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Guia farmacológico de odontopediatria Eduarda Pimentel Monitora de odontopediatria – UNICHRISTUS Luana Duarte Monitora voluntária de odontopediatria - UNICHRISTUS Dra. Pollyanna Bitu Professora e coordenadora de odontopediatria, PNE e empreendedorismo - UNICHRISTUS Objetivo Oferecer um guia farmacológico resumido e prático de pediatria aos estudantes de odontologia da Instituição, a fim de auxiliá-los em suas práticas de prescrições medicamentosas à esse perfil de paciente. Sumário - ANTIBIÓTICOS Penicilina V Ampicilina Amoxicilina Amoxicilina com ácido clavulânico Cefalexina Cefadroxil Cefuroxima Cefprozil Cefaclor Eritromicina Claritromicina Azitromicina Clindamicina Profilaxia - ANTIFÚNGICOS Nistatina Fluconazol Daktarin gel oral - ANTIVIRAIS Aciclovir - ANTI INFLAMATÓRIOS NÃO ESTEROIDAIS e ANALGÉSICOS Dipirona Paracetamol/Acetaminofeno Ibuprofeno - ANTI INFLAMATÓRIOS ESTEROIDAIS Betametasona - BENZODIAZEPÍNICOS Midazolam Diazepam - REFERÊNCIAS ANTIBIÓTICOS INDICAÇÕES GERAIS: infecções locais com manifestações sistêmicas (febre, calafrios, mal-estar, fadiga); abscessos de evolução aguda e sem limites definidos (celulites); traumatismo com luxação severa e lesão extensa de tecidos moles; profilaxia em casos selecionados. CONTRAINDICAÇÕES GERAIS: quadro clínico com ausência de manifestações sistêmicas; dor pulpar com infecção limitada ao canal radicular; abscessos menores e circunscritos; alveolite e pericoronarite não complicadas. MAIS INDICADOS PARA ODONTOPEDIATRIA: penicilinas, cefalosporinas e macrolídeos. Penicilinas Precauções: Pacientes intolerantes às penicilinas, também podem ser intolerantes às cefalosporinas, e vice-versa. Pode ocorrer superinfecção por fungos ou bactérias em pacientes em tratamento prologado com penicilinas. Penicilina V ou Meraciclina - fenoximetilpenicilina Recomenda-se a dosagem de penicilina-V de 25-50 mg/kg/dia, a cada seis horas de sete a dez dias de tratamento, para infecções leves causadas principalmente por bactérias Gram (+) e algumas Gram (-). A autora descreve que esse fármaco é estável em pH gástrico e muito bem absorvido oralmente, sendo comum a ocorrência de diarreia. Indicações- infecções em gerais ou da cavidade oral. Formas farmacêuticas- a) Comprimido: 500.000 UI. b) Pó para solução oral: 400.000 UI/5 ml. Contraindicações- hipersensibilidade a penicilina, cefalosporinas ou qualquer componente da fórmula; crianças menores de 1 ano. Interações medicamentosas- Neomicina; Cloroquina; Probenicida; Aminoglicosídeos; Cloranfenicol; eritromicinas, sulfonamidas, tetraciclinas, metotrexato, diuréticos poupadores de potássio, aas, sulfametoxipiridazina e sulfaetidol. Ampicilina – ampicilina tri- hidratada Deve ser ministrada de preferência uma hora antes ou duas horas depois das refeições. Crianças com mais de 20 kg, ampicilina 250 a 500mg, a cada seis horas. Crianças com menos de 20 kg, ampicilina 50-100 mg/kg/dia em tomadas igualmente divididas a cada seis horas, durante 7 a 10 dias. Ampicilinas tem espectro de ação maior que as penicilinas V e G, atingindo mais Gram (-), sendo efetiva também sobre as Gram (+). Indicações- infecções em geral. Contraindicações- pacientes hipersensíveis às penicilinas e cefalosporinas. Formas farmacêuticas- a) Pó para suspensão oral: 50 mg/ml, 250 mg/5 ml. b) Cápsula: 250 ou 500 mg. c) Solução injetável: frasco-ampola 500 mg e 1 g. Interações medicamentosas- Alopurinol, probenicina; a administração não deve ocorrer durante as refeições. Precauções: Pacientes intolerantes às penicilinas, também podem ser intolerantes às cefalosporinas, e vice-versa. Pode ocorrer superinfecção por fungos ou bactérias em pacientes em tratamento prologado com penicilinas. Ampicilina e amoxicilina, por terem espectro de ação compatível, eficácia clínica e apresentação oral, também são opções para o tratamento de infecções odontogênicas, com preferência pela segunda devido à sua comodidade de tomada a cada oito horas. Recomenda-se para amoxicilina a dosagem de 30-50 mg/kg/dia, a cada oito horas durante sete a dez dias. Tem o mesmo espectro de ação das ampicilinas e é melhor absorvida via oral causando menos diarreia. Formas farmacêuticas- a) Pó para suspensão oral: 125mg/5ml, 200 mg/5 ml, 250 mg/5ml, 400 mg/5 ml e 500 mg/5 ml. b) Cápsulas: 500 mg Indicações- possui amplo espectro indicado para o tratamento de infecções bacterianas causadas por germes sensíveis a ação da amoxicilina. Contraindicações- hipersensibilidade a betalactâmicos, como penicilinas e cefalosporinas. Interações medicamentosas- Alopurinol, probenicina Amoxicilina Precauções: Pacientes intolerantes às penicilinas, também podem ser intolerantes às cefalosporinas, e vice-versa. Pode ocorrer superinfecção por fungos ou bactérias em pacientes em tratamento prologado com penicilinas. 1° ESCOLHA! Amoxicilina com ácido clavulânico O uso de penicilinas em associação com inibidores de betalactamases, tais como ácido clavulânico e sulbactam, somente está indicado para casos em que há suspeita de resistência bacteriana, não devendo ser considerado como terapia de primeira escolha para infecções bucais. A dose de amoxicilina mais ácido clavulânico deve ser calculada pela dosagem da amoxicilina. Possui o mesmo espectro de ação das cefalosporinas, agindo contra cepas produtoras de betalactamases. Indicações- é um agente antibiótico com espectro de ação amplo contra bactérias de ocorrência comum na clínica geral e em hospitais. A ação inibitória da betalactamase do clavulanato estende o espectro da amoxicilina, abrangendo uma variedade maior de microrganismos, muitos deles resistentes a outros antibióticos betalactâmicos. Contraindicações- hipersensibilidade a betalactâmicos, como penicilinas e cefalosporinas. Também é containdicado para pacientes com histórico prévio de icterícia/disfunção hepática associadas ao seu uso ou ao uso de penicilinas. Interações medicamentosas- hipersensibilidade a betalactâmicos, como penicilinas e cefalosporinas. Formas farmacêuticas: a) Pó para suspensão oral: amoxicilina 40 mg + ácido clavulânico 5,7 mg/ml. Cálculo da dose em passos Cálculo da concentração máxima permitida por dia a partir do que já relata a bula do remédio. Ex: 50mg/kg/dia Divisão da concentração máxima pela quantidade de vezes permitidas. Ex: 8/8h : 24h dividido por 8h = 3 vezes ao dia Transformação de mg para ml, a partir da concentração dada na bula. Ex: 250mg/5ml 1 2 3 Exemplo de cálculo da dose: 50mg/kg/dia 50mg ------- 1kg Xmg ------------- 20kg X= 1000 mg (concentração total permitida por dia) 1000mg / 3 (qtd de vezes ao dia – 8/8h) = 333 mg por tomada Se 250mg/5ml – 250mg------ 5ml 333mg------ x ml X= 6,66ml ou 7ml a cada 8 horas Receituário branco ou de controle especial Fulano de tal Rua xxxxx, N° XX Via oral Amoxicilina 250mg/5ml---------------- 1 frasco Tomar X ml de 8/8h – oito em oito horas – durante 7 – sete – dias. Fortaleza-CE, XX/XX/XXXX Dra. xxxx Cirurgiã-Dentista CRO-CE 00000 O receituário para antimicrobianos deve ser feito em 3 vias: Para o paciente Para a farmácia Para o prontuário Cefalosporinas A presença de alimentos pode retardar a absorção das formas orais, devendo ser ingeridas com estômago vazio (uma hora antes ou duas horas depois da refeição). As cefalosporinas não constituem a primeira escolha de antibióticos na Odontologia, sendo indicadas para infecções mais graves, grandes traumatismos dentários ou infecções pós-operatórias. Possuem maior incidência de reações alérgicas, embora similares às penicilinas. São bactericidas e com espectro de ação maior do que as penicilinas, incluindo Gram (+) e Gram (-) produtoras de beta-lactamases. Cefalosporinas de 1° geração – 50 a 100mg/kg/dia Cefalosporinas de 2° geração – 30 a 40 mg/kg/dia OBSERVAÇÕES Cefalexina Suspensão oral – 250 mg/5ml, dose: 50 a 100 mg/kg/diaa cada seis horas por sete a dez dias. Indicações- sinusites bacterianas causadas por estreptococos, S. pneumoniae e Staphylococcus aureus. Infecções do trato respiratório superior. Otite média. Infecções de pele e tecidos moles causadas por estafilococos e/ou estreptococos sensíveis à cefalexina. Infecções ósseas causadas por estafilococos e/ou P. mirabillis. Infecções dentárias causadas por estafilococos e/ou estreptococos sensíveis a cefalexina. OBS: Deve ser realizada cultura do microrganismo causador. Contraindicações- Alérgicos às cefalosporinas, alérgicos ao corante tartrazina. Interações medicamentosas- probenecida. Cefadroxila Indicações- Infecções em geral. Está indicada ao tratamento de infecções causadas por microrganismos sensíveis. A eficácia manifesta- se pela melhora do estado geral do paciente. Contraindicações- Pacientes com histórico de hipersensibilidade às cefalosporinas ou a qualquer componente da fórmula. Função renal diminuída, doença gastrointestinal – colite. Interações medicamentosas- Quimioterápicos bacteriostáticos/antibióticos, como a tetraciclina. Probenecida. Antibióticos aminoglicosídicos, polimixina B, colistina ou altas doses de diuréticos. Suspensão oral - 250 mg/5ml ou 500 mg/5 ml Dose: 50 mg/kg/dia duas vezes ao dia, ou seja, a cada doze horas durante sete a dez dias. Cefalosporinas de segunda geração Cefuroxima: Zinnat® - suspensão oral 125 e 250 mg/5 ml, dose: 30 mg/kg/dia a cada doze horas durante sete a dez dias. Cefprozil: Cefzil® - suspensão oral 250 mg/5 ml, dose: 30 mg/kg/dia duas vezes ao dia, ou seja, a cada doze horas durante sete a dez dias. Cefaclor: Ceclor®, Faclor® - suspensão oral 250 e 375 mg/5 ml, dose: 40 mg/kg/dia três vezes ao dia, ou seja, a cada oito horas durante sete a dez dias. As de segunda geração possuem espectro de ação maior sobre as Gram (-) produtoras de betalactamases em relação às de primeira geração. Macrolídeos Os macrolídeos têm sua principal indicação de uso para pacientes alérgicos às penicilinas. • Eritromicina apresenta espectro antimicrobiano similar ao das Benzilpenicilina. • Novos macrolídeos, como azitromicina e claritromicina, apresentam como vantagens maior espectro bacteriano, melhor absorção e maior espaçamento entre as doses. • Espectros de ação da claritromicina e azitromicina são semelhantes. OBSERVAÇÕES Eritromicina Indicações- Infecções em geral. Profilaxia a curto prazo contra endocardite bacteriana – Streptococcus viridans alfa hemolíticos – antes de intervenções cirúrgicas em pacientes com historia de febre reumática ou cardiopatia congênita ou adquirida, que sejam hipersensíveis às penicilinas. Contraindicações- Pacientes sensíveis ao estolato de eritromicina ou a qualquer componente da fórmula. Pacientes com doenças hepáticas. Interações medicamentosas- Probemecida, lincomicina, clindamicina, teofilina, digoxina, anticoagulantes, ergotamina, triazolam e midazolam; carbamazepina, ciclosporina, hexobarbital, fenitoína, alfentanil, disopiramida, sinvastatina, lovastatina, bromocriptina, cisaprina. Dose de 30-50 mg/kg/dia a cada seis horas por sete a dez dias, sendo que a dose máxima não deve ultrapassar 4 g/dia. Suspensão oral – 125 e 250 mg/5 ml. 1° opção para crianças alérgicas à penicilina Claritromicina Indicações- infecções em geral, principalmente, das vias aéreas superiores e inferiores, infecções de pele e tecidos moles. Contraindicações- hipersensibilidade aos macrolídeos ou a qualquer componente da fórmula. Não deve ser administrada a pacientes que usam astemizol, cisaprida, pimozina, terfenadina alcaloides de ergot, midazolam. Não deve ser administrada a pacientes com arritmia ventricular, hipocalemia, insuficiência hepática e renal; que utilizam estatinas (lovastatina, sinvastatina). 15 mg/kg/dia na forma de suspensão, duas vezes ao dia, ou seja, a cada doze horas, durante sete a dez dias. Pó para suspensão oral: 125 e 250 mg/5 ml. 2° opção para crianças alérgicas à penicilina Azitromicina Indicações- A azitromicina pó para suspensão oral é indicado no tratamento de infecções causadas por bactérias sensíveis à azitromicina. Contraindicações- A azitromicina não deve ser usado se você tem história de hipersensibilidade (reações alérgicas) à azitromicina, eritromicina, a qualquer antibiótico macrolídeo (classe de antibióticos a qual pertence a azitromicina), cetolídeo (outra classe de antibióticos) ou a qualquer componente da fórmula. Interações medicamentosas- A azitromicina não deve ser administrada em conjunto com: antiácidos, ergot e derivados do ergot. Deve-se monitorar (acompanhamento médico e exames de sangue avaliando níveis terapêuticos das medicações) pacientes que utilizam conjuntamente azitromicina e digoxina, zidovudina, anticoagulantes (medicação que inibe o processo de coagulação) orais do tipo cumarínicos, ciclosporina. Pó para suspensão oral: 200 mg/5 ml, 600 mg/5 ml, 900 mg/5ml. 10 mg kg/peso/dia de 12 em 12 horas – suspensão Lincosamidas Clindamicina Indicações-é indicado no tratamento das infecções causadas por bactérias anaeróbicas susceptíveis, por cepas susceptíveis de bactérias aeróbias Gram-positivas como estreptococos, estafilococos e pneumococos Infecções dentárias, incluindo abscessos periodontais, periodontite, gengivite e abscessos periapicais; Contraindicações- pacientes que já apresentaram hipersensibilidade à clindamicina ou à lincomicina ou a qualquer componente da fórmula. Interações medicamentosas- claritromicina, bloqueadores neuromusculares, inibidores de CYP3A4 e CYP3A5. Clindamicina também é agente substitutivo de penicilinas em pacientes alérgicos. Seu espectro de ação inclui microrganismos aeróbios e anaeróbios. Possui boa penetração em ossos 8 a 20 mg/kg/dia (a dose pode ser dividida em 3 a 4 vezes diárias) Distribui-se pelos tecidos e fluidos orgânicos, sendo de interesse especial sua excelente penetração no tecido ósseo, com concentrações intraósseas atingindo níveis iguais aos do plasma. São, portanto, antibióticos indicados para tratar infecções ósseas, como osteomielites e osteítes. https://minutosaudavel.com.br/periodontite/ https://minutosaudavel.com.br/gengivite/ Nitroimidazólicos Sendo utilizado como agente antiparasitário e antibiótico para organismos anaeróbios Metronidazol/ Flagyl/ benzoilmetronidazol Indicações- infecções envolvendo anaeróbicos ou em caso de resistência às penicilinas. Este composto também possui atividade antibacteriana contra bacilos gram-negativos anaeróbios, contra bacilos gram-positivos esporulados e contra todos os cocos anaeróbios. Contraindicações- pacientes com hipersensibilidade anterior ao metronidazol ou a outro imidazólico ou a qualquer componente da fórmula. Interações medicamentosas- dissufiram, terapia anticoagulante, lítio, ciclosporina, fenitoína ou fenobarbital, 5-fluorouracila, bissulfano. Metronidazol é prescrito quando há indicação de antimicrobiano no tratamento de infecções envolvendo microrganismos anaeróbios, como periodontites ou gengivites. Possui sabor metálico. O metronidazol e a clindamicina são recomendados para o paciente que não está respondendo ao tratamento com penicilina. 30 mg/kg/dia a cada seis horas, durante sete dias. Suspensão oral: 40 mg/ml. Profilaxia antibiótica pediátrica Quando prescrever: Pacientes imunossuprimidos, comorbidades crônicas descompensadas, com insuficiência valvar, com prótese valvar. ANTIFÚNGICOS As infecções fúngicas superficiais são geralmente tratadas com medicamentos tópicos e os fungos mais comumente observados nas lesões bucais são do gênero Cândida. Ao se deparar com esse tipo de infecção bucal em crianças, deve-se investigar as condições sistêmicas ou causas predisponentes. Caso se suspeite de uma doença subjacente, deve-se encaminhar o paciente ao pediatra. O tratamento das infecções fúngicas inclui, além da medicação, a remoção dos fatores subjacentes,quando possível. Entre os tipos de antifúngicos existentes no mercado, o mais utilizado é o grupo dos poliênicos. Os outros grupos são utilizados em âmbito médico- hospitalar. Poliênicos Nistatina Existem mais de 100 poliênicos com atividades antifúngicas, mas a nistatina é a mais comum para as infecções bucais. Esse agente é eficaz quando utilizado topicamente, mas apresenta a desvantagem de ter um sabor desagradável e, muitas vezes, não tolerado por crianças pequenas. Pode ser apresentada em creme dermatológico, comprimidos, suspensão oral, gel, pomada e pastilha. Creme dermatológico- deve-se aplicar às áreas afetadas duas a três vezes diariamente e continuar o tratamento por 48 horas, no mínimo, após a cura clínica, a fim de impedir uma recidiva. Concentração: 500.000 UI/ml Suspensão oral - 4 a 6 ml quatro vezes por dia, mantendo a dose na boca por algum tempo. Concentração: 100.000UI/ml ou 60.000 UI kg/peso/dia de 6 em 6 h. Indicações- candidíase da cavidade bucal e do trato digestivo superior. Contraindicações- hipersensibilidade a qualquer componente da fórmula. Interações medicamentosas- não apresenta. Receituário Branco/Comum CONSULTÓRIO Dra. Fulana de tal Rua xxxx, n° xx, Bairro xxx Para Maria Eduarda Uso tópico Nistatina 100.000UI/ml --------- 01 frasco Aplicar 6ml no local afetado de 06/06h (seis em seis horas), até dois dias após a melhora das lesões orais. Obs: a criança pode deglutir a medicação. Fortaleza-CE, xx/xx/xxxx Triazólicos Fluconazol Em crianças pode-se administrar 3-12 mg/kg/dia numa dose única diária de fluconazol. Um esquema citado para tratamento infantil de candidose bucal recomenda uma dose de 6 mg/kg/dia no primeiro dia, seguida de doses de 3 mg/kg/dia durante duas semanas. Os efeitos adversos são náuseas, vômitos, desconforto abdominal, diarreia e eritema de pele. Indicações- candidíase recorrente. Contraindicações- a pacientes com hipersensibilidade ao fármaco, a compostos azólicos ou a qualquer componente da fórmula. Disfunção hepática. Pacientes pró-arrítmicos. Interações medicamentosas- em dose única, não há. Formas farmacêuticas: a) Pó para suspensão oral: 50 mg/5 ml; 250 mg/5 ml. b) Cápsula: 50, 100 ou 150 mg. c) Creme: 2%. Exemplo de cálculo da dose: 12mg/kg/dia 12mg ------- 1kg Xmg ------------- 20kg X= 240 mg (concentração total permitida por dia) Se 250mg/5ml – 250mg------ 5ml 240mg------ x ml X= 4,8ml ou 5ml a cada 24 horas. O mais usual é a dose única! Receituário Branco/Comum CONSULTÓRIO Dra. Fulana de tal Rua xxxx, n° xx, Bairro xxx Para Maria Eduarda Via oral Fluconazol 250mg/5ml --------- 01 frasco Tomar 5ml em dose única. Fortaleza-CE, xx/xx/xxxx Miconazol/ Daktarin gel oral Indicações- tratamento e profilaxia de candidíase da cavidade bucofaríngea. Contraindicações- hipersensibilidade ao miconazol ou a qualquer componente da fórmula; bebês menores de 6 meses de idade ou crianças sem reflexo de deglutição bem desenvolvido; disfunção hepática; Interações medicamentosas- astemizol, bepridil, cisaprida, dofetilida, halofantrina, mizolastina pimozida, quinidina, sertindol, terfenadina, alcaloides de ergot, sinvastatina, lovastatina, triazolam e midazolam oral, anticoagulantes orais, hipoglicemiantes, fenitoína, medicamentos sujeitos ao metabolismo pelo CYP3A4. Formulações e produtos comerciais: Daktarin gel oral® - 20 mg/g, bisnaga de 40 g. A aplicação pode ser feita com o auxílio de uma haste flexível de algodão ou de uma gaze, espalhando o gel até cobrir a área afetada. A aplicação deve ser feita quatro vezes ao dia até o completo desaparecimento das lesões. Receituário Branco/Comum CONSULTÓRIO Dra. Fulana de tal Rua xxxx, n° xx, Bairro xxx Para Maria Eduarda Uso tópico Daktarin gel 20mg/g --------- 01 bisnaga Aplicar no local afetado de 06/06h (seis em seis horas), até o completo desaparecimento das lesões. Fortaleza-CE, xx/xx/xxxx ANTIVIRAIS A infecção viral mais frequente em crianças é causada pelo herpes-vírus simples. Outras infecções virais, como herpes-zóster, normalmente não são tratadas no âmbito odontológico. A infecção primária por herpes simples pode se manifestar subclinicamente, mas, em geral, causa gengivoestomatite aguda, febre, aumento dos linfonodos cervicais e irritabilidade. A gengivoestomatite está limitada à cavidade bucal, e a remissão dos sinais e sintomas ocorre em, aproximadamente, 10 dias. O tratamento indicado nas fases iniciais da infecção é com o grupo do aciclovir. Em casos em que a infecção atingiu estágios mais avançados, a terapêutica com esse grupo pode tornar-se ineficaz e deve ficar limitada a ingestão de alimentos líquidos, analgésicos, boa higiene bucal e uso de enxaguatórios bucais como clorexidina 0,12% (p. ex., Periogard) para evitar infecção bacteriana secundária. Infecções recorrentes podem ocorrer tardiamente, e a latência do vírus permanece no gânglio trigeminal. Tipicamente, atingem a junção mucocutânea do lábio com aspecto inicial vesicular e, posteriormente, ulcerado. O tratamento, de preferência, deve ser realizado na fase prodrômica (sinais e sintomas que prenunciam uma doença), o que dificilmente ocorre tratando-se de crianças. Apesar de, na fase ulcerativa, essa medicação apresentar ação diminuída, também pode ser utilizada. Deve ser aplicada de 4 a 5 vezes/dia. As gengivoestomatites agudas herpéticas primárias não devem ser tratadas com antibioticoterapia, a não ser que haja fortes evidências que indiquem uma infecção bacteriana secundária. Aciclovir A aplicação do creme deve ser realizada para cobrir toda a lesão a cada três ou quatro horas, cinco a seis vezes ao dia durante cinco a sete dias, evitando friccionar sobre a lesão. Antes e após a aplicação, lavar bem as mãos para não disseminar a infecção. Tópica: creme para uso tópico a 5% (50 mg) Indicações- tratamento de infecções cutâneas pelo vírus Herpes simplex. Contraindicações- hipersensibilidade ao aciclovir, valaciclovir, propilenoglicol ou a qualquer componente da fórmula. Interações medicamentosas- não são conhecidas interações relevantes com o uso de aciclovir creme. Receituário Branco/Comum CONSULTÓRIO Dra. Fulana de tal Rua xxxx, n° xx, Bairro xxx Para Maria Eduarda Uso tópico Aciclovir gel 5% --------- 01 bisnaga Aplicar no local afetado 5 (cinco) vezes ao dia, durante 5 (cinco) dias. Fortaleza-CE, xx/xx/xxxx ANALGÉSICOS e AINES A experiência dolorosa após um procedimento odontológico causa sofrimento para a criança e para seus pais. O medo de sentir dor é a maior barreira para a criança que necessita de cuidados odontológicos. O interesse no controle da dor em crianças vem aumentando nas últimas décadas, mas ainda permanecem divergências entre as teorias e a prática clínica. As razões possíveis para essas diferenças incluem hipóteses incorretas sobre a dor, atitudes individuais e sociais e a complexidade em se avaliar a dor em crianças. Os analgésicos pertencem a dois grandes grupos: os opióides, derivados da morfina ou seus análogos sintéticos e os não-opióides, que atuam na via de formação de prostaglandinas. Analgésicos não-opióides agem inibindo a ação das cicloxigenases, enzimas responsáveis pelo metabolismo do ácido araquidônico e formação de prostaglandinas. Estas últimas são substâncias químicas envolvidas na reação inflamatória, sendo responsáveis pelo aumento da sensação de dor. Agentes não-opióides estão indicados no tratamento de dores leves a moderadas e febre. No Brasil, os fármacos mais usados em crianças são paracetamol, dipirona, ácido acetilsalicílico e, mais recentemente, ibuprofeno Dipirona A dipirona apresenta eficácia analgésica e antitérmica, mas suas potenciais reações adversas contraindicam o uso rotineiro. A dipirona é empregada na dose de 10 mg/kg/dose, com intervalos de quatro a seis horas entre cada administração, não excedendo quatro doses diárias. Geralmente se emprega a solução oral “gotas”, na razão de ½ gotapara cada quilo de peso, até a quantidade máxima de 20 gotas (uma criança de 40 kg). Indicações- analgésico e antipirético. Contraindicações- hipersensibilidade a dipirona ou a qualquer componente da fórmula ou a pirazolonas e pirazolidinas. Pacientes com doenças metabólicas. Disfunção na medula óssea ou no sistema hematopoiético. Asma analgésica ou intolerância analgésica. Crianças menores de 3 meses de idade ou pesando menos de 5 kg. Interações medicamentosas- ciclosporinas. Formas farmacêuticas- Solução oral “gotas”: 500 mg/ml. Solução oral: 50 mg/ml (contra- indicado para pacientes diabéticos). Receituário Branco/Comum CONSULTÓRIO Dra. Fulana de tal Rua xxxx, n° xx, Bairro xxx Para Maria Eduarda Via oral Dipirona gotas 500mg/ml --------- 01 frasco Tomar xx gotas de 06/06h (seis em seis horas), durante 03 (três) dias, se dor. Fortaleza-CE, xx/xx/xxxx Paracetamol/acetaminofeno O paracetamol é o analgésico de primeira escolha, por ser potente inibidor da síntese de prostaglandinas e por apresentar efeito analgésico e antipirético, raramente apresentando toxicidade em doses convencionais. Apresenta fraca atividade anti-inflamatória, não devendo ser usado para esse fim. A dose terapêutica de paracetamol em crianças situa-se na faixa de 10 a 15 mg/kg/dose, com intervalos de seis horas entre cada administração. Geralmente se emprega a solução oral “gotas”, na razão de uma gota por quilo de peso até a quantidade máxima de 35 gotas. Não se deve exceder cinco administrações em um período de 24 horas, pois doses excessivas de paracetamol podem gerar dano hepático. Indicações- redução da febre e alívio temporário de dores leves a moderadas associadas a gripes, resfriados, cefaléia, dor de dente, dor de garganta e reações pós-vacinas. Contraindicações- não deve ser administrado à pacientes com hipersensibilidade ao paracetamol ou a qualquer componente da fórmula. Interações medicamentosas- a hepatotoxicidade do paracetamol é exacerbada com barbitúricos, bussulfiram, carbamazepina, hidantoína, ripampicina, sulfimpirazona. Formas farmacêuticas- Solução oral “gotas”: 120 mg/1,2 ml ou seja: 100 mg/ml. Suspensão oral: 32 mg/ml (indicado para crianças), 100 mg/ml (indicado para bebês). Solução oral: 200 mg/ml. Receituário Branco/Comum CONSULTÓRIO Dra. Fulana de tal Rua xxxx, n° xx, Bairro xxx Para Maria Eduarda Via oral Paracetamol gotas 100mg/ml --------- 01 frasco Tomar xx gotas de 06/06h (seis em seis horas), durante 03 (três) dias, se dor. Fortaleza-CE, xx/xx/xxxx Ibuprofeno A presença de inflamação em crianças, geralmente está associada a procedimentos infecciosos, traumáticos ou reumatológicos. Para os procedimentos infecciosos, não há indicação para uso de fármacos com efeito anti-inflamatório. Em processos traumáticos, medidas clínicas e analgésicos normalmente são suficientes. Os anti-inflamatórios são indicados para os casos de doenças reumáticas, em que o processo inflamatório não tem objetivo fisiológico ou reparador, constituindo-se sim, na própria doença. O uso de AINEs em Odontologia fica reservado para traumas por instrumentação, cirurgias ou em quadros clínicos que ocorrem manifestações de dor, edema, trismo e/ou limitação de abertura bucal. Quando há dor isolada, o uso de analgésicos pode ser o suficiente. Suspensão: dose por via oral para crianças 30 a 40 mg/kg/dia Gotas: uma a duas gotas por quilograma de peso até o máximo de 40 gotas por dose Indicações- febre e dores leves a moderadas. Contraindicações- hipersensibilidade ao ibuprofeno ou a qualquer componente da fórmula. Em caso de úlcera péptica ou sangramento gastrointestinal. Crianças menores d 6 meses de idade. Interações medicamentosas- AAS, paracetamol, colchicina, iodetos, medicamentos fotossensibilizantes, outros AINES, corticosteroides, glicocorticoides, corticotrofinas, urocinase, hipoglicemiantes, anti-hipertensivos, diuréticos, ácido valproico, plicamicina, ciclosporina, lítio, probenecina, inibidores da ECA, amtiagregantes plaquetários, cardiotônicos, digoxina e metotrexato. Formas farmacêuticas- Solução oral “gotas”: 50 mg/ml ou 100mg/ml Suspensão oral: 100 mg/5 ml ou seja: 20 mg/ml. Exemplo de cálculo da dose: 40mg/kg/dia 40mg ------- 1kg Xmg ------------- 20kg X= 800 mg (concentração total permitida por dia) 800mg / 3 (qtd de vezes ao dia – 8/8h) = 266,6 mg por tomada Se 20mg/ml – 20mg------ 1ml 266mg------ x ml X= 13,3ml ou 13ml a cada 8 horas Receituário Branco/Comum CONSULTÓRIO Dra. Fulana de tal Rua xxxx, n° xx, Bairro xxx Para Maria Eduarda Via oral Ibuprofeno 20mg/ml--------- 01 frasco Tomar 13 ml de 08/08h (oito em oito horas), durante 05 (cinco) dias. Fortaleza-CE, xx/xx/xxxx Receituário Branco/Comum CONSULTÓRIO Dra. Fulana de tal Rua xxxx, n° xx, Bairro xxx Para Maria Eduarda Via oral Ibuprofeno gotas 50mg/ml--------- 01 frasco Tomar 40 gotas de 08/08h (oito em oito horas), durante 05 (cinco) dias. Fortaleza-CE, xx/xx/xxxx CORTICÓIDES A administração de corticoide melhora a experiência pós-operatória dos pacientes e tem um impacto significativo no trismo e na inflamação. Efeitos maiores parecem ser alcançados utilizando o medicamento antes da intervenção. Betametasona Betametasona (Celestone solução® “gotas” 0,5mg/ml) 1 a 2 gotas/kg de peso corporal em dose única, 30 minutos antes do procedimento. Indicações- substância usada como anti-inflamatório. Contraindicações- pacientes com infecções sistêmicas por fungos, em pacientes com hipersensibilidade à betametasona, a outros corticosteroides ou qualquer componente deste produto. Interações medicamentosas- fenobarbital, fenitoína, rifampicina, efedrina, estrogênios, diuréticos, glicosídios, anfotericina B, anticoagulantes cumarínicos, AINES, salicilatos, vacinas, fluoroquinolonas, carbamazepina, priomidona, alocurônio, atracúrio, cisatracúrio, mivacúrio, pancurônio, pipecurônio, rucorônio, vecurônio. Receituário Branco/Comum CONSULTÓRIO Dra. Fulana de tal Rua xxxx, n° xx, Bairro xxx Para Maria Eduarda Via oral Betametasona gotas 0,5mg/ml--------- 01 frasco Tomar xx gotas meia hora antes do procedimento. Fortaleza-CE, xx/xx/xxxx BENZODIAZEPÍNICOS A presença de ansiedade, medo e fobia de suficiente intensidade pode impedir a realização do tratamento odontológico em pacientes infantis. Primariamente, os métodos adotados nessas situações têm o objetivo de evitar um desagradável e improdutivo confronto com a criança e criar um ambiente que facilite o desenvolvimento da confiança entre ela e o profissional, permitindo a realização dos procedimentos com o mínimo de interrupção. A ansiedade e o medo ao tratamento odontológico podem estar associados a experiências traumáticas passadas, preocupações quanto à perda física e à desfiguração, à observação da ansiedade demonstrada por outras pessoas (principalmente os pais) e à exposição a histórias de horror por amigos ou pelos meios de comunicação. Os pacientes com sinais de ansiedade e medo podem ser identificados pelo seu comportamento e pela avaliação ou conhecimento de alguns sinais ou manifestações – inquietação, agitação, dilatação da pupila, palidez da pele, transpiração excessiva, sensação de formigamento das extremidades – e aumento da pressão arterial e da frequência cardíaca, choro, distúrbios gastrintestinais. Após a identificação das crianças com ansiedade ou medo, inicialmente devem ser utilizados métodos ou técnicas de modificação de comportamento, de sugestão positiva e de confiança. Essas condutas têm por finalidade estabelecer um ambiente não ameaçador e reduzir a apreensão e o medo. As técnicas convencionais de condicionamento são, em geral, suficientes para lidar com a maioria das crianças, quando da necessidade de tratamento clínico em Odontologia.50 Entretanto, em alguns casos essas técnicas de modificação do comportamento não se mostram suficientes no controle da ansiedade e do medo, e, motivados pelo nível de resistência da criança ou pelaextensão da duração do tratamento, existe a possibilidade de se indicar a administração de medicamentos ansiolíticos. Somente um profissional treinado e capacitado deve administrar a sedação oral para uma criança em consultório odontológico. A sedação consciente se caracteriza pela manutenção da comunicação verbal, na qual as instruções verbais são compreendidas e os reflexos protetores mantidos. Em alguns casos, pode ocorrer amnésia (o que deve ser avisado aos pais). Os medicamentos que causam a sedação consciente são seguros, mas não são livres de risco. https://jigsaw.minhabiblioteca.com.br/books/9788527728881/epub/OEBPS/Text/chapter44.html#fn-50 Embora os derivados benzodiazepínicos estejam indicados extensivamente no controle da ansiedade e do medo em adultos, seu uso clínico em pacientes pediatras foi iniciado recentemente. Derivados benzodiazepínicos mais recentes, como o midazolam, estão indicados para pacientes juvenis com mais de 6 anos. Comparativamente ao Diazepam, esse grupo apresenta um início de ação e duração rápido, é solúvel em água e é duas vezes mais potente. REFERÊNCIAS GUEDES-PINTO, Antonio C. Odontopediatria, 9ª edição. Barueri, SP: Grupo GEN, 2016. 9788527728881. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788527728881/. Acesso em: 03 mar. 2022. VERDI, Dayana Cristina. Protocolo medicamentoso em odontopediatria. 2011. Monografia apresentada como requisito parcial para a conclusão do curso de Especialização em Odontopediatria, Departamento de Estomatologia, Setor de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2011.
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