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Teoria geral O código de processo civil está dividido basicamente em processo de conhecimento e processo de execução. O processo de conhecimento é aquele por meio do qual o juiz diz o direito, ou seja, define “quem tem razão”. Ele está dividido em procedimento comum e procedimento especial. No processo de execução, por sua vez, é que se dá a satisfação desse direito, a sua materialização na vida real. No processo de conhecimento, o procedimento comum é o aplicado em regra geral, servindo para decidir as questões ordinárias. Está previsto no código de processo civil no artigo 318 e seguintes. O procedimento especial, por sua vez, dedica-se a resolver algumas questões particulares e está previsto nos artigo 539 a 770 do CPC. É preciso lembrar que os procedimentos especiais, assim como em outros ramos do direito, não estão previstos apenas no Código de Processo Civil. Justamente por serem aplicados a casos específicos de diferentes matérias, a legislação extravagante também traz previsão de procedimentos especiais. Como exemplos podemos citar o mandado de segurança, ação popular, busca e apreensão de bem gravado por alienação fiduciária, execução fiscal, entre outros. Procedimento especial Segundo o CPC, há duas modalidades de procedimentos especiais, os de jurisdição contenciosa e os de jurisdição voluntária. Os de jurisdição contenciosa se referem à solução de litígios, enquanto os de jurisdição voluntária apenas à administração judicial de interesses privados não litigiosos. Jurisdição voluntária Não há processo nos feitos de jurisdição voluntária, mas apenas procedimentos que constituem a coordenação formal de atos não processuais, onde o juiz não exerce função jurisdicional, mas tão só administrativa. É o que ocorre com as alienações judiciais, as nomeações de tutores e curadores, o divórcio e a partilha consensuais. Fundamento para a criação de procedimentos especiais O procedimento especial foi criado em razão de determinadas particularidades dos assuntos envolvidos, ou seja, em razão das particularidades do direito material que vêm a demandar processo mais célere, mais prático, enfim. A jurisdição voluntária consiste em um procedimento de natureza administrativa sem litigiosidade, ou seja, as partes estão em comum acordo acerca da situação. Nesse sentido, o Estado apenas exercerá atos de pura administração, somente orientando e concluindo o “acordo” entre as partes. As principais características dessa espécie de jurisdição, de acordo com a doutrina, são: • necessidade de um negócio ou ato jurídico como pressuposto • inexiste a lide, ou seja, conflito • os participantes do procedimento são chamados de interessados • pode ser incidentalmente litigiosa, ou seja, diante da osmose entre a jurisdição contenciosa e voluntária, o procedimento era voluntário e se transformou em contencioso. Mas, não havendo litígio, qual será a função do(a) juiz(a) nesse caso? O(a) juiz(a) ainda possui o papel de decidir. Entretanto, ao decidir, o(a) juiz(a) não precisa ficar adstrito ao critério da legalidade estrita, podendo decidir o pedido de acordo com o que achar mais conveniente para o caso concreto. Ou seja, há uma maior abertura para a discricionariedade naqueles procedimentos de natureza voluntária. Além disso, as decisões nesses procedimentos não formam coisa julgada material. Assim sendo, diante da ocorrência de casos supervenientes à decisão, essa poderá ser revisada. Verbas sucumbenciais As verbas sucumbenciais decorrem da existência de uma parte vencedora no processo. Todavia, não havendo lide nos procedimentos de natureza voluntária, não há vencedor e vencido. Portanto, não há condenação ao pagamento de verbas sucumbenciais. Entretanto, como apresentado anteriormente, existem os casos de litigiosidade incidental. Nesses casos, caberá condenação da parte vencida ao pagamento de honorários e a configuração das verbas de sucumbência seguirá as normas ordinárias das causas contenciosas. O artigo 725 do Código de Processo Civil (Lei n 13.105) dispõe de um rol exemplificativo dos procedimentos voluntários. De acordo com este artigo, “processar-se-á na forma estabelecida nesta Seção o pedido de:” I – “emancipação” A emancipação poderá ser feita por requerimento do menor que esteja sob tutela ou que por divergência entre os pais, não tenha a emancipação concedida voluntariamente. II – “sub-rogação” A sub-rogação consiste na necessidade de autorização do(a) juiz(a) quando for necessário transferir, de um bem para outro, a inalienabilidade ou impenhorabilidade. Como exemplo, aqueles bens gravados com inalienabilidade/impenhorabilidade. III – “alienação, arrendamento ou oneração de bens de crianças ou adolescentes, de órfãos e de interditos” Nesses casos, a autorização do juiz é requisito de validade. IV – “alienação, locação e administração da coisa comum” Ocorre nos casos em que o bem estiver em condomínio e não houver acordo entre os condôminos. V – “alienação de quinhão em coisa comum” Assim como a hipótese anterior, não há acordo entre os condôminos. Aqui, contudo, a controvérsia que pode surgir é em razão do direito de preferência dos demais condôminos em relação ao terceiro. VI – “extinção de usufruto, quando não decorrer da morte do usufrutuário, do termo da sua duração ou da consolidação, e de fideicomisso, quando decorrer de renúncia ou quando ocorrer antes do evento que caracterizar a condição resolutória” VII – “expedição de alvará judicial” Tem o intuito de formalizar o requerimento que autoriza a prática de um ato que tem como condição de validade a permissão judicial. VIII – “homologação de autocomposição extrajudicial, de qualquer natureza ou valor” Esse caso ocorre quando a parte tem interesse em levar o acordo à autoridade judiciária para transformá-lo em título executivo judicial. Bibliografia https://www.direitonet.com.br/dicionario/exibir/1644/Jurisdicao- voluntaria-Novo-CPC-Lei-no-13105-15 https://www.direitonet.com.br/dicionario/exibir/1891/Procedime ntos-especiais https://www.google.com/amp/s/xavieroliveiraneto.jusbrasil.com. br/artigos/683862034/procedimentos-especiais-no-novo- codigo-de-processo-civil/amp https://www.direitonet.com.br/dicionario/exibir/1644/Jurisdicao-voluntaria-Novo-CPC-Lei-no-13105-15 https://www.direitonet.com.br/dicionario/exibir/1644/Jurisdicao-voluntaria-Novo-CPC-Lei-no-13105-15 https://www.direitonet.com.br/dicionario/exibir/1891/Procedimentos-especiais https://www.direitonet.com.br/dicionario/exibir/1891/Procedimentos-especiais https://www.google.com/amp/s/xavieroliveiraneto.jusbrasil.com.br/artigos/683862034/procedimentos-especiais-no-novo-codigo-de-processo-civil/amp https://www.google.com/amp/s/xavieroliveiraneto.jusbrasil.com.br/artigos/683862034/procedimentos-especiais-no-novo-codigo-de-processo-civil/amp https://www.google.com/amp/s/xavieroliveiraneto.jusbrasil.com.br/artigos/683862034/procedimentos-especiais-no-novo-codigo-de-processo-civil/amp
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