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Processo Civil II Prof. MSc Eraldo Brandão // Aula 1/ 2/3/4/5/6 Processo de Conhecimento. Procedimento Comum. Disposições Gerais. Petição Inicial. Requisitos. Pedido. Cumulação de Pedidos. Emenda da Inicial. Objetivos Compreender a diferença entre os conceitos de Processo e Procedimento; Racionalizar dinâmica do exercício do direito de ação pelo procedimento comum desde a distribuição da petição inicial, seus requisitos e, em especial, o pedido e suas possibilidades; Compreender as possibilidades de modificação da petição inicial. 1.1. Processo de Conhecimento. Conceito. Natureza Jurídica. 1.2. Procedimento. Conceito. Classificações. 1.3. Procedimento Comum. Disposições Gerais. 1.4. Petição Inicial. Conceito. Requisitos. 1.5. Pedido. Espécies. Cumulação. 1.6. Emenda da Petição Inicial Processo de Conhecimento. Procedimento Comum. Disposições Gerais. Petição Inicial. Requisitos. Pedido. Cumulação de Pedidos. Emenda da Inicial. • O direito processual é um dos principais ramos do direito. Por se tratar das regras que determinam como o juiz deve proceder na condução de um processo e, ainda, definir, de forma objetiva, sobre os atos que as partes podem praticar num determinado processo, o direito processual, em suas dimensões cível, trabalhista e penal, possui grande relevância para os alunos do curso de Direito. • Considerando que o direito processual civil é utilizado como método de solução de conflitos que envolvam o universo de matérias que não estejam contempladas pelo direito penal e trabalhista, o estudo do procedimento comum se impõe como conhecimento fundamental para o profissional do direito em geral. Processo de Conhecimento. Procedimento Comum. Disposições Gerais. Petição Inicial. Requisitos. Pedido. Cumulação de Pedidos. Emenda da Inicial. A jurisdição é uma função estatal e deverá ser exercida pelo juiz observando a natureza da pretensão formulada pelo autor em juízo. • Se o autor pretender ver cumprida a obrigação de pagar contida em um cheque, ou qualquer outro título executivo extrajudicial, deverá o juiz promover atos executivos (penhora) para satisfazer o crédito do autor- exequente. Nesse caso, a atividade judicial se limitará a realizar atos executivos para atingir a satisfação do crédito. • Se o autor objetivar um provimento jurisdicional urgente, por exemplo, uma cirurgia do coração, necessitará de uma tutela provisória através da qual o juiz, proferindo uma decisão liminar, autorizará, mediante o cumprimento dos requisitos, a realização da cirurgia, impedindo a irradiação dos males do tempo. Nesse caso, a atividade cognitiva do juiz será sumária, com base em um juízo de probabilidade. • Nos casos em que o autor não possui um título executivo extrajudicial ou não seja a hipótese de tutela de urgência, deverá ajuizar sua demanda e o juiz, após intenso contraditório e extensa atividade probatória, julgará a demanda julgando procedente ou não o pedido formulado. As atividades exercidas pelo juiz serão voltadas para se verificar quem tem razão, mediante a prova dos autos. Essa atividade cognitiva ampla é denominada processo de conhecimento. Processo de Conhecimento. Procedimento Comum. Disposições Gerais. Petição Inicial. Requisitos. Pedido. Cumulação de Pedidos. Emenda da Inicial. PROCESSO. • O processo judicial é um método de solução de conflito através do qual o Estado exerce sua função jurisdicional. • O Código de Processo Civil de 2015 avançou ao reconhecer expressamente a arbitragem como uma forma não estatal de solução de conflito ampliando o próprio conceito de processo (art. 3º, §1º). • Assim, pode-se compreender o processo como um método, estatal ou não, de solução de conflitos caracterizado pela relação jurídica estabelecida entre um órgão julgador e pelas partes. • A tutela dos direitos (MARINONI, 2015) é desenvolvida pelo Estado por meio do processo de conhecimento, que tem como principal objetivo eliminar a incerteza acerca de determinada questão jurídica, definindo, no caso concreto, quem tem direito a ser tutelado. Processo de Conhecimento. Procedimento Comum. Disposições Gerais. Petição Inicial. Requisitos. Pedido. Cumulação de Pedidos. Emenda da Inicial. O processo de conhecimento se desenvolve em pelo menos duas fases, em que prevalecem: • atos de cognição, onde o juiz aprecia as alegações e provas produzidas pelas partes, e • atos executivos com a finalidade de se obter o cumprimento do que foi determinado na sentença. Atenção: Lei 11.232/05 – PROCESSO SINCRÉTICO O código também trata do processo de execução (art. 771 e ss), onde a principal atividade do juiz é determinar a prática de atos executivos que concretizem a obrigação fixada em um documento considerado pela lei como um título executivo extrajudicial (art. 784). A principal característica do processo judicial decorre de sua condução, por um juiz, agente político do Estado, das etapas processuais com estrita observância da legislação. Além do julgamento por um juiz, o processo judicial deve, mais que qualquer outro, assegurar o contraditório e a ampla defesa enquanto garantias constitucionais, ratificadas nas normas fundamentais do Código de Processo Civil, através do qual as partes participam efetivamente na construção da decisão judicial. Processo de Conhecimento. Procedimento Comum. Disposições Gerais. Petição Inicial. Requisitos. Pedido. Cumulação de Pedidos. Emenda da Inicial. PROCEDIMENTO Um processo consiste numa relação jurídica processual que se materializa a partir de um procedimento. PROCEDIMENTO, portanto, é um conjunto de atos processuais que se entrelaçam em cada etapa do processo até a decisão final da causa. Um exemplo simples pode ilustrar bem o conceito de procedimento. Uma pessoa que pretende se deslocar de um bairro a outro poderá fazê-lo de diversas formas: de ônibus, metrô, carro ou até mesmo de helicóptero. Cada meio de transporte seguirá um itinerário ou uma rota própria até chegar ao seu destino. Assim, cada percurso equipara-se a um procedimento e as etapas do itinerário são os atos processuais. • Há procedimentos com mais atos processuais e, portanto, mais longo; e também procedimentos mais céleres, com atos processuais mais concentrados. Processo de Conhecimento. Procedimento Comum. Disposições Gerais. Petição Inicial. Requisitos. Pedido. Cumulação de Pedidos. Emenda da Inicial. PROCEDIMENTO Por esse motivo, o Código de Processo Civil dispôs sobre dois tipos de procedimento: • Comum; • e especiais. Atenção: • Diferentemente do CPC/1973, o CPC/2015 eliminou a subdivisão do procedimento comum sumário e ordinário, e estabeleceu um procedimento comum e os procedimentos especiais. • Conforme dispõe o art. 318 do Código de Processo Civil, o procedimento comum é aplicável em todas as causas, constituindo-se num procedimento padrão. • Procedimento é matéria de ordem pública, ou seja, não pode ser objeto de escolha pelas partes. Dessa forma, o procedimento pertinente será definido por exclusão: se a causa a ser ajuizada tiver procedimento especial tipificado no CPC, o autor deverá observá-lo; mas, se não tiver procedimento específico, a causa tramitará pelo procedimento comum, que é a regra geral. Processo de Conhecimento. Procedimento Comum. Disposições Gerais. Petição Inicial. Requisitos. Pedido. Cumulação de Pedidos. Emenda da Inicial. PROCEDIMENTO Pensemos nas seguintes situações: • um cliente procura seu advogado para cobrar prestação de contas do síndico do seu prédio. O advogado deverá propor ação de exigir contas, procedimento especial regulado no art. 550 do CPC, não havendo possibilidade de se ajuizar a pretensão do cliente pelo procedimento comum. Se o advogado, por equívoco, ajuizar a demanda pelo procedimento comum, o juiz determinará a emenda da petição inicial para se adequar ao procedimento correto, sob pena de extinção sem resolução do mérito. • Em outra situação o cliente pretende ajuizar uma ação de cobrança em face do devedor. Considerando que não há procedimento especial sobre esse direito material, poderá oadvogado ajuizar a ação pelo procedimento comum (padrão). • Assim sendo, o advogado deverá verificar, em primeiro lugar, se há procedimento especial sobre a pretensão do autor. Não havendo nenhum procedimento especial, poderá o advogado ajuizar a demanda pelo procedimento comum. Processo de Conhecimento. Procedimento Comum. Disposições Gerais. Petição Inicial. Requisitos. Pedido. Cumulação de Pedidos. Emenda da Inicial. PROCEDIMENTO - FASES O procedimento comum é concentrado e possui atos processuais simplificados. A proposta do código foi estabelecer um procedimento padrão mais célere com maior concentração das etapas do processo. Assim, o procedimento, em primeira instância, se inicia com o recebimento da petição inicial pelo juiz e se exaure com a prolatação da sentença de mérito (princípio da primazia do mérito, art. 4º), através da qual o exercício da jurisdição em primeiro grau se esgota. FASE POSTULATÓRIA - inicia-se com o ajuizamento da ação, o que se dá pela petição inicial, que é a forma legal de provocar a jurisdição ( art. 319). Estando a petição inicial devidamente instruída e não sendo o caso de improcedência liminar do pedido, abre-se espaço para a audiência de conciliação, a qual se dará antes mesmo da apresentação de defesa pelo réu. FASE SANEADORA – corresponde à fase posterior à postulação das partes. Inclui as providências preliminares aludidas nos art. 347 a 353 e o saneamento propriamente dito. Caracteriza-se pela preparação do processo para a instrução e julgamento. Nessa fase, deve o juiz verificar todas as nulidades que tenham escapado de sua permanente fiscalização e cuidar para que o contraditório seja exercido em sua plenitude, a fim de que não se perca tempo instruindo processo que não poderá receber julgamento válido Processo de Conhecimento. Procedimento Comum. Disposições Gerais. Petição Inicial. Requisitos. Pedido. Cumulação de Pedidos. Emenda da Inicial. PROCEDIMENTO - FASES FASE PROBATÓRIA OU INSTRUTÓRIA - vem logo após o saneamento do processo. Nessa fase, faculta-se às partes provar suas alegações por um dos meios de prova admitidos ou por aqueles moralmente legítimos, ainda que não previstos na lei processual, a exemplo da prova emprestada( art. 372 do cpc) FASE DECISÓRIA – segue a instrução do feito, caracterizando-se pela prolação da sentença, que pode ser em audiência( art.366) . Quando a prova não exigir a realização de audiência, como a perícia e a inspeção judicial, por exemplo, a sentença é proferida após a manifestação das partes sobre a prova colhida, independentemente de audiência Processo de Conhecimento. Procedimento Comum. Disposições Gerais. Petição Inicial. Requisitos. Pedido. Cumulação de Pedidos. Emenda da Inicial. PROCEDIMENTO - FASES Processo de Conhecimento. Procedimento Comum. Disposições Gerais. Petição Inicial. Requisitos. Pedido. Cumulação de Pedidos. Emenda da Inicial. PROCEDIMENTO - FASES Fase Postulatória A petição inicial dá início ao procedimento comum. • Após o seu recebimento, o réu é citado, para ter ciência do processo, e intimado para comparecer à audiência preliminar de conciliação ou sessão de mediação. • Caso haja acordo, o juiz homologará o mesmo por sentença e o processo será extinto, com resolução do mérito, nos termos do art. 487, III, “b”, do CPC. • Nos casos em que não houver acordo, o prazo para a resposta do réu se iniciará (art. 335). • Apresentada a contestação pelo réu, o juiz intimará o autor a se manifestar em réplica. Do ponto de vista técnico, a réplica somente ocorrerá nos casos em que o réu apresente uma defesa processual (art. 351) ou fatos novos (art. 350). • Porém, na praxe forense, após a juntada da defesa do réu, o autor é intimado para se manifestar, independentemente da defesa apontada pelo réu. Processo de Conhecimento. Procedimento Comum. Disposições Gerais. Petição Inicial. Requisitos. Pedido. Cumulação de Pedidos. Emenda da Inicial. PROCEDIMENTO - FASES Fase Saneadora • Estabelecido o contraditório, o processo avançará para etapa saneadora. • Nessa fase( saneadora), o juiz realizará, conforme o caso, atividades no sentido de preparar o processo para a fase instrutória, onde prevalece atos probatórios. • O magistrado encaminhará as providências preliminares necessárias. Se o réu não apresentou contestação, o juiz decretará a revelia, se for a hipótese. • Poderá extinguir o processo, sem resolução do mérito, se verificar, desde logo, que ocorreu uma das hipóteses do art. 485 do CPC. • Também poderá fazer isso com resolução do mérito nas hipóteses de reconhecimento da prescrição e decadência (art. 487, II) ou nos casos em que há acordo (art. 487, III). • Poderá o juiz, além disso, julgar antecipadamente o mérito nos casos em que não houver necessidade de produção de provas ou nos quais a questão tratada seja exclusivamente de direito (art. 355, I) ou, ainda, nos casos em que a revelia aplicada ao réu enseje os efeitos do art. 344. Processo de Conhecimento. Procedimento Comum. Disposições Gerais. Petição Inicial. Requisitos. Pedido. Cumulação de Pedidos. Emenda da Inicial. PROCEDIMENTO - FASES Fase Saneadora • O juiz poderá, inclusive, julgar antecipadamente parte do mérito deduzido em juízo. Assim, nos casos em que o autor formula mais de um pedido e um deles restar incontroverso ou pronto para julgamento, o juiz poderá dar uma sentença parcial, resolvendo parte da demanda antecipadamente (art. 356). • Não sendo a hipótese de nenhuma das providências preliminares descritas acima, o juiz organizará o saneamento do processo (art. 357), isto é, verificar a existência de vícios processuais que possam inviabilizar o julgamento do mérito. Fase probatória • Uma vez realizado, o processo avança para a. A prova documental, em regra, é produzida no momento do ajuizamento da demanda ou da apresentação da defesa. Nessa fase, o juiz conduzirá a produção da prova pericial, documental superveniente ou prova oral. Processo de Conhecimento. Procedimento Comum. Disposições Gerais. Petição Inicial. Requisitos. Pedido. Cumulação de Pedidos. Emenda da Inicial. PROCEDIMENTO - FASES Fase probatória • Uma vez realizado, o processo avança para a. A prova documental, em regra, é produzida no momento do ajuizamento da demanda ou da apresentação da defesa. Nessa fase, o juiz conduzirá a produção da prova pericial, documental superveniente ou prova oral. • A audiência de instrução e julgamento, enquanto ato processual, somente será realizada nas circunstâncias em que haja necessidade de produção de prova oral (testemunhas e depoimento pessoal) ou nos casos em que haja necessidade de se obter esclarecimentos do perito (art. 477, §3º). Se não ocorrer nenhuma dessas hipóteses, a audiência não será designada e o juiz julgará desde logo a causa. Fase Decisória • Finda a audiência e observado o contraditório, o juiz proferirá sentença, esgotando suas atividades no primeiro grau de jurisdição. Essas são as disposições gerais do procedimento comum, que pode sofrer variações quando o juiz adaptar o procedimento (art. 139, VI) ou quando as próprias partes realizarem negócio processual (art. 191). Processo de Conhecimento. Procedimento Comum. Disposições Gerais. Petição Inicial. Requisitos. Pedido. Cumulação de Pedidos. Emenda da Inicial. PETIÇÃO INICIAL • A petição inicial, instrumento de demanda, é a peça escrita na qual o autor formula o pedido de tutela jurisdicional ao Estado-juiz, para que diga o direito no caso concreto. • Além de instaurar o processo, a petição inicial identifica a demanda por trazer os elementos identificadores da ação (partes, causa de pedir e pedido, art. 337, §§ 1º e 2º do CPC). Tais elementos são relevantes para identificar quando uma ação é igual à outra e caracterizar situações de indevida repetição de demandas (por litispendência, coisa julgada e perempção). Art. 337. Incumbe ao réu, antes de discutir o mérito, alegar: (...) V perempção; VI litispendência; VII coisa julgada; (...) § 1º Verifica-se a litispendência ou a coisa julgada quando sereproduz ação anteriormente ajuizada. § 2º Uma ação é idêntica a outra quando possui as mesmas partes, a mesma causa de pedir e o mesmo pedido. (...) Processo de Conhecimento. Procedimento Comum. Disposições Gerais. Petição Inicial. Requisitos. Pedido. Cumulação de Pedidos. Emenda da Inicial. PETIÇÃO INICIAL Em relação à forma, a petição inicial deve ser concisa e apresentar linguagem clara, além de ser redigida em português (art. 192 do CPC), embora a utilização de alguns termos em latim seja de praxe. Além disso, a petição inicial não deve conter rasuras (art. 211 do CPC). Art. 192. Em todos os atos e termos do processo é obrigatório o uso da língua portuguesa. Art. 211. Não se admitem nos atos e termos processuais espaços em branco, salvo os que forem inutilizados, assim como entrelinhas, emendas ou rasuras, exceto quando expressamente ressalvadas. Processo de Conhecimento. Procedimento Comum. Disposições Gerais. Petição Inicial. Requisitos. Pedido. Cumulação de Pedidos. Emenda da Inicial. PETIÇÃO INICIAL Os diversos incisos do art. 319 trazem os requisitos da petição inicial. Não se trata de uma opção, mas de um comando quanto ao necessário teor da peça (basta verificar o verbo utilizado pelo legislador – “a petição inicial indicará” – e não “a petição inicial poderá indicar”). Se a petição inicial não trouxer algum dos requisitos constantes no art. 319 do CPC, o juiz deverá determinar a emenda (correção) da peça, em conformidade com o art. 321, sob pena de indeferimento e consequente extinção do processo sem resolução do mérito (art. 485, I CPC). ATENÇÃO. A inépcia da petição inicial não está restrita, apenas, ao não cumprimento dos requisitos do art. 319. Em conformidade com os incisos do art. 330, § 1º, além da obrigatoriedade do cumprimento dos requisitos mencionados, a petição deve ser escrita de forma clara e técnica. Se a peça estiver confusa na exposição dos fatos ou dos institutos jurídicos discutidos e o juiz tiver dificuldades para compreender o que se pleiteia, poderá ocorrer a extinção do processo. Processo de Conhecimento. Procedimento Comum. Disposições Gerais. Petição Inicial. Requisitos. Pedido. Cumulação de Pedidos. Emenda da Inicial. PETIÇÃO INICIAL ART. 330 Art. 330. A petição inicial será indeferida quando: § 1º Considera-se inepta a petição inicial quando: I - lhe faltar pedido ou causa de pedir; II - o pedido for indeterminado, ressalvadas as hipóteses legais em que se permite o pedido genérico; III - da narração dos fatos não decorrer logicamente a conclusão; IV - contiver pedidos incompatíveis entre si. ATENÇÃO. No novo Código de Processo Civil, o pedido juridicamente impossível foi retirado dos incisos referentes à inépcia da petição e de qualquer outro dispositivo em razão das diversas divergências doutrinárias e jurisprudenciais. Como exemplo, segue o entendimento do ilustre professor Alexandre Freitas Câmara: “Como já afirmado, não parece ser esta uma ‘condição da ação’ autônoma, uma vez que aquele que vai a juízo em busca de algo juridicamente impossível não pode esperar nenhuma utilidade do provimento pleiteado, razão pela qual faltaria interesse de agir. (CÂMARA, Alexandre Freitas. Lições de Direito Processual Civil. v. I. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2007, p. 133)”. Processo de Conhecimento. Procedimento Comum. Disposições Gerais. Petição Inicial. Requisitos. Pedido. Cumulação de Pedidos. Emenda da Inicial. Processo de Conhecimento. Procedimento Comum. Disposições Gerais. Petição Inicial. Requisitos. Pedido. Cumulação de Pedidos. Emenda da Inicial. PETIÇÃO INICIAL . ART. 319 do CPC Art. 319. A petição inicial indicará: I – o juízo a que é dirigida; II – os nomes, os prenomes, o estado civil, a existência de união estável, a profissão, o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica, o endereço eletrônico, o domicílio e a residência do autor e do réu; III – o fato e os fundamentos jurídicos do pedido; IV – o pedido com as suas especificações; V – o valor da causa; VI – as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados; VII – a opção do autor pela realização ou não de audiência de conciliação ou de mediação. Processo de Conhecimento. Procedimento Comum. Disposições Gerais. Petição Inicial. Requisitos. Pedido. Cumulação de Pedidos. Emenda da Inicial. PETIÇÃO INICIAL . ART. 319 do CPC § 1º Caso não disponha das informações previstas no inciso II, poderá o autor, na petição inicial, requerer ao juiz diligências necessárias a sua obtenção. § 2º A petição inicial não será indeferida se, a despeito da falta de informações a que se refere o inciso II, for possível a citação do réu. § 3º A petição inicial não será indeferida pelo não atendimento ao disposto no inciso II deste artigo se a obtenção de tais informações tornar impossível ou excessivamente oneroso o acesso à justiça. Art. 320. A petição inicial será instruída com os documentos indispensáveis à propositura da ação. Art. 321. O juiz, ao verificar que a petição inicial não preenche os requisitos dos arts. 319 e 320 ou que apresenta defeitos e irregularidades capazes de dificultar o julgamento de mérito, determinará que o autor, no prazo de 15 (quinze) dias, a emende ou a complete, indicando com precisão o que deve ser corrigido ou completado. Parágrafo único. Se o autor não cumprir a diligência, o juiz indeferirá a petição inicial. Processo de Conhecimento. Procedimento Comum. Disposições Gerais. Petição Inicial. Requisitos. Pedido. Cumulação de Pedidos. Emenda da Inicial. PETIÇÃO INICIAL . ART. 319 do CPC Competência (Endereçamento) • Toda petição começa com o endereçamento, ou seja, a indicação do juízo que deverá analisar a peça. Art. 319. A petição inicial indicará: I – o juízo a que é dirigida; (...) • Quando se tratar de petição inicial, esta deve ser distribuída livremente, pois, em comarcas onde existe mais de um juízo, não será possível saber previamente perante qual das Varas a causa tramitará. Assim, até que ocorra a distribuição, não haverá como indicar a Vara na inicial (art. 284 CPC). Art. 284. Todos os processos estão sujeitos a registro, devendo ser distribuídos onde houver mais de um juiz. Para saber o apropriado endereçamento da petição inicial, é necessário conhecer as regras de competência para a apreciação da causa em discussão. Processo de Conhecimento. Procedimento Comum. Disposições Gerais. Petição Inicial. Requisitos. Pedido. Cumulação de Pedidos. Emenda da Inicial. PETIÇÃO INICIAL . ART. 319 do CPC Capacidade de ser parte e Capacidade Postulatória (Qualificação das partes) Art. 319, II Parte na relação processual é quem propõe a ação e sobre quem recai a tutela jurisdicional. Legitimado ativo e passivo Art. 70. Toda pessoa que se encontre no exercício de seus direitos tem capacidade para estar em juízo. Art. 71. O incapaz será representado ou assistido por seus pais, por tutor ou por curador, na forma da lei. Art. 73. O cônjuge necessitará do consentimento do outro para propor ação que verse sobre direito real imobiliário, salvo quando casados sob o regime de separação absoluta de bens. • Como requisito do artigo 319 do CPC, inciso II, temos a qualificação das partes. Neste caso, necessária se faz a identificação precisa das partes da demanda, fazendo menção a nome, sobrenome, estado civil ou existência de união estável, profissão, domicílio e residência do autor e do réu (este último, sempre que se tiver conhecimento dos dados a serem informados), endereço eletrônico. Processo de Conhecimento. Procedimento Comum. Disposições Gerais. Petição Inicial. Requisitos. Pedido. Cumulação de Pedidos. Emenda da Inicial. PETIÇÃO INICIAL . ART. 319 do CPC Capacidade de ser parte e Capacidade Postulatória (Qualificação das partes) Art. 319, II Art. 319. A petição inicial indicará: (...) II – os nomes, os prenomes, o estado civil, a existência de união estável, a profissão, o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica,o endereço eletrônico, o domicílio e a residência do autor e do réu; (...) Quem tem capacidade postulatória é o advogado, conforme preceitua o artigo 103 do CPC. Art. 103. A parte será representada em juízo por advogado regularmente inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil. Parágrafo único. É lícito à parte postular em causa própria quando tiver habilitação legal. Dessa forma, acrescente-se aos requisitos da petição inicial o artigo 106 do CPC, ou seja, a indicação do endereço do advogado, sendo esta uma formalidade exigida, sob pena de indeferimento da petição inicial na forma do artigo 330, IV, do CPC/2015. Processo de Conhecimento. Procedimento Comum. Disposições Gerais. Petição Inicial. Requisitos. Pedido. Cumulação de Pedidos. Emenda da Inicial. PETIÇÃO INICIAL . ART. 319 do CPC Capacidade de ser parte e Capacidade Postulatória (Qualificação das partes) Art. 319, II No caso em que não se sabe a identificação ou qualificação do réu, no todo ou em parte, usualmente se é feito da seguinte forma: a) quando se desconhece a qualificação: CAIO DA SILVA, qualificação desconhecida, com endereço na rua... b) quando se desconhece o nome, endereço e qualificação: FULANO DE TAL, qualificação desconhecida, com endereço em local incerto e não sabido, ... Art. 319 do CPC § 1º Caso não disponha das informações previstas no inciso II, poderá o autor, na petição inicial, requerer ao juiz diligências necessárias a sua obtenção. Processo de Conhecimento. Procedimento Comum. Disposições Gerais. Petição Inicial. Requisitos. Pedido. Cumulação de Pedidos. Emenda da Inicial. PETIÇÃO INICIAL . ART. 319 do CPC Gratuidade de justiça A lei nº 1.060, de 5 de fevereiro de 1950, disciplina normas para a concessão da assistência judiciária aos necessitados. Esta norma jurídica estabelece, em seu artigo 2º, que terão direito aos seus benefícios os nacionais ou estrangeiros residentes no país que necessitarem recorrer à Justiça penal, civil, militar ou do trabalho e que tenham situação econômica que não lhes permita pagar as custas do processo e os honorários de advogado sem prejuízo do sustento próprio ou da família. Art. 2º, lei nº 1.060/1950. Gozarão dos benefícios desta Lei os nacionais ou estrangeiros residentes no país, que necessitarem recorrer à Justiça penal, civil, militar ou do trabalho. Parágrafo único. – Considera-se necessitado, para os fins legais, todo aquele cuja situação econômica não lhe permita pagar as custas do processo e os honorários de advogado, sem prejuízo do sustento próprio ou da família. A gratuidade deve ser alegada logo após o preâmbulo da inicial, ou seja, antes de qualquer outra alegação, pois o deferimento da gratuidade faz a máquina do judiciário “funcionar” sem o pagamento das custas processuais. Processo de Conhecimento. Procedimento Comum. Disposições Gerais. Petição Inicial. Requisitos. Pedido. Cumulação de Pedidos. Emenda da Inicial. PETIÇÃO INICIAL . ART. 319 do CPC Gratuidade de justiça • O Novo CPC, em seu artigo 98, dispõe sobre a gratuidade de justiça destacando que têm direito ao benefício da gratuidade de Justiça a pessoa natural ou jurídica, brasileira ou estrangeira, com insuficiência de recursos para pagar as custas, as despesas processuais e os honorários advocatícios. • Neves destaca que houve “uma ampliação no rol dos sujeitos que podem ser beneficiados pela concessão da assistência judiciária pelo caput do art. 98 do Novo CPC, quando comparado com o art. 3° caput da lei nº 1.060/1950”. • Continua o doutrinador explicando que “continuam a ser potenciais beneficiários as pessoas físicas e jurídicas, estrangeiras ou nacionais, mas não há mais a necessidade de que tenham residência no país”. Processo de Conhecimento. Procedimento Comum. Disposições Gerais. Petição Inicial. Requisitos. Pedido. Cumulação de Pedidos. Emenda da Inicial. PETIÇÃO INICIAL . ART. 319 do CPC Gratuidade de justiça Art. 98. A pessoa natural ou jurídica, brasileira ou estrangeira, com insuficiência de recursos para pagar as custas, as despesas processuais e os honorários advocatícios tem direito à gratuidade da justiça, na forma da lei. § 1o A gratuidade da justiça compreende: § 2o A concessão de gratuidade não afasta a responsabilidade do beneficiário pelas despesas processuais e pelos honorários advocatícios decorrentes de sua sucumbência. § 5o A gratuidade poderá ser concedida em relação a algum ou a todos os atos processuais, ou consistir na redução percentual de despesas processuais que o beneficiário tiver de adiantar no curso do procedimento. O pedido de gratuidade da justiça pode ser formulado pelo autor, na petição inicial, e pelo réu, na contestação, e ainda, na petição para ingresso de terceiro no processo ou em recurso, artigo 99 do CPC. Caso as partes ou o terceiro façam o pedido de gratuidade superveniente na sua primeira manifestação no processo, o pedido poderá ser formulado por petição simples, nos autos do próprio processo, e não suspenderá seu curso, artigo 99, § 1o. É bom esclarecer que a assistência do requerente por advogado particular não impede a concessão de gratuidade da justiça, artigo 99, § 4o, e que este benefício é pessoal, não se estendendo a litisconsorte ou a sucessor do beneficiário, salvo requerimento e deferimento expressos, § 6o. Processo de Conhecimento. Procedimento Comum. Disposições Gerais. Petição Inicial. Requisitos. Pedido. Cumulação de Pedidos. Emenda da Inicial. PETIÇÃO INICIAL . ART. 319 do CPC Audiência de Conciliação ou Mediação O artigo 319, inciso VII, do novo CPC, traz a opção do autor pela realização ou não de audiência de conciliação ou de mediação. Art. 319. A petição inicial indicará: (...) VII - a opção do autor pela realização ou não de audiência de conciliação ou de mediação. (...) A previsão de uma audiência de conciliação ou mediação ANTES da apresentação da defesa visa estimular a solução consensual dos litígios, em conformidade com o art. 3º, § 2º do CPC. De acordo com o artigo 334, § 5º do CPC, tal requisito deve ser observado tanto pelo autor (em petição inicial) quanto pelo réu (em petição nos autos até 10 dias antecedentes à audiência), cabendo às partes a manifestação expressa em caso de desinteresse pela composição consensual, ressaltando que a ausência injustificada das partes à audiência conciliatória implicará em ato atentatório à dignidade da justiça e será sancionado com multa de até 2% da vantagem econômica pretendida ou do valor da causa, revertida em favor da União ou do Estado (artigo 334, § 8º do novo CPC). Processo de Conhecimento. Procedimento Comum. Disposições Gerais. Petição Inicial. Requisitos. Pedido. Cumulação de Pedidos. Emenda da Inicial. PETIÇÃO INICIAL . ART. 319 do CPC Audiência de Conciliação ou Mediação Art. 334. Se a petição inicial preencher os requisitos essenciais e não for o caso de improcedência liminar do pedido, o juiz designará audiência de conciliação ou de mediação com antecedência mínima de 30 (trinta) dias, devendo ser citado o réu com pelo menos 20 (vinte) dias de antecedência. § 5º O autor deverá indicar, na petição inicial, seu desinteresse na autocomposição, e o réu deverá fazê-lo, por petição, apresentada com 10 (dez) dias de antecedência, contados da data da audiência. § 8° O não comparecimento injustificado do autor ou do réu à audiência de conciliação é considerado ato atentatório à dignidade da justiça e será sancionado com multa de até dois por cento da vantagem econômica pretendida ou do valor da causa, revertida em favor da União ou do Estado. Processo de Conhecimento. Procedimento Comum. Disposições Gerais. Petição Inicial. Requisitos. Pedido. Cumulação de Pedidos. Emenda da Inicial. PETIÇÃO INICIAL . ART. 319 do CPC Fatos e Fundamentos Jurídicos art. 319, III De acordo com o artigo 319, inciso III, a petição inicial indicará o fato e os fundamentos jurídicos do pedido, também conhecido como causa de pedir (causa petendi – remota e próxima), ou seja, os fatos jurídicos que fundamentam o pedido e o fundamento jurídico da pretensão deduzidaem juízo. Os fatos podem ser entendidos como acontecimentos que originaram o conflito, ocorridos no plano material. Para os fatos, usa-se um discurso narrativo lógico e cronológico, devendo a parte apontar datas, locais e eventos que tenham relevância para a causa (pontos importantes a serem expostos pelo advogado). É necessário que os fatos sejam relatados de forma clara e precisa, de modo a conduzir o juiz e a parte contrária à compreensão da controvérsia, não perdendo o foco da lógica entre os fatos, os fundamentos jurídicos e o pedido. Processo de Conhecimento. Procedimento Comum. Disposições Gerais. Petição Inicial. Requisitos. Pedido. Cumulação de Pedidos. Emenda da Inicial. PETIÇÃO INICIAL . ART. 319 do CPC Fatos e Fundamentos Jurídicos art. 319, III • Isto é, a causa petendi, são o nexo que existe entre ela e o efeito jurídico afirmado( o pedido) , ou, em outras palavras, a razão por que o fato narrado se deve atribuir esse efeito. • Não é indispensável a especificação da norma jurídica( o artigo de lei) que supostamente atribui o efeito ao fato, aliás, o erro na qualificação jurídica do fato não tem qualquer relevância para o deslinde da lide. • A causa de pedir( ou causa petendi) subdivide-se em causa remota, que se relaciona com os fatos e os fundamentos jurídicos, e a causa próxima, relacionada com as consequências jurídicas desse fato. Ex.: a propriedade do bem, numa ação reivindicatória, constitui a causa remota; já as consequências jurídicas da propriedade, ou seja, o direito de reaver o bem do poder de quem quer que injustamente o possua( art. 524 do CC) , caracterizam a causa próxima. Processo de Conhecimento. Procedimento Comum. Disposições Gerais. Petição Inicial. Requisitos. Pedido. Cumulação de Pedidos. Emenda da Inicial. PETIÇÃO INICIAL . ART. 319 do CPC Pedidos • De acordo com o artigo 141 do CPC, o juiz deverá julgar o mérito nos limites em que foi proposto, não sendo válida a decisão que tenha sido extra petita, citra petita ou ultra petita, considerando o Princípio da Congruência. • O pedido é requisito da petição inicial, ou seja, é o motivo da busca do jurisdicionado pela proteção do Estado na prestação da jurisdição; assim, o pedido sinaliza “para que” se busca o judiciário, o que a parte deseja com aquela demanda. • O pedido deve ser determinado, podendo, em alguns casos previstos em lei, haver pedido genérico, na forma do artigo 324, caput, e § 1º do CPC. O pedido deve ser formulado de forma adequada, com uma técnica mais precisa, indicando, sempre que possível, qual o tipo de decisão e o bem da vida pretendido. Processo de Conhecimento. Procedimento Comum. Disposições Gerais. Petição Inicial. Requisitos. Pedido. Cumulação de Pedidos. Emenda da Inicial. PETIÇÃO INICIAL . ART. 319 do CPC Pedidos O pedido, ( inciso IV) é a conclusão da exposição dos fatos e dos fundamentos jurídicos; esses são premissas do silogismo, que tem no pedido uma conclusão lógica. O objeto do pedido desdobra-se em objeto imediato, que é a providência jurisdicional solicitada, e objeto mediato, que constitui o bem jurídico pretendido. Ex.: numa ação de cobrança, a condenação constitui o pedido imediato( relaciona-se com o direito processual), ao passo que o recebimento do crédito constitui o pedido mediato(( relaciona-se com o direito substancial) Processo de Conhecimento. Procedimento Comum. Disposições Gerais. Petição Inicial. Requisitos. Pedido. Cumulação de Pedidos. Emenda da Inicial. PETIÇÃO INICIAL . ART. 319 do CPC Pedidos Art. 322. O pedido deve ser certo. § 1o Compreendem-se no principal os juros legais, a correção monetária e as verbas de sucumbência, inclusive os honorários advocatícios. § 2o A interpretação do pedido considerará o conjunto da postulação e observará o princípio da boa-fé. Art. 323. Na ação que tiver por objeto cumprimento de obrigação em prestações sucessivas, essas serão consideradas incluídas no pedido, independentemente de declaração expressa do autor, e serão incluídas na condenação, enquanto durar a obrigação, se o devedor, no curso do processo, deixar de pagá-las ou de consigná- las. Art. 324. O pedido deve ser determinado. § 1o É lícito, porém, formular pedido genérico: I – nas ações universais, se o autor não puder individuar os bens demandados; II – quando não for possível determinar, desde logo, as consequências do ato ou do fato; III – quando a determinação do objeto ou do valor da condenação depender de ato que deva ser praticado pelo réu. § 2o O disposto neste artigo aplica-se à reconvenção. Processo de Conhecimento. Procedimento Comum. Disposições Gerais. Petição Inicial. Requisitos. Pedido. Cumulação de Pedidos. Emenda da Inicial. PETIÇÃO INICIAL . ART. 319 do CPC Pedidos Art. 325. O pedido será alternativo quando, pela natureza da obrigação, o devedor puder cumprir a prestação de mais de um modo. Parágrafo único. Quando, pela lei ou pelo contrato, a escolha couber ao devedor, o juiz lhe assegurará o direito de cumprir a prestação de um ou de outro modo, ainda que o autor não tenha formulado pedido alternativo. Art. 326. É lícito formular mais de um pedido em ordem subsidiária, a fim de que o juiz conheça do posterior, quando não acolher o anterior. Parágrafo único. É lícito formular mais de um pedido, alternativamente, para que o juiz acolha um deles. Art. 327. É lícita a cumulação, em um único processo, contra o mesmo réu, de vários pedidos, ainda que entre eles não haja conexão. § 1o São requisitos de admissibilidade da cumulação que: I – os pedidos sejam compatíveis entre si; II – seja competente para conhecer deles o mesmo juízo; III – seja adequado para todos os pedidos o tipo de procedimento. § 2o Quando, para cada pedido, corresponder tipo diverso de procedimento, será admitida a cumulação se o autor empregar o procedimento comum, sem prejuízo do emprego das técnicas processuais diferenciadas previstas nos procedimentos especiais a que se sujeitam um ou mais pedidos cumulados, que não forem incompatíveis com as disposições sobre o procedimento comum. § 3o O inciso I do § 1o não se aplica às cumulações de pedidos de que trata o art. 326. Processo de Conhecimento. Procedimento Comum. Disposições Gerais. Petição Inicial. Requisitos. Pedido. Cumulação de Pedidos. Emenda da Inicial. PETIÇÃO INICIAL . ART. 319 do CPC Pedidos Atenção: Art. 329. O autor poderá: I - até a citação, aditar ou alterar o pedido ou a causa de pedir, independentemente de consentimento do réu; II - até o saneamento do processo, aditar ou alterar o pedido e a causa de pedir, com consentimento do réu, assegurado o contraditório mediante a possibilidade de manifestação deste no prazo mínimo de 15 (quinze) dias, facultado o requerimento de prova suplementar. Parágrafo único. Aplica-se o disposto neste artigo à reconvenção e à respectiva causa de pedir. Processo de Conhecimento. Procedimento Comum. Disposições Gerais. Petição Inicial. Requisitos. Pedido. Cumulação de Pedidos. Emenda da Inicial. PETIÇÃO INICIAL . ART. 319 do CPC Provas A produção de provas traz elementos para que o juiz forme seu convencimento sobre os fatos alegados pelas partes. Diante disso, o legislador incluiu, como requisito da petição inicial, a indicação de quais provas pretende o autor produzir, tornando-o requisito essencial da petição inicial. Art. 319. A petição inicial indicará: (...) VI – as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados; (...) Art. 320. A petição inicial será instruída com os documentos indispensáveis à propositura da ação. Art. 369. As partes têm o direito de empregar todos os meios legais, bem como os moralmente legítimos, ainda que não especificados neste Código, para provar a verdade dos fatos em que se funda o pedido ou a defesa e influir eficazmente na convicção do juiz. Processo de Conhecimento. Procedimento Comum. Disposições Gerais. Petição Inicial. Requisitos. Pedido. Cumulação de Pedidos. Emenda da Inicial. PETIÇÃO INICIAL . ART. 319 do CPC Provas Art. 370. Caberá ao juiz, de ofício oua requerimento da parte, determinar as provas necessárias ao julgamento do mérito. Parágrafo único. O juiz indeferirá, em decisão fundamentada, as diligências inúteis ou meramente protelatórias. Art. 371. O juiz apreciará a prova constante dos autos, independentemente do sujeito que a tiver promovido, e indicará na decisão as razões da formação de seu convencimento. Art. 373. O ônus da prova incumbe: I – ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito. Art. 434. Incumbe à parte instruir a petição inicial ou a contestação com os documentos destinados a provar suas alegações. Processo de Conhecimento. Procedimento Comum. Disposições Gerais. Petição Inicial. Requisitos. Pedido. Cumulação de Pedidos. Emenda da Inicial. PETIÇÃO INICIAL . ART. 319 do CPC Valor da causa • Pelos artigos 319 e 291 do CPC, o valor da causa é requisito essencial para qualquer petição inicial, de jurisdição contenciosa ou voluntária, ainda que esta não possua conteúdo econômico. • A forma de fixação do valor da causa pode ser encontrada no artigo 292, incisos e §§ 1º e 2º do CPC/2015, bem como em outras hipóteses previstas em leis extravagantes, sendo a matéria de ordem pública, o que pode levar, em caso de esquecimento ou apresentação de valor incorreto, à correção de ofício pelo juiz (artigo 292, § 3º, do CPC/2015), podendo, ainda, ser objeto de impugnação ao valor da causa pela parte contrária. Chama-se também a atenção para o fato de que o valor da causa é base para o recolhimento das custas processuais, do ponto de vista fiscal. • Usualmente, o valor da causa é apresentado ao final da petição, antes do fechamento, em um tópico próprio, sendo a redação no estilo de cada peticionante. • Exemplo: DO VALOR DA CAUSA: “Dá-se à causa o valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais)”\ Processo de Conhecimento. Procedimento Comum. Disposições Gerais. Petição Inicial. Requisitos. Pedido. Cumulação de Pedidos. Emenda da Inicial. PETIÇÃO INICIAL . ART. 319 do CPC considerações finais (fecho) • Embora não seja considerado como requisito da petição inicial por não estar inserido no artigo 319 do CPC, não menos importante é o fechamento da petição, pois toda petição deve, ao final, conter local e data. Ademais, assinatura do advogado e o número de sua inscrição junto à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) devem vir ao final da peça processual, sob pena de ser considerada por apócrifa (termo jurídico do qual indica que não possui autenticidade, significa dizer: sem assinatura). Usualmente, antes de mencionar o local e data, na praxe forense, podemos constatar a expressão: “Nestes termos, pede deferimento.” ou “Termos em que pede deferimento”, compondo dessa forma o fechamento da petição o seguinte exemplo: Nestes termos, pede deferimento. Local, data Advogado OAB nº.../UF Processo de Conhecimento. Procedimento Comum. Disposições Gerais. Petição Inicial. Requisitos. Pedido. Cumulação de Pedidos. Emenda da Inicial. PETIÇÃO INICIAL . ART. 319 do CPC Emenda da petição inicial. Embora não seja considerado como requisito da petição inicial por não estar inserido no artigo 319 Verificando o juiz que a petição inicial não preenche os requisitos exigidos nos arts. 319 e 320, ou que apresenta defeitos e irregularidades capazes de dificultar a resolução de mérito, determinará que o autor a emende, ou a complete, no prazo de quinze dias( art. 321, caput) Tratando-se de petição defeituosa, o indeferimento só será possível depois de decorrido o prazo para emenda, sem que o autor tenha adotado a providência determinada pelo juiz ( art. 321, parágrafo único) . Em caso de inércia ou se a providência adotada não for suficiente, o juiz proferirá a sentença de extinção do processo, sem resolução de mérito. Art. 321. O juiz, ao verificar que a petição inicial não preenche os requisitos dos arts. 319 e 320 ou que apresenta defeitos e irregularidades capazes de dificultar o julgamento de mérito, determinará que o autor, no prazo de 15 (quinze) dias, a emende ou a complete, indicando com precisão o que deve ser corrigido ou completado. • Parágrafo único. Se o autor não cumprir a diligência, o juiz indeferirá a petição inicial. AULA 2 – INDEFERIMENTO DA PETIÇÃO INICIAL; IMPROCEDÊNCIA LIMINAR DO PEDIDO ; AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO E MEDIAÇÃO.. PETIÇÃO INICIAL . ART. 319 do CPC INDEFERIMENTO DA PETIÇÃO INICIAL • A petição inicial poderá ser indeferida se não estiverem sido preenchidos os requisitos do art. 319 e o art. 320. • O mesmo ocorrerá quando o advogado que postular em causa própria não indicar na petição inicial o endereço, eletrônico ou não, do qual receberá intimações, bem como seu número de inscrição da OAB. Art. 106 • Em ambos os casos e, ainda, quanto verificadas outras omissões, defeitos e irregularidades sanáveis na petição, o juiz deve assinar o prazo de 15 dias para a emenda. • Esgotado o prazo e não suprida a omissão, a petição será indeferida e o processo extinto sem resolução do mérito. AULA 2 – INDEFERIMENTO DA PETIÇÃO INICIAL; IMPROCEDÊNCIA LIMINAR DO PEDIDO ; AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO E MEDIAÇÃO.. PETIÇÃO INICIAL . ART. 319 do CPC INDEFERIMENTO DA PETIÇÃO INICIAL Art. 330. A petição inicial será indeferida quando: I - for inepta; II - a parte for manifestamente ilegítima; III - o autor carecer de interesse processual; IV - não atendidas as prescrições dos arts. 106 e 321 . § 1º Considera-se inepta a petição inicial quando: I - lhe faltar pedido ou causa de pedir; II - o pedido for indeterminado, ressalvadas as hipóteses legais em que se permite o pedido genérico; III - da narração dos fatos não decorrer logicamente a conclusão; IV - contiver pedidos incompatíveis entre si. § 2º Nas ações que tenham por objeto a revisão de obrigação decorrente de empréstimo, de financiamento ou de alienação de bens, o autor terá de, sob pena de inépcia, discriminar na petição inicial, dentre as obrigações contratuais, aquelas que pretende controverter, além de quantificar o valor incontroverso do débito. § 3º Na hipótese do § 2º, o valor incontroverso deverá continuar a ser pago no tempo e modo contratados. AULA 2 – INDEFERIMENTO DA PETIÇÃO INICIAL; IMPROCEDÊNCIA LIMINAR DO PEDIDO ; AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO E MEDIAÇÃO.. PETIÇÃO INICIAL . ART. 319 do CPC INDEFERIMENTO DA PETIÇÃO INICIAL • A primeira atuação do juiz no processo é o juízo de admissibilidade da petição inicial. Haverá três alternativas: a) Pode encontra-la em termos, caso em que determinará o prosseguimento com a citação do réu( ou até o julgamento imediato, nas hipóteses do art. 332; b) pode verificar a necessidade de algum esclarecimento, ou a solução de algum defeito ou omissão, caso em que concederá o prazo ao autor para emenda-la, indicando o que precisa ser completado ou corrigido; c) pode verificar que há um vício insanável, ou que não foi sanado pelo autor, no prazo que foi concedido, caso em que proferirá sentença de indeferimento da inicial Atenção : Indeferimento da petição inicial é uma expressão que deve ficar reservada à hipótese em que o juiz põe fim ao processo antes de determinar que o réu seja citado, no momento em que se faz os primeiros exames de admissibilidade. AULA 2 – INDEFERIMENTO DA PETIÇÃO INICIAL; IMPROCEDÊNCIA LIMINAR DO PEDIDO ; AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO E MEDIAÇÃO.. PETIÇÃO INICIAL . ART. 319 do CPC INDEFERIMENTO DA PETIÇÃO INICIAL As hipóteses do art. 330 resultam todas na extinção do processo sem resolução do mérito. RECURSO DO INDEFERIMENTO DA PETIÇAO INICIAL. • O indeferimento da petição inicial pode ser parcial ou total. Ocorre indeferimento parcial quando , por exemplo, o juiz indefere um pedido incompatível com os demais. Será total quando houver extinção do processo. • Do ato que indefere parcialmente a petição inicial , o recurso cabível é o agravo( art. 1.015, II) porquanto não põe fim ao processo. Do ato que indefere totalmente a petição inicial, porque constitui sentença, o recurso é a apelação( art. 1.009) . • Art. 331. Indeferida a petição inicial, o autor poderá apelar, facultado ao juiz,no prazo de 5 (cinco) dias, retratar-se. • § 1º Se não houver retratação, o juiz mandará citar o réu para responder ao recurso. • § 2º Sendo a sentença reformada pelo tribunal, o prazo para a contestação começará a correr da intimação do retorno dos autos, observado o disposto no art. 334 . • § 3º Não interposta a apelação, o réu será intimado do trânsito em julgado da sentença. AULA 2 – INDEFERIMENTO DA PETIÇÃO INICIAL; IMPROCEDÊNCIA LIMINAR DO PEDIDO ; AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO E MEDIAÇÃO.. PETIÇÃO INICIAL . ART. 319 do CPC IMPROCEDENCIA LIMINAR DO PEDIDO. Art. 332. Nas causas que dispensem a fase instrutória, o juiz, independentemente da citação do réu, julgará liminarmente improcedente o pedido que contrariar: I - enunciado de súmula do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça; II - acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos; III - entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência; IV - enunciado de súmula de tribunal de justiça sobre direito local. § 1º O juiz também poderá julgar liminarmente improcedente o pedido se verificar, desde logo, a ocorrência de decadência ou de prescrição. § 2º Não interposta a apelação, o réu será intimado do trânsito em julgado da sentença, nos termos do art. 241 . § 3º Interposta a apelação, o juiz poderá retratar-se em 5 (cinco) dias. § 4º Se houver retratação, o juiz determinará o prosseguimento do processo, com a citação do réu, e, se não houver retratação, determinará a citação do réu para apresentar contrarrazões, no prazo de 15 (quinze) dias. As hipóteses do art. 330 resultam todas na extinção do processo sem resolução do mérito. AULA 2 – INDEFERIMENTO DA PETIÇÃO INICIAL; IMPROCEDÊNCIA LIMINAR DO PEDIDO ; AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO E MEDIAÇÃO.. PETIÇÃO INICIAL . ART. 319 do CPC IMPROCEDENCIA LIMINAR DO PEDIDO. Art. 332 do CPC QUAIS AS ATITUDES QUE O JUIZ PODE ADOTAR AO RECEBER A PETIÇÃO INICIAL? A) DAR-SE POR SUSPEITO OU IMPEDIDO B) DETERMINAR A EMENDA DA PETIÇÃO INICIAL C) DEFERIR A PETIÇÃO INICIAL, DESIGNANDO QUANDO POSSÍVEL, AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO E MEDIAÇÃO. D) INDEFERIR A PETIÇÃO INICIAL. E) JULGAMENTO DE IMPROCEDÊNCIA LIMINAR DO PEDIDO( ART.332) • A petição inicial, como instrumento da demanda traz, em regra, um conflito de interesses para ser solucionado pelo Estado. Toda a atividade judicial se desenvolve para que o juiz, após um amplo contraditório, julgue a causa em favor ou não do autor, eliminando a incerteza sobre determinada questão jurídica. É nesse contexto que a petição inicial se constitui como um importante tema no processo civil. AULA 2 – INDEFERIMENTO DA PETIÇÃO INICIAL; IMPROCEDÊNCIA LIMINAR DO PEDIDO ; AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO E MEDIAÇÃO.. PETIÇÃO INICIAL . ART. 319 do CPC IMPROCEDENCIA LIMINAR DO PEDIDO. Art. 332 do CPC • Trata-se de julgamento de mérito, logo no início do processo e sem a citação do réu, nas hipóteses elencadas no art. 332 do Código de Processo Civil. • A primeira hipótese cuida da improcedência liminar da inicial quando a pretensão do autor contrariar enunciado de súmula do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça. • Por exemplo, a Súmula nº 585 do STJ diz que dívidas relativas ao IPVA ocorridas após a venda do veículo não obrigam, solidariamente, o vendedor. Assim, se A vende o carro para B em 2015 e o comprador não paga o imposto referente aos anos de 2016 e 2017, A não poderá ser cobrado pelo IPVA devido após a venda. Se alguma ação for ajuizada contra A cobrando os impostos devidos de 2016 e 2017, o magistrado poderá, liminarmente, julgar improcedente a demanda sem ao menos citar o réu. AULA 2 – INDEFERIMENTO DA PETIÇÃO INICIAL; IMPROCEDÊNCIA LIMINAR DO PEDIDO ; AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO E MEDIAÇÃO.. PETIÇÃO INICIAL . ART. 319 do CPC IMPROCEDENCIA LIMINAR DO PEDIDO. Art. 332 do CPC • A hipótese do art. 332, II, é mais ampla, pois permite a improcedência liminar nos casos em que a pretensão autoral for contrária a acórdãos do STF e do STJ. Em tese, quaisquer decisões colegiadas desses tribunais superiores autorizam o juiz de primeiro grau a aplicar a sentença liminar. • As hipóteses do art. 332, III e IV, cuidam da improcedência liminar nos casos em que a pretensão autoral contrariar precedentes judiciais dos tribunais de justiça dos estados ou tribunais regionais federais, editados a partir do julgamento dos incidentes de resolução de demandas repetitivas, incidente de assunção de competência e nas súmulas referentes a direito local. • Julgado improcedente liminarmente o pedido, a parte autora poderá interpor recurso de apelação (art. 1.009), ocasião em que o juiz poderá se retratar de sua decisão no prazo de 5 dias (art. 332, §3º). Nesse caso, o juiz determinará o prosseguimento do processo com a regular citação do réu. Entretanto, caso o juiz não exerça o juízo de retratação, deverá citar o réu para que este possa apresentar suas contrarrazões ao recurso interposto. AULA 2 – INDEFERIMENTO DA PETIÇÃO INICIAL; IMPROCEDÊNCIA LIMINAR DO PEDIDO ; AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO E MEDIAÇÃO.. PETIÇÃO INICIAL . ART. 319 do CPC AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO E MEDIAÇÃO. • Um processo judicial, em regra, tem como principal característica um conflito de interesses. Por esse motivo, alguns autores conceituavam o processo como uma guerra institucionalizada, onde vence a parte que mais bem utilizou as “armas” processuais. Essa percepção do processo, como uma estratégia processual, contribuiu para a formação de profissionais do direito voltados mais para o litígio do que para a solução consensual do litígio. • Na década de 1980, diversos autores, como Mauro Cappelletti, atribuíram especial ênfase aos denominados meios alternativos de solução de conflitos, buscando uma justiça coexistencial, onde as opções de superação da lide são propostas pelas próprias partes, não por um terceiro equidistante. De fato, alguns conflitos não são resolvidos por uma sentença judicial. AULA 2 – INDEFERIMENTO DA PETIÇÃO INICIAL; IMPROCEDÊNCIA LIMINAR DO PEDIDO ; AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO E MEDIAÇÃO.. AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO E MEDIAÇÃO. • Buscando superar essa cultura litigante, o Código de Processo Civil de 2015 estabeleceu, como etapa anterior ao contraditório, a audiência de conciliação ou mediação. • A proposta do legislador é permitir que as partes compareçam a uma audiência de conciliação ou sessão de mediação antes mesmo de o réu apresentar sua defesa. • O art. 334 do CPC diz que o réu será citado e intimado a comparecer à audiência de conciliação ou mediação. Uma primeira questão se coloca: essa audiência é obrigatória? AULA 2 – INDEFERIMENTO DA PETIÇÃO INICIAL; IMPROCEDÊNCIA LIMINAR DO PEDIDO ; AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO E MEDIAÇÃO.. AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO E MEDIAÇÃO. ATENÇÃO. • Pela leitura do art. 334, §4º, a audiência de conciliação ou mediação somente não ocorrerá se tanto o autor como o réu manifestarem expressamente o desinteresse em sua realização. • Se apenas uma das partes se manifestar em sentido contrário à realização, ainda assim o procedimento ocorrerá. • Caso o autor não tenha interesse na realização da audiência, deverá se manifestar expressamente na petição inicial. • Se o autor elaborar sua petição inicial e não se manifestar expressamente acerca de seu interesse na realização do ato, o juiz concluirá em sentido positivo. • O réu tem o prazo de até 10 dias, antes da audiência designada, para se manifestar. O silêncio de ambas as partes acarretará manutenção da audiência designada e a ausência ensejará a aplicação de multa de 2% do valor da causa em favor do Estado. AULA 2 – INDEFERIMENTO DA PETIÇÃO INICIAL; IMPROCEDÊNCIA LIMINAR DO PEDIDO ; AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO E MEDIAÇÃO.. AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO E MEDIAÇÃO. • Pensemos na seguinte hipótese. O autor ingressa com uma ação indenizatória em face do réu. Na petição inicial, o autor não se manifesta expressamente sobre a realização da audiênciae o réu se manifesta em sentido contrário à sua realização. • Ao interpretarmos o art. 334, §4º, I, do CPC, concluímos que a audiência de conciliação ou mediação será designada normalmente e a parte que faltar, injustificadamente, será penalizada com multa de 2% sobre o valor pretendido pelo autor ou do valor da causa, que será revertida em favor da União ou do Estado (art. 334, §8º do CPC). AULA 2 – INDEFERIMENTO DA PETIÇÃO INICIAL; IMPROCEDÊNCIA LIMINAR DO PEDIDO ; AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO E MEDIAÇÃO.. AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO E MEDIAÇÃO. Nos casos em que houver litisconsortes, somente será dispensada a audiência de mediação se todos manifestarem expressamente seu desinteresse. Se um autor ajuizou uma ação contra quatro réus, todos, além do próprio autor, devem se manifestar em sentido contrário à realização da audiência, pois, se assim não for, o juiz designará a audiência e as partes que faltarem sem a devida justificativa serão penalizadas com multa já referida aqui. Art. 334. Se a petição inicial preencher os requisitos essenciais e não for o caso de improcedência liminar do pedido, o juiz designará audiência de conciliação ou de mediação com antecedência mínima de 30 (trinta) dias, devendo ser citado o réu com pelo menos 20 (vinte) dias de antecedência. § 1º O conciliador ou mediador, onde houver, atuará necessariamente na audiência de conciliação ou de mediação, observando o disposto neste Código, bem como as disposições da lei de organização judiciária. § 2º Poderá haver mais de uma sessão destinada à conciliação e à mediação, não podendo exceder a 2 (dois) meses da data de realização da primeira sessão, desde que necessárias à composição das partes. § 3º A intimação do autor para a audiência será feita na pessoa de seu advogado. AULA 2 – INDEFERIMENTO DA PETIÇÃO INICIAL; IMPROCEDÊNCIA LIMINAR DO PEDIDO ; AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO E MEDIAÇÃO.. AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO E MEDIAÇÃO. § 4º A audiência não será realizada: I - se ambas as partes manifestarem, expressamente, desinteresse na composição consensual; II - quando não se admitir a autocomposição. § 5º O autor deverá indicar, na petição inicial, seu desinteresse na autocomposição, e o réu deverá fazê-lo, por petição, apresentada com 10 (dez) dias de antecedência, contados da data da audiência. § 6º Havendo litisconsórcio, o desinteresse na realização da audiência deve ser manifestado por todos os litisconsortes. § 7º A audiência de conciliação ou de mediação pode realizar-se por meio eletrônico, nos termos da lei. § 8º O não comparecimento injustificado do autor ou do réu à audiência de conciliação é considerado ato atentatório à dignidade da justiça e será sancionado com multa de até dois por cento da vantagem econômica pretendida ou do valor da causa, revertida em favor da União ou do Estado. § 9º As partes devem estar acompanhadas por seus advogados ou defensores públicos. § 10. A parte poderá constituir representante, por meio de procuração específica, com poderes para negociar e transigir. § 11. A autocomposição obtida será reduzida a termo e homologada por sentença § 12. A pauta das audiências de conciliação ou de mediação será organizada de modo a respeitar o intervalo mínimo de 20 (vinte) minutos entre o início de uma e o início da seguinte. AULA 2 – INDEFERIMENTO DA PETIÇÃO INICIAL; IMPROCEDÊNCIA LIMINAR DO PEDIDO ; AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO E MEDIAÇÃO.. AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO E MEDIAÇÃO. ATENÇÃO • Faz-se necessário, ainda, diferenciar as hipóteses em que haverá audiência de conciliação das que terão sessões de mediação. • O Código de Processo Civil não é claro nesse aspecto. No entanto, sua interpretação sistemática sugere um entendimento razoável sobre o tema. Segundo o art. 165, §2º, a conciliação será indicada para os casos em que não existir vínculo anterior entre as partes. Já a mediação será indicada nos casos em que houver um vínculo anterior entre as partes. AULA 2 – INDEFERIMENTO DA PETIÇÃO INICIAL; IMPROCEDÊNCIA LIMINAR DO PEDIDO ; AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO E MEDIAÇÃO.. AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO E MEDIAÇÃO. • As partes devem comparecer acompanhadas de advogado ou defensor público (art. 334, §9º do CPC). Essa regra tem como escopo garantir que nenhuma parte fique vulnerável na provável elaboração do acordo. Nesse sentido, a parte poderá constituir representante com poderes específicos para negociar e transigir (art. 334, §10 do CPC). Essa regra é importante, considerando que há profissionais da advocacia com expertise em solução consensual de conflitos cuja atuação pode ser fundamental na solução da lide por essa via. • O código valoriza a conciliação e mediação como formas consensuais de solução de conflito (art. 3º, §§2º e 3º do CPC). • Além da audiência de conciliação e mediação, prevista no art. 334 do CPC, o ordenamento processual estabelece que a mediação é obrigatória nas ações de família (arts. 694 a 697 do CPC), somente tramitando pelo procedimento comum nos casos em que, após diversas tentativas, não for possível obter o acordo. • Tais dispositivos legais evidenciam a importância que esses meios de solução de conflito ganharam no CPC/2015. me AULA 3 – RESPOSTA DO RÉU DA RESPOSTA DO RÉU/Introdução. • O processo se inicia com a distribuição da petição inicial. Embora o réu ainda não figure na relação processual, não há dúvidas acerca da existência do processo. • Entretanto, a citação (art. 238) convocará o réu ou o interessado para integrar a relação processual. • Após o ato citatório, o réu terá ciência da existência de um processo contra si e poderá, se assim quiser, apresentar sua resposta ao pedido formulado pelo autor. O termo resposta do réu, na verdade, é um gênero que contempla algumas espécies de possíveis manifestações do réu em sua defesa. • O réu, após o esgotamento das possibilidades de conciliação/mediação, pode apresentar contestação, reconvenção ou até mesmo arguir a parcialidade do juiz através de petição específica dirigida ao juiz do processo. • Poderá, também, o réu reconhecer o pedido formulado pelo autor, permitindo o julgamento imediato da lide. • A resposta do réu tem grande importância no procedimento comum, pois assegura o exercício pleno do contraditório e da ampla defesa. AULA 3 – RESPOSTA DO RÉU DA RESPOSTA DO RÉU/Introdução. • A Constituição Federal de 1988 assegura aos litigantes, em geral, o contraditório e a ampla defesa (art. 5º, LV), permitindo que as partes e, principalmente, os réus exerçam sua defesa de forma plena e com amplo contraditório. • No processo civil, a resposta do réu é o instrumento que assegura o pleno exercício dessas garantias constitucionais processuais. O juiz, ao inviabilizar o exercício do contraditório pelas partes, estará violando, diretamente, o texto constitucional. • O Código de Processo Civil, em sua perspectiva constitucionalizada, incluiu o princípio do contraditório e da ampla defesa no rol das normas fundamentais do processo civil (arts. 1º ao 12), reforçando, na legislação infraconstitucional, a importância dessas garantias constitucionais processuais. AULA 3 – RESPOSTA DO RÉU DA RESPOSTA DO RÉU/Introdução. • O art. 7º assegura às partes o acesso a todos os meios de defesa, devendo o juiz “zelar pelo efetivo contraditório”. • O art. 9º, por sua vez, determina que não se pode proferir decisão contra uma das partes sem que esta seja previamente ouvida. • O art. 10 dispõe que o juiz não pode decidir, em nenhum grau, com base em fundamento que não tenha dado às partes a oportunidade de se manifestar, mesmo nos casos que tratem de matéria de ordem pública. • Por fim, o código dispõe, ainda, que, mesmo nos casos de improcedência liminar do pedido, se não houver retratação do juiz, o réu será citado para apresentar contrarrazões ao recurso interposto pelo autor. Atenção.: • As matérias de ordem pública são aquelas que o juiz deve decidir de ofício, ou seja, sem provocação das partes, considerando o interesse público envolvido. São exemplos de matéria de ordem pública a ilegitimidadedas partes, vício de citação, ausência de pressupostos processuais, prescrição, entre outras. AULA 3 – RESPOSTA DO RÉU DA RESPOSTA DO RÉU/Introdução. • A contestação é a principal defesa do réu. Nela o réu deve articular todas as defesas possíveis para negar a pretensão do autor. • Já a reconvenção tem como objetivo possibilitar um “contra-ataque” do réu em face do autor nas hipóteses previstas em lei. • O réu poderá, também, no prazo da resposta, arguir a parcialidade do juiz através de petição específica alegando impedimento ou suspeição. • No entanto, se a parcialidade foi verificada após o prazo da resposta, o réu terá o prazo de 15 dias, a contar da ciência do fato, para apresentar a respectiva exceção. AULA 3 – RESPOSTA DO RÉU CONTESTAÇÃO. • De acordo com o art. 335 do CPC, o réu terá 15 dias para oferecer contestação escrita. • Por se tratar da principal defesa do réu, essa modalidade de resposta requer estudo mais detalhado. • O Código de Processo Civil de 2015, ao privilegiar a conciliação ou mediação como a primeira etapa do processo, determina que a contestação somente poderá ser oferecida após a realização frustrada da audiência de conciliação/mediação ou nos casos em que seja cancelada por desinteresse das partes. • Tal dispositivo se justifica na medida em que é mais provável que se consiga obter o acordo antes da defesa do réu do que em momento posterior, onde os ânimos estarão mais acirrados. AULA 3 – RESPOSTA DO RÉU CONTESTAÇÃO. ATENÇÃO.: Contestação é a principal resposta, porquanto por meio dela, este sujeito passivo( e também o denunciado e o chamado ao processo), tenta se desvencilhar do processo ou da relação jurídica de direito material deduzida para embasar o pedido. Na alegação de impedimento ou suspeição suscitada pelo réu, este apenas se defende, visando a exclusão da direção do processo, do juiz parcial. Esse incidente provoca apenas a dilação do processo, em nada interferindo na resolução da lide em sí. Na reconvenção, uma verdadeira ação, aproveitando a relação processual já instaurada, o réu se transmuda em autor e exerce pretensão de direito material que se relaciona com a pretensão ou com a própria defesa. Na contestação, o réu pode apenas defender-se da relação que o vincula ao processo ou da pretensão do autor.. A defesa pode ser processual(indireta) ou de mérito.(D eI) AULA 3 – RESPOSTA DO RÉU CONTESTAÇÃO. • Na contestação, o réu deverá apresentar todas as possíveis matérias de defesa. • Poderá apresentar defesa processual (dilatória e peremptória) e/ou defesa de mérito (direta e indireta). DEFESA PROCESSUAL. • Nas defesas processuais, o réu atacará o processo e não o mérito da demanda. • Segundo redação do art. 337, incumbe ao réu alegar antes de discutir o mérito as matérias ali elencadas. • Essas defesas devem ser arguidas como preliminares da contestação e definem se o juiz apreciará ou não o mérito da demanda. Por essa razão, devem ser arguidas como preliminar. • As defesas processuais podem ser classificadas como dilatórias e peremptórias. AULA 3 – RESPOSTA DO RÉU CONTESTAÇÃO. DEFESA PROCESSUAL DILATÓRIA e PEREMPTORIA • As defesas dilatórias são aquelas que, se acolhidas, retardarão a marcha do processo, mas não provocarão a extinção do processo. Peremptória é a defesa que, se acolhida, extingue imediatamente a relação processual. • São defesas processuais dilatórias: a) a inexistência ou nulidade de citação (art. 337, I); b) a incompetência relativa ou absoluta (art. 337, II); c) a incorreção do valor da causa (art. 337, III); d) a conexão (art. 337, VIII); e) a indevida concessão do benefício da gratuidade de Justiça (art. 337, XIII). • São defesas processuais peremptórias: a) a inépcia da inicial (art. 337, IV); b) a perempção (art. 337, V); c) a litispendência (art. 337, VI); d) a coisa julgada (art. 337, VII); entre outras. AULA 3 – RESPOSTA DO RÉU CONTESTAÇÃO. DEFESA DE MÉRITO. • Por sua vez, as defesas de mérito atacam o objeto da pretensão do autor em si e podem ser direta e indireta. • Na defesa direta de mérito, o réu nega o fato constitutivo do direito do autor, ou seja, nega que o autor tenha razão em sua pretensão. Se o autor alega que tem direito à uma indenização por negativação indevida, o réu nega, afirmando que a negativação se deu em decorrência do inadimplemento do autor. O autor diz que tem direito à reintegração de posse; o réu nega, afirmando que o autor nunca teve a posse. • A principal característica da defesa direta de mérito é a negativa dos fatos e consequências jurídicas apontadas pelo autor na petição inicial. • As defesas indiretas de mérito têm como característica principal o fato de que o réu reconhece o fato articulado pelo autor em sua petição inicial, mas apresenta um fato novo impeditivo, modificativo ou extintivo do alegado direito do autor. Importante compreender que o réu reconhece o fato alegado pelo autor, mas lhe opõe o novo fato, que não foi ainda apresentado em juízo. AULA 3 – RESPOSTA DO RÉU CONTESTAÇÃO. DEFESA DE MÉRITO. • Por sua vez, as defesas de mérito atacam o objeto da pretensão do autor em si e podem ser direta e indireta. • Na defesa direta de mérito, o réu nega o fato constitutivo do direito do autor, ou seja, nega que o autor tenha razão em sua pretensão. Se o autor alega que tem direito à uma indenização por negativação indevida, o réu nega, afirmando que a negativação se deu em decorrência do inadimplemento do autor. O autor diz que tem direito à reintegração de posse; o réu nega, afirmando que o autor nunca teve a posse. • A principal característica da defesa direta de mérito é a negativa dos fatos e consequências jurídicas apontadas pelo autor na petição inicial. • As defesas indiretas de mérito têm como característica principal o fato de que o réu reconhece o fato articulado pelo autor em sua petição inicial, mas apresenta um fato novo impeditivo, modificativo ou extintivo do alegado direito do autor. Importante compreender que o réu reconhece o fato alegado pelo autor, mas lhe opõe o novo fato, que não foi ainda apresentado em juízo. AULA 3 – RESPOSTA DO RÉU CONTESTAÇÃO. DEFESA DE MÉRITO. ATENÇÃO. • Como foi demonstrado, o réu poderá apresentar em sua contestação defesas processuais (dilatória e peremptória) e defesas de mérito (direta e indireta). • Entretanto, considerando que a contestação é a principal espécie de resposta do réu, este deve apresentar todas as defesas na mesma oportunidade. • Trata-se do princípio da eventualidade ou da concentração da defesa (art. 336), que estabelece que o réu deve apresentar toda matéria de defesa na contestação sob pena de preclusão. Se, por algum motivo, o réu deixar de apresentar uma defesa de mérito em seu favor, não mais poderá fazê-lo, em razão da preclusão. • Assim, caberá ao réu apresentar suas defesas processuais (dilatórias e peremptórias) em preliminar de contestação e as defesas de mérito (direta e indireta) no capítulo correspondente ao mérito. AULA 3 – RESPOSTA DO RÉU CONTESTAÇÃO. DEFESA DE MÉRITO. ATENÇÃO. • Além do princípio da eventualidade, o réu deverá observar também o princípio da impugnação específica (art. 341), que estabelece que o réu deve se manifestar precisamente sobre todas as alegações do autor, sob pena de ser presumidas como verdadeiras as alegações não impugnadas. • Vamos entender esse princípio a partir de um caso concreto. Em determinada ação judicial, o autor alega que sofreu dano material e estético. O réu apresenta contestação e impugna, especificadamente, somente o dano material. Assim, as alegações referentes ao dano estético se tornaram incontroversas, por ausência de impugnação do réu, e serão presumidas como verdadeiras, nos termos do art. 341 do CPC. • As consequências decorrentes da inobservância do princípio da impugnação específica comportam exceções. São as exceções elencadas nos incisos do art. 341 do CPC. Também não se aplica a confissão ficta ao defensor público, ao advogado dativo e ao curador especial. AULA 3 – RESPOSTADO RÉU CONTESTAÇÃO. DEFESA DE MÉRITO. ATENÇÃO. • Ilegitimidade e mudança no polo passivo • O réu poderá, ainda, alegar sua ilegitimidade passiva para a causa. Para tanto, deverá alegar, em preliminar de contestação, que não é parte legítima para a causa ou que não foi o causador do prejuízo alegado pelo autor. • Nesse caso, o juiz ouvirá o autor sobre a possibilidade de substituição do polo passivo (art. 338). Essa regra permite ao autor corrigir o polo passivo e prosseguir regularmente com a demanda em face do verdadeiro réu. (falar sobre nomeação à autoria) AULA 3 – RESPOSTA DO RÉU RECONVENÇÃO. • O réu pode, além de se defender, demandar em face do autor utilizando a mesma relação processual. Trata-se de um verdadeiro contra-ataque do réu contra o autor no mesmo processo. No regime anterior (CPC/1973), a reconvenção era apresentada em uma petição autônoma. O réu que pretendesse reconvir deveria oferecer contestação juntamente com a reconvenção. • O Código de Processo Civil de 2015 simplificou o procedimento da reconvenção, permitindo que o réu ofereça, na mesma petição, contestação e reconvenção conforme dispõe o art. 343. • Todavia, a inclusão da reconvenção como um capítulo da contestação não lhe retira a autonomia, que permanece mesmo no código vigente. Assim, o réu poderá contestar e reconvir, ou somente reconvir (343, §6). • Essa autonomia é reforçada no art. 343, §2º, ao dispor que a desistência ou a extinção da ação principal não impede o prosseguimento da reconvenção. São duas demandas que tramitam no mesmo processo. AULA 3 – RESPOSTA DO RÉU RECONVENÇÃO. • A reconvenção tem como fundamento primeiro a economia processual. • Assim, nos casos em que a pretensão do réu tiver conexão com a ação principal ou com os fundamentos da defesa, este poderá veicular sua demanda no bojo da contestação, ou em peça autônoma, em face do autor. • Para entender melhor, pensemos numa situação em que o autor ajuíza uma ação de cobrança, no valor de R$ 100.000,00, em face do réu, e este se defende (contestação), dizendo que a divida já foi paga, e aduz ainda que o autor é o devedor da quantia de R$ 20.000,00. O réu, portanto, aproveita a própria demanda ajuizada pelo autor e formula sua pretensão (cobrança dos R$ 20.000,00). AULA 3 – RESPOSTA DO RÉU RECONVENÇÃO. Art. 343. Na contestação, é lícito ao réu propor reconvenção para manifestar pretensão própria, conexa com a ação principal ou com o fundamento da defesa. § 1º Proposta a reconvenção, o autor será intimado, na pessoa de seu advogado, para apresentar resposta no prazo de 15 (quinze) dias. § 2º A desistência da ação ou a ocorrência de causa extintiva que impeça o exame de seu mérito não obsta ao prosseguimento do processo quanto à reconvenção. § 3º A reconvenção pode ser proposta contra o autor e terceiro. § 4º A reconvenção pode ser proposta pelo réu em litisconsórcio com terceiro. § 5º Se o autor for substituto processual, o reconvinte deverá afirmar ser titular de direito em face do substituído, e a reconvenção deverá ser proposta em face do autor, também na qualidade de substituto processual. § 6º O réu pode propor reconvenção independentemente de oferecer contestação. AULA 3 – RESPOSTA DO RÉU IMPEDIMENTO E SUSPEIÇÃO. • A exceção de impedimento ou suspeição é um incidente processual que tem como finalidade impugnar a parcialidade do juiz em determinada demanda judicial. • O art. 5º, XXXVII e LIII, da Constituição Federal de 1988, dispõe sobre o princípio do juiz natural, e assegura que os litigantes serão julgados por juiz independente e imparcial. • Entretanto, ocorrendo a parcialidade do juiz, caberá ao interessado apresentar petição específica para alegação de impedimento ou suspeição, conforme o caso. (exceção) • Ao contrário da contestação e da reconvenção, a exceção de impedimento e suspeição são apresentadas, em regra, no prazo de 15 dias, a contar da ciência do fato (art. 146). Por esse motivo, a exceção poderá ser apresentada em qualquer tempo ou grau de jurisdição, observando o prazo para sua apresentação. Contudo, existem casos em que o réu, ao ser citado, verifica, desde logo, a parcialidade do juiz da causa. Dessa forma, a exceção de impedimento ou suspeição constitui uma modalidade de resposta do réu e será apresentada em conjunto com a contestação. AULA 3 – RESPOSTA DO RÉU IMPEDIMENTO E SUSPEIÇÃO. • A parcialidade do juiz pode ser relativa ou absoluta. • A parcialidade relativa tratará de hipóteses subjetivas de envolvimento do juiz com uma das partes (suspeição). O art. 145 enumera os fatos que são considerados suspeição. Por se tratar de parcialidade relativa, que envolve interesse das partes, a exceção deverá ser apresentada no prazo de 15 dias, sob pena de preclusão. Transcorrido esse prazo, o vício da parcialidade estará sanado e o juiz, inicialmente suspeito, habilitado para julgar a causa. • A parcialidade absoluta (impedimento) é um vício grave e pode ser aferido de forma objetiva. O art. 144 do CPC enumera as hipóteses de impedimento, tais como atuação prévia do juiz como advogado da parte, membro do Ministério Público ou perito; que tenha apreciado a causa no primeiro grau de jurisdição; quando seu cônjuge for parte no processo; entre outras. Por se tratar de vício que viola interesse público, a parte terá 15 dias para apresentar exceção de impedimento, mas não haverá preclusão, podendo a parte arguir a parcialidade absoluta após o trânsito julgado através de ação rescisória (art. 966, II, do CPC). AULA 3 – RESPOSTA DO RÉU IMPEDIMENTO E SUSPEIÇÃO. Atenção. • A parcialidade não diz respeito somente ao juiz, mas compreende também os integrantes do Ministério Público e aos auxiliares da Justiça (peritos, contadores, partidores etc.), conforme disposto no art. 148 do CPC. • A parcialidade do juiz é aferida, em regra, em relação às partes. No entanto, o CPC/2015 estendeu a suspeição também para os advogados das partes. Segundo o art. 145, I, do CPC, considera-se suspeição o fato de o juiz ser amigo íntimo ou inimigo da parte e de seus advogados. Cuida-se de importante inovação, pois impede que haja arbitrariedades motivadas por sentimentos pessoais contra os profissionais da advocacia. Assim, o juiz não poderá mais beneficiar ou prejudicar a parte por amizade ou inimizade com seus advogados. AULA 3 – RESPOSTA DO RÉU IMPEDIMENTO E SUSPEIÇÃO. PROCEDIMENTO • O procedimento da exceção é simplificado (art. 146). A parte excipiente apresentará a exceção no prazo de 15 dias, apontando os motivos da recusa e as provas necessárias para demonstração do alegado. • O juiz, ao receber a petição, poderá reconhecer a suspeição ou o impedimento, e encaminhar os autos ao substituto legal. A parcialidade é do juiz, não do juízo. Nesse caso, o processo continuará sua tramitação no juízo competente, mas o juiz substituto oficiará no processo em substituição do juiz suspeito ou impedido. • Se o juiz não admitir a parcialidade, determinará a autuação do incidente e terá o prazo de 15 dias para apresentar suas razões. Em seguida, os autos serão encaminhados ao tribunal competente. Distribuído o incidente no tribunal, o relator determinará os efeitos em que o mesmo será recebido (com ou sem efeito suspensivo). • Caso o tribunal verifique que a alegação do excipiente não procede, julgará improcedente o incidente e o juiz excepto permanecerá na causa. Acolhida a alegação do excipiente, o juiz excepto será afastado da causa, arcará com as custas judiciais do incidente e o substituto legal conduzirá o processo. Caso o juiz excepto discorde da decisão, poderá recorrer. AULA 3 – RESPOSTA DO RÉU PRECLUSÃO • Um processo se desenvolve como uma marcha encadeada de atos processuais rumo à solução do mérito mediante sentença. Por sua vez, o código estabelece forma e prazo de atos processuais, de modo que as partes consigam alcançar o julgamento de mérito num prazo razoável, conforme inteligência do art. 4º do CPC. É nesse contexto que se insere o estudo da preclusão. • Preclusão é um conceito
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