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1 Thalia Feitosa | Tutoria 6 Endocrinologia | Teórica | Aula 3 Índice: 1. Fisiologia 2. Conceitos 3. Causas de tireotoxicose 4. Doença de Graves 5. Tratamento FISIOLOGIA Quando falamos de qualquer glândula endócrina, temos sempre o hipotálamo e a hipófise como glândulas “mãe”, que vão estimular as glândulas periféricas. A principal função da tireoide é produzir quantidades adequadas de hormônios tireoidianos para atender às demandas periféricas. Os dois principais são a tri-iodotironina ou T3 e a tetraiodotironina (tiroxina ou T4). O que acontece para a liberação desses hormônios é o seguinte eixo: 1- O hipotálamo produz o hormônio TRH (hormônio liberador de tireotrofina). 2- Que estimula a hipófise a liberar o TSH (hormônio estimulador da tireoide). 3- Assim, o TSH faz com que a tireoide libere os hormônios T3 e T4, que atuam nos tecidos. T3 e T4 fazem uma alça de feedback negativo com a hipófise inibindo TSH, depois uma alça negativa com o hipotálamo. CURIOSIDADE! O teste do pezinho avalia a função tireoidiana, se a função não estiver adequada, a criança não irá se desenvolver. Além disso, em cada fase da vida o hormônio tireoidiano é importante, por exemplo: se uma criança nasce com hipotireoidismo congênito ela não vai se desenvolver intelectualmente; se a idade em que a criança desenvolver hipotireoidismo for na idade pré-escolar vai afetar o crescimento. Se for na idade escolar afetará o rendimento na escola e na fase adulta pode afetar sua concentração e aprendizado. Enquanto que, no excesso de hormônio tireoidiano a pessoa ficará mais agitada, o que também não é positivo, visto que buscamos o equilíbrio. CONCEITOS Tireotoxicose: excesso de hormônio tireoidiano, independente de ser endógeno ou exógeno. Hipertireoidismo: tireotoxicose por hiperfunção da tireóide aumentada. Tireotoxicose franca ou manifesta: T4 livre e T3 altos, com TSH suprimido. Tireotoxicose subclínica: TSH suprimido, com T4L e T3 normais. o É o mais comum. CAUSAS DE TIREOTOXICOSE Doença de graves o A principal. Bócio multinodular ou uninodular tóxica o Produz excesso de hormônio tireoidiano. o 2ª maior causa. Tireoidite subaguda o Uma característica é que a pessoa sente muita dor a palpação. Tireoidite aguda Tireoidite pós parto Tireoidite indolor Tireoidite de riedel o Dolorosa, mas tem aspecto diferente na palpação, muito dura. Struma ovarii T o Tecido tireoidiano no ovário, tratamento cirúrgico. Hipertireoidismo por iodo o iodo pode provocar hiper (por ser substrato) ou hipotireoidismo. TSH-nomas - tumor produtor de TSH Hipertireoidismo Hipertireoidismo 2 Thalia Feitosa | Tutoria 6 Endocrinologia | Teórica | Aula 3 Resistência hipofisária aos HT CA folicular metastático Tireotoxicose factícia/ iatrogênica o Exagero no tratamento para hipotireoidismo. DOENÇA DE GRAVES 60 a 80% dos hipertireoideos tem DG; 5 – 10 mulheres (mais prevalente em mulheres) /1 homem; Prevalência incerta: 0,4 – 1% da população; Prevalência mais baixa em negros; Incidência anual, em mulheres: 0,5/1000; Pico de incidência: 2 – 4 décadas; Risco maior entre 40 – 60 anos, mas geralmente ocorre em uma idade menor. FISIOPATOLOGIA Nesse quadro os linfócitos B e T participam do sistema imune produzindo anticorpos que atacam a glândula da tireoide, são denominadas imunoglobulinas estimulante da tireoide (ETI), que super estimula a glândula tireoide a produzir quantidades em excesso de hormônios. Essa condição é denominada hipertireoidismo. Em condições normais, o TSH atua sobre receptores pequenos na glândula da tireoide fazendo com que ela produza hormônios T3 e T4, o receptor primário que origina a doença de Graves é dirigido contra o receptor de TSH. Tendo como principais 3 anticorpos: o Anticorpos anti-tireoperoxidase (também chamado anticorpo anti TPO); o Anticorpos anti-tireoglobulina (anti-Tg); o Anticorpos anti-receptores de TSH (TRAb); Os anticorpos comportam-se como TSH, se ligam ao seu receptor na célula da tireoide, estimulando e fazendo com que esta aumente de tamanho (ocasionando bócio) e edema da glândula. QUADRO CLÍNICO SINTOMAS Irritabilidade; Hiperatividade; Disforia; Intolerância ao calor; Sudorese; Palpitações; Fadiga; Fraqueza; Perda ponderal; Aumento do apetite; Aumento do número de evacuações diárias; Poliúria (raro); Oligomenorréia. SINAIS Taquicardia (pelo menos acima de 100 bpm); Bócio; Pele quente e úmida; Fraqueza muscular; Mioapatia proximal; Retração palpebral; Exoftalmia (pode ser que não regrida com o tratamento, e até que só um olho volte ao normal). DIAGNÓSTICO O quadro clínico do paciente “entrega a doença”. Laboratorial: T4 livre, TSH, T3 (casos mais raros de hipertireoidismo às custas de T3) e TRAb (anti receptor de TSH), um grande marcador da doença de graves. T4 livre + TSH- e TRAb + = Doença de Graves. T4 livre + TSH- e TRAb- = Outras causas de hipertireoidismo. Cintilografia de tireoide: Para avaliar doença de Graves apenas em caso de dúvidas. o A cintilografia é um exame de imagem no qual ofertamos iodo ao paciente (não é venoso, o paciente ingere) sendo esse, a matéria prima dos hormônios tireoidianos. Assim, o exame é avaliado a partir de um valor de normalidade, visto que existe um percentual normal e anormal da captação de iodo. o A cintilografia da DG acusa uma hipercaptação difusa, ou seja, toda a tireoide vai estar captando bastante. o Se fosse multinodular/unimodular irá ter “área de captação”. TRATAMENTO Medicamentos, Iodo 131 e cirurgia. DROGA ANTI-TIREOIDIANA Principais são as classes Tionamidas. Age diminuindo a formação do hormônio tireoidiano, sendo assim, pode levar cerca de 5 dias até 1 semana para obter o resultado do medicamento, nesse período pode-se ofertar betabloqueador ao paciente, já que o sintoma cardiovascular é quem mais está presente nesses pacientes. 1- Propiltiouracil: Comprimidos de 100mg (100 a 1200mg/dia ou 1 a 12 cps). É o medicamento indicado na gestação. 2- Metimazol: Tiamazol ou tapazol (nome comercial), comprimidos de 5mg e 10mg, sendo a dose máxima 60mg. o *Não usar tapazol em gestante, pois é teratogênico. 3 Thalia Feitosa | Tutoria 6 Endocrinologia | Teórica | Aula 3 o Começa com doses altas e vai diminuindo com o tempo. IODO 131 Em casos de má adesão ao tratamento ou ausência de resposta à terapêutica medicamentosa. Escolha para pacientes que não possuem bócio e nem alergia. O seu grande problema é que os pacientes podem obter um hipotireoidismo secundário a iodo terapia. A principal ação do iodo é a inibição da liberação hormonal. CIRURGIA Normalmente não é uma tireoidectomia total, mas sim parcial. Quando fazer? Em pacientes que não respondem ao tratamento medicamentoso ou já o utilizam há tanto tempo que cursa com uma hepatotoxicidade ou bócios, tendo que optar entre o uso de iodo 131 ou cirurgia. TRATAMENTO HIPERTIREOIDISMO SUBCLÍNICO Quando o T3 e T4 estarão normais e o TSH baixo. O risco é que o paciente pode cursar com uma arritmia ou fibrilação atrial, assim: o TSH < 0,1 devemos tratar independente da idade. o TSH > 0,1 e menor que 50 anos, observa. o TSH > 0,1 e maior que 70 anos, devemos tratar.
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