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Doença arterial coronariana crônica Epidemiologia: · Prevalência - Faixa etária de 65 a 84 anos sendo 12-14% mulheres e 10-12% homens · 1 a cada 3 adultos tem DCV · No Brasil DCV são responsáveis por 30% das mortes. Apresentação clínica: · Principal sintoma = Dor torácica – Angina · Origem da dor é a isquemia do miocárdio · Dor região retroesternal · Dura minutos · Precipitada por esforço físico ou estresse emocional · Melhora ou desaparece ao repouso · Se usar nitrato sublingual melhora em 1 minuto · Irradia para o pescoço, mandíbula, epigastro. Classificação da angina: · Angina típica A (definida) - Desconforto ou dor retroesterna - Desencadeada pelo exercício ou estresse emocional - Alivia com repouso ou ao uso de nitroglicerina. · Angina atípica B (provável) - Presença de somente dois acima · Dor torácica não cardíaca C - Presença de somente 1 ou nenhum Angina Instável: · Angina de repouso - Em repouso, dura 20 minutos, a acontece a cerca de uma semana. · Angina de aparecimento recente - A menos de 2 meses, limita atividade habituais, não consegue subir lance de escadas ou andar um quarteirão. · Angina em crescente Previamente diagnosticada, mais frequente, maior duração, limiar menor por ser desencadeada. Etiologia: · Obstrução dos grandes vasos epicárdicos Fisiopatologia: · Obstrução dos grandes vasos · Processo de aterosclerose Fisiopatologia da angina estável: - Estreitamento é fixo, obstrução de 50% pode levar angina ao esforço. Fisiopatologia da angina instável: - A placa de ateroma instabilizou (Ruptura da placa) - > Trombo fixo e persistente -> Infarto: Morte celular. Classificação da angina estável: Quanto a gravidade: (Sociedade canadense cardiovascular) Exame físico: · Caracterizar a dor de isquêmica: Angina · Aguda ou crônica · Síndrome coronariana crônica · Consegui Classificar a gravidade (I,II,III,IV) Doença subclínica: · Indivíduos assintomáticos e portadores de aterosclerose. · Risco de eventos cardiovasculares maiores (infarto e morte súbita) · Objetivo é identificá-lo para tratar e realizar prevenção primaria. Fatores de risco: · Tabagismo · Colesterol total > 250mg\dl · Glicemia de jejum > 140 mg\dl · Tipo da dor, sexo e idade da paciente · Histórico familiar de DAC precoce Idade e sexo: Fatores de risco: · Vasoconstrição – aumento da PA · Aumenta oxidação do LDL · Favorecendo a formação de placa de ateroma · Reduz a capacidade de vasodilatação da coronária-disfunção · Ação agregação plaquetária espontânea · Menor atividade fibrinolítica e antitrombótica · Vasoespasmo · Pior em mulheres diabéticas e uso de anticoncepcional · Hipertensão arterial · P.A sistólica abaixo de 140mmHg\90 mm\Hg independentemente da idade · Menor de 130mmHg para renais e diabéticos · Níveis LDL alto · Níveis de HDL baixo, papel transporte reverso do colesterol na parede do vaso, uma ação anti-inflamatório · Níveis de triglicérides · Diabetes\resistência aumentada a insulina. Casos clínicos: Caso 1 - Mulher de 70 anos de idade, procedente de São Paulo, contadora, comparece ao ambulatório de clínica geral. Queixa e duração: “Há 6 meses apresenta dor no peito.” HMA: Paciente refere dor em aperto, às vezes, parece peso, no peito/ na região precordial. A dor irradia para o pescoço, outras vezes, para o dorso. Anda três vezes por semana, durante 60 minutos. Mas, há 3 meses, não está conseguindo subir a ladeira que há no trajeto de suas caminhadas matinais. Tem que parar devido a dor. Dura 5 minutos e melhora em 10 minutos com o repouso, aproximadamente. Trocou as caminhadas para local sem aclives. Teve apenas um episódio de dor em repouso, após emoção forte, foi assaltada há 3 meses. Sua vizinha notou que ela ficou muito pálida e sudorética. Mas, o episódio durou minutos, e nunca mais se repetiu em repouso. ISDA: sem outras queixas. Antecedente pessoais: hipertensão arterial, nega tabagismo. Dislipidêmica e diabética. PA: 160/100 mmHg, Frequência cardíaca de 82 bpm. O restante do exame físico sem alterações. Exames: LDL 180mg/dl, HDL: 35 mg/dl, Glicemia: 150 mg/dl 1-A dor é típica ? Por que? 2-Se sim é estável ou instável? 3-Gravidade segundo a Sociedade Canadense Cardiovascular? 4-Qual a probabilidade de continuar a investigação e os resultados apontarem obstrução coronária? Caso 2 - Homem de 50 anos de idade com história de hipertensão há 20 anos e tabagismo. Nos últimos 5 meses, o paciente notou pressão no tórax ao subir correndo 4 andares. Melhora com o repouso em 5 minutos. Se subir devagar, não tem os sintomas. Ao exame físico, com frequência cardíaca de 90 bpm, PA: 200X 120 ( há 1 semana sem medicação). O restante do exame físico: é normal. Realizou raio X de tórax: normal. Eletrocardiograma : sobrecarga de ventrículo esquerdo Glicemia : 80 mg/dl LDL -100 mg/dl e HDL de 50 mg/dl 1-A dor é típica ? Por que? 2-Se sim é estável ou instável? 3-Gravidade segundo a Sociedade Canadense Cardiovascular? 4-Qual a probabilidade de continuar a investigação e os resultados apontarem obstrução coronária? Angina pode estar presente -> Cardiopatia pré-existente - >Doença cardiaca valvar – estenose aórtica -> Cardiomiopatia hipertrófica -> Hipertensão não controlada Caso 3 - Mulher de 45 anos, sem antecedentes mórbidos. Há 3 meses percebeu dor precordial, em peso, associado a palpitação, todas os dias , ao se levantar. Dura 5 minutos, ela se senta e faz meditação com desaparecimento da dor. Ao exame físico, com frequência cardíaca de 110 bpm, PA: 120 x 80. Ritmo cardíaco irregular. Raio x de tórax : normal, LDL: 90 mg/ll, HDL: 60 mg/dl Realizou eletrocardiograma: ritmo de fibrilação atrial. A dor é típica ? Por que? 2-Se sim é estável ou instável? 3-Gravidade segundo a Sociedade Canadense Cardiovascular? 4-Qual a probabilidade de continuar a investigação e os resultados apontarem obstrução coronária? Situação de aumento de consumo de oxigênio do miocárdio: · Hipertermia leva a sudorese excessiva e perca de volume · Hipertireoidismo leva aumenta da FC aumentando metabolismo · Uso cocaína-toxidade simpatomimética – aumenta consumo de oxigênio além de provocar vasoespasmo · Taquicardias – aumenta consumo 4 Mulher de 39 anos, nega HAS, nega diabetes, faz acompanhamento devido a mioma uterino. Há 4 meses percebeu dor precordial, em aperto, associado a palpitação, todas os dias que anda alguns quarteirões ou sobe escadas. Ela refere que não melhora com repouso. Ao exame físico, com frequência cardíaca de 110 bpm, PA: 120 x 80. Descorada +++/4. Raio x de tórax : normal, LDL: 100 mg/ll, HDL: 50 mg/dl, HT de 18, HB de 6 g/dl Realizou eletrocardiograma: taquicardia sinusal. A dor é típica ? Por que? 2-Se sim é estável ou instável? 3-Gravidade segundo a Sociedade Canadense Cardiovascular? 4-Qual a probabilidade de continuar a investigação e os resultados apontarem obstrução coronária? Redução oferta de oxigênio: - Anemia (redução capacidade de transporte de o2) - Hemoglobina >7\dl pode depressão ou inversar do ST-T Hipoxemia em: · Doença pulmonar obstrutiva crônica · Hipertensão pulmonar · Fibrose intersticial · Apneia obstrutiva do sono Angina associada a coronárias normais: · Isquemia secundaria a espasmo, alteração tônus vascular · Mulheres - Síndrome X · Angiografia coronárias são normais · Maioria com placas não obstrutivas · Anomalias congênitas dos vasos · Ponte miocárdica. Ponte miocárdica: 5 - Homem de 65 anos, sem antecedentes mórbidos. Nos últimos 4 meses, refere peso retroesternal, todas as vezes que faz caminhadas após almoçar, melhora com o repouso em 10 minutos. Ao exame físico, com frequência cardíaca de 80 bpm, PA: 120 x80. O restante do exame físico: é normal. Realizou raio X de tórax: normal. Eletrocardiograma : normal. Glicemia : 80 mg/dl LDL -100 mg/dl e HDL de 50 mg/dl HMG: Hematócrito de 45%, HB de 19g/dl, plaquetas de 1.500. 000 Redução oferta de oxigênio: · Aumenta viscosidade do sangue e reduz fluxo das coronárias · Policitemia · Leucemia · Plaquetose · Hipergamaglobulinemia ATEROSCLEROSE é a causa mais comumO que precisa saber: Características das dores isquêmicas: Angina, aguda x crônica Classificar a gravidade: I, II, III, IV Usar os escores de risco Ter conhecimento das causas da angina não obstrutiva Diagnostico diferencial: · Pele e muscular (herpes zoster, lesões musculares, fraturas) · Trato gastrointestinal (refluxo, ruptura esofágica, gastrite, úlcera) · Pleuropulmonares (Derrame pleural, pneumonia, neoplasia) · Cardíacas (IAM, angina estável) · Vasculares (dissecção aórtica) · Psicogênicas · Pericardite · Dor persistente · Fatores agravantes: respiração, mudança posição, tosse, decúbito, deglutição · Atenuantes: posição sentada com inclinação para frente pode aliviar · Sinais e sintomas associados a distúrbios autoimunes, após IAM, infecção viral, irradiação do tórax. · Espasmos esofágico difuso · Duração da dor variável · Fatores de pior: deglutição de alimento ou líquido frio, estresse emocional · Fatores de melhora: as vezes nitroglicerina · Sinais e sintomas: Disfagia Testes diagnósticos adicionais: · Eletrocardiograma · Eletrocardiograma de esforço · Ecocardiograma com estresses · Citilografia miocárdica com estresse · Tomografia cardiovascular · Cineangiocoronariografia Mortalidade de angina estável está 1,2 – 2,4 ao ano. A escolha do teste dependera: - Condicionamento físico do paciente - Tolerabilidade ao esforço - Achados do eletro de repouso - Ocupação do paciente (risco a terceiro – piloto) 6 Homem de 70 anos comparece ao ambulatório de clínica geral: “Queixa e duração: “Há 3 semanas apresenta dor no peito.” Paciente refere dor em aperto, na região precordial. A dor irradia para o pescoço, outras vezes, para o dorso. Há 3 meses, ocorria ao subir a ladeira, em caminhadas matinais. Melhorava com repouso, após 10 minutos. Mas, há 3 semanas não consegue tomar banho, ou atravessar a rua. A dor é mais intensa. Antecedente pessoais: hipertensão arterial , tabagismo, diabético. PA: 170/100 mmHg, Frequência cardíaca de 82 bpm. O restante do exame físico sem alterações. Exames: LDL 180mg/dl, HDL: 35 mg/dl, Glicemia: 150 mg/dl 1-A dor é típica ? 2-Se sim é estável ou instável? 3-Gravidade segundo a Sociedade Canadense Cardiovascular? 4-Qual a conduta nesse caso e por que ( fisiopatologia)? Quais as outras causas de dor torácica potencialmente fatais? -> Dissecção da aorta -> Tromboembolismo pulmonar -> Pneumotórax -> Ruptura do esôfago -> Síndrome coronariana aguda Tromboembolismo pulmonar: · Dor pleurítica – em pontada · Ventilatório dependente ou tosse · Paraesternal ou lateral, bilateral ou unilateral. · Antecedente: acamado ou cirurgia recente, viagem prolongada, histórico de neoplasia, uso de anticoncepcional. · Exame: Atrito pleural, edema unilateral · Taquicardíaco, taquipneico, redução da saturação de o2. Pneumotorax: · Secundário: trauma ou espontâneo · Antecedentes: DPOC · Tabagista, uso cannabis, TB · Se hipertenso desvio de estruturas · Taquicardia, taquipneia, redução da saturação de o2 e hipotensão Dissecção da aorta: · Ruptura camada intima – sangue entre a intima e camada média · Dor torácica muito intensa · Irradia para todo dorso e ao longo do trajo da aorta Pode chegar até o abdome: · Antecedentes: HAS, DM, Tabagismo, Sd marfan · Assimetria de Pressão sistólica mmss > 20mmHg · Assimetria de pressão diastólica mmss>10mmHg Resumo: · Avaliar a clínica (característica da dor, e tempo de dor) · Principal causa de angina é obstrutiva por processo de aterosclerose · Lembrar causas não obstrutivas · Sempre avaliar o risco do paciente pelos scores · Lembrar que o paciente pode ter dor atípica ou isquemia silenciosa