comunidades indígenas;
• Promoção de ambientes saudáveis e proteção da saúde indígena;
• Controle social.
DISTRITO SANITÁRIO ESPECIAL INDÍGENA: um modelo de organização de serviços – orientado para um espaço etno-cultural dinâmico, geográfico, populacional e administrativo bem delimitado -, que contempla um conjunto de atividades técnicas, visando medidas racionalizadas e qualificadas de atenção à saúde, promovendo a reordenação da rede de saúde e das práticas sanitárias e desenvolvendo
atividades administrativo-gerenciais necessárias à prestação da assistência, com
 Política Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas, elaborada pela FUNASA e aprovada
pela Portaria MS n.254, de 31 janeiro de 2002. PORTH, C.M.; MATFIN, G. Fisiopatologia. 8a ed.
Guanabara Koogan, 2010.