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TÉCNICAS DE EXAME PSICOLÓGICO 3 Sumário Técnicas projetivas 2 Projeção 2 Freud e projeção 2 Diferenças na projeção entre psicanálise e testes 3 Visão geral e atualidade dos procedimentos 3 Características das técnicas: 3 Procedimento de Desenhos-Estórias (D-E) 3 Aplicação 3 Condições de aplicação 3 Material necessário 3 Técnica de aplicação 4 “Inquérito” 4 Fundamentação 4 Finalidades 4 Avaliação 4 Inserção no diagnostico psicológico 4 Procedimento de Desenhos de Família com Estórias (DF-E) 4 Aplicação 4 Fundamentação 5 Finalidades 5 Utilização 5 Avaliação 5 Apercepção temática 5 Interpretação dos sonhos 5 Primeiro método – interpretação simbólica 6 Segundo método – decifração 6 tecnicas de exame psicologico 3 TÉCNICAS DE EXAME PSICOLÓGICO 3 Técnicas projetivas Técnicas projetivas → nasceram da situação clínica → instrumento para o clínico. Revelam aspectos inconscientes, sistemas de organização do comportamento e emoções do sujeito. Principal característica é a apresentação de uma tarefa relativamente não-estruturada. Tarefa não-estruturada → permite variedade quase ilimitada de respostas. Permite livre o jogo da imaginação. Instruções são breves e gerais. Estímulos são vagos e ambíguos. Hipótese → maneira de perceber e interpretar ou estruturar a situação reflete no funcionamento psicológico do sujeito. Teste → como se fosse uma tela onde o sujeito projeta suas agressões, conflitos, medos, necessidades, processos de pensamento. Instrumentos projetivos → apresentam processos disfarçados de teste. Fórmula global de avaliar a personalidade. Não há mensuração de traços isolados. Técnicas projetivas → revelam aspectos inconscientes, latentes e ocultos da personalidade. Quanto mais desestruturado o teste maior é a sensibilidade a esse material oculto. Quanto mais desestruturado/ambíguo o estímulo → menos provável que provoque reações defensivas. Técnicas projetivas se interessam por: Características emocionais. Características motivacionais. Características interpessoais. Aspectos intelectuais do comportamento. Aspectos intelectuais do comportamento → nível intelectual, originalidade e modos de enfrentar problemas. Projeção Um fato neurológico/psicológico é deslocado e localizado no exterior. Sujeito expulsa de si e localiza no outro qualidades, sentimentos, desejos, o que desconhece ou recusa em si. Defesa arcaica. Neurologia → determinada área cerebral constitui a projeção de determinado aparelho somático. Psicofisiologia → movimento de centro para periferia → sensorial. Psicologia → sujeito percebe o meio e responde a ele em função de seus próprios interesses, aptidões, hábitos, estados afetivos, expectativas, desejos. Técnicas projetivas baseadas na psicologia. Desenho da criança → revela sua personalidade. Provas estandardizadas → sujeito é colocado meio a situações pouco estruturadas e estímulos ambíguos → é possível ver traços de caráter, sistemas de organização do sujeito. Projetar algo em alguém → transferência. O sujeito atribui a outro tendências, desejos que desconhece de si mesmo. Rejeitar para fora o que se recusa reconhecer em si ou o que se recusa ser. Testes → sujeito projeta aquilo que ele é e aquilo que ele se recusa a ser. Freud e projeção Projeção descoberta primeiro na paranoia. Defesa primária. Mau uso de um mecanismo consiste em procurar no exterior a origem de um desprazer. Paranoico → projeta suas representações intoleráveis que voltam a ele do exterior sobre forma de recriminações. Freud da a projeção um sentido restrito. Projeção para Freud aparece somente como defesa, como uma atribuição ao outro. Assimilação do outro à própria pessoa. Projeção → evita tratar do problema no seu conjunto. Projeção → está na concepção freudiana de pulsão. Deformação de um processo normal que nos leva a procurar no exterior a causa de nossos afetos. tecnicas de exame psicologico 3 Diferenças na projeção entre psicanálise e testes Psicanálise Testes Mecanismo de defesa Facilita o acesso ao conteúdo interno Expulsa de si e localiza no outro Manifestação do conteúdo interno Procura no exterior a origem do desprazer Materiais usados são ambíguos → expressão livre Ação psíquica característica da paranoia, que expulsa da consciência os sentimentos repreensíveis Evocações de multidimensionalidades, especificidades e fecundidades No período em que o teste é aplicado, o sujeito tem liberdade para verbalizar o que desejar, dentro de uma compreensão particular, mas tem um material ao qual ele deve estar conectado, e o modo como esse processo se dá possibilita as várias interpretações. Outra diferença existente entre a psicanálise e os testes projetivos diz respeito ao número de sessões. Na psicanálise não há limite no número de sessões, enquanto que no teste projetivo, o número de sessões é determinado pelo teste projetivo aplicado. Visão geral e atualidade dos procedimentos Procedimento de Desenhos-Estórias → D-E. Procedimento de Desenhos de Família com Estórias → DF-E. Diagnóstico psicológico → técnicas que não se prendem à fidedignidade, sensibilidade e padronização próprias dos testes psicológicos. Capacidade de produzir exploração ampla da personalidade e por em relevo a dinâmica emocional dos processos inconscientes. Características das técnicas: 1. Uso da associação livre por parte do examinado. 2. Objetivo de atingir a exploração de aspectos inconscientes da personalidade. 3. Participação em recursos de investigação próprios das técnicas projetivas em geral. 4. Emprego de meios indiretos de expressão. 5. Ampliação da observação livre e da entrevista clínica não-estruturada. Elas sobrevivem pela facilidade de deixar o examinado livre para realizar a comunicação, oferecendo substrato básico de procedimentos estáveis. Procedimento de Desenhos-Estórias (D-E) Introduzido em 1972 → auxiliar a ampliação do conhecimento da dinâmica psíquica no diagnóstico psicológico. Técnica de investigação clínica. Investigação da dinâmica da personalidade Desenhos livres servem como estímulos de apercepção temática. Associação de processos expressivos-motores e processos aperceptivos-dinâmicos. Instrumento individualizado. Cinco unidades de produção → compostas por desenhos livres. Examinado faz primeiro o desenho livre e depois responde as questões do examinador por meio de associações dirigidas. É capaz de fornecer informações de pontos focais do sofrimento em determinado momento ou situação de vida da pessoa, possibilitando, assim, um exame vertical e intensivo de certos pontos conflitivos e perturbações emergentes. Aplicação Convite ao examinando. Concluído cada desenho-estória o examinando fornece esclarecimentos e o título. Ambos os sexos, qualquer nível mental, socioeconômico e cultural. As vantagens da aplicação do teste desenho- estória são: a economia de materiais, facilidade de aplicação, adaptabilidade às necessidades de comunicação do examinando, abrangência da utilização clínica. Condições de aplicação Individual. Aplicado por psicólogos qualificados. Horário diurno → usados estímulos cromáticos. Verificação da saúde do examinando, disposição psíquica, ausência de fadiga. Ambiente silencioso, instalações confortáveis, iluminação adequada, ausência de terceiros. Material necessário 1. Folhas de papel em branco, sem pauta, de tamanho oficio. 2. Lápis preto.3. Caixa de lápis de cor de 12 unidades. Técnica de aplicação 1. Sujeito sentado em mesa, examinador a sua frente → tarefa dada após um Rapport. 2. Espalhar lápis sobre a mesa, lápis preto entre os de mais. 3. Folha na posição horizontal → não menciona se pode alterar ou não a posição. 4. Desenho livre. 5. Solicitação que o examinando conte uma estória associada ao desenho. 6. Caso haja dificuldades de associação e elaboração da estória pode-se introduzir recursos auxiliares. 7. Passa-se ao inquérito → esclarecimentos necessários à compreensão e interpretação do material produzido. 8. Título. 9. Retira o desenho da vista do sujeito. 10. Examinador toma nota detalhada da estória, verbalização, ordem de realização, recursos auxiliares, perguntas e respostas, título, reações expressivas, comportamentos observados. 11. Repetem-se os procedimentos. 12. Caso não consiga fazer 5 desenhos em 60 minutos marca-se uma nova sessão de aplicação. “Inquérito” Obtenção de esclarecimentos e novas associações. Apontar pressupostos norteadores. Deverá ser realizado com o máximo de penetração onírica possível → estado de “mergulho” na atmosfera dos sonhos. Fundamentação Teorias de práticas da psicanálise, das técnicas projetivas e da entrevista clínica. Finalidades Investigação de aspectos da dinâmica da personalidade → quando esta apresenta comprometimento emocional. Obtenção de informações a respeito de sujeitos normais, neuróticos e psicóticos. Junto a outros recursos oferece elementos adicionais ou complementares para o diagnóstico psicológico. Conhecimento dos focos conflitivos → desajustamentos emocionais. Presta auxilio na intervenção terapêutica. Avaliação Leitura e decodificação do material serão feitas com base no contexto presente me que o examinado e/ou seus familiares depositam suas angustias, dificuldades, fantasias inconscientes e urgências de compreensão. Inserção no diagnostico psicológico Investigação clínica da personalidade. Não um teste psicológico D-E → recurso de grande amplitude de informações e pouca segurança objetiva. Realização do diagnóstico de tipo compreensivo. São fatores estruturantes do processo compreensivo: 1. Elucidar o significado das perturbações. 2. Ênfase na dinâmica emocionais inconsciente. 3. Considerações de conjunto para material clínico. 4. Procura de compreensão fisiológica globalizada do cliente. 5. Seleção de aspectos centrais e nodais. 6. Predomínio do julgamento clínico. 7. Subordinação do processo diagnostico ao pensamento clínico. 8. Prevalência do uso de métodos e técnicas de exame fundamentados na associação livre. Procedimento de Desenhos de Família com Estórias (DF-E) 1. Desenhe uma família qualquer. 2. Desenhe uma família que você gostaria de ter. 3. Desenhe uma família em que alguém não está bem. 4. Desenhe a sua família. Semelhante ao D-E. Desenho, estória, “inquérito”, título e demais elementos. Instrumento clínico de pesquisa. Aplicação Individual. Crianças, adolescentes e adultos de ambos os sexos. Condições e materiais iguais o D-E. Técnica de aplicação 1. Após o Rapport espalham-se os lápis na mesa entre o examinado e examinador. 2. Coloca-se a folha na posição horizontal. 3. Solicita-se que faça um desenho de uma família qualquer. 4. Após a conclusão, pede a estória do desenho. 5. Inquérito → explorando amplamente possibilidades de novas associações. 6. Título. 7. Retira o desenho da vista do sujeito. Examinador anota detalhadamente tudo que passou. 8. Repetem-se os procedimentos para as demais unidades de produção. 9. Pretende-se obter em uma única sessão a série completa. Fundamentação 1. Conhecimentos psicanalíticos sobre o inconsciente. 2. Regra fundamental da associação livre. 3. Conhecimentos sobre as relações entre os desenhos e os sonhos. 4. Princípios das técnicas projetivas. 5. Formas de apercepção temática das técnicas projetivas. 6. Processos de realização de entrevistas clínicas não-estruturadas e semiestruturadas. 7. Referenciais e modelos que atribuem a importância a dinâmica da família na gênese do indivíduo. 8. Evidencias clínicas de que a reiteração do par desenho-verbalização conduz à explicação com maior clareza dos conflitos e dificuldades emocionais. Finalidades Detecção de processos e conteúdos psíquicos de natureza consciente e inconsciente. Diz respeito as relações do examinado com os objetos internos e externos da dinâmica familiar. Importância da família no desenvolvimento da pessoa. Ampliação do conhecimento sobre relações intrapsíquicas e intrafamiliares. Utilização Contexto de estudo diagnostico. Auxilia a ampliação do conhecimento da dinâmica da personalidade. Eficaz para apreensão de conflitos significativos que ocorrem na vida da pessoa. Avaliação Conexão direta e indireta de pontos nodais de angustias, fantasias inconscientes, sentimentos, atitudes, desejos. Itens para avaliação: Características peculiares das figuras materna/paterna. Tipos de vinculo e formas de interação com as figuras parentais. Trocas sexuais e afetivas entre as figuras parentais. Relacionamentos com figuras fraternas e outras figuras do meio familiar. Determinantes da estrutura e dinâmica familiar. Forças psicopatológicas e psicopatogênicas existentes na família. Eventos familiares reveladores de conflitos e dificuldades. Pontos centralizados de conflitos e dificuldades no examinado. Descrição que o examinado faz de si. Atitudes para com a vida e sociedade. Tendencias, necessidades e desejos. Tonalidades das angustias e das fantasias inconscientes predominantes. Características das forcas de vida e destrutividade. Mecanismos de defesa. Fatores de aquisição da individualidade e integração do self. Outras áreas de experiencia emocional. Apercepção temática Técnica projetiva → apresenta ao sujeito pranchas selecionadas pelo examinador que retratam situações sociais e relações interpessoais → examinado deve contar uma história sobre elas. É permitido ao sujeito a liberdade para falar ou fazer o que quiser, a partir do material apresentado. Interpretação dos sonhos “Interpretar” um sonho implica atribuir a ele um “sentido”. Substituí-lo por algo que se ajuste à cadeia de nossos atos mentais como um elo dotado de validade e importância iguais ao restante. Sonho → ato mental. Sonho → processo somático que assinala sua ocorrência por indicações registradas no aparelho mental. Significado oculto. Forma simbólica ou através da decifração. Primeiro método – interpretação simbólica A interpretação simbólica analisa o sonho como um todo e utiliza de componentes sem nexo, e muitas vezes, é profético. Considera o sonho como um todo. Substitui ele por outro conteúdo inteligível → análogo ao original. Interpretação “simbólica” dos sonhos. Cai por terra quando se defronta com sonhos que são não apenas inteligíveis. A ideia de os sonhos se relacionarem principalmente com o futuro e poderem predizê-lo fornece uma razão para se transpor o sentido do sonho. Simbolismo. É restrito em sua aplicação e impossível de formular em linhas gerais. Segundo método – decifração Método da “decifração”. Trata os sonhos como uma espécie de criptografia em que cada signo pode ser traduzido por outro signo de significado conhecido. Até certo ponto corrige o caráter puramente mecânico de seu método de transposição. Leva em conta o conteúdo do sonho, caráter e situação do sonhador. A interpretação não é aplicada no sonho como um todo, mas sim na parcela independente do conteúdo do sonho. Sonho → exige uma análise isolada. A invenção do método interpretativo de decifraçãofoi sugerida por sonhos desconexos e confusos. Tudo depende da confiabilidade do “código”. ___________________________________ Não é cabível a utilização de nenhum dos dois métodos citados, pois não existe comprovação cientifica que os respalde. Sendo assim, para o início da interpretação do sonho devemos ter em mira a promoção de duas mudanças nele: 1. Um aumento da atenção que ele dispensa a suas próprias percepções psíquicas. 2. A eliminação da crítica pela qual ele normalmente filtra os pensamentos que lhe ocorrem. Para que o indivíduo possa concentrar sua atenção na observação de si mesmo, é conveniente que ele se coloque numa atitude repousante e feche os olhos. É necessário insistir explicitamente para que renuncie a qualquer crítica aos pensamentos que perceber. Ele deve adotar uma atitude inteiramente imparcial perante o que lhe ocorrer, pois é precisamente sua atitude crítica que é responsável por ele não conseguir, no curso habitual das coisas, chegar ao desejado deslindamento de seu sonho, ou de sua ideia obsessiva, ou seja lá o que for.