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EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DE JÚRI DA COMARCA DO ESTADO DO XXXXXX. PROCESSO N°: XXXX Dernival Soares, já qualificado nos autos do processo em epígrafe, por meio de seu advogado que este subscreve, vem perante vossa excelência, irresignado com a respeitável sentença que o condenou pelo crime do art. 121, § 2º, inciso IV do Código Penal, interpor RECURSO DE APELAÇÃO, com fundamento no art. 593, I do Código de Processo penal. Requer que seja recebida e processada, a presente apelação, e remetida com as inclusas razões, ao Egrégio Tribunal de Justiça. Termos em que pede e espera deferimento. Cidade, 10 de outubro de 2021. Advogado OAB/BA EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO XXXXX RAZÕES DO RECURSO DE APELAÇÃO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA, COLENDA CÂMARA, DENIVAL SOARES, já devidamente qualificado nos autos do processo em epígrafe, vem, por seu procurador abaixo assinado, respeitosamente, perante VOSSA EXCELÊNCIA, apresentar RAZÕES DO RECURSO DE APELAÇÃO em face da sentença condenatória proferida nos autos deste processo criminal sobre a qual paira irresignação pelos motivos que passa a expor de fato e de direito. DOS FATOS Foi o Recorrente pronunciado pela infringência do art. 121, § 2º, incisos IV do Código Penal, narrando a denúncia que no dia 21/06/2019 por volta das 22h00, teria o apelante cometido o homicídio do Sr. Carlos, causando-lhe a morte. 1. DA FALTA DE INDÍCIOS SUFICIENTES DA AUTORIA O ius puniendi do Estado não é concretizado de forma descomedida, atualmente vivemos em um Estado Democrático de Direito, com amplas garantias processuais, tornando-se instrumento ético da busca da verdade real de um determinado fato. Com efeito, denota-se que toda a acusação e também a r. Sentença condenatória, basearam-se principalmente no depoimento de se ouvir falar, pois a ação penal foi toda construída em “comentários na vila que o autor dos disparos teria sido um traficante conhecido como Bigode”, e que por denúncia anônima acredita-se que o autor é o apelante”. Um juízo de incerteza da autoria não poderia ser levado à condenação do apelante. Observe-se que a falta de provas é tamanha que malfadada investigação, não tem como ligar que o “bigode” seja ou tenha alguma relação com o Sr. Dernival, não se quer uma prova nos autos que faça esta ligação. Nesta seara, somente a prova robusta e certeira, sem qualquer resquício de dúvida é capaz de fundamentar uma condenação com privação de liberdade ou de direitos. Do contrário, a falta de evidência, não materializada pela solidez da prova, retira a faculdade de punição, pois não se condena em dúvida ou na falta de certeza. A verdade é que não há nos autos nenhuma prova que incrimine o apelante. Portanto, dever ser o apelante absolvido pela insuficiência de provas, com fundamento no artigo 386, VII, do Código de Processo Penal. PENAL E PROCESSO PENAL. AGRAVO REGIMENTAL NO HABEAS CORPUS. PRONÚNCIA EMBASADA EXCLUSIVAMENTE EM ELEMENTOS DO INQUÉRITO POLICIAL QUE NÃO FORAM SUBMETIDOS A CONTRADITÓRIO JUDICIAL. IMPOSSIBILIDADE. EVOLUÇÃO DA JURISPRUDÊNCIA PARA SE ALINHAR AO ENTENDIMENTO DO PRETÓRIO EXCELSO. PARECER DO MPF FAVORÁVEL À CONCESSÃO DA ORDEM. INEXISTÊNCIA DE NOVOS ARGUMENTOS HÁBEIS A DESCONSTITUIR A DECISÃO IMPUGNADA. AGRAVO REGIMENTAL DESPROVIDO. I - In casu, verifica-se que a Corte de origem invocou fundamentos para a manter a pronúncia dos agravados que contrastam com o atual entendimento deste Sodalício que, em evolução ao entendimento anterior que admitia a pronúncia mesmo que lastreada em elementos não submetidos ao crivo do contraditório judicial, passou a aplicar a vedação do art. 155 do CPP também a este pronunciamento judicial. II - Doravante, não se admite mais a prolação de sentenças de pronúncia com base exclusivamente em elementos colhidos no decorrer da investigação, sob pena de tornar inútil e desnecessária a fase inicial do procedimento, destinada a assegurar aos acusados a ampla defesa e contraditório que, de notória sabença, não ocorrem nas investigações empreendidas pela autoridade policial que podem embasar, unicamente, o oferecimento da denúncia. III - No presente caso, o órgão acusatório deveria ter envidado esforços com escopo de localizar a mãe da vítima a fim de que esta, mesmo por meio de carta precatória, fosse ouvida em juízo a fim de confirmar seu depoimento prestado em sede extrajudicial, ainda mais diante da noticiada ameaça a mesma, que deveria ter sido colocada sob proteção estatal, ônus do qual não se desincumbiu o Parquet ou a autoridade policial. IV - Neste agravo regimental não foram apresentados argumentos novos capazes de alterar o entendimento anteriormente firmado, devendo ser mantida a decisão impugnada por seus próprios fundamentos. Agravo regimental desprovido. (AgRg no HC n. 718.113/RS, relator Ministro Jesuíno Rissato (Desembargador Convocado do Tjdft), Quinta Turma, julgado em 26/4/2022, DJe de 3/5/2022.) 2. DO JULGAMENTO CONTRÁRIO AS PROVAS DOS AUTOS A legenda adjetiva processual penal estabelece que, quando a decisão do corpo de jurados for manifestadamente contrária aos autos realizar- se a um novo julgamento: Art. 593. Caberá apelação no prazo de 5 (cinco) dias III - das decisões do Tribunal do Júri, quando d) for a decisão dos jurados manifestamente contrária à prova dos autos. Extrai se que o entendimento proferido pelo corpo de jurados, fora notadamente contrário ao conjunto probatório dos autos, vez que em nenhum momento dos autos é reconhecido como sendo o Sr. Dermival Soares o autor dos disparos. Pelo contrário os testemunho em fase do juízo de admissão a testemunha Celi Silvestre asseverou que o Sr. Dermival Soares encontrava-se com ela no dia 21 de junho de 2019, dia que ocorreu o homicídio. Afirma ainda a Sra. Celi Silvestre que o senhor Dermival não morava no endereço a época do fato, que nunca usou bigode, que o mesmo não é traficante. 3. DA DOSIMETRIA DA PENA Destaca-se que a individualização da pena apresenta atualmente base constitucional, constituindo uma das chamadas garantias individuais, que exige uma absoluta e completa fundamentação judicial. Como ensina Hungria: “... o que se pretende é a individualização racional da pena, a adequação da pena ao crime e à personalidade do criminoso, e não a ditadura judicial, a justiça de cabra-cega...” (O arbítrio judicial, p. 10). Como a discricionariedade conferida ao magistrado na fixação da pena não se confunde com arbitrariedade, nosso Código Penal estabelece critérios para a individualização da pena. E mais. Todas as operações aritméticas devem ser fundamentadas, com o devido esclarecimento da valoração utilizada em cada circunstância analisada. De forma que, é nula a dosimetria realizada, se violar o referido princípio constitucional. É o entendimento do STJ: PENAL E PROCESSO PENAL. HABEAS CORPUS. ROUBO CIRCUNSTANCIADO. CONDENAÇÃO AMPARADA EM PROVA TESTEMUNHAL COLHIDA EM JUÍZO. OBSERVÂNCIA DOS PRINCÍPIOS DO CONTRADITÓRIO E DA AMPLA DEFESA. DOSIMETRIA DA PENA. PENA-BASE ACIMA DO MÍNIMO LEGAL. AUSÊNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO. EXACERBAÇÃO POR MAUS ANTECEDENTES. INQUÉRITOS E AÇÕES PENAIS EM CURSO. IMPOSSIBILIDADE. DUAS MAJORANTES. AUMENTO DA PENA SEM FUNDAMENTAÇÃO. CONSTRANGIMENTO ILEGAL CONFIGURADO. ORDEM PARCIALMENTE CONCEDIDA. 1. Se a condenação baseou-se em prova testemunhal colhida em Juízo, não há falar em ofensa aos princípios do contraditório e da ampla defesa, sendo, portanto, inviável o pedido de habeas corpus, visando à absolvição do réu. 2. Malgrado haja certa discricionariedade na fixação da pena-base, a sua exasperação acima do mínimo deve ser devidamente fundamentada, sob pena de nulidade (art. 93, X, CF).3. É nula a dosimetria da pena que não atende ao disposto nos arts. 59 e 68 do Código Penal, sendo a fixação da pena-base desprovida de fundamentação em elementos concretos. Ora ao fixar a pena base acima do mínimo legal o MM Juiz levou em consideração os maus antecedentes do suplicante. Contudo como restou comprovado o suplicante foi condenado em um processo de furto a qual transitou em julgado em do apelante 21/07/2019, sendo que esta só poderia servir para afirmar seus eventuais maus antecedentes. Não poderia como indevidamente o foi ser utilizado para fins de majoração da pena como agravante genérica. O Pricípio bis in idem vedava tal aplicação. Ainda é importante salienta o quando Sumulado pelo Superior Tribunal de Justiça em sua Súmula 241. A reincidência penal não pode ser considerada como circunstância agravante e, simultaneamente, como circunstância judicial. (SÚMULA 241, TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 23/08/2000, DJ 15/09/2000, p. 229) 4. DO PEDIDO Ante o exposto requer: Por todo exposto requer o apelante que o presente RECURSO DE APELAÇÃO, seja reconhecido e provido, anulando o julgamento do apelante, pois por todas as razões acimas explanadas resta incontroverso que a decisão dos senhores membros do Conselho de Sentença foi manifestadamente contrária as provas dos autos, determinando seja absolvido com fulcro no artigo 415, II do CPP. Ainda não havendo, convencimento quanto absolvição ou a nulidade requer que seja reconhecida a afronta ao princípio ne bis in idem, seja declarada a nulidade para que seja prolatada com observância das formalidade legais. Nestes termos espera o deferimento. Local e data, Advogado OAB
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