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CIMENTO IONÔMERO DE VIDRO materiais restauradores CIMENTO IONÔMERO DE VIDRO – CIV → Material dentário constituído de um pó e um líquido; → Mistura de cimento de silicato (liberação de flúor e baixa alteração dimensional) e policarbonato de zinco (responsável pela adesividade pelo ácido poliacrilico); → Surgiu na década de 70 com a ideia de criar novos materiais que preservassem ao máximo a estrutura dentária e tivessem estética; → Liga-se quimicamente ao dente – interação de íons; → Durabilidade menor que a resina na classe I de molar; → Deve ser aglutinado para não haver perturbação física entre os íons; → Muito usado em odontopediatria. INDICAÇÕES → Selamentos de cicatrículas e fissuras; → Classe I conservativas → Classe II tipo túnel e "slot" horizontal; → Classe III e V – lesões cariosas; → Restaurações laminadas ou mistas (sanduíche); → Material de proteção (forramento); → Restaurações de dentes decíduos; → Núcleos de preenchimento; → Cimentação de coroas parciais, totais e próteses fixas; → Cimentação de bandas e colagem de acessórios ortodônticos; → Agente de cimentação em endodontia e como selador apical em cirurgias pareendodônticas; → Tratamento restaurador atraumático (ART) – sem uso de brocas ou turbinas. CONTRAINDICAÇÕES DO CIV → Classe II com envolvimento da crista marginal; → Classe IV; → Com grande perda de esmalte vestibular; → Em áreas de cúspides; → Em áreas submetidas a grandes esforços mastigatórios. VANTAGENS DO CIV → LIBERAÇÃO DE FLÚOR: além de poder absorver o flúor do meio (água, alimentos) servindo de reservatório; → ADESIVIDADE: pelos grupos carboxílicos ao esmalte e dentina por meio do cálcio. A adesão no esmalte é mais forte que a dentina; → COEFICIENTE DE ALTERAÇÃO TÉRMICA E VOLUMÉTRICA: valores semelhante ao dente; → COMPATIBILIDADE BIOLÓGICA: biocompatível, entretanto, em cavidades profundas é irritante, necessitando forramento; → ESTÉTICA; → MANIPULAÇÃO FÁCIL E RÁPIDA; → AUXILIA NO VEDAMENTO MARGINAL.: livre de uma fenda entre a restauração e o dente que permita a colonização bacteriana. DESVANTAGENS DO CIV → RESISTÊNCIA A TRAÇÃO E COMPRESSÃO: baixa resistência, não se deve fazer bisel do ângulo cavosuperficial; → SOLUBILIDADE: possuem alto grau de solubilidade e desintegração ao meio bucal, devem receber proteção com adesivos, base ou verniz. → SENSÍVEL A UMIDADE; → MENOR ESTÉTICA; → POBRE POLIMENTO SUPERFICIAL. CLASSIFICAÇÃO DO CIV → COMPOSIÇÃO: convencional, reforçado por metal e modificado por resina. → INDICAÇÃO: • Cimentação – tipo I: inlays, onlays, coroas e bandas ortodônticas; • Restauração – tipo II: definitivas em áreas de baixa tensão; • Forramento – tipo III: base para restaurações maiores que vai resina por cima – forramento e base de restaurações definitivas (proteção dentinopulpar): ❖ Fatores considerados para forramento: idade, condição pulpar, volume da câmera pulpar, profundidade da cavidade, dentina secundária e esclerótica, diâmetro dos túbulos, sintomatologia, tipos de injúria. • Selamento de cicatrículas e fissuras – tipo IV. CONVENCIONAL/ANIDRO → Apresentado comercialmente com pó composto de partículas de alumínio – silicato de cálcio e líquido: • Pó – composto por vidro de flúor alumínio silicato; • Líquido: solução aquosa de ácidos – poliacrílico, tartárico ou itacônico – os dois últimos controla tempo de trabalho (acelera reação de presa) e melhora viscosidade. • Outros modificadores podem ser utilizados no pó para ajustar o tempo de trabalho e aumentar a resistência. → São aquecidos a altas temperaturas e depois resfriados formando vidros e uma solução aquosa de ácido poliacrílico; → O anidro é semelhante ao convencional, entretanto o ácido é incorporado ao pó por liofilização e a mistura é dependente de água destilada – melhora as propriedades de estocagem do material e irrita menos a polpa: • Não se deve indicar condicionamento da cavidade com o líquido do ionômero de vidro. → Mais indicados para cavidades muito profundas. MODIFICADOS POR RESINA → Parte da sua composição líquida é substituída por monômeros metacrilatos solúveis em água: • HEMA – resina que facilita o endurecimento na fotoativação. → No pó ao acrescimento de fotoiniciadores; → As mudanças de temperatura no meio bucal, causa espaços na interface dente-restauração proporcional ao coeficiente de dilatação ou contração do dente – microinfiltração; → Alguns possuem partículas de carga não reativa que aumenta o tempo de trabalho, aumenta resistência imediata e torna o CIV menos sensível a umidade; → Mais resistente, mais translúcido (estética superior ao convencional) e menor dureza; → Indicados para base ou forramento pois minimiza a sensibilidade pós-operatória em dente já restaurado, pois não é necessário condicionamento prévio, então as fibras de colágeno não estão desmineralizadas; → Mecanismo de presa é gradual; → Base – feita a restauração em resina composta com a técnica sanduíche que combina as qualidades desejáveis do CIV e resina; → Agressivo para a polpa – ao fazer o ataque ácido, o adesivo estimula necrose pulpar; → Facilitam o tempo de trabalho por serem fotopolimerizáveis. REAÇÃO DE PRESA DOS CIV CONVENCIONAIS → Reação de presa é ácido-base: • Entre o vidro de flúor alumínio silicato + ácido poliacrilico; • Ocorre então a hidrólise do vidro com liberação dos íons de cálcio silicato; • O silicato vai formar rapidamente a silicagel; • O íons de cálcio serão quelados pelo anino carboxilato – forma ponte salina → presa inicial; • Processo dura de 3 a 8 minutos; • A hidrólise prossegue dissociando mais o vidro e liberando íons alumínio e silicato, então mais sílica gel é formada; • Na fase de presa o material adquire sua resistência final – pode ser até 48h após a manipulação; • A superfície da restauração precisa ser protegida por verniz, vaselina, etc. • São formadas ligações cruzadas entre os poliácidos → adesão química (aníons carboxilatos se ligam ao cálcio da estrutura dentária); • O subproduto que não reagiu na reação é o fluoreto, por isso há liberação de flúor. → Durante a reação, a superfície das partículas de vidro é degradada pelo ácido orgânico, liberando íons como Al3+ e Ca2+; → Após a presa total, tem-se um compositor de partículas de vidro circundadas por um gel de sílica que protege a matriz – estrutura dental: • Gel composto por: Ca2+, AL3+ e F-; → Adere-se ao dente pelos grupos carboxílicos que se ligam a íons cálcio do esmalte e da dentina. MODIFICADOS POR RESINA O que difere é o modo de iniciação, pois uma é polimerização do monômeros resinoso pela luz, a outra ocorre pelos iniciadores redox de autopolimerização que é quimicamente ativado. A reação ácido-base e a polimerização acontecem paralelamente. → Dupla cura: • Reação de ácido-base do CIV – espontaneamente quando pós e líquido são misturados; • Polimerização ativada pela luz. → Tripla cura: • Reação de ácido-base do CIV; • Polimerização ativada pela luz; • Polimerização ativada quimicamente (redox) – espontaneamente quando pós e líquido são misturados. MECANISMO DE ADESÃO DENTAL DOS CIV → Interação mediada por fatores químicos e não mecânicos; → Apresenta ácido poliacrílico como polímero funcional; → O ionômero de vidro tem adesão química à estrutura dental; → O pré-condicionamento da dentina e do esmalte com ácido poliacrílico tende a melhorar a resistência de união entre esses substratos e os CIV. MANIPULAÇÃO DO CIV → Proporção pó e líquido 1:1 1. Limpa e seca a cavidade – é necessário limpeza da superfície com solução ácida fraca (ácido poliacrílico) 2. Isolamento absoluto ou relativo; 3. Cimentos autoadesivos não necessita de condicionamento préviocom ácido fosfórico; 4. Dispensa a primeira gota – formação de bolhas; 5. Não espatular e sim aglutinar o pó com líquido – 1min; 6. Aglutinar metade do pó por 20s, depois aglutinar o restante; 7. Tempo total de aglutinação - 45 segundos; 8. Inserir na cavidade com o material com aspecto brilhante e úmido; 9. Deixar um pouco de excesso de material; 10. A perda de brilho significa que o ácido poliacrilico reagiu por completo; 11. Comprimir a matriz e/ou material com pressão digital por 5 minutos para proteger contra hidratação (o CIV é muito higroscópico – absorve água – durante a presa); 12. Proteger imediatamente após com um verniz para evitar a desidratação do material. SELAMENTO DE CICATRÍCULAS E FISSURAS → Aplicados a superfície oclusal do dente, cobrindo as fóssulas e fissuras que são suscetíveis à cárie; → Uma das formas de prevenção à lesão de cárie pela obliteração mecânica dos defeitos estruturais do esmalte dental; → Sua eficácia é perdida quando os critérios de aplicação e continua avaliação não são observados; → Apesar dos selantes de ionômero de vidro liberarem flúor, os de resina são mais eficazes. PROTEÇÃO DO COMPLEXO PULPAR PARA RESINAS COMPOSTAS O cimento dentinário convencional é um tipo de agente protetor para complexo dentino pulpar. CARACTERÍSTICAS DE UM BOM AGENTE PROTETOR → Proteger de choques térmicos e elétricos; → Ser útil como agente bactericida; → Aderir e liberar flúor a estrutura dentária; → Remineralizar parte da dentina descalcificada; → Estimular a formação de dentina terciária ou reparadora nas lesões profundas ou exposições pulpares; → Ser biocompatível; → Inibir a penetração de íons metálicos dentina subjacente; → Aperfeiçoar o vedamento marginal das restaurações, evitando a infiltração de saliva e microrganismos pela interface parede cavitária/restauração.
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