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Hipertensão arterial A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) é uma doença crônico degenerativa não transmissível, que se caracteriza por níveis pressóricos elevados. PA = DC (vol. Sist x FC) x RPT Débito cardíaco → Volume sistólico x Frequência cardíaca, ou seja, tudo que debita do coração, o que é ejetado. Resistência Vascular Periférica (RPT) → A resistência vascular periférica é definida como a resistência desempenhada pelos vasos sanguíneos em relação ao fluxo sanguíneo. Fisiopatologia Descreve-se 3 mecanismo: a) SRAA – Sistema Renina Angiotensina Aldosterona (hormonal, sistema lento de regulação arterial) b) Mecanismo neural (barorreceptores e quimiorreceptores) ( parassimpático causa bradicardia e o simpática aumenta a frequência cardíaca, aumenta a contratilidade e a vasoconstrição) c) Mecanismo renal (retenção de sódio) A Angiotensina 2 realiza: vasoconstrição nas arteríolas; estimula a secreção da aldosterona que amplifica seu próprio efeito ao aumentar a retenção de sódio e de água; atua no hipotálamo estimulando a sede e a ingestão de água; atua no rim estimulando a reabsorção de sódio e bicarbonato que por sua vez aumenta a reabsorção de água e assim tem-se o aumento do volume sanguíneo e da PA. A aldosterona é um hormônio que estimula a retenção de sódio (sal) e a excreção de potássio pelos rins. A renina é liberada pelos rins, enquanto que a enzima conversora de angiotensina (ECA) é encontrada no endotélio vascular em vários órgãos. Sistema Renina – Angiotensina – Aldosterona Regula funções essenciais do organismo, como a manutenção da pressão arterial, balanço hídrico e de sódio. Pró-Renina inativada (circulante) → Renina em sua forma ativa pelo o aumento do sódio → Angiotensinogênio (fígado) → Angiotensina 1 → ECA-> Angiotensina 2 → Aldosterona (adrenal) → Retenção de sódio e acúmulo de líquido. Conceito de HAS A Hipertensão Arterial Sistêmica é uma doença crônica não transmissível (DCNT). A HAS é um dos principais fatores de risco cardiovascular. Pode resultar em consequências graves a alguns órgãos (coração, cérebro, rins, olhos e vasos sanguíneos), além de ser considerado um grave problema de saúde pública pela cronicidade, altos custos das internações, incapacitação, causa de invalidez e aposentadoria precoce. A HAS também é uma doença multifatorial: genéticos, ambientais e sociais. E que depende de níveis pressóricos. PAS PAD ≥ 140 mmHg ≥ 90 mmHg Os fatores de risco (FRs) podem ser agrupados em: - Mutáveis → podem ser modificados ou atenuados por mudanças no estilo de vida como alterações no consumo de bebida alcoólica, tabagismo, sedentarismo, hábitos alimentares, presença de dislipidemias. - Não mutáveis → não podem ser modificados, pois já fazem parte do indivíduo. Exemplo: idade, sexo, raça e história familiar. Dentre os fatores de risco: - Obesidade e sobrepeso; - Idade ( 60% dos idoso no Brasil); - Histórico familiar (1º grau pai e mãe) e genético; - Raça (etnias); - Sedentarismo (nenhuma atividade ou exercício físico); - Tabagismo (abuso); - Etilismo (abuso); - Lesões em órgão alvo; - Alimentação ( pobre em frutas, verduras e potássio, e rica em sódio); - Socioeconômico; - Estresse. Consulta de enfermagem →demanda programada (agendada) →demanda espontânea ❖ Rastreamento (primeiro momento) ✓ Questões comuns (busca e rastreamento); ✓ Questões de retorno; ✓ Acompanhamento (adesão). 1º Passo: Aferir a Pressão Arterial (triagem ou consultório) • Orientar ao paciente que fique sentado; • Descruzar as pernas; • Descansar de 3 a 5 minutos (repouso); • Pelo menos 30 minutos de repouso em caso de ter tomando café ou usado cigarro; • Não falar durante a aferição; • Altura do braço na mesma que o precórdio/coração; • Mão com a palma para cima (deixar o pulso visível); • Paciente é hipertenso? (sempre perguntar antes); • Pulso radial parou? Insuflar mais 20 a 30 mmHg; • Verificar PAS e PAD. A fossa cubital NÃO pode estar tampada/ocluída/pressionada. O manguito deve dar um giro e meio no braço do paciente (ideal). Não arredondar os valores. Se encontrado variação nos valores entre os membros superiores → registar o de maior valor. Recomenda-se que o diagnóstico de HA seja baseado em medições repetidas da PA em consultório, em mais de uma consulta, ou pela medida de PA fora do consultório com MAPA e/ou MRPA, desde que essas medidas sejam viáveis. 2º Passo: Classificação (segundo a diretriz) Nesse conjunto de ações realizada no primeiro momento da consulta (rastreamento e busca), a conduta segue para a Anamnese e Exame físico. • ANAMNESE Precisamos identificar o indivíduo (prontuário eletrônico); Analisar a queixa (pode ser uma crise hipertensiva); O que levou o paciente a buscar o serviço, quais informações veio da triagem; Qual o Histórico da doença atual (Quando começou? Melhorou ou piorou? O que fez para melhorar/piorar? É contínua ou intermitente?); História pregressa; Histórico familiar (muito importante, principalmente de pai e mãe); Hábitos; uso de álcool e/ou cigarro; uso de drogas ilícitas; Realiza atividade/exercício físico; Lazer e espiritualidade; Histórico social (determinante socias, contexto social); Uso de medicamentos (corticoides, anti- inflamatórios, anticoncepcionais). • EXAME FÍSICO Verificar sinais vitais (PA, Peso e Altura) como frequência cardíaca, frequência respiratória, oximetria e circunferência abdominal. Realizar ausculta cardíaca, ausculta respiratória, verificar presença de edemas e varizes em MMSS e MMII, verificar presença de pulso carotídeo e pedioso. 1. Obter medidas repetidas e acuradas em ambos os braços da PA; 2. Medir parâmetros antropométricos: peso, altura, FC, cálculo do IMC e Circunferência Abdominal; 3. Procurar sinais de lesões em órgãos-alvo; 4. Detectar características de doenças endócrinas como Cushing, hiper ou hipotireoidismo; 5. Examinar a região cervical: palpação e ausculta das artérias carótidas, verificação de estase jugular e palpação de tireoide; 6. Avaliar o aparelho cardiovascular: desvio de ictus e propulsão à palpação; na ausculta, presença de B3 ou B4, hiperfonese de segunda bulha, sopros e arritmias; 7. Avaliar o sistema respiratório: ausculta de estertores, roncos e sibilos; 8. Observar as extremidades: edemas, pulsos em membros superiores e inferiores (na presença de pulso femorais diminuídos, sugere coartação de aorta, doença da aorta ou ramos); 9. Palpar e auscultar o abdômen: frêmitos, sopros, massas abdominais indicativas de rins policísticos e tumores (podem sugerir causas secundárias ou LOA) 10. Detectar déficits motores ou sensoriais no exame neurológico Então, pontos importantes até o momento: - Aferição da pressão arterial; - Anamnese; - Exame físico; A anamnese e o exame físico devem ser completos buscando sempre a medida correta da PA, a análise dos parâmetros antropométricos e a detecção de sintomas e sinais de comprometimento em órgãos-alvo e de indícios de causas secundárias de hipertensão. No paciente hipertenso, é importante a pesquisa de comorbidades (diabetes melito, dislipidemias e doenças renais e da tireoide, entre outras), para melhor tratamento e estratificação do risco CV. • EXAMES LABORATORIAIS ➔ Hemograma; ➔ Lipidograma (colesterol total; HDL; LDL; Triglicerídeos) -> alimentação; ➔ Ureia; ➔ Creatinina; ➔ Ácido úrico; EAS (Elementos anormais de sedimento); ➔ Potássio plasmático -> protetor importante; ➔ Glicemia de jejum. ECG + Fundoscopia = médico que solicita, são complementares. *Se tiver alterações no exame físico → encaminhar ao médico Função renal Situações e Condutas:a) Paciente com valor ótimo ou normal no momento da consulta→ nada impede de você, profissional, realizar a Anamnese, Exame físico e Exames laboratoriais. Não precisa de MAPA. Pode-se fazer uma conduta preventiva no retorno. b) Paciente apresenta valor de P.A 130 – 139 e/ou 85-89 mmHg→ É um Pré-Hipertenso. Realizar Anamnese, Exame físico, Exame laboratorial e MAPA/MRPA. c) Paciente em Estágio 1 ou 2 de Hipertensão → Anamnese, Exame físico, Exames laboratoriais e MAPA/MRPA. + MEV + Encaminhamento ao médico. Já é diagnosticado, então deve ter consulta TODO MÊS. d) Paciente em Estágio 3 de Hipertensão → EMERGÊNCIA HIPERTENSIVA. Acionar SAMU para encaminhamento a UPA ou SPA. Quando não tem diagnóstico prévio, primeira vez em crise hipertensiva, realizar o encaminhamento e já marcar o retorno para a UBS posteriormente. Paciente com diagnóstico prévio, com tratamento, em crise, tomar medicação, a não ser que seja um hipertenso incontroláveis. A prescrição momentânea é para ser um “paliativo” até o retorno do paciente, para evitar novos picos. MAPA e MRPA Na suspeita de Hipertensão do Avental Branco (HAB) ou Hipertensão Mascarada (HM), sugerida pelas medidas da Ampa, recomenda-se a realização de Monitorização Ambulatorial da Pressão Arterial (MAPA) ou Monitorização Residencial de Pressão Arterial (MRPA), para confirmar ou excluir o diagnóstico. A Mapa é feita por aparelhos validados que empregam o método oscilométrico. Afere a pressão por dezenas de vezes nas 24 horas, registrando o comportamento da pressão arterial durante o período do sono. Automaticamente. A MRPA é feita, preferencialmente, por manômetros digitais pela própria pessoa ou familiares. Recomendam-se três medidas pela manhã, antes do desjejum e da tomada de medicamento, e três à noite, antes do jantar, durante cinco dias, ou duas medidas em cada sessão durante sete dias. A HAS é caracterizada por elevação persistente da pressão arterial (PA), ou seja, PA sistólica (PAS) maior ou igual a 140 mmHg e/ou PA diastólica (PAD) maior ou igual a 90 mmHg, medida com a técnica correta, em pelo menos duas ocasiões diferentes, na ausência de medicação anti- hipertensiva. É aconselhável, quando possível, a validação de tais medidas por meio de avaliação da PA fora do consultório por meio do MAPA) ou do (MRPA) ou da AUTOMEDIDA DA PRESSÃO ARTERIAL (AMPA). A automedida da PA (AMPA), realizada com equipamento automático do próprio paciente, que não obedece a nenhum protocolo preestabelecido. As medidas são realizadas aleatoriamente e feitas por decisão do próprio paciente ou até a pedido médico. Recomenda-se que o diagnóstico de HA seja baseado em medição de PA fora do consultório com MAPA e/ou MRPA , desde que essas medidas sejam viáveis (logisticamente e economicamente). O MAPA não tem no SUS!!!!!! Geralmente pegamos o receituário e montamos um tabela (escrita a mão mesmo). Pode ser aferida a pressão ambulatorialmente (ideal) ou residência (elimina HÁ do avental branco). Podemos estar lidando com uma situação de Hipertensão mascarada ou Hipertensão do Avental Branco durante as consultas. Para inserir e acompanhar os valores de PA no receituário, deve ser feita a aferição NA MESMA HORA E NO MESMO MEMBRO. Deve ser acompanha ATÉ 5 DIAS COMPLETODS (contando com o valor da triagem como primeiro dia). Diante dos cinco registros: - Qual a classificação? Quais as condutas necessárias? - Hipertenso, é diagnóstico e encaminhamento!! - Pré-hipertenso é MEV e consulta de 6 em 6 meses! * Faz cálculo das medidas feitas. Consulta de enfermagem A consulta de enfermagem está ligada ao processo educativo e deve motivar a pessoa em relação aos cuidados necessários para a manutenção de sua saúde. - Ver como está o tratamento farmacológico e não farmacológico. Como foi a resposta? E a adesão? Tem efeitos adversos? - Médico → retorno é a cada 6 meses (avaliação, data de validade das prescrições etc.) - Enfermeiro → depende. a) Consulta de enfermagem para prevenção primária A prevenção primária da HAS pode ser feita mediante controle de seus fatores de risco, como sobrecarga na ingestão de sal, excesso de adiposidade, especialmente na cintura abdominal, abuso de álcool, entre outros. Duas estratégias de prevenção são consideradas: a populacional e a dirigida a grupos de risco. - Populacional: ações educativas coletivas com a população em geral para orientar a restrição à adição de sal na preparação de alimentos, identificação da quantidade de sal e/ou sódio presente nos alimentos industrializados, entre outros. - Grupo de risco: propõe intervenção educativa em indivíduos com valores de PA limítrofes, predispostos à hipertensão. As medidas são equivalentes às propostas para tratamento não medicamentoso da HAS, também chamadas de promoção de MUDANÇA NO ESTILO DE VIDA (MEV). A MEV tem como objetivo diminuir os fatores de risco para DCV e reduzir a pressão arterial. b) Consulta de enfermagem para estratificação de risco par DCV Na consulta de enfermagem para a estratificação de risco cardiovascular recomenda-se a utilização do escore de Framingham. A estratificação tem como objetivo estimar o risco de cada indivíduo sofrer uma doença arterial coronariana nos próximos dez anos. Essa estimativa se baseia na presença de múltiplos fatores de risco, como sexo, idade, níveis pressóricos, tabagismo, níveis de HDLc e LDLc. A partir da estratificação de risco, selecionam-se indivíduos com maior probabilidade de complicações, os quais se beneficiarão de intervenções mais intensas. c) Consulta de enfermagem para Acompanhamento A consulta de enfermagem para o acompanhamento da pessoa com diagnóstico de HAS pode ser realizada por meio da aplicação da Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE). Histórico; exame físico; diagnóstico, planejamento da assistência (incluindo a prescrição de cuidados e um plano terapêutico construído com a pessoa); implementação da assistência e avaliação do processo de cuidado. A consulta de enfermagem deve focar nos fatores de risco que influenciam o controle da hipertensão, ou seja, as mudanças no estilo de vida, o incentivo à atividade física, à redução do peso corporal quando acima do IMC recomendado e o abandono do tabagismo. Deve também estar voltada para as possibilidades de fazer a prevenção secundária, a manutenção de níveis pressóricos abaixo da meta e o controle de fatores de risco. Escore de Framingham Fator de risco Pré- Hipertenso Hip. Est. 1 Hip. Est. 2 Hip. Est. 3 Sem Risco SRCV BRCV MRCV ARCV 1 a 2 riscos BRCV MRCV ARCV ARCV ≥ 3 riscos MRDC ARCV ARCV ARCV DM LOA IRC ECV ARCV ARCV ARCV ARCV Avaliação de risco cardiovascular → risco nos próximos 10 anos em decorrência da situação. O Escore depende da QUANTIDADE DE FATORES DE RISCO + CLASSIFICAÇÃO DA PRESSÃO ARTERIAL MAPA/MRPA. SRCV: Sem Risco Cardiovascular BRCV: Baixo Risco Cardiovascular MRCV: Médio Risco Cardiovascular ARCV: Alto Risco Cardiovascular Periodicidade das consultas: a) Alto Risco Cardiovascular – é reversível se diminuir os valores pressóricos, PORÉM, quando o ARCV está associado a DM/LOA/IRC/ECV é IRREVERSÍVEL. Nos demais casos, os REVERSÍVEIS, a periodicidade das consultas são de 3 MESES. b) Médio Risco Cardiovascular – reavaliar a presença de risco após 6 MESES. c) Baixo Risco Cardiovascular – necessidade de reavaliação dos riscos é de 1 ANO. Fatores de risco - Sexo Masculino - Homens com idade ≥ 55 anos - Mulheres com idade ≥ 65 anos - Colesterol total, HDL, LDL e Triglicerídeos alterados (qualquer um alterado) - Obesidade ( IMC ≥ 30) - Circunferência abdominal para homens≥120 cm; mulheres ≥88 cm - Tabagismo (abuso) - Lesão em órgãos alvo - ECV precoce – parentes de 1º grau homens com MENOS de 55 anos e mulheres com MENOS 65 anos - Resistência a insulina (avaliar padrões alterados) - ECV do paciente (AVE, Isquemia, Infarto) - IRC (Insuficiência renal crônica) - Retinopatias ( por isso fundoscopia) - Sul da Ásia (genética) - Sedentarismo (a partir do tempo que executa atividade física). Mudanças no Estilo de Vida (MEV) a) Peso Ideal → trabalhar junto com o paciente; analisar e orientar sobre a alimentação cardioprotetora; se não tiver resultados positivos deve-se encaminhar. A cada 1kg de peso perdido = Reduz 1 unidade de mmHg; manter essa queda que é o problema. b) Redução de sódio → concentração de sódio atinge o mecanismo hormonal e renal. O indivíduo “deveria” consumir no máximo 2g de sódio/dia. Desafio é garantir essa quantidade. Pode-se orientar e analisar o preparo dos alimentos (temperos e afins) e ler rótulos. Resultado é 2-3mmHg reduzidos. c) Aumento da ingestão de potássio → pode ser na alimentação e/ou prescrição de medicamentosa. O ideal é consumir de 2 a 3 g/dia, que reduz de 2-4 mmHg. d) Alimentação adequada → DASH. Abordagem dietética de interrupção da hipertensão. Aumento de consumo de frutas (principalmente que sejam ricas em potássio) ou vegetais. Redução do consumo de gorduras saturadas e trans (associado a dislipidemias). e) Atividade física e exercício físico → cuidado com a idade do paciente, com a P.A e se quadro estável. Mínimo 150 min/semana, com intervalos. Ex 30 min a cada 1 dia, durante 5 dias ao total. f) Reduzir ou eliminar tabagismo (encaminhar a policlínica) g) Reduzir ou eliminar etilismo (encaminhar a policlínica); recomendado é dois drinks por dia para homens, e um drink por dia para mulheres. Tratamento farmacológico VER AS ANOTAÇÕES NO CADERNO!!
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