EXAMES NEUROLÓGICOS EM CÃES E GATOS

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EXAMES NEUROLÓGICOS EM CÃES E GATOS 
 INTRODUÇÃO 
Primeiro é importante observar as características do início da lesão, ver se é aguda ou crônica. 
Sinais clínicos agudos podem ser causados por condições vasculares ou traumáticas. Sinais 
clínicos crônicos são indiciosos e decorrentes de processos degenerativos ou neoplásicos. 
A lesão pode ser progressiva ou não progressiva. Quando é progressiva as características dela 
vão aumentando lentamente, quando é não progressiva é algo mais repentino ou o processo é 
mais acelerado. 
Os exames podem ser feito no próprio consultório e tem uma ordem a ser seguida. 
 ANAMNESE 
O histórico do animal vai ser crucial nesta etapa para serem feitos diagnósticos diferenciais. O 
exame é feito em duas partes: observação e palpação. Na observação vê a postura, marcha, 
estado mental e identificação de movimentos involuntários. Na palpação faz o teste de 
avaliação postural, avaliação dos nervos cranianos, reflexos espinhais e avaliação sensorial. 
 OBSERVAÇÃO 
Verificar se o animal tem estado de consciência, se ele está delirando, alucinando, se está feliz 
ou triste. Observar sinais neurológicos característicos como apoiar a cabeça na parede 
repetidas vezes, que pode ser um sinal de acidente vascular isquêmico. 
Na postura deve-se observar se a coluna vertebral apresenta lesões congênitas ou adquiridas 
que produz desvios espinhais, como escoliose, cifose ou lordose (mais comum em dachsund). 
Observam-se também posturas características de determinadas lesões. 
O animal em posição plantígrada pode significar lesão no neurônio motor ou inferior, chamada 
vulgarmente de achinelamento. 
A postura de Scuff-cherrington é a rigidez dos membros torácicos, flexão dos quadris e 
consciência preservada. É causada por alguma lesão aguda rostral, como acidente vascular ou 
trauma. 
Na rigidez de desecerebração todos os membros ficam em extensão e o nível de alteração 
cerebral do animal é de estupor ou coma. 
Quando se observa a marcha do animal deve-se colocar ele num local não escorregadio e ele 
deve ser guiado pelo próprio tutor para caminhar em linha reta, em círculos fechados, depois 
em círculos abertos e vai aumentando. 
Se a marcha for anormal pode ser uma ataxia, paresia ou claudicação. A Ataxia pode ser 
sensorial (provocada pela perda de sensação de posição do membro em relação ao corpo), 
cerebelar (incapacidade de controlar a velocidade e movimentos) ou vestibular (quando há 
inclinação do corpo, queda ou rolamento para um lado). A paresia é a perda da habilidade de 
sustentação e a claudicação é o animal mancando. 
Se o animal tiver movimentos involuntários, eles podem ter origem muscular ou neural. Há um 
tipo de mioclunus que causa tremor causado por doenças cerebelares. As crises epiléticas são 
caractericadas pela atividade elétrica é ligado ao pró encéfalo. 
 PALPAÇÃO 
São feitos testes para avaliar o sistema neurológico do animal. Para reações posturais faz o 
teste de propcepção e saltitamento. 
O teste de propcepção é feito dobrando a pata do animal para trás com ele em pé e ele deve 
voltar com a pata ao chão se ele estiver saudável. Faz esse procedimentos em todos os 
membros. 
O teste de saltitamento é feito segurando o paciente para que grande parte do peso seja 
jogado para um único membro e depois coloca ele para andar, ele deve andar saltitando em 1 
único membro. É importante estar atento se o chão é escorregadio, pois não é recomendável. 
A palpação da coluna serve para detectar áreas que o animal possa estar sentindo dor. Aplica 
pressões crescentes lateralmente aos processos espinhosos em uma sequência craniocaudal 
ou caudocranial. 
A palpação deve ser sempre a última etapa do exame 
 EXAME SENSORIAL 
A resposta à ameaça é um comportamento aprendido, então pode não ter em todos os 
animais. Para avaliar tampa um olho do animal e deixa algo cair na frente dele para ver se ele 
vai ter reflexo. Deve ser feito com os dois olhos. 
Pode também tampar os dois olhos do animal passar uma pinça no focinho para ver se ele 
responde. 
O estrabismo é a disfunção do par II dos nervos cranianos, que é o oclomotor. Pode gerar uma 
queda da pálpebra, que é chamada de ptose palpebral e pode ocasioar midriase 
O nistagmo é uma movimentação involuntária do bulbo ocular. É sempre associado à 
integridade do nervos cranianos II, IV, VI e VII e pode ser do tipo: 
 Ressalto: uma fase rápida e uma fase lenta 
 Posicional ou fisiológico 
 Horizontal ou vertical 
A simetria facial tem a ver com o nervo craniano. Deve-se buscar simetria entre a face direita e 
a esquerda. Pode abrir a boca do animal para ver se a musculatura está rígida. Deve-se avaliar 
e tem massas nos dois lados. Hipotrofias dos músculos de mastigação indicam lesão da porção 
eferente do ramo mandibular e do nervo trigêmeo. 
Nos membro torácico avalia a integridade do segmento de C6 – T2 e das raies nervosas 
associadas e avalia o plexo braquial. Alguns animais passam a ter lipomas axilares, que 
precisam ser resolvidos o mais rápido possível porque tem um grande quantidade de nervos, 
se lesionados, podem gerar conseqüências graves. 
Para avaliação do reflexo perineal é feita a estimulação do períneo com uma pinça 
hemostática. O animal vai contrair o esfíncter anal e flexão da cauda. Esse reflexo testa a 
integridade do nervo pudendo, segmentos espinhais S1 – S3 e da cauda eqüina. 
Pressão do digito lateral: flexão do membro pela participação do nervo ciático, faz uma 
pressão e o animal puxa a pata. Deve-se fazer também pressão do dígito medial e reflexo 
patelar, que avaliar a integridade L4 – L6 e do nervo femoral. 
 NOCICEPÇÃO 
Avalia a noção de dor. Envolve a participação dos nervos periféricos, da medula espinhal, do 
tronco encefálico e córtex prosencefálico. Deve-se pinçar as membranas interdigitais dos 
membros torácicos e pélvicos. Se a dor superficial for pouca, realiza a avaliação de dor 
profunda. O animal deve retirar o membro, ou virar a cabeça, vocalizar ou tentar morder, ele 
deve mudar o comportamento. 
 CONCLUSÃO 
Os exames neurológicos são fundamentais para fazer diagnósticos diferenciais e devem ser 
feitos seguindo a ordem correta, sendo a palpação de coluna a última etapa