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Mobile Marketing: O Uso de Dispositivos Móveis na Estratégia de Marketing

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AULA 4 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
WEB MARKETING 
(MARKETING DIGITAL) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Profª Isadora Tonet Assad 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
Ao longo da disciplina, temos visto as características de comportamento do 
consumidor que fazem parte da era atual de interação com as marcas. Diante dos 
nossos estudos, podemos notar que é por meio dos dispositivos móveis que a 
relação entre marcas e pessoas mais tem crescido nos últimos anos, dando vez 
ao surgimento do mobile marketing, como veremos a seguir. 
TEMA 1 – MOBILE MARKETING 
O mobile marketing ou marketing para dispositivos móveis se refere ao uso 
de smartphones, tablets e notebooks (Figura 1) como meio de comunicação de 
marketing. É importante ressaltar que o mobile marketing é uma parte do 
programa geral de marketing de uma organização, devendo ser integrado às 
demais ações de comunicação. Inserir as ações de mobile na estratégia geral de 
gera oportunidades para impulsionar o relacionamento do consumidor com a 
marca (Leppäniemi; Sinisalo; Karjaluoto, 2006). 
Figura 1 – Dispositivos móveis: tablet, notebook e smartphone 
 
Créditos: Sfio Cracho/Shutterstock. 
 
A importância do mobile marketing se deu pelo aumento exponencial no 
uso de dispositivos móveis nos últimos anos. No Brasil, em maio de 2019, foi 
registrada a marca de 230 milhões de smartphones em uso pela população; 
contando com tablets e notebooks, o número chega a 324 milhões de dispositivos 
móveis em uso (FGV, 2019). Os dados sobre investimentos em propaganda 
nessas plataformas também têm crescido. Segundo o Interactive Advertising 
Bureau (IAB, 2018), a receita de propaganda feita por meio de dispositivos mobile 
 
 
3 
alcançou 62,5% da receita total nos Estados Unidos, totalizando U$16 bilhões 
investidos em 2018 – e a tendência é continuar crescendo nos próximos anos. 
O aumento no uso dos dispositivos móveis levou os desenvolvedores de 
sites e plataformas a criarem o conceito de mobile first (dispositivos móveis 
primeiro, em uma tradução livre), ou seja, pensar na estrutura de sites e 
plataformas digitais para serem aplicáveis primeiramente nos dispositivos móveis, 
em que existe maior chance de serem visualizados pelos consumidores. Aqui 
entra a característica de responsividade, que é a capacidade de o sistema adaptar 
sua versão para diversos tamanhos de tela. 
 A seguir, veremos que o mobile marketing pode ser colocado em prática 
por meio de diversas atividades. 
1.1 Atividades de mobile marketing 
Leppäniemi; Karjaluoto (2008) destacam que o mobile marketing pode ser 
desenvolvido a partir da adaptação de três atividades do marketing tradicional 
para esse novo tipo de mídia. Essas atividades são: a propaganda, a promoção 
de vendas e o marketing direto. 
1) Propaganda para mobile: considera-se como propaganda a apresentação 
de produtos e serviços impulsionada por meio de patrocínio. No caso de 
propaganda mobile, é possível identificar algumas categorias (Leppäniemi; 
Karjaluoto, 2008): 
 Propaganda web: banners digitais, anúncios em mecanismos de busca e 
sites comerciais desenvolvidos exclusivamente para mobile. 
 Transmissão: transmissão digital de áudio e vídeo, seja ao vivo ou por 
meio de catálogos disponíveis a qualquer tempo (streaming). 
 Interação do digital com o físico: quando se usam elementos físicos para 
acessar informações on-line, por meio de escaneamento de códigos via 
câmera do celular. Veremos dois exemplos disso nos temas 4 e 5 desta 
aula, em que trataremos sobre QR Code e realidade aumentada. 
 Propaganda em jogos digitais: oferecer produtos e serviços dentro de 
jogos digitais de acesso gratuito, isto é, o jogo pode ser baixado e jogado 
livremente, mas é possível adquirir elementos do jogo de forma paga ao 
longo da interação com o game. 
 
 
4 
2) Promoção de vendas para mobile: trata-se de ações pontuais que as 
empresas oferecem para acelerar as vendas. São usadas estratégias para 
chamar a atenção do consumidor em busca de vendas rápidas, a curto 
prazo. No caso do mobile marketing, é possível citar como ações 
promocionais o engajamento de empresas em aplicativos que oferecem 
cupons de desconto ou sorteios. 
3) Marketing direto para mobile: marketing direto trata da comunicação mais 
próxima e individual com o consumidor, buscando incentivar vendas 
rápidas e fortalecer o relacionamento. No mobile, o marketing direto 
aparece no uso de mensagens diretas das empresas para o consumidor. 
Isso pode se dar tanto por meio de aplicativos de mensagens comuns, 
como o Whatsapp®, bem como por meio de notificações de um aplicativo 
próprio da empresa, como o iFood®. As possibilidades de utilizar o mobile 
dentro do marketing podem ser aproveitadas ao se pensar na estratégia 
geral, como veremos no próximo tópico. 
Saiba mais 
Agora é com você! Acesse o livro Comunicação Integrada de Marketing: 
modelo prático para um plano criativo e inovador, de James R. Ogden, e leia o 
item O mix de comunicação integrada de marketing entre as páginas 13 e 16. 
Disponível na Biblioteca Virtual (AVA Univirtus). Pode acessar digitando a palavra-
chave “Comunicação Integrada de marketing: modelo prático para um plano 
criativo e inovador”. 
TEMA 2 – INSERÇÃO DAS AÇÕES MOBILE NA ESTRATÉGIA GERAL 
Inserir o mobile marketing na estratégia geral de marketing oportuniza para 
impulsionar o relacionamento do consumidor com a marca (Leppäniemi; Sinisalo; 
Karjaluoto, 2006). Pesquisas demonstram que as estratégias de mobile marketing 
trazem mais resultado na taxa de resposta dos consumidores do que as 
estratégias tradicionais (Rettie; Grandcolas; Deakins, 2005). 
Como vimos na aula 2, existe um processo pelo qual o consumidor passa, 
desde que conhece a marca até quando se torna cliente. Vimos também que o 
conhecimento sobre esse processo auxilia na definição da estratégia, pois permite 
que o gestor de marketing tenha uma visão geral do momento em que os 
 
 
5 
consumidores se encontram, vindo a oferecer conteúdo relevante que os ajude a 
avançar para as próximas etapas. Levando em consideração a importância das 
tecnologias mobile no cenário atual, é válido refletir sobre como isso impacta no 
processo de decisão do consumidor. 
Para fazer bom uso das potencialidades da tecnologia mobile no marketing, 
os gestores devem estar atentos para como o mobile pode ser usado em cada um 
dos estágios do processo de decisão do consumidor e não somente no momento 
da compra (Schurink; Constantinides; De Vries, 2019). Ou seja, a empresa precisa 
demonstrar que está presente via mobile em todas as fases do processo, 
conduzindo o consumidor de forma natural para um relacionamento com a marca, 
derrubando as barreiras que existem para que esse se torne um cliente recorrente. 
Cada etapa promove pontos de contato da empresa com o consumidor e a 
empresa deve estar atenta para que a experiência do consumidor em cada um 
desses pontos de contato seja relevante e positiva, de modo que o conduza 
adiante no processo. Neste sentido, é preciso ter em mente os pilares que irão 
sustentar o relacionamento do consumidor com a empresa por meio do mobile 
marketing. 
2.1 Pilares do Mobile Marketing 
Para Schurink, Constantinides e De Vries (2019), o mobile marketing possui 
pilares que funcionam como características estratégicas, ou seja, atributos dos 
dispositivos móveis que contribuem para potencializar sua utilização dentro da 
estratégia de marketing. 
O primeiro pilar é a ubiquidade, um termo que é sinônimo de onipresença; 
algo que está presente em todos os lugares, o tempo todo. Esse pilar é uma 
característica da tecnologia mobile, visto que permite ao consumidor estar sempre 
com acesso facilitado a uma infinidade de informações que influenciam em sua 
tomada de decisão. 
O segundo pilar é a autonomia do consumidor. Com o fácil acesso à 
informação e à melhoria nos procedimentos de compraon-line, o consumidor 
sente que tem o controle sobre o processo de compra, o que o deixa mais à 
vontade na tomada de decisão. A empresa pode fortalecer essa autonomia 
criando experiências personalizadas de compra, e isso pode ser feito ao oferecer 
cupons específicos ou sugerir produtos complementares aos que o consumidor já 
adquiriu ou inseriu no carrinho de compras, entre outras ações. 
 
 
6 
Outro pilar é o engajamento do consumidor, que pode ser promovido 
tanto de forma virtual como física. O engajamento físico por meio do mobile pode 
ser feito com o uso da tecnologia de geolocalização. Isso permite que o dispositivo 
móvel reconheça onde o usuário se encontra fisicamente e utiliza esses dados 
para fornecer informações de maior valor para o consumidor. Já o engajamento 
virtual se dá pelos aplicativos específicos das marcas, oferecendo ao consumidor 
uma experiência ainda mais personalizada do que navegar no site da marca, pois 
ao baixar o aplicativo o sistema já reconhece quem é o comprador e possibilita 
que se ofereçam detalhes específicos baseados na experiência do consumidor 
dentro do app. 
Saiba mais 
Acesse o livro Comunicação Integrada de Marketing: modelo prático para 
um plano criativo e inovador (OGDEN), e leia o item A estratégia entre as páginas 
81 e 86. Disponível na Biblioteca Virtual (AVA Univirtus). Pode acessar digitando 
a palavra-chave “Comunicação Integrada de Marketing: modelo prático para um 
plano criativo e inovador”. 
TEMA 3 – MOBILE MARKETING E AS TENDÊNCIAS SOCIAIS 
Segundo Kotler; Keller (2012, p. 76), tendência se refere a “um 
direcionamento ou uma sequência de eventos com certa força e estabilidade”. 
Trata-se de um movimento que direciona a sociedade como um todo, modificando 
seus comportamentos e atitudes, o que acaba por influenciar também nos 
comportamentos de compra. As tendências podem surgir a partir de mudanças 
sociais, econômicas, tecnológicas e/ou políticas. 
No final da década de 1990, as analistas de tendências Faith Popcorn e 
Lys Marigold apresentaram 16 tendências que estariam tomando forma nos anos 
seguintes. Hoje, quase 30 anos mais tarde, os efeitos dessas tendências ainda 
podem ser percebidos. No Quadro 1 podemos observar um resumo dessas 16 
tendências apresentadas pelas autoras. 
 
 
 
 
 
 
7 
 
 
 
 
Quadro 1 – As 16 tendências de Faith Popcorn 
Tendência Características da tendência 
1) Encasulamento 
Busca por conforto e segurança, o que faz as pessoas 
desejarem ficar mais em casa. 
2) Formação de clãs 
Formação de grupos de interesse, desejo de fazer parte de algo 
maior. 
3) Aventura da fantasia Fuga da rotina, por meio de estímulos reais e virtuais. 
4) Revanche do prazer 
Busca por satisfação de desejos, fuga das privações impostas 
pela sociedade. 
5) Pequenas indulgências Sentimento de Eu mereço; busca por autogratificação. 
6) Ancoragem 
Busca por propósito e significado de vida, algo para se 
sustentar. 
7) Egonomia Foco no eu, busca por experiências únicas, personalizadas. 
8) Feminina Mente 
Compreensão das características e necessidades específicas 
das mulheres. 
9) Homencipação 
Busca dos homens em exercer sua individualidade com mais 
sensibilidade. 
10) 99 Vidas Aumento das tarefas pessoais e aceleração do ritmo de vida. 
11) Sair fora Busca por uma vida mais simples e calma, ligada à natureza. 
12) Viver Busca por se responsabilizar mais pela saúde e bem-estar. 
13) Volta ao passado Busca pela leveza da infância, nostalgia. 
14) Consumidor vigilante 
Consumidores proativos e reativos a quaisquer ações das 
empresas. 
15) Queda de ícones Questionamento dos principais pilares da sociedade. 
16) S.O.S. (Salve O Social) Responsabilidade social, busca por proteção da natureza. 
Fonte: elaborado pela autora, com base em Popcorn; Marigold, 1996. 
A análise de tendências ajuda a prever cenários futuros, o que contribui 
com a definição da estratégia. Ao examinarmos o cenário do mercado atual, 
percebemos que a previsão de Popcorn e Marigold se mostrou alinhada com a 
realidade. Algumas dessas tendências tomaram ainda mais força com o 
surgimento dos dispositivos móveis. São elas: a tendência das 99 vidas, do 
consumidor vigilante e do encapsulamento, as quais estudaremos a seguir. 
3.1 Tendência das 99 vidas 
A tendência chamada de 99 vidas trata sobre a inclinação atual de muitas 
pessoas em assumirem uma diversidade de papéis ao mesmo tempo. Isso inclui 
assumir responsabilidade pessoais, familiares, profissionais e de estilo de vida, 
buscando formas de conjugar todas elas dentro do tempo que se tem disponível. 
Tomamos como exemplo uma mulher que é esposa, mãe, empreendedora, 
 
 
8 
professora e voluntária em uma ONG. Essa pessoa desempenha cinco papéis ao 
mesmo tempo, tendo que arcar com as responsabilidades e informações que 
recebe de cada um deles. 
A multifuncionalidade que vimos não está presente somente na vida das 
pessoas, mas também nos produtos e serviços. Pode ocorrer em um 
supermercado em que o estacionamento oferece lava car e mecânica, ou nos 
shoppings centers que se tornaram complexos de entretenimento muito além das 
compras. 
Em 2007, quando Steve Jobs apresentou o lançamento do iPhone, o maior 
achado do produto era justamente sua multifuncionalidade, sendo um dispositivo 
de comunicação via internet, com câmera, aparelho de som e diversas outras 
funções que foram sendo acrescentadas nas versões seguintes. 
Tratando-se dessa tendência, é relevante refletir sobre os pontos positivos 
e negativos que o uso de smartphones pode acarretar. O Quadro 2, disposto a 
seguir, traz um resumo sobre o estudo realizado por Zomorodi (2017) que trata 
sobre as mudanças de comportamento que se deram por conta do uso desses 
aparelhos no dia a dia. 
Quadro 2 – Prós e contras do uso de smartphones 
Zomorodi (2017) é jornalista e começa seu livro Bored and brilliant (entediada e brilhante, tradução 
livre) contando que seu filho nasceu no mesmo ano que o iPhone. Ao longo da narrativa, Zomorodi 
destaca que o uso de smartphones influenciou no comportamento pessoal e profissional de 
pessoas que desempenham diversos papéis no seu dia a dia, trazendo aspectos positivos e 
negativos. 
Como pontos positivos, a autora destaca o aumento da produtividade, a possibilidade de ter 
acesso rápido a informação e a agilidade na comunicação. Ela conta como o celular multifuncional 
permitiu a ela aproveitar melhor o tempo em uma fila de mercado, respondendo e-mails e 
checando as mensagens. Mas os pontos negativos são preocupantes: a autora aponta que o uso 
incessante dos dispositivos acaba por limitar o tempo de reflexão dos usuários, o que pode 
impactar em sua capacidade criativa. 
Além disso, há uma tendência de se aumentar a conexão com o mundo externo e perder a ligação 
com o mundo real, impactando nas relações afetivas. Por isso, a jornalista propôs um desafio: se 
desconectar do smartphone. Os resultados levantados com os usuários que toparam o desafio 
mostraram que o uso consciente do aparelho produz maior produtividade e aumenta o espírito 
criativo. 
Fonte: elaborado pela autora, com base em Zomorodi, 2017. 
3.2 Tendência do consumidor vigilante 
A tendência do consumidor vigilante considera as atitudes ativas e reativas 
dos clientes a quaisquer ações da empresa; trata-se do aumento da proatividade 
do consumidor. O fácil alcance à tecnologia mobile permitiu ao consumidor o 
acesso mais rápido e prático a informações relevantes para o seu processo de 
 
 
9 
compra (Schurink; Constantinides; De Vries, 2019). Isso somou-se à principal 
característica dessa tendência, que é a falta de confiança do consumidor em 
relação às marcas. Muitos usuários reagem instintivamente às coisas que não 
lhes agradam ou com as quais não concordam. Os smartphones se tornam 
ferramentas de protesto com as quais rapidamente o consumidor pode avaliar o 
atendimento, denunciando as atitudes que nãoo satisfizeram. 
Essa tendência ajuda os gestores de marketing a prever cenários negativos 
sobre o relacionamento com o consumidor e a se preparar para enfrentar 
consumidores zangados, impacientes, dispostos a boicotar empresas que falhem 
em entregar sua proposta de valor ou que desrespeitem seu estilo de vida e seus 
valores. O aumento no uso de dispositivos móveis impulsionou ainda mais essa 
tendência, pois acelerou a comunicação e permitiu que os consumidores 
expressem sua opinião de forma pública sobre produtos e serviços, os quais são 
consumidos de forma mais rápida e prática. 
3.3 Tendência de encasulamento 
O encasulamento é a tendência de que muitas pessoas têm buscado ficar 
mais tempo em casa; sua principal característica é a busca por conforto e 
segurança. É possível notar que as pessoas vêm investindo em conforto, criando 
casas cada vez mais equipadas, se fechando em seus casulos. A insegurança 
trata do medo quem tem sido gerado pelos maiores índices de violência, os quais, 
por sua vez, fazem com que as pessoas estejam mais propensas a ficar em casa, 
evitando exposição a perigos externos. 
O mobile entra como uma ferramenta que ajuda a solucionar os problemas 
por meio de produtos e serviços oferecidos em aplicativos que facilitam a vida dos 
encasulados. Entre esses aplicativos, é possível citar os sistemas de entrega em 
domicílio e também os aplicativos de segurança, que ajudam a solicitar socorro 
em caso de perigo. 
O fato de essas tendências já estarem em pleno desenvolvimento quando 
os dispositivos móveis surgiram permitiu às pessoas que se enquadram nelas 
desfrutarem ainda mais os benefícios que cada uma delas promove. Poe ouro 
lado, fez necessário que essas pessoas também arcassem com as consequências 
negativas intrínsecas a elas. 
 
 
10 
Nos próximos tópicos, vamos conhecer melhor dois meios tecnológicos que 
têm sido utilizados nas estratégias de mobile marketing: o QR Code e a realidade 
aumentada. 
 
Saiba mais 
Agora é com você! Acesse o livro Trends: uma análise de tendências e 
mercados (FERREIRA JUNIOR; RIEPING), e leia o item A influência da mídia nas 
tendências entre as páginas 34 e 40. Disponível na Biblioteca Virtual (AVA 
Univirtus). Pode acessar digitando a palavra-chave “Trends: uma análise de 
tendências e mercados”. 
TEMA 4 – QR CODE 
Quando se fala de web marketing, existe muito ser explorado na relação 
entre o ambiente físico e o virtual. E isso não incide somente nos processos que 
se iniciam no ambiente virtual (como uma compra em loja on-line) e se finalizam 
no ambiente real (recebimento do produto em casa), mas também na forma como 
nossos dispositivos podem capturar informações do ambiente em tempo real. Por 
isso, quando estudamos marketing para dispositivos móveis, é importante 
conhecer alguns meios de estabelecer conexão do real com virtual. Uma dessas 
formas é por meio dos chamados QR Codes. 
O QR Code, do inglês Quick Response Code, ou código de resposta rápida, 
em uma tradução livre, é um símbolo bidimensional que armazena dados que 
podem ser acessados ao escaneá-los por meio de um dispositivo com câmera, 
como smartphone, tablet ou webcam. A Figura 2 apresenta um QR Code, que 
quando capturado por uma câmera, leva ao endereço do site da Uninter 
<www.uninter.com>. Você pode testá-lo com o seu smartphone, lembrando que 
caso o seu sistema operacional seja Android®, será preciso fazer o download de 
um aplicativo de leitura de QR Code e utilizá-lo para fazer a captura, como se 
fosse tirar uma foto da imagem. Caso o sistema operacional do seu smartphone 
seja iOS®, inicie a câmera, aponte-a para o código e abra a notificação que irá 
aparecer. 
Figura 2 – Modelo de QR Code 
 
 
11 
 
Fonte: elaborado pela autora. 
Pode ser que você esteja se perguntando qual é a diferença do QR Code 
para o código de barras. Se um smartphone também consegue escanear códigos 
de barras, então por que foi necessário desenvolver outro tipo de código? Na 
realidade, o QR Code já existia muito antes dos dispositivos móveis de uso 
pessoal. Esse código foi criado em 1994 pela Denso, uma empresa do grupo 
Toyota, com o objetivo de melhorar os processos internos de produção (Soon, 
2008). 
O QR Code é a evolução de outros modelos de código que tinham 
capacidade de armazenar apenas alguns dígitos numéricos, como o código 
chamado UPC, desenvolvido pela IBM na década de 1970, que tinha capacidade 
de armazenar 13 dígitos numéricos. Com o tempo, os modelos foram sendo 
aprimorados até chegar no QR Code, que tem capacidade de conter até 7.000 
dígitos, incluindo caracteres chineses, os kanjis (Soon, 2008). 
Assim, as principais características que fizeram o QR Code se tornar tão 
popular foram a rapidez com que pode ser lido pelos dispositivos e o volume de 
informações que podem ser armazenadas em sua estrutura. 
4.1 Aplicações do QR Code em produtos e serviços 
Como vimos, inicialmente o QR Code foi planejado para uso interno em 
organizações de modo a otimizar os processos de produção, embalagem e 
distribuição de produtos. Da mesma forma que o código de barras auxilia na 
identificação de informações básicas sobre produtos, o QR Code podia trazer 
ainda mais dados ao realizar um escaneamento simples. 
A partir da popularização dos dispositivos móveis com câmera, a 
possibilidade de se utilizar o QR Code para outros âmbitos foi ampliada. Ele pode 
ser utilizado para fazer pagamentos em máquinas de recebimento em 
estabelecimentos físicos, e ao invés de utilizar o cartão, o cliente pode utilizar 
 
 
12 
aplicativos de carteira virtual que podem escanear o código direto da máquina, 
descontando dos créditos disponíveis no aplicativo. 
Outra forma comum de uso do QR Code é para permitir que os usuários 
consigam acessar o site ou as redes sociais de uma empresa de uma forma 
rápida, por meio do código impresso em materiais gráficos, como flyers, banners, 
cartões de visita e até mesmo em cardápios em lanchonetes e restaurantes. 
O setor de transporte também tem utilizado os benefícios do QR Code para 
fazer a gestão de passageiros no embarque em ônibus, aviões, navios ou trens. 
As novas soluções de mobilidade urbana, como o compartilhamento de bicicletas 
e patinetes elétricos também utilizam o código, que permite conectar o item 
compartilhado com o aplicativo no smartphone do usuário, controlando o tempo 
de uso e fazendo a cobrança da utilização do serviço. 
Na indústria alimentícia, o QR Code tem sido usado para monitorar 
produtos, contendo informações sobre data de validade e demais questões de 
qualidade e possibilitando o monitoramento por sistemas automatizados. 
 Na área da saúde, a identificação de pacientes e exames médicos em 
hospitais e clínicas com grande volume de consultas também já tem sido realizada 
com o uso de QR Code. Assim, fica garantido que o maior volume de informações 
possa ser facilmente acessado a qualquer momento pelos médicos ou 
enfermeiros envolvidos no tratamento. 
Existem diversas outras formas de se relacionar o ambiente virtual com o 
real. No próximo tópico, vamos tratar sobre realidade aumentada, uma tecnologia 
que também entra nesse contexto. 
Saiba mais 
Agora é com você! Acesse o livro E-marketing (STRAUSS; FROST), e leia 
o item E-marketing: contexto - capítulo 1. Disponível na Biblioteca Virtual (AVA 
Univirtus). Pode acessar digitando a palavra-chave “E-marketing”. 
TEMA 5 – REALIDADE AUMENTADA 
Realidade aumentada (RA), traduzida do inglês Augmented Reality, é um 
tipo de interface computacional que permite a sobreposição de objetos virtuais 
com o ambiente físico. Ela é uma evolução da chamada realidade virtual, que 
permite a representação tridimensional de ambientes físicos no contexto digital. O 
 
 
13 
diferencial da RA é possibilidade de cruzamento do real com o virtual, gerando 
maior potencial de interatividade entre os dois meios. O Quadro 3 apresentaas 
diferenças entres a realidade virtual e a aumentada. 
 
 
 
 
Quadro 3 – Diferenças entre realidade virtual e realidade aumentada 
REALIDADE VIRTUAL REALIDADE AUMENTADA 
100% gerada de forma digital. 
Em parte digital e em parte real, enriquecendo 
o a realidade com objetos virtuais. 
O sistema controla a sensação visual do 
usuário em relação ao ambiente virtual. 
O usuário se mantém presente no mundo real, 
com maiores possibilidade de interação. 
Usa mecanismos para conectar o usuário e o 
ambiente virtual. 
Usa mecanismos para integrar o real e o 
virtual. 
Fonte: quadro elaborado pela autora, com base em Kirner; Siscoutto, 2007. 
Azuma et al (2001) descrevem que realidade aumentada possui algumas 
propriedades que a caracterizam. A primeira é que permite a combinação de 
objetos e ambientes reais com elementos virtuais, promovendo o alinhamento e 
potencializando as possibilidades de interação com o usuário. Outra característica 
da RA é que essa se aplica tanto na visão como na audição e no tato, gerando 
uma interação mais completa entre o ser humano e o ambiente virtual. 
5.1 Aplicação da RA em produtos e serviços 
A RA tem sido aplicada em vários meios e o avanço na tecnologia em 
dispositivos móveis permitiu ampliar sua atuação. Com a internet móvel, hoje a 
pode ser utilizada tanto em ambientes abertos como nos fechados. 
O mercado de arquitetura e design de interiores já tem utilizado tecnologia 
de RA; móveis e acessórios de decoração podem ser selecionados em sua versão 
digital e posicionados no ambiente real por meio da visualização na câmera do 
celular, como mostra a Figura 3. 
 
 
14 
Figura 3 – Realidade aumentada aplicada em design de interiores 
 
Créditos: Andrey Suslov/Shutterstock. 
 
O turismo tem utilizado a realidade aumentada para melhorar a experiência 
dos usuários, fornecendo informações que complementam os passeios guiados 
pelas ruas das cidades (Han; Tom Dieck; Jung, 2018). Isso também tem sido 
aplicado em museus e bibliotecas, melhorando a forma como os livros e as obras 
podem ser encontrados e criando novas formas de interação (Hahn, 2012). 
A realidade aumentada também pode desenvolver interações entre vários 
usuários ao mesmo tempo, criando ambientes colaborativos. Isso permite que um 
grupo de pessoas possa interagir com objetos virtuais ao mesmo tempo, 
ampliando as possibilidades. Essa prática tem sido aplicada em reuniões de 
pesquisa e desenvolvimento, propiciando que os membros de uma equipe 
consigam visualizar projetos mais detalhados e trabalhem no seu 
desenvolvimento de forma mais ágil. 
Esse ambiente de colaboração por meio da RA também tem sido aplicado 
em jogos digitais, como o Pokémon GO®, que se popularizou no Brasil em de 
2016. Esse jogo inicia gerando experiências individuais para os usuários, mas 
também oferece a oportunidade de interação entre grupos para alcançar objetivos 
específicos. A Figura 4 apresenta um usuário do jogo, mostrando a aplicação da 
realidade aumentada, que permite visualizar um personagem virtual posicionado 
no ambiente real. 
 
 
 
 
 
15 
Figura 4 – Realidade aumentada aplicada a jogos digitais 
 
Créditos: Wachiwit/Shutterstock. 
 
 A realidade aumentada ainda precisa vencer diversas dificuldades técnicas 
para ampliar suas possibilidades de atuação. As maiores barreiras hoje são o 
processamento gráfico e a sincronização dos dados, o que por vezes causa 
imprecisão na visualização dos objetos virtuais. Ainda com essas dificuldades, a 
RA tem oferecido experiências positivas aos usuários, por possibilitar novidades 
em relação à interação e conectividade (Olsson; Salo, 2012). 
Saiba mais 
Agora é com você! Acesse o livro Cumplicidade virtual (ALCÂNTARA), e 
leia o item Hábitos e tendências entre as páginas 149 a 157. Disponível na 
Biblioteca Virtual (AVA Univirtus). Pode acessar digitando a palavra-chave 
“Cumplicidade virtual“. 
 
FINALIZANDO 
Como vimos, o mobile marketing apresenta diversas possibilidades e 
permite que os gestores de marketing possam aproveitar ao máximo a interação 
com seu público-alvo. Na próxima aula, vamos focar em vendas on-line, 
entendendo um pouco mais sobre os formatos de lojas on-line, as vendas nas 
redes sociais e também o desenvolvimento de produtos digitais. 
 
 
 
16 
REFERÊNCIAS 
AZUMA, R., BAILLOT, Y., BEHRINGER, R., FEINER, S., JULIER, S., 
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