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Legislação especial Art. 12 - As regras gerais deste Código aplicam-se aos fatos incriminados por lei especial, se esta não dispuser de modo diverso. Dolo, culpa, tentativa, desistência voluntária etc. se aplicam para a legislação extravagante. Mas, pode acontecer de a lei especial ter alguma exceção. Nesse caso, aplica-se a lei especial. Ex.: o CP tem regras em relação aos dias multa (10 a 360). Só que quando chegamos à lei de drogas, cada tipo penal tem um montante diferente (no tráfico é de 500 a 1500). Outro exemplo: como regra as agravantes dos arts. 61 e 62 se aplicam aos crimes em geral, todavia, excepcionalmente, a lei de crimes ambientais traz agravantes que são específicas dos crimes ambientais. Ainda, o CP traz as penas restritivas de direitos, mas excepcionalmente podemos ter na lei especial algumas penas que não estão nesse rol (ex.: lei de drogas – penas de advertência, encaminhamento à cursos etc.) No art. 109 temos os prazos para prescrição. Na lei de drogas, todavia, temos um prazo de 2 anos. Em resumo, a regra geral é o CP, mas, tendo regra especial, aplica essa. TÍTULO II DO CRIME Relação de causalidade (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Art. 13 - O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Para o entendimento majoritário o crime é constituído por três elementos: FATO TÍPICO, ILÍCITO/ANTIJURÍDICO E CULPÁVEL. O fato típico, por sua vez, é constituído por: a) conduta penalmente relevante (ação ou omissão dolosa ou culposa); b) resultado, nos crimes materiais; c) nexo causal (relação de causalidade); e) tipicidade. A antijuridicidade não se divide em elementos, é a contrariedade do fato ao ordenamento. E o terceiro é a culpabilidade, que é constituída de: a) imputabilidade; b) exigibilidade de conduta diversa; c) potencial consciência da ilicitude. Nessa aula, falaremos do NEXO DE CAUSALIDADE. Nexo causal nada mais é do que o elo entre a conduta e o resultado. É aquilo que liga. Significa dizer que o resultado foi causado por aquela conduta. Ex.: MARCO atira em LUCAS que morre. Conduta: atirar. Resultado: morte de Lucas. Nexo causal: o laudo cadavérico atesta que a morte decorreu, efetivamente, pelo disparo. O art. 13 caput procura explicitar o que podemos considerar como causa do resultado. O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe deu causa. OK. Mas o que é causa? A venda da arma é considerada causa do resultado morte? A fabricação da arma é considerada causa do resultado morte? Diz o artigo: Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido. A doutrina quando explica isso acrescenta: sem a qual o resultado não teria ocorrido da FORMA COMO OCORREU. E é partir disso que surge o critério de eliminação hipotética. Então, para saber o que é causa eu preciso me perguntar: sem isso, o resultado teria ocorrido da forma como ocorreu? Pois bem! Ex.: atirei e matei. Se eu tirar isso, o resultado teria ocorrido como ocorreu? Não, se eu não tivesse atirado ele não teria morrido em decorrência dos disparos. Logo, ter atirado é causa. E se o sujeito que vendeu a arma não teria vendido, o resultado teria ocorrido da forma como ocorreu? Não, se eu não tivesse adquirido a arma, não teria atirado, logo, o sujeito não teria morrido. E se o sujeito que fabricou a arma não teria fabricado, o resultado teria ocorrido da forma como ocorreu? Não. A arma não teria sido vendida ao fornecedor, que vendeu para mim, e eu não teria atirado. E por aí vai. E se meus pais não tivessem me tido? O resultado teria ocorrido como ocorreu? Não. etc. etc. Tudo isso seria causa do resultado para A TEORIA DA CONDITIO SINE QUA NON/TEORIA DOS ANTECEDENTES. Ela diz que tudo o que contribui para o resultado é causa. Ocorre que ela acaba promovendo um regresso ao infinito. Por óbvio, precisamos ter um LIMITE. Esse limite é o DOLO ou CULPA (elemento subjetivo).
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