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MICOSES SUBCUTÂNEAS

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MICOSES SUBCUTÂNEAS 
São as micoses causadas por fungos que conseguem ter a 
profundidade maior do que as dermatofitoses que são as 
que chegam até a epiderme apenas. Essas micoses possui 
como características serem transepidérmicas, ou seja, por 
atravessarem tanto a epiderme, derme e hipoderme que 
constituem a pele propriamente dita, ou região cutânea do 
organismo. Por atingirem regiões mais profundas, podem 
levar a disseminação por contiguidade ou via linfática. 
 
ESPOROTRICOSE 
É a principal representação das micoses subcutâneas, em 
que é conhecida também como micose do jardineiro ou a 
micose do gato devido ao fungo denominado Sporothrix 
schenckii vive na natureza e infecta os seres humanos por 
meio de lesões na jardinagem ou em arranhões de gatos. 
As principais manifestações clinicas constituem formação 
de nódulos ulcerativos na pele associado com a linfangite 
em “rosário” devido as lesões se assemelharem ao rosário 
com a presença de nódulos e traços elevados na pele em 
que ocorre geralmente em membros superiores. 
O diagnóstico é feito por meio de cultura, aglutinação ou 
esporotriquina, dificilmente no exame direto encontrará a 
presença do fungo. Lembrando que o principal diagnostico 
é feito clinicamente com anamnese e exame físico daquele 
paciente colhendo história e ocupação, assim como todos 
os antecedentes. 
O tratamento é realizado com iodeto de potássio, uso de 
itraconazol/Fluconazol que são de caráter mais sistêmico e 
anfotericina B que é um dos antifúngicos mais populares 
no tratamento de micoses. 
 
Existe mais raramente a forma disseminada ou chamada 
de extracutânea ocorrendo principalmente em pacientes 
imunodeprimidos afetando não só o sistema linfático e os 
tecidos subcutâneos, mas também outros órgãos. Nesses 
casos, o tratamento é feito com Itraconazol associado em 
casos mais graves com Anfotericina B. 
DOENÇA DE JORGE LOBO 
É uma micose subcutânea causada pela infecção por fungo 
denominado Lacazai Loboi que é encontrado na natureza 
e a transmissão se dá pelo contato com o fungo após um 
acidente que levou a abertura de feridas na pele facilitou a 
entrada desse parasita. 
As manifestações clinicas incluem a formação de nódulos 
na região infectada com queloides envolvendo sobretudo 
pavilhões auriculares, face, membros superiores e inferior 
e não comprometendo as mucosas. Ocorre mais regiões de 
clima intertropical, principalmente região Norte do Brasil e 
desenvolve de maneira crônica com tempo de incubação 
elevado. 
O diagnóstico é feito pelo exame direto, seja por cultura 
raspagem ou laboratorial no local da lesão. Lembrando 
que assim como nos casos da Esporotricose diagnóstico é 
clinico, associando a presença de ferimentos por animais e 
picadas de insetos que levaram ao aparecimento queloides 
no local da lesão. 
E o tratamento é feito com uso de antifúngicos sistêmicos 
Itraconazol e a Clofazimina em casos mais disseminados, 
podendo ainda ser feita cirurgia de remoção em lesões 
mais concentradas em determinados locais da pele. 
 
CROMOMICOSE 
É uma doença também subcutânea provocada pelo fungo 
Fonsecaea pedrosoi mais comumente encontrado regiões 
rurais e semiáridas do Brasil. Assim como todas as outras 
doenças que foram citadas anteriormente, e cromomicose 
é transmitida pelo contato do fungo com a pele lesionada 
que serve de entrada para o parasita, não tendo contato e 
transmissão de pessoa para pessoa, denominada esse tipo 
de transmissão de inoculação transcutânea direta por via 
da lesão prévia anteriormente. 
As manifestações clínicas incluem o aparecimento inicial 
de uma pápula com vegetações que evoluem para placas 
com vegetações que progridem continuamente por uma 
elevada área com pontos enegrecidos onde geralmente se 
localiza o parasita e é colhida a cultura para diagnóstico da 
doença. Geralmente essas placas são assintomáticas, mas 
em casos de infecções bacterianas secundárias podem ter 
prurido e disseminação hematogênica e linfática causando 
linfedema crítico, elefantíase e carcinoma espinocelular. 
O diagnóstico é realizado basicamente coletando o fungo 
a partir da crosta formada no local da lesão por meio do 
exame direto, exame histopatológico e de cultura, sendo o 
diagnóstico essencialmente clínico, ainda que as lesões são 
semelhantes as encontradas na doença de Jorge Lobo. 
O tratamento é realizado em casos mais localizados com a 
intervenção cirúrgica como crioterapia com nitrogênio, ou 
eletrocirurgia ou uso de CO2. Em casos mais sistêmicos em 
que não é recomendado cirurgia utiliza-se Itraconazol com 
Anfotericina B para efeito mais sistêmico por conta locais 
afetados e contaminação hematogênica e linfática. 
 
MICETOMA 
É um quadro crônico de infecção da pele, tecido cutâneo e 
subcutâneo que pode se estender por continuidade até os 
ossos, sendo descrito por três características: aumento de 
volume, presença de fistulas e eliminação de grãos. Não é 
possível determinar apenas um agente etiológico, podem 
ser variados assim como Madurella mycetomatis, Nocardia 
braziliensis e Actinomices israelii. 
A transmissão é a mesma que ocorre nos casos das outras 
doenças já citadas anteriormente, por infecção em algum 
local lesionado, servindo de porta de entrada para o fungo 
na pele. Por ser um quadro crônico, ocorre contaminação 
e aparecimento insidioso ao longo tempo, em geral mais 
comumente em extremidades dos pés, locais que são mais 
susceptíveis a ocorrência de lesões e infecções. 
As manifestações clinicas não indicam com precisão quais 
são os agentes etiológicos, mas iniciam-se com eritema e 
edema nas regiões acometidas, evoluindo para a formação 
de fistulas com dores e inflamação no local da lesão, além 
da presença de massa endurecida eliminando grãos. 
O nome “micetoma” lembra um aspecto característico de 
tumor, em que se tem uma massa palpável maior do que 3 
centímetros, sólida e endurecida. A coloração dos grãos no 
micetoma podem indicar qual o agente etiológico que está 
provocando a infecção crônica. 
O diagnóstico é feito clinicamente, sendo importante não 
confundir micetoma com botriomicose que apresenta as 
mesmas características de lesão mas que é causada por 
uma bactéria. Pode-se fazer exame direto, cultura, além de 
investigação histopatológica para determinar o agente que 
está provocando o quadro. 
E o tratamento consiste em avaliar condições nutricionais 
dos pacientes, principalmente por desnutridos, alcoólatras 
são mais propensos a ocorrência do quadro. Deve-se além 
avaliar os ossos para verificar acometimento, assim como 
realizar profilaxia de infecções com Penicilina Benzatina, o 
uso de Itraconazol e Cotrimoxazol para tratamento fungico 
sistêmico nesses pacientes. 
 
“O Actinomices israelii, ao contrário dos demais, pode ser 
encontrado, normalmente, colonizando algumas mucosas 
humanas, sobretudo a oral e a intestinal. É o principal 
agente da chamada actinomicose endógena, não sendo, 
necessariamente, associado à formação de micetoma.” 
FEOIFOMICOSE 
É uma micose causada por fungos caracterizados com hifas 
septadas, toruloides e produtoras de pigmentos castanhos 
ou acastanhados, evidente na coloração das lesões por ser 
mais escuras ou mais castanhas. A transmissão ocorre da 
mesma maneira que as outras micoses, por infusão direta 
na pele lesionada, podendo ou não gerar infecções do tipo 
oportunistas associadas a acometimento crônico, que é de 
certa forma debilitante e imunossupressão. 
Podem ocorrer de duas formas: a primeira forma é a mais 
comum, subcutânea que ocorre após trauma e inoculação 
do fungo na pele, principalmente em extremidades, tendo 
um aspecto nodoso, cisto ou até de abscesso isolado logo 
no local da lesão. É como se fosse um nódulo sozinho, de 
cor mais escura, que aparece na extremidade após alguma 
lesão especifica. 
A segunda forma é a disseminadasistêmica, em que ocorre 
disseminação hematogênica que leva ao acometimento de 
outros órgãos, em especial, o sistema nervoso central já 
que alguns fungos possuem tropismo para esse sistema do 
organismo. Nesses casos, formarão abscessos cerebrais e 
que poderão evoluir para sintomas como náuseas, além de 
hemiparesia, letargia, convulsões e até coma. 
O diagnóstico é clinico, com os achados do exame físico do 
paciente pela presença de lesões características. Pode-se 
ainda realizar a cultura, achado histopatológico e também 
exame direto para determinação do agente etiológico que 
causa a micose. 
O tratamento é a ressecção cirúrgica da lesão quando for 
possível. Em caso de disseminação sistêmica é indicado o 
uso de Anfotericina B ou Fluconazol lembrando que esse 
último possui uma ótima absorção no sistema nervoso. 
 
ZIGOMICOSES 
Micoses subcutâneas não comumente encontradas no ser 
humano e causadas por fungos do filo Zygomycota, micro-
organismos normalmente presentes como saprobos na 
natureza em insetos, plantas e no solo. Pode apresentar 
duas formas da doença, sendo uma sistêmica disseminada 
e outra subcutânea local. 
Mucormicose ou zigomicose sistêmica: Esses fungos são 
resistentes em níveis de pH baixos (acidez), níveis em que 
outros micro-organismos morrem. Assim eles proliferam 
causando doença em situações de acidose como na 
cetoacidose diabética. É o caso típico da mucormicose 
rinocerebral, na qual há invasão do nariz e seios 
paranasais, com lesões necróticas, gangrenosas, liberando 
secreção enegrecida de odor fétido, podendo se estender 
ao sistema nervoso central. Como fungo oportunista, ele 
causa doença em situações de disfunção do sistema imune 
como casos de diabetes mellitus, Aids, leucemia, linfoma, 
transplantados renais comum em imuncomprometidos. 
Já no caso Entomoftoromicoses ou zigomicose subcutânea 
que ocorre após inoculação traumática, ocorre a formação 
de granuloma eosinofílico que invade, principalmente, a 
gordura do tecido celular subcutâneo formando nódulos, 
tumorações além de grandes áreas de infiltração que são 
pouco sintomáticos ou praticamente assintomáticos do 
ponto de vista clínico. Apesar de poder atingir grande 
extensão, não invade órgãos internos. 
 
O tratamento é realizado por meio da remoção cirúrgica 
da lesão provocada localmente. E quando em um caráter 
sistêmico é prescrito Itraconazol ou Cetoconazol via oral 
por 3 a 4 meses ou Anfotericina B. podendo ser associado 
o uso de Iodeto de Potássio, o mesmo da Esporotricose.

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