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COLUNA VERTEBRAL A coluna vertebral é um conjunto de vértebras que partem desde a região cervical até a região sacral, onde se localiza a medula óssea em seu interior, atua protegendo esse tipo de estrutura de possíveis lesões. São composta por uma quantidade exuberante de nervos, vasos sanguíneos, até por abrigar em seu interior o principal componente de um hematopoese do organismo humano que é a medula. Entre cada vértebra existem os discos intervertebrais que tem composição de fibrocartilagem e atuam promovendo uma diminuição do impacto e amortecimento das forças mecânicas durante os movimentos. Problemas nesse local estão relacionados com a herniação de disco que faz com que ocorra destruição da cartilagem, promovendo contato entre as vértebras e ocorrência de lesões vertebrais. A coluna vertebral por si só apresenta curvas fisiológicas ao longo de seu trajeto, como se formasse um “S” discreto por todo o corpo. A região cervical é em formato lordose, já a região torácica forma uma cifose, enquanto a lombar volta a formar uma lordose e a região sacral juntamente com o cóccix forma uma cifose novamente bem discreta. O posicionamento do pé, assim como a postura com que a pessoa adota influencia diretamente na coluna vertebral e na sua composição e direcionamento. Pessoas que possui um pé pronado, com joelho valgo e coxa vara geralmente possui uma hiperlordose da coluna lombar, com o andar de gansos também denominado de marcha anserina. Lembrando que o pé possui três arcos que contribuem na manutenção do equilíbrio e da postura corporal formando a abóbada plantar. O primeiro arco denominado de A é o arco que liga o calcâneo ao primeiro metatarso, o ponto B liga o calcâneo ao quinto metatarso e o ponto C liga ambos os metatarsos, formando a abóbada. E a partir desses achados se formam os desvios posturais sendo os principais deles a Escoliose que constitui de um desvio lateral da coluna vertebral, Hiperlordose constitui uma acentuação da principal lordose do organismo que é a da coluna lombar e Hipercifose que constitui aumento da angulação da principal cifose fisiológica que é a da coluna torácica. Lembrando que a medula óssea vai até L1/L2. Lembrando apenas para fins didáticos, a cifose forma um tipo de C em relação ao eixo da coluna vertebral fazendo o receber o nome de Cifose. A Lordose é justamente oposto da Cifose, com o C invertido, formando um D ao eixo. HIPERLORDOSE A hiperlordose é uma patologia que afeta a principal área de lordose na coluna vertebral que é a região lombar em que o ângulo de lordose está aumentado em relação eixo de gravidade da coluna vertebral. Pode apresentar ainda o Ângulo de Ferguson elevado maiores do que 42º graus em relação a tangente da região cervical. Geralmente no exame físico é possível de observar esses quadros de hiperlordose, no entanto, a partir do exame de Raio-X é possível observar um aumento dos ângulos, em especial quando se pega a vertebra lombar que apresenta maior rotação em relação a coluna vertebral, passa uma tangente na coluna lombar e na coluna cervical e acha um ângulo característico, denominado Ângulo de Ferguson. ESCOLIOSE A escoliose é um desvio lateral da coluna em relação linha média não fisiológico maior do que 10º. Essa medida é um valor denominado de Ângulo de Coob que é medido partir da identificação de quais vértebras começam o desvio da coluna. Identificando as principais vertebras rotacionadas ou tortas se traça uma linha paralela ao corpo vertebral e une esses dois pontos formando um Ângulo de Coob que irá dar o grau da escoliose daquele paciente. Esse ângulo é traçado em exames de imagem no Raio-X em casos que se seja possível observar alterações corretamente. ESCOLIOSE LEVE < 20º ESCOLIOSE MODERADA 20º - 40º ESCOLIOSE GRAVE > 40º Essa medida é considerada o padrão ouro para diagnostico de Escoliose na grande maioria das vezes, apesar de ter a limitação de ser um teste dependente do profissional e da maneira que ele realiza, podendo duas pessoas chegarem a Ângulos diferentes, assim como variações ao longo do dia e no exame de imagem. O diagnóstico de Escoliose é particularmente clínico onde se tem um paciente com desvio de coluna, e esse desvio de coluna lateralmente implica em algumas alterações na postura do paciente, especialmente quando se diz sobre a cintura escapular. Em pacientes com Escoliose se tem uma elevação da região dos ombros para o lado que a coluna do paciente é desviada lateralmente, como se estivesse de ombros levantados em um dos lados. Pode-se muitas vezes não perceber a diferença devido ao paciente corrigi-la antes do exame físico, no entanto, a fim de descobrir tal mudança pode-se pedir para o paciente de suspeita abaixar com as duas mãos em direção aos pés e deve-se observar alterações na altura da coluna lombar em especial, sendo um lado maior que outro. Outra técnica interessante é realizar um pontinho de lápis ou caneta ao longo de todo o trajeto vertebral e observar se apresenta algum desvio de coluna importante relação a linha mediana, e se for maior do que 10º é Escoliose. ESCOLIOSE: FUNCIONAL OU ESTRUTURAL A Escoliose pode ser funcional ou estrutural. Como próprio nome já diz, a Escoliose Estrutural se dá devido algum tipo de defeito próprio da coluna vertebral, geralmente causas idiopáticas, sendo a forma mais comum de desvio lateral da coluna tanto em crianças como adolescentes e adultos chegando a 80% dos casos. Na Escoliose Estrutural não tem melhora com a correção de postura, e na grande maioria das vezes o tratamento é cirúrgico. Outras causas para Escoliose Estrutural são: congênitas, de infecções, neuromusculares neuropáticas ou miopáticas, traumáticas, doenças metabólicas, neurofibromatose ou mesenquimopatias como Síndrome de Marfan. No entanto a grande maioria das causas são idiopáticas, sem que saiba o que realmente levou aquela alteração estrutural, sendo que independentemente da causa, o seguimento tende a ser o mesmo, e com correção cirúrgica obviamente junto com fisioterapia, RPG e assim por diante. Já a Escoliose Funcional está diretamente relacionada a má postura, sendo uma escoliose “adquirida” em que não se tem rotação vertebral por exemplo, como é muito comum nos casos de Escoliose Estrutural. Os fatores são ligados ao quadro ambiental, como por exemplo, fatores emocionais em adolescentes perturbados que tendem a fazer quadro de má postura, encolhimento, curva em C sem rotação, as irritações de raiz nervosa como hérnias de disco e tumores e outros quadros como apendicites e assimetria membros inferiores. ESCOLIOSE EM “C” OU “S” Podem existir ainda dois tipos de padrão de escoliose e em ambas, ocorre desvio lateral da coluna mas de forma bem diferente quanto ao formato do desvio. Um desvio se dá em forma de “C” em que a coluna desviada pende apenas para um lado, sem retornar a linha mediana para o outro lado, e nesses casos, a cintura escapular tende a levantar para o lado do desvio, enquanto a cintura pélvica tende a se inclinar para o lado contrário ao desvio. E a coluna no formato de “S” em que ocorre um desvio em ambas as partes, formando um S em relação a linha media da coluna vertebral. Nesses casos, a cintura escapular e a cintura pélvica tendem a se inclinar para o mesmo lado em ambos os casos. É facilmente observado ambos os padrão em exames de imagem e principalmente na inspeção dessa coluna ao exame físico. A escoliose influencia diretamente nos músculos ligados a coluna vertebral já que não se pode esquecer que o quadro de Escoliose é um quadro tridimensional que leva a tensão em inúmeros músculos importantes: Rombóide menor e maior, Trapézio, Eretor da Espinha, Deltóide Posterior, os músculos lombares ou do quadrante lombar.Durante um tratamento de Escoliose, devem ser alongados esses tipos de músculos a fim de aliviar os pontos gatilhos e também a tensão muscular que venha a prejudicar os movimentos e causarem dor. CLASSIFICAÇÃO DA ESCOLIOSE LOCALIZAÇÃO COLUNA CERVICAL: C1 – C6 COLUNA CERVICOTORÁCICA: C7-T1 COLUNA TORÁCICA: T2 – T11 COLUNA TORACOLOMBAR: T12 – L1 COLUNA LOMBAR: L2 – L4 COLUNA LOMBOSSACRAL: L5 – S1 A identificação é feita a partir do exame físico em que se tem a identificação de pontos de maior convexidade como se fossem curvaturas voltadas para fora, como a parte de trás de uma colher formando um arco para fora em que se tem o início da Escoliose. Geralmente não se encontra rotação vertebral em casos de escoliose funcional, sendo mais comumente de encontrar em casos de escoliose estrutural. Essa classificação Nash e Moe mostra os graus de rotação da vertebra sempre em comparação com o lado côncavo da coluna e o pedículo em questão, sendo que o lado côncavo é o lado de fora que se tem formação de uma curvatura como se fosse o lado das colheres em que se coloca a comida. Quanto maior fosse a rotação, menos o pedículo é percebido e mais difícil é um tratamento cirúrgico que possibilita reversão do quadro. TESTES DE AVALIAÇÃO DE ESCOLIOSE TESTE DE ADAMS: neste teste, a criança deve se abaixar para frente, mantendo os pés juntos e os joelhos retos. Os membros superiores devem estar pendentes, com as mãos aproximadamente ao nível dos joelhos. A criança será avaliada pela cabeça e/ou pelas costas. Alterações no nível da coluna vertebral, com inclinação maior ou menor para um lado é indicativo de positividade para Escoliose. TESTE DE DESLIZAMENTO LATERAL DE MACKENZIE: teste de Mackenzie com o paciente em pé, ficar ao lado dele, também em pé. Com o seu ombro, bloqueará a coluna torácica. Com ambas as mãos, pegar a pelve do paciente e puxá-la para você. Mantenha essa posição por 10 a 15 segundos. Ao realizar o teste se os sintomas aumentarem no lado afetado, isso indica que a escoliose do paciente está contribuindo para os sintomas que ele apresenta. TESTE DE FLEXÃO LATERAL DO TRONCO: Com o paciente em pé e os braços ao longo do corpo, medir a distância do dedo médio até o chão. Depois peça para ele inclinar o tronco lateralmente e meça novamente. Tirar a diferença entre as duas medidas. Repetir do outro lado. Se o paciente se apresentar com escoliose, a inclinação lateral será mais limitada do lado da convexidade da curvatura. TRATAMENTO DA ESCOLIOSE O tratamento clinico da Escoliose se dá geralmente casos em que se tem uma Escoliose funcional ocasionada devido à má postura principalmente, assim como por problemas psicológicos que levam a má postura. Nesses casos usa-se uma órtese com o objetivo de melhorar a deformidade e ser capaz de evitar a progressão da curva por longo tempo mas em geral, essas órteses detém piora da curvatura mas não corrige a coluna, retornando o desvio para normal. O tratamento cirúrgico é mais complexo, mas também é o melhor tratamento quando o assunto é correção da coluna principalmente em casos de Escoliose Estrutural. Alguns métodos são utilizados como Artrodese que permite um bloqueio vertebral mediante a fusão óssea, além de uso de Prótese interna e em casos de Escolioses muito graves com Ângulo de Coob maior que 50º. Lembrando que antes de realizar quaisquer tipos ou forma de tratamento deve ser avaliado anteriormente a idade do paciente. Em casos de crianças, não ocorre ainda um total desenvolvimento da coluna, estando mais mole e ainda é possível a partir da fisioterapia e correções clínicas de ter melhora da Escoliose. Já no caso de adultos em que coluna vertebral já está formada, é necessário geralmente se ter um acompanhamento cirúrgico devido à dificuldade de se modificar a arquitetura da coluna já consolidada. HIPERCIFOSE Como o próprio nome já diz, é um aumento da curvatura de Cifose da coluna vertebral acometendo logicamente a principal cifose fisiológica do organismo que é a Cifose da coluna vertebral torácica. Assim como na Escoliose, a grande causa de Hipercifose é a mudança postural, ou melhor, a má postura do paciente quanto ao posicionamento. Outras causas como defeitos congênitos, traumatismo e necrose da epífise crescimento denominada de Hipercifose de Scheuermann em que tem uma alteração na coluna estrutural e não funcional e não tem uma causa conhecida e patogênese explicada. Outras causas podem ser processos inflamatórios, além de pós cirúrgicos, tumores, metabólicos como osteoporose, espondilite anquilosante, pós irradiação e acondroplasia que é conhecida popularmente como nanismo. O diagnóstico é feito também pelo Ângulo de Coobs sendo que o ângulo normal da coluna torácica varia de 20º a 40º de cifose fisiológica. Lembrando que valores maiores de 50 já são indicativos de uma hipercifose torácica. O tratamento da hipercifose é, normalmente, fisioterapia convencional, que tem um objetivo fortalecer os músculos, garantir o alongamento peitoral e fortalecer a região abdominal e lombar. Além da fisioterapia convencional, o RPG (Reeducação Postural Global) pode ser recomendado, bem como o Pilates. Na grande maioria das vezes o tratamento é cirurgico e as complicaçoes são as mesmas que podem ocorrer na Escoliose. HIPERLORDOSE O próprio nome já diz, é um caso em que se tem aumento da principal curvatura de lordose fisiologica do organismo localizada na coluna lombar. Geralmente a postura de um portador de hiperlordose se faz com o ventre para frente e um afundamento muito evidente na regiao dorsal. O diagnóstico é feito pelo Ângulo de Fergunson em que se traça uma linha tangente a vertebra lombar mais afetada por onde se inicia a lordose, assim com se traça uma linha por onde começa a lordose, faz o encontro de ambas linhas e mede-se o ângulo que normalmente não deve passar de 38º, caso contrario é dado diagnostico de Hiperlordose. Outra forma de medir o ângulo é traçar uma linha na L5 e na S1 sempre passando pela ponta do processo espinhoso e pelo corpo da vertebra. Esse ângulo não pode ser maior do que 38º, caso contrario é dado diagnostico certo de um quadro de Hiperlordose. MUSCULOS ESTABILIZADORES DA COLUNA O principal musculo estabilizador da coluna do corpo é o Psoas Maior este é o nome do músculo super espesso que se conecta de sua coluna lombar ao fêmur. Sua ação primária é a flexão do quadril (puxa o tronco em direção à coxa) e secundariamente ajuda na rotação lateral do quadril. Alem do Psoas Maior, existe o Reto Femoral que é responsavel tambem pela flexao de quadril. Um hiperlordose aproxima logicamente a coluna lombar do femur, fazendo com que se tenha um encurtamento do musculo Psoas Maior. Esse encurtamento provoca entao dores na regiao da lombar, assim como dores ao ficar em pé por muito tempo, assim como dores no joelho, alem de encurtamento de um dos membros por rotaçao da pelve para frente e dores na regiao do quadri. LOMBALGIA Lombalgia é caracterizada por uma dor na regiao lombar das costas, sendo que cerca de 80% das pessoas terão um quadro de lombalgia em algum momento da vida. alguns fatores predispoe esse quadro como: idade, nível escolar em decorrencia de conhecimentos a respeito de postura e movimentos, fatores psicossociais como estresse, alem de ansiedade e depressao, satisfaçao no trabalho e condiçao de trabalho e obesidade. DOR LOMBAR AGUDA - <<<< 4 SEMANAS DOR LOMBAR SUBAGUDA – 4 SEMANAS A 3 MESES DOR LOMBAR CRÔNICA - >>>> 3 MESES As causas para uma lombalgia são inumeras, sendo sempre importante descrever a dor, principalmente casos de se ter sintomas sensitivos caracteristicos de pinçamento neural como choque, queimação e formigamento. Duraçao, local, fatores de melhora epiora, radiação ou não dessa dor, e assim por diante. Pode ser classificada como uma dor lombar inespecifica, dor nas costas associada a radiculopatia ou chamada ainda de estenose espinhal ou uma dor associada a uma causa espinhal específica. Lembrando que radiculopatia consiste no pinçamento das raizes nervosas dos nervos espinhais e pode incluir sintomas de dor, formigamento, dormência e fraqueza. LESÃO DE DISCO INTERVERTEBRAL Os discos intervertebrais são estruturas localizadas entre as vertebras formados por um tecido fibrocartilaginoso em que se tem como principal funçao absorver os impactos e diminuir a força mecânica sobre as vertebras, evitando que se tenha contato entre ambas e lesoes vertebrais. As lesões dos discos podem ocorrer por meio de inúmeros mecanismos de movimentos, sendo mais comum de se ver o mecanismo de COMPRESSÃO entre as vértebras. Outros mecanismos como TENSÃO E CISALHAMENTO dos discos tabém podem ocorrer, sendo que a tensão é mais comum em movimentos errados de abaixar para pegar algo muito pesado, forçando a parte exterior da vértebra a tensionar e a parte interior a comprimir. Já o cisalhamento pode ter ocorrência por meio de movimentos bruscos de rotaçao associado a flexão de tronco, que promovem deslizamento entre as vértebras, fazendo com que disco vertebral sofra lesões graves. HÉRNIA DISCAL É a principal consequencia da ocorrencia de compressao da vértebra e disco intervertebral promovendo dor intensa na região da coluna afetada. O mecanismo de formação de uma hérnia discal se dá por meio de movimento de compressão intensa ou repetitiva ao longo de muitos anos fazendo com que se tenha uma lesão no disco intervertebral como desgaste da cartilagem que compõe o disco. Nesse momento, ocorre uma saída do núcleo do disco para fora da vértebra como se fosse uma geléia em que aperta e sai nas extremidades. Quando esse núcleo sai do corpo vertebral começa então a comprimir outras estruturas ao redor da vértebra como nervos, principalmente. Esse comprometimento de nervo faz com que sinta dores intensas, muitas vezes irradiando para outros locais, como por exemplo, dedos do pé, além de sensação de queimação intensa, formigamento muito forte, e assim por diante. Na grande maioria das vezes, a formação de uma hérnia de disco não ocorre do dia para noite, e não está associada só aos movimentos de compressão, geralmente outros tipos de movimentos como tensão e cisalhamento, podem vir a ocorrer e contribuem ainda mais para lesão de disco, saída do núcleo para fora do corpo vertebral e formaçao hérnia. DESIDRATAÇÃO DE DISCO INTERVERTEBRAL Assim como todo organismo quando envelhe e perde H20 os discos vertebrais também sofrem com isso. Ao longo do passar dos anos, esses discos vão perdendo água e tendo um processo de desidratação, diminuindo a espessura dos discos e aumentando também as chances de lesões nessas vértebras. É por esse motivo que pessoas idosas são fator de risco para desenvolvimento de problemas na coluna em osteoartrose, hérnia de disco e lombalgia. Em termos práticos, é comum que ao longo da idade, além de perder água, as pessoas passam também a perderem a altura ou estatura. A principal causa disso, além de se ter um aumento das curvaturas da coluna vertebral, tanto da cifose fisiologica da região torácica como da lordose entre as porções cervicais e lombares, ocorre uma diminuiçao de água nos discos, encolhendo de tamanho. “Desidratação discal é um condição degenerativa do disco intervertebral, que acomete essa estrutura tão importante para o funcionamento da coluna. Este problema atinge o núcleo pulposo do disco, prejudicando a qualidade de vida do indivíduo. Na grande maioria vezes é um processo natural da idade, e raramente acometem as pessoas jovens” Assim sendo, tanto a formação de hérnia discal ocasionada por lesão do disco intervertebral acometendo não só essas vértebras, mas também estruturas adjacentes como nervo que passam próximos. Como também o processo chamado de desidratação discal levam ao aumento das chances de se ter uma lesão vertebral, já que o disco passa a perder a função principal de armazenamento e proteção contra as forças mecânicas e impactos sobre a coluna vertebral que leva ao risco aumentado de osteoartrose das vértebras e a dores características, principalmente na região lombar em que se tem o quadro típico de lombagia. NEOPLASIAS – OSTEOMA OSTEÓIDE São tumores formadores de osso, com tamanho pequeno, com limitado potencial de crescimento. Pacientes podem apresentar dor na coluna, principalmente noturna (dor tipicamente acorda o paciente à noite). Os sintomas, inicialmente, são leves e intermitentes, mas podem se tornar mais severos e constantes com o passar do tempo. O tratamento inicial, geralmente, é com uso de medicamentos, mas caso apresente uma falha podem ser utilizadas técnicas minimamente invasivas, como ablação percutânea por radiofrequência e foto coagulação com uso de laser. Casos mais avançados podem necessitar de cirurgia de ressecção tumoral. É a mesma lógica do que ocorre na hérnia de disco, só que nos casos de neoplasias, ocorrem um aumento de massa no osso, o que faz com que se tenha comprometimento de estruturas adjacentes, assim como ocorre qualquer local que se tenha formação neoplásica. Muitas das vezes, com o crescimento da neoplasia, podem aumentar os sintomas e comprometimento maior de estruturas, sem contar que tumores ósseos apresentam elevado potencial metástase. DIAGNÓSTICO DE LOMBALGIA O diagnóstico de um quadro de lombalgia é feito a partir de uma identificação mais ou menos de qual região está sendo acometida com objetivo de topografar essa lesão e facilitar na identificação de alterações, assim como para se pedir o exame ideal de determinada localidade específica da coluna vertebral, sem que, necessariamente, se faça um exame de toda a coluna vertebral. Essa identificação clínica é feita correlacionando sintomas e função dos nervos vertebrais que partem de cada local da coluna vertebral por meio dos miótomos e dermátomos responsáveis respectivamente por cada feixe nervoso. Os míotomos são locais do organismo que são inervados por um determinado feixe nervoso como grupo muscular do quadríceps é inervado por porções da L3. Dermátomos são regioes sensitivas inervadas por um mesmo feixe como nos miótomos. Na imagem acima é possível observar um exemplo clássico de lombalgia com acometimento nervoso: um paciente de certa idade chega com um quadro típico de dor lombar de forte intensidade associada a sensação de queimação e de formigamento no quinto dedo do pé, de forte intensidade que tem vezes que não consegue colocar os pés no chão do apartamento. É um clássico caso de lombalgia com um provável acometimento de vértebra S1 devido a sensação clássica no quinto dedo do pé. Outra forma de avaliar é a graduação de força muscular de determinados grupos muscular. Alterações em alguns dos grupos musculares, associados a um quadro de lombalgia são característicos de acometimento nervoso, em especial de miótomos e podem ser utilizados para guiar o exame de imagem. L2 – L3: FLEXORES DO QUADRIL; L3-L4: EXTENSORES DO JOELHOS; L4-L5: DORSIFLEXORES; L5-S1: EXTENSORES DO HÁLUX; S1-S2: PLANTIFLEXORES E FLEXORES DOS DEDOS; Outros testes podem ser avaliados como monofilamentos a fim de perceber alterações sensitivas, teste de pressão em que percebe movimentos vibratórios no local que for estimulado. Nesses casos os testes são considerados +++ se o paciente responder corretamente todas perguntas e negativos se errar pelo menos duas vezes, mostrando um acometimento nervoso associado a dor lombar. Os testes de Reflexos também podem ser utilizados nesses casos, sendo o mais conhecido,o teste do martelo a fim de estimular os músculos do quadríceps provocando um tipo de flexão involuntária por estimulação de L2-L3. O mesmo pode ser feito com os Isquiotibiais (L5) e Aquileu (S1-S2). “O reflexo patelar é um tipo de reflexo miotático, também conhecido como reflexo profundo ou reflexo tendineo. O teste do tendão patelar testa a função do nervo femoral e os seguimentos L2-L4 da medula espinhal. A ausência ou diminuição deste reflexo é conhecida como sinal de Westphal.” “O teste de Aquileu consiste em percurtir região do Tendão de Aquiles objetivando avaliar a integridade do nervo tibial posterior e as raízes L5-S1, esperando uma resposta normal de flexão do pé.” TESTE DE MILGRAM: O teste de Milgram é realizado com o paciente em decúbito dorsal. Com os membros inferiores estendidos, solicita-se que o paciente realize uma flexão bilateral de quadril de aproximadamente 10º.O teste é positivo se durante sua realização o paciente referir dor em coluna lombar. TESTE DE LASEGUE: aplicada bilateralmente, foi realizada com o paciente em decúbito dorsal, com os membros inferiores estendidos na maca. O examinador, colocando uma mão em um dos calcanhares do paciente, realiza a flexão de até 60° da coxa, mantendo o joelho estendido, em um membro de cada vez e se o paciente se sentir incomodado ou com dor, o teste é positivo. BIOMECÂNICA DO ORTOSTATISMO Existem musculos que protegem a coluna vertebral e são os estabilizadores da mesma. Especialmente os musculos do abdomen, por isso que o fortalecimento e contração do abdomen é fundamental para realização de exercícios fim de proteger a coluna vertebral. É por esse motivo que pessoas na academia quando fazem agachamento colocam a cinta estabilizadora, aumentando a pressão abdominal e fazendo com que se tenha maiores estabilidade na coluna vertebral. É como se os músculos do abdomen realmente travassem a coluna vertebral pressão. ESPONDILÓSE É um termo utilizado para descrever alterações na coluna como desgastes, alterações degenerativas, nos ossos e nas articulações. Geralmente não causa sintomas no início, no entanto, a progressão do quadro pode vir a comprometer funcionalidade, provocar dores nas regiões afetadas. Nesse quadro inclui a osteoartrose vertebral por exemplo em que se tem diminuição do disco interveterbral que leva ao contato contínuo entre as vértebras, provocando uma formação de osteófitos, lesões nos corpos vertebrais e dor fortemente associada aos movimentos, principalmente de flexão da coluna vertebral provocando compressão. ESPONDILÓLISE A espondilólise é definida como um tipo de defeito com descontinuidade óssea do segmento intervertebral, região da lâmina entre os processos articulares superiores e inferiores. Anormalidade estrutural entre os processos articulares superiores e inferiores de L5 (raramente a nível de L4). ESPONDILOLISTESE É um deslocamento anterior de uma vértebra em relação a outra situada caudamente, ou seja, a vértebra de cima se desliza para frente em relação a vertebra situada abaixo. Os locais mais frequentes de ocorrer são entre L5 e S1 e de L4 e L5 sendo em 87% dos casos de caráter bilateral. Nesse casos, a principal causa são atividades que demandam uma hiperextensão da coluna, aumentando a lordose da coluna lombar, jogando as vértebras lombares para frente e tendo um deslizamento das L5 sobre a S1 ou da L4 sobre a L5. É o famoso movimento de alongar a coluna, jogando ventre para frente e a coluna lombar também. I - CONGÊNITA OU DISPLÁSICA: alteração na superfície do sacro e/ou do arco neural, associados com espína bífida. II - ÍSTMICA: é a mais freqüente e que mais nos interessa, traduz por uma ruptura dos pares articulares por fratura ou fadiga que é a ocasionada por hiperextensão. III - DEGENERATIVA: osteortrite, degeneração discal e das facetas articulares geralmente acima do 40 anos de idade. IV - TRAUMÁTICA: fratura de um componente do encaixe ósseo, sem ser no ístmo. V - PATOLÓGICA: ocasionada devido alguma a lesão óssea generalizada como nos casos de osteoporose; O quadro clínico caracteristico é de dor que piora com uma posição ortostática, aliviando quando deitado. Pode estar associada a irritação do nervo ciático. Pode-se observar a hiperlordose ou lordose segmentar excessiva com ainda a proeminência óssea no segmento lombo-sacral com uma mobilidade diminuída, reflexos de Tendão de Aquiles são diminuídos (S1-L5) e no Raio-X é possível observar ainda o aumento da lordose, deslocamento de vértebra. ESPONDILITE ANQUILOSANTE A espondilite anquilosante é um tipo de inflamação que afeta ainda os tecidos conjuntivos, caracterizando-se pela inflamação das articulações da coluna e das grandes articulações, como quadris, ombros e outras regiões. O processo inflamatório, principalmente do disco vertebral e dos tecidos conjuntivos fazem com que se tenha então a união dos ossos e das vértebras nesses pacientes. Um sinal clássico de Espondilite Anquilosante é a coluna em bambu em que se tem fusão dos ossos vertebrais, diminuição do espaço articular com diminuição do disco intervertebral da coluna. DISFUNÇÃO SACROILÍACA Como o proprio nome já diz, disfunção sacroilíaca esta bem relacionado com algum tipo de alteração entre a regiao do sacro ou sacral e o ileo ou osso ilíaco que é o maior osso da pelve, que apresenta o formato em asa. Enquanto o sacro é a regiao responsavel por conectar ambas as asas dessa pelve, assim como manter comunicação com a coluna no caso a coluna sacral e lombar. Disfunção na regiao sacroilíaca se diz mais a respeito de um problema relacionado a articulaçao sacroilíaca que une os ossos do sacro com os ossos do íleo, sendo das principais causas de lombalgia. Pode ocorrer por trauma direto nessa regiao, assim como trauma indireto, entorse, gravidez ou alguma inflamaçao generalizada levando a dor na regiao das nadegas, geralmente lateralizadas. O quadro clínico é caracterizado por uma dor inicialmente na propria regiao da articulaçao sacroiliaca e que pode ao longo do tempo irradiar para outras regioes como virilhas, regiao lombar e sínfise púbica. Lembrando que essa dor tem origem no local da lesao, e não apresenta sintomas de queimaçao, formigamento, ou algum reflexo neurologico apenas se tiver algum comprometimento nervoso local. O diagnóstico é feito a partir do exame de vistas em que se observar tanto uma vista anterior, posterior ou lateral com alterações posturais, geralmente a pessoa tira o peso das regioes dolorosas, que ficam mais elevadas, enquanto as regioes contra laterais se apresentam mais abaixadas por sustentarem mais o peso do corpo. Pode-se ainda estimular pontos gatilhos sacroiliacos que irao promover fortes dores na regiao assim como estimular a mobilidade pélvica que estará obviamente diminuída e com dores e o teste de retração e força muscular. Pode-se fazer a palpação das estruturas como da articulaçao, alem da tuberosidade isquiática, glúteos e piriforme. DISFUNÇÃO SACROILÍACA X LOMBALGIA Teste da Flexão para Frente Suportada: é um teste que se tem como objetivo principal distinguir se a dor na região da lombar, gluteos e virilhas são resultantes de problemas na região lombar ou na disfunção sacroilíaca. Esse teste é feito inicialmente pedindo ao paciente flexão do tronco com os joelhos extendidos, sem dobrar e sem o médico imobilizar nenhuma porção. Posteriormente pede para o paciente realizar o mesmo movimento, no entanto agora imobilizando a pelve por meio da crista ilíaca desse paciente. Se o paciente sentir dor apenas no primeiro teste em que a pelve não estava imobilizada, pode-se suspeitar de algum problema na articulação sacroilíaca. No entanto, se sentir dor tanto com a pelve imobilizada como não imobilizada,o paciente pode apresentar disfunção na coluna lombar já que a pelve é indiferente nesses casos. Teste de Goldthwaith: esse teste também é realizado a fim de distinguir comprometimento lombar de algum tipo de comprometimento sacroilíaco, sendo fundamental para se observar as diferenças no acometimento. Com o paciente em decúbito dorsal. Localizar cada espaço interespinhoso. Realizar a elevação da perna. Verificar se existe dor antes, durante ou após a movimentação dos processos espinhosos: Dor antes da abertura (0° a 35°) indica dor extradural (tal como sacroilíaca); Dor durante a abertura (35° a 70°) indica dor intradural (tal como lesão ocupadora de espaço); Dor após abertura (> 70°) indica dor por distúrbio lombar tal como irritação do nervo ciático); O mais importante nesse teste é diferenciar qualquer dor na região pode ser de origem sacroilíaca, quando não tem dor após a extensão maior do que 35º pode-se descartar o comprometimento da articulação e focar na coluna lombar do paciente. TESTES PARA DISFUNÇÃO SACROILÍACA Teste do Piriforme: Paciente em decúbito lateral na borda da maca. Flexionar e aduzir o coxofemoral, com joelho fletido e estabilização na pelve. Dor ou espasmo indicará alteração do ciático na passagem pelo piriforme. Teste de Hibb: com o paciente em DV, flexionar o joelho e mover a perna para fora rodando medialmente o quadril. Promove rotação interna da cabeça femoral para dentro da cavidade acetabular, com uma leve distração da articulação sacroilíaca. Dor na articulação sacroilíaca indica lesão, processo inflamatório, abcesso ou um entorse dos ligamentos sacrilíacos. Dor na articulação do quadril indica uma lesão do mesmo Teste Patrick Fabere: Paciente em decúbito dorsal, com uma das pernas estendidas e com a outra realiza-se uma abdução do quadril, rotação lateral e flexão do joelho, cruzando a perna do paciente sobre o joelho oposto. O examinador estabiliza a crista ilíaca oposta enquanto realiza uma pressão para baixo no joelho que está flexionado. Esse tipo de teste detecta patologias do quadril (inflamação, necrose avascular da cabeça femoral) e da articulação sacroilíaca. Teste do Balanço Pélvico ou Compressão Sacroilíaca: é um teste bem simples de ser realizado, com o paciente em DD ou DL se realiza uma compressao sobre a regiao do íleo ou da articulação sacroilíaca e qualquer sinal de dor é um tipo de indicativo de lesão nessa região. Sendo importante que se realize o teste bilateralmente. Teste de Lewin-Gaenslen: Com paciente em DL, sobre o lado são, com tríplice flexão coxofemoral e joelho. O terapeuta estende a coxofemoral enquanto estabiliza o sacro. Dor nesse lado indica lesão geral da articulação sacroilíaca (entorse de ligamento sacroilíaca anterior ou processo inflamatório). Teste de Gaenslen 1 e 2: Paciente em DD e com o lado afetado na borda da maca, instruí-lo a flexionar o joelho, aproximando-o do tórax no lado não afetado. Terapeuta coloca pressão para baixo sobre a coxa afetada até que ela fique mais baixa que a borda da maca. Dor no lado afetado indica uma lesão sacroilíaca geral (entorse de ligamento sacroilíaca anterior ou processo inflamatório). Observa-se que todos esses testes visam realizar alguma movimentação da região sacral ou da sacroilíaca a fim de verificar a presença de dor. Movimentos de compressão e de extensão/flexão de quadril são importantes. Teste de Yeoman: Paciente em DV, flexionar o joelho (90°) realizar extensão da coxa passivamente, com estabilização da pelve afetada. Dor no lado afetado indica uma lesão sacroilíaca geral (entorse de ligamento sacrilíaco anterior ou processo inflamatório). Teste do Flamingo: Com o paciente em pé, instruí-o a ficar em pé sobre uma perna de cada vez. Solicitar que o mesmo salte, o que aumenta o esforço sobre a articulação do quadril, sacroilíaca e sínfise púbica. Dor aumentada em qualquer dessas articulações, pode indicar um processo inflamatório no lado da perna de apoio. Dor secundária a trauma pode indicar fratura. Dor na articulação do quadril também pode indicar uma bursite trocanteriana. O tratamento é feito por meio de analgésicos, assim como injeção de anti inflamatórios locais, anestésicos e em casos de muita dor, de corticoides sempre associado com sessão de fisioterapia. Caso não tenha melhora, pode-se pensar no tratamento cirúrgico. SÍNDROME DO PIRIFORME É uma síndrome em que o musculo piriforme provoca uma compressão do nervo ciático na saída da pelve para região glútea. Quando o musculo piriforme se encontra espasmo ou hipertrofiado ele por sua vez acaba comprimindo todo o nervo ciático e produzindo dor de forte intensidade. É uma doença mais comum em mulheres entre os 20 e 50 anos de idade que malham com muita intensidade todos os músculos da região das nádegas e coxas. Assim como os ciclistas, atletas e corredores apresentam essa patologia já que o musculo do piriforme encontra-se encurtado o que leva a compressão do nervo, principalmente ciclistas em que a posição sentado favorece o quadro encurtamento do musculo. É denominado popularmente também Síndrome Bumbum Sarado. O quadro clínico característico é de ciatalgias com dores na região lombar, glútea e que pode expandir para toda perna e região posterior da coxa, assim como virilhas. Essas dores podem ser tão intensas a ponto de incomodarem muito ao sono e acordarem o paciente por conta do quadro. Tendo em mente que sintomas como queimação, formigamento e sintomas nervosos são comuns de serem encontrados e sempre diferenciar com quadros de pinçamento de raízes nervosas, que é diferenciado pelo Teste de Lasegue. O diagnóstico deve ser feito por intermédio de exames clínicos, associados também aos exames complementares como ressonância magnética, ultrassonografia, radiografia e eletroneuromiografia. A doença costuma ser confundida com bursite, lombalgia, tendinite dos flexores da coxa e ciatalgia. Teste do Piriforme: Paciente em decúbito lateral na borda da maca. Flexionar e aduzir o coxofemoral, com joelho fletido e estabilização na pelve. Dor ou espasmo indicará alteração do ciático na passagem pelo piriforme. CERVICALGIA E CERVICOBRAQUIALGIA O próprio nome já diz que consiste em um quadro em que se tem sintomas na região cervical, cabeça ou escapula e na área do ombro em decorrência de alguma inflamação na região cervical ou da coluna cervical. Geralmente essa dor é mecânica, varia com atividade física e hora do dia ou ao realizar movimentos. Já a cervicobraquialgia como próprio nome diz ocorre um comprometimento do plexo braquial localizado próximos da coluna cervical ou melhor, tendo origem nessa coluna cervical. A dor nesses casos são unilaterais com irradiação para braços e escápula sendo muito pior que a dor cervical podendo chegar a irradiar para mãos e dedos, sendo que é um quadro típico de irritação de raiz nervosa com sintomas de irradiação, dormência ou parestesia. O diagnóstico de cervicobraquialgia é feito por meio dos testes de compressão e diapasão em que o médico faz uma força sobre o pescoço do paciente, forçando para baixo e o paciente irá sentir dor, com irradiação para braços, além de sensações de formigamento. Enquanto realizar ainda os movimentos de diapasão, as dores serão aliviadas. RADICULOPATIA O termo radiculopatia se refere a qualquer compressão do nervo independentemente qual segmento pode ocorrer, sendo mais comum na coluna cervical podendo levar aos quadros de cervicobraquialgia como lombossacrais onde se tem os quadros típicos de irritação de raiz nervosa que configura a lombalgia. As etiologias são inúmeras, com destaque para as hérnias de disco e processos degenerativos como doenças do tipo inflamatórias, infecciosas com destaque para herpes,além de etiologias isquêmicas como vasculites e neoplásicas em especial aquelas que sofrem metástases ou infiltração de meninges. As dores e alterações são sentidas conforme o local que é acometido, é o famoso assunto dos dermátomos e ainda dos miotomos responsáveis por quadros de dores segundo as regiões acometidas e inervadas por aquelas raízes. MIELOPATIA CERVICAL É um quadro de disfunção da medula espinhal em paciente com mais de 55 anos de idade. O quadro clínico é marcha com corpo inclinada, base ampla e pouco espástica, além de fraqueza nas mãos. O exame clínico revela sinais de envolvimento do neurônio motor superior nas extremidades inferiores e superiores e MMII espásticos com aumento dos reflexos dos tendões profundos. “A mielopatia cervical é a lesão da medula espinhal, devido a compressão da medula espinal na altura do pescoço, em conseqüência de uma espondilose ou de artrose cervical intervertebral que diminuem o espaço que a medula ocupa no canal vertebral.” PLEXO BRAQUIAL O plexo braquial assim como todo plexo é um conjunto de nervos que partem da medula espinhal, especificamente da região da coluna cervical e cervicotorácica entre C5 – T1 em que se tem a formação de três nervos principais que os compõe: o nervo mediano, nervo radial e o nervo ulnar e esses três nervos são responsáveis por inervar as regiões do braço, ombro, cotovelo e mãos. O Nervo Radial localiza-se abaixo da inserção do deltóide e mais indiretamente na cabeça do rádio sendo que lesões nesse nervo fazem com que se tenha perda sensibilidade no dorso das mãos assim como perda de força no punho o que configura o sinal de Punho Caído. O Nervo Medial é o primeiro deles localizado na face mais interna do braço, lateralmente a artéria braquial sendo um nervo localizado mais precisamente acima da artéria, mais medial ao tendão do bíceps e passa pelo túnel do carpo. As alterações nesse nervo faz com se tenha uma perda clara de sensibilidade cutânea na região dos dedos polegares ao quarto dedo, assim como na região mais medial da mão é por onde esse nervo passa. Além de inervar essa região de forma motora, em que problemas indicam dedos caídos, o polegar até o quarto dedo com perda da força. O Nervo Ulnar é o contrário do nervo medial sendo o nervo responsável por inervar sensitivamente e também através da motricidade as regiões mais laterais da mão, entre dedo mindinho e o quarto dedo. Perda de sensibilidade além de perda de força e os dedos caídos nessa região são sintomas característicos de irritação do nervo ulnar. NERVO SUPRAESCAPULAR O nervo supraescapular se localiza especial acima da área escapular na incisura da escapula próximo ao ligamento da escapula superior. É um ramo motor formado por outros dois ramos do plexo braquial provenientes de C5 e C6 que é responsável por inervar os músculos supra-espinhal e os músculos infra-espinhal. O quadro clínico é caracterizado por uma dor no ombro na borda superior da escapula que pode se irradiar também para pescoço e braço. Geralmente essa dor se agrava nos movimentos de flexão e adução do ombro que provoca o estiramento do nervo, fraqueza muscular, depressão mais acentuada na fossa supra-espinhal e o teste neural é nesse caso positivo. Existem inúmeros testes que podem vir a serem feitos nos pacientes para testarem os nervos periféricos como ocorre nos nervos tibiais e fibulares nos membros inferiores. Deve se ter em mente sempre que nervo radial é o contrário do nervo medial e o nervo ulnar é diferente, apesar de mais semelhante com o medial quanto a inervação. 1. Nervo Medial – Extensão Ombro + Dorsoflexão das Mão ou Extensão de Punho; 2. Nervo Radial – Rotação Interna + Extensão do Ombro + Flexão Plantar das Mãos ou de Punho; 3. Nervo Ulnar – Flexão de Cotovelo + Inclinação Cxlateral; 4. Nervo Supraescapular - Depressão de ombro (cotovelo flexionado) + Flexão de ombro 90° + Protrusão de ombro + Inclinação cervical contralateral; FRATURAS DE COLUNA VERTEBRAL São as lesões que podem vir a acometer a coluna vertebral geralmente decorrente de um trauma direto ou impacto muito elevado nessa região, principalmente grande queda de alturas muito significativas podendo vir a lesar ossos, o discos intervertebral, ligamentos, medula espinhal e raízes dos nervos espinhais com pinçamento nervoso. Existem quatro tipos principais de fraturas na coluna que podem vir a chamar atenção: fratura processo transverso ou da costela, fratura do corpo vertebral por extensão bem forçada, fratura do corpo vertebral por compressão e as fraturas com luxação. As FRATURAS DO PROCESSO TRANSVERSO são estáveis e se relacionam intimamente com trauma direto na região paravertebral com um quadro clínico de dor local, além de equimose, aumento da cifose e escoliose antálgica, órtese para imobilização. Geralmente a dor piora durante alguns movimentos respiratórios. As FRATURAS POR EXTENSÃO FORÇADA já explica próprio mecanismo do trauma que consiste em uma lesão por ter estendido demais a coluna principalmente atletas durante a adolescência. O tratamento ocorre por meio analgésicos e coletes estabilizadores por cerca de 8 a 12 semanas. As FRATURAS POR COMPRESSÃO ocorrem por falha região anterior do corpo vertebral e não causa descontinuidade do muro posterior do corpo vertebral, sem compressão da medula. Geralmente provoca acentuação antálgica cifose dorsal, com espasmos musculares e limitação do arco de movimento. O acunhamento pode ocorre em até 50% dos casos, sendo necessário órteses como colete de Boston. As FRATURAS DA COLUNA COM LUXAÇÃO são comuns de ocorrer envolvendo a T2 e T3 principalmente em casos de acidentes automobilísticos, motociclismo, esportes radical de inverso e paraquedismo. Nesses casos uma vertebra sai da outra, perdendo o contato entre si. FRATURAS DE COLUNA CERVICAL Cerca de 80% dos traumatizados tem menos que 40 anos. São lesões de alta taxa de mortalidade, podendo ter acometimento neurológico em até 50% das vezes. Cerca de 10% dos lesados medulares apresentam piora do quadro devido a negligência no transporte. As lesões no Atlas que é a primeira vertebra da coluna C1 ocorre em 1 a 2% das fraturas, produzidas por forças de compressão axial da cabeça sobre o pescoço. Sendo todo o tratamento nesse caso cirúrgico. Já a fratura do Axis ou da segunda vertebra cervical ou C2 ocorre em cerca de 15% das fraturas de coluna cervical e a etiologia geralmente é devido a acidente automobilístico por um mecanismo de flexão, extensão e rotação sendo a mais comum em pessoas com cerca de 40 anos idade. Existe uma peculiaridade do Axis que são fraturas ocorrem no pedículo do Axis conhecidas como fratura enforcado e que ocorre devido a traumas de grandes energias, sendo que a gravidade depende do tipo e mecanismo de lesão e em sua maioria soa benignas, consolidando bem após um tratamento conservador. COMPLICAÇÕES DAS FRATURAS: NEUROPRAXIAS A principal complicação são as Neuropraxias que decorrem do acometimento nervoso após lesão de vertebra como é de ocorrer na hérnia de disco por exemplo. Não ocorre a ruptura do nervo ou de sua bainha de mielina mas ocorre uma redução ou bloqueio completo da condução através do segmento do nervo com a continuidade axonal. Geralmente a principal forma de Neuropraxias que ocorre é o acometimento do axônio por compressão direta feito pelo trauma na coluna, denominado Axoniotmese mas não há dando estrutural do nervo, apenas danifica. Além dos mecanismos de compressão, pode ocorrer por estiração ou alongamento do nervo, assim como lesar a bainha de mielina prejudicando a passagem de impulsos nervosos e provocando neurites. Casos mais graves em que ocorre comprometimento total da estrutura nervosa ocorre principalmenteem lesões que são cortantes ou perfurantes gerando destruição total do nervo, denominado de Neurotmese em que ocorre secção total, assim como quadros de laceração por tração muito elevada provocando estiramento nervoso. Nesses casos, o tratamento é cirúrgico e imediato. COMPLICAÇÕES DE FRATURAS: SANGRAMENTOS O comprometimento de vasos podem ocorrer em vários casos principalmente por conta da intimidade que se tem a coluna com os vasos e nervos provocando quadros muito graves e até morte com hemorragias dependendo de qual o vaso acometido. As lesões carotídeas são diagnosticadas em cerca de 6% de todas as lesões penetrantes do pescoço e são responsáveis por 22% de todas as lesões vasculares cervicais. A maioria dos pacientes acometidos por esse tipo de lesão não chega vivo ao hospital; já se relatou uma mortalidade global de até 66%. A mortalidade global para as lesões da artéria carótida comum é muito mais alta que para as lesões da carótida interna, devido provavelmente por causa da alta incidência (31%) de lesões associadas da veia jugular interna nas lesões da carótida comum. A laringe é a parte do conduto aéreo que comunica a faringe com a traquéia. Também denominada órgão da voz, estende�se verticalmente desde da 4 a até a 6ª vértebras cervicais, sendo um pouco mais elevada nas mulheres e crianças. Trata-se do ponto mais estreito das vias aéreas, separando�as em partes superior e inferior. O trauma externo da laringe é infrequente devido ao reflexo de flexão da cabeça - aproximação da mandíbula ao tórax - em caso de perigo. A proteção posterior é realizada pela coluna cervical. O trauma ocorre basicamente quando tem-se a extensão da laringe, sendo os indivíduos altos e magros mais propensos a esse tipo de traumatismo. O tratamento é basicamente cirúrgico na grande maioria dos casos, seguido de fisioterapia e repouso com grande imobilização e cuidados nessa região para que a fratura se consolide. Geralmente fraturas cervicais tendem a ser bem complexas, podendo ocorrer acometimento medular que leve a paraplegia ou tetraplegia dependendo de qual for a raiz acometida, assim como acometer vasos próximos ao pescoço como as carótidas, aumentando a mortalidade do acidente.
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