Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Nutrição-UFGD Doença inflamatória crônica e idiopática que afeta o cólon, caracterizada por inflamação redicivante e remitente da mucosa intestinal, iniciando-se no reto e estendendo-se por todo o cólon. Doença inflamatória redicivante que afeta qualquer segmento do trato gastrointestinal, frequentemente associada à dor abdominal febre e sinais clínicos de obstrução intestinal ou diarreia com sangue ou muco ou ambos. Fatores ambientais: • Tabagismo, dieta, contraceptivos orais, infecções, cirurgias. Fatores genéticos: • Grande número de associações genéticas. Fatores luminais: • Microbiota intestinal, antígenos e produtos metabólicos. Imunorregulação: • Imunidade inata e adaptativa. Fatores relacionados à industrialização e ao estilo de vida: • Menor tempo de amamentação; • Excessiva higiene e sanitização doméstica; • Sedentarismo; • Exposição à poluição do ar; • Adesão a uma dieta ocidental (rico em alimentos ultraprocessados, carne vermelha, açúcares e gorduras saturadas); • Exposição à água contaminada; • Uso crônico de contraceptivos orais; • Uso crônico de anti-inflamatórios e hormônios. Riqueza da microbiota intestinal humano correlaciona-se com marcadores metabólicos: • ↑ abundância de substâncias redutoras (sugerindo capacidade aumentada para responder ao estresse oxidativo); • ↑ potencial de degradação do muco intestinal; • ↑ formação de gases tóxicos potencialmente pró-inflamatórias; • ↓ abundância de bactérias produtoras de butirato. Nutrição-UFGD CLASSIFICAÇÃO DE MONTREAL Proctite: • 30-60% dos pacientes. • Sintomas: sangramento retal, tenesmo, urgência em evacuar. Colite esquerda: • 16-45% dos pacientes; • Sintomas: proctite + diarreia e cólica. Colite extensa: • 15-35% dos pacientes; • Sintomas: colite esquerda + fadiga, febre, perda de peso e manifestações extra intestinais. Com colite ulcerativa: Intestino saudável: AVALIAÇÃO Física: • Sinais de anemia (fraqueza, cansaço, irritabilidade); • Sensibilidade abdominal; • Sangue no exame de toque retal; • Abdome distendido e timpânico. Endoscópica: • Úlceras; • Fissuras anais; • Eritema; • Sangramento retal; • Friabilidade da mucosa. Laboratorial: • Anemia ferropriva; • Leucocitose; • Trombocitose; • Hipoalbunemia; • Maior velocidade de hemossidementação; • PCR elevada. Histopatológica na fase ativa da doença: • Infiltrado inflamatório agudo e crônico da mucosa; • Perda da arquitetura das criptas; • Abscessos e úlceras; • Depleção de células caliciformes; • Congestão e edema; • Hemorragia focais. Histopatológica na fase de resolução: • Diminuição do infiltrado inflamatório; • Restauração das células caliciformes e epitélio. Histopatológica na fase quiescente: • Encurtamento de ramificação das criptas; • Atrofia da mucosa. Nutrição-UFGD MANIFESTAÇÕES EXTRA INTESTINAIS AVALIAÇÃO Física: • Dor abdominal (quadrante inferior direito), piorando no período pós-prandial); • Cólicas; • Astenia, fraqueza; • Dor epigástrica; • Alternância entre períodos de constipação e diarreia. Endoscópica: • Abcessos; • Úlceras; • Fístulas; • Alternância entre mucosa inflamada e normal; • Normalmente atinge o íleo terminal. Laboratorial: • Anemia ferropriva; • Leucocitose; • Trombocitose; • Hipoalbunemia; • Maior velocidade de hemossedimentação; • Eletrólitos diminuídos; • Esteatorreia; • Sangue oculto nas fezes. MEDICAMENTOS Corticosteroides: • Prednisona, prednisolona, hidrocortisona. (anti- inflamatórios e imunossupressores). Aminossalicilatos: • Sulfassazalina, mesalazina* (*mais utilizado na colite ulcerativa). Imunomoduladores: • Azatioprina** (mais utilizado na Doença de Crohn), 6-mercaptopurina, cloroquina, ciclosporina, metotrexato. (imunossupressores). Antibióticos: metronidazol. (efeito bactericida). Terapia biológica: • Infliximabe. (anticorpo monoclonal, bloqueia vias inflamatórias específicas, inibe TNF-α). Ação e efeitos colaterais de alguns dos principais medicamentos: Nutrição-UFGD DIETA Preservar o estado nutricional adequado. A dieta não deve ser modificada a fim de induzir e manter a remissão. CIRURGIA Colite ulcerativa: aproximadamente 30% dos pacientes com fazem proctocolectomia após cinco anos de doença. Doença de Crohn: pacientes com intratabilidade clínica são candidatos À cirurgia, podendo haver múltiplas ressecções de segmentos intestinais → Síndrome do intestino curto. Podem ocorrer complicações mais graves, como câncer colorretal, megacólon tóxico e tromboembolismo. Tratamento cirúrgico na colite ulcerativa: • Proctocolectomia total com reservatório ileal e anastomose ileoanal AVALIAÇÃO NUTRICIONAL Após vários anos com exacerbações clínicas da doença, os indivíduos perdem significativamente a função do trato intestinal. OBJETIVOS DA TERAPIA NUTRICIONAL Aplicar recomendações nutricionais adequadas de acordo com o tipo da doença e o grau de atividade. Recuperar e/ou manter o estado nutricional. Manter o crescimento em crianças. Fornecer aporte adequado denutriente. Contribuir para o alívio dos sintomas. RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS NAS DII Nutrição-UFGD TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL Fórmulas padrão (conteúdo moderado de gordura) deve ser a primeira opção; Fórmulas elementares ou oligoméricas não são superiores às fórmulas padrão → sempre observar tolerância individual. Isenta de lactose e sacarose; Baixa osmolaridade. Doença de Crohn: • Indicação: ingestão inadequada (<60% das necessidades), intestino não funcionantes, diarreia severa, vômitos incoercíveis, obstrução ileal ou intestinal, choque, isquemia intestinal; • Fase ativa: NP não é mais eficaz que NE. Colite ulcerativa: • Deve ser indicada apenas se confirmada a falência intestinal. Não há uma “DIETA PARA DOENÇAS INFLAMTÓRIAS INTESTINAIS” que pode ser recomendada para induzir a remissão dos sintomas em pacientes com a doença ativa. Exemplos: • Dieta do paleolítico; • Dietas de exclusão (glúten, lactose); • Baixo teor de FODMAPs; • Enriquecido com ômega-3; • Uso de probióticos. A nutrição enteral exclusiva é efetiva e recomendada como primeira linha de tratamento para induzir remissão em crianças e adolescentes com doença de Crohn na fase aguda. A nutrição enteral parede segura e pode ser recomendada como uma terapia de suporte em indivíduos com colite ulcerativa severa. Exceções: probióticos na colite ulcerativa leve a moderada para induzir a remissão dos sintomas e para manutenção da remissão. • APENAS: o Lactobacillus reuteri (indução) ou Eschericia coli Nissle 1917 (manutenção); o Visbiome® (L. plantarum, L. delbrueckii subsp Bulgarcus, L. casei, L. acidophilus, B. breve, B. longum, B. infantis, Streptococcus salivarius subsp thermophilus) – Indução e manutenção. Exceções: probióticos na prevenção da bolsite ou no tratamento da bolsite se a antibioticoterapia falhar. • APENAS: o Visbiome® (L. plantarum, L. delbrueckii subsp Bulgarcus, L. casei, L. acidophilus, B. breve, B. longum, B. infantis, Streptococcus salivarius subsp thermophilus). O QUE CONSUMIR E EVITAR NA FASE ATIVA Nutrição-UFGD BAUMGART, D. C.; SANDBORN, W. J. Crohn's disease. Lancet, v. 380, n. 9853, p. 1590-1605, 2012. BISCHOFF, S.C. et al. ESPEN practical guideline: Clinical Nutrition in inflammatory bowel disease. Clinical Nutrition, v. 39, p. 632-653, 2020. CARUSO, L. Distúrbios do trato digestório. In: CUPPARI, L. Nutrição Clínica no Adulto. 3ª edição. Barueri, SP: Manole. p. 297-396, 2014. KHALILI, H. et al. The role of diet in the aetiopathogenesis of inflammatory bowel disease. Nat Rev Gastroenterol Hepatol., v. 15, n. 9, p. 525-535, 2018. LE CHATELIER,E. et al. Richness of human gut microbiome correlates with metabolic markers. Nature, v. 500, n. 7464, p. 541-546, 2013. NOGUEIRA, N. N. et al. Doenças do sistema digestório. In: ROSSI, L; POLTRONIERI, F. Tratado de Nutrição e Dietoterapia. 1ª edição. Rio de Janeiro, RJ: Guanabara Koogan. pp. 663-670, 2019.
Compartilhar