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Indaial – 2019 Análise e Produção de MAteriAl didático eM línguA inglesA Prof.ª Taise Feldmann 1a Edição Copyright © UNIASSELVI 2019 Elaboração: Prof.ª Taise Feldmann Revisão, Diagramação e Produção: Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri UNIASSELVI – Indaial. Impresso por: F312a Feldmann, Taise Análise e produção de material didático em língua inglesa. / Taise Feldmann. – Indaial: UNIASSELVI, 2019. 185 p.; il. ISBN 978-85-515-0411-6 1. Língua inglesa. - Brasil. II. Centro Universitário Leonardo Da Vinci. CDD 420 III APresentAção Bem-vindo à disciplina Análise e produção de material didático em língua inglesa. A partir de agora você estudará aspectos relacionados à esta ferramenta tão importante para a prática pedagógica, o material didático. Para isso, a Unidade 1 fala sobre os fundamentos do processo de ensino e aprendizagem da língua inglesa por meio de três tópicos: o Tópico 1 traz conteúdos acerca dos Parâmetros Curriculares Nacionais. No Tópico 2, as discussões se voltam à Base Nacional Comum Curricular. Por fim, o Tópico 3 apresenta o Programa Nacional do Livro e do Material Didático, em especial para a língua estrangeira. Na Unidade 2 o enfoque será na produção do material didático em língua inglesa. Deste modo, no Tópico 1 serão apresentados alguns conceitos e exemplos do que são os materiais didáticos. Já o Tópico 2 aborda aspectos relativos ao conteúdo dos materiais didáticos, em que você estudará acerca do texto, da abordagem gramatical, do uso do vocabulário e das práticas de oralidade propostas. No último tópico, o tema é a imagem no material didático, o qual apresenta discussões sobre a leitura de imagens e os critérios na seleção de imagens para a produção de materiais didáticos. Para concluir os estudos deste livro, a Unidade 3 tratará da análise de materiais didáticos. Iniciamos pelos critérios gerais, para que você conheça os principais aspectos que devem ser observados na análise dos livros e demais materiais didáticos, desde as metodologias propostas, os materiais de apoio ao professor, a linguagem e a adequação às faixas etárias dos alunos, a exploração de textos multimodais, o incentivo às práticas de audição e oralidade em língua inglesa, entre tantas outras características. Já no Tópico 2 a análise se volta especificamente aos materiais de língua inglesa, no qual você terá a oportunidade de estudar sobre a análise de materiais a partir das obras selecionadas pelo PNLD 2020. Acadêmico, aproveite ao máximo cada um dos diálogos propostos nesta obra, assim como as autoatividades apresentadas ao fim de cada unidade, elas são importantes para a compreensão dos diversos estudos abordados aqui. Além disso, acesse as atividades indicadas na ferramenta UNI e leia o que for sugerido como material extra. Lembre-se sempre de acessar a trilha de aprendizagem da disciplina no seu Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA), pois os materiais disponibilizados lá são muito importantes para o seu aprendizado. IV Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há novidades em nosso material. Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo. Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto em questão. Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa continuar seus estudos com um material de qualidade. Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de Desempenho de Estudantes – ENADE. Bons estudos! Esperamos que os conhecimentos aqui compartilhados sejam valiosos para que no futuro você possa desempenhar com excelência seu papel como profissional. Bons estudos! Prof.ª Ms. Taise Feldmann NOTA V Olá acadêmico! Para melhorar a qualidade dos materiais ofertados a você e dinamizar ainda mais os seus estudos, a Uniasselvi disponibiliza materiais que possuem o código QR Code, que é um código que permite que você acesse um conteúdo interativo relacionado ao tema que você está estudando. Para utilizar essa ferramenta, acesse as lojas de aplicativos e baixe um leitor de QR Code. Depois, é só aproveitar mais essa facilidade para aprimorar seus estudos! UNI VI VII UNIDADE 1 – COMPREENDENDO OS FUNDAMENTOS DO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM DA LÍNGUA INGLESA ..................................... 1 TÓPICO 1 – OS PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS E O ENSINO DA LÍNGUA ESTRANGEIRA .............................................................................................. 3 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 3 2 O QUE SÃO OS PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS? .......................................... 3 3 A LÍNGUA ESTRANGEIRA NOS PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS .......... 10 4 A RELAÇÃO ENTRE A LDB E OS PCN NA LÍNGUA ESTRANGEIRA ................................. 15 RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 17 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 20 TÓPICO 2 – A BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR E A LÍNGUA ESTRANGEIRA ................................................................................................................ 23 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 23 2 O QUE É A BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR? ........................................................ 23 3 A LÍNGUA INGLESA NA BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR ............................... 35 LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 46 RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................ 47 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 49 TÓPICO 3 – O PROGRAMA NACIONAL DO LIVRO E DO MATERIAL DIDÁTICO PARA LÍNGUA ESTRANGEIRA .................................................................................. 51 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 51 2 O QUE É O PNLD? .............................................................................................................................. 51 3 OS CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DO PNLD ................................................................................ 55 4 POR QUE ESCOLHER UMBOM LIVRO DIDÁTICO? .............................................................. 60 RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................ 62 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 64 UNIDADE 2 – A PRODUÇÃO DO MATERIAL DIDÁTICO EM LÍNGUA INGLESA ........... 65 TÓPICO 1 – DEFININDO MATERIAL DIDÁTICO ........................................................................ 67 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 67 2 O QUE É MATERIAL DIDÁTICO?................................................................................................... 68 3 A IMPORTÂNCIA DO USO CORRETO DO MATERIAL DIDÁTICO NO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM DA LÍNGUA INGLESA ............................... 74 4 O LÚDICO NO MATERIAL DIDÁTICO DE LÍNGUA INGLESA ........................................... 78 RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 84 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 86 suMário VIII TÓPICO 2 – ASPECTOS RELATIVOS AO CONTEÚDO DOS MATERIAIS DIDÁTICOS .... 89 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 89 2 O TEXTO NO MATERIAL DIDÁTICO ........................................................................................... 89 3 A ABORDAGEM GRAMATICAL NO MATERIAL DIDÁTICO ............................................... 94 4 O USO DO VOCABULÁRIO NO MATERIAL DIDÁTICO ....................................................... 98 5 PRÁTICAS DE ORALIDADE PROPOSTAS PELO MATERIAL DIDÁTICO ......................102 RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................109 AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................111 TÓPICO 3 – A IMAGEM NO MATERIAL DIDÁTICO .................................................................113 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................113 2 A LEITURA DE IMAGENS E O MATERIAL DIDÁTICO ........................................................113 LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................120 RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................122 AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................124 UNIDADE 3 – ANÁLISE DO MATERIAL DIDÁTICO EM LÍNGUA INGLESA ....................127 TÓPICO 1 – CRITÉRIOS GERAIS PARA A ANÁLISE DE MATERIAIS DIDÁTICOS .........129 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................129 2 CRITÉRIOS UTILIZADOS NA ANÁLISE DE MATERIAIS DIDÁTICOS ............................129 RESUMO DO TÓPICO 1......................................................................................................................139 AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................140 TÓPICO 2 – ANÁLISE DE MATERIAIS DIDÁTICOS EM LÍNGUA INGLESA .....................143 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................143 2 CRITÉRIOS UTILIZADOS NA ANÁLISE E SELEÇÃO DE MATERIAIS DIDÁTICOS EM LÍNGUA INGLESA ...........................................................................................143 3 RESENHAS DE OBRAS Selecionadas PELO PNLD 2020 ..........................................................156 LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................171 RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................174 AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................176 REFERÊNCIAS .......................................................................................................................................179 1 UNIDADE 1 COMPREENDENDO OS FUNDAMENTOS DO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM DA LÍNGUA INGLESA OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM PLANO DE ESTUDOS A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de: • compreender o que são os Parâmetros Curriculares Nacionais – PCN; • analisar como a língua estrangeira é abordada nos PCN; • estabelecer relações entre a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB e os PCN de língua estrangeira; • compreender o que é a Base Nacional Comum Curricular – BNCC; • observar como a língua estrangeira é versada na BNCC; • apreender o que é o Programa Nacional do Livro e do Material Didático – PNLD e seus critérios de avaliação. Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade, você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado. TÓPICO 1 – OS PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS E O ENSINO DA LÍNGUA ESTRANGEIRA TÓPICO 2 – A BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR E A LÍNGUA ESTRANGEIRA TÓPICO 3 – O PROGRAMA NACIONAL DO LIVRO E DO MATERIAL DIDÁTICO PARA LÍNGUA ESTRANGEIRA 2 3 TÓPICO 1 UNIDADE 1 OS PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS E O ENSINO DA LÍNGUA ESTRANGEIRA 1 INTRODUÇÃO Iniciamos mais uma importante disciplina, e, desta vez, é hora de falarmos sobre o material didático em língua inglesa. É essencial que você, futuro professor, perceba a relevância deste estudo para a sua prática profissional, uma vez que os materiais didáticos são ferramentas para o processo de ensino e aprendizagem. A fim de que você compreenda este conteúdo e saiba, ao final da disciplina, analisar e produzir materiais didáticos em língua inglesa, entendemos que, seja importante estudar, inicialmente, os princípios que o norteiam. Neste tópico, você estudará o que são os Parâmetros Curriculares Nacionais – PCN, como a Língua Estrangeira é abordada pelos PCN e, por fim, a relação entre a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB e os PCN de língua estrangeira. A partir deste estudo inicial, você poderá compreender conceitos fundamentais que o ajudarão a participar ativamente das discussões propostas ao longo das Unidades 2 e 3. 2 O QUE SÃO OS PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS? Fundamentaremos nossos diálogos nos documentos basilares da educação básica brasileira (PCN, Leis, Diretrizes, entre outros) e em autores que discutem o processo educacional de forma reflexiva e contínua. Deste modo, iniciamos nossos estudos com citações dos PCN, para que você compreenda o que são esses importantes documentos. Os Parâmetros Curriculares Nacionais nascem da necessidade de se construir uma referência curricular nacional para o ensino fundamental que possa ser discutida e traduzida em propostas regionais nos diferentes estados e municípios brasileiros, em projetos educativos nas escolas e nas salas de aula. E que possam garantir a todo aluno de qualquer região do país, do interior ou do litoral, de uma grande cidade ou da zona rural, que frequentam UNIDADE 1 | COMPREENDENDO OS FUNDAMENTOS DO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEMDA LÍNGUA INGLESA 4 cursos nos períodos diurno ou noturno, que sejam portadores de necessidades especiais, o direito de ter acesso aos conhecimentos indispensáveis para a construção de sua cidadania (BRASIL, 1998c, p. 9, grifos nossos). Na mesma direção, as Orientações Curriculares para o Ensino Médio - Linguagens, Códigos e suas Tecnologias (BRASIL, 2006, p. 8, grifos nossos) expõem que: A Secretaria de Educação Básica, por intermédio do Departamento de Política do Ensino Médio, encaminha para os professores o documento Orientações Curriculares para o Ensino Médio com a intenção de apresentar um conjunto de reflexões que alimente a sua prática docente. A proposta foi desenvolvida a partir da necessidade expressa em encontros e debates com os gestores das Secretarias Estaduais de Educação e aqueles que, nas universidades, vêm pesquisando e discutindo questões relativas ao ensino das diferentes disciplinas. A demanda era pela retomada da discussão dos Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Médio, não só no sentido de aprofundar a compreensão sobre pontos que mereciam esclarecimentos, como também, de apontar e desenvolver indicativos que pudessem oferecer alternativas didático- pedagógicas para a organização do trabalho pedagógico, a fim de atender às necessidades e às expectativas das escolas e dos professores na estruturação do currículo para o ensino médio. Diante o exposto, você pode perceber a relevância dos PCN, que têm a função de orientar os professores, traçando objetivos e aspectos fundamentais respectivos a cada disciplina do Ensino Fundamental e do Ensino Médio. A partir desse norte, almeja-se que todos tenham acesso ao conjunto de conhecimentos compreendidos como essenciais para a formação dos alunos como cidadãos, atuantes em nossa sociedade. Neste sentido, mesmo fazendo parte de um contexto social vulnerável, as escolas têm o suporte dos Parâmetros Curriculares Nacionais, que são adaptados às suas realidades, e se transformam em conteúdos de ensino, ajudando os professores com a didática do cotidiano escolar. Os Parâmetros Curriculares Nacionais foram elaborados procurando, de um lado, respeitar diversidades regionais, culturais, políticas existentes no país e, de outro, considerar a necessidade de construir referências nacionais comuns ao processo educativo em todas as regiões brasileiras (BRASIL, 1998a, p. 5, grifos nossos). Referente ao alcance dos PCN, há documentos específicos desde a Educação Infantil, contudo, focaremos no Ensino Fundamental e Médio, visto que a língua estrangeira é prevista a partir destas etapas. Vejamos alguns trechos abaixo: TÓPICO 1 | OS PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS E O ENSINO DA LÍNGUA ESTRANGEIRA 5 QUADRO 1 - PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS (1ª A 4ª SÉRIE) Volume 1 - Introdução aos Parâmetros Curriculares Nacionais Volume 2 - Língua Portuguesa Volume 3 - Matemática Volume 4 - Ciências Naturais Volume 5 - História e Geografia Volume 6 - Arte Volume 7 - Educação Física Volume 8 - Apresentação dos Temas Transversais e Ética Volume 9 - Meio Ambiente e Saúde Volume 10 - Pluralidade Cultural e Orientação Sexual FONTE: Brasil (1997, p. 2) QUADRO 2 - TERCEIRO E QUARTO CICLOS DO ENSINO FUNDAMENTAL Volume 1 - Introdução aos PCN Volume 2 - Língua Portuguesa Volume 3 - Matemática Volume 4 - Ciências Naturais Volume 5 - Geografia Volume 6 - História Volume 7 - Arte Volume 8 - Educação Física Volume 09 - Língua Estrangeira Volume 10.1 - Temas Transversais - Apresentação Volume 10.2 - Temas Transversais - Pluralidade Cultural Volume 10.3 - Temas Transversais - Meio Ambiente Volume 10.4 - Temas Transversais - Saúde Volume 10.5 - Temas Transversais - Orientação Sexual FONTE: <http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/introducao.pdf>. Acesso em: 10 abr. 2019. QUADRO 3 - ORIENTAÇÕES CURRICULARES NACIONAIS PARA O ENSINO MÉDIO - PCNEM Volume 1 - Linguagens, Códigos e suas Tecnologias Volume 2 - Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias Volume 3 - Ciências Humanas e suas Tecnologias FONTE: <http://portal.mec.gov.br/programa-saude-da-escola/195-secretarias-112877938/seb- educacao-basica-2007048997/13558-politicas-de-ensino-medio>. Acesso em: 10 abr. 2019. UNIDADE 1 | COMPREENDENDO OS FUNDAMENTOS DO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM DA LÍNGUA INGLESA 6 DICAS Acesse os PCN nos links a seguir: • Parâmetros Nacionais de Qualidade para a Educação Infantil: http://portal.mec.gov.br/seb/ arquivos/pdf/Educinf/eduinfparqualvol1.pdf. • Parâmetros Curriculares Nacionais (1ª a 4ª série): http://portal.mec.gov.br/expansao- da-rede-federal/195-secretarias-112877938/seb-educacao-basica-2007048997/12640- parametros-curriculares-nacionais-1o-a-4o-series. • Terceiro e Quarto Ciclos do Ensino Fundamental: http://portal.mec.gov.br/programa- saude-da-escola/195-secretarias-112877938/seb-educacao-basica-2007048997/12657- parametros-curriculares-nacionais-5o-a-8o-series. • Orientações Curriculares Nacionais para o Ensino Médio: http://portal.mec.gov.br/programa- saude-da-escola/195-secretarias-112877938/seb-educacao-basica-2007048997/13558- politicas-de-ensino-medio. A respeito dos objetivos, os PCN orientam que os alunos sejam capazes de: QUADRO 4 – OBJETIVOS DO ENSINO FUNDAMENTAL I • Objetivo geral do ensino fundamental: utilizar diferentes linguagens – verbal, matemática, gráfica, plástica, corporal – como meio para expressar e comunicar suas ideias, interpretar e usufruir das produções da cultura. • Objetivo geral do ensino de matemática: analisar informações relevantes do ponto de vista do conhecimento e estabelecer o maior número de relações entre elas, fazendo uso do conhecimento matemático para interpretá-las e avaliá-las criticamente. • Objetivo do ensino de matemática para o primeiro ciclo: identificar, em situações práticas, que muitas informações são organizadas em tabelas e gráficos para facilitar a leitura e a interpretação, e construir formas pessoais de registro para comunicar informações coletadas. FONTE: Brasil (1998b, p. 55-56) TÓPICO 1 | OS PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS E O ENSINO DA LÍNGUA ESTRANGEIRA 7 QUADRO 5 - OBJETIVOS DO ENSINO FUNDAMENTAL II • Compreender a cidadania como participação social e política, assim como exercício de direitos e deveres políticos, civis e sociais, adotando, no dia-a-dia, atitudes de solidariedade, cooperação e repúdio às injustiças, respeitando o outro e exigindo para si o mesmo respeito. • Posicionar-se de maneira crítica, responsável e construtiva nas diferentes situações sociais, utilizando o diálogo como forma de mediar conflitos e de tomar decisões coletivas. • Conhecer características fundamentais do Brasil nas dimensões sociais, materiais e culturais como meio para construir progressivamente a noção de identidade nacional e pessoal e o sentimento de pertinência ao país. • Conhecer e valorizar a pluralidade do patrimônio sociocultural brasileiro, bem como aspectos socioculturais de outros povos e nações, posicionando- se contra qualquer discriminação baseada em diferenças culturais, de classe social, de crenças, de sexo, de etnia ou outras características individuais e sociais. • Perceber-se integrante, dependente e agente transformador do ambiente, identificando seus elementos e as interações entre eles, contribuindo ativamente para a melhoria do meio ambiente. • Desenvolver o conhecimento ajustado de si mesmo e o sentimento de confiança em suas capacidades afetiva, física, cognitiva, ética, estética, de inter-relação pessoal e de inserção social, para agir com perseverança na busca de conhecimento e no exercício da cidadania. • Conhecer o próprio corpo e dele cuidar, valorizando e adotando hábitos saudáveis como um dos aspectos básicos da qualidade de vida e agindo com responsabilidade em relação à sua saúde e à saúde coletiva. • Utilizar as diferentes linguagens – verbal, musical, matemática, gráfica, plástica e corporal – como meio para produzir, expressar e comunicar suas ideias, interpretare usufruir das produções culturais, em contextos públicos e privados, atendendo a diferentes intenções e situações de comunicação. • Saber utilizar diferentes fontes de informação e recursos tecnológicos para adquirir e construir conhecimentos. • Questionar a realidade formulando-se problemas e tratando de resolvê- los, utilizando para isso o pensamento lógico, a criatividade, a intuição, a capacidade de análise crítica, selecionando procedimentos e verificando sua adequação. FONTE: Brasil (1998b, p. 7-8). UNIDADE 1 | COMPREENDENDO OS FUNDAMENTOS DO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM DA LÍNGUA INGLESA 8 QUADRO 6 - OBJETIVOS DO ENSINO MÉDIO A formação do aluno deve ter como alvo principal: • A aquisição de conhecimentos básicos. • A preparação científica. • A capacidade de utilizar as diferentes tecnologias relativas às áreas de atuação. Propõe-se, no nível do Ensino Médio: • A formação geral, em oposição à formação específica. • O desenvolvimento de capacidades de pesquisar, buscar informações, analisá-las e selecioná-las. • A capacidade de aprender, criar, formular, ao invés do simples exercício de memorização. FONTE: Brasil (2000, p. 5) Os PCN para o Ensino Médio foram desenvolvidos no ano de 2000, tendo sido reformulados nas Orientações Curriculares para o Ensino Médio, no ano de 2016. IMPORTANT E Os objetivos, expostos nos quadros anteriores: constituem o ponto de partida para se refletir sobre qual é a formação que se pretende que os alunos obtenham, que a escola deseja proporcionar e tem possibilidades de realizar, sendo, nesse sentido, pontos de referência que devem orientar a atuação educativa em todas as áreas, ao longo da escolaridade obrigatória. Devem, portanto, orientar a seleção de conteúdo a serem aprendidos como meio para o desenvolvimento das capacidades e indicar os encaminhamentos didáticos apropriados para que os conteúdos estudados façam sentido para os alunos. Finalmente, devem constituir-se uma referência indireta da avaliação da atuação pedagógica da escola (BRASIL, 1997, p. 49). No que diz respeito à estrutura dos PCN para o Ensino Fundamental, acompanhe a imagem a seguir: TÓPICO 1 | OS PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS E O ENSINO DA LÍNGUA ESTRANGEIRA 9 FIGURA 1 - ESTRUTURA DOS PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS PARA O ENSINO FUNDAMENTAL Objetivos Gerais do Ensino Fundamental Área de Língua Portuguesa Área de Matemática Área de Ciências Naturais Área de História Área de Geografia Área de Arte Área de Educação Física Área de Língua Estrangeira Caracterização da Área Objetivos Gerais da Área 1º Ciclo (1ª e 2ª s.) 2º Ciclo (3ª e 4ª s.) 3º Ciclo (5ª e 6ª s.) 4º Ciclo (7ª e 8ª s.) Objetivos da Área para o Ciclo Conteúdo da Área para o Ciclo Critérios de Avaliação da Área para o Ciclo Orientações Didáticas 1ª Parte Ensino Fundamental 2ª Parte Especificação por Ciclos Ética - Saúde - Meio Ambiente - Orientação Sexual - Pluralidade Cultural - Trabalho e Consumo FONTE: Brasil (1998b, p. 54) Os diálogos acerca dos PCN são infindáveis, visto que originam de diversos documentos que orientam a Educação Básica brasileira desde o Ensino Fundamental I, quando nossas crianças iniciam essa jornada, passando pelo Ensino Fundamental II, aonde novos conhecimentos são construídos, até o Ensino Médio, momento em que nossos jovens se constituem como cidadãos. Vamos adiante, conhecer como a Língua Estrangeira é discutida pelos PCN. UNIDADE 1 | COMPREENDENDO OS FUNDAMENTOS DO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM DA LÍNGUA INGLESA 10 3 A LÍNGUA ESTRANGEIRA NOS PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS Acadêmico, agora que você já sabe o que são os PCN e sua importância para a formação de nossos alunos, vamos às especificidades destes documentos, analisando como a língua estrangeira é abordada. Conforme você pôde estudar anteriormente, os conteúdos relacionados à língua estrangeira são abordados nos PCN para o Ensino Fundamental II – Volume 9 – Língua Estrangeira; e nas Orientações Curriculares Nacionais para o Ensino Médio – Volume 1 – Linguagem, Código e suas Tecnologias. Vejamos as justificativas para a inclusão de Língua Estrangeira nessas etapas. QUADRO 7 – A LÍNGUA ESTRANGEIRA NO ENSINO FUNDAMENTAL A inclusão de uma área no currículo deve ser determinada, entre outros fatores, pela função que desempenha na sociedade. [...] Independentemente de se reconhecer a importância do aprendizado de várias línguas, em vez de uma única, e de se pôr em prática uma política de pluralismo linguístico, nem sempre há a possibilidade de se incluir mais do que uma língua estrangeira no currículo. Os motivos podem ir da falta de professores até a dificuldade de incluir um número elevado de disciplinas na grade escolar. Assim, uma questão que precisa ser enfrentada é qual, ou quais línguas estrangeiras incluir no currículo. Pelo menos três fatores devem ser considerados: • Fatores históricos: estão relacionados ao papel que uma língua específica representa em certos momentos da história, fazendo com que sua aprendizagem adquira maior relevância. A relevância é frequentemente determinada pelo papel hegemônico dessa língua nas trocas internacionais, gerando implicações para as trocas interacionais nos campos da cultura, da educação, da ciência, do trabalho etc. • Fatores relativos às comunidades locais: a convivência entre comunidades locais e imigrantes ou indígenas pode ser um critério para a inclusão de determinada língua no currículo escolar. Justifica-se pelas relações envolvidas nessa convivência: as relações culturais, afetivas e de parentesco. Por outro lado, em comunidades indígenas e em comunidades de surdos, nas quais a língua materna não é o português, justifica-se o ensino de Língua Portuguesa como segunda língua. • Fatores relativos à tradição: o papel que determinadas línguas estrangeiras tradicionalmente desempenham nas relações culturais entre os países pode ser um fator a ser considerado. O francês, por exemplo, desempenhou e desempenha importante papel do ponto de vista das trocas culturais entre o Brasil e a França e como instrumental de acesso ao conhecimento de toda uma geração de brasileiros. FONTE: Brasil (1998b, p. 20-23) TÓPICO 1 | OS PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS E O ENSINO DA LÍNGUA ESTRANGEIRA 11 Da mesma forma, os PCNEM – Orientações Curriculares Nacionais para o Ensino Médio – expõem que: QUADRO 8 – A LÍNGUA ESTRANGEIRA NO ENSINO MÉDIO As orientações curriculares para Línguas Estrangeiras têm como objetivo: • Retomar a reflexão sobre a função educacional do ensino de Línguas Estrangeiras no ensino médio e ressaltar a importância dessas; • Reafirmar a relevância da noção de cidadania e discutir a prática dessa noção no ensino de Línguas Estrangeiras; • Discutir o problema da exclusão no ensino em face de valores “globalizantes” e o sentimento de inclusão frequentemente aliado ao conhecimento de Línguas Estrangeiras; • Introduzir as teorias sobre a linguagem e as novas tecnologias (letramentos, multiletramentos, multimodalidade, hipertexto) e dar sugestões sobre a prática do ensino de Línguas Estrangeiras por meio dessas. FONTE: Brasil (2006, p. 87) A partir das justificativas expostas, podemos perceber que as línguas estrangeiras exercem um papel fundamental na formação de nossos alunos, em especial o Inglês, que possui influência “na chamada sociedade globalizada e de alto nível tecnológico” (BRASIL, 1998b, p. 23), visto que é a língua mais usada no mundo, tanto no que diz respeito aos negócios, ao turismo, até na educação, em que seu domínio é praticamente universal nas universidades ao redor do mundo. Referente às habilidades linguísticas esperadas, os PCN para o Ensino Fundamental II orientam que: o foco no que ensinar pode ser melhor entendido ao se pensar, metaforicamente, sobre o que as lentes de uma máquina fotográfica focalizam. O primeiro foco, por meio do uso de uma lente padrão, estaria colocado nahabilidade de leitura. A lente pode, contudo, ser trocada por uma grande-angular, na dependência das condições em contextos de ensino específicos como também do papel relativo que as línguas estrangeiras particulares representam na comunidade (o caso do espanhol na situação de fronteira, por exemplo), de modo a ampliar o foco para envolver outras habilidades comunicativas. Esse sistema de focos para indicar o que ensinar tem por objetivo organizar uma proposta de ensino que garanta para todos, na rede escolar, uma experiência significativa de comunicação via Língua Estrangeira, por intermédio do uso de uma lente padrão. Isso é o que foi chamado de engajamento discursivo por meio de leitura em língua estrangeira, que se pauta por uma questão central neste documento: dar acesso a todos a uma educação linguística de qualidade (BRASIL, 1998b, p. 21). UNIDADE 1 | COMPREENDENDO OS FUNDAMENTOS DO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM DA LÍNGUA INGLESA 12 Contudo, os PCN não excluem o ensino das demais habilidades linguísticas, que possuem igualmente a importância da leitura. Deste modo, você, como futuro professor, pode, dentro das suas possibilidades, proporcionar o ensino da língua inglesa de modo que todas as habilidades sejam alcançadas (reading – ler, writing – escrever, listening – ouvir e speaking – falar). Lembre-se de que você já estudou disciplinas específicas para essa finalidade, como as de didática e de habilidades em língua inglesa. Já OS PCNEM propõem que: QUADRO 9 – HABILIDADES COMUNICATIVAS Proposta das habilidades a serem desenvolvidas em Línguas Estrangeiras no Ensino Médio 1º ano Leitura Comunicação oral Prática escrita 2º ano Leitura Comunicação oral Prática escrita 3º ano Leitura Comunicação oral Prática escrita FONTE: Brasil (2006, p. 111) Além do exposto, os PCN para o Ensino Fundamental II expõem que: No que se refere ao ensino de línguas, a questão torna-se da maior relevância. Para ser um participante atuante é preciso ser capaz de se comunicar. E ser capaz de se comunicar não apenas na língua materna, mas também em uma ou mais línguas estrangeiras. O desenvolvimento de habilidades comunicativas, em mais de uma língua, é fundamental para o acesso à sociedade da informação. Para que as pessoas tenham acesso mais igualitário ao mundo acadêmico, ao mundo dos negócios e ao mundo da tecnologia etc., é indispensável que o ensino de Língua Estrangeira seja entendido e concretizado como o ensino que oferece instrumentos indispensáveis de trabalho (BRASIL, 1998b, p. 38, grifos nossos). Deste modo, é essencial que você esteja atento às orientações dos PCN quanto às habilidades de aprendizagem esperadas, uma vez que os materiais didáticos devem ser elaborados e/ou escolhidos de modo que atendam essas demandas. Assim, você terá ferramentas que darão suporte à sua prática educativa, facilitando o processo de ensino e aprendizagem da língua inglesa. TÓPICO 1 | OS PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS E O ENSINO DA LÍNGUA ESTRANGEIRA 13 Complementando as informações anteriores, vejamos a seguir a perspectiva educacional do ensino de língua estrangeira no Ensino Fundamental II segundo os PCN. QUADRO 10 – PERSPECTIVA EDUCACIONAL A aprendizagem de Língua Estrangeira contribui para o processo educacional como um todo, indo muito além da aquisição de um conjunto de habilidades linguísticas. Leva a uma nova percepção da natureza da linguagem, aumenta a compreensão de como a linguagem funciona e desenvolve maior consciência do funcionamento da própria língua materna. Ao mesmo tempo, ao promover uma apreciação dos costumes e valores de outras culturas, contribui para desenvolver a percepção da própria cultura por meio da compreensão da(s) cultura(s) estrangeira(s). O desenvolvimento da habilidade de entender/ dizer o que outras pessoas, em outros países, diriam em determinadas situações leva, portanto, à compreensão tanto das culturas estrangeiras quanto da cultura materna. Essa compreensão intercultural promove, ainda, a aceitação das diferenças nas maneiras de expressão e de comportamento. Há ainda outro aspecto a ser considerado, do ponto de vista educacional. É a função interdisciplinar que a aprendizagem de Língua Estrangeira pode desempenhar no currículo. O benefício resultante é mútuo. O estudo das outras disciplinas, notadamente de História, Geografia, Ciências Naturais, Arte, passa a ter outro significado se em certos momentos forem proporcionadas atividades conjugadas com o ensino de Língua Estrangeira, levando-se em consideração, é claro, o projeto educacional da escola. Essa é 38 uma maneira de viabilizar na prática de sala de aula a relação entre língua estrangeira e o mundo social, isto é, como fazer uso da linguagem para agir no mundo social. A aprendizagem de Língua Estrangeira no ensino fundamental não é só um exercício intelectual em aprendizagem de formas e estruturas linguísticas em um código diferente; é, sim, uma experiência de vida, pois amplia as possibilidades de se agir discursivamente no mundo. O papel educacional da Língua Estrangeira é importante, desse modo, para o desenvolvimento integral do indivíduo, devendo seu ensino proporcionar ao aluno essa nova experiência de vida. Experiência que deveria significar uma abertura para o mundo, tanto o mundo próximo, fora de si mesmo, quanto o mundo distante, em outras culturas. Assim, contribui-se para a construção, e para o cultivo pelo aluno, de uma competência não só no uso de línguas estrangeiras, mas também na compreensão de outras culturas. FONTE: Brasil (1998b, p. 37-38). UNIDADE 1 | COMPREENDENDO OS FUNDAMENTOS DO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM DA LÍNGUA INGLESA 14 Para concluir, gostaríamos que você compreendesse que: [...] em muitos casos, há falta de clareza sobre o fato de que os objetivos do ensino de idiomas em escola regular são diferentes dos objetivos dos cursos de idiomas. Trata-se de instituições com finalidades diferenciadas. Observa-se a citada falta de clareza quando a escola regular tende a concentrar-se no ensino apenas linguístico ou instrumental da Língua Estrangeira (desconsiderando outros objetivos, como os educacionais e os culturais). Esse foco retrata uma concepção de educação que concentra mais esforços na disciplina/ conteúdo que propõe ensinar (no caso, um idioma, como se esse pudesse ser aprendido isoladamente de seus valores sociais, culturais, políticos e ideológicos) do que nos aprendizes e na formação desses. A concentração em tais objetivos pode gerar indefinições (e comparações) sobre o que caracteriza o aprendizado dessa disciplina no currículo escolar e sobre a justificativa desse no referido contexto. [...] a disciplina Línguas Estrangeiras na escola visa a ensinar um idioma estrangeiro e, ao mesmo tempo, cumprir outros compromissos com os educandos, como, por exemplo, contribuir para a formação de indivíduos como parte de suas preocupações educacionais. (BRASIL, 2006, p. 90-91, grifo nosso). No mesmo sentido, segundo Van Ek e Trim (1984 apud BRASIL, 2006, p. 92) o ensino de línguas estrangeiras possibilita: • estender o horizonte de comunicação do aprendiz para além de sua comunidade linguística restrita própria, ou seja, fazer com que ele entenda que há uma heterogeneidade no uso de qualquer linguagem, heterogeneidade esta contextual, social, cultural e histórica. Com isso, é importante fazer com que o aluno entenda que, em determinados contextos (formais, informais, oficiais, religiosos, orais, escritos, etc.), em determinados momentos históricos (no passado longínquo, poucos anos atrás, no presente), em outras comunidades (em seu próprio bairro, em sua própria cidade, em seu país, como em outros países), pessoas pertencentes a grupos diferentes em contextos diferentescomunicam-se de formas variadas e diferentes; • fazer com que o aprendiz entenda, com isso, que há diversas maneiras de organizar, categorizar e expressar a experiência humana e de realizar interações sociais por meio da linguagem. (Vale lembrar aqui que essas diferenças de linguagem não são individuais nem aleatórias, e sim sociais e contextualmente determinadas; que não são fixas e estáveis, e podem mudar com o passar do tempo.); • aguçar, assim, o nível de sensibilidade linguística do aprendiz quanto às características das Línguas Estrangeiras em relação à sua língua materna e em • desenvolver, com isso, a confiança do aprendiz, por meio de experiências bem-sucedidas no uso de uma língua estrangeira, enfrentar os desafios cotidianos e sociais de viver, adaptando-se, conforme necessário, a usos diversos da linguagem em ambientes diversos (sejam esses em sua própria comunidade, cidade, estado, país ou fora desses). TÓPICO 1 | OS PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS E O ENSINO DA LÍNGUA ESTRANGEIRA 15 Assim, compreendemos que a língua estrangeira nos Parâmetros Curriculares Nacionais, seja para o Ensino Fundamental ou para o Ensino Médio, é vista para além de uma disciplina, em que se espera o domínio de conteúdos. Ela é tida como uma fonte de conhecimentos culturais, políticos, sociais, entre outros, que possuem extrema relevância na formação de nossos alunos. 4 A RELAÇÃO ENTRE A LDB E OS PCN NA LÍNGUA ESTRANGEIRA Acadêmico, as discussões deste item se relacionam aos diálogos já iniciados nos itens anteriores, visto que a Lei de Diretrizes e Bases da Educação permeia todas as discussões relacionadas à Educação Básica brasileira. Contudo, achamos importante criar um item específico para falar sobre a LDB, pois como futuro professor de língua inglesa, você precisa compreender que a sua prática deve refletir as orientações dessa importante lei. Portanto, a Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, conhecida como Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB, em seu Título II – Dos Princípios e Fins da Educação Nacional, estabelece que: Art. 2º A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. Art. 3º O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios: I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento, a arte e o saber; III - pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas; IV - respeito à liberdade e apreço à tolerância; V - coexistência de instituições públicas e privadas de ensino; VI - gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais; VII - valorização do profissional da educação escolar; VIII - gestão democrática do ensino público, na forma desta Lei e da legislação dos sistemas de ensino; IX - garantia de padrão de qualidade; X - valorização da experiência extraescolar; XI - vinculação entre a educação escolar, o trabalho e as práticas sociais. XII - consideração com a diversidade étnico-racial. (Incluído pela Lei nº 12.796, de 2013) XIII - garantia do direito à educação e à aprendizagem ao longo da vida. (Incluído pela Lei nº 13.632, de 2018) (BRASIL, 1996, s.p.). Deste modo, muito mais que o ensino de conteúdos curriculares, é papel da escola, juntamente com as famílias, proporcionar uma educação que possibilite a formação de sujeitos críticos e reflexivos. Para isso, cabe a todos os envolvidos no processo educacional, principalmente ao professor que ensina aos alunos UNIDADE 1 | COMPREENDENDO OS FUNDAMENTOS DO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM DA LÍNGUA INGLESA 16 diariamente, considerar as diversidades, valorizar os conhecimentos dos alunos e suas experiências para além da sala de aula, planejar suas aulas de modo que os alunos tenham qualidade na aprendizagem e possibilitar que todos os alunos tenham condições de aprender os conteúdos de sua disciplina, em especial os alunos com deficiência(s). Pensar nessas condições de ensino e aprendizagem requer pensar nos materiais didáticos que serão utilizados, visto que tanto um livro quanto um vídeo que faz parte de uma sequência didática, por exemplo, devem conter os conteúdos curriculares a estudar e, ainda, possibilitar que esses conteúdos sejam aplicáveis aos mais variados contextos de ensino, pois conforme expõem os Parâmetros Curriculares Nacionais, devem “respeitar diversidades regionais, culturais, políticas existentes no país e, de outro, considerar a necessidade de construir referências nacionais comuns ao processo educativo em todas as regiões brasileiras” (BRASIL, 1998b, p. 5). No que diz respeito à Lei de Diretrizes e Bases e Língua Estrangeira, os PCN para o Ensino Fundamental II orientam que, A questão do ensino de Língua Estrangeira na escola, particularmente na escola pública, tem sido amplamente discutida nos meios acadêmicos e educacionais. Foi também objeto de manifestos de profissionais da área em reuniões científicas e de representações ao Congresso Nacional. Até bem pouco tempo atrás, a discussão era para se garantir a permanência dessa disciplina no currículo. Com a nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, no entanto, que prevê Língua Estrangeira como disciplina obrigatória no ensino fundamental a partir da quinta série, a discussão não necessita mais ser defensiva. Pode, sim, concentrar-se nos aspectos educacionais de fundo da questão, pois entende-se que dentro das possibilidades da instituição se refere à escolha da língua (a cargo da comunidade) e não à inclusão de uma língua estrangeira, já que o ensino desta deve ser obrigatório no currículo escolar. (BRASIL, 1998b, p. 37, grifos nossos) Neste sentido, acadêmico, você pode apreender que o ensino de, pelo menos, uma língua estrangeira é obrigatório no currículo escolar a partir da antiga quinta série, que atualmente é tido como sexto ano (Ensino Fundamental II – sextos, sétimos, oitavos e nonos anos), até o Ensino Médio. Outro aspecto importante é que língua estrangeira não se refere somente à língua inglesa, uma vez que conforme a LDB expõe e os PCN reforçam, a escolha da língua estrangeira deve ser feita de acordo com fatores históricos, fatores relativos às comunidades locais e fatores relativos à tradição. No próximo tópico ampliaremos as discussões referentes à língua estrangeira nos documentos oficiais da Educação Básica brasileira, por meio de uma importante construção coletiva de educadores de todo o Brasil, a BNCC – Base Nacional Comum Curricular. Vamos lá! 17 Neste tópico, você aprendeu que: • Os Parâmetros Curriculares Nacionais são referências para a Educação Básica brasileira, compreendendo desde a Educação Infantil até o Ensino Médio. • As discussões acerca dos PCN surgiram da necessidade de construir referências nacionais comuns ao processo educativo em todas as regiões brasileiras. • A ideia é que as referências sejam discutidas e traduzidas em propostas regionais nos diferentes estados e municípios brasileiros, em projetos educativos nas escolas e nas salas de aula. • Os PCN foram criados com o objetivo de garantir a todo aluno de qualquer região do país, dos períodos diurno ou noturno, que sejam portadores de necessidades especiais, o direito de ter acesso aos conhecimentos indispensáveis para a construção de sua cidadania. • Os PCNEM almejam oferecer alternativas didático-pedagógicas para a organização do trabalho pedagógico, a fim de atender às necessidades e às expectativas das escolas e dos professores na estruturação do currículo para o Ensino Médio. • Os PCN respeitam as diversidades regionais, culturais e políticas existentes no país. • A língua estrangeira é prevista a partir do Ensino Fundamental II (Volume 9 dos PCN Terceiro e Quarto Ciclos do Ensino Fundamental). • Nos PCNEM,a língua estrangeira é abordada no Volume 1 – Linguagens, Códigos e suas Tecnologias. • Quanto aos objetivos do Ensino Fundamental II, no que se refere às linguagens, o documento prevê que os alunos devem ser capazes de Utilizar as diferentes linguagens – verbal, musical, matemática, gráfica, plástica e corporal – como meio para produzir, expressar e comunicar suas ideias, interpretar e usufruir das produções culturais, em contextos públicos e privados, atendendo a diferentes intenções e situações de comunicação. • A aprendizagem de Língua Estrangeira no ensino fundamental não é só um exercício intelectual em aprendizagem de formas e estruturas linguísticas em um código diferente; é, sim, uma experiência de vida, pois amplia as possibilidades de se agir discursivamente no mundo. RESUMO DO TÓPICO 1 18 • O papel educacional da Língua Estrangeira é importante para o desenvolvimento integral do indivíduo, devendo seu ensino proporcionar ao aluno essa nova experiência de vida. • Já no Ensino Médio, a formação do aluno deve ter como alvo principal: a aquisição de conhecimentos básicos, a preparação científica e a capacidade de utilizar as diferentes tecnologias relativas às áreas de atuação. • Os PCN para o Ensino Médio foram desenvolvidos no ano de 2000, tendo sido reformulados nas Orientações Curriculares para o Ensino Médio, no ano de 2016. • A inclusão de uma área no currículo deve ser determinada, entre outros fatores, pela função que desempenha na sociedade. • As orientações curriculares para Línguas Estrangeiras no Ensino Médio têm como objetivo: retomar a reflexão sobre a função educacional do ensino de Línguas Estrangeiras no ensino médio e ressaltar a importância delas; reafirmar a relevância da noção de cidadania e discutir a prática dessa noção no ensino de Línguas Estrangeiras; discutir o problema da exclusão no ensino em face de valores “globalizantes” e o sentimento de inclusão frequentemente aliado ao conhecimento de Línguas Estrangeiras; introduzir as teorias sobre a linguagem e as novas tecnologias (letramentos, multiletramentos, multimodalidade, hipertexto) e dar sugestões sobre a prática do ensino de Línguas Estrangeiras por meio delas. • As línguas estrangeiras exercem um papel fundamental na formação de nossos alunos, em especial o Inglês, que possui influência “na chamada sociedade globalizada e de alto nível tecnológico” (BRASIL, 1998b, p. 23). • Segundo os PCN, o primeiro foco no ensino de uma língua estrangeira deve ser na habilidade de leitura. • Os PCN não excluem o ensino das demais habilidades linguísticas, que possuem igualmente a importância da leitura. • Os PCNEM propõem que as habilidades comunicativas da língua estrangeira (leitura, comunicação oral e prática escrita) devem ser desenvolvidas ao longo dos três anos do Ensino Médio. • Além dos apontamentos já levantados, os PCN expõem que desenvolvimento de habilidades comunicativas, em mais de uma língua, é fundamental para o acesso à sociedade da informação e, ainda, para que as pessoas tenham acesso mais igualitário ao mundo acadêmico, ao mundo dos negócios e ao mundo da tecnologia etc., é indispensável que o ensino de Língua Estrangeira seja entendido e concretizado como o ensino que oferece instrumentos indispensáveis de trabalho. 19 • A disciplina Línguas Estrangeiras na escola visa a ensinar um idioma estrangeiro e, ao mesmo tempo, cumprir outros compromissos com os educandos, como, por exemplo, contribuir para a formação de indivíduos como parte de suas preocupações educacionais. • A LDB prevê que o ensino de, pelo menos, uma língua estrangeira é obrigatório no currículo escolar a partir do Ensino Fundamental II até o Ensino Médio. 20 1 (ENADE, 2005) Os Parâmetros Curriculares Nacionais – Língua Estrangeira ensino fundamental fazem um alerta aos professores sobre os softwares disponíveis para o ensino de Língua Estrangeira que reproduzem, muitas vezes, um tipo de “instrução programada”, incompatível com visão de linguagem e de aprendizagem proposta nos PCN. Qual é a característica apresentada por um software típico de “instrução programada” que o torna incompatível com a proposta dos PCN? FONTE: <https://www.aprovaconcursos.com.br/questoes-de-concurso/questao/655141>. Acesso em: 3 set. 2019. a) ( ) Uma série subordinada de exercícios linguísticos, sem contextos definidos, com base em uma única resposta certa do aluno. b) ( ) Uma série de atividades específicas de uso da linguagem, em que se estabelece relação entre a língua e o mundo social do aluno. c) ( ) Uma série de propostas de inferência linguística, com base no pré- conhecimento do aluno sobre gêneros textuais. d) ( ) Uma série de perguntas sobre as expressões de um texto, que o aluno não conhece, com destaque para pistas contextuais. e) ( ) Uma série de hipóteses sobre o sentido do texto a serem aferidas pelo aluno, com base em índices contextuais. 2 Segundo os PCN, independentemente de se reconhecer a importância do aprendizado de várias línguas, em vez de uma única, e de se pôr em prática uma política de pluralismo linguístico, nem sempre há a possibilidade de se incluir mais do que uma língua estrangeira no currículo. Os motivos podem ir da falta de professores até a dificuldade de incluir um número elevado de disciplinas na grade escolar. Assim, uma questão que precisa ser enfrentada é qual, ou quais línguas estrangeiras incluir no currículo. A partir do exposto, analise as sentenças a seguir: I- Os fatores relativos às comunidades locais devem ser observados na inclusão de uma língua estrangeira no currículo escolar. II- Pode-se considerar o papel que determinadas línguas estrangeiras tradicionalmente desempenham nas relações culturais entre os países. III- Em comunidades indígenas e em comunidades de surdos, nas quais a língua materna não é o português, justifica-se o ensino de Língua Portuguesa como segunda língua. IV- Os fatores históricos estão relacionados a convivência entre comunidades locais e imigrantes ou indígenas. AUTOATIVIDADE 21 Selecione a opção correta: a) ( ) Somente a sentença II está correta. b) ( ) As sentenças II e IV estão corretas. c) ( ) As sentenças I, II, e III estão corretas. d) ( ) Somente a sentença III está correta. 3 (ENADE, 2014) “Cabe discutir uma questão que tem sido frequente nas preocupações dos professores de Língua Estrangeira: a procura de um método ideal. As abordagens estão alicerçadas em princípios de natureza variada”. FONTE: BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais: terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental: língua estrangeira. Brasília: MEC, 1998, p. 75-76 (adaptado). “O conhecimento atualmente disponível aponta para a necessidade de repensar sobre teorias e práticas tão difundidas e estabelecidas, que, para a maioria dos professores, tendem a parecer as únicas possíveis”. FONTE: BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais: língua portuguesa. Brasília: MEC, 1997, p. 27 (adaptado). Esses trechos dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) mencionam algumas preocupações sobre a prática docente no ensino de línguas. Em convergência com a percepção das linguagens como espaço de construção de sentidos, os excertos sugerem que, para a melhoria das práticas docentes, se considere: FONTE: <https://www.aprovaconcursos.com.br/questoes-de-concurso/questao/643085>. Acesso em: 3 set. 2019. a) ( ) O contexto da aprendizagem, para a prescrição de uma abordagem. b) ( ) O uso de diferentes abordagens e métodos, para atender contextos diversos. c) ( ) A série de orientações do Governo Federal como norteadora da escolha do método ideal. d) ( ) A utilização dos PCN como base para a maioria dos cursos de inglês que adotam o método audiovisual. e) ( ) A adoção de métodos cujas perspectivas teóricas têm sido as mais adequadas para a formação de professores desde a década de 1990. 22 23 TÓPICO 2 A BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR E A LÍNGUA ESTRANGEIRAUNIDADE 1 1 INTRODUÇÃO Acadêmico, dialogamos anteriormente sobre os Parâmetros Curriculares Nacionais, que orientam a Educação Básica brasileira. Desta vez, focaremos em outro importante documento, que institui uma base comum curricular em nível nacional, chamado de BNCC – Base Nacional Comum Curricular. Além de trazer algumas considerações acerca da criação e do desenvolvimento da BNCC, abordaremos de que forma a língua estrangeira é discutida e como os professores e escolas deverão se adequar às especificidades do documento. Para isso, iniciamos com alguns conceitos a partir dos documentos oficiais já apresentados no tópico anterior. 2 O QUE É A BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR? De acordo com as Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação Básica (DCNEB) e a própria Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), a Base Nacional Comum Curricular é compreendida como: [...] conhecimentos, saberes e valores produzidos culturalmente, expressos nas políticas públicas e que são gerados nas instituições produtoras do conhecimento científico e tecnológico; no mundo do trabalho; no desenvolvimento das linguagens; nas atividades desportivas e corporais; na produção artística; nas formas diversas de exercício da cidadania; nos movimentos sociais (BRASIL, 2010, p. 6). Deste modo, a BNCC tem a finalidade de normatizar os sistemas na elaboração de suas propostas curriculares, tendo como fundamento o direito à aprendizagem e ao desenvolvimento, em conformidade com o que preceituam o Plano Nacional de Educação (PNE) e a Conferência Nacional de Educação (CONAE) (BRASIL, 2016). Mas afinal, o que é o PNE e a CONAE? Vamos retomar alguns documentos e fatos que resultaram na criação da BNCC. UNIDADE 1 | COMPREENDENDO OS FUNDAMENTOS DO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM DA LÍNGUA INGLESA 24 A BNCC é parte do Plano Nacional da Educação – PNE, previsto na Constituição da República Federativa do Brasil de 1988: Art. 214. A lei estabelecerá o plano nacional de educação, de duração decenal, com o objetivo de articular o sistema nacional de educação em regime de colaboração e definir diretrizes, objetivos, metas e estratégias de implementação para assegurar a manutenção e desenvolvimento do ensino em seus diversos níveis, etapas e modalidades por meio de ações integradas dos poderes públicos das diferentes esferas federativas que conduzam a: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 59, de 2009) I - erradicação do analfabetismo; II - universalização do atendimento escolar; III - melhoria da qualidade do ensino; IV - formação para o trabalho; V - promoção humanística, científica e tecnológica do País. VI - estabelecimento de meta de aplicação de recursos públicos em educação como proporção do produto interno bruto. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 59, de 2009) (BRASIL, 1988, s.p., grifos nossos). Conforme você pôde ver, os documentos basilares da Educação Básica no Brasil são conexos, articulados para que a qualidade e o acesso à educação alcancem todos os brasileiros. Para compreender melhor o PNE, veja a seguir alguns trechos da Lei n° 13.005/2014, que aprova o Plano Nacional de Educação – PNE e dá outras providências. QUADRO 11 – LEI N° 13.005/2014 Art. 1o É aprovado o Plano Nacional de Educação – PNE, com vigência por 10 (dez) anos, a contar da publicação desta Lei, na forma do Anexo, com vistas ao cumprimento do disposto no art. 214 da Constituição Federal. Art. 2o São diretrizes do PNE: I - erradicação do analfabetismo; II - universalização do atendimento escolar; III - superação das desigualdades educacionais, com ênfase na promoção da cidadania e na erradicação de todas as formas de discriminação; IV - melhoria da qualidade da educação; V - formação para o trabalho e para a cidadania, com ênfase nos valores morais e éticos em que se fundamenta a sociedade; VI - promoção do princípio da gestão democrática da educação pública; VII - promoção humanística, científica, cultural e tecnológica do País; VIII - estabelecimento de meta de aplicação de recursos públicos em educação como proporção do Produto Interno Bruto – PIB, que assegure atendimento às necessidades de expansão, com padrão de qualidade e equidade; IX - valorização dos (as) profissionais da educação; X - promoção dos princípios do respeito aos direitos humanos, à diversidade e à sustentabilidade socioambiental. [...] TÓPICO 2 | A BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR E A LÍNGUA ESTRANGEIRA 25 Art. 8o Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios deverão elaborar seus correspondentes planos de educação, ou adequar os planos já aprovados em lei, em consonância com as diretrizes, metas e estratégias previstas neste PNE, no prazo de 1 (um) ano contado da publicação desta Lei. § 1o Os entes federados estabelecerão nos respectivos planos de educação estratégias que: I - assegurem a articulação das políticas educacionais com as demais políticas sociais, particularmente as culturais; II - considerem as necessidades específicas das populações do campo e das comunidades indígenas e quilombolas, asseguradas a equidade educacional e a diversidade cultural; III - garantam o atendimento das necessidades específicas na educação especial, assegurado o sistema educacional inclusivo em todos os níveis, etapas e modalidades; IV - promovam a articulação interfederativa na implementação das políticas educacionais. § 2o Os processos de elaboração e adequação dos planos de educação dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, de que trata o caput deste artigo, serão realizados com ampla participação de representantes da comunidade educacional e da sociedade civil. Art. 9o Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios deverão aprovar leis específicas para os seus sistemas de ensino, disciplinando a gestão democrática da educação pública nos respectivos âmbitos de atuação, no prazo de 2 (dois) anos contado da publicação desta Lei, adequando, quando for o caso, a legislação local já adotada com essa finalidade. [...] Art. 11. O Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica, coordenado pela União, em colaboração com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, constituirá fonte de informação para a avaliação da qualidade da educação básica e para a orientação das políticas públicas desse nível de ensino. § 1o O sistema de avaliação a que se refere o caput produzirá, no máximo a cada 2 (dois) anos: I - indicadores de rendimento escolar, referentes ao desempenho dos (as) estudantes apurado em exames nacionais de avaliação, com participação de pelo menos 80% (oitenta por cento) dos (as) alunos (as) de cada ano escolar periodicamente avaliado em cada escola, e aos dados pertinentes apurados pelo censo escolar da educação básica; II - indicadores de avaliação institucional, relativos a características como o perfil do alunado e do corpo dos (as) profissionais da educação, as relações entre dimensão do corpo docente, do corpo técnico e do corpo discente, a infraestrutura das escolas, os recursos pedagógicos disponíveis e os processos da gestão, entre outras relevantes. § 2o A elaboração e a divulgação de índices para avaliação da qualidade, como o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica – IDEB, que agreguem os indicadores mencionados no inciso I do § 1o não elidem a obrigatoriedade de divulgação, em separado, de cada um deles. UNIDADE 1 | COMPREENDENDO OS FUNDAMENTOS DO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM DA LÍNGUA INGLESA 26 § 3o Os indicadores mencionados no § 1o serão estimados por etapa, estabelecimento de ensino, rede escolar, unidade da Federação e em nível agregado nacional, sendo amplamente divulgados, ressalvada a publicação de resultados individuais e indicadores por turma, que fica admitida exclusivamente para a comunidade do respectivo estabelecimento e para o órgão gestor da respectiva rede. § 4o Cabem ao Inep a elaboração e o cálculo do Ideb e dos indicadores referidos no § 1o. §5o A avaliação de desempenho dos (as) estudantes em exames, referida no inciso I do § 1o, poderá ser diretamente realizada pela União ou, mediante acordo de cooperação, pelos Estados e pelo Distrito Federal, nos respectivos sistemas de ensino e de seus Municípios, caso mantenham sistemas próprios de avaliação do rendimento escolar, assegurada a compatibilidade metodológica entre esses sistemas e o nacional, especialmente no que se refere às escalas de proficiência e ao calendário de aplicação. [...] Art. 13. O poder público deverá instituir, em lei específica, contados 2 (dois) anos da publicação desta Lei, o Sistema Nacional de Educação, responsável pela articulação entre os sistemas de ensino, em regime de colaboração, para efetivação das diretrizes, metas e estratégias do Plano Nacional de Educação. Art. 14. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. Brasília, 25 de junho de 2014; 193o da Independência e 126o da República. FONTE: BRASIL (2014, s.p.). Além dos expostos na Lei nº 13.005, de 25 de junho de 2014, o PNE tem 20 metas para a melhoria da qualidade da Educação Básica e quatro delas falam sobre a Base Nacional Comum Curricular QUADRO 12 – METAS ESTRUTURANTES PARA A GARANTIA DO DIREITO À EDUCAÇÃO BÁSICA COM QUALIDADE Meta 1: universalizar, até 2016, a educação infantil na pré-escola para as crianças de 4 (quatro) a 5 (cinco) anos de idade e ampliar a oferta de educação infantil em creches, de forma a atender, no mínimo, 50% (cinquenta por cento) das crianças de até 3 (três) anos até o final da vigência deste PNE. Meta 2: universalizar o ensino fundamental de 9 (nove) anos para toda a população de 6 (seis) a 14 (quatorze) anos e garantir que pelo menos 95% (noventa e cinco por cento) dos alunos concluam essa etapa na idade recomendada, até o último ano de vigência deste PNE. Meta 3: universalizar, até 2016, o atendimento escolar para toda a população de 15 (quinze) a 17 (dezessete) anos e elevar, até o final do período de vigência deste PNE, a taxa líquida de matrículas no ensino médio para 85% (oitenta e cinco por cento). TÓPICO 2 | A BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR E A LÍNGUA ESTRANGEIRA 27 Meta 4: universalizar, para a população de 4 (quatro) a 17 (dezessete) anos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, o acesso à educação básica e ao atendimento educacional especializado, preferencialmente na rede regular de ensino, com a garantia de sistema educacional inclusivo, de salas de recursos multifuncionais, classes, escolas ou serviços especializados, públicos ou conveniados. Meta 5: alfabetizar todas as crianças, no máximo, até o final do 3º (terceiro) ano do ensino fundamental. Meta 6: oferecer educação em tempo integral em, no mínimo, 50% (cinquenta por cento) das escolas públicas, de forma a atender, pelo menos, 25% (vinte e cinco por cento) dos(as) alunos(as) da educação básica. Meta 7: fomentar a qualidade da educação básica em todas as etapas e modalidades, com melhoria do fluxo escolar e da aprendizagem, de modo a atingir as seguintes médias nacionais para o IDEB: 6,0 nos anos iniciais do ensino fundamental; 5,5 nos anos finais do ensino fundamental; 5,2 no ensino médio. Meta 8: elevar a escolaridade média da população de 18 (dezoito) a 29 (vinte e nove) anos, de modo a alcançar, no mínimo, 12 (doze) anos de estudo no último ano de vigência deste plano, para as populações do campo, da região de menor escolaridade no País e dos 25% (vinte e cinco por cento) mais pobres, e igualar a escolaridade média entre negros e não negros declarados à Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. Meta 9: elevar a taxa de alfabetização da população com 15 (quinze) anos ou mais para 93,5% (noventa e três inteiros e cinco décimos por cento) até 2015 e, até o final da vigência deste PNE, erradicar o analfabetismo absoluto e reduzir em 50% (cinquenta por cento) a taxa de analfabetismo funcional. Meta 10: oferecer, no mínimo, 25% (vinte e cinco por cento) das matrículas de educação de jovens e adultos, nos ensinos fundamental e médio, na forma integrada à educação profissional. Meta 11: triplicar as matrículas da educação profissional técnica de nível médio, assegurando a qualidade da oferta e pelo menos 50% (cinquenta por cento) da expansão no segmento público. Meta 12: elevar a taxa bruta de matrícula na educação superior para 50% (cinquenta por cento) e a taxa líquida para 33% (trinta e três por cento) da população de 18 (dezoito) a 24 (vinte e quatro) anos, assegurada a qualidade da oferta e expansão para, pelo menos, 40% (quarenta por cento) das novas matrículas, no segmento público. Meta 13: elevar a qualidade da educação superior e ampliar a proporção de mestres e doutores do corpo docente em efetivo exercício no conjunto do sistema de educação superior para 75% (setenta e cinco por cento), sendo, do total, no mínimo, 35% (trinta e cinco por cento) doutores. Meta 14: elevar gradualmente o número de matrículas na pós- graduação stricto sensu, de modo a atingir a titulação anual de 60.000 (sessenta mil) mestres e 25.000 (vinte e cinco mil) doutores. Meta 15: garantir, em regime de colaboração entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, no prazo de 1 (um) ano de vigência deste UNIDADE 1 | COMPREENDENDO OS FUNDAMENTOS DO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM DA LÍNGUA INGLESA 28 PNE, política nacional de formação dos profissionais da educação de que tratam os incisos I, II e III do caput do art. 61 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, assegurado que todos os professores e as professoras da educação básica possuam formação específica de nível superior, obtida em curso de licenciatura na área de conhecimento em que atuam. Meta 16: formar, em nível de pós-graduação, 50% (cinquenta por cento) dos professores da educação básica, até o último ano de vigência deste PNE, e garantir a todos(as) os(as) profissionais da educação básica formação continuada em sua área de atuação, considerando as necessidades, demandas e contextualizações dos sistemas de ensino. Meta 17: valorizar os(as) profissionais do magistério das redes públicas de educação básica, de forma a equiparar seu rendimento médio ao dos(as) demais profissionais com escolaridade equivalente, até o final do sexto ano de vigência deste PNE. Meta 18: assegurar, no prazo de 2 (dois) anos, a existência de planos de carreira para os(as) profissionais da educação básica e superior pública de todos os sistemas de ensino e, para o plano de carreira dos(as) profissionais da educação básica pública, tomar como referência o piso salarial nacional profissional, definido em lei federal, nos termos do inciso VIII do art. 206 da Constituição Federal. Meta 19: assegurar condições, no prazo de 2 (dois) anos, para a efetivação da gestão democrática da educação, associada a critérios técnicos de mérito e desempenho e à consulta pública à comunidade escolar, no âmbito das escolas públicas, prevendo recursos e apoio técnico da União para tanto. Meta 20: ampliar o investimento público em educação pública de forma a atingir, no mínimo, o patamar de 7% (sete por cento) do Produto Interno Bruto (PIB) do País no 5º (quinto) ano de vigência desta Lei e, no mínimo, o equivalente a 10% (dez por cento) do PIB ao final do decênio. FONTE: <http://pne.mec.gov.br/images/pdf/pne_conhecendo_20_metas.pdf>. Acesso em: 3 set. 2019. A partir dos planos, a Conferência Nacional de Educação – CONAE, acontece para que haja um espaço democrático instituído pelo Poder Público em articulação com a sociedade a fim de que todos possam participar do desenvolvimento da educação nacional. As edições da CONAE são articuladas e coordenadas pelo Fórum Nacional de Educação – FNE, que é um colegiado, instituído pelo PNE de 2014, composto por órgãos públicos, autarquias, entidades e movimentos sociais representativos dos segmentos da educação escolar e dos setores da sociedade. Aedição de 2018 da CONAE teve como tema central A consolidação do Sistema Nacional de Educação – SNE e o Plano Nacional de Educação – PNE: monitoramento, avaliação e proposição de políticas para a garantia do direito à educação de qualidade social, pública, gratuita e laica. TÓPICO 2 | A BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR E A LÍNGUA ESTRANGEIRA 29 Por meio das discussões propostas em eventos como a CONAE e o FNE, importantes medidas são tomadas para que a educação brasileira continue avançando. Veja a seguir as expectativas acerca da CONAE desde a sua primeira edição. Está sendo organizada para tematizar a educação escolar, da Educação Infantil à Pós-Graduação, e realizada, em diferentes territórios e espaços institucionais, nas escolas, municípios, Distrito Federal, estados e país. Estudantes, Pais, Profissionais da Educação, Gestores, Agentes Públicos e sociedade civil organizada de modo geral, terão em suas mãos, a partir de janeiro de 2009, a oportunidade de conferir os rumos da educação brasileira (BRASIL, 2009, s.p.). DICAS Você pode conferir o documento fruto da primeira edição da CONAE (2010), no qual se fala da necessidade da Base Nacional Comum Curricular, como parte de um Plano Nacional de Educação, no link a seguir: http://conae.mec.gov.br/images/stories/pdf/ pdf/documetos/documento_final_sl.pdf. Acompanhe no quadro a seguir um pequeno histórico da BNCC: QUADRO 13 - HISTÓRICO DA BNCC Após as discussões na CONAE, o próximo passo para a BNCC foi dado no ano de 2015, entre 17 a 19 de junho, no I Seminário Interinstitucional para elaboração da BNC. Este Seminário foi um marco importante no processo de elaboração da BNC, pois reuniu todos os assessores e especialistas envolvidos na elaboração da Base. (MEC, 2015). Nesse mesmo ano, em 16 de setembro de 2015, foi disponibilizada a 1ª versão da BNCC, e de 2 a 15 de dezembro de 2015 houve uma mobilização das escolas de todo o Brasil para a discussão do documento preliminar da BNC, chamado de Dia D da BNCC. Já em 3 de maio 2016 a 2ª versão da BNCC foi disponibilizada e de 23 de junho a 10 de agosto de 2016 aconteceram 27 Seminários Estaduais com professores, gestores e especialistas para debater essa versão. A partir dela, a terceira versão começou a ser elaborada em um processo colaborativo com base na versão 2. Em abril de 2017, o MEC entregou a versão final da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) ao Conselho Nacional de Educação (CNE). A partir UNIDADE 1 | COMPREENDENDO OS FUNDAMENTOS DO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM DA LÍNGUA INGLESA 30 da homologação da BNCC, em 20 de dezembro de 2017, começou o processo de formação e capacitação dos professores e o apoio aos sistemas de Educação estaduais e municipais para a elaboração e adequação dos currículos escolares. Um novo Dia D da BNCC aconteceu em 06 de março de 2018, no qual educadores do Brasil inteiro se debruçaram sobre a Base Nacional Comum Curricular, com foco na parte homologada do documento, correspondente às etapas da Educação Infantil e Ensino Fundamental, com o objetivo de compreender sua implementação e impactos na educação básica brasileira. Já a 3ª versão da Base Nacional Comum Curricular do Ensino Médio foi entregue ao Conselho Nacional de Educação em 2 de abril de 2018. O Dia D para discutir e contribuir com a Base Nacional Comum Curricular da etapa do Ensino Médio ocorreu em 2 de agosto de 2018, em que escolas de todo o Brasil se mobilizaram e professores, gestores e técnicos da educação criaram comitês de debate e preencheram um formulário online, sugerindo melhorias para o documento. Essas melhorias foram realizadas e em 14 de dezembro de 2018 foi homologado o documento da Base Nacional Comum Curricular para o Ensino Médio, completando a base comum para toda a Educação Básica. FONTE: Adaptado de <http://basenacionalcomum.mec.gov.br/historico>. Acesso em: 10 jul. 2019. Vejamos algumas imagens que podem ajudá-lo a compreender esse processo e, em seguida, discutiremos sobre a língua estrangeira na Base Nacional Comum Curricular. FIGURA 2 - POLÍTICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA Constituição Federal LDB Política Curricular Nacional Diretrizes Curriculares Base Nacional Comum Política Nacional de Formação de Professores Política Nacional de Materiais e Tecnologias Educacionais Política Nacional de Infraestrutura Escolar Política Nacional de Avaliação da Educação Básica FONTE: <https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9G cTywIuVpQ6GJquaey8STbJ3GieFeqa1KN_aEeh7vqwsFOVlTUYIa>. Acesso em: 3 set. 2019. TÓPICO 2 | A BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR E A LÍNGUA ESTRANGEIRA 31 FIGURA 3 – COMPETÊNCIAS GERAIS DA BNCC FONTE: <http://inep80anos.inep.gov.br/inep80anos/futuro/novas-competencias-da-base- nacional-comum-curricular-bncc/79>. Acesso em: 10 jul. 2019. UNIDADE 1 | COMPREENDENDO OS FUNDAMENTOS DO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM DA LÍNGUA INGLESA 32 FIGURA 4 – BNCC EDUCAÇÃO BÁSICA FONTE: Brasil (2018a, p. 24) TÓPICO 2 | A BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR E A LÍNGUA ESTRANGEIRA 33 FIGURA 5 – BNCC ENSINO FUNDAMENTAL FONTE: Brasil (2018a, p. 27) UNIDADE 1 | COMPREENDENDO OS FUNDAMENTOS DO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM DA LÍNGUA INGLESA 34 FIGURA 6 – BNCC ENSINO MÉDIO FONTE: Brasil (2018a, p. 32) TÓPICO 2 | A BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR E A LÍNGUA ESTRANGEIRA 35 Para concluir, reiteramos que a BNCC integra um conjunto de documentos que buscam alterar o quadro de desigualdade presente em nossa Educação Básica. Para isso, “além dos currículos, influenciará a formação inicial e continuada dos educadores, a produção de materiais didáticos, as matrizes de avaliações e os exames nacionais que serão revistos à luz do texto homologado da Base” (BRASIL, 2018a, p. 5). Assim, tendo essa disciplina o objetivo de discutir acerca da análise e produção de material didático em língua inglesa, torna-se essencial você compreender os diálogos aqui propostos. A seguir, vejamos o que a BNCC aborda a respeito da língua inglesa. 3 A LÍNGUA INGLESA NA BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR Acadêmico, a partir das Figuras 5 e 6 você pode perceber que a língua inglesa é contemplada, no Ensino Fundamental, na área de Linguagens, do 6º ao 9º ano, e no Ensino Médio, na área de Linguagens e suas Tecnologias. A seguir, apresentamos de forma pormenorizada o que a BNCC traz acerca das linguagens e, em específico, da língua inglesa. QUADRO 14 – A ÁREA DE LINGUAGENS NO ENSINO FUNDAMENTAL As atividades humanas realizam-se nas práticas sociais, mediadas por diferentes linguagens: verbal (oral ou visual-motora, como Libras, e escrita), corporal, visual, sonora e, contemporaneamente, digital. Por meio dessas práticas, as pessoas interagem consigo mesmas e com os outros, constituindo- se como sujeitos sociais. Nessas interações, estão imbricados conhecimentos, atitudes e valores culturais, morais e éticos. Na BNCC, a área de Linguagens é composta pelos seguintes componentes curriculares: Língua Portuguesa, Arte, Educação Física e, no Ensino Fundamental – Anos Finais, Língua Inglesa. A finalidade é possibilitar aos estudantes participar de práticas de linguagem diversificadas, que lhes permitam ampliar suas capacidades expressivas em manifestações artísticas, corporais e linguísticas, como também seus conhecimentos sobre essas linguagens, em continuidade às experiências vividas na Educação Infantil. As linguagens, antes articuladas, passam a ter status próprios de objetos de conhecimento escolar. O importante, assim, é que os estudantes se apropriem das especificidades de cada linguagem, sem perder a visão do todo no qual elas estão inseridas. Mais do que isso, é relevante que compreendam que as linguagens são dinâmicas, e que todos participam desse processo de constante transformação. UNIDADE 1 | COMPREENDENDO OS FUNDAMENTOS DO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM DA LÍNGUA INGLESA 36 [...] no Ensino Fundamental – Anos Finais, as aprendizagens, nos componentes curriculares
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