Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Ginecologia Ciclo menstrual GINECOLOGIA 1 - CICLO MENSTRUAL, ANTICONCEPÇÃO, AMENORREIA, OVÁRIOS POLICÍSTICOS → CICLO E FISIOLOGIA MENSTRUAL Padrão normal: ciclo e pulsátil ● Duração do ciclo: 21 a 35 dias (média de 28 dias) ● Duração do fluxo: 2 a 6 dias ● Intensidade do fluxo: 20 a 60ml O ciclo depende de dois eventos: ● Recrutamento e maturação folicular ● Preparo uterino EIXO: amadurecimento após puberdade → Hipotálamo (secreção em pulso deGnRh) —> Hipófise (Adeno Hipófise: FSH e LH) —> Ovário (desenvolvimento folicular e esteroidogênese ovariano) —> Útero (menstruação, epitélio proliferativo, epitélio secretor e preparo endometrial) HIPOTÁLAMO O GnRH hipotalâmico comanda a liberação das gonadotrofinas hipofisárias. O GnRH é liberado de maneira pulsátil de acordo com a fase do ciclo. ● 1ª Fase (FASE FOLICULAR): pulsos frequentes e de baixa amplitude —> estímulo maturação dos folículos → aumento do LH no final da primeira fase → ovulação ● 2ª Fase (FASE LÚTEA): pulsos com baixa frequência e alta amplitude → formação do corpo lúteo → final da segunda fase dá aumento de FSH OBS: Os agonistas de GnRH dados sem pulso (de maneira contínua) bloqueiam o fluxo menstrual → tratamento da endometriose HIPÓFISE ● O FSH estimula os folículos, que produzem estrogênio e inibina, que fazem feedback negativo sobre o FSH. O aumento de estrogênio precede o pico de LH, que é responsável pela ovulação. ● No pico de LH, há a ovulação, aumentando a progesterona que faz as alterações uterinas necessárias para a gestação, e faz feedback negativo para o LH. ● Para sintetizar estrogênio, há a necessidade do androgênio, que vem do colesterol. o O LH atua nas células da teca para transformar colesterol em androstenediona e testosterona (LEMBRAR: TECA E TESTOSTERONA) o O FSH atua nas células da granulosa para transformar androgênio em estrogênio, pela enzima aromatase. 1 ● Teoria das duas células e duas gonodotrofinas: Teca e Granulosa e FSH e LH ● Obs: O estrogênio é produzido pelos folículos e a progesterona pelo corpo lúteo (pós ovulação) Divisão do ciclo menstrual: 1) Ciclo ovariano: ● Fase folicular: o Recrutamento de vários folículos até que um se rompa e faça ovulação o FSH em ascensão (em ascensão desde o final do ciclo anterior)—> escolha do folículo dominante (tem mais receptores de FSH) —> estimula a produção de ESTROGÊNIO e INIBINA B (before/ antes da ovulação—> inibina B reduz o FSH por feedback negativo. É UM BALANÇO o TEORIA 2 CÉLULAS 2 GONADOTROFINAS ▪ Células da teca do folículo: colesterol por ação LH é transformado em androgênio (androstenediona e testosterona). O androgênio formado na teca, vai para a camada granulosa e o FSH estimula a aromatização —> formação de estrona e estradiol (estrogênio mais potente) ● Fase ovulatória: o Pico de estrogênio (estradiol) é o responsável pelo pico de LH o Obs: ou seja, o pico de estrogênio leva a redução do FSH e ao pico de LH o Quanto tempo depois do pico de LH ocorre a ovulação? ▪ Após 32-36 horas após o início da elevação do LH ▪ Após 10-12 horas do pico máximo de LH ● Fase lútea: o Folículo rompido passa a ser chamado de corpo lúteo o Característica: ↑progesterona e inibina A (after/ depois da ovulação) → duração fixa de 14 dias e ↓LH (feedback negativo; progesterona inibe LH) ▪ OBS: como a duração é fixa, é aplicada no método da tabelinha o Se houver gestação, o HCG mantém o corpo lúteo para continuar a gestação o Se não houver gestação, há regressão do corpo lúteo → ↓estrogênio ↓progesterona ↓inibina A e ↑GnRH (pulsos) e ↑FSH → novo recrutamento folicular o O aumento do FSH se inicia no final do ciclo anterior, e não no início do ciclo vigente 2) Ciclo uterino: ● Fase proliferativa: o Corresponde à fase folicular → o estrogênio prolifera o endométrio o Glândulas curtas e pequenas o Camadas do endométrio: ▪ Camada funcional: Camada compacta (superficial) + Camada média (esponjosa)—> perdidas durante a menstruação → camada que mais sofre alterações durante o ciclo ▪ Camada basal (profunda): NÃO descama ● Fase secretora: o Glândulas mais longas, tortuosas e dilatadas → maior vascularização → progesterona 2 ● Fase descamativa: o Corresponde à menstruação Alterações nos demais órgãos: ● Colo uterino: muco cervical o Fase folicular: predomínio de estrogênio → maior finlância e cristalizações na lâmina (em “folha de samambaia”) o Fase lútea: predomínio de progesterona → sem finlância, espesso e sem cristalizações ● Mama: o Fase folicular: sem alterações aparentes o Fase lútea: hipertrofia de lóbulos → mama congesta, mastalgia, alterações benignas da mama, maior sensibilidade mamária Anticoncepção GINECOLOGIA 1 - CICLO MENSTRUAL, ANTICONCEPÇÃO, AMENORREIA, OVÁRIOS POLICÍSTICOS → ANTICONCEPÇÃO 1) Escolha do método: ● Facilidade de uso: individualizada para cada paciente ● Reversibilidade ● Índice de Pearl (mede a segurança): taxa de gravidez para cada 100 mulheres em um ano —> quanto menor o índice melhor (< 4) ● OBS: Casal em tentativa de gravidez fracassada → intervenção apenas após um ano de tentativas 2) Mecanismo de ação: ● Métodos comportamentais: Tentam prevenir a ovulação. Têm baixa eficácia e são mais úteis na tentativa de engravidar. o Curva térmica: ovulação (Ação da progesterona por ação no hipotálamo) → aumento da temperatura corporal ● Abstinência sexual da primeira fase até o quarto dia que mostrou aumento da temperatura o Muco cervical (método de Billings): ● Aumento da finlância na fase folicular (ação estrogênica) que precede a ovulação; fase lútea redução da filancia (ação progestagênica). Portanto a abstinência sexal deve ser da percepção do muco da fase folicular até o quarto dia da percepção má o Tabelinha ● Últimos 6 ciclos acompanhados e regulares → o intervalo entre esses valores são os dias que o casal tem que se abster de relações sexuais ● O ciclo tem que ser regular para ser utilizado → se diferença entre o maior e o menor ciclo > 10 dias, esse método não pode ser usado ○ Início: ciclo mais curto - 18 ○ Término: ciclo mais longo -11 ● Métodos de barreira: o Proteção para ISTs (parcial para HPV e Herpes) o Condom (ideal associar contraceptivo de alta eficácia) o Pearl: 18 (masculino) e 21 (feminino) → ruim o Sua eficácia varia muito do uso típico para o uso ideal ● Amenorréia da lactação: mesmo assim é comum associar outro método o Prolactina alta —> redução do GnRH —> redução de LH —> inibição da maturação folicular o Todos os 3 critérios devem estar presentes para poder ser usado: 3 ▪ Amamentação exclusiva, sem outros alimentos para a criança ▪ Amenorréia ▪ Até 6 meses ● Métodos hormonais: ● SISTÊMICOS o Progesterona: ▪ Minipílula: ● Altera o muco cervical e atrofia o endométrio ● Não faz anovulação ● É reservada para situações onde já não se ovula: pós-parto (até imediato), , perimenopausa (esgotamento folicular e folículos resistentes), amamentação→ tirando essas situações, o risco de engravidar é alto → mesmo assim não é muito utilizado, portanto só é feita na indisponibilidade de Desogestrel 75mcg ● OBS: Pílula progesterona - de Desogestrel 75mcg (Cerazette): anovulação em 97% dos casos, mas não é minipílula ▪ Injetável trimestral: ● Progesterona: Acetato de medroxiprogesterona ● Anovulação, altera muco e endométrio ● Efeito colateral: ■ Amenorreia ■ Androgenismo ■ Aumento de peso (retenção hídrica) ■ Se usado por muito tempo pode reduzir a densidade mineral durante o uso ▪ Implante subdérmico: (menor índice pearl →MÉTODO ANTICONCEPCIONAL MAIS SEGURO) ● Progesterona: Etonorgestrel ● Anovulação, altera muco e atrofia endométrio ● Efeito adverso: ■ Spotting ■ Ganho de peso (retenção hídrica) ■ Não é um método ideal para obesos, podendo interferir na eficácia do membro ▪ Contra-indicações: ● Categoria 3 (contraindicação relativa): gravidez, tumor hepático, HAS grave, AVE, TVP e TEP aguda, aleitamento < 6 semanas, hepatopatias ● Categoria 4 (Contra-indicação absoluta): CA de mama atual ou passado (única categoria 4 para método sistêmicode progesterona) o Estrogênio + progesterona (combinado): alteram muco cervical, endométrio, motilidade tubária e fazem anovulação. O estrogênio, normalmente, inibiria FSH e gera pico de LH e consequentemente ovulação, além disso, o estrogênio isolado geraria risco de CA de endométrio por estímulo proliferativo. Nesse sentido, é preciso a progesterona para inibir o pico de LH e para evitar a proliferação endometrial em excesso ▪ Anovulação + alteração motilidade da trompa + endométrio decidualizado (mais atrofiado) ▪ Tipos: ● Anticoncepcional combinado oral (AHCO) ● Anel vaginal ● Adesivo 4 ● Injeção mensal ▪ Contra-indicações: ● Categoria 4 (Contra-indicação absoluta): ■ Amamentação < 6 meses ■ Pós-parto ■ CA mama atual ■ Tabagismo (>15 cigarros/dia) após 35 anos ■ DM com vasculopatia ■ HAS grave ■ IAM ■ TVP, TEP, AVE atual ou prévio ■ ENXAQUECA COM AURA ■ Hepatopatias ■ Drogas: rifampicina e anticonvulsivantes (OBS: o ácido valpróico é um anticonvulsivante que pode ser usado) ▪ ACO x Antibiótico: ● Anticonvulsivantes e Rifampicina diminuem sua eficácia (ácido valpróico pode ser usado, é a exceção—>ácido valpróico pode) ▪ OBS: ACO diminui risco de CA de ovário (por ser anovulatório), de endométrio e da síndrome pré menstrual; aumenta de CA de colo pelo risco comportamental ▪ Obs: história de TVP contraindica uso de métodos com estrógeno o Obs: o progestogênio menos trombogênico é Levonogestrel de segunda geração o Dispositivo intrauterino (DIU): ▪ Progesterona (MIRENA): ● Duração de 5 anos → estudos em andamento preconizam o uso em 7 anos ● Ação local da progesterona —> Levonorgestrel ● Ações: ■ Atrofia do endométrio ■ Torna o muco hostil ■ Altera motilidade da trompa ● Pode ser usado em pacientes com dismenorreia e melhora sintomas ● Não são métodos anovulatórios, eles são LARC (contraceptivos reversíveis de longa duração) ● Vantagens: ■ Amenorreia ■ Reduzem a dismenorreia ● Efeitos colaterais: ■ Spotting ■ Cefaleia ■Mastalgia ■ Cistos funcionais ▪ Cobre e prata (também contêm cobre): ● Duração de 10 anos (cobre); 5 anos (prata) ● Ações: ■ Ação irritativa, inflamatória e espermicida ● Efeitos colaterais: ■ Spotting ■ Cólicas 5 ● Apesar de não ser contraindicação, não deve ser indicado em paciente com dismenorreia pois piora cólica e sangramento. É uma ótima opção para pessoas com doenças sistêmicas, já que tem ação mais local ▪ DIU de prata: duração de 5 anos. Sua composição é prata + cobre. A prata reduz os efeitos colaterais como dismenorreia e aumento do sangramento, porém isso ainda não é confirmado ▪ Contra-indicações: ● Gravidez ● Distorção ● Infecção pélvica ou risco elevado de infecção ● Sangramento inexplicado uterino ● CA de colo e endométrio atuais ● Entre 48h e 4 semanas pós parto (até 48h pode colocar) ● CA de mama atual (contraindica o DIU de progesterona) ▪ Ou seja, é permitido colocar DIU no pós parto imediato, se passar de 48 horas tem que esperar até 4 semanas para colocar ▪ DIU x Gravidez: ● Quando ocorre, geralmente é ectópica → encerrar gestação ● Se for uma gestação uterina, há maior risco em manter o DIU dentro do que retirá-lo. ■ Se o fio for visível → retirar ■ Se o fio não for visível →Deixar o LARC (Contraceptivos Reversíveis de Longa Ação): ▪ DIU de cobre ▪ DIU progesterona ▪ Implante subdérmico o Método cirúrgico/Contracepção definitiva: ▪ Laqueadura/Vasectomia: >25 anos OU > 2 filhos vivos OU Risco de vida da mulher ou do futuro concepto ● Fora do ciclo gravídico puerperal (nao pode no pós parto imediato e pós aborto)/ mínimo 42 dias após esses acontecimentos ● 60 dias entre a manifestação vontade e a cirurgia ● Situações que permitem ligar no parto: ■ Cesárea de repetição ■ Risco de vida materna ■ Obs: cuidado! Não é que devemos indicar a cesárea só pra fazer a laqueadura, mas se já foi indicado a cesárea pode ser feito a laqueadura o Contracepção de emergência: ▪ Método de escolha: Levonorgestrel 1 cp 1,5mg (progesterona) —> Dose única (mais eficaz e menos efeitos adversos) ▪ 1ª fase do ciclo: impede/posterga ovulação ▪ 2ª fase do ciclo: altera muco → espesso e hostil ▪ Pode usar até 5 dias, mas o ideal é até 72h ▪ Efeitos adversos: ● Náuseas e vômitos 6 ▪ Contraindicação absoluta: gestação ● Obs: a substância que aumenta o risco de evento tromboembólico é o estrogênio, ou seja, mulheres com antecedente pessoal de evento tromboembólico podem usar métodos contraceptivos que contenham somente progesterona. Além disso, antecedente familiar de evento tromboembólico não contraindica o uso de contraceptivo oral combinado, somente antecedente pessoal 2) Contra-indicações: ● Critérios de elegibilidade OMS: o Categoria 1: pode usar → condição para a qual não há restrição quanto ao uso do método anti concepcional o Categoria 2: usar com cautela → condição em que a vantagem de utilizar o método supera os riscos teóricos e comprovados o Categoria 3: contra-indicação relativa (não usar) → condição em que os riscos teóricos ou comprovados superam as vantagens de se utilizar o método anti concepcional o Categoria 4: contra-indicação absoluta → condição que representa um risco de saúde inaceitável caso o método anticoncepcional seja utilizado Obs: cite os nomes das substâncias: Estrogênio: etinilestradiol (o mais utilizado em contraceptivos orais) Progesterona: Levonorgestrel (contracepção de emergência), Drospirenona (progestágeno mais tromboflebite dos AÇO combinados) Para que a menstruação ocorra normalmente, é necessário que uma tríade esteja presente e funcionante: 1. Estrogênio 2. Progesterona 3. Genitália normal Qualquer problema que afete algum componente desta tríade resulta em amenorreia. O Sistema hipotálamo-hipofise-gonadal pode ser didaticamente repartido em compartimentos: ● Compartimento I: Endométrio ● Compartimento II: Ovários ● Compartimento III: Hipófise ● Compartimento IV: Hipotálamo A “genitália normal” é dividida em interna e externa, de acordo com sua origem: ● Interna: Útero + 2/3 superiores da vagina + trompas. o O ducto de Miller (paramesonéfrico) e o ducto de Wolff (mesonéfrico) que determinam a genitália interna: ▪ Mulher: ducto de Miller que cresce (não há hormônio anti-milleriano) ▪ Homem: ducto de Wolff que cresce (hormônio anti-milleriano, produzido pelas células de Sertolli do testículo, impede o desenvolvimento do ducto de Miller) o OBS: Agenesia Milleriana: a mulher não tem útero, nem trompas e sua vagina é curta. ● Externa: 1/3 inferior da vagina + vulva + grandes e pequenos lábios o O que forma a genitália externa é o androgênio: ▪ Mulher: não tem diidrotestosterona ▪ Homem: a diidrotestosterona faz com que a genitália fique masculina o OBS: Defeito no receptor androgênico faz com que o homem completo fique com genitália feminina. 7 Amenorréia GINECOLOGIA 1 - CICLO MENSTRUAL, ANTICONCEPÇÃO, AMENORREIA, OVÁRIOS POLICÍSTICOS → AMENORRÉIAS Para ocorrer a menstruação é necessário um tripé: estrogênio (endométrio proliferativo), progesterona (Endométrio secretor) e estrutura anatômica adequada Conceito: ausência de menstruação. Tipos: 1. Primária: ainda não teve a primeira menstruação ● Classicamente: 14 anos + ausência de características sexuais secundárias → investigar causa (alguns livros já usam 13 anos como número de corte -cuidado) ● 14 anos + presença de características sexuais secundárias → esperar até os 16 anos (alguns livros consideram 15 anos) ● 16 anos sem menstruação → investigar causa o Características sexuais em ordem de aparição: Telarca – Pubarca – Menarca 2. Secundária: já menstruava e parou ● Paciente com ciclos regulares que fica 3 ciclos sem menstruar ou paciente tem menstruação irregular e ficar 6 meses sem menstruar (alguns livros consideram 3 meses) O Sistema hipotálamo-hipófise-gonadal pode ser didaticamente repartido em compartimentos: ● Compartimento I: Endométrio → secretor e proliferativo ● Compartimento II: Ovários → Estrogênio e Progesterona ● Compartimento III: Hipófise → FSH e LH ● Compartimento IV: Hipotálamo →GnRH Amenorreia Primária: 1) Características sexuais secundárias presentes? ● Não → ovário não funciona → solicitar FSH e LH o LH e FSH altos → Cariotipo (Infantilismo sexual + ↑FSH) → Disgenesia gonadal (ex: Síndrome de Turner) o LH e FSH baixos → Teste do GnRH (distúrbio central) ou TC/RNM → Hipófise ou hipotálamo? (dar pulso de GnRh) ▪ LH e/ou FSH altos: causa hipotalâmica (compartimento IV) ▪ Não aumenta LH e FSH: causa hipofisária (compartimento III) ● Sim (após 16 anos) → avaliação uterovaginal: agenesia de útero, hímen imperfurado, etc. o Vagina curta ou ausente → Cariótipo e USG/RNM de pelve o Vagina presente → Testes diagnósticos o Criptomenorréia: menstrua mas não consegue exteriorizar → exame para avaliar permeabilidade vaginal ● Tanner: o M1T1: infantilismo sexual o M4T4: caracteres sexuais secundários presentes Amenorréia Secundária: Qual é a causa? 2) Excluir gestação → β-HCG quantitativo 3) Dosar TSH e Prolactina (Se HCG neg) → Hipotireoidismo e hiperprolactinemia - muitas vezes a hiperprolactinemia é causada pelo hipotireoidismo, já que o TRH é um grande estimulante de prolactina 8 ● Causas de hiperprolactinemia: o Medicamentos: diversos podem interferir, sempre suspeitar de qualquer um que a paciente use. Principalmente Metoclopramida, neurolépticos, tricíclicos, Ranitidina, ACO. o Prolactinoma (Cefaleia, diplopia, amenorreia secundária): diagnóstico por RMN. O tratamento inicial, independente do tamanho, é clínico com agonista dopaminérgico (inibe a prolactina) → Cabergolina (primeira escolha - também é utilizada no pós-parto do HIV + para inibir a lactação) ou Bromocriptina. o Hipotireoidismo: TSH estimula PRO, que inibe a menstruação. o Outros: fisiológicos (gravidez, lactação), IRC, Síndrome de Cushing, estresse, estimulação mamária. 4) Teste da progesterona: Medroxiprogesterona 10 mg por 5-10 dias. Avalia níveis de estrogênio e via de saída (anatômica). ● Houve sangramento em até 7 dias → faltava progesterona → anovulação, pois quem produz a progesterona é o corpo lúteo (SOP?) ● Sem sangramento → Baixo estrogênio? Lesão do endométrio? Obstrução do fluxo? 5) Teste do estrogênio: Estrogênio (21 dias) + Progesterona (5 dias). Avalia endométrio e trato de saída. ● Houve sangramento em até 7 dias → excluídas causas uterovaginais (anatômicas), mas ainda pode ser compartimento II, III ou IV → problema na produção de estrogênio → solicitar dosagem de FSH ● Sem sangramento → alteração do trato de saída (compartimento I) → CAAF, conização →problema anatômico 6) Dosagem de FSH: Central ou gonadal? OU Neuroimagem ● FSH alto → causa em ovário (compartimento II) ● FSH baixo (< 5) ou normal (5-20) → causa em hipófise ou hipotálamo (compartimento III ou IV) 7) Teste do GnRH: administrar GnRH (não dosa, pois sua liberação é em picos) ● LH e/ou FSH altos: causa hipotalâmica (compartimento IV) ● Não aumenta LH e FSH: causa hipofisária (compartimento III) Diagnósticos diferenciais: ● Causa hipotalâmica (compartimento IV): o Tumores: craniofaringioma o Síndrome de Kallmann → Tríade: ▪ Amenorreia primária (infantilismo sexual → não há pulso do GnRh) ▪ Anosmia/ Hiposmia ▪ Cegueira para cores (mais comum no homem) o Estresse, anorexia, exercício físico ● Causa hipofisária (compartimento III): o Tumores: prolactinoma (prolactina inibe menstruação) o Síndrome de Sheehan: necrose hipofisária pós-parto complicada com hemorragia. O sinal mais precoce é avaliar se houve amamentação → a necrose pode dar agalactia por diminuição da prolactina ● Causa gonadal (compartimento II): o Falência ovariana precoce (< 40 anos se esgotam os folículos → síndrome climatérica) → comum em doenças autoimunes (paciente com DM1, tireoidite de Hashimoto, etc). ▪ Diagnóstico diferencial: Síndrome de Savage: ainda tem folículo (diferente da falência ovariana precoce), porém é resistente às gonadotrofinas. Pode ser amenorreia primária ou secundária. O tratamento de ambas é igual. A diferenciação é através de biópsia, mostrando a presença de folículo, só que quase não é feita pois o tratamento é o mesmo ▪ Tratamento: Reposição hormonal o Disgenesia gonadal: maior causa de amenorréia primária com infantilismo sexual → cariótipo → 9 ▪ Síndrome de Turner é a disgenesia gonadal mais comum (45X0 -clássico-; mosaicos: 46,XX; 46 XY): pescoço alado, tórax em escudo, baixa estatura, implantação baixa de orelhas. a. Se for um mosaico que tenha Y: Retirar gônada pois pode evoluir com câncer de ovário ● Causa anatômica (compartimento I → causas úterovaginais): o Formação embrionária: ▪ Genitália interna: durante a formação embrionária, tanto a genitália masculina quanto a feminina possuem os ductos de Muller (paramesonéfricos) e os Ductos de Wolff (ductos mesonéfricos). A diferença é que o feminino vai ter desenvolvimento do Ducto de Muller (útero, trompas, e ⅔ superiores da vagina) e o homem do Ducto de Wolff. Isso ocorrer pois os homens possuem um hormônio (Anti-mulleriano), produzido pelos testículos que inibem o desenvolvimento do Ducto de Muller na vida intrauterina, e as mulheres não possuem esse hormônio ▪ Genitália externa: a di-hidrotestosterona, produzida pelos testículos, é responsável por masculinizar a genitália externa, se não houver essa substância a genitália se torna feminina. A 5-alfa redutase faz a transformação de testosterona em di-hidrotestosterona o Malformação mulleriana → Síndrome de Rokitansky: 46XX, vagina curta, sem útero e trompas. Ovário normal o Síndrome de Asherman: lesão endotelial (sinéquias/ aderências intra uterinas / infecção/ endométrio) → diagnóstico e tratamento (desfaz as sinéquias) por histeroscopia o Hiperplasia adrenal congênita: maior causa de genitália ambígua na mulher → deficiência de 21-hidroxilase → elevação de 17-hidroxiprogesterona e androgênios: ▪ Manifestação tardia: diagnóstico diferencial com SOP →dosar 17-hidroxiprogesterona e androgênios → aumentados na HAC → masculinização da genitália externa o Falha na fusão dos ductos mullerianos: útero bicorno, didelfo (2 colos uterinos), septado, unicorno Síndrome de Morris Síndrome de Rokitansky ▪ Defeito no receptor androgênico ▪ 46XY (masculino) → genitália externa afetada ▪ Clínica: amenorreia primária, mama pequena, sem útero, vagina curta, sem pelos ▪ Tem testículos → retirar (pode malignizar) ▪ Agenesia milleriana ▪ 46XX (feminino) → genitália interna afetada ▪ Clínica: amenorreia primária, com caracteres sexuais secundários, SEM ÚTERO, vagina curta, pelos normais, genitália externa normal ▪ Pode ter filhos por fertilização in vitro e barriga de aluguel, já que possui ovários funcionantes ▪ Ovários normais ▪ Tratamento: não existe tratamento Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP) 10 GINECOLOGIA 1 - CICLO MENSTRUAL, ANTICONCEPÇÃO, AMENORREIA, OVÁRIOS POLICÍSTICOS → SÍNDROME DOS OVÁRIOS POLICÍSTICOS ● Ou Síndrome da Anovulação Crônica Hiperadrogênica. ● É a endocrinopatia ginecológica mais comum na mulher (5 – 10%). ● A proteína transportadora do hormônio sexual (SHBG), que se liga à maior parte dos hormônios, tornando-os inativos, encontra-se diminuída na SOP, levando ao quadro de hiperandrogenismo e hiperestrogenismo. Logo, o ACO trata apenas a consequência da síndrome, e não sua causa ● Diagnósticos diferenciais: causa de oligo/anovulação e de hiperandrogenismo. SOP é diagnóstico de exclusão, por isso mesmo fechando os critérios diagnóstico é necessário fazer exames laboratoriais para excluir outras possíveis causas o Hiperplasia adrenal congênita o Síndrome de Cushing o Hiperprolactinemia o Hipo ou hipertireoidismo o Hipogonadismo hipogonadotrófico o Insuficiência ovariana primária ● Fisiopatologia: Resistência insulínica → ↓SHGB (proteína transportadora de hormônio sexual) → ↑estrogênio e androgênio (frações livres) → hiperandrogenismo e anovulação (já que estrogênio elevado inibe o FSH e além disso a elevação de androgênio causa atrofia folicular) ● Tríade: o Resistência insulínica: acantose nigrans (mancha enegrecida em região dedobra) o Hiperandrogenismo: acne, alopecia, hirsutismo - pelo grosso de distribuição masculina em uma mulher - (Escala de Ferriman > 8 é diagnóstico de hirsutismo → hiperandrogenismo clínico) o Anovulação: irregularidade menstrual e infertilidade o Cuidado: maior risco de DM, doença cardiovascular, infertilidade, abortamento, CA de endométrio (como há anovulação crônica, não tem a progesterona para contrabalançar a ação do estrogênio, com isso há uma hiperestimulação endometrial) ● Laboratório: o Avaliar síndrome metabólica (circunferência abdominal, dislipidemia, etc) devido ao risco aumentado o Elevação de androgênio (androstenediona, testosterona, S-DHEA), estrogênio, prolactina, LH o ↓FSH (inversão da relação LH e FSH), ↓SHGB, progesterona o Avaliar diagnósticos diferenciais: TSH, prolactina, 17-OH-progesterona, cortisol ● Diagnóstico (conselho de rotherdam): ⅔ critérios o Ovário policístico à USG: > 12 folículos de 2-9mm ou volume total do ovário > 10 cm3 o Oligo ou amenorréia o Hiperandrogenismo (não precisa ser dosado, se tiver sinais e sintomas já posso inferir isso) ● Tratamento: 1. Mudança no estilo de vida (dieta, exercício físico, perda de peso → diminui resistência insulínica) → essas medidas são muito eficientes 2. Paciente quer engravidar? ▪ Não → ACO + cosmético + antiandrogênico (SOS) → Ciproterona ou (progesterona mais antiandrogÊnica, potente para quando há exacerbação do hiperandrogenismo), drospirenona (também é anti-androgênico), Espironolactona. ▪ Sim → Clomifeno (induz ovulação). Se necessário, associar metformina (biguanida). Alguns sugerem uso de Letrozol Sangramento Uterino Anormal (SUA) GINECOLOGIA 2 - SANGRAMENTO, ENDOMETRIOSE, MIOMATOSE, ADENOMIOSE E INFERTILIDADE → X 11 ● Termos (não são diagnósticos!): o Menorragia: regular, ↑duração, ↑fluxo o Metrorragia: irregular o Menometrorragia: irregular, ↑duração, ↑fluxo o Hipermenorreia: regular e ↑fluxo ● Causas: o Estruturais (PALM) ▪ Pólipo ▪ Adenomiose ▪ Leiomioma ▪ Maligna o Não estruturais (COEIN) ▪ Coagulopatia ▪ Ovulatória ▪ Endometriais ▪ Iatrogênica: fármacos (ACO só de progesterona ou combinado com baixa dose de estrogênio → spoting) ▪ Não classificada ● Perguntas-chave: 1. ORIGEM DO SANGRAMENTO? ▪ 1º exame: exame especular → laceração, pólipos 2. IDADE? ▪ Neonatal: ● Privação do estrogênio materno pelo clampeamento do cordão umbilical (auto-limitado, discreto → apenas observar) ▪ Infância: ● Corpo estranho ● Infecção inespecífica (sangramento e corrimento) ● Puberdade precoce ● Excluir: Trauma (trauma acidental, como queda a cavaleiro, não costuma penetrar vagina) / abuso sexual (gonococo, clamídia, tricomonas = IST = abuso!) e neoplasias de vagina (sarcoma botróide) e ovário (puberdade precoce, que inclusive pode ser por tumor anexial/ovário) ▪ Adolescência: ● Disfunção ovulatória → até 2 anos após a menarca: imaturidade hipotálamo-hipófise-ovariana ● Outros: o Gestação o Infecção o Coagulopatias: dicas → sangramento desde a menarca, ciclo regular, fluxo aumentado, história de sangramento com pequenos traumas e pode ter história de transfusão ▪ Púrpura trombocitopênica imune 12 ▪ Doença de von Willebrand → típico a paciente precisar de hospitalização e transfusão ▪ Adultas: ● Disfunção ovulatória/ anormalidades da gestação (mola, gravidez ectópica, doença trofoblástica gestacional…) ● Outros: infecção / neoplasias (↑tempo do menacme = ↑risco de tumor) ▪ Pós-menopausa: ● Atrofia endometrial (30%) ● Terapia hormonal (30%) → investigar na anamnese ● CA de endométrio! 3. SEXUALMENTE ATIVA? ▪ Gestação / IST 4. MOMENTO DO SANGRAMENTO? ▪ Pós-coito (sinusorragia → sangramento pós coito): pólipo, laceração, DIP, cervicite, CA de colo, DST 5. DOENÇA SISTÊMICA? ▪ Tireoidopatias, hepatopatia.. ● Exames complementares: o Β-HCG quantitativo → no menacme, sem contracepção o USG transvaginal → avaliação uterina inicial o Histeroscopia → padrão-ouro para avaliar cavidade uterina → permite biópsia o Hemograma → sempre pedir o Coagulograma → depende da clínica 1. Mioma ● 95% dos tumores benignos do trato genital ● Maioria assintomático (pode não ser a causa do sangramento) ● Raro antes dos 20 anos (hormônio-dependente) ● Localização: o SUBSEROSO: compressão / dor → não justifica sangramento → fator confusional o INTRAMURAL: sangramento / pode causar infertilidade (questionável) o SUBMUCOSO: sangramento / pode causar infertilidade (questionável) ● Diagnóstico: o USG transvaginal (histerossonografia → injeta SF; ou simples) o RNM (não é necessária) o Histeroscopia: permite ressecção (miomectomia histeroscópica) e biópsia ● Tratamento: o Assintomático: NÃO TRATAR o Sintomático: ▪ Sangramento leve – moderado / mioma pequeno → expectante; clínico (ACO → cuidado! ACO não reduz/trata o mioma, mas pode reduzir o sangramento) ▪ Sangramento intenso ● Nulípara → miomectomia histeroscópica(submucoso)/laparoscópica (subseroso) ● Multípara → histerectomia (se for só submucoso = miomectomia histeroscópica) o Droga no preparo cirúrgico: análogo do GnRH (bloqueia o eixo → “menopausa química” → se usado mais de 6 meses pode induzir osteoporose): diminui o tumor e a anemia ▪ Cuidado para não confundir: se um mioma for subseroso no USG e estiver ocorrendo sangramento, a causa do sangramento NÃO é o mioma ● Degeneração do mioma (raro): 13 o Degeneração hialina (+ comum) o Degeneração rubra / vermelha / necrose asséptica: dor na gestação o Degeneração sarcomatosa: ( mioma que virou sarcoma - <0,5% de chance -rara) ▪ Suspeitar quando cresce quando não deveria (ex: cresce após menopausa → retirar cirurgicamente, mesmo se assintomático). Isso porque o mioma é hormônio dependente ● Diagnóstico diferencial: o Miométrio heterogêneo + sangramento + dismenorréia secundária (início tardio) = Adenomiose! 2. Adenomiose ● Presença de tecido endometrial (glandular) no miométrio ● Clínica: sangramento + dismenorréia secundária progressiva ● Exame: o USG → poucos achados (miométrio heterogêneo) o RNM → Zona de junção mioendometrial > 12mm (espessado) o Histopatológico → definitivo → PADRÃO OURO, apesar de não ser feito ● Tratamento: o Histerectomia → tratamento definitivo o Opções: PROVA TERAPÊUTICA → DIU de progesterona, ACO, ablação de endométrio Endometriose: ● Tecido endometrial (glândula e estroma) fora do útero ● Clínica: DISMENORRÉIA, SANGRAMENTO, INFERTILIDADE (aderências, citocinas), dispareunia, dor pélvica ● Etiologia: várias teorias 14 o Menstruação retrógrada: dissemina pelas trompas células endometriais o Imunológica: endométrio “escapa” do sistema imune e implanta a distância o Metaplásica: células totipotentes que viram endométrio (endometriose no homem) ● Localização mais comum de implantação: Ovariana (endometrioma) o Extragenital: intestino ● Fatores de risco: o História familiar de primeiro grau o Nulípara, primípara tardia, menarca precoce → muito tempo de ação estrogênica o Malformação o Estenose cervical o Ciclo curto e fluxo aumentado o Excesso de café ou álcool ● Diagnóstico: o Endometrioma: aspecto em vidro fosco o Fazer anamnese + exame clínico, preferencialmente no período menstrual o Laparoscopia → padrão-ouro ▪ OBS: não há correlação direta entre a extensão das lesões e a intensidade da dor ▪ Visualização + histopatológico o Atualmente, a USG transvaginal, o USG com preparo intestinal e a RNM são os principais métodos de imagem na detecção e estadiamento da endometriose. Apesar da laparoscopia ser o padrão ouro para diagnóstico definitivo, nem sempre precisa ser feito o CA 125: ▪ Não define doença (↓sensível): pode dar negativo em casos leves e pode ser positivo sem a doença (mioma, adenomiose, gestação, CA de ovário) ▪ Pode ser usado para controle pós tratamento ● Tratamento: o Dor: inicialmente clínico → pílula combinada contínua, progesterona (noretindrona, dienogeste), análogo de GnRH, inibidores de aromatase o Se o tratamento clínico não surtir efeito → Laparoscopia o Endometrioma: melhor é a cistectomia (retirada do cisto)o Infertilidade: tratamento clínico não resolve ▪ Endometriose mínima / leve: laparoscopia ▪ Endometriose severa: fertilização in vitro Resumo: ● Miomatose = SUA (questionável em relação à infertilidade) ● Adenomiose = SUA + Dismenorreia ● Endometriose = SUA + Dismenorréia + Infertilidade Infertilidade ● Ausência de gravidez após 1 ano ● Principais causas: o Fator masculino o Fator tuboperitoneal o Anovulação ● Investigação do casal infértil: o Idade da mulher x frequência das relações 15 ▪ < 35 anos → aguardar 1 ano de relações sexuais frequentes (3 relações/semana no mínimo) para iniciar a investigação ▪ > 35 anos → imediato ou após 6 meses já iniciar investigação o Avaliação básica: ▪ Hormônios (FSH, progesterona, TSH, prolactina) → os dois últimos se irregularidade menstrual ▪ USG transvaginal: exame para avaliar cavidade uterina ▪ Histerossalpingografia: administração de contraste na cavidade uterina, que escorre para trompa e extravasa para peritônio → trompa pérvia ● Falha de enchimento em algum lugar pode ser alguma lesão, como mioma ou aderência OU não extravasamento de contraste para o peritônio →Videolaparoscopia ▪ Espermograma o Avaliação avançada: ▪ Vídeo (laparoscopia / histeroscopia) Infertilidade masculina: ● Espermograma: o NORMAL: não repetir (excluir infertilidade masculina) o ALTERADO: repete após 3 meses (12 semanas) ▪ Azoospermia (em 2 exames): sem espermatozóide → fazer biópsia testicular → não produz ou tem obstrução? Infertilidade feminina: ● Fator ovariano: o Dosagem de progesterona: na fase lútea/segunda fase (21º-24º dia) > 3ng/ml = ovulação o Dosagem de FSH: é o + usado para reserva ovariana → bom prognóstico < 10 ng/ml (entre 2º e 5º dia do ciclo) o USG transvaginal seriada: documenta ovulação (para coito programado / captação → Fertilização in vitro (FIV) ) e contagem de folículos (valor prognóstico) ● Fator tuboperitoneal: o Histerossalpingografia → exame inicial para trompa ▪ Prova de Cotte positiva = Trompa pérvia (contraste em endométrio, colo e peritônio passando pela trompa) ▪ Prova de Cotte negativa → Videolaparoscopia (padrão-ouro) ● Fator uterino: o USG transvaginal e histerossalpingografia → se alteração = histeroscopia (padrão-ouro para cavidade uterina) ● Tratamento: o Fator Masculino (espermograma alterado): ▪ FIV convencional: oócito e espermatozóide na placa ▪ FIV com inseminação intracitoplasmática (FIV com ICSI): espermatozóide é infiltrado no oócito → melhores resultados o Fator tuboperitoneal: ▪ Laparoscopia → retirar aderências, foco de endometriose, salpingoplastia o Fator uterino: ▪ Histeroscopia / Cirurgia → retirar pólipos, septos o Fator ovariano: ▪ Indução da ovulação (ex: clomifeno, letrozol) ▪ FIV 16 o Idiopática/Sem causa aparente: ▪ Inseminação intrauterina (concentrado de ejaculado durante a ovulação) → FIV ▪ Pré requisitos: ● Ovulação ● Útero normal ● Trompas pérvias ● Espermograma normal ou pouco alterado Incontinência Urinária GINECOLOGIA 3 - CLIMATÉRIO, INCONTINÊNCIA URINÁRIA E DISTOPIA GENITAL ● Anatomia: o Estruturas: ▪ Corpo vesical: receptores vesicais adrenérgicos (α e β) e colinérgicos (M) → dependendo da fase, ou seja, de enchimento ou de esvaziamento, vai predominar mais um tipo de receptor, ou adrenérgico ou colinérgico ▪ Colo vesical e uretra o Enchimento: SIMPÁTICO ATIVO: receptor α adrenérgico → promove contração esfincteriana e o receptor β adrenérgico → promove relaxa detrusor / PARASSIMPÁTICO INATIVO o Esvaziamento: PARASSIMPÁTICO ATIVO: receptores colinérgicos M2/M3 → promovem contração detrusora / SIMPÁTICO INATIVO → não ativa os receptores alfa adrenérgicos, então ocorre relaxamento do esfíncter ▪ Simpático = Segura urina ▪ Parassimpático = Perde urina ● Fatores de risco: Obesidade, ↑idade, multiparidade ● Clínica: o BEXIGA HIPERATIVA: desejo incontrolável (urgência), polaciúria (várias vezes/dia), noctúria (várias vezes/noite) → Músculo detrusor da bexiga contraído (na fase de enchimento não há inibição de sua contração) o INCONTINÊNCIA AOS ESFORÇOS: tosse, espirro, ao levantar o PERDA INSENSÍVEL (incontinência extra uretral): pensar em fístula, cirurgia prévia + perda contínua para vagina → Cistoscopia (bexiga) ou urografia excretora (ureter) ● Diagnóstico: o Exame físico: avaliar IMC, prolapso e fazer teste de esforço ▪ Na operação por prolapso, sempre buscar ativamente a incontinência, pois pode estar mascarada o Exames complementares: ▪ EAS (urina tipo I) e urocultura: hematúria maciça, > 50 anos, tabagista e mulher → diagnóstico diferencial com câncer de bexiga, se não for infecção → cistoscopia ▪ Mobilidade do colo vesical: ● Teste do cotonete → insere o cotonete na bexiga, deixando parte para o meio externo. Ai será medido a angulação do cotonete em repousou e quando é feito um esforço, como tosse ou valsalva. Se variar > 30º sugere hipermobilidade do colo vesical ● USG 17 ▪ Urodinâmica (padrão-ouro): mas nem sempre é necessário 1. Urofluxometria: fluxo livre (senta e faz xixi) 2. Cistometria: avalia a fase de enchimento → não pode haver atividade do detrusor, perda de urina ou dor o Pesquisa-se Pressão vesical, P abdominal e P detrusor (P vesical – P abdominal) o Só faz exame se dúvida ou refratário ao tratamento, pois é incômodo → uma 2 sondas vesicais e uma retal (controle da pressão abdominal) o Na fase de enchimento o simpático está ativo, portanto não pode haver atividade do detrusor, perda de urina e nem dor 3. Estudo miccional: fase de esvaziamento o Fase de esvaziamento o parassimpático está ativo 4. Análise: o Se ao mesmo tempo ↑P vesical e P abdominal e há perda de urina→ resposta ao esforço → não tem problema no detrusor = incontinência de esforço ▪ Avaliar se é hipermobilidade vesical ou Defeito esfincteriano 1. Incontinência de esforço: ● Hipermobilidade vesical: PPE (pressão de perda ao esforço) > 90 cmH20 ● Defeito esfincteriano: PPE < 60 cm H2O ● Tratamento: o Tratamento Clínico → PRIMEIRA ESCOLHA ▪ redução peso, fisioterapia (Kegel, biofeedback), Duloxetina (não indicado) e agonistas alfa-adrenérgicos (↑risco de AVE, por isso não é indicado) o Cirúrgico: ▪ Hipermobilidade → Padrão-ouro atual é SLING ▪ Defeito esfincteriano: padrão ouro é SLING (TVT/TOT) ● Logo, não faz diferença saber se é por hipermobilidade ou defeito esfincteriano, pois o padrão é o mesmo ▪ SLING: ● TVT retropúbico: tem que fazer cistoscopia no pós-operatório porque passa muito perto da vagina ● TOT: passa pelo forame transobturatório e dispensa cistoscopia 2. Bexiga hiperativa: ● Síndrome de urgência ou urgeincontinência ● Urodinâmica: aumento da pressão vesical sem aumento da pressão abdominal, ou seja, indica que é um problema no detrusor (contrai fora de hora) ● Cistometria: contração não inibida do detrusor (hiperatividade) o OBS: sem urodinâmica: Sd da bexiga hiperativa (hiperatividade é o diagnóstico após exame) ● Tratamento: o Gerais: ↓peso, cafeína (Café, chá, energético) e fumo o Fisioterapia: cinesioterapia e eletroestimulação o Medicamentos: ▪ Anticolinérgicos (Oxibutinina/ Tolterodina/ Darifenacina) → só faz quando os métodos não-farmacológicos não funcionam devido aos efeitos colaterais (boca seca, olho seco) ● Contra-indicações: arritmias, glaucoma de ângulo fechado, gestação/lactação 18 ▪ NOVIDADE →Agonista β3 adrenérgico (Mirabefrona) → Vantagem: eficácia igual e menos efeito colateral ● OBS: Cistocele: realizar cirurgia sling retropúbico Prolapso ● Aparelho de suspensão: ligamentos o Anteriores: ligamento pubovesicouterinos/pubovesicocervical o Laterais: ligamentos cardinais ou paramétrio o Posteriores: uterossacros ● Aparelho de sustentação: grupamentos musculares o Diafragma pélvico: Elevador do ânus (puborretal, ileococcígeo, pubococcígeo) e Coccígeo o Diafragma urogenital o Fáscia endopélvica ● Prolapsos o Prolapsos apicais ▪ Prolapso uterino ▪ Prolapso de cúpula o Prolapso vaginal anterior (cistocele) o Prolapso vaginal posterior (retocele) 1. Prolapso Uterino: ● Tratamento:o Assintomáticas; prolapsos pequenos; alto risco cirúrgico: não precisam operar ▪ Tratamento: pessário o Sintomáticas: histerectomia vaginal com correção sítio-específica ou Manchester (ex: nuligesta) ▪ MANchester para MANter o útero → jovens que expressam desejo de gestar 2. Prolapso de Cúpula vaginal: ● Geralmente, pós-histerectomia ● Tratamento: o Baixo risco cirúrgico: fixar cúpula vaginal ao promontório (sacro) o Alto risco cirúrgico; pessário ou fazer cirurgia de colcopleise (é o fechamento da vagina - cirurgia de Le Fort) → impede atividade sexual 3. Prolapso Vaginal anterior: ● Cistocele ● Tratamento: colporrafia (colpoperineoplastia) anterior corrigindo fáscia pubovesicocervical 4. Prolapso Vaginal posterior: ● Retocele ● Tratamento: colporrafia posterior corrigindo fáscia retovaginal Classificação POP-Q: ● Aa e Ba (a) = parede anterior da vagina 19 ● Ap e Bp (p) = parede posterior da vagina ● C = colo (se tiver fundo-de-saco → não histerectomizada) ou cúpula (se histerectomizada) ● D = fundo-de-saco de Douglas (não histerectomizada; mulher histerectomizada não tem ponto D) o Negativo (-) = dentro da vagina o Positivo (+) = além do hímen ● Ex: Aa = -3 / Bb = -3 / C = -7 / Ap = +1 / Bp = +3 / D- → Prolapso posterior e histerectomizada Estadiamento: ● Estádio I: < -1 ● Estádio II: entre -1 e +1 ● Estádio III: > +2 mas não total ● Estádio V: total Obs: depois da histerectomia total há risco de prolapso de cúpula Climatério ● Primeiros indícios de falha ovariana até 65 anos ● Sintomas: o Irregularidade menstrual: ↓folículos e envelhecidos → folículos deixam de produzir a inibina → ↑FSH (melhor marcador) ▪ Manifestação inicial ▪ Folículo: produz estrogênio e inibina (inibe o FSH) ▪ Aumento do FSH é a marca inicial, aparece antes mesmo do hipoestrogenismo ▪ Níveis elevados de FSH aceleram o processo de esgotamento da massa folicular ● Menopausa: o Ovário não produz E e P → E sofre aromatização periférica → estrona (estrogênio fraco = hipoestrogenismo; principalmente em tecido adiposo) ▪ Obesa = ↓osteoporose o Diagnóstico: CLÍNICO (sintomatologia clássica > 45 anos → não precisa dosar FSH) ▪ Sintomas: ● > 1 ano da última menstruação ● Sintomas genitourinários (Atrofia) ● Osteoporose ● Doença cardiovascular ▪ Lab: dosagem de FSH > 35-40 UI/L. estradiol < 20; níveis de hormônio antimulleriano indetectável (marcador do número de folículos ovarianos) ● Indicação para Terapia Hormonal: o Fogacho (para fazer terapia sistêmica tem que ter fogacho na questão!) → indicação mais comum o Qual terapia escolher? ▪ Com útero: sempre Estrogênio + Progesterona → esquema combinado ▪ Sem útero: apenas Estrogênio ▪ Obs: o ovário na menopausa deixa de produzir estrogênio e progesterona, porém continua produzindo androgênio o Qual via escolher? ▪ Estrogênio → Oral (evitar) ou parenteral ● PAtologias em geral → Parenteral ● Pacientes sem patologias → pode ser oral ou parenteral ● COlesterol alto → COmprimido (aumenta HDL e melhora perfil lipídico) 20 ▪ Progesterona→ Oral ou DIU de levonorgestrel (progesterona) o Atrofia: se for a única queixa é melhor usar somente o estrogênio só no local o Osteoporose: se for a única queixa é melhor usar outras opções de tratamento, como os bifosfonatos o Contra-indicações de TH: ▪ CA de mama (ou lesões precursoras → ex: biópsia com atipia) ou de endométrio atual ou prévio → são tumores hormônio dependentes ▪ Sangramento vaginal indeterminado ▪ Doença coronariana ou cérebro-vascular: AVE, IAM, TEP, TVP → risco atrelado à via de administração e qual a progesterona usada (existem aquelas mais trombogênicas) ▪ Doença hepática descompensada ▪ LES com alto risco de trombose ▪ Porfiria OSTEOPOROSE ● Tipos de osso: o Cortical (80% do osso) o Trabecular (20% da massa óssea): ▪ Mais frágil ▪ Maior atividade de remodelação óssea → principalmente vértebra e colo do fêmur ● Classificação o Primária: sem doença (+ comum) o Secundária: doença de base ou medicação envolvida ● Fatores de risco: o Idade o História familia o Raça branca o Biotipo magro (menor produção periférica de estrogênio) o Hipoestrogenismo o Álcool, tabagismo, cafeína, baixa ingesta de cálcio, sedentarismo o Medicamentos: heparina, corticoides, anticonvulsivantes, acetato de medroxiprogesterona (contraceptivo injetável) o Hiperparatireoidismo o Insuficiência renal ● Diagnóstico: o Densitometria óssea: ▪ Indicação: ● Mulher a partir de 65 anos ● Homem a partir de 70 anos ● Avaliação individual ▪ Análise: ● Normal: T-score > -1 (0, +1..) ● Osteopenia: T-score entre -1 e - 2,5 ● Osteoporose: T-score < - 2,5 ● Tratamento: o Não farmacológico: ▪ Medidas gerais: dieta adequada, exercícios físicos, parar tabagismo, parar excesso de consumo de álcool ▪ Avaliar suplementação de cálcio: ● Ingesta diária ideal é 1.200 mg/dia após 50 anos 21 ▪ Avaliar suplementação de vitamina D o Farmacológico: ▪ Recomendação: ● Fratura vertebral ou fratura de quadril ● T-score < -2,5 no quadril ou lombar ● Baixa massa óssea e mais de 3 fatores de risco ● História prévia de fraturas por fragilidade ▪ Bifosfonatos: ● Inibição da atividade dos osteoclastos (anticatabólico) ● Efeito colateral: esofagite (não deixar paciente deitar 30 minutos após a ingesta) ● Exemplo de prescrição: o Alendronato: 10mg/dia ou 70mg/semana VO o Risedronato: 5mg/dia ou 35mg/semana VO Neoplasias ginecológicas I Câncer de Mama Mama (Lóbulo → lobo → ducto) ● Anatomia: o 99% da drenagem linfática vai para a axila (no exame, avaliar também supra e infraclavicular ) o 60% nutrida pela a. mamária interna (ou artéria torácica interna) o 4 queixas: mastalgia – eczema – Descarga papilar – Nódulo palpável ● Mastalgia: o Incomum como 1º sintoma de CA o Perguntar se: ▪ Cíclica ● Piora na fase lútea, que é a fase pré-menstrual ● Bilateral (na mama ser bilateral é um bom indício) ● Alteração funcional benigna da mama (ou Alteração fibrocística da mama) ▪ Acíclica: ● Sem relação com o ciclo ● Unilateral ● Causas: mastite, esteatonecrose, angina, costocondrite o Alteração Funcional Benigna da mama: ▪ Tríade: mastalgia cíclica, adensamentos e cistos ▪ USG: cistos mamários (anecóico, redonda, circunscrita e com reforço acústico posterior → “sinal da maria chiquinha”). Cuidado, reforço acústico posterior é diferença de sombra acústica 22 ▪ Conduta: orientação → não vira e não é risco de câncer; melhor sustentação das mamas; evitar medicação ● Se grave (se atrapalha as atividades diárias de vida): tamoxifeno o Mastite: ▪ Mastite puerperal: Staphylococcus aureus ● Causa: pega incorreta (+ mamilo que aréola) e fissura mamária ● Diagnóstico: sinais flogísticos e febre ● Tratamento: o Melhorar sustentação da mama, manter amamentação e ATB (cefalexina → cefalosporina de 1a geração) o Abscesso mamário: pode amamentar! Exceto: descarga purulenta ou incisão cirúrgica próxima ao mamilo ▪ Tratamento: drenagem, esvaziar mama e ATB ● Eczema: o Eczema areolar: ▪ Descamação bilateral pruriginosa (busca atendimento rápido) ▪ Não destrói papila ▪ Melhora com corticóide tópico o Doença de Paget: ▪ Descamação unilateral ▪ Pouco prurido ▪ Destrói papila ▪ Não responde ao corticóide ▪ Biopsiar a pele ● Derrame papilar: o Cor: ▪ Lácteo: hiperprolactinemia (avaliar: B-HCG e TSH -hipotireoidismo-/ Medicamentosa / Prolactinoma) ▪ Multicolor (verde / amarelo / marrom): AFBM e ectasia ductal ▪ Sanguíneo/Serosanguinolento: principal causa é o papiloma intraductal o Quando investigar? Espontâneo, unilateral, uniductal, “água de rocha” ou sanguinolento ▪ Ressecar ducto! ▪ Antigamente enviava-se o líquido para a avaliação citológica, porém essa se a citologia vier negativa não exclui diagnóstico ● Nódulo palpável: o Conduta: 1. Exame clínico: ● Móvel x aderido ● Regular x irregular ● Fibroelástico x pétreo 2. PAAF (punção aspirativa com agulha fina): a PAAF inicialmente me ajuda a definir se a lesão é sólida ou cística, mas depois eu vou pedir um exame de imagem de qualquer forma. Alguns serviços pedem logo depoisdo exame físico o exame de imagem, assim não tem necessidade 23 da PAAF. A não se nos casos que vou usar a PAAF como terapêutica, como em macrocísticos pra drenar ● 1ª conduta no nódulo palpável → PAAF o Líquido amarelo esverdeado e sem lesão residual → depois da PAAF realizar USG e MMG (provável benigno) o > 2 recidivas após aspiração, sanguinolento, massa residual ou nódulo sólido = USG, MMG e biópsia 3. USG: ● Sugere malignidade = misto (sólido-cístico), mal delimitado, sombra acústica → biópsia Câncer de mama: ● Fatores de risco: o Idade > 40 anos o Hfa (1º grau) o Nuliparidade o Menacme longo (menarca precoce, menopausa tardia) o Alto risco: ▪ Mutação do BRCA 1 e 2 (mama e ovário) ▪ Hiperplasias atípicas ▪ CA in situ (ductal e lobular) ● Rastreio – Mamografia bienal (a cada 2 anos) de 50 a 69 anos – MS o 2015: MS contra-indicou autoexame e exame clínico passou a benefício incerto o FEBRASGO/SBM: ▪ Baixo risco: mamografia anualmente dos 40 aos 69 anos ▪ Alto risco: mamografia > 30 anos ● Mamografia: Achados Conduta BI-RADS 0 Achados inconclusivos (ex: mama densa) USG ou RNM BI-RADS 1 Nenhuma alteração Repete de acordo com idade BI-RADS 2 Alterações benignas Repete de acordo com idade BI-RADS 3 Achados duvidosos (provável benigna) Repetir em 6 meses BI-RADS 4 Suspeita de câncer Biópsia BI-RADS 5 Altamente suspeito (espiculado, microcalcificações agrupadas pleomóficas) → lesões clássicas Biópsia ● Histopatológico: o Core biopsy (PAG – punção por agulha grossa → vários disparos) OU mamotomia (1 disparo, + caro e + complicado, melhor para microcalcificações): biópsia ambulatorial o Biópsia cirúrgica (padrão-ouro): na dúvida do falso-negativo na core-biopsy ▪ Incisional: lesões grandes → retira parte do tumor ▪ Excisional: lesões menores → retira todo o tumor ▪ OBS: se impalpável, pode ser feita por estereotaxia (fio-guia) ● Tipos histológicos: o Lesões benignas: ▪ FIBROADENOMA: sólida + comum, mulher, jovem → retirar se grande (>3,5cm) ou após 35 anos 24 ▪ TUMOR FILODES: crescimento rápido, apesar de ser benigno tem comportamento agressivo ▪ ESTEATONECROSE: nódulo após trauma, mulher jovem ▪ AFBM: mastalgia cíclica e bilateral o Lesões malignas: ▪ Indicadoras de risco: ● Ductal e lobular in situ ● Hiperplasia com atipia ▪ Câncer: ● DUCTAL INFILTRANTE: tipo de câncer mais comum ● LOBULAR INFILTRANTE: tendência à bilateralidade e multicentricidade (aparece em centros diferentes → uma mama e depois a outra) ● CA INFLAMATÓRIO: é localmente avançado; aspecto em casca de laranja o Imuno-histoquímica: ▪ Receptor hormonal de estrogênio ▪ Receptor hormonal de progesterona ▪ Superexpressão de HER ▪ Tipos de acordo com a imuno: ● Luminal A: RE +, RP - e HER - ● Triplo negativo: RE -, RP - e HER - ● HER +: superexpressão de HER ● Tratamento das lesões malignas: o Conservadora: avaliar a relação tumor/mama (até 3,5cm e < 20% da mama) → ▪ Segmentectomia ou Setorectomia ▪ Quadrantectomia → remove mais pele ▪ OBS: obrigatória a RT pós-operatória o Radical – Mastectomia: Hasted Patey Madden Mm peitorais: peitoral maior e menor Tira os 2 Tira o menor Não tira ● Tumor infiltrante → avaliar linfonodo → esvaziamento completo X linfonodo sentinela? o Linfonodo sentinela: injeta azul ou tecnécio na lesão durante a cirurgia → 1º linfonodo a drenar a região tumoral → retira esse linfonodo e manda para a patologia ▪ Se positivo: esvaziamento radical da axila ▪ Se negativo: não precisa fazer dissecção axilar radical, pois se o primeiro está negativo o próximos também estão ▪ OBS: Não fazer se axila clinicamente positiva, ou seja, clinicamente já palpo um linfonodo duro, aderido ● Quimioterapia adjuvante (adjuvante é a ajudante, a que vem depois): o Tumores > 1cm 25 o Linfonodo comprometido/positivo o Expressão de HER2 o Receptor hormonal negativo ● Quimioterapia neoadjuvante: o Tumor grande e localmente avançado o Antes da cirurgia para reduzir tumor o Não precisa fazer adjuvante depois ● Radioterapia adjuvante: o Sempre após cirurgia conservadora e em tumor > 4 cm o Se for fazer quimio e radio, primeiro faz a quimio e depois a radio ● Indicações de hormonioterapia: o Receptor estrogênio positivo → usar tamoxifeno (jovem) ou inibidor de aromatase (pós-menopausa) por 5 anos ● Terapia Alvo-Dirigida (↓efeito adverso): o TRASTUZUMABE → superexpressão de HER2 (relação com pior prognóstico e agressividade) Câncer de ovário ● Artéria ovariana passa pelo infundíbulo pélvico (vem da parte distal do ovário) → é ramo direto da aorta (sangra muito) ● Fatores de risco: o História familiar o Idade o Mutação BRCA o Tabagismo o Menacme longa (menarca precoce e menopausa tardia) o Nuligesta o Indutor de ovulação ● Fatores de proteção: situações que colocam o ovário pra descansar o Amamentação o Uso de anovulatórios o Laqueadura tubária/fimbriectomia ● Rastreio de CA de ovário → não existe rastreio para população de baixo risco ● Diagnóstico: o Avaliação clínica (idade!) e USG → Benigno X Maligno ▪ Em pré-pubere (criança): 50% dos cistos é maligno ▪ No menacme: > 90% é funcional (cisto folicular) ▪ Após menopausa: maior chance de ser maligno o Benigno X Maligno: “SUSPEITA” ▪ S – sólida ▪ U – USG doppler com baixa resistência (neovascularização, alto fluxo) ▪ S – septada (espesso) ▪ P – papilas (projeções dentro do cisto) ▪ E – espessamento da parede ▪ I – irregular ▪ T – tamanho > 8cm ▪ A – antes/pós-menopausa ● Marcadores tumorais (não definem conduta): mas posso usar para acompanhamento depois 26 o CA 125: tumores epiteliais (os + comuns) → pode dar positivo em outras condições e estar ausente no câncer (endometriose, DIP, adenomiose, gestação) o LDH: Disgerminoma o Alfafetoproteína e HCG: Carcinoma embrionário o Testosterona: Tumor de células de sertoli ● Sempre que houver suspeita: diagnóstico é cirúrgico! o Laparotomia: diagnóstico, estadiamento e tratamento → feitos em um ato só Tumores benignos: ● Cisto funcionais/não neoplásicos: o Cisto folicular: ▪ Folículo que não rompeu → regressão espontânea (não precisa de nenhum tratamento adicional). Cuidado: ACO não trata isso o Cisto de corpo lúteo: ▪ Corpo lúteo que virou cisto por aumento de hemorragia → isso acontece em pacientes que usam anti-coagulante ▪ Pode causar dor, principalmente no meio do ciclo menstrual e durante o coito, pois pode romper ▪ Não confundir com gestação ectópica, pois no USG vai ter uma vascularização e tem sangramento. Pedir B HCG para diferenciar ▪ Tratamento ● Geralmente, tem regressão espontânea, mas pode sangrar e gerar instabilidade, e nesse caso vai precisar operar ● Tumores benignos neoplásicos: o Adenoma: ↑CA-125 o Struma ovarii: tumor de ovário com formação de hormônio tireoidiano → crise tireotóxica ▪ Mulher com massa anexial fazendo crise tireotóxica o Teratoma benigno/maduro/Cisto dermóide: mulher jovem, pode aparecer na gestação → abdome agudo sem ruptura (por torção) ▪ Conteúdo de 3 origens embrionárias o Fibroma: Síndrome de Meigs ▪ Tríade: Tumor de ovário (Geralmente é fibroma) + ascite + derrame pleural o Tratamento: como é benigno temos que tentar preservar o ovário, principalmente em mulheres na menacme ▪ Cirurgia conservadora: cistectomia, tumorectomia, ofuroplastia→ tentativa de tirar somente a lesão Tumores malignos: ● Epiteliais: o Adenocarcinoma seroso: cancer de ovário mais comum, mulher pós-menopausa, ↑CA-125 o Adenocarcinoma mucinoso: pseudomixoma 27 ▪ É comum fazer apendicectomia também, pois o pseudomixoma pode ter origem do apêndice ● Germinativo: o Disgerminoma: Germinativo maligno mais comum, típico em crianças ● Tumor de Krukenberg: tumor metastático, e o tumor primário geralmente é gástrico (célula em anel de sinete) ● Tratamento: o Laparotomia: diagnóstico, estadiamento e tratamento ▪ 1o passo: inventário da cavidade → lavado + biópsias peritoneais + histerectomia total + anexectomia bilateral + omentectomia infracólica + ressecar implantes e linfonodos pélvicos e para-aórticos ▪ Idade fértil E Apenas1 ovário) e G1 (bem diferenciado) → avaliar salpingooforectomia unilateral o QT adjuvante: ▪ Exceto se: ● IA (unilateral) ● IB (bilateral) não sendo indiferenciado 28 Neoplasias Ginecológicas II Câncer de colo de útero ● Entendendo o que é normal: o Endocérvice: epitélio colunar o Ectocérvice: epitélio escamoso o JEC: junção escamo-colunar → na jovem é bem exteriorizada e, ao longo do menacme, o epitélio escamoso vai se interiorizando e empurrando a JEC, assim ela se interioriza o Metaplasia escamosa: colunar → escamoso (zona de cancerização) o Cisto de Naboth: marca área de metaplasia, processo fisiológico → é um cisto peroláce; não necessita de intervenção, assim como a metaplasia. Quando o epitélio escamoso se interioriza ele recobre o epitélio colunar, cobrindo as glândulas e causando esses cistos HPV ● Mais oncogênicos: 16 e 18 (câncer de colo, vagina e vulva) o O subtipo 16 é o mais associado ao câncer de colo de útero ● Condiloma acuminado: sorotipos 6 e 11 → prejuízo estético ● Vacinas (de VLP’s – partículas semelhante ao vírus): o Bivalente: HPV 16 e 18 o Quadrivalente: HPV 6, 11, 16 e 18 (disponibilizada gratuitamente pelo MS) o 9-valente: 6, 11, 16, 18, 31, 33, 45, 52, 58 (aprovada em 2017; não é disponível no SUS) ▪ Esquema MS: ▪ Quadrivalente em 2 doses (0-6 meses): ● Meninas de 9-14 anos ● Meninos de 11-14 anos ▪ Inicialmente o MS só banca 2 doses, mas em algumas situações específicas ele banca 3 ● Meninas com 9 a 45 anos em situações de: o HIV/Aids o Transplante de medula óssea e órgãos sólidos o Pacientes oncológicos ● Meninos de 9 a 26 anos nas mesmas condições permitidas para meninas O ideal é fazer antes do início da vida sexual, mas mesmo se já houver alteração por HPV, a vacina é indicada. Ou seja, quem já iniciou a vida sexual e já tem alguma lesão pode tomar a vacina, mas a eficácia não é a mesma Condiloma acuminado ● HPV 6 e 11 (↓potencial oncogênico) ● Tratamento: o Cautério/laser: ideal nas lesões extensas o Ácido tricloroacético (tem que ser feito no ambulatório/não pode ser domiciliar): ideal em lesões pequenas e pode usar em gestantes (doloroso) o Podofilina: não pode ser usado em gestantes o Imunomoduladores (Imiquimode): uso domiciliar (caro, menos eficácia, indolor) Câncer de colo ● Fatores de risco: HPV e exposição sexual ● Anamnese + exame físico: casos avançados → dor, corrimento, sangue. No início é um tumor silencioso, e é nessa fase que devemos fazer o diagnóstico ou antes mesmo fazer o rastreio ● Rastreio: COLPOCITOLOGIA (“Preventivo”; Papanicolaou) 1. Quando colher? 29 ▪ 1x por ano → após 2 negativos → a cada 3 anos (entre 25 e 64 anos, após sexarca) ▪ Gestantes: mesma recomendações de não gestantes ▪ HIV (+): após sexarca → 6/6 meses no 1º ano → anualmente ● Se CD4 < 200: manter 6/6 meses até corrigir o CD4 ▪ Virgem: não colhe ▪ Obs: mulheres que fizeram histerectomia total por doença benigna sem história de lesão de alto grau pode parar de fazer o preventivo após a cirurgia 2. Como colher? ▪ Coleta dupla → coleta ectocervical (espátula de Ayre) e coleta endocervical (escovinha) 3. Como conduzir? LIE-BG (LSIL) – Lesão intraepitelial de baixo grau Correspondente ao “NIC I” Colpocitologia: repetir o preventivo em 6 meses (se > 25 anos) ou em 3 anos (se < 25 anos) ASC-US - Atipia escamosa celular de significado indeterminado Significado indeterminado – atrofia (menopausa), corrimento... Repetir em 3 anos (se < 25 anos); em 12 meses (se 25-29 anos); em 6 meses (se > 30 anos) ASC-H - Atipia escamosa celular de alto potencial Alto potencial oncogênico Colposcopia AGC (AGUS) - Atipia glandular cervical Atipia de glândula cervical Colposcopia + avaliação do canal LIE-AG (HSIL) – Lesão intraepitelial escamosa de alto grau NIC II, III e CA in situ Colposcopia ● Nos casos de LSIL e ASC-US, se eu repetir a colpocitologia no tempo recomendado e vier a mesma lesão (ou seja, não regrediu) ou lesão mais avançada, ai vou indicar a colposcopia ● Também fazer Colposcopia quando: ▪ AOI (atipia de origem indefinida): ou seja, não consegue determinar se é glandular nem escamoso → vai para colposcopia ▪ 2 LIE-BG OU 2 ASC-US vai para colposcopia ▪ HIV (+) com LIE-BG ou ASC-US vai direto para a colposcopia → ou seja, se é portadora de HIV, qualquer alteração vai direto para colposcopia ▪ Se parece câncer à colpocitologia ▪ Obs: a colposcopia é indicada para definir melhor o local para biópsia, sendo assim em uma lesão muito evidente e exofítica não é necessário colposcopia, posso ir direto para biópsia 3. Quando parar? ▪ Parar rastreio após histerectomia por doença benigna sem história de lesão de alto grau ● Diagnóstico: Colposcopia + Biópsia ● Ácido acético: marca área de atividade proteica → “Acetobranco” → biópsia ● Teste de Schiller (Lugol): marca glicogênio → “Schiller positivo” = iodo negativo (área não corada) → biópsia ● Gestante → biópsia só na suspeita de invasão (colo friável pode causar sangramentos importantes) ▪ Se eu acho que ainda é NIC I, II ou III, vou só acompanhando com colposcopia ● Achado + suspeito de invasão = vasos atípicos ● Colposcopia insatisfatória (sem JEC): abrir + o espéculo / espéculo endocervical / estrogênio (vai fazer a JEC exteriorizar) ● Avaliação do canal endocervical: escovado endocervical (preferível) / curetagem cervical 30 ● Tratamento: ● Neoplasia intra epitelial cervical (NIC): ▪ NIC I eu vou ficar acompanhando e só fazer a abordagem destrutiva se persistir por 2 anos. A partir de NIC 2 eu não posso mais fazer abordagem destrutiva, pois eu preciso retirar a lesão com margem ▪ Destrutivo: Crioterapia / cauterização ● NIC I por 2 anos ▪ Exérese: > NIC II → exérese da zona de transformação (EZT): ● EZT tipo 1: retirar até 1 cm ● EZT tipo 2: até 1-2 cm ● EZT tipo 3: até 2,5 cm → chamada de conização de colo uterino o Indicações: ▪ Suspeita de invasão ▪ Quando não vê limite da lesão ▪ Quando a JEC não visível (colposcopia insatisfatória) ● CA cervical: Epidermoide (escamoso/espinocelular → tipo de câncer de colo mais comum; também é o mais comum de vulva e vagina) ▪ Estadiamento (é clínico! Exame de imagem não é obrigatório em todos os estágios): Estádio 0 Carcinoma in situ Cone é diagnóstico e terapêutico Estádio I IA1 IA2 IB1 IB2 IB3 Restrito ao colo uterino → 3,5 a 4 cm < 3 mm de profundidade 3 a 5 mm de profundidade 5 mm a 2 cm de profundidade (macroscopicamente visível) > 2 cm a 4 cm de profundidade > 4cm - IA1: Padrão: Histerectomia Total tipo 1; se deseja gestar: cone - IA2: HT tipo 2 + linfadenectomia pélvica -IB1 e IB2: Cirurgia de Wertheim-Meigs (resseca útero, paramétrio, parte superior da vagina) - IB3: Cirurgia de Wertheim-Meigs ou QuimioradioTerapia Estádio II IIA1 IIA2 IIB Parte superior da vagina – até 4 cm Parte superior da vagina – > 4cm Invade paramétrio (ligamento cardinal) -IIA1: Cirurgia de Wertheim-Meigs ou QuimioradioTerapia - >IIA2: Quimiorradioterapia (paramétrio acometido) Estádio III IIIA IIIB IIIC 1/3 inferior da vagina Parede pélvica / hidronefrose/ exclusão renal Linfonodo pélvico ou para-aórtico Idem IIB Estágio IV IVA IVB Bexiga e reto Metástase à distância Idem IIB HT: histerectomia total; QT: quimioterapia OBS: COLPOCITOLOGIA É RASTREIO; COLPOSCOPIA + BIÓPSIA É DIAGNOSTICO Câncer de endométrio ● Fatores de risco: pensar em uma freira 31 o Obesidade (principal fator de risco! ↑aromatase = ↑estrogênio) o > 60 anos o Nuliparidade o Branca o Anovulação crônica o Menacme longo o DM o Síndrome de Lynch II o Hiperplasia atípica o tamoxifeno ● Fator de proteção: o Multiparidade (gestação tem progesterona, que protege o endométrio) o Tabagismo (efeito anti estrogênico) o Usuária de progesterona (ACO combinado, DIU progesterona) ● Clínica: sangramento peri/pós-menopausa o SUSPEITA: menopausa → endométrio > 4-5mm SEM TH / endométrio > 8mm COM TH o COLPOCITOLOGIA SUSPEITA: célula endometrial após menopausa ● Diagnóstico: o Cureta de Novak: pouco material e às cegas → ↑falso-negativo; vantagem:ambulatorial o Histeroscopia com biópsia: padrão-ouro o Curetagem fracionada: técnica às cegas mas mais material coletado ● Tratamento: o Hiperplasia endometrial: ● Benigna ou sem atipia: tratamento com progesterona (preferencial) ● Neoplasia intraepitelial endometrial ou com atípica (30% vira CA): histerectomia total (preferencial) o CA de endométrio: tipo mais comum adenocarcinoma Endometrióide (CA de endométrio com prognóstico bom) ● Estadiamento cirúrgico ● Laparotomia: estadiamento e tratamento → lavado peritoneal + inventário de cavidade + histerectomía total + anexectomía bilateral (salpingooforectomía) + linfadenectomía pélvica e para-aórtica (? → avaliar) Vulvovaginites ● Defesa no menacme: o Acidez (pH 4 a 4,5) (↑pH = relação sexual) o Lactobacilos (bacilos de Doderlein) o Pêlos abundantes o Coaptação de pequenos lábios o Muco cervical ● Investigação do corrimento: o Exame especular o Microscopia direta o Teste de pH o Teste das aminas (KOH 10%) ● Vulvovaginites mais frequentes: 1. Vaginose (gardnerella): ↑cheiro (odor fétido), ↓inflamação/sintomas; ph > 4,5 ▪ É ose, não é ite. Por isso a inflamação é menos importante 2. Candidíase: ↓cheiro ↑reação inflamatória importante; sintomas claros; ph < 4,5 3. Tricomoníase: ↑cheiro ↑inflamação/sintomas (colo inflamado); ph > 4,5 4. Vulvovaginite inespecífica: mais comum da infância (diagnóstico de exclusão) 32 1. Vaginose: ● Agente: Gardnerella vaginalis ● Corrimento tambem pode ter bolhas, como na tricomoníase ● Diagnóstico: 3 de 4 CRITÉRIOS DE AMSEL: 1. Corrimento branco-acinzentado, fino, homogêneo 2. pH vaginal > 4,5 (piora o cheiro nos momentos que aumentam o ph, como menstruação e relação sexual) 3. Teste das aminas (Whiff - KOH) positivo (volatização das aminas) 4. Clue cells (células-alvo; célula guia) → não diagnóstica, isoladamente ● Tratamento: o Metronidazol 500mg VO 12/12h por 7 dias (mesmo da tricomoníase) ▪ Evitar álcool (efeito antabuse!) → não beber por 24 horas após o Pode ser tratamento tópico tambem o Gestante: Clindamicina VO no 1º trimestre ✔ Não precisa tratar parceiro 2. Candidíase: ● Agente: Cândida (faz parte da flora vaginal) ● Diagnóstico: prurido, processo inflamatório intenso, ardor, corrimento branco aderido, em nata, pH < 4,5 (única vulvovaginite clássica que gosta de pH + ácido), pseudo-hifas ● Tratamento: o Creme imidazólico local (Miconazol) 7; Nistatina 14 dias (preconizado pelo MS) ou o Fluconazol 150mg VO → 2º opção/casos repetidos → na prática é muito usado de cara, apesar do MS sugerir somente tratamento tópico inicialmente ✔ Tratar parceiro apenas se sintomático 3. Tricomoníase: ● Agente: Trichomonas vaginalis (não faz parte da flora → via sexual; abuso na criança) ● Diagnóstico: corrimento amarelo-esverdeado, bolhoso, pH > 5, colo em framboesa - colpite / morango / pele tigróide ou de onça, protozoário móvel na lâmina 33 ● Tratamento: o Metronidazol 500mg VO 12/12h por 7 dias o Não fazer tópico: bactéria se aloja nas glândulas e uretra ✔ Pesquisar outras ISTs e tratar parceiro ✔ Se em criança, investigar abuso sexual ✔ Tratar mesmo se assintomático 4. Inespecífica: ● É a mais comum na infância! ● Sem agente específico ● Diagnóstico de exclusão: excluir agente físico (corpo-estranho), exame à fresco e EPF (ex: oxiuríase) ● Tratamento: medidas de higiene, modificação no vestuário, banho de assento e tratar verminoses presentes Cervicites ● Cervicite = Uretrite ● Agente: Gonococo e Clamídia ● Fatores de risco: transmissão sexual ● Diagnóstico: corrimento cervical/pela uretra, colo hiperemiado, friável, sinusorragia (sangramento pós coito) e dispareunia ● Tratamento: o Ceftriaxona 500mg IM (pega o gonococo) + ( Azitromicina (pega clamídia) 1g VO (DU) OU Doxiciclina 100mg 12/12h por 7 dias) ▪ Tratar na suspeita prodrômica para evitar complicação ● Complicações: Doença inflamatória pélvica (DIP) Doença Inflamatória pélvica (DIP) ● Agente: Gonococo e Clamídia ● Diagnóstico: 3 critérios maiores + 1 critério menor OU 1 critério elaborado o 3 CRITÉRIOS MAIORES (“MÍNIMOS”): ▪ DOR: 1. Hipogástrica + 2. Anexial + 3. Mobilização do colo o 1 CRITÉRIO MENOR (“ADICIONAL”): febre , leucocitose, ↑VHS/PCR, cervicite o 1 CRITÉRIO ELABORADO: ▪ Endometrite (na biópsia) ▪ Abscesso tubo-ovariano ou no fundo de saco ▪ DIP na laparoscopia 34 o Classificação de MONIF: ESTÁGIO 1 DIP não complicada Ambulatorial ESTÁGIO 2 DIP com peritonite Hospitalar ESTÁGIO 3 Oclusão de trompa / Abscesso* Hospitalar ESTÁGIO 4 Abscesso > 10 cm ou roto Hospitalar + Cirúrgico *Abscesso íntegro ou < 10 cm → pode resolver só com ATB o Tratamento: ▪ Ambulatorial: MONIF 1 → retornar em até 72 horas para reavaliar ● Para lembrar: COISA DO MAU ● Ceftriaxone 500mg IM dose única + ● Doxiciclina 100mg VO 12/12h por 14 dias + ● Metronidazol 500mg 12/12h por 14 dias ▪ Hospitalar: MONIF > 1, gestantes, sem melhora após 72h ● Esquema 1: por 14 dias o Ceftriaxone 1g IV + o Doxiciclina VO 12/12h (IV sem benefício sobre VO e dá flebite) + o Metronidazol 400mg 12/12h IV ● OU Esquema 2: Clindamicina IV + Gentamicina IV o Agente sexualmente transmissível: rastrear outras IST e convocar parceiro ● Complicação: o Síndrome de Fitz-Hugh-Curtis: aderência em cordas de violino peri-hepática Infecções sexualemente transmissíveis (ISTs) ● EM TODAS AS ISTs: ○ Rastrear outras infecções sexualmente transmissíveis ○ Tratar parceiro ○ Marcar retorno ○ Usar preservativo ● Resumo: ○ Com dor: ■ Cancro mole: multiplas úlceras, dor, fistuliza por um único buraquinho, fundo sujo ■ Herpes: vesículas, dor, não fistuliza, fundo limpo ○ Sem dor: ■ Sífilis:úlcera indolor (cancro duro), que some sozinha ■ Linfogranuloma: pápula/úlcera indolor, adenopatía dolorosa, fistuliza em “bico de regador” (+ de 1 orifício) ■ Donovanose: úlcera profunda, indolor e crônica, biópsia com corpúsculos de Donovan 1. Cancro mole: ● Agente: Haemophilus ducreyi ● Diagnóstico: múltiplas úlceras, dolorosas, fundo sujo, odor fétido, adenopatia que fistuliza por um único orifício. Obs é diferente da úlcera do , que libera secreção por múltiplos orifícios ● Tratamento: Azitromicina 1g VO dose única 35 2. Herpes genital: ● Agente: Herpes simplex ● Diagnóstico: vesículas e úlceras dolorosas e limpas, adenopatía dolorosa que não fistuliza ● Tratamento: o Se primoinfecção: Aciclovir 400mg 3x/dia por 7-10 dias (primoinfecção) o Recorrência: 5 dias de antibiótico o Higiene para evitar infecção secundária. Se tiver infecção secundária pode mudar o aspecto da lesão, causando confusão ● No momento do parto: se lesão herpética ativa → indicação de cesárea ● Obs: a lesão herpética é autolimitada, porém fazemos o tratamento para reduzir o tempo de lesão, já que é uma lesão dolorosa ✔ CHora de dor = Cancro mole (dor, fistuliza por um único buraquinho, fundo sujo) ou Herpes genital (dor, não fistuliza, fundo limpo) 3. Sífilis: ● Agente: Treponema pallidum ● Formas clínicas: o PRIMÁRIA: Cancro duro – úlcera única, indolor, que some sozinha o SECUNDÁRIA: condiloma plano, roséola, sifílides, madarose, lesão cutâneo mucosa, é típico em palma e planta do pé o TERCIÁRIA: goma, tabes dorsalis, aneurisma e artropatia ● Diagnóstico: positivam em ordem: 1. Exame em campo escuro (padrão-ouro na SÍFILIS PRIMÁRIA) 2. Sorologia treponêmica (teste rápido, FTA-Abs) → pode estar negativo na primária ▪ Primeira a positivar e última a negativar → usa para diagnóstico, e não para seguimento 3. Sorologia não-treponêmica (VDRL) → usada para seguimento; é o último a positivar ● Ministério da saúde: o Teste rápido (+) + VDRL (+) para diagnóstico (exceto gestante, que começa a tratar com 1 exame positivo) o Na gestação, 1 desses testes positivos nós já iniciamos o tratamento, enquanto sai o resultado do outro o Controle de cura VDRL trimestral (exceto gestante: controle mensal) ● Tratamento: o Penicilina benzatina ▪ PRIMÁRIA / SECUNDÁRIA / LATENTE RECENTE (< 1 ano): 01 dose de 2,4 milhões UI IM (1,2 em cada glúteo) ▪ TERCIÁRIA / LATENTE TARDIA(> 1 ano)/INDETERMINADA: 03 doses de 2,4 milhões UI IM (intervalo de 1 semana entre as doses) → cada semana em um glúteo o Alérgicos: ▪ Ceftriaxona ou Doxiciclina ▪ Em gestante fazer penicilina após dessensibilização 4. Linfogranuloma: ● Agente: Chlamydia trachomatis L1, L2, L3 ● Diagnóstico: pápula/úlcera indolor, adenopatía dolorosa, fistuliza em “bico de regador” (+ de 1 orifício) ● Tratamento: Doxiciclina 100mg VO 12/12h por 21 dias 36 CLAMÍDIA: ● C – Cervicite ● L – Linfogranuloma ● A – Adenite ● M – Múltiplas fistulizações (bico de regador) ● Í – Imunofluorescência (em geral, não é preciso, mas é um bom exame) ● Di – Doxiciclina ● A – Azitromicina 5. Donovanose: ● Agente: Calymmatobacterium granulomatis → atualmente chamado de Klebsiella granulomatis ● Diagnóstico: úlcera profunda, indolor e crônica, biópsia com corpúsculos de Donovan ● Tratamento: o Azitromicina 1g VO 1x/semana por 3 semanas ou o Doxiciclina 100mg VO 12/12h por 21 dias Violência sexual ● ATENDIMENTO: o Notificação compulsória/imediata da SUSPEITA→ até 24 horas (obrigatória no Brasil) → NOTIFICAÇÃO NO SINAN o Exames não obrigatórios o Tem que comunicar a autoridade policial, mas o tratamento e a abordagem tem que ser feito independente disso. Se menor de 18 anos tem que acionar, também, o conselho tutelar o É OBRIGATÓRIO, independente da vontade da mulher ● CONTRACEPÇÃO: o Levanogestrel 1,5mg VO → se não faz uso de outro método contraceptivo eficaz ● PROFILAXIA IST: o Virais: ▪ HIV: Tenofovir + Lamivudina + Dolutegravir até 72 horas da violência sexual ▪ HBV: Vacina e Ig (em sítios diferentes) ● A Ig pode ser feita até 14 dias o Não virais: ▪ Penicilina benzatina (2,4 UI IM dose única) + → sífilis ▪ Azitromicina 1g DU + → clamídia e cancro mole ▪ Ceftriaxone 500mg IM + → gonococo ▪ Metronidazol 2g DU → tricomoníase 37
Compartilhar