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Processos do Cuidado em Nutrição Clínica

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Portfólio
Processos do Cuidado em
Nutrição Clínica
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ
CURITIBA
2022
Gabriela Zanluca
Quem sou
eu?
Sou Gabriela Zanluca, tenho 21 anos.
Nasci em uma cidade do interior de Santa
Catarina. Escolhi a UFPR por esta ser
uma Universidade que incentiva e apoia o
ingresso de seus estudates no meio
científico Ingressei na universidade em
2020, na pandemia. Estou cursando o
quinto semestre de Nutrição. 
 
 Ao analisar mais sobre a graduação e
nutrição, percebi que esta área de saúde é a
perfeita união entre conhecimento biológico e
sociológico e, ao me encantar pelo curso,
decidi tomar a nutrição como profissão.
 Para meu futuro enquanto nutricionista,
apesar de não enxergar com clareza a área de
atuação que pretendo seguir, carrego como
princípio que me tornarei uma nutricionista
acessível, atualizada, curiosa, sempre
buscando por mais informações e
conhecimento, nunca deixando de ser
empática, compreensível e acolhedora para
proporcionar uma experiência eficaz e positiva
a quem necessitar de minha orientação. 
 minhas características como futura
nutricionista
Plano de ação para as aulas e estudo
Nas aulas expositivas, não se atentar a copiar slides
e sim prestar atenção na explicação das
professoras;
Estudar após cada aula consultando a bibliografia
complementar;
Interagir com colegas para troca de conhecimento;
Anotar as dúvidas ao longo dos estudos para
perguntar às professoras.
 contexto das aulas práticas
As aulas práticas ministradas na disciplina
ocorrerão no Complexo Hospital de Clínicas da
UFPR, contando também com uma aula no
Hospital Erasto Gaertner, de modo a fixar os
aprendizados nas aulas teóricas.
 a importância do nutricionista clínico
O nutricionista clínico toma importância no
meio hospitalar pelo poder de promover
manutenção ou recuperação da saúde por
meio de ações relacionadas à adequação de
dietas para atender as necessidades
nutricionais. 
Aula Teórica 1 | 19/10
 A primeira aula teórica da disciplina, ocorrida no Complexo Hospital de Clínicas da
UFPR, fomos ensinados sobre o diagnóstico em nutrição e terapias nutricionais. De
início, antes da abordagem do conteúdo teórico a ser repassado no dia, iniciou-se uma
discussão sobre o real papel do nutricionista e aquilo que nos diferencia como
profissionais. Esse debate é interessante, pois, muitas vezes, como ainda estamos num
período inicial do curso, acredito que seja comum que não estamos familiarizados de
fato com aquilo que é, restritamente, nossa função. Ainda mais pelo fato de que, no meio
hospitalar, vários profissionais da saúde podem exercer uma mesma função - como a
análise de um exame laboratorial ou avaliação antropométrica, por exemplo - mas se
tratando de dietética, a união dos nutrientes com terapia, quem planejará somos nós,
nutricionistas. É isso que nos destaca, e é pra isso que somos instruídos e estudados. 
 Com essa reflexão, pude associar o reconhecimento da dietoterapia com a alta
demanda de nutricionistas no mercado, que têm crescido exponencialmente nos últimos
anos. Sabe-se que a nutrição foi, por muito tempo, resumida ao processo de
emagrecimento ou para fins estéticos, quando, na verdade, é uma ciência com um vasto
campo de especificidades e benefícios. Com o crescente reconhecimento da verdadeira
identidade da nutrição, passou-se a apontar a importância da nutrição em diversas
situações, principalmente nas patologias, onde esta pode ter efeitos preventivos ou
terapêuticos para diversas doenças - como Câncer e Alzheimer. 
 Com isso, entende-se também que a origem de um desvio de saúde pode se distribuir
em várias vertentes, necessitando de associações e intersetorialidade para ser
compreendida. É neste ponto que o conhecimento do nutricionista toma frente. Seu
diferencial oriundo do enriquecimento da sua bagagem teórica será sua principal
ferramenta para entregar excelência em atendimento e resolução eficaz de problemas,
se tornando indispensável para agregar em raciocínio crítico. 
 Por fim, devemos reconhecer, enquanto nutricionistas, que o saber rege nossa
profissão. Todo e qualquer conhecimento obtido nos eleva a um patamar superior de
profissionalidade, e é necessário sempre buscar por mais, ajustando nosso
conhecimento ao passo que a nutrição expande suas áreas e se consolida cada vez
mais como uma ciência indispensável para a saúde. 
 Após essa reflexão, fomos introduzidos ao modelo que estabelece os componentes do
Processo do Cuidado em Nutrição:
 Novamente, é importante distinguir o papel do nutricionista nesse âmbito. Quando se
pensa em diagnóstico nutricional, pode haver um certo desentendimento ao associá-lo
com diagnóstico médico - erro que eu cometia até ser apresentada a esse ponto.
Portanto, ao entender o que constitui o diagnóstico nutricional e seus objetivos, o
processo de diferenciá-lo do diagnóstico médico torna-se mais fácil. 
 O diagnóstico também depende de vários aspectos, sejam estes sociais, econômicos,
ou referentes as habilidades e competências do nutricionista e a sua capacidade de
raciocinar criticamente. 
 Este esquema de diagnóstico é padronizado, juntamente com grande parte das
ferramentas nutricionais, para garantir otimização e facilidade de comunicação entre os
setores os profissionais. Esta padronização é representada pelo sistema PEI: Problema,
Etiologia e Indicadores. Todos estes possuem seus próprios componentes. Nesse caso,
o problema no diagnóstico em nutrição é o problema nutricional envolvido, e não a
patologia em si, já que este problema conversa melhor com nossa função, enquanto
nutricionistas. A etiologia, por sua vez, aborda a origem do problema - que pode ser
oriunda de um diagnóstico médico. Já os indicadores atuam como dados comprovantes.
Entendendo essa estrutura, a diferença entre diagnóstico médico e nutricional é notável.
 Levando em consideração que a padronização do diagnóstico em nutrição é
necessária, não pude deixar de pensar nas limitações que esta possa oferecer na
prática. Na nutrição clínica, deve-se enfrentar os mais variados tipos de situações, e,
encaixá-las em instrumentos padronizados não deve ser uma tarefa fácil. Com isso,
cheguei na seguinte reflexão: 
 Considerando as inúmeras variáveis que tangenciam um diagnóstico, é possível
reconhecer a importância da capacidade de adaptação de um nutricionista, que estará 
 constantemente inserido em diferentes meios e situações que contam com limitações
diferentes. Adaptando-se e especializando-se, o nutricionista abraça um vasto mar de
possibilidades, explorando seu conhecimento e agregando em raciocínio crítico para
trabalhar dentro do possível e entregar com eficácia aquilo que é proposto.
nutrição = adaptação
Terapias
Nutricionais
 Exemplificando um dos métodos de
intervenção nutricional, fomos apresentados
aos métodos de terapia nutricional. Para
ilustrar melhor as explicações, tivemos
contato com as sondas utilizadas em cada
tipo de terapia.
 
nutrição enteral via oral (NEVO)
 A nutrição enteral via oral (NEVO), conforme o próprio nome sugere, é definida pela
terapia via suplementação oral. É aplicada em casos que apresentam pacientes
conscientes, com trato gastrointestinal preservado e efetivo, cujo necessidades
nutricionais conseguem ser atendidas por meio da ingestão de suplementos e alimentos
fortificados.
"Quando os pacientes não conseguem ou não vão comer
o suficiente para sustentar suas necessidades
nutricionais por mais de alguns dias, a terapia nutricional
deve ser considerada parte do plano de cuidados
integrados".
McClave et al., 2009
 A terapia nutricional subdivide-se em três modalidades:
nutrição enteral
 Quando o indíviduo se encontra impossibilitado de suprir >75% das suas
necessidades nutricionais via alimentos ingestão oral de suplementos ou alimentos
foritificados, sugere-se a aplicação de terapia nutricional de nutrição enteral gástrica. 
 Este tipo de terapia requer pacientes cujo trato gastrointestinal esteja funcionando
perfeitamente, sem comprometer a absorçãoou digestão dos alimento recebido. Isto
porque a principal característica desta terapia é o uso de sondas que fazem contato
direto com os enterócitos, definindo um caráter mais fisiológico e não nocivo para a
mucosa intestinal.
 Para este contato, a nutrição enteral apresenta como vertentes algumas via de
administração: 
via nasogástrica
 É uma das vias mais utilizadas pelo baixo custo e pela maior praticidade. Esta via de
administração conta com sondas que possuem furos de maior diâmetro, podendo ter
seu conteúdo expelido em maior volume e com gotejamentos mais rápidos. É aplicada
em pacientes submetidos a terapia nutricional de curto prazo. 
via nasoduodenal ou nasojejunal
 Em caso de rejeição da terapia via sonda nasogástrica, utiliza-se as vias
nasoduodenais ou nasojejunais, cuja localização depende da posição em que a sonda
será posicionada. 
gastrotomia/jejunostomia
 Estes dois métodos de terapia nutricional são utilizados frente e necessidades de
terapia nutricional a longo prazo, superior a 3 semanas, utilizando cirurgias ou
endoscopias para sua aplicação.
administração das terapias enterais
vias de administração enteral 
bolus intermitentes contínuas
nutrição paraenteral
 Diferentemente da nutrição enteral, a nutrição paraenteral tem como proposta nutrir
corretamente o paciente que não apresenta capacidade de digerir ou absorver
completamente os nutrientes pelas vias enterais, ou não se dispõe a aderir esta via. 
 A terapia paraenteral funciona de modo que os nutrientes entram direta na circulação
sanguínea, utilizando como veículo principal de condução as veias e vasos sanguíneos. 
 A aplicação da nutrição paraenteral deve ser escolhida entre duas vias:
via central via periférica
átrio direito;
soluções hiperosmolares;
geralmente mais nutritivas;
maior risco de infecções;
para longos prazos de terapia;
vasos de pequeno calibre;
soluções menos osmolares;
menor risco de
complicações;
para prazos de terapia de
menor duração;
por sistema fechado sistema abertoou
 Ambas as vias podem ser administradas das seguintes formas:
infusão cíclica
ou
 De toda forma, o método de terapia a ser escolhido sempre favorecerá a promoção
da melhora ou tratamento total da nutrição do paciente, estudando seu quadro clínico,
carências e limitações para a escolha de uma alternativa efetiva de tratamento que preze
pela melhora, recuperação ou manutenção de vida.
 Me distanciando brevemente do conteúdo teórico que sintetizei da aula, não pude
deixar de me sensibilizar com a menção da terapia nutricional, uma vez que tive contato
direto com este assunto por ter acompanhado o processo de tratamento de meu avô
materno, que, após ter sofrido de um acidente vascular cerebral, em 2015, passou por
uma verdadeira montanha russa em sua saúde, enfrentando momentos extremamente
complicados e precisando lutar muito para permanecer com a família.
 Meu avô necessitou de terapia enteral várias vezes. Apesar de relutar em certos
momentos, ele nunca negou nenhuma terapia, pois dizia que sentia que não iria nos
deixar. Ele , como um senhor muito religioso, sempre afirmava que "quando Deus quer,
não há médico que salve". Dizia que só negaria o tratamento caso ele estivesse certo
que Deus o queria como companhia. 
 Apesar de aceitar as terapias, ao visitá-lo, sempre ouvia suas reclamações sobre
como ele sentia falta de mastigar um churrasco ou de comer a feijoada que minha vó
fazia. Era impossível eu não me emocionar quando ele afirmava que estar naquela
situação não era vida, apesar de ser a única opção que ele tinha. 
 Com o apoio da equipe médica e de uma nutricionista incrível, que eram profissionais
muito humanizados e pacientes, e da nossa família, meu avô conseguiu passar pelas
mais diversas sondas e se recuperar. Se não fosse pelo constante incentivo e empatia
por parte da equipe do hospital, acredito que as coisas não teriam sido as mesmas.
 Sempre tive concretizado em meu pensamento que a nutrição nunca se resumiu
somente a parte biológica. A empatia é um dos principais pilares da nossa profissão.
Meu avô tinha uma família ao lado dele oferecendo apoio, mas nem sempre teremos
pacientes nessa situação. Enquanto profissionais da saúde, é impossível descosturar a
conduta humanizada da profissão quando estivermos tratando de qualquer caso. 
 
infusão contínua
 Apesar de meu avô ter me deixado nesse ano e não estar mais aqui pra acompanhar
minha jornada de crescimento, carrego comigo tudo aquilo que lhe incomodou e que lhe
agradou em sua doença e tenho como promessa que me tornarei uma profissional
equilibrada em conhecimento teórico e empatia, seguindo o exemplo daqueles
profissionais que conseguiram ajudar meu avô a manter um sorriso no rosto, mesmo
estando impossibilitado de fazer o que ele mais gostava: comer a comida da minha avó.
Ao longo do assunto, surgiram algumas dúvidas que espero entender com o decorrer da
disciplina:
É possível haver casos
clínicos onde todas as vias
de terapia nutricional são
rejeitadas pelo organismo
do paciente? Se sim, como
prossegue-se na
intervenção?
Se o paciente em terapia
estiver com o trato
gastrointestinal saudável,
ele pode em algum
momento realizar uma
refeição que deseja? Ou
seria exclusivo da área de
cuidados paliativos?
#1 #2
Visita ao Hospital Erasto
Gaertner
Aula prática 1 | 26/10
 Confesso que, no dia da visita e aula prática
para o Hospital Erasto Gaertner, acordei muito
curiosa. Era a primeira vez que estaria entrando
em um hospital enquanto uma estudante prestes
a conhecer uma rotina, e isto era uma perspectiva
que, sinceramente, eu não havia me imaginado
antes. Eu e meus colegas - Nicole, Augusto e
Mariana - que também cursam a disciplina,
viemos discutindo no caminho até o Erasto
nossas visões sobre nutrição no âmbito
hospitalar, baseado nas nossas experiências com
a disciplina de prática profissional, que cursamos
no modo EaD no início do curso. 
 Ao chegar no hospital, a primeira coisa que notei foi a dimensão da construção. É
uma estrutura visivelmente grande, e conta ainda com o anexo do hospital
pediátrico, carinhosamente chamado de Erastinho. Pensei sobre todos os desafios e
a responsabilidade que a equipe de nutricionistas enfrentava para atender toda a
demanda. 
 De início, fomos levados até o setor de nutrição e dietética para conhecer uma
nutricionista residente, que posteriormente iria nos guiar na visita. Ela explicou
várias coisas sobre o hospital, desde o número de refeições até a composição da
equipe. O que mais me chamou atenção diante do que ela mencionou foi,
inicialmente, os preparos das refeições, onde na cozinha do Hospital era preparado
não somente as refeições desta unidade, mas do Erastinho e do Hospice. É tanta
produção, tanto trabalho e tanto planejamento que acabou despertando a dúvida
sobre como era o espaço da então cozinha. 
 Nos foi mostrado, também, uma das coisas que mais gostei durante a visita: a
preocupação da equipe em promover refeições excelentes aos pacientes. A comida
oferecida no hospital se distanciava completamente do que se concretizou como
"comida de hospital", que leva em seu significado comidas pouco apetitosas,
temperadas e com péssima aparência. Muito pelo contrário, a comida mostrada pela
nutricionista residente se mostrava muito semelhante a uma comida de qualquer
buffet de um bom restaurante. Também, a própria equipe e os próprios funcionários
tem a mesma alimentação livre que os pacientes, confirmando a qualidade e o valor
dado as refeições ali produzidas.
 Iniciada a visita, fomos levados a cozinha do Erasto, e, foi neste momento que
fiquei chocada. Apesar da alta demanda para atender todas as unidades do hospital,
a cozinha era muito organizada. Não havia empecilhos no caminho e a equipe da
cozinha trabalhava em harmonia. 
Com relação as refeições produzidas, felizmente chegamos num horário onde os
preparos estavam sendo colocados nas marmitas e, pude ver com meus próprios
olhos e confirmar de fato o que a residente havia nos ditosobre a comida do Hospital.
Esta era realmente impecável no quesito sensorial, contando com cores vivas e um
ótimo cheiro. A disposição dentro das marmitas era organizada e com certeza não
era dispensada pelos pacientes. 
 Acredito que esse ponto seja de extrema importância. Realmente me tocou muito a
situação, pois, considerando que essas refeições são servidas para pacientes em
momentos de doença, a relação com a comida influencia muito na recuperação do
paciente. Em um momento tão delicado, nada deve ser mais recompensador para
eles do que uma boa comida, que não os distancie daquela comida afetiva que
costumavam comer em casa. Essa situação me lembrou uma situação ocorrida no
décimo episódio da segunda temporada série televisa Masterchef, onde um dos chefs
responsáveis pela avaliação dos pratos preparados, Henrique Fogaça, comparou o
prato entregue do participante Marcos com "comida de hospital". Fogaça explica que
possui uma filha especial e precisou passar um tempo no hospital a acompanhando e
se alimentou no espaço, o que o levou a uma experiência ruim, pois ele define a
comida como sem gosto, sem vida, sem sal e seca, e, ainda adiciona que sua maior
frustração é não poder cozinhar para sua filha, pois ela se alimenta via sonda. Os
demais participantes se emocionam com sua colocação. 
 Com o que foi dito por Fogaça, associei sua experiência, infelizmente, ruim, com a
comida hospitalar, e, apesar de sua filha estar sendo alimentada por sonda, Fogaça
que sentiu na pele o peso de se alimentar com uma comida que carregue pouco afeto
e apenas atenda as necessidades nutricionais. Neste ponto é necessário unir-se os
conhecimentos nutricionais e a técnica dietética para proporcionar uma ótima
alimentação aos pacientes, e, assim, procurar sempre se desvencilhar do conceito já
explicado de "comida de hospital", infelizmente ainda vivenciados por muitos,
incluindo o chef Fogaça.
 Para seguirmos com a visita, fomos levados até a
área de preparação das dietas enterais, sala onde
ficam os suplementos e preparações para serem
utilizadas. Também é uma área altamente organizada,
com suplementos eficientemente posicionados. Pude
ver suplementos de marcas conhecidas, como Nestlé,
mas posteriormente teremos aulas que irão nos
aproximar mais dos tipos de suplemento utilizados. 
 Ao lado, nos é mostrado o lactário, que entrega as
preparações por uma janela. 
 Ao final da visita, nos foi mostrado o método utilizado para transportar as
refeições da cozinha do Erasto para as outras unidades: trilhos e carrinhos
térmicos. que contêm as refeições. 
considerações sobre a visita
É impossível não se encantar com a organização e a preocupação do Erasto em
fornecer boas refeições aos pacientes e reaproximá-los de uma comida com
aspecto caseiro, unindo o nutricional ao afetivo. Certamente, o Hospital é referência
nestes quesitos, e tomarei tudo que vi e que nos foi mencionado pela nutricionista
residente como exemplo. Vi, também, um certo interesse na área hospitalar após
essa experiência extremamente positiva que mostrou a importância do nutricionista
na área hospitalar.
02/11
Retomaremos as atividades na próxima semana em decorrência do feriado nesta data. 
Aula teórica 2 | 09/11 | HC
dietas hospitalares
modificações de consistência modificações de composição nutricional&
 As dietas hospitalares são dietas específicas, elaboradas de acordo com a doença
dos pacientes, levando em consideração seu estado físico, psicológico ou nutricional.
Seu principal objetivo é a recuperação ou a manutenção do estado nutriconal,
visando, sempre, promover a saúde. Para a elaboração da dieta, necessita-se passar
antes pela prescrição médica e, após isso, pela prescrição dietética. A prescrição
dietética é determinada pelo nutricionista e, para pacientes enfermos, baseia-se na
prescrição dietética normal, adequando-se através de modificações para atender as
necessidades. Esta, considera para sua elaboração as necessidades nutricionais,
condições clínicas, fatores sensoriais e físico químicos. Cabe, ao nutricionista,
analisar todos os dados do diagnóstico e das avaliações em nutrição para orientar a
melhor modificação, se necessária, além de registrar a evolução do paciente e
orientar a família sobre a dieta modificada.
 As dietas podem ser modificadas para adequação em 5 quesitos:
nutrientes
consistência
temperatura
fração
densidade
 Podem, ainda, se categorizar em:
dietas padrão modificadas em consistência
dietas especiais modificadas em nutrientes
 As dietas padrão consideram e tangenciam a capacidade mecânica em processos de
mastigação ou absorção para sua elaboração, baseando-se em condições clínicas,
psicomotoras ou físicas. Esse tipo de dieta se subdivide em dietas mais específicas
conforme o grau de consistência, dos mais sólidos aos mais líquidos. 
 Seguindo esta ordem, temos a dieta geral, que é recomendada a pacientes que sem
restrições específicas por funcionamento normal do TGI ou mastigação normal. Este
tipo de dieta envolve alimentação normal, não sofrendo modificações de textura ou de
nutrientes.
Na segunda aula teórica da disciplina, nos foi apresentado sobre dietas hospitalares,
sistema de equivalentes e fórmulas enterais.
 Por conseguinte, temos as dietas brandas. Estas já são caracterizadas pela
indicação ser destinadas àqueles que possuem certa dificuldade em mastigação ou
absorção, ou em quadros de pós-operatório. Assim, já há modificações na cocção,
sendo utilizados alimentos macios, sem casca, sem muitos temperos. 
 As dietas leves caracterizam-se por consistências líquidas e semissólidas,
apresentando sopas, alimentos picados ou desfiados para ingestão, de modo que são
destinadas para pessoas com dificuldades de mastigação, absorção ou deglutição, ou
em preparo de pré, pós operatório ou antes de exames, e é utilizada como dieta de
transição da dieta líquida para a branda.
 A dieta pastosa tem proposta de proporcionar fácil mastigação, deglutição e menor
esforço digestivo. Para isso, conta com alimentos cozidos, semissólidos ou líquidos,
ao qual fibras são modificadas por processos mecânicos. Conta com alimentos em
papa, desfiados ou purês. 
 Ainda falando de dietas pastosas, temos a dieta pastosa liquidificada, que se
diferencia da anterior por possuir menos resíduos, ter líquidos espessados, excluir
mastigação e não conter pedaços. Assim, é constituída por mingau, purê, sopas,
polenta mole, frutas em papa ou líquidos espessados (sucos e vitaminas). A dieta
pastosa líquida espessada atua com espessantes naturais ou industrializados, cujo
espessura é determinada com ajuda de uma fonoaudióloga, reforçando o trabalho
interdisciplinar.
 Nas dietas totalmente líquidas, temos a dieta líquida completa, que exige o
mínimo de esforço para digestão e absorção, sendo muito utilizada preparo de
exames, pré ou pós operatórios, pós jejum prolongado ou em casos de lesões orais.
Conta com alimentos liquidificados e tem como maior obstáculo atingir os valores
nutricionais recomendados.
 Já na dieta líquida restrita, sua principal função é a hidratação. Desse modo, é
uma dieta baixa em valor calórico ou nutricional para garantir o repouso do TGI, por
isso, é aplicada em pós operatório imediato ou em cirurgias do TGI. 
 Para as dietas modificadas em nutrientes, estas seguem as seguintes
terminações: 
hiper
normo
hipo
calórica
proteica
glicídica
lipídica
Onde cada recomendação irá se basear no diagnóstico do paciente e sua
necessidade.
Temos, ainda, os modificações hipossódicas, de oferta hídrica, para obstipação ou
laxativas, adequando, quando necessário, temperatura, fracionamento ou densidade.
Devido ao tempo, o estudo de caso sobre o conteúdo foi pulado e acredito que este
seria importante para fixar o conteúdo e para demonstrar como funcionava o raciocínio
para escolha da melhor dieta modificada.
Sistema de Equivalentes
 Uma ferramenta indispensável na clínica é, com certeza, o sistema de equivalentes.
Através desta lista, que é baseada na estimativade calorias, proteínas e/ou gorduras de
um alimento ou preparação, é possível realizar substituições para diversificar a
alimentação dentro do plano alimentar. Para sua elaboração, considera-se o conteúdo
calórico e de macronutrientes de um alimento. Os alimentos com valores próximos são
agrupados como semelhantes, indicando possibilidade de troca. 
 Como metodologia, utiliza um cardápio e uma lista de substituição com alimentos
equivalentes entre si. É uma ferramenta muito útil quando se trata de aplicabilidade,
também por conferir autonomia ao paciente e diversificação da sua alimentação por se
tornar fácil substituir alimentos. Por outro lado, torna-se desvantajosa quando
percebemos que é necessário conhecer o conteúdo dos alimentos para classificá-los
como fonte, além desta ferramenta não adequar micronutrientes ou avaliar a qualidade
da dieta. 
 De forma a definir os equivalentes calóricos, utiliza-se a tabela de dados por Philipp et
al. e Ministério da Saúde (2008), que estimam distribuições de porções de alimentos de
acordo com a quantidade de caloria a ser ingerida. 
 Considerando alimentos próximos em valores de macronutrientes, estes são
categorizados em: 
1) amiláceos;
2) frutas;
3) leite;
4) vegetais não amiláceos;
5) carnes;
6) gorduras;
 Assim, cada grupo contém um valor de macronutriente correspondente a uma porção
indicada em medida caseira na tabela de substituição. 
 Para o planejamento, é indispensável calcular as necessidades nutricionais do
paciente e levar em consideração seu histórico de doenças associadas aos alimentos. 
 Apesar de entender a importância do sistema de equivalentes e um exercício ter sido
realizado em sala, foi um conteúdo que tive dificuldades em entender a aplicação. No
entanto, mais exercícios estão programados para serem realizados ao longo do
semestre sobre sistema de equivalentes e espero sintetizar melhor o conteúdo.
Fórmulas
 Em casos onde o paciente, apesar de ter passado por dietas hospitalares, não atinge
suas necessidades nutricionais, recomenda-se, então, a administração da utilização de
fórmulas, que podem ser administradas via oral ou via nutrição enteral para possibilitar 
 recuperação do estado nutricional. As fórmulas podem ser específicas para certas
doenças, padrões ou quimicamente definidas/industrializadas - qual foi dada ênfase na
aula. Esse tipo de fórmula leva esse nome justamente por sua composição química, ou
seja, de macronutriente ou micronutriente ofertada, ser definida pela indústria
farmacêutica e informada nos rótulos, dizendo respeito a distribuição calórica ou de
macro/micronutriente, que são mais hidrolisados quando comparados às fórmulas
padrão. A administração desse tipo de fórmula pode ser via oral, ou pelas
vias enterais em sistema aberto ou fechado. Nas dietas específicas para doenças, o que
é ofertado é calculado com precisão para atentar-se ao necessário considerando uma
patologia específica. Em doenças renais, por exemplo, as fórmulas específicas atentam-
se para grandes quantidades de energia em menos quantidade de líquido e proteína.
 Considerando a apresentação, as fórmulas podem ser líquidas ou em pó. Isso ainda
pode ser mais definido conforme sua classificação: completas em nutrientes, modulares
ou suplementos. As fórmulas modulares ofertam macronutrientes isolados, que variam
em definição. Em relação as fibras, é necessário atentar-se ao quadro do paciente antes
de prescrever fórmulas que as contenham ou não. Podem, também, ser
imunomoduladas para auxiliar no processo de cicatrização e defesa do organismo. 
 Em meio a 74 fórmulas disponibilizadas por 6 laboratórios diferentes, é necessário
analisar todo o contexto do paciente para identificar a melhor prescrição. Para isto,
atentam-se aos detalhes que diferenciam as fórmulas, como a densidade ou
especificidade de nutrientes, maior ou menor absorção, sem desconsiderar a
rentabilidade, o custo benefício e a adesão do paciente. 
dúvidas
em relação as modificações
de dietas, 
pacientes com problemas
renais possuem alguma
restrição para dietas
líquidas? 
é necessário atentar-se aos
laboratórios produtores de
fórmulas? Pode haver
mudanças significativas na
taxa de absorção de um
nutriente de uma fórmula
de um laboratório para o
outro?
Aula teórica 3 | 16/11 | HC
 No dia da terceira aula teórica, os assuntos a serem ensinados eram especialmente
de meu interesse - principalmente desnutrição e síndrome de realimentação. Os
distúrbios relacionados à má nutrição foram muito trabalhados nas disciplinas de
Nutrição em Saúde Coletiva I, e, estou curiosa para entender mais a visão do mesmo
assunto sobre a perspectiva da nutrição clínica. Foi abordado também sobre condutas
de entrevista em nutrição.
 
 Para iniciar o processo de entendimento sobre desnutrição, já se faz necessário
entender que esta tem um conceito significativo na área clínica. É comum associar
desnutrição apenas à falta de nutrientes e uma consequente magreza, quando, na
verdade, há mais complexidade por trás deste conceito. Deste modo, a desnutrição é
melhor representada por um desequilíbrio de ingestão de um nutriente ou a
necessidade do mesmo, comparadas ao normal fisiológico. A desnutrição é um
componente das doenças nutricionais e condições relacionadas, definidas pela ESPEN. 
 Ao estar ciente sobre o quão vasto o conceito de desnutrição é, não é de se
surpreender ao entender que, no meio hospitalar, a desnutrição é extremamente
recorrente, pois, considerando que na enfermidade há alterações no organismo e
consequentes mudanças na ingestão ou na necessidade, é um desafio acompanhar,
além das enfermidades, as questões relacionadas a desnutrição. 
 Ainda dentro do meio hospitalar, a desnutrição é extremamente nociva. Em meio a
um estado de doença, o desequilíbrio nutricional atinge diretamente o processo de
recuperação do indivíduo, podendo alterar no sistema imune, no processo de
cicatrização, no tempo de estadia e gerando mais custos ao hospital, além de
estabelecer mais chances para uma nova internação após alta.
 Com todas essas problemáticas, de maneira lógica, começaram a ser desenvolvidos
métodos para acabar com o mal pela raiz - diagnosticar, precocemente, a desnutrição
em pacientes hospitalizados. Desenvolveram-se, então, ferramentas padronizadas
importantes para auxiliar no diagnóstico precoce para a desnutrição, categorizando ela,
ainda, em uma etiologia, conforme os dados obtidos de pacientes, que a classifica e a
origina por: 
1) inanição, relacionada a fatores nutricionais, questões sociais ou uso de drogas e
álcool;
2) doenças ou injúrias agudas , relacionadas a queimaduras, acidentes e infecções;
3) doenças crônicas, como HIV ou problemas cardiovasculares. 
 Assim, com um diagnóstico facilitado, as ferramentas também proporcionam um
encaminhamento otimizado para a intervenção. 
Desnutrição
 Caracterizando outro componente dos distúrbios nutricionais, a síndrome de
realimentação é um desequilíbrio severo de eletrólitos ou balanço de fluídos,
onde, após longos períodos de nutrição inadequada, introduz-se, abruptamente, vias
de nutrição, sejam estas orais, enterais ou paraenterais e as vias metabólicas carecem
dos eletrólitos necessários para mediar o metabolismo, com isso, o paciente enfrenta
várias complicações, desde edemas, delírios, problemas respiratórios até óbito.
 O diagnóstico para este distúrbio enquanto paciente de risco se volta ao
desequilíbrio de fluídos, onde quadros de hipofosfatemia, hipomagnesemia e
hipocalemia são mais comuns, IMCs inferiores a 16kg/m² ou notável redução da
ingestão em 10 dias. 
 Diante deste tipo de situação, deve-se escolher com cautela o método de terapia
nutricional a ser utilizado, introduzindo as necessidades nutricionais em poucas
quantidades e fracionadas ao longo do dia e prezando pela normalidade dos eletrólitos,
os dosando antes da terapia e monitorando até atingir a meta.
 Com isto, nota-se a gravidade e a importância de analisar bemos dados obtidos
do paciente antes de tomar qualquer decisão em terapia nutricional. É importante
identificar com precisão os pacientes de risco, que são aqueles que enfrentam
alcoolismo crônico, quadros de anorexia nervosa, desnutrição severa ou doenças
agudas. 
 
 
 
Síndrome de Realimentação 
Semiologia, Propedêutica e Anamnese
 Para discorrer sobre o conteúdo, iniciou-se o questionamento, novamente, sobre o
papel do nutricionista clínico. Sempre acho importante que as professoras reforcem
isso, pois, realmente, quanto mais enxergamos o papel do nutricionista clínico e suas
competências, mais alinhamos o conteúdo que está sendo passado e aprendemos a
separar as informações importantes. Define-se, então, que o nutricionista clínico presta
assistência nutricional aos indivíduos doentes ou enfermos, para promover
recuperação ou manutenção da saúde. Para decidir as ações cabíveis, o nutricionista
precisa ter acesso a vários tipos de informações sobre o paciente e questões que o
circundam. Por vez, é necessário utilizar da semiologia, que caracteriza a análise de
sintomas e sinais tangenciando uma doença, fator que molda, também, o diagnóstico.
Os sintomas carregam informações subjetivas, descritas pelo paciente. Já o sintoma
refere-se a ações mais objetivas.
https://doi.org/10.1590/S0102-67202012000100013
artigo consultado:
https://doi.org/10.1590/S0102-67202012000100013
 No entanto, a semiologia e a anamnese partilham de uma mesma problemática: a
necessidade de comunicação para que o processo seja efetivo. Como as informações
estão sendo coletadas das falas do paciente, é de suma importância que o nutricionista
mantenha uma conduta empática durante todo o processo, entendendo e deixando
claro ao paciente que ele é o centro, incentivando o paciente a falar, sem que ele se
sinta coagido, interrompido, induzido ou julgado. Os dois métodos necessitam, também,
da habilidade do nutricionista em interpretar o que não é falado, sendo importante
analisar a linguagem corporal do paciente. 
 A importância da conduta do nutricionista é um dos pontos a serem mais
explorados, pois, é diante dos dados fornecidos e coletados que as decisões serão
tomadas. É necessário entender completamente os objetivos das entrevistas para
conduzi-las de maneira clara, sem exceder o tempo recomendado, se atentando a
sempre transparecer uma imagem empática e isenta de julgamentos. para assim.
proporcionar uma boa entrevista para o profissional e para o paciente. 
 Como o pilar da entrevista é a comunicação, não consigo deixar de pensar em
como funciona uma condução de entrevista frente a pacientes que apresentem
dificuldades em se expressar, como em alguns casos de autismo ou pacientes que
possuam déficit de atenção. Ao pesquisar sobre, acabei não encontrando informações
que respondessem aos meus questionamentos, e, deduzi que, talvez, para casos de
autismo, seja questionado aos cuidadores, e, para pacientes com déficit de atenção,
seja necessário que o nutricionista conduza a entrevista de maneira que o paciente não
se desprenda do objetivo e consiga manter o foco. 
 
 
Aula prática 2 | 16/11 | HC
 A anamnese, por sua vez, é uma entrevista que busca reconhecer dados gerais, não
somente bioquímicos, mas habituais, históricos e culturais sobre o paciente e também
sobre seu ambiente familiar, pois estes componentes podem influenciar diretamente o
problema nutricional. A anamnese segue um roteiro que explora as questões
socioeconômicas e clínicas do paciente, afim de extrair os dados para propiciar um
diagnóstico e um tratamento adequado.
 
Após as aulas teóricas na mesma data, fora
ministrada a primeira aula teórica no Complexo do
Hospital de Clínicas da UFPR. Fomos deslocados
da área do hospital em que se encontram as salas
de aula para aulas teóricas para a entrada do
outro anexo do hospital. Ao chegarmos,
recebemos crachás de identificação e pudemos
iniciar a prática no Hospital. 
 Em relação a estrutura, o HC é uma grande construção e o prédio visitado possui
vários andares. As alas da parte visitada eram bem organizadas e livres de
congestionamento nos corredores. Os funcionários do hospital também mostravam-se
simpáticos. 
 O objetivo da aula prática variava conforme o grupo que correspondia ao professor
responsável. Para o meu grupo, orientado pela professora Cibele, foi repassado a
tarefa de realizar Anamnese Nutricional em um paciente adulto, seguindo a estrutura
de Anamnese utilizada pelo próprio HC. Nosso paciente foi introduzido através de seu
prontuário médico e uma avaliação nutricional. Através do trabalho em grupo,
extraímos as informações mais importantes do diagnóstico do paciente. Apesar de ter
sido internado por cetoacidose, nosso paciente era um diabético do tipo I enfrentando
várias comorbidades relacionadas ao seu diagnóstico médico, e, ainda, só tinha
contato com seu cuidador, não recebendo apoio de sua família.
 A partir deste ponto, com informações sintetizadas sobre o paciente, fomos
brevemente instruídas pela professora sobre como conduzir a anamnese e fomos
destinadas ao quarto do paciente. O sentimento de insegurança e nervosismo
perpetuava em mim no momento, uma vez que não me sentia devidamente pronta
para realizar a atividade. Contudo, reconheci que precisava ajustar minha conduta
caso prezasse por uma avaliação de sucesso e, consegui lidar com os sentimentos
para obter uma anamnese correta e proporcionar uma boa experiência ao paciente. 
 O quarto em que o paciente se encontrava era, também, bem organizado e se
mostrava confortável para nosso paciente e para seu acompanhante. Iniciamos a
anamnese e, considerando a colaboração do grupo, onde dividimos as perguntas e
complementávamos nossas falas quando necessário, unindo a participação do
paciente, que era prestativo e se mostrou interessado, concluímos a atividade sem
nenhum empecilho. Coincidindo com nosso horário de visita, foi entregue o almoço ao
paciente e seu acompanhante, e pude analisar a comida oferecida pelo Hospital, que
era entregue em um tipo de marmita e, considerando o aspecto sensorial, parecia
regular, apesar do paciente afirmar que estava satisfeito com a alimentação. 
 Após a coleta dos dados, era necessário analisar estes para a construção de um
diagnóstico nutricional. Percebi, com esta atividade, o quão difícil é, na prática,
construir um diagnóstico em nutrição e, para o nosso caso, houve dificuldade para
definir qual seria o problema. Com a ajuda da professora, o nosso grupo acabou
definindo que, para o nosso paciente, o problema teria relação com adesão subótima
às recomendações relacionadas a nutrição. 
 Em conclusão, a aula prática ensinou sobre a individualidade de cada caso e a
importância de uma conduta eficaz na anamnese para concluir os objetivos. A
inconstância de casos necessita do raciocínio crítico e também da comunicação com
outros profissionais. O nutricionista é responsável por analisar com precisão aquilo
que é importante e deve sempre manter a mente aberta para cumprir de forma eficaz
seu trabalho.
MANTER: rotina de estudos, aprofundamento teórico na bibliografia complementar,
retirar dúvidas com professores ao estudar a literatura. 
INSERIR: Buscar além dos conteúdos ministrados em aula, procurando por artigos
mais específicos ou pesquisas relacionadas.
MELHORAR: participação em sala, interagir mais com docentes. 
OMITIR: deixar de realizar perguntas em sala por timidez. 
Autoavaliação MIMO
 O processo de aprendizado que foi construído durante a primeira parte da
disciplina foi tão intenso que se torna difícil alinhar os ensinamentos em uma breve
conclusão. Aqui, foi possível entender o que é ser nutricionista clínico, o que nos
diferencia e o que nos torna importante dentro da área de saúde.
 Ao enxergar nossa profissão e seu propósito nesta área, que visa a recuperação ou
manutenção da saúde através da dietoterapia, carregamos a responsabilidade de
compreender os aspectos que possibilitam a interaçãode saúde e alimentação. Com
esta responsabilidade, carrega-se também a importância da capacidade de escolha,
análise e do raciocínio crítico, unindo o conteúdo de conhecimento teórico com a
visão empática do contexto social para iniciar os processos que caracterizam o
cuidado em nutrição clínica. 
 O entendimento da individualidade de cada paciente também é necessário, bem
como as circunstâncias gerais de trabalho, e, que, quando falamos de saúde, falamos
de várias áreas e também envolvemos outros profissionais, os quais são
fundamentais para o trabalho em nutrição clínica e a multidisciplinaridade caracteriza
um importante pilar para esta área. 
 Por fim, o trabalho do nutricionista nunca irá resumir em apenas adequar
nutrientes para promover recuperação. Nosso trabalho e habilidade é demandado nos
processos que antecedem a prescrição dietética e o monitoramento desta, e, cabe a
nós, entregar excelência em todos estes processos, de maneira sábia e empática,
para possibilitar a manutenção ou recuperação de saúde pelo nosso trabalho.
 Em relação as aulas em si, senti falta de mais aplicabilidade do conteúdo, como
exercícios e estudos de caso. Foram passados poucos exemplos que ilustrassem o
conteúdo nas aulas e a maioria dos estudos de caso foram deixados para trás por
falta de tempo. Na internet há poucos exercícios que refletem o conteúdo passado e
meus estudos certamente serão afetados por este motivo, uma vez que só sintetizo
completamente um conteúdo após vários exercícios, considerando, também, a
densidade teórica dos assuntos trabalhados, que necessitam de mais aplicações
práticas para que seja possível compreender todos os pontos. O conteúdo também
me pareceu carecer de linearidade. Não entendi o propósito de intercalar os
conteúdos e acredito que seria melhor caso fossem ministrados em ordem, partindo
da anamnese para o diagnóstico e por fim abordando as terapias nutricionais. Por
outro lado, todas as professoras são solícitas e interessadas em ajudar e responder
dúvidas.
 
Conclusões sobre a disciplina

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