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Ação penal privada subsidiária da pública É usada quando o Ministério Público deixa de intentá-la no prazo legal, e a parte ofendida deseja que o réu seja condenado. No nosso ordenamento jurídico, é vedada a vingança como forma de motivação para condenação do réu, mas a sentença penal condenatória deve ser usada na esfera cível, procedendo à liquidação e execução, pois a sentença penal condenatória é título executivo judicial. A ação penal privada subsidiária da pública está inserida no rol dos direitos e garantias fundamentais do cidadão (Art. 5ª, LIX, CF-"será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo legal"). Trata-se, portanto, de cláusula pétrea. Possui legitimidade para intentá-la o ofendido ou seu representante legal. É cabível nos crimes de ação penal pública, quando o MP não oferece a denúncia no prazo legal. Postula o Art. 46. Do CPP que o Ministério Público deverá oferecer a denúncia no prazo de 05 dias (réu preso) ou 15 dias (réu solto). Convém ressaltar que algumas leis penais especiais possuem outros prazos: - Lei de Economia Popular- 2 dias (se solto ou preso); - Lei de Abuso de Autoridade- 48 horas (se solto ou preso); - Lei de Drogas- 10 dias (se solto ou preso). Há hipóteses em que a denúncia não é oferecida dentro do prazo legal, mas que não constituem inércia. São elas, quando o MP: - devolve o Inquérito Policial para a delegacia realizar nova (s) diligência (s); - requer o arquivamento do Inquérito Policial; - declina a competência. O Prazo para que o ofendido ou seu representante legal apresente a queixa subsidiária é de seis meses a contar do término do prazo que o MP tinha para oferecer a denúncia (prazo decadencial); durante esses seis meses, o MP ainda pode oferecer a denúncia (legitimidade concorrente). Após esse prazo, o MP pode oferecer denúncia até a data em que se opera a prescrição do crime, razão pela qual quando o ofendido ou representante legal não oferece queixa no prazo legal, não se opera a extinção da punibilidade. O MP possui uma série de poderes na ação penal privada subsidiária da pública (art. 29 do CPP): - Aditar a queixa (alterar ou acrescer a queixa, podendo incluir novos réus e novas infrações penais e o juiz apreciará o aditamento); - Repudiar a queixa e oferecer denúncia substitutiva (quando a queixa não preencher os requisitos do art. 41 do CPP- exposição do fato criminoso, qualificação do criminoso ou indicação dos elementos suficientes para identificá-lo, classificação do crime e rol de testemunhas), caso em que será obrigado a oferecer denúncia, se o juiz deferir o repúdio; - Intervir em todos os termos do processo (O MP é interveniente obrigatório, em função de ser fiscal da lei), devendo ser intimado de tudo o que ocorrer no processo; - Fornecer elementos de prova (juntar documentos, requerer perícia); - Interpor recurso (contra ou a favor do réu); - A todo tempo, no caso de negligência do querelante, poderá retomar a ação como parte principal- ação penal indireta (quando o querelante, por exemplo, perde prazo processual, não comparece em juízo), mediante apreciação do juiz. Quanto à natureza jurídica da ação penal privada subsidiária da pública, diz-se que se trata de a pública (os princípios desta são aplicados), salvo o princípio da oportunidade ou conveniência. Daí que Renúncia, perempção e perdão do indivíduo (causas extintivas da punibilidade na ação penal privada propriamente dita) não são aplicadas na ação penal subsidiária da pública.
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