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FARMÁCIA INTRODUÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS (ICF) POSTAGEM 1 ATIVIDADE 1 – RELATÓRIO 2022 RESUMO O paracetamol ou acetaminofeno é um dos fármacos mais consumidos pela população em geral, incluindo crianças, gestantes e idosos, devido suas propriedades analgésicas e antipiréticas. Diante de tal relevância para população, o registro do medicamento junto ao órgão regulador é um processo indispensável para sua comercialização e consumo. Nesse contexto, a Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) nº 200 de 26 de dezembro de 2017 estabelece os requisitos mínimos para o registro do medicamento junto a Agência Nacional de Vigilância Sanitária. De acordo com a mesma resolução, deve ser apresentado no momento do registro o chamado relatório de validação analítica, que é desenvolvido com orientação da Resolução RDC nº 166 de 24 de julho de 2017. Esta RDC estabelece os parâmetros para a validação do método analítico responsável pela quantificação do ativo no insumos farmacêuticos, medicamentos e produtos biológicos, para que dessa forma seja demonstrado que os resultados apresentados pelo método são adequados a finalidade a que se destina. Portanto, a quantificação do paracetamol foi executada através de um método por espectrofotometria no ultravioleta no comprimento de onda de 249 nm e avaliado conforme os parâmetros de seletividade, exatidão e precisão especificados pela legislação. O parâmetro de seletividade demonstrou ausência de interferência através da verificação dos espectros. A precisão atendeu ao sistema dentro de intervalos estatísticos estipulados e atendeu as especificações de Desvio Padrão Relativo (DPR) de ≤ 1,3. Por meio do parâmetro de exatidão verificou-se ótima recuperação do analito em concentrações de 80%, 100% e 120% do ativo, com ausência de interferências. Dessa forma, afirma-se que a metodologia avaliada mostrou ser seletiva, precisa e exata, podendo assim ser declarada validada, atendendo as RDC n° 166/2017 e o DOQ CGCRE 008 de 04/2020 (INMETRO). Palavras-chave: Registro de medicamentos. Validação analítica. Espectrofotometria. INTRODUÇÃO A espectrofotometria é uma das técnicas analíticas mais utilizadas para determinações quantitativas de espécies químicas. A técnica baseia-se na absorção de radiações de determinados comprimentos de onda por moléculas e íons. Quando um feixe de luz monocromática passa através de uma cubeta de vidro contendo um líquido, a radiação emergente será menos intensa, pois parte dela será absorvida. O tratamento quantitativo da absorção de energia radiante pela matéria depende da lei de Beer, a qual mostra que adições sucessivas de moléculas de igual poder de absorção situadas no percurso de um feixe de radiação monocromática absorvem iguais frações de energia radiante que os atravessa. O instrumento proposto foi construído utilizando uma caixa plástica fechada onde foram colocados os principais componentes instrumentais. A fonte de luz utilizada foi um LED (Light Emitting Diode), que é um dispositivo semicondutor emissor de luz. A luz emitida é monocromática, sendo a cor dependente do cristal e da impureza de dopagem com que o componente é fabricado. Como detector utilizou-se um componente eletrônico do tipo LDR (Light Dependent resistor), que é um tipo de resistor cuja resistência varia conforme a intensidade de radiação eletromagnética do espectro visível que incide sobre ele (a resistência diminui quando a luz é muito alta, e quando a luz é baixa, a resistência no LDR aumenta). Para monitorar os valores de resistência no LDR foi utilizado um multímetro digital. As soluções das amostras foram colocadas entre o LED e LDR, utilizando uma caixa pequena de polietileno transparente, como cubeta. Para experimentar o instrumento proposto optou-se por determinar a concentração de ferro em diferentes amostras. Dentre as muitas aplicações analíticas da espectrofotometria de absorção molecular na região do visível, a determinação da concentração de ferro após a formação do complexo ferro-I, 10 - fenantrolina, é bastante utilizada em demonstrações didáticas. A determinação desse complexo apresenta características que facilitam o entendimento de importantes conceitos analíticos como sensibilidade, seletividade, precisão e exatidão. Devido a coloração vermelha do complexo formado entre o ferro 11 e a 1,10-fenantrolina (Âmáx 512 nm), foi utilizado um LED verde, cuja cor é a complementar a do complexo formado. Ácido ascórbico foi o reagente utilizado como redutor para o ferro nas amostras e tampão aceto-acetato de sódio para manter o pH do meio reacional. As curvas analíticas obtidas com o instrumento proposto mostraram boa linearidade (R2 = 0,9912), apesar da baixa sensibilidade e os valores de concentração de algumas amostras estudadas concordam com os valores obtidos para as mesmas utilizando espectrofotômetro comercial. Devemos também expor alguns fragmentos referente ao “PARACETAMOL”, princípio ativo de interesse desta pesquisa. O paracetamol é um fármaco com propriedades analgésicas e antitérmicas, sendo amplamente utilizado em diversas patologias. É um medicamento de venda livre, não precisando de prescrição médica para sua comercialização. Embora considerado seguro, o uso de forma errada pode causar malefícios, como qualquer outro medicamento. Figura 1 - Fonte: Farmacopeia Brasileira 6ºEd. Paracetamol, apresenta seguinte fórmula molecular; C8H9NO2, N-(4- Hidroxifenil) acetamida, contém, no mínimo, 98,0% e, no m áximo, 1 01,0% de C8H9NO2, em relação à substância anidra, em estado isolado possui característica física como pó cristalino branco, ligeiramente solúvel em água, solúvel em água fervente, facilmente solúvel em álcool etílico solúvel em hidróxido de sódio M. O paracetamol também é conhecido como acetaminofeno, este fármaco possui ações analgésicas e antipiréticas, indicadas pela indústria farmacêutica no tratamento de dor e febre leve e moderada. Atualmente no mercado o paracetamol é vendido em combinações com outros IFA’s, por exemplo os antitussígenos, ou medicamentos para dor com opiáceos, sua apresentação mais usual no mercado é na forma de comprimido, apresentação de interesse deste estudo. JUSTIFICATIVA E OBJETIVO O presente estudo tem como finalidade validar três requisitos tais como; seletividade, linearidade, e limite de detecção, para a metodologia analítica empregada na determinação do teor (teste de doseamento) do PARACETAMOL em comprimidos, de acordo com a Farmacopeia Brasileira – 6ª edição, utilizando o documento da Anvisa, a RDC n. 166, de 2017 , se dispondo da técnica de espectrofotometria, para que se venha construir um maior embasamento teórico que venha somar nos desafios práticos do profissional farmacêutico na indústria. MATERIAL E MÉTODOS “A validação deve garantir, através de estudos experimentais, que o método atenda às exigências das aplicações analíticas, assegurando a confiabilidade dos resultados” (ANVISA). “Validação é o processo de definir uma exigência analítica e confirmar que o método sob investigação tem capacidade de desempenho consistente com o que a aplicação requer” (Eurachem Working Group). “Confirmação por testes e apresentação de evidências objetivas de que determinados requisitos são preenchidos para um dado uso intencional” (ISO/IEC 17025). A validação de métodos assegura a credibilidade destes durante o uso rotineiro, sendo algumas vezes mencionado como o “processo que fornece uma evidência documentada de que o método realiza aquilo para o qual é indicado para fazer” (USP). “Avaliação sistemática de um procedimento analítico para demonstrar que está sob as condições nas quais deve ser aplicado” (WHO). No âmbito geral de validação de métodos é possível distinguir dois tipos: A validaçãono laboratório, que consiste em etapas de validação dentro de um único laboratório, seja para validar um método novo ou para verificar um método existente. A validação no laboratório é utilizada nas etapas preliminares do desenvolvimento de uma metodologia e na publicação de artigos para revistas científicas, em que são avaliadas todas as etapas de validação, sem verificar a reprodutibilidade. A validação completa envolve todas as características de desempenho e um estudo Inter laboratorial que é utilizado para verificar como a metodologia se comporta com uma determinada matriz em vários laboratórios, estabelecendo a reprodutibilidade da metodologia e a incerteza expandida associada à metodologia como um todo. Só assim a metodologia pode ser aceita como uma metodologia oficial para uma determinada aplicação. DESENVOLVIMENTO Este trabalho apresentara a discussão de três parâmetros referentes a requisitos relacionados a uma validação de método espectrofotométrico para determinação do teor de princípio ativo presente em amostras do medicamento Paracetamol 500 concentração correspondente ao valor do teor demg, Paracetamol de referência ou teórico preconizado através do registro do medicamento, cada comprimido revestido contém 500 mg de Paracetamol e excipientes em q.s.p 1 comprimido, sendo eles; copovidona, estearato de magnésio, hipromelose + macrogol, crospovidona, povidona, amidoglicolato de sódio, amido ácido esteárico, (Bula Paracetamol, EMS S/A; Farm. Resp.: Dra. Telma Elaine Spina CRF-SP nº 22.234). SELETIVIDADE Primeira etapa a ser analisado em um procedimento de validação, pois, se o método de análise não for seletivo, todos os demais parâmetros e requisitos (exemplo: linearidade, precisão e exatidão) estarão comprometidos, este requisito tem como objetivo demonstrar que o método de análise é capaz de quantificar o analito de interesse, Para a avaliação da seletividade do método espectrofotométrico de doseamento de Paracetamol presente em comprimidos de 500 mg, foi definido o ácido cítrico como componente presente na matriz e que poderia interferir na quantificação do Paracetamol. Foram realizadas análises de duas soluções: Solução A: Paracetamol (7 mg) em água. Solução B: Paracetamol (7 mg) + Ácido Cítrico (7 mg) em água. As duas soluções foram acondicionadas em cubeta de quartzo e analisadas no espectrofotômetro (UV/Vis) utilizando água como branco e leituras em 257 nm de forma a obter o seguinte quadro de resultados: Tabela 1. Dados da Média de Absorbância obtida para o Doseamento de Paracetamol em 5 amostras de solução contendo apenas Paracetamol (Solução A) e solução de Paracetamol na presença de ácido cítrico (Solução B) em método espectrofotométrico (leitura em comprimento de onda (l) = 257 nm). Figura 2 - (Manual introdução em Ciências Farmacêuticas, UNIP, 2022) Para avaliar a seletividade do método espectrofotométrico de doseamento de Paracetamol, é necessário realizar o teste t utilizando a seguinte equação: tcalculado= 0,66 660/ (0,08/ 5)= 0,003/0,035777087=0,084 Critério de aprovação definidos para este trabalho: para que o método seja considerado estatisticamente seletivo, é necessário que o tcalculado seja inferior a 2,776 (valor limite obtido para o número de amostras utilizado no estudo da seletividade). LINEARIDADE Esse requisito de validação corresponde à capacidade de uma metodologia analítica de demonstrar que os resultados obtidos (absorbância) são diretamente proporcionais à concentração do analito na amostra, dentro de um intervalo especificado (faixa de linearidade). A faixa de linearidade pode ser obtida através de padronização externa e montagem de curva de calibração para o método de doseamento de Paracetamol por espectrofotômetro em comprimento de onda(l) =257nm, para tanto, serão definidas concentrações do padrão de referência, (substância que se pretende analisar Paracetamol) a partir de diluições seriadas, a análise das diferentes concentrações do padrão resultará em uma variação proporcional no resultado da análise (absorbância), e esta corresponderá à curva de calibração para o método. Foram preparadas cinco concentrações diferentes de Paracetamol em água, conforme demonstrado na Tabela 2 a seguir: Figura 3 - (Manual introdução em Ciências Farmacêuticas, UNIP, 2022) Para avaliação da linearidade do método espectrofotométrico de doseamento de Paracetamol, avaliou-se o gráfico de dispersão, verificando os parâmetros tais como; linha de tendência linear para os pontos, coeficiente de correlação obtido através da equação de reta resultante (y = a.x + b).(r) Para que o método seja considerado estatisticamente linear, é necessário que o coeficiente de correlação (r) obtido seja maior que 0,99, pois significa que existe pouquíssima dispersão entre os valores obtidos e uma menor incerteza, além disso, o coeficiente angular da reta (a) deve ser diferente de zero,(“a”(coeficiente angular) e “b” (coeficiente linear). Figura 4 - Fonte Própria R^2=0,976 R= 0,987927, arredondamento seguindo ordem de duas casas decimais definidas neste trabalho temos 0,99, aplicando regras de arredondamento,r= seguindo a Norma ABNT NBR 5891. Coeficiente angular aqui é diferente de zero. Logo este método possui linearidade. CONCLUSÃO Concluímos com o trabalho que a pesquisa realizada ampliou o conhecimento à respeito dos três requisitos solicitados para elucidação neste trabalho como a seletividade, linearidade e limite de quantificação, apenas a seletividade e linearidade são critérios de aprovação, quanto ao limite de detecção não podemos considerar critério se o método está valido em função do LD, mas ratificar o limite considerar critério se o método está valido em função do LD, mas ratificar o limite detectável que o método possui, conforme método espectrofotométrico para o Paracetamol aqui demonstrado a seletividade e linearidade estão aprovados, a validação de um método farmacopeico e não farmacopeico, é complexo, precisa-se de uma mão de obra especializada, e de um setor com uma boa estrutura no geral, tanto na parte instrumental quanto analítica, para que se possa executar o trabalho de maneira fina. É um processo caro, pois demanda compra de padrões, peças para equipamentos analíticos especificas, para uma determinada analise, e sem contar que a mão de obra do profissional especializado possui alto custo, e também um dos fatores que encarece o trabalho, é a necessidade de calibrações rastreáveis de toda parte instrumental e analítica, o profissional precisa de um nível superior especifico para desenvolver a atividade, no caso um farmacêutico especializado, ou químico especializado e desenvolvimento analítico, que se disponha de ferramentas estatística práticas como por exemplo o Excel, minitab, entre outros softwares, e que estas ferramentas possam ter seus resultados extraídos de maneira confiável precisam também passar por um processo de validação, ao qual chamamos de validação de métodos computadorizados. REFERÊNCIAS ANVISA, BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução da Diretoria Colegiada-RDC Nº 166. 2017. ANVISA, BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução da Diretoria Colegiada-RDC Nº 200. 2017. BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RE n° 899, de 29 de maio de 2003. Determina a publicação do: Guia para validação de métodos analíticos e bioanalíticos. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF., 02 jun. 2003. Disponível em: <http://www.anvisa.gov.br/legis/resol/2003/re/899_03re.htm>. Acesso em: 19 set. 2022. DOQ-CGCRE-008 - REVISÃO 08. Orientação sobre Validação de Métodos Analíticos. INMETRO, Rio de Janeiro, ABR/2020. FARMACOPEIABRASILEIRA 6ºed, volume 1 - Agência Nacional de Vigilância Sanitária. 2019. FARMACOPEIA BRASILEIRA 6ºed, volume 2 Monografias - Insumos farmacêuticos e especialidade. 2019. MOURA, J.R. Desenvolvimento e validação de metodologia analítica aplicável ao desenvolvimento farmacotécnico de comprimidos de olanzapina. 2009.Dissertação (Pós-graduação em ciências farmacêuticas) - Universidade federal de Goiás, Goiânia. Portal Action – Validação de metodologia analítica - Disponível em: http://www.portalaction.com.br/validacao-de-metodologia-analitica/ Acesso em: 20 de set. de 2021 RDC 166 – Dispõe sobre a validação de métodos analíticos e da outras providencias. Publicada no DOU nº141, de 25 de julho de 2017 ANVISA, BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução da Diretoria Colegiada-RDC Nº 301. 2019.
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