Literaturas de Língua Portuguesa II - Cw2 - U2S3

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Unidade 2
Seção 3
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Literaturas deLiteraturas de 
Língua Portuguesa IILíngua Portuguesa II
1
Webaula 3
O modernismo português
Modernismo em Portugal: pressupostos estéticos e
desdobramentos
O modernismo português surgiu oficialmente com o primeiro número da
efêmera revista Orpheu (1915), fundada por Fernando Pessoa, Mário de Sá-
Carneiro e Almada Negreiros. Justamente nesse período, o mundo vivia os
horrores provocados pela Primeira Guerra Mundial (1914-1918) e o surgimento
das vanguardas europeias, movimentos de tendências variadas como o
Futurismo, o Expressionismo, o Cubismo, o Dadaísmo e o Surrealismo. Essas
vanguardas estavam interessadas em uma uma nova interpretação da
realidade.
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Tamanha foi a sua influência na cultura modernista que a literatura portuguesa desse período é dividida em dois grandes
momentos. Você pode conferir cada um deles clicando nas abas.
Primeiro momento Segundo momento
3
Fernando Pessoa (1888-1935) é a “mais importante personalidade das tendências modernistas portuguesas” nas palavras de
Antônio José Saraiva (2005, p. 997). Para conhecer algumas passagens da vida do poeta, explore a linha do tempo.
1888 1905 1915 1934 1935
4
A poética de Fernando Pessoa
Influenciado pelo Simbolismo decadente, vago e
nefelibata, Pessoa tinha especial predileção pela obra
do francês Arthur Rimbaud. O “paulismo”, conceito
criado por ele e o amigo Mário de Sá-Carneiro,
decorre dessa influência. Na fase inicial de sua
carreira, Sensacionismo e Interseccionismo também
foram explorados pelo poeta.
Na sua obra ortônima, o poeta deixa transparecer
toda a sua inquietude e falta de perspectiva de vida, o
que confere alguma proximidade com a obra de
Antero de Quental. Nessa direção, expressa total
desentendimento com a própria existência e com o
sentido da vida, fazendo do tédio e da incredulidade
temas recorrentes, principalmente, acerca do amor.
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Fernando Pessoa e a heteronímia
Conheça alguns semi-heterônimos de 
Fernando Pessoa, clicando aqui
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Um heterônimo é mais que um pseudônimo: trata-se de
incorporar toda uma personalidade ficcional em
consonância com a obra a ela atribuída. Os três principais
heterônimos pessoanos em língua portuguesa foram:
Álvaro de Campos, Alberto Caeiro e Ricardo Reis.
O único ponto em comum entre os três é o
desajustamento, característica que marca, sobretudo, o
próprio poeta. Para Pessoa, a atribuição de seus textos a
outras autorias imaginadas fazia parte de um processo de
despersonalização que, para os leitores da época, causou
alguma confusão e, em alguns momentos, a ilusão de que
se tratavam de pessoas reais.
O período Interregno
Com a morte de Mário de Sá Carneiro, a vanguardista
revista Orpheu sequer chegou a ter publicado o seu
terceiro número. Os doze anos que se seguiram ao
desaparecimento da Orpheu são conhecidos como
Interregno, período que marca o intervalo entre o
aparecimento da literatura modernista em Portugal e
a sua retomada, com novo fôlego.
A retomada da literatura modernista em Portugal dá-
se a partir da publicação encabeçada por um novo
grupo de jovens estudantes, dessa vez, em Coimbra.
Durante esse intervalo, alguns escritores alcançaram
especial destaque pela qualidade de sua produção.
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Florbela Espanca (1894-1930) foi considerada a figura feminina mais importante da Literatura Portuguesa. Para conhecer
algumas passagens da vida da poetisa, explore a linha do tempo.
1894 1919 1923 1930 1931
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A poética de Florbela Espanca
A temática recorrente na poesia de Florbela é o
sentimento amoroso no mais das vezes imerso em
frustração. A escrita inicial de Florbela remonta à obra
de Antônio Nobre no que se refere ao esteticismo,
narcisismo e sobretudo, no culto literário da dor.
Já em fase mais amadurecida, com o Livro de Sóror
Saudade, a poetisa encontra sua forma de expressão
definitiva: o soneto. O tom obsessivo e melancólico
traz à tona, por vezes, a desesperança e o sentimento
de abandono e, por outras, uma espécie de
prostração e de renúncia que permeiam o mais alto
momento de sua carreira.
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O Presencismo português
Em 1927, um grupo de estudantes da Universidade de
Coimbra funda a revista Presença que propõe-se a dar
continuidade aos ideais manifestados pela geração da
Orpheu, mas diferencia-se pela proposta de uma
consciência crítica em relação à arte.
Se, por um lado, a revista abre espaço aos modernistas da
geração de 1915-25, por outro, corresponde a um certo
“apoliticismo” forçado, ou seja, as aspirações dos
presencistas giram em torno de uma literatura e de uma
arte desvinculadas de qualquer posição de caráter político
ou religioso.
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O Neorrealismo Português
A partir de 1940, a literatura portuguesa recebe influência do regionalismo
brasileiro e dá início à arte engajada aos princípios políticos, à denúncia e à
tematização da miséria humana e à crítica social: a chamada literatura
neorrealista. Essencialmente em prosa, o Neorrealismo português retrata um
país conturbado pela ditadura de Salazar e pela proximidade com a Segunda
Guerra Mundial – Portugal adotou a neutralidade, mas sentiu os efeitos da
guerra.
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Nessa webaula, abordamos o surgimento da literatura modernista em Portugal,
que teve como seu marco inicial a publicação da revista Orpheu. Além disso,
conhecemos a vida e a poética de Fernando Pessoa e também compreendemos
o período Interregno. Ainda discorremos sobre vida e a poética de Florbela
Espanca, considerada a figura feminina mais importante da Literatura
Portuguesa. Por fim, aprofundamos nossos estudos abordando o Presencismo e
Neorrealismo português.
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Vídeo de encerramento
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