Buscar

Patologia da Nutrição e Dietoterapia II - Doenças do estômago

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 5 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Nutrição-UFGD 
Funções básicas: 
• Reservatório de substâncias alimentares; 
• Secreção ácida; 
• Secreção enzimática; 
• Motilidade do sistema digestório; 
• Síntese do fator intrínseco (vitamina B12); 
• Controle do apetite. 
Anatomia macroscópica: 
 
Anatomia microscópica: 
 
Gastrite: inflamação da mucosa gástrica. Pode ser aguda 
ou crônica. 
Úlcera péptica: perda circunscrita de tecidos no tubo 
digestório que entram em contato com a secreção ácido-
péptica do estômago (o próprio estômago e o duodeno). 
MECANISMOS E FATORES NA PATOGÊNESE DA 
GASTRITE E DA ÚLCERA PÉPTICA 
 
Helicobacter pylori: 
• Etiopatogenia das 
úlceras: 80% das úlceras 
gástricas e 95% das 
duodenais. 
• Características: 
o Bactéria gram-negativa, espiralada, 
flagelada; 
o Capaz de se movimentar em meios de 
alta viscosidade; 
o Adere ao epitélio superficial da mucosa; 
o Inibe a produção de somatostatina, 
aumenta liberação gastrina; 
o Induz hipersecreção ácida (íons H+). 
 
SINTOMAS DE GASTRITE E ÚLCERA PÉPTICA 
 
Nutrição-UFGD 
TRATAMENTO 
• Antiácidos; 
• Bloqueadores de receptores de H2 (cimetidina, 
ranitidina); 
• Inibidores da bomba de prótons (omeprazol, 
pantoprazol); 
• Antibioticoterapia (infecção por H. pylori); 
• Cirurgia; 
• Dietoterapia. 
OBJETIVOS DA TERAPIA NUTRICIONAL 
• Reduzir os sintomas; 
• Facilitar a digestão; 
• Evitar distensão promovida por grandes 
refeições; 
• Diluir o conteúdo gástrico e providenciar ação de 
tamponamento; 
• Combater a anemia, caso presente; 
• Corrigir o estado nutricional da vitamina B12, 
caso haja deficiência. 
RECOMENDAÇÕES GÁSTRICAS 
 
RECOMENDAÇÕES DIETÉTICAS 
 
 
ORIENTAÇÕES NUTRICIONAIS 
• Diminua o volume de refeições e aumente a 
frequência (5 a 6 refeições do dia); 
• Mastigue bem os alimentos (reduza o esforço do 
estômago para a digestão); 
• Elimine o consumo de estimulantes do estômago: 
cafeína, álcool, hortelã, pimentas em geral, alho, 
cravo da índia; 
• Evite alguns condimentos fortes, tais como: 
pimentas, mostarda, ketchup, vinagre, molhos à 
base de tomate; 
• Evite alimentos excessivamente quentes; 
• Evite períodos de jejum prolongado ou de 
excesso de alimentação; 
• Evite alimentos ricos em enxofre (cebola, 
repolho, brócolis, feijão, quiabo, couve-flor, 
espinafre, agrião, ovo cozido, pimentão), frituras 
e alimentos gordurosos, pois estes alimentos 
podem provocar aumento de gases e dificultar a 
digestão, causando dor. 
COMPLICAÇÕES 
• Sangramentos (hematêmese ou melena) ou 
perfuração (úlcera péptica perfurada). 
↓ 
 
• Após resolução do problema e liberação da dieta 
pela equipe médica, iniciar com dieta líquida, 
seguindo as recomendações anteriores, 
evoluindo-se a consistência conforme tolerância. 
Cuidado com o “mito” do leite!!! 
Tratamento proposto no início do século XX: dieta a 
base de leite e creme de leite associada à antiácidos. 
↓ 
Alcalinização gástrica e alívio da dor. 
↓ 
Promove alívio imediato da dor por ser rico em 
cálcio e proteínas, mas estimula a produção de ácido 
gástrico, intensificando a dor. Não é necessário 
limitar o consumo, mas deve-se evitar quantidade 
abusivas. 
Conduta: dieta zero/nada por via oral (jejum 
absoluto de alimentação por via oral). 
Nutrição-UFGD 
Distúrbio crônico definido como um retardo no 
esvaziamento gástrico na ausência de qualquer 
obstrução mecânica, particularmente a estenose pilórica. 
MECANISMOS DE ACOMODAÇÃO E 
ESVAZIAMENTO GÁSTRICO 
 
Legenda: 
• DGFR – Fator de crescimento derivado de 
plaquetas; 
• SMC – Células musculares lisas; 
• ICC – Células intersticiais de Cajal. 
ETIOLOGIA 
Mais comuns: 
• Idiopático (36 a 49%); 
• Diabetes mellitus – tipo 1 e tipo 2 (25 a 29%); 
• Pós-cirúrgico (fundoplicatura e vagotomia) (7 a 
13%). 
Menos comuns: 
• Medicamentos (opioides, antibióticos, 
antiarrítmicos e anticonvulsionantes); 
• Distúrbios neurológicos (doença de Parkinson, 
amiloidose e disautonomia); 
• Infecção pós-viral (vírus Epstein-Barr, 
citomegalovírus e herpes vírus); 
• Distúrbios do tecido conjuntivo (esclerodermia e 
lúpus eritematosos); 
• Doença renal crônica. 
DIAGNÓSTICO 
Pacientes com sintomas abdominais pós-prandiais, como 
náuseas, vômitos, plenitude pós-prandial, inchaço e dor 
epigástrica, são candidatos a testes de motilidade 
gástrica. 
Os pacientes devem ser submetidos à endoscopia 
digestiva alta; se este teste não revelar uma causa para 
os sintomas, assa-se para os testes de motilidade e 
funcionais. 
A gravidade da gastroparesia é avaliada pelo grau de 
comprometimento nutricional OU perda de peso OU o grau 
de atraso para o esvaziamento gástrico. 
Cintilografia gástrica: 
 
Sinais e sintomas 
 
OBJETIVOS DA TERAPIA NUTRICIONAL 
Corrigir possíveis deficiência nutricionais, de eletrólitos e 
fluidos. 
Facilitar a digestão e trânsito gástrico. 
Evitar distensão abdominal promovida por grandes 
refeições. 
No caso de gastroparesia diabética, promover controle 
glicêmico adequado. 
ESTRATÉGIAS DE TRATAMENTO 
Modificação dietética (primeira linha de tratamento). 
Uso de medicamentos que estimulem a atividade motora 
(procinéticos) e que evitem sintomas, como: náuseas, 
vômitos, distensão e dor abdominal. 
Intervenção endoscópica e/ou cirúrgica. 
Anamnese nutricional na primeira avaliação: 
• Sinais e sintomas de deficiências nutricionais; 
Nutrição-UFGD 
• Consistência e volume das refeições; 
• Conteúdo de gordura e fibra alimentar ingeridos; 
• Tipos de alimentos mais bem tolerados; 
• Importante: anotar nome e frequência de uso de 
medicamentos que retardam o esvaziamento 
gástrico. 
MEDICAMENTOS QUE RETARDAM O 
ESVAZIAMENTO GÁSTRICO 
Anticolinérgicos: 
• Escopalamina (Buscopan®); 
• Biperideno (Akineton®). 
Antidepressivos tricíclicos: 
• Cloridrato de fluoxetina (Fluoxetina®); 
• Cloridrato de amitriptilina (Tryptanol®). 
Antiespasmódicos: 
• Escopalamina (Buscopan®); 
• Brometo de otilônio (Lonium®); 
• Cloridrato de mebeverina (Duspatalin®). 
Analgésicos narcóticos: 
• Morfina (Dimorf®); 
• Codeína (Codein®); 
• Metadona (Mytedon®); 
• Tramadol (Tramal®). 
Bloqueadores dos canais de cálcio: 
• Cloridrato de verapamil (Verapamil®); 
• Nifedipino (Nioxil® ou Adalat®); 
• Besilato de anlodipino (Anlodipino®). 
Agentes antidiabéticos: 
• Exenatida (Byetta®); 
• Liraglutida (Victoza®). 
ESTRATÉGIAS DE TRATAMENTO NUTRICIONAL 
 
 
 
 
ORIENTAÇÕES NUTRICIONAIS 
Diminua o volume de refeições e o tamanho dos alimentos 
(consistência pastosa pode ajudar); 
Aumente a frequência (5 a 6 refeições por dia, ao menos). 
Caso a sensação de saciedade aumente muito, substitua 
parte das refeições por líquidos com maior quantidade 
calorias. Use o quadro em anexo para aumentar a 
quantidade de calorias neste tipo de consistência. 
Mastigue muito bem os alimentos. 
Evite deitar-se por cerca de 1 a 2h após as refeições. 
Evite alimentos e preparações ricos em gordura. Em 
alimentos na consistência líquida a gordura é mais bem 
tolerada e é importante para a manutenção da sua saúde. 
Se tiver diabetes mellitus, evite açúcar ou alimentos que 
contenham açúcar para alcançar melhor controle da 
glicemia. 
Diminua a ingestão de alimentos ricos em fibras, pois 
pode retardar ainda mais o esvaziamento de alimentos do 
seu estômago, causando saciedade precoce, náuseas e 
inchaço abdominal. Siga a orientação do(a) nutricionista 
para consumir a quantidade adequada, sem excessos. 
Exemplos de alimentos ricos em fibras: 
• Leguminosas (feijões, fava, soja, ervilha, 
lentilhas); 
• Cereais e grãos integrais (cereais matinais com 
fibra, granola, farelos, farinhas integrais, arroz 
integral); 
Nutrição-UFGD 
• Castanhas e sementes (castanha-do-Pará, 
castanha-de-caju, sementes de girassol de 
linhaça, etc.); 
• Frutas frescas (maçã, frutas vermelhas, laranja, 
coco, figo); 
• Vegetais (brócolis, couve-de-Bruxelas, milho, 
casca de batatas,pele de tomates). 
• Pipoca. 
ANEXO: tipos de alimentos com mais calorias para 
acrescentar em refeições líquidas: 
• Leite em pó; 
• Creme de leite; 
• Requeijão; 
• Mel, geleias (se não tiver diabetes mellitus); 
• Azeite; 
• Ovos; 
• Farinhas. 
 
Camilleri M et al. Gastroparesis. Nat Rev Dis Primers, v. 4, 
n. 1, 41, 2018. 
Caruso L (2014). Distúrbios do trato digestório. In: 
CUPPARI, L. Nutrição Clínica no Adulto. 3ª edição. Barueri, 
SP: Manole. p. 297-396. 2014. 
Søreide K et al. Perforated peptic ulcer. Lancet, v. 386, n. 
10000, p. 1288-1298, 2015. 
Ximenes SHM (2019). Doenças do sistema digestório. In: 
ROSSI, L; POLTRONIERI, F. Tratado de Nutrição e 
Dietoterapia. 1ª edição. Rio de Janeiro, RJ: Guanabara 
Koogan. pp. 671-686.

Continue navegando