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Ana Luiza Spiassi Sampaio @anassampaioo Definição: concentração de cristais que se formam no trato urinário e causam sintomas apenas quando o tamanho atinge o suficiente para serem vistas no exame de imagem (cálculo); Cálculos de oxalato de cálcio - mais comuns (cerca de 75%); cálculos de fosfato de cálcio (15%), ácido úrico (cerca de 8%), estruvita (cerca de 1%) e cistina (<1%); Os cálculos podem são compostos de medicamentos ➝ aciclovir, indinavir, sulfadiazina e triantereno; Cálculos infecciosos, quando não tratados de forma adequada, podem causar doença renal em estágio terminal; Fatores gerais: o Início da urolitíase em idade precoce; o História familiar de litíase urinária; o Cálculos de bruxita; o Cálculos de ácido úrico e cálculos com urato; o Cálculos de infecção; o Rim único; o Doenças associadas com a formação de cálculos; o Hiperparatireoidismo; o Nefrocalcinose; o Doenças ou distúrbios gastrointestinais (bypass jejuno-ileal, ressecção intestinal, doença de Crohn, condições associadas a má-absorção intestinal, hiperoxalúria entérica pós-derivação urinária); o Sarcoidose; Supersaturação da urina: ponto a partir do qual a concentração do produto ultrapassa a sua solubilidade; o Urina geralmente está supersaturada com um ou mais tipos de cristais ➝ citrato urinário: inibidor da cristalização (impede a formação contínua de cálculos); Cálculos de fosfato de cálcio: se estendem até a papila ➝ erosão do epitélio papilar ➝ depósito de cristais de oxalato de cálcio e de fosfato de cálcio; Cálculos de oxalato de cálcio: crescem sobre o fosfato de cálcio na extremidade da papila renal (placa de Randall); Após a supersaturação da urina, ocorre a nucleação ➝ agregação de cristais ➝ crescimento do cálculo; A maioria dos cálculos é formada de oxalato de cálcio, associando-se, geralmente à hipercalciúria; Hiperoxalúria é observada em síndromes de má absorção intestinal; Cálculos de oxalato de cálcio podem se formar devido a deficiência de citrato urinário, inibidor da formação de cálculos (o citrato é excretado insuficientemente na acidose metabólica) e hiperuricosúria; Cálculos de fosfato de cálcio: se relacionam com pH urinário anormalmente alto, entre 7 e 8, geralmente associada a acidose tubular renal distal; Cálculos de estruvita: relacionados a um pH urinário alcalino, desenvolvem-se no sistema coletor quando há infecção por microrganismos Ana Luiza Spiassi Sampaio @anassampaioo produtores de uréase; o mais comum na formação dos cálculos coraliformes; o Fatores de risco para formação de cálculos de estruvita: ITU prévia, nefrolitíase prévia, cateteres urinários e bexiga neurogênica; Cálculos de ácido úrico: formam-se quando a urina está com excesso de ácido úrico; pH urinário ácido (entre 5 e 5,4); Cálculos de cistina: decorrentes de um defeito hereditário no transporte renal e intestinal de aminoácidos dibásicos ➝ excreção excessiva de cistina ➝ litíase renal; (urina de pH ácido): Fatores de risco: o Sexo ➝ masculino mais comum; o Idade ➝ 20 a 40 anos; o Alterações anatômicas do trato urinário ➝ duplicidade pielocalicial, rins policísticos, rim em ferradura, rim espôngiomedular; o Fatores ambientais ➝ clima quente, exposição ao calor ou ar condicionado no trabalho, dieta com maior consumo de proteína animal e sal, sedentarismo; Fatores genéticos/familiares: o Distúrbios metabólicos ➝ Hipercalciúria idiopática, Hiperexcreção de Ácido Úrico, Hiperoxalúria, Cistinúria, Hipocitratúria, Hipomagnesiúria; o Doenças Endócrinas que interferem sobre o metabolismo de cálcio ➝ hiperparatireoidismo primário; o Alterações do pH urinário pH alcalino: acidose tubular renal ou infecção por germes produtores de urease; pH ácido: diátese gotosa; o Redução do volume urinário; o Imobilização prolongada; o Uso de drogas litogênicas (por indução de alterações metabólicas ou precipitação da própria droga ou de seu metabólito); Cólica renal ➝ surge subitamente e torna-se insuportável em pouco tempo; o Pode causar náuseas; vômitos e hematúria macroscópica indolor; o A dor segue o trajeto da litíase até a bexiga, começando no flanco e irradiando para virilha; Cálculo se desloca pelo ureter ➝ aparecimento súbito de dor unilateral no flanco; Cálculo alojado na parte superior do ureter ➝ dor pode irradiar-se anteriormente; Cálculo alojado na parte inferior do ureter ➝ dor pode irradiar-se para o testículo ipsilateral dos homens ou para o lábio ipsilateral nas mulheres; Cálculo alojado na junção ureteropélvica direita ➝ sintomas podem simular os da colecistite aguda; Cálculo bloqueando o ureter ao cruzar a abertura superior direita da pelve ➝ sintomas podem simular a apendicite aguda; Cálculo bloqueado a borda superior esquerda da pelve ➝ pode ser confundido com diverticulite aguda; Cálculo alojado no ureter na junção ureterovesical ➝ urgência urinária e polaciúria; Cálculo obstrutivo + infecção proximal ➝ pode se manifestar como pielonefrite aguda; ITU + obstrução ureteral ➝ emergência médica ➝ stent ureteral ou tubo de nefrostomia percutânea para reestabelecimento da drenagem; Diagnóstico diferencial: dor muscular ou esquelética, herpes-zóster, úlcera duodenal, aneurisma da aorta abdominal, condições ginecológicas, estenose ureteral e obstrução ureteral por materiais diferentes (coágulo sanguíneo ou papila descamada); Anamnese + exame físico; Bioquímica do soro: contagem de leucócitos pode estar elevada; demais achados são normais. Exames: sumário de Urina; sedimento urinário/ fitas reagentes para: hemácias/ leucócitos/ nitrito/ pH; urocultura com microscopia urinária; creatinina; ácido úrico; cálcio iônico; sódio; potássio; hemograma proteína C-reativa; o Se houver probabilidade ou planejamento de intervenção, solicita-se exames de coagulação (TTP e INR); o Sódio, potássio, PCR e tempo de coagulação podem não ser realizados em pacientes com cálculo sem emergência de tratamento; Sumário de urina ➝ pode conter presença de hemácias, leucócitos e em alguns casos, cristais; Ana Luiza Spiassi Sampaio @anassampaioo o Ausência de hematúria não descarta a possibilidade de cálculo, sobretudo quando o fluxo urinário está totalmente obstruído; Para fechar diagnóstico ➝ realizar exames de imagens; Radiografia ➝ cálculos de fosfato de cálcio e de oxalato de cálcio são radiodensos; o Estruvita (fosfato de magnésio e amônio) podem ser vistos quando formam complexos com carbono ou fosfato de cálcio; o Cálculos de cistina não são bem visualizados; o Cálculos de ácido úrico são radiotransparentes ➝ visíveis apenar em TC ou ultrassonografia; Tomografia computadorizada sem contraste (TCSC) ➝ padrão de exame diagnóstico em dor lombar aguda e tem maior sensibilidade e especificidade do que a UIV (urografia excretora); Ultrassonografia ➝ tem menor sensibilidade do que a TC; Urografia intravenosa ➝ define grau e extensão da obstrução; Análise da composição dos cálculos deve ser realizada em todos os indivíduos no primeiro episódio de formação de cálculo – e repetida no caso de: o Recidiva em pacientes que estão recebendo prevenção farmacológica; o Recidiva precoce após tratamento intervencionista com a remoção completa do cálculo; o Recidiva tardia após um período prolongado sem cálculos; Fase aguda: analgesia na cólica renal, hidratação e intervenções cirúrgicas ou não-cirúrgica; Cólica renal ➝ analgesia, anti-inflamatórios não esteroidais, bloqueadores α-l-adrenérgicos - tansulosina (relaxamento da musculatura lisa ureteral); Tratamento de primeira linha: o AINE: Diclofenaco de sódio*, Indometacina, Ibuprofeno; Diclofenaco de sódio ➝ recomendadopara aliviar a dor que se segue a um episódio de cólica ureteral; NÃO é indicado para pacientes com redução da função renal; Tratamento de segunda linha: Hidromorfina; Pentazocina; Tramadol; Tratamento de terceira linha: espasmolíticos (metamizole sódico, etc) ➝ utilizados em circunstâncias onde é obrigatória a administração parenteral de um agente não narcótico; Rim obstruído + infecção ➝ descompressão imediata por drenagem percutânea ou cateterização uretral; Pacientes com cálculos ureterais que aguardam a eliminação espontânea ➝ comprimidos ou supositórios de AINEs (diclofenaco sódio 100- 150mg, durante 3-10 dias); Cálculos com diâmetro ≤ 5mm ➝ passam espontaneamente; Cálculos > 4 mm de diâmetro ➝ diminuição progressiva da taxa de passagem espontânea, sendo improvável a passagem espontânea de cálculos com diâmetro ≥ 10 mm; Cálculos no ureteral proximal são menos propensos a passar espontaneamente; Cálculos de ácido úrico ➝ podem ser dissolvidos com terapia clínica ➝ litotripsia com ondas de choque extracorpórea (LOCE) é indicada para cálculo de ácido úrico ou estruvita na junção ureteropélvica; o Um cateter é introduzido até o ureter, deslocando o cálculo e então as ondas são aplicadas; o Contraindicada em caso de gravidez, aneurisma aórtico ou de artéria renal, hipertensão grave, uso de marca-passo e cálculos coraliformes; Cistoureteroscopia com ureteroscopia: o Rígida ➝ cálculos no ureter distal; o Semi-rígida ➝ cálculos no ureter médio; o Flexível ➝ cálculos no ureter proximal e na pelve renal; Cálculos de estruvita requerem abordagens clínica e cirúrgica agressivas, com indicação precoce da remoção do cálculo; antibióticos específicos para a bactéria isolada na urocultura são essenciais; Ana Luiza Spiassi Sampaio @anassampaioo Nefrolitotomia percutânea ➝ indicada para os cálculos > 2 cm, coraliformes, localizados no polo renal inferior e refratários à LOCE; o Guiada por ultrassom; nefroscópio é introduzido com fórceps e instrumentação para litotripsia intracorpórea; Nefrolitotomia aberta ➝ casos refratários aos métodos não invasivos ou casos de cálculos de difícil acesso ou muito extensos; Nefrolitíase complicada (associada com pielonefrite ou que causa obstrução ureteral total bilateral ou unilateral em caso de rim único) ➝ 1ª intervenção deve ser a da retirada dos cálculos (evita perda irreversível do parênquima renal) e, após isso, trata-se a complicação do quadro; Medidas gerais: aumento da ingestão hídrica com pelo menos 30 mL/kg peso corpóreo; estímulo à atividade física e orientação dietética com ingestões de cálcio e oxalato balanceadas evitando restrição importante de cálcio; Tratamento medicamentoso visando a prevenção da recorrência dos cálculos depende do distúrbio metabólico evidenciado: o Tiazídicos ➝ Hipercalciúria; o Inibidor da XantinaOxidase (Allopurinol) ➝ Hiperuricosúria; o Citrato de Potássio ➝ Hipocitratúria, Hiperuricosúria, Acidose Tubular Renal, podendo também ser utilizado em casos de Hipercalciúria; Contraindicado em infecção urinária associada; Ana Luiza Spiassi Sampaio @anassampaioo Causa primária: distúrbio metabólico, nutricional, idiopático... Causa secundária: explicação urológica evidente, uropatia; Cálculos causados por alcalinização da urina ➝ secundários; Cálculos vesicais ➝ maioria secundários; Cálculos biliares ➝ maioria primários; Hematúria ➝ traumatismo do ureter; Dor ➝ obstrução do trato urinário, aumento da pressão – cólica renal; Infecção ➝ por dificuldade de eliminar bactérias urina (dificuldade de eliminar urina); ➝ Paciente com pielonefrite: fazer TC após terminar o TTO para investigar cálculo; Nucleação do cálculo ➝ pode se formar de maneira espontânea ou pode ser introduzido (corpo estranho – sonda; fragmento de tumor; fragmento de papila renal por necrose); o Nucleação homogênea: forma o núcleo a partir de próprios elementos do TTO; o Nucleação heterogênea: corpo estranho; Ponto de saturação de solutos para substâncias da urina é mais elevado que para a mesma substância na água; o Ponto de saturação do soluto na água: produto de solubilidade; o Ponto de saturação do soluto na urina: produto de formação; o Entre os dois pontos: zono metaestável; Zona instável/de sobresaturação Zona metaestável – nucleação heterogênea (epitaxia) Zona estável Litíase urinaria ocorre quando substâncias relativamente solúveis precipitam; pH normal da urina: 5- 6,5; pH em jejum: mais alcalino ; pH da urina >7,6: infecção por germes; Solubilidade é inversamente proporcional à concentração (diurese diminuída aumenta a concentração e diminui a solubilidade); Concentração ➝ relacionada com a diurese e a quantidade de soluto; Solutos eliminados na urina: cálcio; oxalato; ác. úrico; cistina; Oxalato de cálcio (maioria) ➝ inorgânicos ➝ não tem preferência por pH; Fosfato de cálcio ➝ inorgânicos ➝ pesquisa pH alcalino; Fosfato de amônia e magnésio (pH alcalino – por germes) ➝ inorgânicos ➝ pesquisa pH alcalino; Ác. úrico ➝ orgânico ➝ pesquisa pH ácido; Cistina ➝ orgânico ➝ pesquisa pH ácido; Hipercalciuria com hipercalcemia ➝ causa absortiva; Hipercalciuria sem hipercalcemia ➝ causa intestinal, renal; acidose tubular renal distal; Inibidadores da calcificação: citrato de cálcio; Hipercalcemia intestinal ➝ relacionada a vitamina D ➝ principal função da vit D é a de aumentar a absorção intestinal do cálcio ➝ hipervitaminose D ➝ hipercalcemia (TTO é feito com diminuição da ingesta de vit. D ou suspenção de vitamínico orais; hidroclorotiazida); Hepercalcemia de causa renal ➝ TTO com hidroclorotiazida ➝ natiurético: elimina sódio e puxa o cálcio; o Acidose tubular renal: hipercloremia, hipercalcemia; pH urinário > pH sanguíneo; o pH sempre >5,4, mas não ultrapassa 6,5; Hiperoxilariuria ➝ dosar oxalato; Uricosuria ➝ gota; quimioterapia (CA causa hipercalcemia); produto de formação (urina) produto de solubilidade (água) Ana Luiza Spiassi Sampaio @anassampaioo Hiperuricosuria com pH <5,5: cálculo de ác. úrico; Hiperuricosuria com pH > 5,5: cáculo de oxalato de cálcio; Conduta: exame de urina; mensuração do pH em jejum; cultura de urina; dosagem de CO2, albumina, cálcio, potássio, fósforo, magnésio.... Cálculo de cistina ➝ cálculo por aminoácidos; Cálcio: principal quelante do oxalato – não se retira cálcio da dieta em casos de litíase; Litotripsia extracorpórea Ureteroscopia e instalação de JJ Nefrolitotripsia percutânea Propagação de energia sonora; Uso de RX ou US para localizar o cálculo; Sistema eletro hidráulico ou eletromagnético; Exige sedação ou anestesia geral Cálculo renal (pref.) ou uretral; Obstrução uretral; Método minimamente invasivo; Uso de laser para FRAGMENTAÇÃO; Litíase renal e uretral (pref.); Obstrução uretral; Método minimamente invasivo; Escolha se há infecção presente; Pode ser mantido após ureteroscopia para evitar obstrução por edema; Cateter multiperfurado; Acesso percutâneo do sistema coletor; Fragmentação e retirada de cálculos; Morbidade intermediária; Cálculos renais maiores e densos;
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