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1 SEMIOLOGIA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO Marissa Rocha Santos, MSc Fisioterapeuta Mestre em Ciências da Reabilitação e Desempenho Físico-Funcional Avaliação Plano de tratamento Conhecimento teórico Re-avaliações para verificar a efetividade do tratamento e rever os objetivos estabelecidos Avaliação Obtenção de dados elementares: - Anamenese - Exame físico - Exames complementares Processamento dos dados elementares: - Interpretação - Organização Lopez, et al., Semiologia Médica, 2001. Anamnese ou história clínica: Conjunto de informações recolhidas sobre os fatos de interesse, que dizem respeito à vida de um determinado paciente. Tem como objetivo obter a relação adequada entre o paciente e o fisioterapeuta. Avalia as dimensões do espaço diagnóstico (paciente-doença- circunstância). Auxilia na interpretação de exames (físico e complementares). Avalia a resposta a tratamentos pregressos. Contribui para o tratamento. Lopez, et al., Semiologia Médica, 2001. Os dados diagnósticos fornecidos pelos pacientes podem ser classificados em: 1. Primários: sintomas relatados pelo próprio paciente. 2. Secundários: constituído de material informativo diverso (resultado de exames laboratoriais, alterações do exame físico por outro profissional e transmitidos ao paciente). 3. Terciário: São interpretações de outro profissional relacionadas ao paciente. Lopez, et al., Semiologia Médica, 2001. Limitações da Anamnese: A qualidade da anamnese depende do desempenho dos participantes. Podem ser obtidas informações incompletas ou errôneas. As peculiaridades devem ser reconhecidas pelo profissional para que ele avalie corretamente o tipo de informação obtida, identifique as dificuldades e atue para removê-las. (Ex: fatores psíquicos podem produzir, ampliar ou atenuar sintomas). Lopez, et al., Semiologia Médica, 2001. 2 Anamnese ou história clínica: Dados pessoais: Nome, data de nascimento, endereço, encaminhamento médico, razão do encaminhamento, diagnóstico médico (se houver). Queixa principal: Permite ao paciente discutir os problemas que são mais importantes para ele naquele momento História clínica e avaliação fisioterapêutica: HMA, HP, HS, HF, análise de exames complementares. Lopez, et al., Semiologia Médica, 2001. Anamnese ou história clínica: Exames complementares para avaliação respiratória: Radiografia de tórax Tomografia computadorizada de tórax Exames laboratoriais: Hemograma (Hemoglobina) Leucograma Série bioquímica (gasometria arterial) Lopez, et al., Semiologia Médica, 2001. Avaliação de Fisioterapia Respiratória ►Semiologia do Sistema Respiratório ►Avaliação em Fisioterapia Respiratória Manifestações clínicas: Primárias: Se originam da própria estrutura do órgão 1- Vias aéreas (tosse, expectoração, hemoptíase, chieira torácica) 2- Pleura (dor torácica ventilatório dependente - pleura parietal) 3- Manifestações funcionais (dispneia, cianose) Lopez, et al., Semiologia Médica, 2001. Manifestações clínicas: Secundárias: Associadas a pneumopatias sem serem específicas e exclusivas às doenças pulmonares 1- Mediastinais: afetam as estruturas vizinhas ao sistema: síndrome da veia cava superior, comprometimento do nervo frênico e laríngeo-recorrente 2- Extra-torácicas: baqueteamento digital 3- Gerais: febre, astenia, anorexia, emagrecimento Lopez, et al., Semiologia Médica, 2001. Duração: Tempo absoluto desde o primeiro reconhecimento do sintoma e a duração do sintoma presente. Gravidade Padrão: sazonal ou com variações diárias Fatores associados: Fatores precipitantes de alívio e sintomas associados, se houver PERGUNTAS IMPORTANTES Lopez, et al., Semiologia Médica, 2001. 3 Manifestações clínicas: Primárias: Se originam da própria estrutura do órgão 1- Vias aéreas (TOSSE, expectoração, hemoptíase, chieira torácica) 2- Pleura (dor torácica ventilatório dependente - pleura parietal) 3- Manifestações funcionais (dispneia, cianose) Lopez, et al., Semiologia Médica, 2001. Tosse: Importante mecanismo de defesa Essencial em doenças com clearance mucociliar prejudicado ou hipersecretivas. Desencadeia alto fluxo expiratório através de energia cinética gerada pela musculatura expiratória e retração elástica pulmonar. O pico de fluxo expiratório depende do sexo, altura e idade. Quando adequado é capaz de prevenir a formação de tampões de secreção e complicações pulmonares. Denehy, Eur respir J., 1999. Tosse: Fenômeno reflexo, mas pode ser influenciada por centros superiores; envolve uma multiplicidade de fatores. Os impulsos aferentes chegam à medula e se direcionam por vias nervosas eferentes para laringe, faringe e musculatura expiratória. Pode ser didaticamente dividida em quatro fases: nervosa, inspiratória, compressiva e explosiva. Denehy, Eur respir J., 1999. Fases da tosse 1- Fase nervosa Estímulo que segue por vias aferentes até o centro bulbar Retorna por vias eferentes para acionar a musculatura respiratória e a glote Irwin et al.,Chest, 1998. 2- Fase inspiratória Contração dos músculos inspiratórios. Aumento do volume pulmonar e da força de retração elástica do parênquima pulmonar. Maior negatividade da pressão intrapleural. Durante a inspiração os músculos expiratórios são alongados ficando em vantagem mecânica para a expiração forçada. Denehy, Eur respir J.,1999. Fases da Tosse 3 - Fase compressiva Após a inspiração a glote se fecha Esforço expiratório A duração da oclusão da glote é de cerca de 0,2 a 0,3 segundos, tempo suficiente para que a pressão pleural alcance altos níveis pré-expulsivos. Fases da Tosse 4 4- Fase explosiva Abertura da glote, alto fluxo expiratório e compressão das vias aéreas centrais Existe uma rápida fase de fluxo turbulento que pode chegar a taxas de fluxos maiores que 12 L/s. Fases da Tosse capacidade de liberação de muco Tosse efetiva fluxo adequado componentes aferentes e eferentes das vias nervosas Palombini , Jornal de Pneumologia, 1984. Tosse ineficazTosse ineficaz Quando o controle central da musculatura respiratória ou o aparelho músculo esquelético efetor forem de alguma maneira afetados por anormalidades Quando o controle central da musculatura respiratória ou o aparelho músculo esquelético efetor forem de alguma maneira afetados por anormalidades Comprometimento de uma ou mais fases da tosseComprometimento de uma ou mais fases da tosse Aspiração recorrente de conteúdo gástrico ou de secreções da cavidade oral e nasal, impactação mucoide, atelectasias e hipoxemia Aspiração recorrente de conteúdo gástrico ou de secreções da cavidade oral e nasal, impactação mucoide, atelectasias e hipoxemia Fases da tosse Fatores Fase nervosa Depressão do sistema nervoso central, coma, patologias que inibem a placa motora (miastenia grave), supressão voluntária (estados dolorosos), anestesia, certos fármacos. Fase inspiratória Estados dolorosos, rigidez torácica excessiva, doenças neuromusculares e restritivas, redução da complacência pulmonar, perda da força muscular, redução do volume pulmonar. Fase compressiva Paralisia das cordas vocais, traqueostomia, intubação endotraqueal, redução de tração elástica pulmonar, comprometimento da musculatura expiratória. Fase explosiva Redução do fluxo aéreo como ocorre nas doenças que cursam com obstrução ao fluxo, dor, instabilidade das vias aéreas, comprometimento das fases anteriores. Fatores que comprometem as diferentes fases da tosse Palombini , Jornal de Pneumologia, 1984. Fase de comprometimento da tosse Assistência fisioterapêutica Nervosa Estimulo direto dos mecanorreceptores: Compressão da traqueia (fúrcula esternal) ou introdução de sonda de aspiração. Inspiratória Através de técnicas de hiperinsuflação com ambú, incentivadores inspiratórios, padrões respiratórios, breath stacking e pressão positiva inspiratória. Compressiva Assistência manual com compressão do tórax e/ou abdome, treinamentoda musculatura respiratória. Explosiva Utilizar manobras de higiene brônquica, postura de drenagem e expiração forçada para facilitar a eliminação de secreção, prejudicada pela diminuição do fluxo aéreo, característico desta fase. Fases comprometidas da tosse e assistência fisioterápica Palombini, Jornal de Pneumologia, 1984. Aumento do volume inspirado :Aumento do volume inspirado : Teoria da TosseTeoria da Tosse Terapia pro-tussígena não-farmacológica Terapia pro-tussígena não-farmacológica de 50% do VC de 50% do VC EFICÁCIA 5 Aumento do volume inspirado :Aumento do volume inspirado : Terapia pro-tussígena não-farmacológica Terapia pro-tussígena não-farmacológica Quanto maior o volume pulmonar, maior a força elástica e retrátil dos alvéolos Bomba explosiva mais eficaz na eliminação de secreção pelo aumento do pico de fluxo expiratório A inspiração máxima desencadeia uma distensão da caixa torácica e um alongamento da musculatura expiratória Managing Cough as a Defense Mechanism and as a Symptom* A Consensus Panel Report of the American College of Chest Physicians Chest 1998 Incentivadores inspiratórios Padrões respiratórios Insuflação manual Incentivadores inspiratórios Padrões respiratórios Insuflação manual Terapia pro-tussígena não-farmacológica Terapia pro-tussígena não-farmacológica Aumento do volume inspirado :Aumento do volume inspirado : Machado,M. G. R. Bases da Fisioterapia Respiratória Terapia Intensiva e Reabilitação 2008 Manifestações clínicas: Primárias: Se originam da própria estrutura do órgão 1- Vias aéreas (tosse, expectoração, hemoptíase, chieira torácica) 2- Pleura (dor torácica ventilatório dependente-pleura parietal) 3- Manifestações funcionais (dispnéia, cianose) Lopez, et al., Semiologia Médica, 2001. Expectoração Escarro: mistura de secreções eliminadas pela boca Composição: material do trato respiratório inferior, boca e nasofaringe Realização da higiene brônquica através do transporte mucociliar. Manifestações clínicas Primárias (vias aéreas): Aparelho mucociliar: Transporte depende de um componente viscoelástico do muco respiratório e, do epitélio ciliado para o fluxo de fluido em direção a orofaringe. Transporte depende de um componente viscoelástico do muco respiratório e, do epitélio ciliado para o fluxo de fluido em direção a orofaringe. Expectoração Investigação clínica do escarro Volume de escarro > 30 ml = médio a grande volume A quantidade pode ser avaliada pelo volume diário (2 collheres de sopa = 15 ml; 1∕2 copo = 30 ml, 1 copo = 100ml. O aspecto pode ser: seroso: representa um material pouco representativo das vias aéreas inferiores, não se presta para exames laboratoriais. mucóide: material bem representativo, e mais apropriado para exame citológico na investigação de pulmão. mucopurulento e purulento: infecções por germes piogênicos. sanguíneo: Particularidade de algumas condições Cheiro: Escarro fétido indica infecções por germes anaeróbicos Expectoração 6 Manifestações clínicas: Primárias: Se originam da própria estrutura do órgão 1- Vias aéreas (tosse, expectoração, hemoptíase, chieira torácica) 2- Pleura (dor torácica ventilatório dependente-pleura parietal) 3- Manifestações funcionais (dispnéia, cianose) Lopez, et al., Semiologia Médica, 2001. Hemoptíase Sangramento proveniente do trato respiratório inferior com rajas de sangue no escarro como sangramento maciço. Sangramento dos vasos da parede brônquica ou do próprio parênquima pulmonar. Mecanismo: distúrbio da integridade do vaso ou da coagulação Diagnóstico diferencial: sangramentos provenientes do nariz (epistaxe), nasofaringe, boca, laringe, trato digestivo superior (hematêmese) Nakagawa et al., Fisioterapia do Sistema Respiratório, 2005 Classificação das hemoptíases Volume de sangramento: Rx de tórax: Pequena < 30 ml normal ou não diagnosticado Moderada 30-200ml Grave > 200ml alterado Maciça > 500 ml Nakagawa et al., Fisioterapia do Sistema Respiratório, 2005 Hemoptíase Manifestações clínicas: Primárias: Se originam da própria estrutura do órgão 1- Vias aéreas (tosse, expectoração, hemoptíase, chieira torácica) 2- Pleura (dor torácica ventilatório dependente-pleura parietal) 3- Manifestações funcionais (dispnéia, cianose) Lopez, et al., Semiologia Médica, 2001. Chieira torácica Traduz obstrução brônquica Causa: fluxo aéreo mais rápido e turbulento nos brônquicos cartilaginosos obstruídos Mecanismos: broncoespasmo, edema, inflamação da mucosa brônquica, muco, fibrose cicatricial tumores ou corpo estranho. Nakagawa et al., Fisioterapia do Sistema Respiratório, 2005 Manifestações clínicas: Primárias: Se originam da própria estrutura do órgão 1- Vias aéreas (tosse, expectoração, hemoptíase, chieira torácica) 2- Pleura (dor torácica, ventilatório dependente-pleura parietal) 3- Manifestações funcionais (dispnéia, cianose) Lopez, et al., Semiologia Médica, 2001. 7 Dor parietal (maioria das dores relatadas no tórax) pode ser superficial ou profunda, é caracteristicamente bem localizada A parede torácica compreende: pele, músculos, ossos, nervos A dor pode ser ventilatório-dependente, entretanto, existe melhor relação com movimentos do tronco Também pode ocorrer hiperestesia local Nakagawa et al., Fisioterapia do Sistema Respiratório, 2005 Dor torácica Manifestações clínicas: Primárias: Se originam da própria estrutura do órgão 1- Vias aéreas (tosse, expectoração, hemoptíase, chieira torácica) 2- Pleura (dor torácica, ventilatório dependente-pleura parietal) 3- Manifestações funcionais (dispnéia, cianose) Lopez, et al., Semiologia Médica, 2001. A dor pleural é bem localizada, sendo precisamente apontada pelo paciente. A dor até a 7ª costela será sempre sentida no tórax. Da 8 ª a 12 ª costelas será percebida no abdome até nas fossas ilíacas. Nakagawa et al., Fisioterapia do Sistema Respiratório, 2005 Dor torácica ventilatório-dependente A pleura apical e a porção central da pleura diafragmática tem inervação do plexo cervical e nervo frênico, portanto o estímulo doloroso será percebido na região do ombro ou região cervical lateral. É caracteristicamente ventilatório- dependente. A hiperestesia local não existe ou é mínima. Paciente adota uma posição de repouso ventilatório e o reflexo da tosse é inibido espontaneamente. Nakagawa et al., Fisioterapia do Sistema Respiratório, 2005 Dor torácica ventilatório-dependente Manifestações clínicas: Primárias: Se originam da própria estrutura do órgão 1- Vias aéreas (tosse, expectoração, hemoptíase, chieira torácica) 2- Pleura (dor torácica, ventilatório dependente-pleura parietal) 3- Manifestações funcionais (dispneia, cianose) Lopez, et al., Semiologia Médica, 2001. Dispneia Traduz um distúrbio da ventilação O ato de respirar percebido como um esforço desagradável Desproporcional à atividade executada A sensação é subjetiva Demanda excessiva de ventilação fisiológica (gravidez, exercícios, grandes altitudes) ou patológica (anemia, hipertireoidismo, acidose metabólica, ansiedade, insuficiência pulmonar) Distúrbio ventilatório (restritivo, obstrutivo e misto) Nem sempre a dispneia tem relação com a gravidade do distúrbio. Martinez et al., Medicina Ribeirão Preto, 2004. 8 Martinez et al., Medicina Ribeirão Preto, 2004. Dispneia Classificação e escalas de dispneia: Classificada de acordo com a tolerância aos esforços, dispneia de repouso ou associada à posturas ou movimentação. Escalas mais utilizadas: MRC, MMRC, Borg e CRDQ Dispneia Classificada clinicamenteem aguda ou crônica. Martinez et al., Medicina Ribeirão Preto, 2004. Dispneia Classificação e escalas de dispneia: MRC Martinez et al., Medicina Ribeirão Preto, 2004. Dispneia Classificação e escalas de dispneia: Borg Manifestações clínicas: Primárias: Se originam da própria estrutura do órgão 1- Vias aéreas (tosse, expectoração, hemoptíase, chieira torácica) 2- Pleura (dor torácica, ventilatório dependente-pleura parietal) 3- Manifestações funcionais (dispnéia, cianose) Lopez, et al., Semiologia Médica, 2001. Cianose Coloração azulada da pele e superfície mucosa atribuída a um aumento da hemoglobina não saturada de oxigênio (hemoglobina reduzida). Normalidade: Sangue arterial 97% Sangue venoso 75% Cianose = manifestação tardia da hipoxemia Nakagawa et al., Fisioterapia do Sistema Respiratório, 2005 Mecanismos Central Periférico Nakagawa et al., Fisioterapia do Sistema Respiratório, 2005 Cianose 9 Cianose central Provocada por problemas pulmonares ou cardíacos. Mecanismos: 1- Hipoventilação alveolar 2- Problemas com as trocas gasosas pulmonares 3- Shunt arteriovenoso Nakagawa et al., Fisioterapia do Sistema Respiratório, 2005 Cianose Periférica Aumento da hemoglobina reduzida no sangue venoso decorrente de um fluxo de sangue reduzido para os tecidos O fluxo pode ser reduzido de maneira generalizada (choque e baixo DC) Pele e mucosas frias, úmidas e cianóticas. Não há correção com a oxigenoterapia. A redução do fluxo pode ser um fenômeno local (fenômeno de Raynaud, frio) ou por uma obstrução ( arteriosclerose). Nakagawa et al., Fisioterapia do Sistema Respiratório, 2005 Manifestações clínicas: Secundárias: Associadas a pneumopatias sem serem específicas e exclusivas às doenças pulmonares 1- Mediastinais, afetam as estruturas vizinhas ao sistema: síndrome da veia cava superior, comprometimento do nervo frênico e laríngeo-recorrente 2- Extra-torácicas: baqueteamento digital 3- Gerais: febre, astenia, anorexia, emagrecimento Lopez, et al., Semiologia Médica, 2001. Manifestações clínicas Secundárias Gerais Consideradas como reações inespecíficas do sistema como um todo a diversos tipos de agressões. Servem como um sinal de alerta, mas não conferem um diagnóstico anatômico preciso. Nakagawa et al., Fisioterapia do Sistema Respiratório, 2005 10 Inspeção, Palpação e Percussão do tórax Tórax anterior: melhor posição -> paciente em Decúbito dorsal Tórax posterior: melhor posição –> sentado ou de pé Exame físico: É comparativo –> cada região deve ser comparada com a região semelhante do hemitórax oposto Útil para descobrir pequenos desvios de normalidade. Prayor et al., Fisioterapia para Problemas Cardiorrespiratórios, 2001. Inspeção: As alterações devem ser descritas com a maior precisão anatômica possível Tórax dividido em linhas e regiões Linhas: verticais e horizontais, servem para determinar as regiões. Prayor et al., Fisioterapia para Problemas Respiratórios e Cardíacos, 2001. Inspeção, Palpação e Percussão do tórax Inspeção, Palpação e Percussão do tóraxInspeção: Tipos patológicos de tórax 1- Tórax globoso ou em tonel: Aumento do diâmetro ântero-posterior. Tórax adquiri uma forma globosa. Comum em doenças que cursam com obstrução crônica ao fluxo aéreo (bronquite crônica, enfisema, asma, bronquiectasia) Ocorre devido a hiperinsuflação, aumento da resistência ao fluxo, perda da força elástica e retrátil dos pulmões e alterações degenerativas que acompanham o envelhecimento. Prayor et al., Fisioterapia para Problemas Respiratórios e Cardíacos, 2001. Inspeção, Palpação e Percussão do tórax Inspeção: Tipos patológicos de tórax 2- Tórax em peito de pomba (Pectus carinatum): Proeminência anormal anterior do esterno Pode ser congênito ou adquirido A forma adquirida mais frequente é a que acompanha os defeitos congênitos do septo intratrial ou interventricular (50% dos pacientes)e a asma A maior parte dos pacientes são assintomáticos Prayor et al., Fisioterapia para Problemas Respiratórios e Cardíacos, 2001. Inspeção, Palpação e Percussão do tórax 11 Inspeção: Tipos patológicos de tórax 3- Tórax em peito escavado (Pectus excavatum): O tórax se deprime, os arcos costais anteriores se projetam mais que o esterno. É normalmente congênito, e na maioria das vezes sem repercussões clínicas. A indicação cirúrgica é de natureza estética Prayor et al., Fisioterapia para Problemas Respiratórios e Cardíacos, 2001. Inspeção, Palpação e Percussão do tórax Inspeção: Tipos patológicos de tórax 4- Cifoescoliose torácica: Em 85% dos casos é de natureza idiopática. Pode acompanhar algumas doenças congênitas. Principal complicação é o cor pumonale crônico a partir da 4ª e 5ª décadas. Prayor et al., Fisioterapia para Problemas Respiratórios e Cardíacos, 2001. Inspeção, Palpação e Percussão do tórax 12 Tiragens Inspeção: Padrão respiratório Informações adicionais sobre o tipo e gravidade da doença respiratória. Formado pelo tipo respiratório, ritmo, amplitude e FR. Respiração normal: FR =12 a 20 irpm. Martinez et al., Medicina Ribeirão Preto, 2004. Inspeção, Palpação e Percussão do tórax Inspeção: Padrão respiratório: seguimento do tronco em que predominam os movimentos respiratórios. • Costal • Abdominal • Tóraco-abdominal (misto) • Paradoxal Martinez et al., Medicina Ribeirão Preto, 2004. Inspeção, Palpação e Percussão do tórax Inspeção: Alterações comuns do padrão respiratório: Taquipneia: Aumento no número de incursões respiratórias em unidade de tempo, com redução na amplitude do movimento (diminui o volume corrente). Pode ocorrer em síndromes restritivas, febre, ansiedade. Hiperpneia: Elevação da ventilação alveolar secundária ao aumento da FR e da amplitude dos movimentos respiratórios. Pode ocorrer na acidose metabólica, febre e ansiedade. Inspeção, Palpação e Percussão do tórax Inspeção: Alterações comuns do padrão respiratório: Bradipneia: Diminuição no número dos movimentos respiratórios (FR<8 irpm). Pode ocorrer em lesões neurológicas, depressão do centro respiratório por drogas, precedendo a parada respiratória em casos de fadiga muscular. Apneia: Interrupção dos movimentos respiratórios por mais de 15 segundos. Inspeção, Palpação e Percussão do tórax Palpação Palpar toda a superfície torácica: • dor, sensibilidade, enfisema subcutâneo, movimentos ventilatórios. • músculos: intercostais (pontas dos dedos do terapeuta), esternocleidomastoideo e escalenos, abdominais e diafragma. Prayor et al., Fisioterapia para Problemas Respiratórios e Cardíacos, 2001. 13 Palpação Expansibilidade: Deve ser simétrica nos dois hemitórax. Avaliação da ação conjunta dos músculos: diafragma, intercostais e abdominais. Pequenas variações regionais de expansibilidade podem ser detectadas pela palpação. Prayor et al., Fisioterapia para Problemas Respiratórios e Cardíacos, 2001. Isto é um sinal precoce de anormalidade com a caixa torácica, pleura ou pulmão subjacente. Palpação Expansibilidade 1- Lobos Superiores: Paciente sentado, fisioterapeuta de frente para ele. Mãos do terapeuta na região supraclavicular de cada lado com as pontas do dedos apoiadas no músculo trapézio. Os dois polegares devem juntar-se a nível da linha médio esternal na região infraclavicular. Paciente realiza um inspiração profunda. Prayor et al., Fisioterapia para Problemas Respiratórios e Cardíacos, 2001. Palpação 2- Lobo Médio e Língula: Paciente sentado, fisioterapeuta na frente dele. Mãos do terapeuta devem alcançar até o côncavo axilar de cada lado, ao nível da prega axilar posterior. Os dois polegares devem juntar-se ao nível da linha médio esternal O paciente deverá inspirar profundamente. Palpação 3- Lobos inferiores: Paciente deve ficar sentado de costas para o fisioterapeuta. Mãos do terapeuta devem alcançar o côncavo axilar de maneira a alcançar a prega axilar anterior. Os polegaresdeverão se juntar na linha vertebral. O paciente deverá inspirar profundamente. Palpação Avaliação anterior Avaliação posterior 14 Palpação Frêmito toracovocal Palpação da vibração dos sons produzidos pelas cordas vocais, transmitidos pela árvore traqueobrônquica. A transmissão dos sons é melhor nos meios sólidos: FTV : áreas de condensação pulmonar. FTV :áreas de obstrução brônquica. Prayor et al., Fisioterapia para Problemas Respiratórios e Cardíacos, 2001. 33 (consolidação do parênquima) Palpação Frêmito toracovocal A palpação é feita com a superfície palmar das mãos e dedos. O paciente é solicitado a repetir em voz alta o número 33. Avalia-se o hemitórax de cima para baixo na região posterior, lateral e anterior. Prayor et al., Fisioterapia para Problemas Respiratórios e Cardíacos, 2001. 33 Palpação Percussão: Produção de vibrações na parede torácica que são transmitidas aos órgãos e tecidos subjacentes. No tórax, o som normal é chamado “som claro pulmonar”. Excesso de ar: som ressonante – timpânico. Excesso de tecido: curto e seco – maciço. Prayor et al., Fisioterapia para Problemas Respiratórios e Cardíacos, 2001. Palpação Prayor et al., Fisioterapia para Problemas Respiratórios e Cardíacos, 2001. 3 4 2 1 1: som claro pulmonar 2 e 4: som maciço 3: timpânico Palpação Percussão: • Apoiar o 2 e 3 dedo da mão esquerda na parede torácica. • Com o 3 dedo da mão direita: dois golpes firmes, seguidos e rápidos. • Comparar áreas pulmonares. Prayor et al., Fisioterapia para Problemas Respiratórios e Cardíacos, 2001. Palpação Percussão: Comparar áreas pulmonares Prayor et al., Fisioterapia para Problemas Respiratórios e Cardíacos, 2001. 15 Ausculta respiratória Detectar sons normais e patológicos, reduzidos nos pulmões e nas vias aéreas. Confirma achados da avaliação e avalia efeitos terapêuticos. Orientar o paciente a respirar profundamente. Buscar parâmetros de comparação. Som pulmonar: passagem do ar pelas porções periféricas do tecido pulmonar. Guy Poustiaux, Fisioterapia Respiratória em Pediatria. 2001. Fluxo de ar Ausculta respiratória Guy Poustiaux, Fisioterapia Respiratória em Pediatria. 2001. Descrever o local em que a intensidade ou se está abolido Ausculta respiratória Guy Poustiaux, Fisioterapia Respiratória em Pediatria. 2001. Ausculta respiratória: Como auscultar? Guy Poustiaux, Fisioterapia Respiratória em Pediatria. 2001. Sons respiratórios Normais Diminuídos ou abolidos - Redução da ventilação (atelectasia) - Som atravessa meios diferentes - perde energia (pneumotórax, derrame pleural) - Obstrução ao fluxo aéreo (DPOC) 16 Ausculta respiratória Ruídos adventícios Ruído estranho à respiração. Teoria clássica: eram originários das vibrações da corrente aérea ao borbulhar em secreção no interior de brônquios e alvéolos - Ausculta com ruídos fixos não são por secreção. - Ruídos em apenas uma fase do ciclo podem não ser secreção. Ausculta respiratória Ruídos adventícios Sons pulmonares anormais durante a passagem do fluxo de ar. Roncos: secreção nos grandes brônquios (VAS) Sibilos: estreitamento das vias aéreas: inspiratório= secreção; expiratório = broncoespasmo. Estertores Crepitantes: reabertura súbita das pequenas vias aéreas (atritar de mecha de cabelo). Líquido intra ou extra alveolar. Estertores Subcrepitantes: secreção nos brônquios de médio calibre (“bolhas estourando”). Avaliação da força muscular respiratória Força inspiratória: Pimáx Força expiratória: PEmáx Avaliada pela manovacuometria. Útil para a monitorização respiratória e para o desmame da ventilação mecânica. 5 manobras, 3 aceitáveis (diferença menor que 10%). Calcular parâmetros de referência. Avaliação da força muscular respiratória Pico de fluxo expiratório: Peak Flow. Espirometria: Testes funcionais Teste de exercício cardiorrespiratório máximo • esteira ou cicloergômetro • com ou sem medida dos gases expirados Testes submáximos Teste da caminhada de seis minutos Shuttle teste Teste do degrau 17 s.marissarocha@gmail.com
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