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Prática de Ensino em Matematica nos anos finais

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Prática de Ensino 
em Matemática nos 
Anos Finais do Ensino 
Fundamental 
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Ms. Douglas Tinti
Revisão Textual:
Profa. Esp. Márcia Ota
A escola e o Estágio Curricular Supervisionado
5
• Iniciando o Estágio Curricular Supervisionado
• O Estágio Curricular Supervisionado na formação do professor de 
Matemática
• Escola: lugar de formação de professores
• Estagiário: postura, direitos e deveres
• Possíveis focos de observação e participação
Os objetivos desta Unidade são:
 » Refletir sobre contexto escolar e sobre a inserção no futuro lócus profissional 
com vistas a desencadear aprendizagens da docência;
 » Refletir sobre o papel e a postura do estagiário no contexto escolar;
 » Apresentar possíveis focos de observação para o desenvolvimento do estágio 
curricular supervisionado;
 » Subsidiar as discussões e ações do estágio curricular supervisionado.
Nesta unidade, abordaremos algumas reflexões sobre o seu futuro lócus profissional: a 
escola. Refletiremos sobre a importância do Estágio Curricular Supervisionado no processo 
de Aprendizagem da Docência, bem como na superação de pré-conceitos oriundos de 
nossa vivência escolar enquanto alunos da Educação Básica.
Antes de iniciar sua jornada como estagiário, recomendamos que você leia, atentamente, 
este material e se aproprie das lentes de observação que serão sugeridas a você, visando ao 
bom aproveitamento deste espaço formativo.
Ah, e não esqueça de assistir à videoula. Nela, será apresentada uma temática 
complementar às discussões que iniciamos aqui.
A escola e o Estágio Curricular Supervisionado
6
Unidade: A escola e o Estágio Curricular Supervisionado
Contextualização
Prezado(a) aluno(a), iniciamos aqui uma nova etapa de aprendizagem profi ssional da 
docência: o Estágio Curricular Supervisionado. Ele se denomina Curricular, pois trata-se de uma 
exigência indicada pelas Diretrizes Curriculares Nacionais para os cursos de Licenciatura em 
Matemática. Em relação ao termo Supervisionado, entram em cena dois espaços formativos 
importantes e complementares: a Universidade e a Escola. Em ambos espaços, deve haver um 
profi ssional licenciado em Matemática para acompanhar e supervisionar sua atuação enquanto 
estagiário. Esses profi ssionais são entendidos como professores formadores. Trata-se de um 
momento importante para sua formação enquanto professor. Por isso, aproveite ao máximo!
Na tentativa de provocar algumas refl exões, abriremos as unidades com a narrativa de um 
episódio, vivenciado por um licenciando em Matemática que denominaremos de Leandro. 
Quem sabe você não se identifi ca!
7
Iniciando o Estágio Curricular Supervisionado
É hoje! Iniciarei meu Estágio Curricular Supervisionado. Na Universidade, fui orientado a 
escolher, primeiramente, uma escola que atendesse aos anos fi nais do Ensino Fundamental. 
Resolvi escolher a escola que estudei desde o 6º ano, pois já conhecia os professores e os 
diretores. Também, era mais perto da minha casa e acredito que seria mais agradável.
Então, de posse da carta de credenciamento da Universidade, fui até a escola. A Dona 
Glória, diretora da escola foi quem me recebeu de braços abertos e feliz por me ver retornar. 
Conversamos um pouco, contei sobre a Universidade e os desafi os que tenho enfrentado; 
afi nal estudar Matemática não é algo tão simples. 
Conversa vai e conversa vem, perguntei à Dona Glória se poderia estagiar na escola. O 
medo de ela me dizer não era tremendo! Digo isso, pois outros amigos me contaram que 
algumas escolas não aceitam alunos estagiários ou aceitam um número específi co a cada ano. 
Dona Glória, muito gentil, disse que sim e me sugeriu que acompanhasse as aulas do Professor 
Adriano, professor de Matemática efetivo da escola há mais de cinco anos. 
Que alegria! Dona Glória me levou até a sala dos professores, pois se aproximava o horário 
de início das aulas e me apresentou ao Professor Adriano. Ele me contou que, no período 
vespertino, ministrava aulas para as turmas de 6º ao 9º ano e no período noturno atuava no 
1º ano do Ensino Médio regular e na Educação de Jovens e Adultos (EJA). Perguntei a ele os 
dias em que ministrava aulas e tomei nota para poder me programar e acompanhá-lo. Disse a 
ele que, naquele dia, não iria subir para a classe com ele, pois teria que tratar da documentação 
do estágio com a Dona Glória.
Depois disso, Dona Glória me apresentou à Coordenadora Pedagógica da escola, 
Professora Cida, e pediu a ela para tirar todas as minhas dúvidas em relação aos documentos 
comprobatórios do estágio. Agradeci a Dona Glória e nos despedimos. 
De imediato, a Professora Cida me apresentou o livro de registro de estagiários. Nele, tive 
que preencher alguns dados meus e toda vez que chegasse à escola para cumprir as horas de 
estágio, deveria assiná-lo. A Professora Cida me disse que esse livro se assemelha ao Livro 
Ponto dos docentes e, em caso de substituição ou afastamento da direção da escola, ele serve 
de comprovação de que realmente estive na escola. 
Visitamos a Secretaria da escola, onde me deparei com uma secretária muito amiga dos 
alunos, a Clarice, que, ao me ver, fez uma festa. Clarice me disse que se eu não quisesse 
cumprir o estágio não teria problema, que “eles davam um jeitinho”. Sorrindo, agradeci e falei 
da importância deste momento para minha formação e exemplifi quei: você gostaria de ser 
operada por um médico que não cumpriu seu período de residência? Creio que não. Sorrindo 
ela me disse que tinha razão e que poderia contar com ela para o que eu precisasse.
A Professora Cida me levou até a sala dela e me apresentou o Projeto Político-Pedagógico 
da Escola e me explicou que é um documento que orienta as práticas da escola (ou deveria 
orientar). Disse que se eu quisesse, poderia lê-lo na sala dos professores, mas que não poderia 
levar para casa, pois ela só tinha aquela cópia. E assim o fi z, fui até a sala dos professores para 
ler esse documento.
Que estranho estar na sala dos professores! Sentia um certo desconforto, pois fazia pouco 
tempo que eu havia concluído o Ensino Médio nessa escola. Entendi que estava vivendo um 
período de transição marcado por diferentes sentimentos e indagações.
8
Unidade: A escola e o Estágio Curricular Supervisionado
 Ao ler o Projeto Político-Pedagógico, fi quei surpreso com a riqueza dos detalhes: história 
da escola, público-alvo, metodologia da escola, processos avaliativos, corpo docente e tantos 
outros tópicos. Nunca havia imaginado que ele existisse! Confesso que o que mais me chamou 
a atenção foi conhecer a história da escola, como ela surgiu, quem foram os fundadores e 
quem eram os professores que atuavam neste período. 
Desse modo, passei a ter um novo olhar para aquela escola que julgava conhecer tão 
bem. Me dei conta que a conhecia enquanto aluno, mas que ela possui outros detalhes que 
não faziam sentido até então. Por outro lado, também, fi quei refl etindo sobre o discurso e 
a prática, ou seja, aquilo que estava escrito no Projeto Político-Pedagógico da escola e as 
práticas dos professores na sala de aula. 
Com isso, tomei nota do que julguei importante para depois, quando iniciasse o processo de 
observação das aulas do Professor Adriano, pudesse comprovar minhas indagações. Entendo 
que não me cabe o direito de julgar o “certo” ou o “errado”, minha função será de observador 
e tenho que fazer com que essas observações gerem em mim um processo de refl exão que 
ajude a me constituir um profi ssional melhor. Será que consigo?
Lendo o Projeto Político-Pedagógico da escola, nem vi o tempo passar e logo os professores 
começaram a adentrar a sala dos professores, pois já era o horário do intervalo. Aí me senti 
um peixe fora d’água! Estava convivendo num mesmo espaço com aqueles que, há pouco 
tempo, eram meus professores.Fui muito bem recebido por todos, não posso negar, mas foi 
estranho. Muitos professores se ocupavam em preencher diários, enquanto outros formavam 
uma rodinha de conversa para falar mal dos alunos. Observava, ria e pensava: o que eu estou 
fazendo aqui? 
Logo, o sinal tocou e o Professor Adriano me convidou para acompanhar a entrada dos 
alunos. A sala dos professores era num andar abaixo das salas de aula. Subimos a escada e 
adentramos o pátio da escola. Lá, estavam as inspetoras dos alunos e alguns funcionários que 
faziam a limpeza da escola tentando organizar “o caos” que se instalava. Nunca pensei que 
éramos tão bagunceiros! 
Aos poucos, os alunos foram entrando em suas respectivas salas de aula e o silêncio pairou 
por alguns minutos. Fiquei sentado no pátio refl etindo sobre tudo o que vivenciei naquele dia 
e tendo de administrar algumas lembranças, que vinham à tona, do período em que era aluno 
desta escola. Realmente, esse período de transição é marcante! 
 Para pensar
 » Quais os critérios utilizados pelo Leandro para escolher a escola que iria 
estagiar? Quais serão os seus critérios?
 » Quem eram os profissionais com que Leandro conversou? Além destes há 
outros que compõem o corpo diretivo da escola? Quais são suas funções?
 » Quais foram as ações desencadeadas por Leandro ao chegar na escola? 
Quais os documentos foram lidos ou assinados por ele? Na escola que você 
estagiará há estes documentos?
 » Se você passar pelo mesmo que passou o Leandro quando a Cida disse que 
“daria um jeitinho” no seu estágio, qual seria sua reação? Qual a importância 
do Estágio Curricular Supervisionado para sua formação?
 » Após iniciar seu estágio, retome a leitura deste episódio e compare: quais os 
pontos comuns e quais os pontos distintos. Reflita sobre eles! Lembre-se que, 
neste período, a reflexão é um canal fecundo de aprendizagens docente.
9
O Estágio Curricular Supervisionado na formação do professor de 
Matemática
Você já parou para pensar que cada um de nós, independentemente de estarmos num curso 
de Licenciatura ou não, já passamos um tempo considerável de nossas vidas dentro de uma 
sala de aula? Partindo dessa premissa, possuímos uma visão ampla, positiva ou negativa, do 
que vem a ser a escola. Visão esta que, a partir do momento que optamos por uma carreira 
docente, devemos direcioná-la de forma a contribuir signifi cativamente para nossa formação.
É na vivência do Estágio Curricular Supervisionado que o graduando enfoca e projeta sua 
futura atuação enquanto acompanha e observa um professor em sala de aula. Por meio das 
observações realizadas, o futuro docente começa a adquirir uma visão crítico-formativa da 
estrutura educacional que o ajudará na refl exão sobre as teorias que foram apresentadas a 
você na Universidade.
O convívio com os professores, que serão futuros colegas de trabalho, com a direção e 
principalmente com os alunos, ajudará o graduando a se desligar da postura de aluno e a 
assumir defi nitivamente uma postura de educador.
Contudo, é fundamental que haja um espaço na universidade para que os futuros docentes 
possam trocar as experiências vivenciadas no Estágio Curricular Supervisionado, juntamente 
com um profi ssional que os direcionem, para que assim, as difi culdades, dúvidas e conquistas 
possam ser partilhadas e refl etidas conjuntamente com os demais colegas que se encontram 
neste mesmo período formativo.
Mas afinal, o que é o Estágio Curricular Supervisionado?
Com toda certeza, você ao se deparar com esse questionamento inicial deva ter respondido 
que o estágio é “o momento em que acompanharei alguns professores mais experientes com 
o objetivo de “aprender” a ser professor”. Mas será que você já não possui uma vivência 
escolar que te possibilite dizer, por exemplo, como deve ser a postura de um professor? Que 
outras aprendizagens estão presentes nesse momento formativo?
Pois bem, antes de iniciar este curso de licenciatura, você já passou um tempo considerável de 
sua vida dentro de uma sala de aula. Mas essa inserção no contexto escolar, até então, era a de 
um aluno. Ao iniciar o Estágio Curricular Supervisionado, espera-se que você se desligue desta 
“postura de aluno” e comece a observar a escola e todo seu contexto pela ótica de um educador. 
Mas, como fazer isso? Não existe um receituário. Entretanto, alguns elementos são 
indispensáveis, como, por exemplo, o envolvimento e a participação plena neste momento 
formativo tão importante. 
Durante a vivência do Estágio Curricular Supervisionado, espera-se, dentre outras coisas, 
que você realize observações e produza refl exões. Sugere-se que você tenha consigo um Diário 
de Observação. Esse diário nada mais é do que um caderno em que você tomará nota das 
observações que julgar mais relevante. Por exemplo: Você chegou a uma determinada sala de 
10
Unidade: A escola e o Estágio Curricular Supervisionado
aula e observou que as carteiras estão dispostas em forma de semicírculos. Um questionamento 
que você poderia fazer: “mas por que em outras salas as carteiras são distribuídas em forma 
de fi leiras? ” Partindo daí, poderíamos pensar no impacto da distribuição das carteiras na 
aprendizagem dos alunos, se é que isso infl uencia ou não na aprendizagem dos alunos.
O Diário de Observação é um instrumento de coleta de dados pessoal do estagiário. Ele não 
precisa ser entregue ao professor supervisor de estágio, mas deve servir de inspiração para as 
refl exões e registros a serem entregues à Universidade. Lembre-se: suas observações devem 
contemplar toda a dinâmica escolar. 
Com isso, esperamos que você vá adquirindo uma visão crítico-formativa da estrutura 
educacional. Isso não quer dizer que você deva olhar para o contexto escolar buscando perceber 
as coisas que, aparentemente, pareçam ruins. Lembre-se a refl exão é uma das essências desse 
momento formativo. Como nos diz Paulo Freire (1991):
Ninguém começa a ser educador numa certa terça-feira, às quatro horas da 
tarde. Ninguém nasce educador ou marcado para ser educador. A gente se faz 
educador, a gente se forma como educador, permanentemente, na prática e 
na refl exão sobre a prática.
O Estágio Curricular Supervisionado é, também, o momento de vivenciar e refl etir sobre 
toda a teoria que está sendo apresentada a você no curso de graduação, bem como sobre 
seu papel dentro da sociedade. Espera-se que você recorde, por exemplo, as diferentes 
contribuições da Educação Matemática que foram compartilhadas com você ao longo das 
disciplinas. Exemplos: as discussões sobre o currículo de Matemática, a utilização de jogos e 
softwares educacionais, a resolução de problemas, dentre outras tendências da área.
 Para pensar
Você já parou para pensar que, atualmente, exige-se do professor que ele, além de 
dominar todos os saberes próprios de sua área de conhecimento, também consiga 
lidar com situações de ordem psicológica, emocional, social, entre outras? 
Pois bem, como você pode perceber não é tão fácil ser um professor. Por isso, quanto 
mais você participar dos momentos formativos oferecidos ao longo do seu curso, mais você se 
sentirá preparado para enfrentar esses desafi os.
É durante o Estágio Curricular Supervisionado, também, que você focará a docência e se 
projetará em sua futura atuação profi ssional. Como nos aponta Tinti (2010, p. 7): “Se esta 
experiência for positiva, possivelmente este aluno irá atuar como professor e buscar superar 
muitos dos dilemas que estão presentes no cotidiano escolar. Entretanto, uma experiência 
negativa o afastará cada vez mais da docência”. 
Neste contexto, Fiorentini e Castro (2003, p. 122) apontam que “[...] o estágio supervisionado 
pode ser caracterizado como um momento especial do processo de formação do professor em 
que ocorre de maneira mais efetiva a transição ou a passagem de aluno a professor”.
11
Por fi m,entendemos que o Estágio Curricular Supervisionado é um dos momentos mais 
importantes no ciclo do Desenvolvimento Profi ssional Docente e no processo de Aprendizagem 
da Docência. Por isso, planeje-o muito bem e viva-o intensamente.
 Para pensar
Muitas pessoas, ao iniciarem um curso de licenciatura, acreditam que o Estágio 
Curricular Supervisionado é um momento desnecessário na formação de um 
professor e que, portanto, é possível “dar um jeitinho” para seu cumprimento. 
Então, vamos imaginar a seguinte situação: Você está doente e vai a um hospital. A 
recepcionista te pergunta: você quer ser atendido por um médico que tenha vivenciado 
o período de residência ou por outro que só tenha tido contato com as teorias da 
medicina? Aposto que você escolheria o que tenha tido vivência, não é mesmo? 
Pois bem, o que podemos dizer a você é: vivencie intensamente este momento 
de sua formação e aproveite todas as contribuições que ele pode te oferecer. Só 
conseguiremos mudar a educação quando essa mudança começar por nós, pela 
nossa mentalidade e pelas nossas concepções. Não posso sozinho mudar o mundo, 
mas posso fazer a minha parte para que essa mudança ocorra!
Escola: lugar de formação de professores
Ancorado nas Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) para os cursos de formação de 
professores, o Estágio Curricular Supervisionado é um componente curricular que deve ser 
vivenciado em escolas de educação básica a partir da segunda metade do curso. Considerando 
esse indicativo, é de suma importância que você faça uma boa escolha.
Reflita
Já pensou em que escola irá estagiar? O que te motiva 
a realizar o estágio nesta escola? Você conhece algum 
professor de Matemática desta escola?
Lembre-se que o Estágio Curricular Supervisionado tem por objetivo central oportunizar 
ao futuro professor o exercício profi ssional docente, favorecendo a integração entre os 
conhecimentos teóricos e os da prática educativa no futuro lócus de atuação profi ssional: a 
escola. Por isso, esta é uma escolha importante.
Contudo, em relação às escolas, como bem nos alerta Canário (2005, p. 128), devem “ser 
encaradas como lugares fundamentais de aprendizagem profi ssional de professores e não 
como meros lugares de aplicação”. 
Nesse sentido, é importante que o futuro professor não se dirija à escola meramente 
para “aplicar” as teorias aprendidas no curso, pelo contrário, que adentre a escola com o 
sentimento de pertencimento e de colaboração, visando ao desenvolvimento de aprendizagens 
profi ssionais. É comum que os estagiários, ao chegarem na escola, assumam o papel de 
“detentores do saber”, que achem que o que o colega de profi ssão está fazendo está totalmente 
errado. Muito cuidado! Lembre-se de que uma moeda sempre possui duas faces.
12
Unidade: A escola e o Estágio Curricular Supervisionado
Os primeiros momentos do Estágio Curricular Supervisionado na escola são marcados pela 
observação. Muitas vezes, você estará sentado na última carteira da sala de aula só observando 
o professor e os alunos. Mas não pense que isso é em vão!
Reflita
Já parou para pensar que aprendemos de diferentes 
maneiras e uma delas é pela observação?
Enquanto escrevo, recordei-me de um episódio que vivi em um supermercado em Sevilha 
na Espanha: eu queria comprar algumas frutas. Vi que, ao lado das frutas, havia uma balança 
e um cartaz dizendo que era para utilizá-la para pesar e imprimir a etiqueta. Não havia um 
funcionário do supermercado ao lado da balança, como de costume no Brasil. Fiquei alguns 
minutos parado e observando o que as pessoas faziam. Percebi que, ao lado de cada fruta, havia 
uma placa com uma numeração e bastava colocar as frutas na balança e inserir este número 
que a etiqueta seria impressa. Eu poderia ter perguntado, mas a satisfação em aprender pela 
observação foi fantástica.
Espero que esse episódio tenha contribuído para evidenciar que, ao contrário do pensamos, 
não desperdiçamos nosso tempo observando. É como uma obra de arte, quanto mais tempo 
desprendemos para observar os detalhes, com mais profundidade a conheceremos.
O professor na sociedade contemporânea: um trabalhador da contradição 
Bernard Charlot. Disponível em: http://www.uneb.br/revistadafaeeba/files/2011/05/numero30.pdf 
Estagiário: postura, direitos e deveres
Com base na minha vivência enquanto formador de professores, gostaria de destacar/
sugerir alguns pontos de refl exão que acredito que serão úteis nesta nova etapa que se inicia. 
Não quero que os entenda como regras, mas como conselhos de alguém com um pouco 
mais de experiência na condução de Estágios Curriculares Supervisionados. Tão pouco quero 
que façam juízo de valor ao que destaco a seguir, como disse, esses conselhos emergem de 
minha experiência profi ssional.
 » Ao contatar uma escola para estagiar tenha sempre em mãos a Carta de Credenciamento. 
Esta indica que você é aluno regularmente matriculado em um curso de Licenciatura 
em Matemática.
 » Não há nenhuma legislação que diga que a escola é obrigada a recebê-lo. Lembre-se que 
o estágio é um regime de cooperação profi ssional. Se uma escola não o aceitar como 
estagiário, agradeça e parta para outra. Você, também, pode contatar a Diretoria/
Secretaria de Ensino de sua cidade caso esteja difícil ser acolhido por uma escola.
 » O Estágio Curricular Supervisionado é uma atividade não remunerada, segundo as DCN.
13
 » O cumprimento da carga horária de Estágio Curricular Supervisionado, assim como a 
de Atividades Acadêmico-Científi co-Culturais (AACC) são de responsabilidade do aluno. 
Compete a Universidade a orientação e o acompanhamento. A não conclusão destas 
horas implica na não conclusão do curso dado que a carga horária compõe a matriz 
curricular do curso, segundo as DCN.
 » Sempre assine o Livro/Ata dos Estagiários da Escola. Este é um documento que assegura 
que você esteve na escola. Pode ocorrer de o diretor ou vice-diretor, que você está 
acostumado a conversar/acompanhar, entre em licença e, com esta assinatura, você 
pode comprovar que esteve na escola.
 » Tome nota dos dias que o professor que irá acompanhar ministra aulas. Pergunte a 
equipe gestora da escola quem você acompanhará na ausência deste professor.
 » Cuidado com a aparência e com a vestimenta. Lembre-se que a escola é o seu futuro lócus 
de atuação profi ssional. Há escolas que não permitem que o professor deixe piercing 
ou tatuagem à mostra. Cuidado, também, com chapéus, bonés, roupas decotadas, saias 
curtas, e outras roupas inapropriadas para um ambiente profi ssional. Informe-se antes 
das regras da escola para evitar situações desconfortáveis.
 » Seja sempre gentil, educado e solícito. Lembre-se que você, de certo modo, representa, 
também, a Universidade. Sua postura pode abrir ou fechar portas para futuros estagiários. 
Seja responsável!
 » Não atrapalhe a aula do professor, participe somente se houver abertura.
 » Cuidado com a ética profi ssional! Os alunos podem se aproximar de você para falar mal 
do professor ou da escola. Redobre sua atenção!
 » Lembre-se que a relação com os alunos deve ser de professor para aluno.
 » É importante que você leia o Projeto Político-Pedagógico da escola para entender a 
sistemática da mesma e poder aprofundar suas refl exões.
 » Lembre-se que você é um estagiário e não um docente. Pode acontecer de um dia você 
chegar na escola e haver falta de professores. Já acompanhei casos em que o professor 
deixava o estagiário “cuidando” da sala enquanto ele saía, com outros professores, para 
comer pizza no restaurante ao lado da escola. Isso é grave! Lembre-se que seu estágio 
é não remunerado.
 » Em caso de dúvidas, contate sempre o professor responsável pelo acompanhamento do 
Estágio Curricular Supervisionado na Universidade.
14
Unidade: A escola e o Estágio Curricular Supervisionado
Possíveis focos de observaçãoe participação
Com toda certeza, inúmeras perguntas surgiram em sua cabeça, como, por exemplo: Mas 
como cumprir estas horas de Estágio Curricular Supervisionado? O que irei observar? Quais 
documentos entregar ao fi nal do cumprimento das horas? Qual relação pode ser estabelecida 
entre as disciplinas do curso de graduação e a vivência do Estágio Curricular Supervisionado? 
Tenho experiência (comprovada) como docente, posso ser dispensado do Estágio? 
As respostas para essas e outras indagações podem ser encontradas no material teórico ou no 
Manual de Orientações do Estagio Curricular Supervisionado disponibilizado na Platafoma Bb.
Com base no que discutimos até aqui, a seguir, serão apresentados alguns focos de 
observação que podem contribuir, futuramente, para possíveis regências e participações. 
Além destes, você pode explorar outros que julgar importante para sua formação.
 » Conhecendo a Escola e o Sistema Educacional
 » Quando a escola foi fundada? Quem participou desta fundação? É uma escola pública 
ou privada? Qual o público-alvo da escola?
 » A que Diretoria/Secretaria de Educação pertence a escola? Fica próxima à escola? 
Quantas escolas estão sob a supervisão desta Diretoria/Secretaria?
 » Considerando um raio, por exemplo de 1 km, o que há no entorno escolar? A escola 
é de fácil acesso? O que a comunidade pensa sobre esta escola? Sugestão: Você pode 
utilizar, por exemplo, a ferramenta Maps do Google para fazer este levantamento.
 » Quem é a equipe gestora (atual) da escola? Quem e quantos são os professores? Eles são 
efetivos? Tem formação específi ca para atuar nas áreas? Por exemplo, os professores 
de Matemática são licenciados? 
 » Considerando os professores de Matemática da escola: eles se dedicam somente a esta 
escola? Qual a carga horária de dedicação a esta escola? Quantas salas e quantos alunos 
atende? Como se dá a forma de ingresso dos professores nesta escola? Qual o valor 
recebido por hora/aula? Há plano de carreira? Quais os critérios para evolução?
 » Quantos alunos a escola atende? Há alunos com necessidades educacionais especiais? 
A escola é adaptada para recebê-los? Há rampas ou elevadores de acesso? Há banheiros 
adaptados? Os professores recebem formação para compreender e adaptar sua prática 
para o atendimento integral deste aluno?
 » Existem reuniões de planejamento? E reuniões de formação docente? Quem conduz 
estas reuniões? Quando acontecem? Os professores recebem para participar?
 » Quais são os principais problemas enfrentados pela escola? Há problemas com drogas? 
Como a escola enfrenta esta situação?
 » No que tange às questões de sustentabilidade, como a escola aborda este assunto com 
os alunos? São desenvolvidos projetos? Há um trabalho integrado entre as diferentes 
disciplinas (interdisciplinaridade)?
15
 » A escola possui Associações ou Grêmios estudantis? Qual a participação deles nas 
decisões da escola? Qual a periodicidade de reuniões? Quem participa?
 » A escola possui pátio para momentos de recreação dos alunos? Há quadra de esportes? 
Sala de jogos?
 » A escola possui laboratórios específi cos? Possui laboratórios de informática? Possui 
acesso à internet? Os equipamentos estão em bom estado de conservação? São 
atualizados? Como se dá o uso pelos professores? É necessário agendar horário? Quem 
é responsável por isso?
 » A escola possui biblioteca? Há um professor responsável por ela? Como se dá o uso 
pelos professores? É necessário agendar horário? Quem é responsável por isso?
16
Unidade: A escola e o Estágio Curricular Supervisionado
Material Complementar
Vídeos:
O que a escola deveria aprender antes de ensinar? Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=EigUj_d5n80 
História da Educação no Brasil - Aula 2: A escola ontem e hoje. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=BERZeV49VGc 
Base nacional comum curricular. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=paqvIE5w6gA 
Sou a Escola. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=inbjBaYFwC4 
Livros:
CANÁRIO, R. A escola: lugar onde os professores aprendem. Revista do Programa de Estudos 
Pós-graduados da PUC-SP; n. 6; junho, 1998. (p.09-27).
SOCIEDADE BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO MATEMÁTICA (SBEM). Subsídios para a 
discussão de propostas para os cursos de Licenciatura em Matemática: uma 
contribuição da Sociedade Brasileira de Educação Matemática. 2003.
Leitura:
BRASIL. Ministério da Educação e Cultura. Parâmetros Curriculares Nacionais: 
Matemática. Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1997. 
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Referências
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Unidade: A escola e o Estágio Curricular Supervisionado
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