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NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 1 Z- TORCHS Sífilis Toxoplasmose Rubéola CMV Zika Vírus SÍFILIS CONGÊNITA ETIOLOGIA: - Treponema pallidum espiroqueta microaerofílico Gram negativo - Homem é o único hospedeiro natural – ou seja o ser humano passa para o ser humano EPIDEMIOLOGIA: - No Brasil, prevalência em gestantes de 1,6% em 50 mil parturientes com sífilis ativa e uma estimativa de 15 mil crianças nascendo com sífilis congênita – e vem aumentando - Desde 1986 é de notificação compulsória PATOGÊNIA: - Transmissão em qualquer fase da doença Fase 1ª 70-90% dos RN são infectados Fase 2ª 90-100% Latência Precoce 40-80% Latência tardia 10-30% - Quanto mais avançada a gestação, maior a chance de contaminação - Se no início da gestação menor chance, porém maior estrago TRANSMISSÃO: Infecção através do contato sexual Passagem transplacentária Canal de parto e amamentação rara NÃO é contraindicado amamentar QUADRO CLÍNICO: - Abortamento Define-se como aborto por sífilis toda perda gestacional, ocorrida antes de 22 semanas de gestação ou com peso < 500g, cuja mãe é portadora de sífilis e não foi tratada ou foi inadequadamente tratada - Óbito fetal e neonatal Define-se natimorto por sífilis todo feto morto, após 22 semanas de gestação ou com peso igual ou > 500g, cuja mãe portadora de sífilis não foi tratada ou foi inadequadamente tratada - Assintomático ou subclínico = 50% CLASSIFICAÇÃO Precoce: < 2 anos Tardia: > 2 anos Natimorto sifilítico NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 2 SÍFILIS CONGÊNITA PRECOCE: Prematuridade Alterações mucocutâneas (pênfigo palmo plantar 30/60%, coriza sifilítica 10/50%) Alterações sistema reticuloendotelial (hepatoesplenomegalia, hepatite com hiperbilirrubinemia, linfadenopatia) Alterações hematológicas (anemia, linfocitose ou leucopenia, trombocitopenia) Alterações sistema esquelético (osteocondrite, periostite, osteomielite) Acomete ossos longos, costelas e ossos cranianos Alterações bilaterais e simétricas Alterações do SNC (silencioso em até 60%) Outras alterações Renais sd nefrótica, glomerulonefrite Oculares coriorretinite em sal e pimenta, glaucoma Pulmonares PNM alba SÍFILIS CONGÊNITA TARDIA: Fronte olímpica Nariz em sela Tíbia em lâmina de sabre Articulações de Clutton Dentes de Hutchinson Surdez neurológica Dificuldades de aprendizado DIAGNÓSTICO: CONFIRMADA: Isolamento Treponema pallidum em lesão ou órgão (sintomáticos, placenta ou cordão umbilical) PCR – caro – pesquisas Medicina fetal PROVÁVEL Testes sorológicos É a principal forma de se estabelecer o diagnóstico da sífilis São divididos em não treponêmicos (VDRL, RPR) e treponêmicos (FTA-abs, ELISA e TPHA) O não treponêmico pode ser QUALITATIVO ou QUANTITATIVO QUANTITATIVO diluições sucessivas (1:2) (1:4) etc VDRL: Positivo após 1 a 2 semanas da infecção Negativa até 2 anos após o tratamento Sensibilidade e especificidade = 98% Falso positivo (1% da população) exantemas virais, hepatite, mononucleose, doenças auto-imunes NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 3 Triar a gestante no 1T e inicio do 3T Acompanhamento 3, 6, 9 e 12 meses TESTES TREPONÊMICOS (FtA-Abs ou MHA-TP): Qualitativos Acs antitreponêmicos específicos + 4 a 8 semanas após a infecção Permanecem + mesmo após o tratamento Confirmação - É provável se: RN DE NÃE COM SOROLOGIA POSITIVA E: Não tratada durante gestação Tratamento incompleto Tratamento nos últimos 30 dias antes do parto Tratamento com outras drogas Parceiro não tratado Elevação dos títulos de VDRL após tratamento Ausência de queda dos títulos (duas diluições) RN COM TESTE NÃO TREPONÊMICO POSITIVO E: Qualquer evidência clínica de sífilis Qualquer manifestação radiológica sugestiva VDRL positivo no LCR LCR com aumento da celularidade e proteínas sem causa Título maior que o materno Sorologia + após 6 meses de vida ou VDRL mantido ou aumentado nos 3 primeiros meses NEUROLUES: CONFIRMADA: VDRL + no LCR POSSÍVEL: Alterações celularidade/proteínas no LCR e VDRL sérico positivo Quando não foi possível realizar LCR Mãe HIV positiva NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 4 TRATAMENTO: SÍFILIS CONGÊNITA CONFIRMADA OU PROVÁVEL: Penicilina G cristalina: 50 000 UI/KG/ dose 12/12h na 1ª semana e 8/8h após EV por 10 dias Penicilina G procaína: 50 000 UI/kg/dia IM por 10 dias NEUROLUES CONGÊNITA: Penicilina G cristalina: 50 000 UI/kg/dose 12/12h na 1ª semana e 8/8h após EV por 10 dias TOXOPLASMOSE CONGÊNITA: ETIOLOGIA: - É uma zoonose comum – acomete 1 a cada 3 indivíduos - Toxoplasma gomdii – protozoário intracelular obrigatório, pode ser encontrado em forma de taquizoíto, cisto tecidual ou oocisto - Felinos hospedeiro definitivo - Gado, ovelha e porco hospedeiro intermediário EPIDEMIOLOGIA: - Prevalência global de 22,5% - Infecção durante a gravidez 0,6-14,3/1000 nascidos vivos - Toxo congênita 0,7-10/1000 nascidos vivos TRANSMISSÃO: NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 5 - Infecção em humanos consumo de carne crua/mal cozida contendo cistos ou ingestão acidental de oocistos do solo - Transfusão de sangue, hemoderivados e medula óssea (Raro) - Gestante via hematogênica placenta feto - Quanto mais tardia a infecção na gestação maior a chance de transmissão, porém se pegar mais no início mais grave será - A maioria é infecção primária na gestação - Reativação em gestantes imunocomprometidas - Tem maior gravidades no 1º trimestre abortamento e óbito fetal - Taxa de transmissão: 1º tri 15% 2º tri 30% 3º tri 60% MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: - 70-90% são assintomáticos ao nascimento - Pleocitose ou hiperproteinorraquia em LCR – 20% - CORIORRETINITE (15%) é a causa mais comum de coriorretinite - Calcificações intracranianas DIFUSAS (10%) - Rash maculopapular, linfadenopatia generalizada, hepatoesplenomegalia, anemia, icterícia e trombocitopenia - SNC meningoencefalite, hidrocefalia, convulsões, CALCIFICAÇÕES PARENQUIMATOSAS DIFUSAS TRÍADE CLÁSSICA: Hidrocefalia Coriorretinite Calcificações intracraniana difusa DIAGNÓSTICO MATERNO: SOROLOGIA PREGRESSA: - POSITIVA afasta infecção na gestação - NEGATIVA soroconversão SOROLOGIA PRÉVIA DESCONHECIDA: - Permanência de IgG por tempo indefinido - Aumento inicial de títulos IgG muito lento - IgM na fase aguda ou crônica - IgA TESTE DE AVIDEZ IGG: NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 6 Baixa < 30% infecção nos últimos 3 meses Intermediária 30 – 60 % inconclusivo Alta > 60% infecção + 3 meses DIAGNÓSTICO FETAL: - Demonstração de parasita no sangue ou líquido amniótico - Cultura - Reação em cadeia de polimerase (PCR) em líquido amniótico DIAGNÓSTICO NEONATAL: - Investigar os filhos de mãe com infecção primária na gestação ou mães com HIV e já tiveram IgG positivo Se IgM positivo nos primeiros 6 meses é certeza Se IgG ficar positivo persistente após 12 meses de vida sinal que esse IgG é da criança também é certeza Quando IgM é negativo a IgG deve ser seriada continuamente INVESTIGAÇÃO: - Triagem auditiva, oftalmológica e neurológica - LCR aumento de proteína - Hemograma - TC crânio calcificações parenquimatosas TRATAMENTO: GESTANTE: Espiramicina Diminui o risco de infecção fetal Não trata o feto QUANDO FETO INFECTADO: Espiramicina alternado pirimetamina + sulfadiazina Mais precoce possível Mesmo no RN assintomático Sulfadiazina + pirimetamina e ácido folínico Coriorretinite e/ou alteração LCR = prednisona RUBÉOLA: - Infecção do concepto pelo vírus da rubéola consequente a viremia maternadurante a gestação - Vírus de RNA de filamento simples, dotado de envoltório esférico e com projeções pontiagudas - Mãe que teve vírus da rubéola na gravidez e passou para a criança EPIDEMIOLOGIA: - 4 A 30 casos / 1000 nascidos vivos NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 7 - O risco e a gravidade da SRC estão associados à precocidade da infecção durante a gestação - Risco de malformações congênitas de, aproximadamente, 50% no 1º mês de gestação , 22% no 2º, 6% no 3º e 1% no 4º - Pior momento contaminação = entre 4 e 9 semanas - Quanto antes pega, o risco de malformação congênita é maior MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: TRANSITÓRIAS: hepatoesplenomegalia hepatite anemia icterícia etc PERMANENTES: RCIU 50-85% PERDA AUDITIVA em 75% de RN com SRC – mais comum Retardo mental (26%) Microcefalia Malformação cardíaca – PCA; estenose pulmonar Catarata, microftalmia, glaucoma congênito TRÍADE CLÁSSICA: Microcefalia PCA/estenose pulmonar Catarata DIAGNÓSTICO: NA GESTAÇÃO: MATERNO suspeita clínica, história, sorologia FETAL PCR no líquido amniótico AO NASCER: CONFIRMADO: Malformações Isolamento do vírus (urina – PCR) IgM específica SUSPEITO: RN filho de mãe com caso confirmado ou suspeito Criança até 12 meses com sinais clínicos compatíveis com SRC TRATAMENTO: NÃO EXISTE TRATAMENTO NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 8 - Prevenção VACINAÇÃO CITOMEGALOVÍRUS: - O CMV é um vírus de DNA de filamento duplo, dotado de envoltório, que pertence à família do herpes vírus - É a infecção viral congênita mais comum nos EUA - Não é erradicado após resolução da infecção primária. Persiste no corpo, na forma de infecção crônica de baixo grau ou em estado latente, com reativações periódicas EPIDEMIOLOGIA: - Soroprevalência 80-90% das mulheres grávidas no Brasil - De 0,7 a 4,1% das mulheres suscetíveis adquirem CMV na gravidez - Associação CMV/HIV TRANSMISSÃO: Secreções contaminadas Vertical Transfusão de sangue e órgãos VERTICAL: - Disseminação hematogênica transplacentária - Passagem canal de parto - Leite materno contendo vírus - Qualquer fase da gestação - Taxa de infecção fetal: 40-50% na doença primária 1% na infecção recorrente - Na primeira metade da gestação tem maior chance de sequelas MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: - Assintomáticos 85-90% - Mortalidade de 15 a 30% - A maioria dos sobreviventes apresenta sequelas a longo prazo - 10-15% são sintomáticos: Hepatoesplenomegalia, hepatite, anemia, trombocitopenia, icterícia em até 80% Microcefalia 50-75% Calcificações intracranianas 50% - 90% de chance se TC alterada: Retardo mental ou psicomotor Convulsões Paralisia cerebral Perda auditiva NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 9 Coriorretinite Perda auditiva neurossensorial (50%) DIAGNÓSTICO: MATERNO: Detecção do vírus cultura Sorologia (ELISA, IF, HI) Soroconversão Aumento títulos de IgG 4x FETAL: USG suspeito Cultura do vírus PCR em líquido amniótico NEONATAL: Investigar todo RN com sinal de infecção congênita ou cuja mãe teve soroconversão ou doença semelhante a mononucleose na gestação Isolamento do vírus (cultura) PCR na urina até 14 dias de vida Sorologias seriadas nos 12 primeiros meses de vida TRATAMENTO: - Suporte clínico - Tratamento das alterações - Ganciclovir (alta toxicidade) Alterações de SNC Alterações auditivas Alterações oculares ZIKA VÍRUS: - Transmitido principalmente pelo mosquito infectado (Ae. Aegypti e Ae. Albopictus) - Esses mosquitos reproduzem e atacam agressivamente durante o dia - O zika pode ser transmitido de uma gestante para o feto. A infecção durante a gestação pode causar certos defeitos congênitos - Não existe vacina ou medicamento para o zika SINTOMATOLOGIA: - Infecção pelo vírus Zika durante a gravidez é uma causa de microcefalia e outras anomalias cerebrais - No entanto, no espectro clínico dos efeitos da infecção por vírus Zika durante a gravidez não é ainda conhecido - Uma vasta gama de anomalias neurológicas, além de microcefalia, tem sido observado em crianças com infecção por zika vírus NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 10 - Achados de neuroimagem – calcificações intracranianas; ventriculomegalia; diminuição do volume do parênquima cerebral; atrofia e malformação cortical; hipoplasia do cerebelo, tronco cerebral ou verme verebelar e hipoplasia do corpo caloso - Ao exame – hipertonia, hipotonia, espasticidade, hiperreflexia, irritabilidade grave e convulsões - Achados oculares – atrofia coriorretiniana, alterações pigmentares, hipoplasia do nervo óptico, palidez do disco óptico, o aumento da escavação do disco óptico, retinopatia hemorrágica e vasculatura retiniana anormal - Outros achados observados em crianças com infecção congênita vírus Zika incluíram pé torto e artrogripose, presumivelmente secundário a danos no sistema nervoso central RECOMENDAÇÕES PARA O LABORATÓRIO DE ENSAIOR INICIAL DE RN COM POSSÍVEL INFECÇÃO CONGÊNITA PELO VÍRUS ZIKA - Análises laboratoriais para detecção da infecção congênita do vírus zika é recomendado para crianças nascidas de mães com evidência laboratorial de infecção pelo vírus zika e para crianças com achados sugestivos de síndrome zika congênita - Evidência laboratorial de infecção materna por zika inclui o RNA do vírus detectado em qualquer amostra clínica materna por rRT-PCR e IgM positivo - TRr-PCR deverá ser realizado em soro e urina do bebê, e IgM ELISA devem ser simultaneamente realizada em soro. Se o líquido cefalorraquidiano (LCR) – testes rRT-PCR + IgM deve ser executados - Sangue do cordão umbilical não é recomendado porque pode produzir resultados falsos positivos através da contaminação com sangue materno e também pode produzir resultados falso-negativos - Devem ser realizados dentro dos primeiros 2 dias após o nascimento
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