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Fisioterapia na saúde coletiva II Un 03

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Fisioterapia na 
Saúde Coletiva II
Responsável pelo Conteúdo:
Prof.ª Me. Simone Nunes Pinto
Revisão Textual:
Aline Gonçalves
As Práticas da Assistência Domiciliar do 
Fisioterapeuta à Luz da Saúde Coletiva
As Práticas da Assistência Domiciliar do 
Fisioterapeuta à Luz da Saúde Coletiva
 
 
• Apresentar as práticas de saúde na atenção domiciliar, seus conceitos, desafios e poten-
cialidades enquanto ferramenta e política para permitir a integralidade na atenção do 
indivíduo e sua família no ambiente domiciliar;
• Apresentar a atuação do fisioterapeuta na atenção domiciliar.
OBJETIVOS DE APRENDIZADO 
• Atenção Domiciliar: Conceito, Desafios e Potencialidades;
• O Trabalho em Equipe na Atenção Domiciliar;
• Política Nacional de Atenção Domiciliar 
e Programa de Atenção Domiciliar;
• Atuação do Fisioterapeuta na Assistência Domiciliar.
UNIDADE As Práticas da Assistência Domiciliar do 
Fisioterapeuta à Luz da Saúde Coletiva
Introdução
Você já deve ter conhecido algum paciente que necessitasse de cuidados assisten-
ciais do fisioterapeuta, mas que, devido à necessidade de cuidados mais intensifica-
dos e a dificuldades de locomover-se a um serviço ambulatorial de fisioterapia, estava 
recebendo atendimento domiciliar (ou home care), não é mesmo? Então, convido-lhe 
a conhecer essa modalidade de assistência e como ela está organizada e é preconi-
zada pelo SUS!
Os serviços de atendimento domiciliar surgiram no Brasil em 1960, desde então 
têm se expandido. Segundo a literatura, o atendimento domiciliar no Brasil iniciou 
como programa de visitas a pacientes com doenças infectocontagiosas, pacientes 
com HIV/AIDS, hanseníase e distrofias musculares.
As razões para a expansão da atenção domiciliar está na mudança no perfil de-
mográfico e epidemiológico, pois, com o aumento da longevidade, o envelhecimento 
populacional, a prevalência das doenças crônicas e maior sobrevida de pacientes que 
demandam cuidados mais constantes e de reabilitação, como crianças com doenças 
crônicas, pessoas com sequelas de AVE e lesão medular, portadores de síndromes, 
foram aspectos que auxiliaram no crescimento dessa modalidade no País.
A atenção domiciliar tem estado nas discussões de políticas públicas como im-
portante modalidade para a organização da atenção em todo o mundo, como meio 
de reduzir os custos com a hospitalização e possibilitar a adoção de cuidados mais 
humanizados e integrais, modificando a lógica da assistência hospitalar.
Atenção Domiciliar: Conceito, 
Desafios e Potencialidades 
A Atenção Domiciliar (AD) pode ser conceituada como uma modalidade de cui-
dados integrais e contínuos (de promoção, prevenção, tratamento, reabilitação e 
paliativos) no ambiente domiciliar.
Nessa modalidade, a atenção está centrada nas necessidades do usuário e no 
trabalho de equipes multiprofissionais e interdisciplinares, que propiciam a expansão 
e a participação do usuário, da família, do cuidador e das equipes de saúde da Rede 
de Atenção à Saúde.
A assistência domiciliar preconizada pelo SUS tem como objetivo ampliar, qualifi-
car e favorecer o acesso e a continuidade dos cuidados de usuários que não apresen-
tam condições de comparecer a serviços de saúde.
Estudos apontam que o atendimento domiciliar surgiu como modelo substitutivo, ou 
seja, para substituir a atenção hospitalar, levando à desospitalização de pacientes que 
demandavam longo período de internação como forma de reduzir gastos hospitalares.
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Surgiram, assim, alguns serviços de atendimento domiciliar para internação domi-
ciliar, com transferência de tecnologias e profissionais para o espaço domiciliar sem 
alterar a lógica da assistência individual, curativa e fragmentada em atendimentos 
com profissionais de diferentes especialidades que não asseguram a integralidade e 
humanização da atenção.
Muitas são as críticas à simples substituição do ambiente hospitalar pelo domi-
ciliar, o que não altera a assistência hospitalocêntrica, centrada na doença e em 
procedimentos; entre as críticas está a falta de integração e a concorrência entre 
profissionais que não atuam de forma interdisciplinar, dificultando a compreensão e 
a adesão as orientações de cuidados e no acompanhamento e gestão de cuidados.
A atenção domiciliar também pode ser definida como uma modalidade comple-
mentar aos cuidados hospitalares e ambulatoriais, com grande potencial articulador 
na Rede de Atenção à Saúde. 
Estudo realizado por Dias et al. (2015), para identificar os desafios e as potencia-
lidades no AD, observou os seguintes desafios:
• Inserção e integração da AD com os demais pontos da RAS, especialmente com 
a Atenção Básica e as urgências;
• Necessidade de ter mecanismos reguladores para potencializar o uso do atendi-
mento domiciliar;
• Incorporar o atendimento domiciliar em cursos de graduação e pós-graduação, 
tendo em vista as peculiaridades dos cuidados em domicílio. 
Outro desafio citado por Gonçalves (2017) aponta a sobrecarga familiar e adapta-
ção das famílias ao cuidado em domicílio. 
O referido estudo apontou que dentre as potencialidades da AD estão a capa-
cidade de ser substitutiva a outros pontos da rede de atenção à saúde e de retirar 
o paciente de uma instituição para receber os cuidados em seu domicílio, pontos 
fundamentais para trazer novas formas de produzir cuidados que defendam viver a 
vida com qualidade, como guia mestra dos trabalhos das equipes. Ao mesmo tempo, 
ainda conclui que quando a AD se torna um dispositivo substitutivo para produzir 
cuidados que não são produzidos em outras instituições ou pontos da rede de aten-
ção à saúde, ela tem a possibilidade de produzir cuidados inovadores. 
Estudo mais recente realizado por Procópio et al. (2019) relata que, embora te-
nham ocorridos avanços quanto à regulamentação e legislação, a modalidade é tida 
como complementar, o que a coloca em situação de vulnerabilidade diante de mu-
danças na economia e no governo. 
Quanto às potencialidades, Procópio et al. (2019) apontam:
• Uma forma de ofertar cuidados a usuários que não eram beneficiados em outros 
espaços, o que tem demonstrado a gestores, profissionais de saúde e familiares 
o potencial de integralidade que a AD possui;
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UNIDADE As Práticas da Assistência Domiciliar do 
Fisioterapeuta à Luz da Saúde Coletiva
• O potencial articulador da AD, por meio discussão de Projetos Terapêuticos 
compartilhados e comunicação entre equipes de pontos da Redes de Atenção;
• Outro potencial é a forma de produzir cuidados para além das instituições de 
saúde, o que a faz ser uma modalidade substitutiva e que produz cuidados que 
superam o modelo predominante de medicalização, centrado na doença;
• Possibilidade de as equipes trabalharem com as complexas dinâmicas familiares 
e com o ambiente domiciliar, incorporando seus valores e saberes ao cuidado.
Há duas justificativas para a adoção da atenção domiciliar, uma está relacionada à 
 maneira de reduzir custos, seja por diminuir o tempo de internação ou pela substituição 
da internação hospitalar. E outra está relacionada à possibilidade de efetivar mudan-
ças no modelo tecnoassistencial, centrado no usuário e em suas necessidades. E esta 
vislumbra que a AD é uma opção mais humanizada de oferecer cuidados integrais.
O Trabalho em Equipe na Atenção Domiciliar
A equipe multiprofissional é de vital importância para o sucesso do serviço de 
atenção domiciliar, uma vez que os casos costumam ser mais complexos, necessitan-
do abordagem, saberes e competências de vários profissionais de diferentes especia-
lidades para atender às necessidades do paciente e de sua família.
Nesse sentido, o atendimento domiciliar pressupõe um arranjo de trabalho em 
equipe multiprofissional. Vamos entender como é feita a organização do trabalho 
em equipe?
Imagine profissionais de diferentes profissões, como enfermeiro, fisioterapeuta, 
médico e fonoaudiólogo, acompanhando e realizando cuidados e com um mesmo 
paciente no domicílio. Se não houver um arranjo de trabalhoem equipe, a quantos 
planos de cuidado esse paciente será submetido? Como realizar a gestão do cuidado? 
Quantas orientações diferentes o cuidador receberá?
Muitas vezes, esse trabalho multidisciplinar gera tensões entre profissionais de equi-
pe e familiares, disputa entre saberes, dificultando o vínculo e a adesão aos cuidados.
Agora, soma-se a isso a complexidade dos atendimentos a serem oferecidos no 
domicílio, que depende da estrutura e dinâmica familiar, da organização das rotinas 
de cuidados com alimentação, higiene, medicação entre outras. 
O arranjo e a organização da rotina de cuidados influenciam diretamente na pro-
dução dos cuidados, sendo um aspecto extremamente importante determinar quem 
será o responsável pelos cuidados para não ocorrer ruídos de comunicação que pos-
sam comprometer a segurança e a qualidade dos cuidados.
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As equipes de trabalho em AD muitas vezes encontram situações mais complexas 
em razão da condição clínica (cronicidade das patologias, gravidade, presença de 
incapacidades, existência de patologias associadas) e das condições sociais, econô-
micas e ambientais. 
Logo, devido à maior complexidade do trabalho em domicílio associada à neces-
sidade de articulação com a rede de atenção à saúde, o trabalho multiprofissional, 
interprofissional e interdisciplinar é condição necessária para garantir a integralidade 
e resolubilidade dos cuidados. 
Pelo exposto e considerando a complexidade da atenção domiciliar, a maior vul-
nerabilidade da equipe que se encontra fora de uma estrutura institucional, que de-
pende de suporte tecnológico e material (insumos, medicamentos) e ainda precisa 
ter competências para articular com outros pontos de rede atenção à saúde, é funda-
mental a organização do processo de trabalho.
Para facilitar o trabalho das equipes de AD, uma das principais diretrizes é o aco-
lhimento, pois a partir da escuta qualificada é possível identificar as necessidades e 
organizar a produção dos cuidados com compromisso para possibilitar o acesso com 
as equipes de Estratégia de Saúde da Família, com as equipes do AD e outros pontos 
da Rede de Atenção à Saúde.
N a atenção domiciliar são utilizadas algumas ferramentas e tecnologias de cui-
dado, entre elas o acolhimento, a clínica ampliada, o apoio matricial e o Projeto 
Terapêutico Singular.
N essa modalidade de cuidados domiciliares, devido à complexidade e à necessida-
de de múltiplos serviços, faz-se necessária a adoção da clínica ampliada. 
P ara o cuidado individual em domicílio, preconiza-se a utilização do Método Clí-
nico Centrado na Pessoa (MCCP), que amplia o olhar da equipe para todos os pro-
blemas, sejam estes de ordem física, psicológica e/ou social.
Essa metodologia explora a doença e sua repercussão na vida da pessoa em todos os 
aspectos, e para tal elabora um plano para controle dos problemas e suas necessidades.
O MCCP considera as emoções e os sentimentos relacionados ao adoecer e os 
considera na elaboração do plano de cuidados, sendo preservada a autonomia da 
pessoa por meio do compartilhamento de responsabilidades.
Na atenção domiciliar são necessários novos arranjos para favorecer a comuni-
cação entre as equipes e os serviços, para tanto são utilizados o apoio matricial e as 
equipes de referência.
O apoio matricial o ferece suporte técnico especializado às equipes, tanto assisten-
cial quanto nos mecanismos de referência e contrarreferência e regulação.
O profissional de referência ou equipe de referência tem a responsabilidade de 
conduzir o caso. 
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UNIDADE As Práticas da Assistência Domiciliar do 
Fisioterapeuta à Luz da Saúde Coletiva
Com esse arranjo, o apoio matricial auxilia o profissional ou a equipe de refe-
rência com saberes e práticas especializadas que aumentam a capacidade resolutiva 
sem ter que encaminhar a especialistas, desta forma, mantém a responsabilidade das 
equipes de referência pelo paciente. 
Para a gestão do trabalho na AD, o apoio matricial e a equipe de referência são 
metodologias e arranjos organizacionais que têm como objetivo favorecer a utiliza-
ção da clínica ampliada e, ao mesmo tempo, promover maior comunicação e inte-
gração entre a equipe multiprofissional.
Na organização do processo de trabalho na AD, as equipes de Saúde da Família 
podem ser matriciadas pelo Núcleo Ampliado de Saúde da Família (NASF), assim 
como pelas equipes multiprofissionais da atenção domiciliar.
Desta forma, quando uma equipe de Saúde da Família solicita apoio às equipes de 
atenção domiciliar ou NASF, estas deverão assumir o caso e auxiliarão, capacitando a 
equipe solicitante a lidar com as condições apresentadas pelo paciente e sua família.
O Projeto Terapêutico Singular é um dispositivo fundamental que as equipes mul-
tiprofissionais da atenção domiciliar devem utilizar ao se depararem com casos mais 
complexos que necessitem de recursos seja na RAS, seja nos Centros de Referência 
em Assistência Social. 
A elaboração e gestão do Projeto Terapêutico Singular favorece a transição dos 
cuidados domiciliares dos pacientes estáveis que estavam sob responsabilidade das 
equipes AD para as equipes da Estratégia de Saúde da Família. 
O Projeto Terapêutico Singular também é muito útil para casos em que não há 
possibilidade de cura ou controle da doença, de forma a auxiliar as equipes a lidar 
questões relacionadas à finitude da vida.
A comunicação com os serviços de saúde da rede é fundamental para o êxito da 
Atenção Domiciliar, para isto, há um coordenador do Serviço de Atenção Domiciliar 
que deve interagir com os serviços que compõem a RAS, garantindo o acesso a in-
sumos, medicamentos e serviços necessários, bem como deve realizar pactuações e 
ajustes de fluxos de acordo com as situações e com os casos que surgem no Serviço 
de Atenção Domiciliar. 
Compete às equipes de trabalho da atenção domiciliar:
• Identificar, orientar e capacitar o(s) cuidador(es) do paciente em atendimento, 
acolhendo e esclarecendo dúvidas, respeitando seus limites e potencialidades, 
considerando-o(s) como partícipe(s) do processo;
• Trabalhar em equipe multiprofissional integrada à rede de atenção à saúde;
• Promover espaços de cuidado e de trocas de experiências para cuidadores e 
familiares, utilizando linguagem acessível e compatível com o contexto;
• Pactuar fluxos para atestado de óbito, devendo este ser emitido preferencialmente 
pelo médico da EMAD ou da Equipe de Atenção Básica do respectivo território;
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• Articular com outros serviços da RAS e pactuar fluxos para admissão e alta dos 
usuários em AD, por meio de ações como busca ativa e reuniões periódicas;
• Participar dos processos de educação permanente e capacitações. 
Para a atenção domiciliar fazer interligação com os pontos de atenção ou envolver 
diferentes serviços e trabalhadores para assegurar a integralidade podem ser utiliza-
dos três tipos de espaços coletivos de gestão/educação permanente como reuniões 
periódicas de equipe, fóruns e discussões de casos.
Política Nacional de Atenção Domiciliar
e Programa de Atenção Domiciliar
A Política Nacional de Atenção Domiciliar foi instituída em 2011, quando também 
foi lançado o Programa Melhor em Casa para a qualificação e ampliação da Atenção 
Domiciliar no Sistema Único de Saúde.
A política (PNAD) publicada em 2011 sofreu algumas modificações, a Portaria 825, 
de 25 de abril de 2016, a mais recente, redefiniu a Atenção Domiciliar (AD) no âm-
bito do Sistema Único de Saúde (SUS) e atualizou as equipes habilitadas.
Segundo essa portaria, o serviço de atenção domiciliar é complementar aos cui-
dados realizados pela atenção básica e pelos serviços de urgência, substitutivo ou 
complementar à internação hospitalar, responsável pelo gerenciamento e pela ope-
racionalização das Equipes Multiprofissionais de Atenção Domiciliar (EMAD) e Equi-
pes Multiprofissionais de Apoio (EMAP).
O Programa Melhor em Casa foi lançado em 2011 para a qualificação e ampliação 
da atenção domiciliar no SUS, colocadas como agendaprioritária do governo federal.
Veja o vídeo que o Ministério da Saúde publicou para explicar o programa Melhor em Casa, 
disponível em: https://youtu.be/7wSAG8kZKZc
O serviço tem como objetivos a diminuição da demanda na atenção hospitalar e 
do período de internação, bem como a humanização da atenção à saúde, visando a 
aumentar a autonomia de usuários, à desinstitucionalização e ao aprimoramento dos 
recursos estruturais e financeiros da Rede de Atenção à Saúde.
A atenção domiciliar deve ser estruturada para promover melhoria e equidade do 
acesso, acolhimento, humanização e integralidade da assistência, na perspectiva da 
RAS, e deve estar incorporada ao sistema de regulação para articular com os outros 
pontos de atenção à saúde. 
Deve adotar práticas clínicas cuidadoras focadas nas necessidades do usuário, 
minimizando a fragmentação da assistência e promovendo a valorização do trabalho 
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UNIDADE As Práticas da Assistência Domiciliar do 
Fisioterapeuta à Luz da Saúde Coletiva
em equipes multiprofissionais e interdisciplinares; e ainda deve estimular a partici-
pação ativa de todos os envolvidos no cuidado (usuário, familiares, cuidador(es) e os 
profissionais de saúde).
Quanto aos critérios de elegibilidade e inclusão ao serviço, a Portaria 825 deter-
mina que é possível abranger as pessoas que apresentam condições clínicas estáveis, 
mas necessitam de cuidados de saúde por estarem restritas ao leito, impossibilitadas 
de sair do lar ou, ainda, que apresentam vulnerabilidades na qual a atenção domici-
liar pode ser a modalidade mais benéfica, seja para o tratamento, seja para reabilita-
ção e prevenção de agravos e paliação, objetivando a maior autonomia do usuário, 
família e cuidador.
A solicitação da inclusão do paciente em atenção domiciliar pode ser realizada 
pelos hospitais, serviços de urgência e emergência, pronto atendimento, ambulatório 
de especialidades e UBS, por demanda espontânea, seguindo protocolos, formulá-
rios específicos e fluxos estabelecidos.
A atenção domiciliar pode ser classificada em três modalidades, AD1, AD2 e 
AD3. O que determinará a modalidade na qual o usuário será incluído depende das 
necessidades de cuidado em relação à periodicidade das visitas, bem como da inten-
sidade do cuidado multiprofissional e do uso de equipamentos.
Importante! 
Conheça as modalidades e os critérios de elegibilidade para cada uma:
O usuário que tem indicação de AD e precise de cuidados, com necessidade de interven-
ções multiprofissionais menos frequentes, uma vez que possua condições mais estáveis 
e tenha cuidados satisfatórios dos cuidadores, é elegível para AD1. Nesta modalidade, a 
responsabilidade é das equipes de atenção básica, por meio de acompanhamento regu-
lar em domicílio, de acordo com as especificidades de cada caso.
As equipes de atenção básica que executarem as ações na modalidade AD1 recebem 
apoio dos Núcleos de Apoio à Saúde da Família, ambulatórios de especialidades e cen-
tros de reabilitação.
Para a modalidade AD2 está apto o usuário que tenha indicação para AD com finalidade 
de encurtar ou prevenir a hospitalização, apresentando: agudização de enfermidades 
agudas ou crônicas que necessitem cuidados com maior frequência, como tratamentos 
parenterais ou reabilitação; enfermidades crônico-degenerativas que demandem, no 
mínimo, atendimento semanal; necessidade de cuidados paliativos para controlar a dor 
e o sofrimento do usuário, com acompanhamento clínico, no mínimo, semanal; atendi-
mento a bebês prematuros e com baixo peso.
Na modalidade AD3, será elegível o usuário que apresente quaisquer situações mostra-
das na modalidade AD2 e necessitar cuidado multiprofissional mais frequente, com uso 
de equipamento(s) ou que incluam procedimento(s) mais complexos, como ventilação 
mecânica, nutrição parenteral e transfusão sanguínea, necessitando acompanhamento 
domiciliar mais prolongado.
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Os usuários inclusos nas modalidades AD2 e AD3 são de responsabilidade da 
atenção domiciliar. 
Para que o usuário seja incluso no serviço de atendimento domiciliar, deve haver 
concordância do usuário, familiar ou do cuidador; são realizadas orientações e é as-
sinado Termo de Consentimento livre e esclarecido.
As equipes Multiprofissionais de Atenção Domiciliar (EMAD) são compostas:
• A EMAD1 e EMAD2: por médico(s), enfermeiro(s), fisioterapeuta(s) ou assis-
tente(s) social(is), profissionais auxiliares ou técnicos de enfermagem, diferindo 
a carga horária mínima dos profissionais. A EMAD deve realizar ao menos um 
atendimento por semana a cada usuário ;
• A Equipe Multiprofissional de Apoio (EMAP) deve ser composta por, no 
mínimo, três profissionais de nível superior, que podem ser: assistente so-
cial, fisioterapeuta, fonoaudiólogo, terapeuta ocupacional, nutricionista, odontó-
logo, psicólogo, farmacêutico. 
A EMAP somente será acionada por meio da indicação clínica da EMAD para 
a uxiliar a complementar suas ações.
A atenção domiciliar organiza seu serviço a partir de uma base territorial e deverá 
se relacionar com os demais pontos da RAS, especialmente a atenção básica, reali-
zando o apoio matricial dessas equipes.
E nquanto o usuário estiver sob os cuidados da atenção domiciliar, a equipe de 
atenção básica de sua referência deverá compartilhar o cuidado, participando na 
elaboração do Projeto Terapêutico Singular (PTS) daquele usuário.
Pacientes que apresentem pelo menos umas das seguintes situações não serão 
elegíveis para o atendimento domiciliar: necessidade de monitorização contínua; ne-
cessidade de assistência contínua de enfermagem, de propedêutica complementar, 
necessidade de tratamento cirúrgico em caráter de urgência; ou se precisar de ven-
tilação mecânica invasiva, nos casos em que a equipe não estiver apta a realizar 
tal procedimento.
Critérios administrativos para inclusão no AD, disponível em: https://bit.ly/3aVSu2D
Atuação do Fisioterapeuta
na Assistência Domiciliar
A atuação do fisioterapeuta na assistência domiciliar tem crescido. São diversas as 
razões que fazem o paciente e sua família optarem pela fisioterapia na residência, as 
mais frequentes são a incapacidade de locomoção de pacientes restritos ao leito e a 
comodidade para aqueles que necessitam atendimento mais frequente.
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UNIDADE As Práticas da Assistência Domiciliar do 
Fisioterapeuta à Luz da Saúde Coletiva
O aumento da longevidade, do envelhecimento populacional e das doenças crôni-
cas e/ou degenerativas, neurológicas e respiratórias impactam na capacidade funcional 
e na necessidade de cuidados fisioterapêuticos mais frequentes e por vezes contínuos.
A assistência fisioterapêutica domiciliar pode ser realizada no setor público, no 
qual o fisioterapeuta pode estar inserido no programa Melhor em Casa como pro-
fissional pertencente das equipes EMAD e EMAP, ou junto ao NASF, que também 
compõe a equipe de AD1.
E no setor privado a assistência domiciliar, mais conhecida como home care, 
pode ser realizada pelo fisioterapeuta junto a equipes multiprofissionais de planos de 
saúde, empresas privadas ou filantrópicas, ou, ainda, de forma autônoma.
A Resolução 474 do Coffito, de dezembro de 2016, que normatiza a atuação do fi-
sioterapeuta na atenção domiciliar ou home care apresenta as seguintes modalidades:
• Consulta domiciliar: realização de avaliação das necessidades apresentas pelo 
usuário e familiares, bem como das condições do ambiente onde vivem, visando 
estabelecer um plano assistencial, programado com objetivo definido;
• Atendimento domiciliar: envolve a realização de ações educativas, e/ou assis-
tenciais executadas pelo fisioterapeuta no domicílio, direcionadas ao paciente, 
seus familiares, cuidador(es);
• Internação domiciliar: é a realização de cuidados sistematizados de forma inte-
gral e contínua no domicílio, com oferta de tecnologia e de recursos humanos, 
equipamentos e materiais necessários, para pacientes que necessitem de assis-
tência semelhante à oferecida nos hospitais.
E a mesma do Coffito estabeleceainda que compete ao fisioterapeuta domiciliar:
• Realizar o diagnóstico fisioterapêutico, cinesiológico-funcional, o prognóstico, 
tratamento e alta fisioterapêutica;
• Avaliar, organizar e coordenar as condições ambientais, equipamentos e mate-
riais necessários à atenção fisioterapêutica competente, resolutiva e segura;
• Executar a interdisciplinaridade, quando possível, a fim de assegurar a integrali-
dade da gestão do cuidado;
• Estimular de forma contínua a capacitação da equipe de fisioterapia que atua na 
atenção domiciliar/home care.
A atenção fisioterapêutica domiciliar, seja no setor público, seja no privado, tem como 
objetivo melhorar a funcionalidade, a postura, a capacidade respiratória, a reabilitação 
vestibular, a prevenção de agravos e a qualidade de vida dos pacientes e familiares.
Nesse sentido, a atuação do fisioterapeuta não se restringe aos cuidados com o 
paciente, mas inclui o cuidado com os familiares, cuidador(es) e o ambiente domiciliar.
Estudos apontam que a fisioterapia domiciliar tem contribuído muito na reabilita-
ção e manutenção da qualidade de vida dos pacientes atendidos no programa Melhor 
em Casa.
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A principal atuação do fisioterapeuta domiciliar é realizada por meio da avaliação 
e do tratamento de problemas relacionados a motricidade, equilíbrio, coordenação, 
restauração de problemas respiratórios ou complicações decorrentes do imobilismo 
ou da doença.
Segundo Souza, Ribeiro e Ribeiro (2018), o fisioterapeuta tem sido um profissio-
nal essencial na equipe multiprofissional do programa Melhor em Casa, pois por 
meio de suas técnicas, como terapia manual, cinesioterapia e manobras respirató-
rias, proporciona melhora na mobilidade articular e na restauração da motricidade, 
trazendo bons resultados, especialmente para os pacientes neurológicos. 
Em estudo realizado com equipe multidisciplinar para avaliar a atuação da fi-
sioterapia no programa de atendimento domiciliar com pacientes acamados, iden-
tificou-se que a assistência domiciliar fisioterapêutica do programa é benéfica por 
conservar ou melhorar a funcionalidade dos pacientes, por prevenir os episódios de 
internação hospitalar em pacientes com disfunções respiratórias, bem como para 
auxiliar os cuidadores, evitando a sobrecarga nos cuidados domiciliares (PEREIRA e 
GESSINGER, 2014). 
Estudos têm demonstrado a importância de a atenção domiciliar englobar o cuidado 
com os cuidadores, uma vez que estes ficam sobrecarregados, sofrem desgaste físico e 
mental, ficando vulneráveis a estresse, problemas musculoesqueléticos e emocionais.
Nesse sentido, é fundamental que o fisioterapeuta domiciliar oriente o(s) cuida-
dor(es) com relação aos cuidados de ergonomia, a realizarem exercícios e alonga-
mentos, que sejam treinados a realizar transferências dos pacientes, não apenas 
para garantir a segurança com o paciente, mas de forma a evitar sobrecargas físicas 
ao cuidador e ao mesmo tempo desenvolver a autonomia quanto aos autocuidados.
É fundamental que os programas de atenção domiciliar também desenvolvam ofi-
cinas voltadas à capacitação dos cuidadores para qualificar o cuidado e, ainda, que 
sejam oferecidos ações e espaços para escuta, com técnicas para redução de tensão, 
estresse e que seja discutida a importância do lazer e do suporte social aos cuidadores.
Estudos demonstram que a orientação dos cuidadores é importante para diminuir 
dores, melhorar a postura, reduzir doenças osteomusculares, redução da ansiedade 
e melhorar a qualidade de vida do(s) cuidador(es).
O fisioterapeuta, em sua atuação na atenção domiciliar, deve incluir os cuidados 
com o ambiente, especialmente com pacientes idosos, para prevenir riscos de quedas, 
facilitar a mobilidade e funcionalidade, permitindo maior autonomia dos pacientes.
Por ter a possibilidade de conhecer as condições do domicílio, o fisioterapeuta na 
AD deve orientar cuidados e promover adequações no ambiente, por exemplo: retira-
da de tapetes, melhorar a iluminação e colocar corrimão, como medidas de prevenção 
de quedas, e colocação de rampas para facilitar a mobilidade de pacientes cadeirantes.
O atendimento domiciliar também permite que o fisioterapeuta conheça o contex-
to familiar, entenda a dinâmica da família, a rotina de cuidados (higiene, alimentação, 
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UNIDADE As Práticas da Assistência Domiciliar do 
Fisioterapeuta à Luz da Saúde Coletiva
medicamentos), de forma que o fisioterapeuta possa orientar estratégias que facilite 
a organização dos cuidados, a comunicação entre o cuidador, o paciente, a família e 
a equipe da AD, e ainda estimula, quando possível, a autonomia tanto do paciente 
quanto do cuidador. 
Em razão da grande demanda de assistência domiciliar no programa Melhor em 
Casa, em especial dos atendimentos da fisioterapia, os fisioterapeutas do programa 
se deparam com algumas dificuldades, como alta demanda, o tempo de atendimen-
to, dificuldade para realizar a interdisciplinaridade, tempo gasto em deslocamento e 
ainda a existência de conflitos acabam influenciando na atuação dos profissionais.
Outro aspecto que deve ser destacado é a importância da formação do fisiote-
rapeuta para atuar no domicílio. As características e complexidade do atendimento 
domiciliar exigem que o profissional seja proativo, assertivo, tenha organização para 
realizar registros no prontuários e formulários próprios da AD, habilidades para tra-
balhar em equipe e interagir com outros serviços da RAS. 
Você Sabia?
Todos os cuidados realizados pelo fisioterapeuta no atendimento domiciliar/home care 
devem ser registrados em prontuário que permanece no domicílio do paciente, sob os 
seus cuidados ou da família.
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Vídeos
Saúde em Ação: Programa Melhor em Casa
SÃO PAULO. Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo. Saúde em ação: 
programa Melhor em Casa.
https://youtu.be/yaSKJVO4nxM
 Leitura
Portaria n. 825, de 25 de abril de 2016
 Redefine a Atenção Domiciliar no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) e 
atualiza as equipes habilitadas. 
https://bit.ly/2UQm9EJ
Portaria n. 2.029, de 24 de agosto de 2011
 Institui a Atenção no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). 
https://bit.ly/2Rjk3e6
Resolução n. 474, de 20 de dezembro de 2016
 Normatiza a atuação da equipe de Fisioterapia na Atenção Domiciliar/home care. 
https://bit.ly/3c2jdua
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UNIDADE As Práticas da Assistência Domiciliar do 
Fisioterapeuta à Luz da Saúde Coletiva
Referências
BRASIL. Ministério da Saúde. Caderno de Atenção Domiciliar. Brasília, DF: 
Ministério da saúde; 2012. Disponível em: <https://bit.ly/2VbDsyN>. Acesso em: 
17 mar. 2019. 
_______. Secretaria de Atenção à Saúde; Departamento de Atenção Básica; Depar-
tamento de Atenção Hospitalar e de Urgência. Manual de monitoramento e avalia-
ção: programa Melhor em Casa. Brasília: Ministério da Saúde, 2016. Disponível em: 
<https://www.nescon.medicina.ufmg.br/biblioteca/imagem/avalicao_melhor_em_
casa2016.pdf>. Acesso em: 07 abr. 2020. 
DIAS, M. B. et al. A Política Nacional de Atenção Domiciliar no Brasil: poten-
cialidades, desafios e a valorização necessária da atenção primária à saúde. 
J. Manag. Prim. Heal Care, v. 6, n. 1, p. 1-7, 2015.
GONÇALVES, J. R. L. et al. Assistência domiciliar no Brasil: revisão bibliométrica. 
Revista Família, Ciclos de Vida e Saúde no Contexto Social, v. 5, n. 3, 2017.
PROCOPIO, L. C. R. et al. A atenção domiciliar no âmbito do Sistema Único de Saúde: 
desafios e potencialidades. Saúde Debate, Rio de Janeiro, v. 43, n. 121, p. 592-604, abr. 
2019. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-
11042019000200592&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 29 jan. 2020.
SOUSA, M. D. A. R.; RIBEIRO, M. D. A. Atuação do fisioterapeuta no programa 
Melhor em Casa. Revista de Pesquisa em Saúde, v. 19, n. 1, 2018. Disponível 
em: <http://www.periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/revistahuufma/article/
view/12167/6752>. Acesso em: 29 jan. 2020.20

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