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SISTEMAS ADESIVOS Dentística operatória SISTEMAS ADESIVOS → Substância fluída polimerizável; → Atuam como agentes intermediários; → Difere da resina composta pois contém solvente; → Promovem a união dos materiais restauradores aos tecidos dentais – preenche os espaços dando origem a camada híbrida → É essencial que as superfícies estejam completamente limpas, pois a presença de contaminantes dificulta o estabelecimento de adesão; → Baseado em um processo de troca, na qual os minerais são removidos dos tecidos dentários e substituídos por monômeros resinosos; → Os monômeros penetram nas porosidades da estrutura formando a camada híbrida – mistura de adesivo + remanescente dental condicionado; → Quanto melhor o molhamento, maior será a adesão; → Categorias que promovem uma adesão satisfatória: • 4ª geração – primer e adesivo (2 frascos). ❖ Alta retenção; ❖ Remoção completa da lama dentinária. • 5ª geração – primer e adesivo em um frasco. ❖ Alta retenção; ❖ Remoção completa da lama dentinária. • 6ª geração – autocondicionante (2 frascos). ❖ Sem necessidade de ácido; ❖ Primer acídico interage com a lama dentinária; ❖ Retenção limitada em esmalte. INTERAÇÃO ADESIVO X TECIDOS DENTÁRIOS → No esmalte: • Preenche irregularidades e microporosidades criadas pelo condicionamento ácido; → Na dentina: • Preenche os espaços da rede de fibras colágenas expostas, penetra em alguns túbulos dentinários. COMPOSIÇÃO → ÁCIDO: promove microirregularidades. • Ácido fosfórico 30 a 37%; → PRIMER: preparo das superfícies dentinárias para o adesivo – material orgânico e água; • Monômeros hidrofílicos; • Solventes: acetona, álcool ou água; ❖ Sua função é fazer escoar o adesivo para dentro dos túbulos; ❖ Solvente evaporado no frasco promove adesão deficiente – restauração solta; ❖ O tempo da secagem depende do tipo de solvente. → ADESIVO: promove imbricamento micromecânico em esmalte e dentina; • Monômeros hidrofóbicos, dimetacrilatos oligoméricos; • Se adere entre si com a fotopolimerização; → INICIADORES E ACELERADORES: polimerização do estado líquido para o sólido; → PARTÍCULAS DE CARGA: resistência; → SOLVENTES: a água é necessária para a ionização dos monômeros funcionais, enquanto os solventes facilitam a penetração dos monômeros por entre os espaços interfibrilares, além de diminuírem a viscosidade do adesivo: • Devem ser completamente removidos durante a aplicação clínica do adesivo. • A presença de água e solventes residuais acelera a degradação da interfase adesiva, comprometendo a restauração. → OUTRAS: fluoretos, antimicrobianos, glutaraldeído. APLICAÇÃO DO ADESIVO → Deve ser feita uma aplicação ativa (esfregar bastante) com microbrush; → Aplica-se a primeira camada, em seguida aplicar o jato de ar levemente para ocorrer a volatilização: • O excesso de água dificulta a polimerização e apresenta baixo grau de conversação dos monômeros em polímeros. → Em seguida aplicar a segunda camada do adesivo seguida de polimerização; → Suaves jatos de ar para uniformizar a espessura da camada adesiva. PRINCÍPIOS DA ADESÃO Envolve duas fases: • Remoção do cálcio e criação de porosidades tanto em esmalte quanto em dentina; • Hibridização – penetração e polimerização dos monômeros no interior das porosidades. → COESÃO: capacidade de permanecer unida; → ADESÃO: força atrativa que atua entre um líquido e a superfície de um sólido quando estão em contato direto; → TENSÃO SUPERFICIAL: faz com que a camada superficial de um líquido venha a se comportar como uma membrana elástica; → ENERGIA LIVRE DE SUPERFÍCIE: energia presente na superfície dos sólidos devido à uma diferença de atração entre os átomos da superfície e os internos. Superfícies com alta energia superficial apresentam melhor molhabilidade; → ÂNGULO DE CONTATO: ângulo entre um plano tangente a uma gota do líquido estático e o plano contendo a superfície onde esse líquido encontra-se depositado. Quanto menor o ângulo entre o adesivo e o substrato, melhor será o molhamento. FORMAS BÁSICAS DE ADESÃO Mecânica ou física • Macromecânica: retenção; • Micromecânica: irregularidade à nível microscópico. → VANTAGENS: • Menor microinfiltração marginal; • Menor chance de cárie secundária; • Menor sensibilidade; • Preparos conservadores; • Restaurações estéticas; • Retenção maior e mais durável. CONDICIONAMENTO ÁCIDO Promove uma leve descalcificação, o suficiente para criar microporosidades que melhoram a adesão. → NO ESMALTE: • Aumenta adesão dos materiais resinosos; • Melhora o selamento marginal das restaurações de resina composta; • Aumenta área de contato e energia livre de superfície; • 30s; • Remoção com jato de ar. → NA DENTINA: • Remoção completa da lama dentinária; • Desmineraliza a dentina peritubular e intertubular; • Exposição das fibras colágenas – túbulos; • Diminui a energia livre de superfície; • Adesão mais complexa do que a do esmalte; • 15s – composição mais orgânica → microrretenções; • Remoção com papel absorvente. CONDICIONAMENTO ÁCIDO NO ESMALTE → 97% inorgânico, 1,5% orgânico e 1,5% água; → Possui superfície lisa e polida o que dificulta a adesão com outra superfície lisa – adesão desfavorável; → Criação de microporosidades para haver retenção – imbricamento; → As microporosidades serão preenchidas pelos monômeros resinosos hidrofóbicos contidos no adesivo, formando os tags resinosos – auxiliam na retenção da restauração; → O ácido cria mais porosidades na superfície do esmalte, aumentando adesão e molhabilidade (capacidade do fluido se espalhar) do substrato; → Após o condicionamento, o enxágue deixa a superfície bem seca; ÁGUA → Vantagens: • Mantém a conformação das fibras colágenas; • Permite a difusão de monômeros. → Desvantagens: • Mecanismo de degradação ao longo do tempo e hidrólise. → Prisma de esmalte: cristais dispostos de formas distintas: • Cauda: um sobre o outro; • Cabeça: um ao lado do outro. → Possui padrões de condicionamentos diferentes: • Tipo I: desmineralização mais intensa na região de cabeça; • Tipo II: desmineralização mais intensa na região de cauda; • Tipo III: desmineralização uniforme de todo o esmalte. CONDICIONAMENTO ÁCIDO NA DENTINA → 18% orgânica, 70% inorgânica e 12% água; → Dentina intertubular: • Ocupa a maior parte da dentina preenchendo os espaços entre os túbulos. → Dentina peritubular: • Parede dos túbulos dentinários; • Sofre desmineralização expondo as fibras colágenas; • Adesivo penetra entre essas fibras com a ajuda o primer. → A dificuldade se deve à composição mais orgânica e à umidade contida nos túbulos dentinários; → O condicionamento ácido faz com que a ponta do túbulo dentinário alargue e deixa os prolongamentos expostos; → É necessário manter a dentina condicionada úmida – evita perca de função das fibras do prolongamento; → Os monômeros resinosos infiltrados nas fibras colágenas formarão a camada híbrida; → Lâmina dentinária ou smear layer – restos teciduais impregnados por bactérias, saliva, sangue e outras substâncias, que ficam ligados às dentinas peritubular e intertubular e que vedam os túbulos. • Reduz a permeabilidade da dentina; → Proteção da dentina pode ser feita com algodão; → O primer recupera a energia de superfície, remove excesso de umidade e reveste as fibras; → O adesivo deixa a resina fluida, preenche espaços interfibrilares preparados pelo primer; → Se a dentina for seca com o jato de ar após o condicionamento, a rede colágena perde a sustentação da água e colapsa, impedindo a penetração do adesivo. PRIMER → Devido a natureza úmida, orgânica e de baixa energia de superfície, a dentinacondicionada não é um bom substrato para adesão; → É necessário a aplicação do primer antes do agente adesivo propriamente dito; → Estabiliza a rede fibras colágenas e promove evaporação do excesso de água, além de aumentar a energia livre de superfície da dentina; → A capacidade de afinidade pelos monômeros do adesivo permite o elo entre a dentina úmida condicionada e o agente adesivo; → O primer mantém a rede de colágeno intacta e permite a remoção do excesso de água através do solvente; → O solvente do primer facilita a difusão e molhabilidade dos monômeros resinosos dos adesivos na dentina e mantém as fibras colágenas expandidas. Sobrecondicionamento ácido da dentina Pode contribuir para falha na formação da camada híbrida, pois a profundidade de desmineralização seria maior que a infiltração dos monômeros resinosos, deixando a porção mais profunda das fibras colágenas exposta. Dessa forma, as fibras colágenas não envolvidas pelos monômeros adesivos tendem sofrer hidrólise pela proliferação de fluidos externos ou dentinários, comprometendo a durabilidade da adesão. → COMPOSIÇÃO: monômeros bifuncionais. • Extremidade hidrofílica; • Extremidade hidrofóbica: alta afinidade química pelos monómeros adesivos. APLICAÇÃO 1. Aplicação em toda superfície da dentina com auxílio do microbrush por 30 segundos; 2. Secagem para evaporação do solvente. SISTEMA ADESIVO CONVENCIONAL → Aplicação prévia e isolada do ácido sobre a estrutura dentária - desmineralização efetiva. CONDICIONAMENTO TOTAL DE 3 PASSOS → Os mais tradicionais; → Cada componentes é disponibilizado em frascos separados; → Sistema padrão-ouro na adesão odontológica. PROTOCOLO 1. Aplicação do ácido + lavagem e secagem; 2. Aplicação do primer + jato de ar; 3. Aplicação do adesivo + fotopolimerização. CONDICIONAMENTO TOTAL DE 2 PASSOS → Primer e adesivo em um único frasco; → Ácido em frasco isolado; → Aplicação de múltiplas camadas do primer/adesivo. PROTOCOLO 1. Aplicação do ácido + lavagem e secagem; 2. Aplicação primer/adesivo + fotopolimerização; SISTEMA ADESIVO AUTO-CONDICIONANTE → Não apresenta passo prévio e isolado de condicionamento ácido; → Contêm primer acídico, composto essencialmente por monômeros funcionais de baixo pH; → Infiltração dos monômeros funcionais acontece simultaneamente ao processo de autocondicionamento; → A possibilidade de discrepância entre a profundidade de condicionamento e de infiltração dos monômeros é baixa ou inexistente; → Dependendo da acidez, podem ser classificados em: fortes, intermediários, suaves e muito suaves; → A lama dentinária não é removida, mas modificada e incorporada a camada híbrida; → Espessura da camada híbrida é menor em comparação com autocondicionantes fortes (pH baixo) e convencionais. AUTO-CONDICIONANTE DE 2 PASSOS → Primer autocondicionante e agente adesivo aplicados separadamente; → Adesão química entre os cristais de hidroxiapatita e a matriz resina do adesivo e da resina composta; → O primer autocondicionante precisa apresentar pH baixo suficiente para demsineralização; → Sistema padrão-ouro na adesão odontológica. PROTOCOLO 1. Aplicação do primer autocondicionante – em dentina; 2. Aplicação do adesivo + fotopolimerizador. A secagem da cavidade não pode ser feita com jato de ar, pois precisa existir uma umidade para que o adesivo penetre. Os monômeros hidrofílicos irão fazer o primeiro contato superficial e o solvente vai evaporar junto com a água residual. AUTO-CONDICIONANTE DE 1 PASSO → Primer e adesivo aplicados em um mesmo tempo clínico; → Quando comercializados em dois frascos, deve-se misturar uma gota de cada frasco e realizar a aplicação. PROTOCOLO 1. Aplicação do primer autocondicionante/adesivo + fotopolimerizador; 2. Sem enxágue. UNIVERSAIS → Promovem adesão satisfatória; → Parecem não condicionar apropriadamente o esmalte, uma vez que apresentam pH maior ou igual a 2, sendo menos agressivos do que o ácido fosfórico; → A interação dos monômeros funcionais do adesivo com a hidroxiapatita do esmalte parede ser menor efetiva do que aquela apresentada à dentina; → Recomenda-se a associação do ácido fosfórico aos adesivos universais para facilitar a dissolução do esmalte; → Aplicado de várias formas em vários tecidos diferentes; → Versáteis; → Um maior tempo destinado à evaporação do solvente – secamento do adesivo – resulta em uma resistência maior para sistemas universais. → Pode ser usado como autocondicionante de 1 passo ou em sistema de condicionamento total em 2 passos. ADESÃO RESINA AO ADESIVO → Após a última aplicação de adesivo ou resina, a camada que está em contato direto com o ar não polimeriza 100%; → Existe uma pequena camada na qual os monômeros não reagiram e é nesta camada em que irá ocorrer a união química com o incremento que será realizado; → A camada que fica em contato direto com o ar não polimeriza completamente porque o oxigênio inibe a polimerização. OBSERVAÇÕES IMPORTANTES → O excesso de umidade deve ser removido para que os componentes do sistema adesivo não sejam diluídos; → Durante o estabelecimento de interações adesivas a água é um contaminante; → Em dentina o jato de ar é contraindicado uma vez que promove alterações que comprometem a efetividade da adesão; → A aplicação do primer sobre o esmalte é totalmente desnecessária uma vez que o esmalte não apresenta fibras colágenas em sua composição; → Cavidade somente em esmalte não precisa secar com papel absorvente, basta jato de ar; → Os sistemas auto condicionantes não são indicados em esmalte pois penetram pouco tendo uma menor desmineralização; → Ao trabalhar com o sistema auto condicionante em malte, deve-se realizar o condicionamento seletivo.
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