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Patologia da Nutrição e Dietoterapia II - Doenças do esôfago

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Nutrição-UFGD 
 
Deglutição: coordenação automática, movimento 
muscular, livre passagem de alimentos pelo esôfago. 
 
Distúrbios motores: 
• Dificuldade de deglutição = DISFAGIA; 
• Dor ao deglutir = ODINOFAGIA; 
• Incapacidade de relaxamento do esfíncter 
esofágico inferior (EEI) em resposta à deglutição 
(sequela neurológica) = ACALÁSIA OU 
DISSINERGIA ESOFÁGICA. 
“Qualquer dificuldade na efetiva condução do alimento da 
boca até o estômago por meio das fases inter-
relacionadas, comandadas por um complexo mecanismo 
neuromotor.” (I Consenso Brasileiro de Nutrição e 
Disfagia em Idosos Hospitalizados, 2011) 
AVALIAÇÃO DE RISCO 
Multiprofissional: 
• Enfermeiro (a); 
• Médico (a); 
• Nutricionista; 
• Fonoaudiólogo (a). 
Doença de base, antecedentes e comorbidades. 
Sinais clínicos de aspiração. 
Complicações pulmonares. 
Funcionalidade da alimentação. 
A indicação da presença de risco de disfagia é 
consolidada por meio da identificação de um ou mais 
critérios maiores ou dois critérios menores. 
 
 
 
Ferramenta: Eating Assessment Tool (EAT-10). 
 
 
Nutrição-UFGD 
• Permite realizar uma autoavaliação da 
identificação do risco de disfagia, favorecendo a 
indicação de intervenção multidisciplinar o mais 
precocemente possível; 
• Fornece informações sobre funcionalidade, 
impacto emocional e sintomas físicos que a 
disfagia pode trazer ao indivíduo; 
• Risco de disfagia: escore > 3 pontos. 
 
SINTOMAS DA DISFAGIA 
Dificuldade de deglutir saliva. 
Dificuldade no controle da língua na alimentação. 
Aparecimento repentino ou persistência de reflexo 
patológico, como de mordida, procura, sucção, 
mastigação. 
Diminuição da movimentação das estruturas envolvidas 
na alimentação. 
Tosse frequente durante a ingestão de qualquer tipo de 
alimento ou líquido (ou saliva). 
Apneia e presença de resíduos que foram ingeridos na 
cavidade nasal. 
Perda de peso. 
Ingestão inadequada por período prolongado. 
 
 
 
FISIPATOLOGIA DAS COMPLICAÇÕES 
NUTRICIONAIS E RESPIRATÓRIAS DA DISFAGIA 
OROFARÍNGEA EM IDOSOS 
 
 
 
Nutrição-UFGD 
AVALIAÇÃO NUTRICIONAL 
Pacientes com disfagia estão em risco nutricional, logo o 
estado nutricional deve ser avaliado e monitorado 
regularmente. 
 
• Triagem de risco nutricional; 
• Avaliação antropométrica, incluindo: peso, 
altura, IMC, circunferências do braço e da 
panturrilha, dobras cutâneas triciptal e 
subescapular, perda involuntária de peso e força 
de preensão palmar; 
• Histórico clínico-nutricional: alteração do 
apetite, mastigação, deglutição, ingestão 
alimentar de um dia típico; 
• Avaliação bioquímica: proteína C-reativa, 
colesterol total, albumina, transferrina, vitamina 
B12, ácido fólico, 25(OH) vitamina D. 
 
OBJETIVOS DA TERAPIA NUTRICIONAL 
Maximizar a saúde e bem-estar. 
Melhora/manutenção do estado nutricional/prevenção da 
perda de peso. 
Minimizar risco de desidratação. 
Prevenção da aspiração (pneumonia aspirativa). 
Facilitar uma alimentação e deglutição segura. 
Melhora reabilitação fonoaudióloga. 
Na prescrição da dieta para o indivíduo com disfagia, 
alguns fatores devem ser considerados: 
• Grau de disfagia; 
• Estado cognitivo; 
• Grau de independência alimentar; 
• Aceitação e preferência alimentar; 
• Disponibilidade de supervisão profissional e 
familiar; 
• Estado nutricional; 
• Condições socioeconômicas. 
A prescrição da consistência da dieta deverá ser baseada 
na gravidade da disfagia determinada pelo(a) 
fonoaudiólogo(a). 
 
ATENÇÃO com os líquidos: 
• Exigem maior controle fisiológico do paciente; 
• Oferece maior risco de aspiração; 
• Avaliar se a consistência precisa ser modificada. 
 
Consistências propostas para os líquidos de acordo com 
a National Dysphagia Diet: Standardization for Optimal 
Care: 
 
Modificação da consistência da dieta é a 
base do manejo da disfagia. 
 
Nutrição-UFGD 
ESPESSAMENTO DOS LÍQUIDOS 
Objetivo: manter a hidratação. 
Deve ser efetuado em pacientes com disfagia (aspiração 
de líquidos). 
Utilizar produtos industrializados ou adaptações naturais. 
Meta: manter a mistura com textura palatável, segura e 
que garanta a hidratação. 
Ressalvas: 
• Preparações lácteas: a temperatura influencia 
na diluição, devendo-se liquidificar as resfriadas 
(10°C) para homogeneização; 
• Sucos: ácidos dificilmente formam grumos, ao 
contrário dos alcalinos, que, por vezes, precisam 
ser liquidificados. 
 
 
ORIENTAÇÕES NUTRICIONAIS PARA DISFAGIA 
Manter o paciente sentado no momento e 30 min após a 
refeição. 
Oferecer a alimentação ao paciente em local tranquilo, 
para favorecer a concentração e, com calma. 
Oferecer pequenas quantidades de alimentos de cada vez: 
utilizar talheres pequenos para assegura que isso 
aconteça. 
Esperar o paciente engolir todo o alimento contido na 
boca antes que outros sejam oferecidos. 
Respeitar a consistência dos alimentos e bebidas 
orientada pelo(a) nutricionista e/ou fonoaudiólogo(a). 
Evitar misturas de consistência na mesma preparação 
(exemplo: canjas, sopas com pedaços e com caldo em 
líquido fino). 
Sugestões para aumentar a oferta energética e proteica: 
 
CONSIDERAÇÕES PARA SUPLEMENTAÇÃO 
NUTRICIONAL EM DISFAGIA 
 
 
 
 
Nutrição-UFGD 
 
 
(DRGE)
É uma afecção crônica decorrente do refluxo de parte do 
conteúdo gástrico e, por vezes, gastroduodenal para o 
esôfago e/ou órgãos adjacentes (faringe, laringe, 
brônquios), acarretando um espectro variável de 
sintomas e sinais esofágicos e/ou extra-esofágicos, 
associados ou não a lesões teciduais. 
 
Fatores envolvidos: 
• Disfunção motora do EEI; 
• Aumento da pressão intra-abdominal (ascite, 
obesidade, gestação, roupas apertadas); 
• Retardo esvaziamento gástrico; 
• Uso de sonda nasogástrica; 
• Úlceras pépticas. 
 
CONTROLE DA PRESSÃO DO EEI 
 
Gastrina: ↑ pressão EEI, promove contração e fechamento 
(produzida no estômago). 
CCK e secretina: ↓ pressão EEI, promovem relaxamento 
(produzidos no pâncreas). 
Cafeína, teobromina e álcool: também diminuem a 
pressão. 
 
TRATAMENTO CIRÚRGICO PARA DRGE E 
HÉRNIA DE HIATO 
Consiste no envolvimento completo de 360° do esôfago 
distal pelo fundo gástrico, formando uma válvula anti-
refluxo. 
 
Inflamação da mucosa esofágica 
por diferentes causas (infecciosa, 
medicamentosa, refluxo) sendo 
uma das mais comuns a de 
refluxo devido à DRGE. 
Pode não apresentar sintomas. 
 
Nutrição-UFGD 
Primeira alteração macroscópica = 
hiperemia. 
Áreas afetadas: erosão superficial da 
mucosa, úlceras. 
Úlceras lesionam profundamente a parede 
esofágica e podem ocasionar estenose. 
Material esôfago: 
• Epitélio estratificado pavimentoso não 
queratinizado. 
 
 
 
 
 
ESÔFAGO DE BARRET 
Complicação da esofagite não tratada, onde o epitélio 
esofagiano escamoso é substituído por colunar 
prismático do estômago. 
Potencial de malignidade (metaplasia → 
adenocarcinoma). 
 
 
Manifestações clínicas: 
• Típicas: 
o Queimação; 
o Regurgitação; 
o Hipersalivação. 
• Atípicas: 
o Disfagia, odinofagia, náuseas, eructação, 
digestão lenta, soluços, saciedade 
precoce, dor epigástrica, êmese, dor no 
peito, tosse, rouquidão, sensação de 
obstrução na faringe, despertar do sono 
durante a noite, pesadelos. 
Fatores de risco: 
• Idade: 50 a 70 anos; 
• Infecção por Helicobacter pylori; 
 
Nutrição-UFGD 
• Dieta (refeições com grande volume ou ricas em 
gordura); 
• Bebidas carbonatas; 
• Nitratos (embutidos); 
• Obesidade e doenças associadas; 
• Gravidez (alta paridade, duração da gestação, 
idade da mãe); 
• Medicamentos (AINES, antibióticos, 
anticolinérgicos, bloqueadores dos canais de 
cálcio); 
• Estilo de vida (sedentarismo, estresse, 
tabagismo, etilismo). 
Objetivos da terapia nutricional: 
• Propiciar dieta adequada as necessidades 
individuais; 
• Prevenir a irritação da mucosa esofágica na fase 
aguda; 
• Diminuir ou excluiros alimentos que aumentar o 
refluxo e a secreção de ácidos gástricos; 
• Contribuir para o aumento da pressão do EEI; 
• Prevenir a dor e irritação da mucosa esofágica 
lesada; 
• Facilitar a digestão; 
• Reduzir a capacidade erosiva ou acidez das 
secreções gástricas; 
• Corrigir e manter o peso ideal ou desejável. 
Orientações nutricionais – Para manter ou aumentar a 
pressão do esfíncter esofagiano inferior e diminuir a 
irritação da mucosa inflamada: 
• Diminua o consumo de gorduras: evite 
preparações com mais gorduras como frituras, 
alimentos industrializados e adicionar outras 
fontes de gorduras nas refeições (óleos, banhas, 
etc.); 
• Evite: chocolate, álcool, café, mate, menta, 
bebidas à base de cola; 
• Não se deite logo após as refeições (aguarde de 
2 a 3h para se deitar após comer) para evitar 
comprimir seu estômago; 
• Evite alimentos ácidos: frutas cítricas (limão, 
laranja, abacaxi, tangerina, maracujá, entre 
outros), produtos à base de tomate, farinhas de 
mandioca e de milho, bebidas gaseificadas, 
cebola crua e excesso de alho; 
• Evite alimentos e condimentos picantes, tais 
como: pimentas em geral, cúrcuma, açafrão, 
páprica, gengibre, entre outros; 
• Evite alimentos e bebidas com temperaturas 
muito altas. 
Orientações nutricionais – Para diminuir a frequência e o 
volume do refluxo: 
• Diminua o volume das refeições e aumenta a 
frequência para 6 a 8 refeições por dia; 
• Evite beber líquidos durante as refeições; 
• Aumente o consumo de alimentos ricos em fibras 
para aumentar o trânsito do seu sistema 
digestório (constipação pode piorar os sintomas); 
• Mantenha-se bem hidratado, bebendo líquidos 
entre as refeições; 
• Diminua o consumo de carboidratos simples, tais 
como: farinhas brancas, açúcares, arroz branco, 
pão branco, refrigerantes, biscoitos doces, mel 
(aumenta a chance de regurgitação); 
• Reduza o peso corporal; 
• Comer em posição ereta; 
• Elevar a cabeceira da cama (em 20 a 25cm) ao 
deitar-se, de forma à diminuir a compressão do 
seu estômago; 
• Hipersensibilidade a um ou mais 
alimentos/bebidas: excluir da sua deita até 
aliviarem os sintomas: uma vez que controlados 
os sintomas, alguns dos alimentos excluídos 
poderão ser reintroduzidos aos poucos, 
verificando sua tolerância; 
• Evitar fumar e ingerir bebidas alcoólicas – 
aumentam a chance de ocorrer refluxo; 
• Evitar usar roupas apertadas. 
Burgos R et al. (2018). ESPEN guideline clinical nutrition 
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Carrión S et al. (2015) Oropharyngeal dysphagia is a 
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Cooper CA and Urso PP (2018). Gastroesophageal Reflux 
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Nutrição-UFGD 
Gallegos C et al. (2017) Nutritional Aspects of Dysphagia 
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Research. 
Nabholz TV et al (2005). Nutrição da Boca, Faringe e 
Esôfago Disfagia. In: Cukier , C; Magnino , D. e Alvarez, T. 
Nutrição baseada na fisiologia dos Órgãos e Sistemas. 
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Dietoterapia. 1ª edição. Rio de Janeiro, RJ: Guanabara 
Koogan. pp. 671-686.

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