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ADMINISTRAÇÃO 
MODERNA E 
PÓS-MODERNA
E-book 4
Andrea Micchelucci
Neste E-Book:
Introdução ���������������������������������������������������� 3
Competitividade: qualidade e 
inovação ������������������������������������������������������� 8
Estratégia competitiva ������������������������������������������ 10
Qualidade total ������������������������������������������������������ 13
Inteligência artificial – soluções 
emergentes �������������������������������������������������16
Administração estratégica – ciclo 
PDCA ������������������������������������������������������������20
Planejamento �������������������������������������������������������� 21
Organização ���������������������������������������������������������� 23
Dirigir ���������������������������������������������������������������������� 23
Controlar ���������������������������������������������������������������� 25
Responsabilidade social e ética ���������26
Considerações finais�������������������������������30
Síntese ��������������������������������������������������������� 32
2
INTRODUÇÃO
A década de 1980 foi marcada por uma alta compe-
titividade no mercado, as empresas – sempre em 
busca do aumento da lucratividade – começaram 
a analisar com propriedade quais fatores poderiam 
ameaçar o seu negócio e buscaram estratégias de 
como tirar a concorrência do mercado� A abordagem 
da administração que mais marcou essa época foi o 
Modelo das Cinco Forças, proposto pelo pesquisador 
Michael Porter� Segundo seu modelo, as forças que 
auxiliam a definição da estratégica da empresa se 
fundamentam no poder de barganha com os fornece-
dores (comprar mais barato), analisar a possibilidade 
de o produto da empresa ser substituído por outro, 
poder de barganha com os clientes (manter um pre-
ço de venda interessante com alta lucratividade) e 
as ameaças de novos entrantes (empresas que vão 
produzir o mesmo produto)�
Competição e estratégias eram as palavras mais co-
mentadas na área da administração� Muitas pesqui-
sas eram feitas, buscando melhores caminhos para a 
definição das estratégias organizacionais. Os bancos 
começaram um movimento dos maiores comprarem 
os menores: seguindo o Modelo estratégico proposto 
por Porter, se o banco pequeno atrapalha o maior, 
uma forma de tirá-lo da concorrência é comprando 
suas operações�
Essa movimentação de compras e vendas no mer-
cado bancário aumentou sensivelmente o número 
3
de desempregados, afetando a sustentabilidade fi-
nanceira de muitas famílias�
A indústria farmacêutica também foi outro grande 
setor, famoso por excessivas compras e vendas, com 
o simples objetivo de eliminar a concorrência, forta-
lecendo quem ficava no mercado.
Essa nova abordagem ia de encontro aos princípios 
das teorias pós-sistemas, no tocante à avaliação 
do ambiente externo, estudando os fatores que po-
deriam eliminar ou atrapalhar o cumprimento das 
metas e objetivos institucionais�
Os bancos tinham como visão transformar-se no 
maior serviço financeiro do país e do mundo. Com 
esse lema, observava-se que a instituição trabalhava 
para prevalecer soberana no segmento financeiro, sem 
considerar os concorrentes e os impactos econômicos 
que poderiam gerar com essa estratégia competitiva�
O governo passou, então, a se preocupar com o 
equilíbrio econômico, dada a centralização do poder 
produtivo em poucas organizações (geralmente as 
mais fortes) e buscava, por meio regulatório, criar 
limites para esse novo comportamento de mercado 
(excessivo número de compras e vendas, eliminando 
empresas de menor porte)�
Novas discussões emergiram frente a essa busca 
desenfreada pelo topo da pirâmide na indústria, 
boa parte delas oriundas de problemas relaciona-
dos à ética, responsabilidade social, meio ambiente 
e sustentabilidade das relações� No ano de 2008, 
4
um fato que impactou o mundo dos negócios foi à 
emissão excessiva de títulos de crédito imobiliário 
nos Estados Unidos� De modo bem sucinto, foram 
dados mais empréstimos imobiliários do que o per-
mitido pelo mercado (capacidade de pagamento e 
até fraudulentos) e essa negociação desencadeava 
outras (compras e vendas vinculadas aos créditos 
imobiliários concedidos), gerando falta de pagamen-
tos e enormes prejuízos no mercado�
Outro grande escândalo dessa época, foram parece-
res contábeis fraudulentos assinados por empresas 
de auditoria externa que não verificaram do modo 
mais correto as informações prestadas por algumas 
empresas que sugeriam lucros em seus dados pú-
blicos e, ao contrário do que se informava, estavam 
tendo prejuízos. Diversos profissionais foram ques-
tionados e responsabilizados por problemas éticos 
e crimes financeiros.
Atualmente, infelizmente, estamos presenciando 
enormes problemas causados pelas indústrias no 
meio ambiente; como o caso de Brumadinho, no 
qual a empresa Vale do Rio Doce, devido à sua bar-
ragem acima da capacidade, ocasionou um desastre 
ambiental com, praticamente, o fim de uma cidade 
inteira e muitas mortes� Nesse caso, além de falhas 
técnicas, estão analisando o possível impacto da 
responsabilidade social (fim das atividades de pesca, 
degradação do meio ambiente, impossibilidade de 
viver na região, em razão dos danos causados pelo 
acidente), os impactos de meio ambiente com toda 
sua extensão e a apuração de responsabilidades 
5
na condução dos trabalhos realizados que tinham 
relação direta com a capacidade da barragem (cer-
tificações de engenheiros, laudos nacionais e inter-
nacionais etc�)�
Busca-se um equilíbrio financeiro e sustentável, tanto 
do ponto de vista da indústria como das relações 
sociais e humanas� Os consumidores, se assim 
os podemos chamar, ou mesmo a população está 
consciente e muito sensibilizada com o possível 
impacto negativo dos negócios em sua sobrevivên-
cia� Neste novo cenário, novos estudos da área da 
Administração continuam – com uma abordagem 
que contempla e busca a produtividade com um olhar 
mais sustentável (voltado ao meio ambiente e às 
relações sociais)�
A falta dessa abordagem na administração gerou 
grandes aprendizagens, custando, muitas vezes, a 
continuidade da vida, como observado nos desas-
tres ambientais gerados por possíveis negligências 
administrativas� O foco das novas abordagens da 
administração continua sendo o ambiente e os ob-
jetivos organizacionais: 
ambiente objetivos
Pós-Sistemas
e Novas
Abordagens
Figura 1: Abordagem Pós-sistemas – foco: ambiente e objetivos. 
Fonte: Elaborado pela autora 
6
Conforme estudado anteriormente, a figura explora 
as Teorias Pós-sistemas, privilegiando a análise do 
ambiente e foco nos objetivos� A ideia continua a 
promover o estudo do macroambiente sob o olhar 
transdisciplinar, com a análise das influências que 
possam subsidiar o surgimento de novas abordagens 
às Teorias da Administração�
Vale ressaltar que as organizações amadurecem 
em suas gestões administrativas, acompanhando a 
mudança de comportamento do ambiente que envol-
ve, no cenário macro, as relações sociais, economia 
(recursos para transformação) e tendências tecno-
lógicas (era da informação)�
As novas abordagens se subsidiam de novas tecno-
logias, buscando a perfeição do processo produtivo 
por meio da automação de funções, gestão de ban-
co de dados, alinhados aos objetivos institucionais 
(big datas), otimização das funções intelectuais com 
buscas avançadíssimas de informações, reduzindo 
prazos no desenvolvimento dos trabalhos e até mu-
danças ocasionadas pelo fim de algumas profissões 
e surgimento de outras�
7
COMPETITIVIDADE: 
QUALIDADE E INOVAÇÃO 
Michael Porter, engenheiro e professor da renomada 
Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, atua 
como pesquisador em estudos que buscam explicar 
o comportamento das empresas e sua atuação no 
mercado� Seus estudos, de modo resumido, analisam 
e buscam soluções para as empresas crescerem e 
sobreviverem de modo lucrativo no mercado em que 
atuam (cosmético, alimentício, financeiro etc.).
As Teorias de Administração denominamisso de 
estratégia competitiva� A competição advém de 
princípios de sobrevivência, tal como a vida de um 
animal na floresta. O leão, tido como rei os animais, 
é caracterizado por um perfil de liderança, que ganha 
suas batalhas pelo porte físico e, para sobreviver, ele 
caça e mata suas presas� Sem alimento, ele e toda 
sua espécie entram em extinção�
8
Figura 2: Leão: o dono da rede. Fonte: unsplash.
Alguns pesquisadores associam a imagem do leão 
à do dono da rede de negócios, já que, por suas ca-
racterísticas de força, ele é tido como o rei da sel-
va� Pesquisadores, quando discutida a estratégia 
competitiva, vislumbram que as empresas devem 
se representar nos negócios tal qual o leão na selva: 
suficientemente fortes para não terem seus produtos 
substituídos, impedir que outras empresas mandem 
no mercado, além dela mesma (novos entrantes), 
mantendo o controle sobre os preços praticados 
com fornecedores (aquisição de matéria prima e 
insumos) e clientes (preço de venda), assim como 
o comportamento do leão em sua cadeia alimentar�
Podcast 1 
9
https://unsplash.com/photos/ZxNKxnR32Ng
https://famonline.instructure.com/files/120810/download?download_frd=1
Estratégia competitiva
Neste conceito, desdobram-se indicações de como 
as empresas precisam agir para não serem extintas� 
Michael Porter propõe uma análise de sobrevivência 
a partir dos cuidados com algumas forças�
Preço de
Compra
Preço de
Venda
Estratégia Substituição
de Produtos
Novos
Entrantes
Figura 3: Modelo das Cinco Forças. Fonte: Elaboração Própria.
O Modelo de Porter estuda o poder de definição de 
preço entre os fornecedores de materiais, o valor de 
venda do produto a partir da barganha com o cliente, 
novos concorrentes e a falta de inovação, gerando a 
substituição do produto�
O modelo não é complexo e, no tocante a possíveis 
substituições do produto, entra a discussão da quali-
dade� O conceito de qualidade foi sendo aperfeiçoado 
ao longo dos anos, a partir do momento em que a 
sociedade percebeu verdadeiro o dito popular: “o 
barato sai caro”�
Uma das principais referências mundiais nessa 
questão são os Programas de Qualidade Japoneses� 
Trata-se de estudos que buscam a otimização dos 
10
recursos e a máxima eficácia (durabilidade, funcio-
namento, design). A filosofia japonesa preza por criar 
produtos que tenham o preço à altura da qualidade� 
Um exemplo clássico são os carros japoneses – ti-
dos como os de melhor qualidade, em relação aos 
produzidos em outros países� Segundo estudos do 
setor, eles dificilmente falham ou quebram, e suas 
peças têm um longo prazo de durabilidade�
Essa qualidade só é possível devido ao rigoroso con-
trole durante a produção, na qual os produtos são 
testados para verificar se se enquadram nos níveis 
de qualidade previstos (tempo de uso, durabilidade, 
design milimetricamente pensado e revisado)� Todo 
esse processo é realizado ainda na fábrica, antes do 
consumo, para prevenir possíveis erros posteriores� 
Você já deve ter notado algumas chamadas de 
montadoras solicitando trocas de peças (recalls), 
em função da identificação de algum problema de 
fabricação� É muito comum as indústrias automobi-
lísticas terem esse cuidado, caso sejam identificados 
defeitos que possam impactar o uso do produto� 
Nesse sentido, as empresas identificam os veícu-
los envolvidos no lote com falha e efetuam a troca 
ou ajustes necessários para solução imediata do 
problema�
A qualidade total ocorre em decorrência da aplicação 
da melhoria contínua� A palavra qualidade pode ter 
vários significados, tais como:
• atender as exigências do cliente;
11
• ter como objetivo as necessidades do usuário – 
presentes e futuras;
• adequar-se à finalidade ou ao uso.
Na realidade, os vários conceitos de qualidade falam 
o mesmo idioma por meio de vários dialetos� Por trás 
dos conceitos de qualidade está a figura do cliente – 
que pode ser interno ou externo� Nas organizações, 
existe uma infinidade de cadeias de fornecedores e 
clientes: cada empregado é um cliente do anterior 
(do qual recebe suas entradas) e um fornecedor para 
o seguinte (para o qual entrega suas saídas)�
A ideia de fornecedores/clientes internos e exter-
nos constitui o núcleo da qualidade total� A melhoria 
contínua e a qualidade total são abordagens que se 
retroalimentam para obter excelência na qualidade 
dos produtos e processos�
SAIBA MAIS
Henry Mintzberg foi um famoso pesquisador que, 
tal como Michael Porter, buscou estabelecer fer-
ramentas que pudessem analisar e estabelecer 
estratégias empresariais� Seu livro, Safari de Es-
tratégia, faz uma analogia entre o comportamen-
to das empresas com os bichos na selva� Conhe-
ça mais sobre o autor e o assunto, no site:
http://www.mintzberg.org�
12
Figura 4: Controle de qualidade japonês. Fonte: capetown
Qualidade total
A qualidade japonesa foi um tema tão legitimado 
(reconhecido) mundialmente que surgiu, então, o 
Toyotismo – inspirado nas técnicas de qualidade 
implantada na empresa automobilística Toyota� A 
técnica de produção da Toyota levou em considera-
ção o maior problema da Ford que, segundo os en-
genheiros, era o desperdício, tanto de tempo quanto 
de atividades que não agregavam ao produto, como 
de materiais utilizados na produção�
As principais ideias usadas nesse sistema para eli-
minar desperdícios se fundamentaram na:
• Racionalização da força de trabalho, usando o con-
ceito de equipe� O líder, além de operacional junto à 
equipe, coordena o grupo� A equipe tem a tarefa de 
fazer pequenas manutenções em equipamentos, 
consertos de baixa complexidade e devem auxiliar 
no controle de qualidade�
13
https://capetownguy.co.za/toyota-celebrates-top-performing-dealers/
• Just in time (na hora): método que procura reduzir 
ao mínimo possível os estoques, mantendo os ní-
veis de acordo com as vendas� O conceito também 
se aplica ao processo produtivo: só se compra os 
insumos que serão utilizados na produção do dia, 
sem sobras�
• Kanban: sistema de controle de uso de materiais, 
registrando em cartões toda a movimentação de 
produtos e retroalimentando-o com as saídas – o 
quê e quanto precisa ser comprado para substituição�
• Produção flexível. Este sistema de produção permi-
te que os produtos sejam feitos em pequenos lotes, 
alterando para isso os moldes colocados nas má-
quinas de produção� Para se ter uma ideia, a Toyota 
treinou seus funcionários para efetuarem essa troca 
de moldes em apenas três minutos�
Observa-se que a racionalização da força de trabalho 
é um conceito já pensado na Administração Científica 
(Frederick Taylor) e na Administração Clássica 
(Fayolismo)� Os sistemas de controle monitoram 
regras claras quanto ao uso, trazendo também os 
princípios da Teoria da Burocracia, de Max Weber� O 
treinamento e a capacitação do funcionário – além 
do envolvimento do líder no processo produtivo, ge-
renciando a equipe – utilizam princípios da Teoria 
das Relações Humanas�
Se assim pensarmos, os princípios da Qualidade 
Total trabalham as abordagens essenciais da admi-
nistração: a abordagem clássica e a humanística� O 
foco continua sendo a produtividade (maior número 
14
de produtos produzidos), observados os controles 
de vendas, operações que subsidiam o quanto deve 
ser produzido, com eficiência (agilidade) e eficácia 
(qualidade)� Até hoje, esse modelo é aplicado nas 
indústrias japonesas e mercados do primeiro mundo, 
onde os indicadores econômicos são mais lineares 
em termos de consumo e produção�
15
INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL 
– SOLUÇÕES EMERGENTES
A inteligência artificial (ou IA) é uma nova forma de 
aprimorar controles com a eficácia (qualidade) de-
sejada nos moldes da qualidade total� Você já ouviu 
por aí que o trabalho humano está sendo substituído 
por máquinas? Ou que não haverá mais trabalho por 
conta dos computadores? Será que isso é verdade?
Num primeiro momento, a inteligência artificial era 
apresentada como uma máquina; algo tangível, palpá-
vel, visualizado como um robô� A máquinafoi, então, 
substituída por holografia (muito utilizado para carac-
terizar fantasmas nos filmes), que acabou até virando 
grupo musical, no Japão, com centenas de fãs�
Podcast 2 
Figura 5: Holografia e Robô. Fonte: unsplash
16
https://famonline.instructure.com/files/120812/download?download_frd=1
https://unsplash.com/photos/jIBMSMs4_kA
As pesquisas contemporâneas já apresentam a 
Inteligência Artificial como solução para call centers 
(atendimento eletrônico programado com voz huma-
na) para tratar de diferentes temas com os clientes: 
cobranças, televendas, dentre outros�
Muitas atividades anteriormente exercidas pelo ser 
humano hoje são feitas pela inteligência artificial. 
A área médica alcançou grandes conquistas com 
as cirurgias realizadas por meio de equipamentos 
altamente qualificados e computadorizados, con-
duzidos pelo médico fora da sala de cirurgia, pos-
sibilitando uma maior precisão nos procedimentos 
invasivos� Exames também são realizados por má-
quinas e equipamentos diversos� A telemedicina tem 
possibilitado o atendimento à população que vive 
longe dos grandes centros urbanos, por intermédio 
de orientação on-line de médicos e profissionais da 
saúde assessorando outros centros de apoio sem o 
deslocamento físico�
A área de Direito também já programa uma diferente 
atuação profissional, a partir de buscas eletrônicas 
atualizadas sobre temas em discussão, apresentando 
resultados recentes de decisões que balizam novas 
análises e avaliações de juízes e profissionais da área.
O impacto que começou com a era da informação e 
as novas tecnologias vem mudando significativamen-
te o comportamento da sociedade e suas relações 
sociais� A tecnologia permite o trabalho a distância 
com o mesmo monitoramento e controle que o líder 
tem presencialmente sobre sua equipe� Essa mu-
17
dança reduz o deslocamento urbano e até melhora 
o tráfego nas vias públicas� São novos tempos que 
exigem novos comportamentos�
As ferramentas de comunicação e mídias sociais 
(Facebook, WhatsApp, Teams, Skype, entre outras) 
promovem, a qualquer momento, reuniões virtuais 
que aproximam pessoas e incentivam a troca de in-
formações rumo a soluções�
Não há, no mundo contemporâneo, como conviver 
sem a tecnologia� A Receita Federal do Brasil, por 
exemplo, só aceita as Declarações de Imposto de 
Renda por via eletrônica; então, todo cidadão (e 
empresa) que deseja estar com sua situação fiscal 
regular, precisará baixar o programa e enviar seus 
dados eletronicamente�
Figura 6: Ambiente virtual e o trabalho. Fonte: unsplash.
18
https://unsplash.com/photos/ysWRN3BqG3U
Também os encontros e reuniões passam, com as 
novas tecnologias, a ter uma ampla integração do 
ambiente físico com o virtual (ou mesmo apenas 
virtual)� As grandes metrópoles sofrem com proble-
mas como: transporte público, trânsito, reparos de 
vias, entre outros; e, como estudamos ao longo desta 
disciplina, a otimização do tempo é fundamental para 
a produtividade�
19
ADMINISTRAÇÃO 
ESTRATÉGICA – CICLO PDCA
As funções administrativas resumem-se em: Planejar, 
Organizar, Dirigir e Controlar� Essas atividades do ad-
ministrador podem ser condensadas em um ciclo que 
se retroalimenta a partir da conexão entre as partes�
Planejar
Dirigir
OrganizarControlar
Figura 7: Ciclo do Administrador. Fonte: Elaboração Própria.
O trabalho do administrador não se restringe apenas 
ao momento corrente, ele precisa ir além, projetando-
-se para o futuro� As decisões administrativas preci-
sam ter fundamento estratégico (com motivos muito 
bem analisados e subsidiados por dados) para que 
as decisões estejam alinhadas com as metas pre-
vistas e planejadas para o futuro da organização�
A tomada de decisão é dinâmica e exige atualização 
constante dos cenários e situações vivenciadas ou previs-
tas (sendo este um primeiro caso a respeito do assunto)�
20
Planejamento
O planejamento está voltado para o futuro� E o fu-
turo requer um plano de ação para que o desejado 
aconteça� O planejamento é uma das mais importan-
tes funções administrativas que definem objetivos 
e decidem sobre os recursos e tarefas necessários 
para alcançá-los adequadamente� Como principal 
decorrência do planejamento estratégico, estão os 
planos de ações, que facilitam a organização no al-
cance de suas metas e objetivos�
Os planos integram vários objetivos a serem 
alcançados
Permitem o endereçamento de responsabili-
dade dos envolvidos
Possibilitam compreender e documentar as 
etapas rumo ao cumprimento dos objetivos
Figura 8: Plano de Ação. Fonte: Elaboração Própria.
O plano de ação é a ferramenta utilizada pelo admi-
nistrador para traçar uma ação ou mais ações a partir 
de um objetivo da empresa, estabelecendo o que será 
feito, o responsável pela execução, e o prazo máximo 
de entrega da implantação da ação� É uma forma 
de controlar se todas as ações programadas para 
o cumprimento do objetivo estão sendo realizadas�
21
Recomendo os seguintes passos para a realização 
de um planejamento:
• Clareza na definição dos objetivos
O primeiro passo é ter claramente definido aonde 
se deseja chegar� Vale ressaltar que, num primeiro 
momento, são definidos os objetivos da organização 
que direcionam todos os planos de ação desenvol-
vidos, os quais servirão de guia para as áreas ou 
departamentos responsáveis pela execução da tarefa 
ou atividade� As ações são os passos intermediários 
que ligam o objetivo ou resultado� Para que seja pos-
sível atingir o resultado, muitas vezes, são definidas 
inúmeras ações que, quando finalizadas conforme 
esperado, atingem o objetivo�
• Verificar qual a situação atual em relação aos ob-
jetivos. Simultaneamente à definição dos objetivos, 
deve-se avaliar o que está sendo feito e o que preci-
saria complementar essa ação�
• Desenvolver premissas quanto às condições futuras� 
Premissas constituem os ambientes esperados dos 
planos em operação, cujas ações foram elaboradas 
com a participação das pessoas envolvidas� A inclu-
são da participação de todos na definição e discussão 
da ação dá mais legitimidade (reconhecimento) pelos 
envolvidos em relação ao que terão de fazer com 
clareza e objetividade� Quanto maior for o número 
de participantes, mais próxima está a avaliação do 
cenário e o sucesso da realização da tarefa�
22
Organização
A organização do planejamento pode ser feita por 
meio de várias técnicas, a mais utilizada são os pla-
nos� Nesse documento são previstas datas de início, 
data do término, especificação da atividade ou tarefa 
a ser desenvolvida e, por fim, o responsável.
Os planos operacionais mais utilizados se classifi-
cam da seguinte maneira:
• Procedimentos – relacionam-se aos métodos;
• Orçamentos – relacionam-se ao dinheiro;
• Programações – relacionam-se ao tempo;
• Regulamentos – definem comportamentos. 
Além da classificação acima, podemos ter:
• Planejamento Estratégico sob uma abordagem 
institucional, ou seja, definido para todas as áreas 
da empresa;
• Planos Táticos – voltados aos departamentos;
• Nível Operacional – voltados às tarefas�
Dirigir
Já com as ações definidas, vale a participação dos 
envolvidos combinando datas, atribuindo responsabi-
lidades e cobrando a execução da tarefa combinada�
Dirigir significa liderar. Ou seja, a capacidade de mo-
bilizar os recursos humanos para que os resultados 
desejados sejam alcançados�
23
Nessa definição, não cabe apenas a distribuição das 
tarefas, mas sim o ato de influenciar e motivar os fun-
cionários da empresa de maneira positiva� Para liderar, 
é preciso, sobretudo, muita inteligência emocional – 
que é a capacidade de perceber as emoções dos ou-
tros, verificando a melhor forma de conduzir as suas.
São inúmeras as formas de dirigir pessoas� As 
mais comentadas estão inseridas nas Teorias de 
Motivação, de McGregor� Na Teoria X, o administra-
dor tende a dirigir e controlar os subordinados de 
maneira rígida e intensiva, fiscalizando seu trabalho, 
pois acha que as pessoas são passivas, indolentes,relutantes e sem qualquer iniciativa pessoal�
Nesse estilo de direção, o administrador não confia 
nos colaboradores, acreditando que não têm ambi-
ção e evitam a responsabilidade� Não há delegação 
de incumbências, dado que são dependentes e pre-
ferem ser dirigidos� Com todas essas restrições, o 
administrador cria um ambiente autocrático, sem-
pre apresentando muita desconfiança, mantendo a 
vigilância e o controle coercitivo que não estimula 
ninguém a trabalhar�
As pessoas, por sua vez, tratadas dessa forma res-
pondem com falta de interesse e de estímulo, de-
sencorajamento, pouco esforço pessoal e baixa pro-
dutividade – situação que vai aumentar ainda mais 
a pressão e a vigilância� A ação constrangedora do 
administrador provoca reação cômoda nas pessoas�
Na Teoria Y, totalmente oposta à Teoria X, o adminis-
trador confia às pessoas maior participação, liber-
24
dade e responsabilidade no trabalho, pois entende 
que elas são aplicadas, gostam de trabalhar e têm 
iniciativa própria� Em virtude dessas características, 
esses líderes delegam e ouvem opiniões, comparti-
lham desafios, porque entendem que os colaborado-
res são capazes de assumir responsabilidades com 
autocontrole e autodireção� Esse estilo de administrar 
cria um ambiente democrático de trabalho, além de 
oportunidades para que as pessoas possam satis-
fazer suas necessidades pessoais�
Colaboradores tratados com respeito, confiança e 
participação tendem a responder com iniciativa, pra-
zer em trabalhar, dedicação, envolvimento pessoal, 
entusiasmo e elevada produtividade em seu trabalho� 
Controlar
O administrador planejou, organizou e delegou as 
tarefas aos seus colaboradores, no entanto, tudo 
isso não é garantia de que, na prática, o trabalho será 
bem executado e trará os resultados previstos� Por 
conta disso, há o controle�
O controle envolve a criação de padrões, medição, e 
ações de correção para manter ou elevar o desempe-
nho, reordenando sempre para garantir o alcance dos 
objetivos da empresa� Há uma série de indicadores de 
qualidade e financeiros que permitem ao administra-
dor analisar se os controles estão dando os resultados 
esperados� Quanto maior for o número de indicadores 
técnicos, melhores serão as condições para se fazer 
uma avaliação fidedigna da situação da empresa.
25
RESPONSABILIDADE 
SOCIAL E ÉTICA
A confiança de mercado, do consumidor, da comu-
nidade é essencial para a organização� Grandes 
escândalos e surpresas relacionadas a falências e 
concordatas trouxeram uma instabilidade dos inves-
tidores, que passaram a valorizar a responsabilidade 
social e a ética�
Um grande exemplo foi o caso Enron, sétima maior 
empresa dos Estados Unidos, em 2001; até então 
considerada uma potência com influência nos ne-
gócios mundiais (Gasoduto Brasil/Bolívia, Usina 
Termoelétrica de Cuiabá, Elektro, dentre outras), e 
com excelentes recomendações das agências eco-
nômicas� No entanto, foi considerada, por muitos 
pesquisadores, a falência mais importante da história 
empresarial americana�
A ruína se deu pelo acúmulo de dívidas não divulga-
das nos balanços e, de certa forma, desconhecidas 
pelos investidores – a ponto de não ser mais possível 
quitá-las, resultando na falência da empresa�
Esse exemplo traz à tona a responsabilidade do ad-
ministrador enquanto responsável pela transparência 
das informações e assunção de problemas institu-
cionais em público – tal como as outras funções na 
organização (contador, vendedor, analistas)�
26
A responsabilidade social também pode ser anali-
sada por duas frentes: uma voltada à preservação 
do meio ambiente e a outra alusiva às relações in-
terpessoais� O termo parece fácil, mas, na verdade, 
está totalmente vinculado ao que vem acontecendo 
nos últimos anos. Desastres ambientais catastróficos 
– como os de Paraitinga, Mariana e Brumadinho – 
chocaram a opinião pública, uma vez que ações não 
discutidas com propriedade possam ter sido respon-
sáveis pela morte de inúmeras pessoas e animais, 
além da degradação do solo�
São inúmeras as provas de que a responsabilidade 
social deve focar a sobrevivência da humanidade� 
Nos casos citados, foram desastres ambientais aca-
bando com as cidades, as quais passarão por um 
longo período de reconstrução, até que tudo volte 
ao normal (caso isso realmente venha a acontecer)� 
Após esses grandes acidentes, a alimentação natural 
da região (peixe, carne, vegetais) ficou escassa e a 
água contaminada� Casas foram destruídas, bem 
como escolas, hospitais e mercados�
Esses desastres estão associados a alguma ação ou 
monitoramento não realizado� Daí a importância do 
respeito de diretores e demais cargos de liderança ao 
tomar decisões que possam não estar subsidiadas 
adequadamente – a ponto de causar verdadeiras 
tragédias�
A ética é a padronização de um comportamento le-
gitimado por meio de uma sociedade em função da 
incessante busca por: transparência, honestidade, 
27
valores morais, entre outros, que traduzem objetivos 
e ações organizacionais�
O assunto tem sido tema de concursos públicos e 
provas do ENADE (Exame Nacional de Desempenho 
de Estudantes), com o objetivo de alertar sobre a 
importância da ética para se conquistar a confiança 
do mercado�
Essa questão é de suma importância para a sobre-
vivência das organizações, uma vez que, rompida a 
relação por meio de escândalos envolvendo fraude, 
negligência e corrupção, os investidores liquidam 
seus investimentos dada a quebra da confiança.
O caso Enron é semelhante ao do Banco Santos que 
aconteceu na década de 1990� Assim que declarado o 
problema de liquidez (falta de dinheiro) e consequente 
concordata, os investidores se desesperaram e muitos 
perderam boa parte de seu capital� Muitos clientes do 
Banco Santos que haviam aplicado seus recursos tam-
bém não conseguiram recuperar o dinheiro� Foi uma 
verdadeira surpresa para nosso mercado bancário 
ter esse tipo de problema no Brasil� Tanto que, após 
esse caso, novos controles foram criados pelo Banco 
Central (regulador bancário) e outras associações – 
como a Comissão de Valores Mobiliários – com o 
intuito de evitar esse tipo de golpe�
28
SAIBA MAIS
O terceiro setor tem grande impacto no PIB 
(Produto Interno Bruto) mundial, movimentando 
quantias representativas� As entidades assisten-
ciais crescem sensivelmente a cada ano� Conhe-
ça mais sobre esse assunto acessando:
http://www.portalterceirosetor.org.br e https://bi-
blioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv94686.pdf�
29
CONSIDERAÇÕES FINAIS
As novas abordagens da Administração caminham 
para soluções que resgatam conceitos de outras 
Teorias, especialmente da Abordagem Humanística 
e das Teorias Pós-sistemas, associando a liderança 
com o uso de novas tecnologias, além dos aspectos 
do capital humano�
A Qualidade e a Inovação tiveram boa parte de sua 
discussão inicial centrada nas indústrias automobi-
lísticas japonesas� Estudos continuam sendo feitos 
no sentido de se produzir peças em escala (grandes 
quantidades), sem qualquer tipo de erro, com alta du-
rabilidade, sendo reconhecida a qualidade e o preço 
competitivo�
A tecnologia surgiu com a entrada de novos sistemas, 
otimização de controles e atividades para também 
começar a gerar resultados próximos aos do capital 
intelectual� Muitos robôs têm sido desenvolvidos 
para reproduzir o cérebro humano na orientação de 
atitudes, comportamentos e, recentemente, de deci-
sões. A inteligência artificial começa a tomar conta 
da associação entre o cérebro humano e o robô, e 
todas as otimizações que este trabalho possa gerar� 
No entanto, apesar de bem requisitado, o preço desse 
tipo de tecnologia ainda é quase inacessível para as 
pequenas empresas�
Apesar de tudo, o comportamento da sociedade – tal 
qual comentado nas Teorias pós-sistemas – conti-
30
nua sendo impactado pelas tecnologias e, portanto, 
estão sendo retomadas e aprimoradas as Teorias de 
Motivação e outras destinadas à manutenção e ao 
incentivo do capital humano�
A responsabilidadesocial surge em parceria com a 
ética, retratando comportamentos e valores huma-
nísticos de sobrevivência – não apenas das orga-
nizações, mas também, da sociedade� Muitos dos 
problemas ocasionados pela falta de responsabilida-
de social e de ética podem ser atribuídos às Teorias 
da Competitividade, que buscam a lucratividade a 
qualquer custo, inclusive da vida humana�
31
Síntese
ADMINISTRAÇÃO 
MODERNA E 
PÓS-MODERNA
1. Competitividade 
1.1 Qualidade 
1.2 Inovação
2. Inteligência artificial 
3. Estrutura dos processos administrativos
3.1 Planejamento estratégico
3.2 Organização
3.3 Direção
3.4 Controle
4. Responsabilidade social e ética
Novas abordagens
Referências 
Bibliográficas 
& Consultadas
CARAVANTES, Geraldo R�; PANNO, Claudia C�; 
KLOECKNER, Monica C� Administração: teorias e 
processos� São Paulo: Pearson, 2005� [Biblioteca 
Virtual]
CERTO, Samuel C� Administração moderna� 9� ed� São 
Paulo: Pearson Prentice Hall, 2003� [Biblioteca Virtual]
CHIAVENATO, Idalberto. Administração nos novos 
tempos: os novos horizontes em administração� 3� 
ed� Barueri: Manole, 2014� [Biblioteca Virtual]
CHIAVENATO, Idalberto. Administração pública e 
concursos� São Paulo: Pearson, 2009�
GRÜTZMANN, Lidiane� Fundamentos filosóficos 
da administração. Curitiba: InterSaberes, 2014. 
[Biblioteca Virtual]
PILGER, Rosane R. Administração e o meio ambiente� 
Curitiba: InterSaberes, 2013. [Biblioteca Virtual]
RIBEIRO, Corina A. B. C. Teorias sociológicas mo-
dernas e pós-modernas: uma introdução a temas, 
conceitos e abordagens. Curitiba: InterSaberes, 2016. 
[Biblioteca Virtual]
SILVA, Reinaldo O. da. Teorias da administração� São 
Paulo: Pearson Prentice Hall, 2008� [Biblioteca Virtual]
SOBRAL, Filipe; PECI, Alketa. Teorias da adminis-
tração� São Paulo: Pearson Education do Brasil� 
[Biblioteca Virtual]
	Introdução
	Competitividade: qualidade e inovação 
	Estratégia competitiva
	Qualidade total
	Inteligência artificial – soluções emergentes
	Administração estratégica – ciclo PDCA
	Planejamento
	Organização
	Dirigir
	Controlar
	Responsabilidade social e ética
	Considerações finais
	Síntese

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