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Farmacologia II 2ª etapa – Pedro Antonio ANTIMICROBIANOS Desde 2007 são comercializados apenas com receita médica A receita médica é composta por duas vias e tem validade de 10 dias quando a prescrição é ambulatorial Toxicidade seletiva: Um bom antimicrobiano tem toxicidade seletiva -> é a capacidade de conseguir distinguir as células dos seres humanos com a das bactérias. Se o ATB não conseguir diferenciar, vai ocorrer um prejuízo como o uso extenso de sulfas que vai inibir a biossíntese de ácido foliníco. Uso errado x uso desnecessário de ATB Uso desnecessário é quando sabemos que é uma faringite, mas não tem nenhum sinal dessa infecção e mesmo assim prescreve o antibiótico muitas vezes para satisfazer a família. Uso errado é prescrever um antibiótico que trata determinada patologia para tratar outra, ou prescrever em doses baixas. Obs.: é muito comum infecção de vias áreas superiores começar através de um vírus e se tornar bacteriana Diagnóstico para uso de ATB: Clínico -> é feito através da entrevista e do exame clinico, uso empírico de ATB (é fazer prescrição sem um antibiograma). É o principal. Por exemplo, algumas bactérias são ‘’especificas’’ de determinados sítios, como o estreptococo no caso da faringite. Exames complementares -> no caso da pneumonia o raio X e na ausência de um raio X pode usar os sinais semiológicos para ajudar (maciez na percussão). Exames laboratoriais -> o Leucocitose com neutrofilia e desvio a esquerda/leucopenia com neutrofilia. o PCR elevada, até 45/50 pensa em processo viral e acima disso pensa em infecção bacteriana. Serve para monitoramento também. o Procalcitonina é um exame especifico para bactéria que é mais feito em paciente hospitalar, seu custo é elevado. o Hemocultura -> utilizada para diferenciar se a infecção é bacteriana ou fungica. o Antibiograma -> vai identificar se o antibiótico é resistente ou sensível a bactéria. Processos infecciosos graves: Paciente que chega com uma serie de queixas, antes de prescrever o ATB faz uma série de exames -> EAS, antibiograma, hemocultura, cultura de escarro. *Neutropenia febril -> entrar com ATB nos primeiros 30min (outros processos podem esperar até 4h). Geralmente é um paciente com neutrófilos abaixo de 500 acompanhado com febre A escolha de um antibiótico depende: Bactéria –saber se é sensível ou não a determinado antibiótico Paciente – pensar em questões metabólicas e de comorbidades Antimicrobiano – ele tem que alcançar o sítio infeccioso, lembrando do volume de distribuição que se for menor que 5 ele vai ficar na corrente sanguina e distribuir pouco nos órgãos, e quando esse volume de distribuição da droga passa de 30, ela chega bem nos órgãos inclusive na pele.Por exemplo, não adianta usar a melhor quinolona que é o ciprofloxacino para tratar uma ITU sendo que essa medicação não tem excreção renal, ou seja, não vai atingir o sitio infeccioso. O metabolismo está relacionado com a farmacocinética do antibiótico e com comorbidades do indivíduo que vão trazer alterações. Alguns antibióticos vão ser mais tóxicos do que outros. Os bactericidas quando utilizados em infecções mais graves por um tempo maior são mais tóxicos, ou seja, o uso dos bactericidas são para infecções graves em um tempo menor já os bacteriostáticos podem ser utilizados por mais tempo por não serem tão tóxicos. Lembrando que essa toxicidade vai causar um desequilíbrio no funcionamento normal das nossas células, podendo alterar a microbiota, flora vaginal. o Bactericida -> faz lise celular da bactéria, ou seja, causa a morte. o Bacteriostático -> para o crescimento da bactéria o *Tem alguns grupos de antimicrobianos bacteriostáticos que se fizer uma alta dose eles funcionam como bactericidas e vice-versa. Algumas bactérias apresentam mecanismo de resistência, como a produção de enzima beta-lactamase (penicilinase, cefalosporinase e carbapenase) Microrganismo – hospedeiro: o Pacientes que estão internados e até 48h não apresentam sinais de infecção e nas próximas horas começa a surgir febre -> infecção hospitalar (hospital, paciente acamado e institucionalizado) o Paciente internado de um dia para o outro e começa a ter febre até 48h -> infecção comunitária Profilaxia: Geralmente é feita com antibióticos bactericidas da classe das cefalosporinas ou beta- lactâmicos* Deve ser feita pelo menos 1h antes do procedimento Antibióticos bactericidas e bacteriostáticos BACTERICIDAS BACTERIOSTÁTICOS Penicilinas Clindamicina Cefalosporinas Clorafenicol Carbapenêmicos Macrolídeos Aztreonam Tetraciclinas Aminoglicosídeos Tigeciclina Vancomicina Linezolida Rifampcina Fluorquinolonas BETA-LACTÂMICOS Bactericidas: o Penicilinas: aminopenicilinas, penicilinas sintéticas (amoxicilina, ampicilina), penicilina G e penicilina benzatínica. o Cefalosporinas: tem de 1ª, 2ª, 3ª, 4ª e 5ª geração. o Aztreonam: é uma droga, pertence a classe dos monobactâmicos. o Aminoglicosídeos: gentamicina, amicacina, estreptomicina. o Glicopeptídeos: vancomicina e teicoplanina. o Rifampcina: é uma droga sozinha. o Fluorquinolonas: ácido nalidíxico, ciprofloxacino, norflorxacino, morfloxacino. o São drogas para infecções mais agudas, usar menor tempo possível na dose terapêutica, pode ser usado em paciente que não tem um sistema imune tão eficiente. Bacteriostáticos: Clindamicina: droga. o Clorafenicol: droga. o Macrolídeos: é uma classe representada pela eritromicina, azitromicina, claritromicina. o Tetraciclinas: tigeciclina o Linezolida o São drogas que o sistema imune precisa ser eficiente e pode-se usar por maior tempo. Farmacocinética Distribuição da droga: o Relação dos antibióticos e sua ligação com proteínas plasmáticas. o Lembrando que quanto maior a ligação menor é o efeito, visto que droga livre que vai fazer o efeito. o A droga que se liga muito a proteína plasmática vai fazer uma grande reserva, então quando para de usar essa droga ela ainda continua fazendo efeito -> efeito pós biótico. o Ex.: os macrolídeos como a azitromicina. Usa ela no mínimo por 3 dias e no máximo por 5 dias, mas ela faz efeito por 21 dias. DROGA LIGAÇÃO PROTEICA (%) Ertapeném 95 Oxacilina 90 Penicilina G 60 Moxifloxacino 48 Clindamicina 25 Amoxicilina 17 Cefalexina 15 Meia-vida: É o tempo necessário para droga chegar a metade de sua concentração Se a medicação tem meia vida curta é necessário fazer várias doses – 6/6h ou 8/8h Biodisponibilidade de ATB por via oral: 0 a 5% 30 a 40% 60 a 80% Acima de 80% Aminoglicosídeos Ampicilina Eritromicina Doxicilina Anfotericina B Norfloxacino Tetraciclinas Rifampcina Nistatina Azitromicina Ciprofloxacino Clorafenicol NÃO FAZER VIA ORAL Anfotericina B também trata fungos e protozoários. É FEITA UMA DOSE MAIOR DEVIDO A BAIXA BIODISPONIBILIDADE -> PROVOCA EFEITO TÓXICO Metronidazol Cefalexina Clindamicina Amoxicilina Linezolida Levofloxacino Moxifloxacino Farmacodinâmica e farmacocinética CIM é a concentração mínima inibitória para 90% das bactérias formadoras de colônias. Ou seja, é a concentração mínima para inibir o crescimento bacteriano. A concentração da droga abaixo do CIM está em subdose, então o antibiótico para fazer efeito tem que estar acima do CIM. C máx/pico -> é o pico plasmático C mín/vale -> intersecção do CIM com a meia-vida Drogas tempo-dependentes: Algumas drogas são tempo-dependentes, isso quer dizer que quanto mais tempo o antibiótico fica acima do CIM (na área sob a curva AUC), maior o tempo que a bactéria fica em contato com esse antibiótico e se torna mais eficaz. Faz uma dose mais baixa em um menorintervalo de tempo para manter sempre a dose acima do CIM aumentando o tempo de contato da bactéria com o ATB. Os beta-lactâmicos, são tempo-dependentes, então não adianta aumentar a dose para um paciente que não esteja melhorando uma infecção, o certo é mexer no tempo. Não fazem efeito pós-biótico DROGAS TEMPO-DEPENDENTE E O PACIENTE NÃO RESPONDE – MEXER NO TEMPO (DIMINUIR) o Ex.: beta-lactâmicos (cefalosporinas, carbapenêmicos, penicilina e azetreonam). Macrolídeos (Azitromicina, clindamicina, eritromicina, claritromicina) Drogas dose-dependentes: Já as drogas dose-dependentes quanto maior o pico mais bactérias vão ser capazes de matar de uma vez. Faz uma dose mais alta em um maior intervalo de tempo. A dose é geralmente feita toda de uma vez, visto que o objetivo e juntar maior quantidade de droga num mesmo lugar e matar bactérias. O efeito colateral e a toxicidade são menores visto que os mecanismos de farmacocinética vão ser utilizados uma vez por dia ao invés de 2 ou 3x ao dia. DROGAS DOSE-DEPENDENTES E O PACIENTE NÃO RESPONDE – MEXER NA DOSE (AUMENTAR) o Ex.: aminoglicosídeos (gentamicina, micacina). Fluorquinolonas (ciprofoloxacino, levofloxacino), metronidazol. B A C TÉ R IA S A ER Ó B IA S C o co s G ra m + Staphlylococus* S. aureus, S. epidermidis, S. saprophyticus, S. sp. Streptococcus* S. agalactaie, S. bovis, S. canis, S. pneumoniae, S. pyogenes Enterococcus * E. faecalis, E. faecium, E. sp. C o co s G ra m - Moxarella catarrhalis, Neisseria gonorrhoeae, Neisseria meningitidis B ac ilo s G ra m + Bacilus Bacilus antracis, Bacilus cereus, Mycobacterium Mycobacterium tuberculosis, M. leprae, M. avium Corynebacterium C. diphtheriae, C. jeikeium, C. sp. Gardnerella vaginalis, Listeria monocytogenes B ac ilo s G ra m - Enterobacteriaceae E. coli, Enterobacter, Klebisiella pneumoniae, Moraganella morgannii, Proteus, Salmonella, Serratia, Shigella, Yersinia Ñ-Enterobacteriaceae Vibrio cholerae, Pseudomonas aeruginosa, Pseudomonas sp., Moraxella sp., Acinnetobacter sp., Pasteurella multocida C o co b ac ilo s G ra m - Bartonella, Brucella, Bordetella sp., Campylobacter, Chamydia, Francisella tularensis, Haemophilus, Helitobacter pylori, Leigionella, Rickettsia Micloplasmas M. hominis, M. pnemoniae, M. sp., Ureaplasma urealyticum Treponemataceae Borrrelia burgdorferi, Leptospira interrogans, Treponema pallidum, T. sp B A C TE R IA S A N A ER Ó B IA S Bacilos Gram - Grupo Bacteroides fragilis, Bacteroides sp., Fusobacterium sp. Cocos Gram – Veillonella parvula Bacilos Gram + Actinomyces israelii, Actinomyces sp., Bifidobacterium sp., Lactobacillus sp., Propionobacterium acnes, Clostridium Localização de determinadas bactérias no corpo humano: Mecanismo de ação dos antimicrobianos: Primeiramente, diferença da bactéria gram + para a bactéria gram -: é a presença de uma membrana mais espessa de peptideoglicano nas + e nas - são mais complexas e tem a camada LPS. Então antibióticos de parede são bons tanto pra gram - quanto pra gram +. Os mais apolares passam com mais facilidade na gram + Mecanismos de ação geral: 1) ANTIMICROBIANOS QUE INTERFEREM NA PAREDE CELULAR As bactérias, exceto a Mycoplasma, apresentam parede celular. A parede celular é que dá a forma à bactéria (coco, bacilo, espirilo) e funciona como uma barreira osmótica. É uma estrutura vital para a sobrevivência das bactérias no meio líquido, considerando que o meio interno bacteriano é hipertônico. Todas as bactérias possuem em comum a camada de peptideoglicano. No final da duplicação bacteriana, a formação da parede das bactérias filhas ocorre através de transpeptidases que vão unir dois aminoácidos (alanina) e vão gerar uma parede estável. (Transpeptidação) O antibiótico vai atuar como uma alanina que vai se ligar a outra alanina. No período de checagem, essa alanina ‘’defeituosa’’ (antibiótico) será removida formando uma parede celular instável. E como o meio intracelular é hipertônico em relação ao meio externo, ocorre a lise celular. Podem atuar bloqueando as transpeptidases também. Representado por: o Beta-lactâmicos: Penicilinas: amoxicilina... Cefalosporinas: cefalexina... (todas as gerações) Monobactâmico: aztreonam... Carbapenêmicos: imipeném, meropeném... o Glicopeptídeo: vancomicina... o Fosfomicina (medicamento) 2) ANTIMICROBIANOS QUE INTERFEREM NA PERMEABILIDADE DA MEMBRANA PLASMÁTICA Abaixo da parede celular e circundando o citoplasma, está a membrana plasmática. A membrana plasmática apresenta uma permeabilidade seletiva que permite a passagem de nutrientes do meio intracelular para meio extracelular, e vice- versa. Antibióticos apolares penetram e vão causar uma alteração na permeabilidade da membrana fazendo com que perca essa seletividade, e isso vai fazer com que elementos vitais saiam da célula, levando a uma lise celular e consequentemente a morte da bactéria. E alguns antibióticos funcionam como ‘’detergente’’, gerando uma desorganização na membrana e levando a morte. Os principais são: o Anfotericina B (não é usado sozinho devido à falta de seletividade) o Polimixina D 3) ANTIMICROBIANOS QUE INTERFEREM NA SÍNTESE PROTEICA Os antibióticos vão atuar de duas maneiras: Inibição da síntese de proteínas: o Ocorre a inibição do prolongamento dos aminoácidos e consequentemente a formação de proteínas. Lembrando que para formação de proteína é necessário a presença do RNA-mensageiro, ribossomos, RNA-transportador. o Antibióticos bacteriostáticos -> tetraciclina, clorafenicol, clindamicina, macrolídeos e linezolida. Síntese defeituosa de proteínas: o Pode ocorrer por uma troca de aminoácidos gerando uma proteína defeituosa/disfuncional, isso gera uma dificuldade da célula reconhecer o próprio do não próprio, levando a apoptose. o Antibióticos bactericidas -> amigoglicosídeos Obs.: a Rifampcina se liga de maneira irreversível na DNA-polimerase 4) ANTIMICROBIANOS QUE INTERFEREM NA SÍNTESE ÁCIDOS NUCLEICOS (material genético - DNA) Vão inibir a ação das topoisomerases/DNA-girase inibindo a duplicação celular e consequentemente interferindo na síntese de material genético. São representados por: o Rifampcina o Fluorquinolonas: moxifloxacino, norfloxacino, profloxacino, levofloxacino, cipro 5) ANTIMICROBIANOS QUE INTERFEREM NA PRODUCÃO DE ÁCIDO FOLÍNICO A síntese de ácido folínico ocorre através do PABA (ácido para-1,4-aminobenzoico), que vai ser metabolizado em ácido di-hidrofólico-> ácido tetrahidrofólico-> formação de novo DNA para duplicação celular. As sulfonamidas impediam a formação do ácido tetrahidrofólico e consequentemente a formação de um DNA. So que as bactérias através de mecanismos conseguiram identificar a sulfas e dessa maneira preferiam o PABA, por isso foi montado um antibiótico chamado de cotrimozaxol que é a associação da sulfa + trimetoprima. A trimetorpima inibe uma enzima chamada di-hidrofolato redutase, que é responsável por converter o ácido di-hidrofólico-> ácido tetrahidrofólico. Para uso tópico a sulfa pode ser usada sem associação, mas para uso sistêmico não. Relação antimicrobiano x classe: Bactérias sensíveis a determinados antimicrobianos: Enterococcus faecalis: sensível a teicoplanina, vancomivina, linezolida e ampicilina, nesta ordem Staphylococcus aureus: se for sensível a oxacilina é sensível a todos outros, única saída é a vancomicina (última opção). E. coli: sensível a estapeném, meropeném, imipeném, ciprofloxacina, ceftazidima, cefotaxima, cefitriaxona. Klebsiella pneumoniae: Pseudomonas: sensível a piperacilina com tazobactam, cefapime Enterobacter:sensível a meropenem, ciprofloxacino BETA-LACTÂMICOS A ideia é que os antibióticos dessa classe fiquem parecidos com uma alanina para que seu mecanismo de ação seja eficiente. Todos antibióticos possuem um núcleo básico, se diferenciando pelo radical. Bactérias produtoras de beta-lactamases (hidrolases) são capazes de quebrar o anel beta-lactâmico. São as enzimas, penicinilases, cefalosporinases e carbapenases. Mecanismo de ação dessa classe é a interferência na formação da parede celular. Pertencem a essa classe: o Penicilinas o Cefalosporinas o Carbapenêmicos o Monobactâmicos o Clavulanato, tazobactân e sulbactân: são inibidores da beta-lactamase, não são antibióticos. Uma bactéria produtora de penicilinase vai quebrar a penicilina quando esse antibiótico passar pelo espaço periplasmático inibindo o seu efeito. Diante disso, o antibiótico associado ao clavulanato pode atuar inibindo a ação dessa enzima, e dessa maneira ele vai fazer efeito. Outros exemplos de associação são: ampicilina + sulbactân, piperacilina + tazobactân (pipetazo - bons para Pseudomonas). Paciente que faz uso de amoxicilina durante 5/7 dias e continua doente, a conclusão é que tem uma bactéria produtora de beta-lactamase do tipo penicilinase. Próxima escolha é uma amox + clav. Bactérias produtoras de penicilinase vão inativar as penicilinas: ampicilina, amoxicilina, penicilina. Se o antibiótico não tiver um anel volumoso, associar clav ao atb. Se o antibiótico tiver um anel volumoso, o radical se dobra no local onde a bactéria iria destruir esse anel, então não é necessário associar, como a oxacilina e meticilina. Bactérias produtoras de cefalosporinase vai quebrar tanto as penicilinas quanto as cefalosporinas. Cefalosporinas de 1ª e 2ª geração são capazes de serem rompidas caso a bactéria seja resistente, ai nesse caso usa as de 3ª, 4ª ou 5ª geração. A indústria uniu uma valina com uma cisteína = anel b-lactâmico Penicilinas: o Penicilina G/Penicilina cristalina: tem uma farmacocinética acelerada, ou seja, chega rápido ao local, faz efeito e é excretada rapidamente. Benzilpenicilina: é uma droga de depósito, tem ação prolongada de aproximadamente 21 dias. É utilizada em mães com sífilis, por exemplo. GRAM-POSITIVO SENSÍVEL. Penicilinas sensíveis à penicilinase (naturais) Penicilinas que resistem à penicilinase (sintéticas) Pen. de espectro aumentado G-(sintéticas) Penicilinas antipseudomonas Benzilpenicilina / pen. G Meticilina Amoxicilina Ticarcilina Carbencilina Oxacilina Ampicilina Piperacilina Nafcilina Carboxipenicilina São de baixo espectro. Pegam bem gram-positivas, mais especificamente strepto. Em IVAS atuam muito bem. o Amoxicilina e ampicilina também são sensíveis a penicilinases, porém tem o espectro aumentado. Atuam tanto em gram + quanto em gram -. Se a bactéria também for produtora de beta-lactamase, pode associar a ampicilina ou amoxicilina com um inibidor de beta-lactamase. Amox + clav e ampi + sulbactân, tornando essas penicilinas de espectro aumentadas resistentes a penicilinase. AMPLO ESPECTRO SENSÍVEL. o Meticilina, oxacilina e nafcilina são resistentes as penicilinases, ou seja, são de baixo espectro com mais ênfase nas gram-positivas, mas pegam gram-negativas também. GRAM-POSITVO RESITENTE. Penicilinas naturais: Vão pegar muito bem gram-positivos: estafilo e estrepto. Particularidades: treponema (sífilis), clostridium (tétano) e neisseria (gonorreia). A penicilina G são cristais muito pequenos que se dissolvem bem em meio ácido São divididas em: o Penicilina G cristalina: é uma molécula bem pequena quando comparada a benzilpenicilina, por isso pode ser feita via EV (única entre elas) e IM. Muito utilizada em protocolo de neurosífilis em recém-nascido. o Penicilina G procaína: é um anestésico local, via IM. Vai bloquear os canais de sódio inibindo o potencial de ação e causa vasoconstrição. A absorção dessa droga é mais lenta. Usado de 24/24h. o E Penicilina G benzatina ou benzilpenicilina: tem uma absorção muito lenta, não vai fazer efeito no momento. Tem efeito perene de 7 a 21 dias, dependendo da dose. Lembrando que se duplicar ou triplicar a dose não vai ter um pico plasmático, e sim um aumento do deposito de droga. Ação das penicilinas sintéticas de baixo espetro e sensíveis também A penicilina V é mais estável via oral do que a PenG. A prescrição de PenV via oral é muito reduzida. Penicilinas sintéticas Não existe penicilina sintética de baixo espectro e sensível no Brasil. Largo espectro e sensível: amoxicilina e ampicilina, pegam gram-positivo e gram- negativo mas são sensíveis a beta-lactamase. o Amoxicilina tem ótima absorção sistêmica, então para tratamentos de faringites, otites, pneumonia, prefere-se a amoxicilina à ampicilina. Obs.:*Primeira escolha de faringite é o bezentacil o Ampicilina tem uma péssima absorção, vai ser utilizada via oral para infecções do TGI. Para fazer atividade sistêmica a via tem que ser EV. o Ao associar esses ATBS com inibidores de beta-lactamase eles se tornam resistentes, mas a classificação deles continua a mesma (largo e sensível). Amox + clav e ampi + sulbactân. o Essa é uma classe que permite a otimização do tratamento, ou seja, um paciente que está em uso de amoxicilina sozinha e não apresenta melhora do quadro, agora vai usar amox + clav. A dose, por exemplo, da amoxicilina era de 500mg, e quando associada ao clavulanato tem que aumentar para 750mg, 850mg ou 1g, dependendo do sítio infeccioso. Essa classe apesar de ser tempo-dependente, o aumento da dose é devido ao aumento da quantidade de biofilme, visto que a amoxicilina não conseguiu resolver o problema e com isso gerou tempo pra proliferação de bactérias até a troca do ATB. o Dose padrão é de 40 a 90 mg/kg/dia o Bactérias que são produtoras de beta-lactamase do tipo penicilinase, podemos usar amox com clav ou uma cefalosporina de 1ª geração, visto que essa bactéria quebra o anel das penicilinas sensíveis, mas não quebra da cefalosporinas. o Exemplo de paciente com faringoamidalite e se apresenta febril, com secreção purulenta, hemograma com leucocitose, PCR alta: 1) Usou bezentacil-IM ou amox (caso o paciente tenha pavor de agulha) pensando em estrepto e estafilo sensíveis e não resolveu -> 2) Tentar amox + clav ou outro b-lactâmico pensando em estafilo e estrepto... o outro b-lactâmico pode ser uma cefalosporina de 1ª geração (pega mais gram +), visto que ambos (cefalosporina e amox + clav) vão resolver se a bactéria for produtora de penicilinase -> 3) Agora, tentou todos esses antibióticos e ainda não resolveu, pode tentar uma cefalosporina de geração resistente (3ª - cefalexona) porque provavelmente essa bactéria é produtora de cefalosporinase. 4) Se ainda não der certo, antes de usar a vancomicina, usa-se a oxacilina. 5) Obs.: usar a cefalosporina de primeira geração quando a bactéria for produtora de penicilinase ou quando um paciente usou antibiótico nos últimos 3 meses, já começa com uma cefalosporina e não com amox. São de amplo espectro, mas são melhores para gram + Obs.: síndrome monolike É uma reação uso de amoxicilina ou qualquer outro beta-lactâmico quando se prescreve para o paciente, mas ele tem uma infecção viral e não bacteriana, geralmente pela mononucleose. O quadro é parecido com uma reação alérgica, onde o paciente apresenta exantema pelo corpo. Geralmente os pacientes alegam que tem alergia a tal medicação, mas na verdade é uma síndrome monolike. Baixo espectro e resistentes: oxacilina, meticilina pegam gram-positivos e são resistentes a enzimas beta-lactamase o Se tem alguma bactéria resistente a essa classe não adianta fazer nenhum outro beta-lactâmico. MRSA – staphylococus aureus meticilina resistente -> usa vancomicina o São as únicas resistentes,as outras são sensíveis a beta-lactamase, a não ser que associe um inibidor de b-lactamase. o São medicações hospitalares que serão utilizadas nem quando as cefalosporinas forem capazes de resolver. o Posologia dessas drogas geralmente são de 4/4h Antipseudomonas: piperacilina e ticarcilina o Quando quer ampliar o espectro, tem associação de piperacilina com tazobactân, que também vão pegar bem gram-negativos. Cefalosporinas: 1ª geração: pega mais gram +, geralmente usada de 6/6h 2ª geração: pegam mais gram – 3º geração: são amplo espectro: gram +/-, alguns anaeróbios e até pnsudomonas. Dessa geração pra frente já pode usar pra bactérias produtoras de cefalosporinase. 4ª e 5ª geração: uso hospitalar PROTOCOLO PNEUMONIA Pneumonia hospitalar X pneumonia adquirida na comunidade Pneumonia adquirida na comunidade (PAC): É uma pneumonia típica de um paciente que deambula, que verbaliza, que alimenta. O que torna a pneumonia grave é a resposta imune -> SARA (síndrome da angustia respiratória aguda). Fisiopatologia: o Inalatória -> normalmente um gram + o Microaspiração -> comum em pacientes acamados ou alcoólatras, pensar em anaeróbias e atípicas o Evolução de uma IVAS -> evolução de rinite, por exemplo o Via hematogênica por contiguidade Geralmente ocorre uma consolidação do parênquima pulmonar, salvo as pneumonias por agentes atípicos. Fatores de risco para doença grave por pneumococo: Criança menores de 2 anos o Diabéticos o Maiores de 65 anos o HIV/AIDS o Desnutrição o Tabagista AGENTES ETIOLÓGICOS PAC AGENTE TÍPICO (gram +/-) AGENTE ATÍPICO (s/ parede) AGENTE ANAERÓBIO (ausência O2) Streptococcus pneumoniae Mycoplasma Fusobacterium Sthapylococcus Legionella (quadro arrasado) Paciente com higiene oral ruim Pseudomonas Clamydia Klebsiella Moraxella catarrhallis Vírus H. Influenza Caso clínico: Mulher, 70 anos, calafrio, tosse (as vezes com expectoração amarelada) há 2 dias. Evoluiu com dor pleurítica, queda do estado geral, e hiporexia há 1 dia. Hoje, queixa dispneia e confusão mental. Tabagista, diabética, hipertensa. Vacinada contra gripe, mas não vacinada contra pneumococo. Exame físico: o PA: 110/70; FC: 120; FR: 30; Sat: 90% e Temp: 38,2°C o Estertores crepitantes mais em base o Raio X com infiltrado alveolar bilateral o Hemograma: 18.500 leucócitos c/ 20% bast; PCR: 73; creatinina 1,8; lactato arterial 2x o limite o Diagnóstico: pneumonia adquirida na comunidade. CURB-65 = 3 A decisão para do tratamento dos pacientes inicialmente é definido pelo score de CURB- 65: C CONFUSÃO MENTAL 1 PONTO U UREMIA > 19mg/dL 1 PONTO R FR > OU IGUAL A 30 1 PONTO B SIS < 90 / DIAST <60 1 PONTO 65 > 65 ANOS 1 PONTO Tríade da pneumonia: o Tosse + febre* + infiltrado radiológico o Lembrando que a febre pode ser substituída por uma taquipneia em idosos. o Outros achados importantes: taquipneia, dispneia, calafrio, dor torácica, maciez e percussão do tórax, crepitações na ausculta pulmonar Diagnóstico: o RX + 1 critério maior ou RX + 2 critérios menores o Critérios maiores: febre, tosse e expectoração. Observar esses critérios para ver se o paciente está tendo alguma melhoria ou não, por exemplo, a febre cessar. o Critérios menores: dispneia, leucocitose, alterações da ausculta pulmonar, dor pleurítica Paciente de baixo risco: o Menos de 5 dias de internação; sem ATB nos últimos 15; sem mais fatores de risco (não é diabético, hipertenso...) o Pensar nos seguintes patógenos: s. pneumoniae; H influenzae; S aureus, Oxa-s; enterobacter sensível (e.coli, kleibsiela) *Considerar padrão de resistência local Pacientes de alto risco: o Mais de 5 dias de internação; uso de ATB nos últimos 15 ; c/ mais fatores de risco: neurocirurgia, corticoide, ventilação mecânica, SARA, maior que 65 anos, hipertenso, diabético o Pensar nos seguintes patógenos: Pseudomonas, enterobacter, s. aureus resistente, Oxa-R, enterobacter (-) multirresistentes *Considerar padrão de resistência de CCIH Tratamento: Ambulatorial: 5 a 7 dias de tratamento. CURB entre 0 e 1 Paciente saudável, idade <65 anos, sem uso recente de antibióticos. Para pacientes saudáveis com menos de 65 anos que não usaram antibióticos recentemente, normalmente usamos um regime empírico que visa S. pneumoniae , H. influenzae e patógenos atípicos (isto é, M pneumoniae , L. pneumophila e C. pneumoniae ) o 1ª opção: amoxicilina 1g 8/8h o 2ª opção: acrescentar o macrolídeo (azitromicina ou claritromicina) se o paciente tiver uma pneumonia arrastada ou se suspeitar de infecção por agente atípico. o Pacientes que apresentam alergias à amoxicilina -> usar cefalosporina de 3ª geração Paciente com comorbidades, idade igual ou superior a 65 anos ou uso recente de antibióticos - Para pacientes com comorbidades graves (doença pulmonar, hepática, cardíaca ou renal crônica, câncer, diabetes, insuficiência cardíaca congestiva, dependência de álcool, imunossupressão), fumantes ou aqueles que usaram antibióticos nos últimos três meses, expandimos a cobertura para melhor tratar H. influenzae, M. catarrhalis, produtora de beta-lactamase , M. catarrhalis e S. aureus suscetível à meticilina , além de S. pneumoniae e patógenos atípicos. Para aqueles com doença pulmonar estrutural, expandimos ainda mais a cobertura para tratar Enterobacteriaceae (por exemplo, E. coli, Klebsiella spp) o 1ª opção: amoxicilina + clavulanato 2g 12/12h + macrolídeo (azitromicina, claritromicina) o 2ª opção: pacientes que apresentam alergias à amoxicilina -> usar cefalosporina de 3ª geração + macrolídeo o 3ª opção: monoterapia com fluorquinolonas (levofloxacina e moxiflocxacina para pacientes que não suportam nenhum dos dois esquemas acima, como em casos de alergia. OBS.: Fluorquinolonas: usar levofloxacino, não usar ciprofloxacino porque ele pega mais gram -, e pensando em pneumonia, focar em gram +. Amox + clav pegam gram + e – Macrolideo pega atípico Clinda. e metronid. pegam anae. Moxifloxacino pega gram +/-, atípico e anaeróbio Levofloxacina pega gram +/- e atípico Uso de fluorquinolonas pode causar QT alargado resultando em torsaides points. Não usar em idosos, pode causar frouxidão ligamentar. Usar somente em últimos casos as fluorquinolonas no tratamento ambulatorial. Internado na enfermaria: 7 a 10 dias de tratamento. CURB 1 – 2 o 1ª opção: b-lactâmico (amoxicilina + clavulanato (EV) 2g 12/12h) + macrolídeo (azitromicina ou claritromicina) ou cefalosporina de 3ª geração (ceftriaxona e ceftazidma) + macrolídeo LEVOFLOXACINA MOXIFLOXACINA o 2º opção: levofloxacina – monoterapia (equivale ao amox + clav + macrolídeo) pega gram -/+ e atípico o 3ª opção: pode ser feito amoxicilina + clav + clindamicina se suspeitar de anaeróbio. o 4ª opção: pneumonia é por agente típico, atípico e anaeróbio, é melhor fazer moxifloxacina que equivale a clinda + levofloxacina, do que usar amox + clav + azitromicina + clindamicina. Internado na UTI: 7 a 14 dias de tratamento CURB > ou igual a 3 o Se o paciente não tiver risco de pseudômona: cefalosporina de 3ª geração (ceftriaxona) + macrolídeo ou fluorquinolona em monoterapia. Lembrando que a cefalosporina pode ser substituída por amoxicilina + clavulanato. o Se o paciente tiver risco de pseudômona: b-lactâmico (amoxicilina ou cefalosporina de 3ª geração) + fluorquinolona. Ceftazidima + levofloxacina Doses das medicações: MACROLÍDEOS Azitromicina 500mg/dia, VO ou EV Claritromicina 500mg 12/12h, VO ou EV FLUORQUINOLONAS Levofloxacino 750mg/dia, VO ou EV Moxifloxacino 400mg/dia, VO ou EV B-LACTÂMICOS P/ TTO AMBULATORIAL Amoxicilina 500mg 8/8h ou 1g 12/12h, VO Amox + clav 500/125mg 8/8h, VO B-LACTÂMICOS P/ TTO HOSPITAL Ceftriaxona 1g 12/12h, EV Cefotaxima1g 8/8h, EV Ampicilina 2g 6/6h, EV B-LACTÂMICOS C/ AÇÃO ANTI PSEUDOMONAS Cefepime 2g 8/8h, EV Ceftazidima 2g 8/8h, Pneumonia hospitalar: É uma pneumonia típica de um paciente que é acamado, que tem diminuição dos cílios da traqueia e fibronectina, fazendo com que fiquem mais propensos a infecções por patógenos gram-negativos. Além de que a fibronectina é uma glicoproteína capaz de inibir a aderência de bacilos G- na orofaringe e sua redução pode favorecer a adesão dessas bactérias, substituindo a microbiota normal pré-existente. Não se aplica CURB em paciente com PH. Causas: o Aspiração de bactérias que colonizam as vias áreas superiores -> gram-negativa; (principal via de infecção) o Transmissão cruzada de patógenos por profissionais de saúde através de celulares, brincos que não são removidos ao entrar na UTI; o Ventilação mecânica em idosos. Índice de letalidade chega a 50% Principais patógenos são (PAK – hospitalar): o Pseudomônas o Acinetobacter o Klebsiella o São três bactérias bastante resistentes devido a produção de beta-lactamase Quando começar o tratamento com antibiótico de amplo espectro: o Se o paciente tiver internado > 96h; o Se o paciente foi submetido a alguma cirurgia ou procedimento invasivo; o Se o paciente está em cuidado domiciliar; o Se o paciente foi internado nos últimos 3 meses; o Se o paciente foi tratado com ATB nos últimos 15 dias; Tratamento: 1ª conduta: pensar em fatores de risco o Pensar na gravidade do paciente, se ele já evoluiu ou não para sepse o Verificar se o paciente está em ventilação mecânica o Uso de antibiótico prévio Paciente < 5 dias de internação: Pedir um raio x Pensar nos seguintes patógenos, s. aureus, estrepto pneumoniae e h. influenzae, visto que ainda não deu tempo de ser colonizado por uma gram-negativa. Fazer dose máxima da medicação e reavaliar conforme a coloração do gram. o 1ª: ceftriaxona + macrolídeo o 2ª opção: fluorquinolona (levo ou moxi) o 3ª opção: amoxicilina + clavulanato ou ampicilina + sulbactân o Obs.: paciente que apresenta bronquiectasia, DPOC, que deixa o meio secretivo – ampliar o tratamento para pseudômonas -> substituir a ceftriaxona por cefepime que é uma cefalosporina de 4ª geração. E no lugar da amox/ampi -> pipetazo Paciente > 4 dias de internação: Já houve troca da microbiota para gram negativos Pensar na PAK e MRSA – agente etiológico de dentro do hospital o 1ª opção: cefalosporina ação antipseudomona (cefepima – usar com cautela no IRC’s) ou se desconfiar de gram negativo, usar meropenem o 2ª opção: fluorquinolona com ação antipseudomona -> levofloxacina e/ou aminoglicosídeos (amicacina e gentamicina) e /ou polimixina B o 3ª opção: vancomicina ou teicoplanina se for um s.aureus resistente a meticilina Na prática quando a pneumonia é por ventilação mecânica e comprovada -> usar carbapenêmicos + polimixina B Pipetazo é uma boa alternativa aos carbapenêmicos, visto que os estes não pegam gram positivo. Mas o pipetazo pega menos gram negativo e tem menos espectro contra Klebsiella, ou seja, tudo depende do patógeno. Se for uma Klebsiella muito resistente produtora de carbapenase (KPC) -> carbapenêmicos em dose plena + polimixina B + gentamicina (aminoglicosídeo) Usar polimixina B quando suspeitar de infecção mista ou muito resistente porque ela tem uma toxicidade ruim, gerando efeitos adversos. SEPSE É uma reação inflamatória desregulada, seguida de uma disfunção orgânica que pode ser potencialmente fatal. Ocorre devido a liberação de endotoxinas das bactérias Atualmente as nomenclaturas são sepse e choque séptico, apenas. Utilização dos scores SOFA ou Qsofa - > avaliação da falência de órgãos Score SOFA: o É utilizado quando tem tempo de solicitar exames ou no local é disponível fazer exames. o Avaliação do sistema respiratório o Avaliação da coagulação -> plaqueta o Avaliação da bilirrubina o Avaliação da pressão arterial média o Avaliação da escala de Glasgow o Avaliação da creatinina o O aumento de 2 pontos acima do basal nos scores -> paciente em sepse Score qSOFA: É utilizado na emergência, quando não se tem tempo de solicitar todos os exames São de 3 variáveis apenas, sendo elas: Taquipneia: frequência respiratória > 22rpm Confusão mental: Glasgow < 15 Hipotensão arterial: pressão sistólica < 100 mmHG Cada critério é pontuado em 1 ponto, se o paciente tiver 2/3 -> sepse É importante realizar os exames do SOFA depois, visto que o quick SOFA tem alta sensibilidade e com isso pode dar muito falso positivo. Mas, o protocolo de sepse deverá ser aberto da mesma maneira, e se posteriormente não for confirmado sepse, é só descalonar. O protocolo de sepse então é aberto: pacote da primeira hora (pacote ouro) A sepse tem duas fases: o Fase precoce -> paciente tem debito cardíaco aumentado, circulação está hiperdinâmica, pulso cheio, frequência aumentada, vasodilatação periférica, febril. Ou seja, está preparando a periferia para combater aos processos infecciosos. o Fase tardia -> debito cardíaco diminuído, circulação está diminuída, vasodilatação seguida de vasoplegia quando for choque séptico. Tratamento: Inicialmente é necessário saber o sitio infeccioso, o foco. O tratamento para pseudômonas é separado, visto que estas bactérias são de difícil controle e muito resistentes, e os antibióticos usados para o tratamento da sepse na primeira hora não pegam muito bem pseudômonas. Então se desconfiar de pseudômonas, a escolha do antibiótico vai mudar Pensar em pseudômona quando o paciente está em ventilação mecânica decorrente de pneumonia, ou quando tem fibrose cística, paciente que está com sonda devido a ITU, paciente queimado com lesão acima de 30% do corpo, infecção ocular grave. Procalcitonina é um grande aliado para detectar a fonte suspeita. Pacote de primeira hora: o Medir o nível de lactato o Hemocultura em 3 sítios diferentes, 2 amostras por sítio o Começar o antibiótico de amplo espectro o Ressuscitação volêmica com 30ml/kg de cristaloide para hipotensão ou lactato > 4mmol/L o Iniciar vasopressores se o paciente hipotenso durante ou após a ressuscitação volêmica Pacote das 3 horas o Medir o nível do lactato o Obter a hemocultura para fazer o descalonamento dos antibióticos iniciais e redirecionar para o foco correto o Administrar antibiótico de amplo espectro o Ressuscitação volêmica com 30ml/kg de cristaloide para hipotensão ou lactato > 4mmol/L Pacote de 6 horas: o Usar vasopressores para manter PAM > ou igual 65mmHg o Em caso de persistência da hipotensão, reavaliar o estado do volume e a perfusão tecidual e documentar os achados o Medir o lactato novamente caso o inicial estiver elevado Escolha dos antibióticos: Foco urinário: pensar em gram negativo o Usar cefalosporina de 3ª geração (ceftriaxona) ou uma fluorquinolona endovenosa (levo e a cipro que pega pseudômona) Foco na pele: pensar em gram positivos o Se adquirido na comunidade: oxacilina o Hospitalar: vanco pensando em MRSA Foco hispitalar: pensar em gram negativas multirresistentes (PAK) o Cefalosporina de 4ª geração (cefepima) ou pipetazo que pega anaeróbios e pseudômonas Se não tiver foco definido: vancomicina + meropeném -> obrigado a descalonar de 3 a 5 dias dependendo do resultado da cultura PROTOCOLO ITU BACTERIÚRIA ASSINTOMÁTICA Dois exames EAS positivos e paciente com ausência de disúria, polaciúria que são sintomas muito comuns nas infecções urinárias. EAS 10³ + sintomas = tratar o paciente Paciente com sonda e EAS 10² = tratar Tratar ou não bacteriúria assintomática? Não, com exceção de gestantes ou se o paciente for passar por processos urológicos invasivos. Paciente neutropênico e transplantado trata-se por convenção. LiteraturaCecil fala pra tratar diabetes. Se na cultura vier Proteus, o paciente for assintomático e hígido -> tratar também. Visto que essa bactéria vai metabolizar ureia formando um metabólito que vai originar um cálculo. Tratamento de gestantes: Usa-se a nitrofurantoína ou fosfomicina ou beta-lactamicos (cefalosporina de 1ª/2ª geração a princípio). Amoxicilina + clavulanato pode ser usado, porém como tratamento alternativo. Tratamento com duração de 7 dias, exceto se a droga for a fosfomicina que é dose única. A nitrofurantoína deve ser evitada de usar 15 dias antes do parto, mas a fosfomicina pode. Depois do tratamento, de 2 a 4 semanas, pede uma urocultura de controle. Se vier negativo, fazer EAS a cada semestre. Se vier positivo, repetir o exame. Se na segunda cultura ainda vier positivo -> escolher um antibiótico diferente do primeiro tratamento, ou seja, se a paciente usou nitrofurantoína, agora prescreve fosfomicina. Se ainda der negativo, fazer outra escolha, tratar e pedir outro exame ou faz profilaxia. A profilaxia é feita com doses muito baixas de antibióticos diferentes dos dois últimos escolhidos até uma semana antes do parto. Evitar repetir a mesma medicação no período de 3 meses. Nitrofurantoína: o É um antibiótico bacteriostático em doses usuais; o Mecanismo de ação bacteriostático é a inibição da formação de RNA mensageiro, inibindo a síntese proteica. Também vai inibir a acetilcoenzima A bacteriana, diminuindo o metabolismo da bactéria (bactericida). E o terceiro mecanismo é lise da membrana citoplasmática (bactericida). o Pacientes que filtram menos que 30ml/min deve evitar o uso dessa droga. o O espectro de atividade é bom para os principais patógenos de ITU, como a E. Coli, Staphylococcus saprophyticus e enterecoccus. Não é ativa contra Proteus, nem contra as PKC’s. o A absorção dela é melhor na presença de alimento, elimina via renal e biliar. o Nome comercial é Macrodantina – macrocristalina. o É importante que essa droga esteja fazendo efeito em meio ácido, então alimento básicos podem atrapalhar o seu efeito. o Seu uso pode ser feito por mulheres, homens, gestantes, crianças o A prescrição na vida real é de 100mg 6/6h e no livro de infectologia fala 8/8h o A profilaxia com essa droga é feita com uma dose pequena, durante muitos meses, uma capsula de 100mg/dia. o Efeitos colaterais: náusea, vomito, diarreia. E os mais raros como farmacodermia, anemia megaloblástica, anemia hemolítica e icterícia. o Contraindicação: não é recomendada próximo ao parto, porque o bebe pode ter uma anemia hemolítica neonatal e insuficiência renal. INFECÇÃO URINÁRIA Cistite aguda simples, antes chamada de ITU baixa não complicada Se tem sintomas sistêmicos, não pode chamar de cistite aguda simples, e sim de ITU aguda complicada. Então o complicado se refere ser fora da bexiga, ou seja, da ideia de pielonefrite. Então a nova terminologia diz que, tudo que se estende além da bexiga é complicado, se só na bexiga, simples. Então os nomes são: cistite aguda simples (bexiga) e ITU aguda complicada (ideia de pielonefrite) É importante diferenciar cistite de pielonefrite, porque normalmente a cistite o tratamento é ambulatorial, já a pielonefrite é internação. Principais agentes etiológicos: o E. Coli o Sthapylococcus Saprophyticus o Em menor frequência uma ITU por fungos e protozoários o Nos idosos ocorre muito infecções polimicrobianas CISTITE AGUDA SIMPLES (ITU baixa) Mulheres são mais acometidas; O diagnóstico é clínico, mas pode ser solicitado um EAS que é padrão ouro, e no resultado observar principalmente o nitrito e leucócito (esterase leucocitária). EAS com nitrito positivo = bactéria gram-negativa EAS é coletado pela manhã principalmente, visto que tem que ficar cerca de 6/8h sem urinar. Então o primeiro jato é desprezado e o segundo jato é coletado. Lembrando que precisa ocorrer uma limpeza da região pois é um procedimento estéril. Populações suscetíveis: crianças, gestantes, idosos, paciente com lesão medular, diabéticos, imunossuprimidos e pacientes com sonda vesical Uma das causas mais frequentes de pielonefrite é uma cistite não tratada. Manifestações clínicas: o Paciente não apresenta alterações sistêmicas (febre, calafrio, hipotenso, alteração hemodinâmica), que geralmente estão associadas a pacientes acamados, pacientes com disfunção anatômica, doença autoimune ou alguma alteração obstrutiva o Disúria o Aumento da frequência urinária o Urgência urinária o *Febre e dor em flancos -> sugere pielo O piridium é um analgésico de vias urinárias que os pacientes se automedicam, seu uso não é errado desde que prescrito por um profissional por 2 dias, apenas. Porque 48h é o tempo necessário para o antibiótico fazer efeito e diminuir os sintomas de cistite. Estudos indicam que no primeiro dia antibioticoterapia não deveriam ter mais sintomas. Tratamento: Mulheres não grávidas: Sulfametaxazol trimetorpima o 800mg 12/12h por 3 dias o Pacientes que viajaram pra Europa* -> bactérias resistentes a sulfa Nitrofurantoína o 100mg 6/6h por 7 dias o Evitar se suspeitar de pielonefrite e paciente for IR Fosfomicina o Dose única de 3g / É boa pra bactérias multidrogas resistentes Evitar fluoquinolonas devido a mecanismo de resistência e os efeitos adversos como hipoglicemia, confusão mental, ruptura do tendão de Aquiles podem acontecer. Tratamento alternativo: beta-lactâmicos o Amoxicilina + clavulanato 500mg 12/12h o Cefalosporinas de 1ª e 3ª geração – cefalexina 500mg 6/6h Não usar antibióticos já usados nos últimos três meses. Em casos de recidiva de ITU sintomática tratar por um período maior, 7 dias Se a paciente teve 3 infecções no último ano, ou 2 infecções em 6 meses: ITU recorrente -> fazer profilaxia, idealmente com nitrofurantoína ou outras drogas: Uretrite e vaginite usar doxicilina Prostatite usar fluorquinolona – 14 dias Mulheres grávidas sintomáticas: o Solicitar gram e cultura o Gram positivo: beta-lactâmico (amoxicilina por 7 dias) o Gram negativo: nitrofurantoína por 7 dias Cistite de lua de mel o Se estiver relacionada com ato sexual, paciente pode fazer profilaxia com as seguintes drogas, além da higiene pessoal. Homens: Tempo de tratamento 7 a 10 dias, algumas literaturas trazem 14 pelo risco de prostatite Solicitar cultura o Gram positivo: amoxicilina + clavulanato 500mg 12/12h o Gram negativa: sulfametaxazol trimetoprima ou fluorquinolona (norfloxacina ou ciprofloxacina) ITU AGUDA COMPLICADA (PIELONEFRITE) O paciente precisa ser internado; Presença de sintomas sistemáticos, como febre, calafrio, taquicardia, dor lombar, dor suprapúbica e disúria. Sinal de Giordano quase sempre positivo, que é a dor devido a punho-percussão na região de flanco dorsal, que pode ser uni ou bilateral. A maioria dos pacientes com pielonefrite refere história previa de cistite Mais comum em mulheres, acima dos 50 anos empata entre homem e mulher. O agente etiológico mais comum é E. Coli, pensar em Proteus caso no EAS vier um pH mais alcalino e presença de cilindro. Na pielonefrite complicada além da E. Coli tem a presença de pseudômonas e fungos. Fatores de risco: o História previa de ITU o DM e imunossuprimidos o Gravidez o Anormalidade funcional e anatômica o Cateter vesical Fisiopatologia: o Colonização da uretra por bactérias que logo vão se transportar até a bexiga. Posteriormente chegando na pelve renal onde ocorre a invasão do parênquima pelas bactérias. Tratamento: Pielonefrite não complicada: Solicitar urocultura -> Gram positivo: o Ampicilina + sulbactân EV ou amoxicilina + clavulanato VO ou cefalosporina de 2ª/3ª geração (ceftriaxona) Gram negativo: é o mais comum, em ausência de exames,tratar esse gram o Levofloxacina ou ciprofloxacina ou aminoglicosídeos (gentamicina ou amicacina) o Ao usar aminoglicosídeos tem que avaliar a função renal, e tratar por 14 dias o Iniciar o tratamento venoso e depois de 72h -> via oral. o Evitar fluoquinolona em idosos e crianças, visto que essa medicação pode fazer um prolongamento do intervalo QT, frouxidão ligamentar, etc. MEDICAMENTO DOSES Ciprofloxacina 400mg EV ou 500mg VO 12/12h Levofloxacina 750mg EV ou VO 1x/dia Ceftriaxona 1 a 2g 1x/dia IM/EV Amicacina 15mg/kg Gentamicina 5mg/kg TRATAMENTO DE 10 A 14 DIAS Pielonefrite complicada É um paciente que tem uma anormalidade metabólica, hormonal ou imunológica. Tratamento principalmente para E. Coli e Pseudomonas Tratar de 14 a 21 dias Tratamento convencional: o Ceftriaxona ou fluorquinolona Tratamento alterativo: o Ampicilina + sulbactân + gentamicina ou Pipezato MEDICAMENTO DOSES Ceftriaxona 1-2g 1x/dia Ciprofloxacina 500mg 12/12h Levofloxacina 500mg 1x/dia Gatifloxacina 400mg 1x/dia Ampicilina 1g 6/6h Gentamicina 3-5g/kg 1x/dia Pipetazo 3 – 4,5g 6/6h INFECÇÃO URINÁRIA DE ORIGEM HOSPITALAR Não importa se é pielonefrite ou cistite, é uma infecção adquirida no hospital, que provavelmente veio através de um cateter. Os principais agentes etiológicos são E. Coli, Proteus e Staphylococcus saprophyticus Tratamento inicial empírico é para Pseudômonas -> beta-lactâmicos (pipetazo), aminoglicosídeos e fluorquinolona. Tratamento: o Pipetazo 4,5mg 6/6h + gentamicina 5mg/kg/dia (ou ciprofloxacina 200 a 400mg 8/8h) o Cefepima 500mg/1g 6/6h (ou ceftazidima) + gentamicina 5mg/kg/dia (ou ciprofloxacina 200 a 400mg 8/8h) o Ticarcilina + clavulanato 1g 6/6h + gentamicina 5mg/kg/dia (ou ciprofloxacina 200 a 400mg 8/8h) o Aztreonam 1g 8/8h o Imipeném 500mg 1g 6/6g ou meropeném (melhor) 500mg 8/8h