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Hematologia Semestre VI 2020 FAM - SP HEMATOLOGIA – ▪ Hematopoiese....................................................................................................................................................1 ▪ Transtornos da Medula óssea...........................................................................................................................3 ▪ Hemograma. .....................................................................................................................................................4 ▪ Mielograma.......................................................................................................................................................5 ▪ Hemostasia........................................................................................................................................................6 ▪ Distúrbios de hemostasia. ................................................................................................................................7 ▪ Trombofilias... ...................................................................................................................................................8 ▪ Anticoagulantes e antiagregantes...................................................................................................................10 ▪ Coagulograma..................................................................................................................................................10 ▪ Tabela de TVP...................................................................................................................................................11 ▪ Tabela de TEP....................................................................................................................................................12 ▪ Hemorragias agudas.........................................................................................................................................13 ▪ Choque hipovolêmico.......................................................................................................................................15 ▪ Tabela CIVD.......................................................................................................................................................17 ▪ Tabela sepse.....................................................................................................................................................18 ▪ Púrpuras e a sepse...........................................................................................................................................20 ▪ Relação da sepse com a CIVD...........................................................................................................................20 ▪ Síndrome Compartimental...............................................................................................................................21 ▪ Tríade letal.......................................................................................................................................................24 ▪ Sangramento crônico. .....................................................................................................................................26 ▪ Leiomioma uterino..........................................................................................................................................27 ▪ Aspectos éticos da hemotransfusão................................................................................................................29 HEMATOLOGIA – Hematopoiese • As primeiras células sanguíneas surgem no período embrionário (pré-hepático), por volta da sétima ou oitava semana de vida; • Até o 3º mês, a formação das células se faz em agrupamentos de células arredondadas localizadas no saco vitelínico → ocorre então eritropoiese, que se desenvolve no mesoderma. • Do 3º ao 6º mês, ocorre a migração destas células primordiais para o fígado; pouco depois, ocorre hematopoiese também no baço, timo e linfonodos; - Nesse período, além de haver eritropoiese, surgem outras linhagens hemopoiéticas, como granulócitos e megacariócitos; • Ao 6º mês inicia-se o período medular; por voltar do 7-8º mês o período hepatoesplênico-tímico chega ao seu ponto mínimo. • Ao nascimento: há hematopoiese em praticamente todos os ossos do corpo. Ocorre ainda uma hematopoiese residual ou nula no fígado e baço; O fato de a criança ainda apresentar uma hematopoiese residual no fígado e baço, justificar o fato delas apresentarem hepato-esplenomegalia diante de qualquer situação que exija a maior produção de células sanguíneas (infecção, por exemplo). • De 2 a 4 anos de idade: começam a aparecer adipócitos na MO, reduzindo a medula óssea vermelha (que é a MO metabolicamente ativa). • Criança – adulto jovem: com o progredir da idade a MO vermelha começa reduzir de forma centrípeta, passando a se localizar mais no esqueleto axial. Ocorre então redução da hematopoiese nos ossos longos e, no adulto, permanece apenas em ossos específicos (crânio, vértebras, costelas, esterno, osso ilíaco e epífises dos ossos longos). • Adulto maduro: A relação entre MO vermelha e MO amarela se estabiliza na 2ª década de vida. Na 7ª década há na MO cerca de 1/3 de tecido adiposo e 2/3 de hematopoiético. Após a 7ª década a hematopoiese decai e ocupa de ½ a 1/3 do volume medular. A hematopoese tem como pré-requisito a existência de um microambiente normal, capaz de sintetizar fatores necessários à sobrevivência das células progenitoras, favorecer as interações entre células de diferentes tipos e acomodar as células em desenvolvimento. Nos diferentes nichos hematopoéticos descritos desde a vida uterina até fase adulta, existem, além dos precursores hematopoéticos, outras células, que constituem o estroma formado por componente celular: - Fibroblastos; - Osteoblastos, osteoclastos; - Células-tronco mesenquimais; - Adipócitos; - Macrófagos; - Linfócitos; - Células endoteliais dos sinusoides medulares. • Além de um componente acelular, composto por substâncias que modulam as atividades celulares, chamadas fatores de crescimento, citocinas e proteínas de matriz extracelular, as quais favorecem a organização e a estrutura da MO. • A regulação de CTH compreende, portanto, um processo multifatorial, incluindo também sinais químicos, físicos e mecânicos, como temperatura, força de cisalhamento, tensão de O2 constituintes de matrix e presença de íons. A medula óssea com atividade hematopoiética é denominada medula óssea vermelha (medula metabolicamente ativa), devido a presença de grande quantidade de hemácias e precursores eritróides. O restante dos ossos contém a denominada medula óssea amarela, preenchida por tecido adiposo, porém com potencial para voltar a produzir células sanguíneas sob determinados estímulos. Todos os elementos do sangue (hemácias, plaquetas e leucócitos) originam-se de uma única célula progenitora → células-tronco hematopoiéticas, que apresentam 3 propriedades: Autorrenovação Capacidade de produzir células idênticas. Diferenciação Produção de todas as linhagens das células hematológicas maduras. Plasticidade Capacidade de transdiferenciação, ou seja, de originar células de outros tecidos. • A origem da Célula – Tronco Hematopoiética (CTH) pode ser entendida relembrando os conceitos da embriogênese: Célula-tronco totipotente (zigoto) Capacidade de formar todos os tecidos embrionários e extraembrionários. Célula-tronco pluripotente (blastocisto, Capacidade de formar qualquer tecido embrionário 1 HEMATOLOGIA – também chamada célula- tronco embrionária) Célula-tronco multipotente Capacidade de formar tecidos específicos (como neurológico, epidérmico,sanguíneo – também chamada célula-tronco adulta), mas com propriedade de plasticidade • Inicialmente, a CTH se difere em dois tipos de células comissionadas, cada uma comprometida com a formação de uma grande linhagem hematológica: - A célula comissionada do tecido mieloide (que dará origem às hemácias, plaquetas, granulócitos e monócitos); - A célula comissionada de tecido linfóide (que dará origem aos linfócitos). Estas células, diferentemente da célula-tronco que as originou, não apresentam a pluripotencialidade, ou seja: uma célula de tecido mieloide não é capaz de formar linfócitos, assim como a célula de linhagem linfoide não forma eritrócitos, plaquetas, granulócitos ou monócitos. A diferenciação das células troncos em cada um dos componentes se dá através dos fatores de crescimento, produzidos por órgãos como o fígado e os rins. SÉRIE VERMELHA – ERITRÓCITOS • A produção de fatores de crescimento e de diferenciação é mediada, no caso das células vermelhas, por baixas concentrações de O2. A hipóxia tecidual estimula a produção de eritropoetina (EPO) pelos rins que, quando liberada na corrente sanguínea, atua na medula óssea estimulando as células troncos eritropoiéticas; • A primeira célula da linhagem vermelha é o proeritroblasto que se diferencia em eritroblasto, basófilo, policromatófilo, ortocromático, reticulócito e, por fim, hemácia; • Com a diferenciação ocorre aumento da concentração intracelular de hemoglobina ao mesmo tempo que há redução da quantidade de organelas intracelulares nos reticulócitos; • O núcleo se condensa e é excretado da célula para aumentar o espaço disponível para a hemoglobina; • Após essa etapa está formada a hemácia madura, que migra da medula óssea e entra nos vasos sanguíneos pelo processo de diapedese; • Uma hemácia madura é incapaz de sintetizar hemoglobina, cuja a vida em circulação é de aproximadamente 120 dias; • Após cerca de 120 dias em circulação, em virtude do seu esgotamento metabólico e alterações degenerativas, as hemácias são removidas e destruídas intracelularmente em células do sistema monocítico, macrofágico, especialmente no baço, fígado e MO; • Uma vez fagocitada, a hemácia é decomposta em seus componentes, sendo os mais importantes a membrana e a hemoglobina. Proteínas e fosfolipídeos da membrana são digeridos; • A hemoglobina é decomposta em globina – que é metabolizada dando origem a aminoácidos) e o heme, que por sua vez, com a abertura do anel de protoporfirina, libera o ferro e forma a bilirrubina; • O ferro permanece no macrófago e será reaproveitado para a síntese de hemoglobina de excreção de ferro, de forma que a molécula passe a fazer parte do pool de armazenamento e poderá ser utilizada novamente para síntese de hemoglobina; • Para voltar a um eritroblasto em desenvolvimento o ferro pode ser liberado na superfície da célula, e transportado para o eritroblasto ligado a trasferrina; → As funções primordiais dos glóbulos brancos são as de transporte de O2 dos pulmões aos tecidos, mantendo a perfusão tissular adequada, e transportar CO2 dos tecidos aos pulmões. SÉRIE BRANCA – LEUCÓCITOS Os glóbulos brancos são formados parte na MO (granulócitos, monócitos e parte dos linfócitos) e outra parte no tecido linfático (linfócitos e plasmócitos). Assim, partindo da célula tronco pluripotente, são formados duas linhas de células: a mielocítica e a linfocítica. ❖ Linhagem mielocítica: é formada apenas dentro da MO e se inicia com o mieloblasto que, por fim, se diferencia em neutrófilo, eosinófilo, basófilo e monócito. • Para formação do neutrófilo, o mieloblasto se diferencia excessivamente em promielócito, mielócito, metamielócito, netrófilo bastonete e, por fim, neutrófilo segmentado ou polimorfonuclear. Esses precursores são talvez os mais importantes, visto que em infecções graves são essas células jovens que são liberadas no sangue periférico; • As células finais dessa linhagem podem ser classificadas quanto a presença ou não de grânulos no seu citoplasma, 2 HEMATOLOGIA – sendo classificas em agranulocíticas (monócitos) e granulocíticas (neutrófilos, eosinófilos e basófilos); • Esses leucócitos ficam armazenados na MO até que sejam recrutados por algum tecido do corpo em processo inflamatório/infeccioso. → Monócitos: originam-se na MO após entrarem em circulação – possuem meia vida curta de 8,4h, logo migrando para diferentes tecidos, onde recebem o nome de macrófagos nos diferente tecidos. Participam da fagocitose de células mortas, corpos estranhos, regulação da função de outras células, processamento e apresentação de antígenos, reações inflamatórias e destruição de células tumorais; → Neutrófilos: originam-se na MO. Possuem papel crucial na defesa do organismo, fagocitando e digerindo microrganismos. Uma vez no local da infecção, o neutrófilo pode tanto fagocitar o microrganismo ou liberar para o meio extracelular o conteúdo de seus grânulos ricos em enzimas antimicrobianas; → Eosinófilos: originam-se na MO. Possuem função importante por mediação de processos inflamatórios, associados à alergias, à defesa contra parasitas helmínticos, e em certos distúrbios cutâneos alérgicos e neoplásicos; → Basófilos: originam-se e amadurecem na MO. Produzem diversos mediadores inflamatórios, sendo um dos principais deles a histamina, além de possuírem receptores de IgE na membrana plasmática; ❖ Linhagem linfocítica: é produzida nos tecidos linfáticos (medula óssea, linfonodos, baço, timo, tonsilas). Os dois principais tipos são: linfócitos B e linfócitos T; • As células que se destinam a formas linfócitos T são pré- processadas no timo e ocorre até poucos meses após o nascimento e, após esse período a taxa cai drasticamente; • Já os precursores do linfócito B são pré-processados no fígado durante a parte média da gestação e passam a ser pré-processados na MO no final da gestação; • Os linfócitos B são capazes de produzir anticorpos, que são moléculas proteicas destinadas a reagir a antígenos específicos. Isso faz com que a quantidade linfócitos B seja muito superior à de T, visto que casa um produzirá um anticorpo diferente com reatividades diferentes; → Linfócitos: os linfócitos T e B, após completarem sua maturação em órgãos linfoides primários (timo e MO), vão para corrente sanguínea, mas ainda são células virgens, ou seja, ainda não sofrem estimulação antigênica. Logo a seguir, elas migram para órgãos linfoides secundários, (linfonodo e baço), estabelecendo-se em sítios específicos, onde se dá a estimulação antigênica; → Plasmócitos: são originados dos linfócitos B maduros e normalmente circulam no sangue em pequenas quantidades, sendo encontrados primordialmente na MO, nos linfonodos e no baço. → Plaquetas: se diferenciam dos outros elementos sanguíneos por serem consideradas fragmentos de células, e não propriamente uma célula. O mieloblasto na MO se diferencia em promielócito que, por sua vez se diferencia em megacariótico e outros precursores dos granulócitos. O megacariócito é uma grande célula que libera na MO fragmentos de membranas envolvidas por citoplasma, que são as plaquetas. Apesar de não possuírem um núcleo, as plaquetas contêm em seu interior proteínas contráteis, resíduos de retículo endoplasmático e o complexo de Golgi, mitocôndria e diversas enzimas essenciais para o processo de hemostasia. Sua meia vida no sangue é de 7 a 12 dias. Após esse período são eliminadas da circulação principalmente pela ação dos macrófagos do sistema retículo endotelial. São responsáveis por elaborados processos bioquímicos envolvidos na hemostasia, trombose e coagulação do sangue. Transtornos da Medula óssea CLASSIFICAÇÃO INICIAL DA ANEMIA 1. Defeitos na produção medular (hipoproliferação); 2. Defeitos na maturação doseritrócitos (eritropoiese ineficaz); 3. Diminuição da sobrevida dos eritrócitos (perda de sangue/hemólise). • A anemia hipoproliferativa é observada em associação a um baixo índice de produção dos reticulócitos juntamente com pouca ou nenhuma alteração na morfologia dos eritrócitos (anemia normocítica normocrômica); • Os distúrbios da maturação costumam provocar um aumento leve a moderado do índice de produção dos reticulócitos, acompanhado de índices eritrocitários macrocíticos ou microcíticos; • O aumento da destruição dos eritrócitos em consequência de hemólise resulta em elevação de pelo menos três vezes o normal no índice de produção dos reticulócitos, contando que haja ferro suficiente; • Se os índices eritrocitários estiverem normais, a anemia será quase certamente de natureza hipoproliferativa; • Os distúrbios da maturação caracterizam-se pela produção ineficaz dos eritrócitos e baixo índice de produção dos reticulócitos; • Pelo menos 75% dos casos de anemia são de natureza hipoproliferativa; • A anemia hipoproliferativa reflete insuficiência medular absoluta ou relativa, em que a medula eritroide não prolifera apropriadamente para o grau da anemia, sendo causada por deficiência branda ou moderada de ferro ou inflamação, podendo resultar da lesão da medula óssea, deficiência de ferro ou estimulação inadequada da EPO. 3 HEMATOLOGIA – • Os testes laboratoriais essenciais para distinguir as várias formas de anemia hipoproliferativa incluem os níveis séricos de ferro e a capacidade de ligação ao ferro, a avaliação das funções renal e tireóidea, a biópsia ou o aspirado de medula óssea para detectar a presença de lesão medular ou doença infiltrativa, e a ferritina sérica para a avaliação das reservas de ferro; • Os distúrbios de maturação dividem-se em duas categorias: defeitos da maturação nuclear, associados a macrocitose, e defeitos da maturação citoplasmática, associados a microcitose e hipocromia, habitualmente em decorrência de defeitos na síntese da hemoglobina; • Os defeitos da maturação nuclear resultam de deficiência de vitamina B₁₂ ou ácido fólico, lesão por fármacos ou mielodisplasia; - Os fármacos que interferem na síntese do DNA celular, como o metotrexato ou os agentes alquilantes, podem provocar um defeito na maturação nuclear; - O álcool isoladamente também é capaz de induzir à macrocitose ou grau variável de anemia; contudo, esta situação geralmente está associada à deficiência de ácido fólico. • Os defeitos da maturação citoplasmática resultam de deficiência grave de ferro ou anormalidades na síntese da globina ou do heme. - Se a anemia ferropriva for leve a moderada, a proliferação medular eritroide é reduzida, e a anemia é então classificada como hipoproliferativa; - Entretanto, se a anemia for grave e prolongada, a medula eritroide se tornará hiperplásica apesar do suprimento inadequado de ferro, sendo a anemia classificada como causada por eritropoiese ineficaz com defeito da maturação citoplasmática. Hemograma Estabelece os aspectos quantitativos e qualitativos dos elementos celulares do sangue, como eritrócitos, leucócitos e plaquetas. ERITROGRAMA • Contagem de eritrócitos: determinação do número de eritrócitos por mm³ de sangue. - Homem: 4.400.000 a 6.000.000/mm³ - Mulher: 3.9000.000 a 5.400.000/mm³ • Dosagem de Hemoglobina (Hb): determinação da quantidade total de Hb, por meio da lise das hemácias e determinação do valor por espectrofotometria. - Homem: 14 a 18g/Dl - Mulher: 12 a 16g/dL • Hematócrito (Ht): é a proporção que o volume da massa eritrocitária ocupa na amostra de sangue, estabelecida pela relação percentual entre a massa eritrocitária e o plasma. - Homem: 40 a 54% - Mulher: 38 a 49% • Volume Corpuscular Médio (VCM): refere-se à média do volume de uma população de eritrócitos. 80 a 96fL valores inferiores – microcítica; valores superiores – macrocítica; • Hemoglobina Corpuscular Média (HCM): média do conteúdo de Hb em uma população de eritrócitos. 27 a 21pg; • Concentração de Hemoglobina Corpuscular Média (CHCM): média das concentrações internas de Hb de uma população de eritrócitos. - 32 a 36g/dL valores inferiores – hipocromia; valores superiores – hipercromia • Red Distribution Width (RDW): coeficiente que revela numericamente a variação de volume dos eritrócitos. 11 a 14,5. LEUCOGRAMA • Os leucócitos são as principais células do sistema imune e atuam tanto de forma direta (neutrófilos, linfócito T citotóxico, células NK) quanto de forma indireta, pela produção de anticorpos (linfócito B). • • O nº global de leucócitos deve ser sempre avaliado em conjunto com os valores absolutos de cada subtipo leucocitário e as possíveis alterações morfológicas. • Valores normais para o adulto: Leucócitos – 4.400 a 11.000/mm³; • Neutrófilos - 1.600 a 6.600/mm³; Linfócitos – 1.200 a 3.500/mm³; Monócitos – 0 a 400/mm³; Eosinófilos – 0 a 400/mm³; Basófilos – 0 a 100/mm³. • Polimorfonucleares (granulócitos): neutrófilos, eosinófilos e basófilos; 4 HEMATOLOGIA – • Mononucleares: monócitos e linfócitos. → Leucocitose: aumento na contagem de leucócitos, usualmente maior que 11.000/mm³, geralmente à custa do aumento isolado de linhagem única: neutrófilo, basófilo, linfócito ou monócito. • Neutrofilia: aumento da contagem dos neutrófilos (segmentados + bastonetes) >7.000mm³. - Desvio à esquerda: aumento da quantidade de bastonetes >700/μL. Quanto mais intenso o desvio, maior o aumento das formas imaturas. - Desvio à direita (neutrófilos hipersegmentados): presença de mais de 3% de neutrófilos com 5 ou mais lóbulos. • Linfocitose: aumento da contagem de linfócitos; • Plasmocitose: presença de plasmócitos no sangue periférico. É patológica e pode ser reacional ou neoplásica; • Monocitose: contagem >800/μL e tem, como principais causas: reacional ou clonal; • Eosinofilia: aumento da contagem de eosinófilos superiores a 500/mm³; • Basofilia: aumento da contagem de basófilos superiores a 200/mm³ → Leucopenia: Diminuição da contagem de leucócitos. Pode ser resultado da baixa produção medular, de elevada utilização, de marginalização excessiva do pool circulante ou de hiperesplenismo. • Neutropenia: diminuição da contagem de neutrófilos inferiores a 1.500/mm³ de sangue; • Linfopenia: diminuição da contagem linfocitária inferior a 1.000/mm³; • Monocitopenia: diminuição da contagem de monócitos inferiores a 100/mm³; • Eosinopenia: diminuição da contagem de eosinófilos inferiores a 20/mm³; • Basopenia: diminuição da contagem de basófilo. Pouca aplicabilidade clínica PLAQUETOGRAMA Valor normal é de 140.000 a 450.000/mm³ Mielograma • O mielograma é um dos exames para avaliação da medula óssea e é realizado através de punção óssea, seguida de aspiração, sendo realizada sob anestesia local ou sistêmica; • Os ossos mais abordados são o ilíaco, o esterno e a tíbia; • O mielograma tem a finalidade de estudar qualitativa e quantitativamente as células germinativas/precursoras sanguíneas; • O exame mostra como se comporta a geração das hemácias, plaquetas e leucócitos, podendo ser exame diagnóstico em determinados tipos de neoplasias (leucemias), displasias (síndrome mielodisplásica) ou aplasias sanguíneas, onde encontramos pancitopenia. 5 HEMATOLOGIA – Distúrbios da hemostasia Hemostasia A hemostasia é o processo resultante do equilíbrio entre proteínas pró-coagulantes, anticoagulantes e fibrinolíticas, para manter o sangue fluido, e quando necessário, coibir o sangramento. Hemostasia primária • Após lesão endotelial, ocorrem exposição do colágeno e vasoconstrição reflexa (diminuição do calibre do vaso no local – diminuição do fluxo sanguíneolocal b → redução do sangramento). Porém, apenas a vasoconstrição não é suficiente, necessitando da ação plaquetária; • Plaquetas circulantes aumentam seu tamanho e se aderem ao colágeno (exposto devido à lesão) por meio do fator de Von Willenbrand, liberado pelo endotélio em razão do estresse de cisalhamento; • Essa adesão ocorre por intermédio das glicoproteínas Ib (GPIb) e la-lla localizadas, respectivamente, na superfície das plaquetas e do colágeno; • As plaquetas aderidas ao colágeno são ativadas, liberando secreções dos conteúdos granulares (adenosina, difosfato, prostaglandinas, tromboxano A2 e serotonina), e sofrem alteração de sua estrutura, expondo outra glicoproteína de membrana: GPIIb/IIIa → esta é a responsável pela agregação plaquetária por meio da sua ligação ao fibrinogênio: agregação plaqueta-plaqueta. • As secreções dos grânulos plaquetários são responsáveis por maiores vasoconstrição, adesão, ativação e agregação plaquetária. Assim, forma-se o tampão plaquetário, responsável pelo controle do sangramento em poucos minutos; • Por fim, o tampão plaquetário tem atividade pró- coagulante, por meio da exposição de fosfolípides pró- coagulantes e complexos enzimáticos na superfície da plaqueta, o que resulta na inter-relação entre ativação plaquetária e ativação da cascata da coagulação. → Adesão plaquetária: plaquetas se aderem ao endotélio; → Agregação plaquetária: plaquetas se agregam entre si para formar o tampão plaquetária. Hemostasia secundária • Reações da cascata da coagulação, que consistem na ativação sequencial de uma série de pró-enzimas ou percursores proteicos inativos em enzimas ativas, resultando na formação de fibras de fibrina que fortalecem o tampão plaquetário; • Todos os fatores de coagulação são produzidos pelo fígado, com exceção do fator VIII e do fatore de Von Willebrand, que são secretados pelo endotélio; Cascata de coagulação • Existem dois mecanismos relacionados intimamente que, quando estimulados, podem gerar fibrina; • O mecanismo intrínseco refere-se à sequência de reações enzimáticas que se inicia quando o sangue entra em contato com a superfície lesada; • O mecanismo extrínseco refere-se à sequência de reações que ocorrem quando a lesão de um vaso sanguíneo resultando na liberação de extratos teciduais – Fator Tecidual; • Estas duas vias convergem para a ativação do fator X na via comum, o que leva, à formação de fibrina. • Os fatores de coagulação são designados, em sua maioria, por algarismos romanos → Para indicar sua forma ativada do fator, acrescenta-se a letra “a” minúscula após o algarismo; • Os fatores de coagulação podem ser agrupadas da seguinte maneira: a) fatores que se modificam durante a coagulação (fatores I, V, VIII e XIII); b) fatores do grupo da protrombina (fatores II, VII, IX e X); c) fatores do grupo de contato (fatores XI e XII). 6 HEMATOLOGIA – Via extrínseca • O fator VII circulante liga-se ao fator tecidual – tromboplastina; • A tromboplastina ativa o fator VII, que se transforma em fator VIIa; • O fator VIIa ativa o fator X, transformando-se em Xa; • A partir da ativação do fator X, a via passa ser “comum”, pois ocorre tanto na via extrínseca como na intrínseca; • O fator Xa, na presença de cálcio e o fator V, ativam o fator II (protombina), que vai se transformar em fator IIa (trombina); • O fator IIa (trombina) ativa o fator I (fibrinogênio), que se tranforma em fator Ia (fibrina). Via intrínseca • Inicia-se pelo contato do sangue com uma superfície diferente do endotélio normal e das células sanguíneas; • A sequência de reações enzimáticas produz o coágulo sanguíneo nas diferentes etapas: - Fase de contato; - Ativação do fator X; - Formação de trombina; - formação de fibrina insolúvel. • A fase de contato (fatores teciduais) envolve quatro proteínas: fator XII, pré-calicreína, fator XI e cininogênio de alto peso molecular (CAPM); • Na presença de CAPM, o fator XII é ativado (fator XIIa) por fatores de contato; • A calicreína e o cininogênio de alto peso podem modular a ativação do fator XII; • Esta lesão resulta na liberação de fosfolipídios plaquetários ou fator 3 plaquetário (FP3); • O fator XIIa atua enzimaticamente sobre o fator XI para ativá-lo, constituindo a segunda etapa da via intrínseca; • O fator XIa, na presença do Cálcio, atua sobre o fator IX ativando-o enzimaticamente; • Por sua vez, o fator IXa, na presença de cálcio e do VIII, ativam o fator X, que se transforma em Xa; A partir daqui, via comum: • O fator Xa, na presença de cálcio e fator V, ativam o fator II (protombina), que se transforma em IIa (trombina); • O fator IIa ativa o fator I (fibrionogênio), que se transforma em Ia (fibrina). Protombina é produzida no fígado pela vitamina K; Esse coágulo de fibrina permanece no local da lesão até que o tecido se recupere; depois ele precisa ser eliminado, pois caso se soltar pode obstruir o vaso. Hemostasia terciária - fibrinólise • Corresponde à remoção do coágulo através do mecanismo fibrinolítico; • O vaso lesionado libera o ativador de plasminogênio tecidual (APT); sua liberação é estimulada pela presença da trombina, serotonina, bradicinina, adrenalina e citocinas; • O APT ativa o plasminogênio, o qual ao se ligar à fibrina se transforma em plasmina; • A plasmina degrada aos poucos o coágulo: lise da fibrina, aumente eliminando-o; A tromboplastina inativa a heparina (anticoagulante); Hemostasia primária: “faz o paciente parar de sangrar”. Hemostasia secundária: “não deixa o paciente voltar a sangrar”. Distúrbios de hemostasia Distúrbios das hemostasias primárias Os distúrbios da hemostasia primária são resultantes de 3 mecanismos: 1. Fragilidade da parede vascular: púrpuras não trombocitopênicas; 7 HEMATOLOGIA – 2. Alterações quantitativas ou qualitativas das plaquetas: trombocitopenia (causa mais importante de sangramento e pequenos vasos). - Trombocitopenia por diminuição de produção: pode ser congênita ou adquirida. As congênitas são muito raras (síndromes de Wiskott-Aldrich; síndrome de Bernard- Soulier, tromboatenia de Glanzmann e May-Hegglin). As formas adquiridas são mais comuns e são causadas por doenças primárias da MO, carências nutricionais de vitamina B12 e ácido fólicos e quadros infecciosos. - Trombocitopenia por excesso de destruição: Púrpura Trombocitopênica Idiopática; Trombocitopenia aloimune neonatal; Púrpura trombocitopênica imunológica; Púrpura trombocitopênica trombótica; - Defeitos qualitativos das plaquetas: defeitos congênitos ou adquiridos (ingestão de AAS; ingestão de outros anti- inflamatórios não hormonais; uremia) 3. Alterações quantitativas ou qualitativas do Fator de von Willebrand (FvW): - Doença de von Willebrand: coagulopatia hereditária mais frequente → ocorre uma redução da síntese do fator von Willebrand ou produção de substância alterada. A manifestação clínica dos distúrbios de hemostasia primária mais comum é: sangramento mucocutâneo espontâneo e/ou imediatamente após pequenos traumas (petéquias, gengivorragia, epistaxe, hematêmese/melena, hematúria, menorragia). Distúrbios das hemostasias secundárias • Diferente dos distúrbios de hemostasia primária, o sangramento começa tardiamente ao trauma, gera hematomas profundos, histórico familiar é comum e tem predomínio no sexo masculino. 1. Alterações hereditárias: - Hemofilia: doença recessiva ligada ao X. Pode ser de dois tipos: hemofilia A (deficiência do fator VIII ou hemofilia clássica) e hemofilia B (deficiência do fator IX ou doença de Christmas). As hemofilias A e B são clinicamente indistinguíveis. Ocorrem hemartroses espontâneas em grandes articulações, além de sangramentos musculares, do TGI e do trato geniturinário. - Deficiência do fator VIII:O fator VIII é responsável pela estabilização da fibrina formada; logo, sua deficiência leva a tendência hemorrágica por instabilidade do coágulo de fibrina, com maior suscetibilidade à sua degradação. 2. Alterações adquiridas: - Coagulação intravascular disseminada (CIVD): Resultante da ativação simultânea dos fatores da coagulação, plaquetas e fibrinólise, com manifestação clínica de trombose e/ou sangramento excessivo. A deposição de fibrina em excesso pode levar a oclusão microvascular e consequentemente comprometimento do fluxo sanguíneo, o que, em conjunto com alterações metabólicas e hemodinâmicas, pode contribuir para a falência de múltiplos órgãos. - Deficiência de vitamina K: A vitamina K é essencial para a funcionalidade dos fatores de coagulação que apresentam radical glutâmico: fatores II (protombina), VII, IX, X, proteína C e proteína S. → Fatores de risco: alcoolismo crônico, doença intestinal, antibióticos, nutrição parenteral, lactentes. Distúrbios das hemostasias terciária • Anormalidade adquirida da fibrinólise: aumento excessivo da plasmina, decorrente do aumento dos ativadores do plasminogênio ou deficiência dos inibidores – hiperfibrinólise; O aumento dos inibidores da fibrinólise ou deficiência dos ativadores – trombose. Trombofilias A trombose está relacionada ao desequilíbrio de um dos fatores da Tríade de Virchow: 1. Lesão endotelial: A lesão pode ocorrer dentro das câmaras cardíacas, no leito arterial ou venoso, promovendo a exposição da matriz extracelular subendotelial, permitindo a adesão e ativação plaquetárias, favorecendo a formação trombótica pela liberação de seus grânulos e alterações em sua forma; - Ocorre também a exposição do fator tecidual pelo endotélio, que perdeu sua integridade, promovendo dessa forma, a ativação da via extrínseca da cascata de coagulação; - Além desses fatores coagulantes, o endotélio lesado é capaz de promover a redução de substâncias que promovem a anticoagulação, como o PGI2 (prostaciclina) 8 HEMATOLOGIA – e os ativadores de plasminogênio. Uma situação clínica onde a lesão endotelial possui grande relação é o processo de aterosclerose nas artérias. 2. Estase venosa: Fisiologicamente, o caminho que o sangue percorre dentro de um vaso obedece a um fluxo laminar, onde as plaquetas se movimentam no meio do vaso, separadas do endotélio por uma zona clara de plasma que possui um fluxo mais lento e, dessa maneira, o tecido dos vasos se mantém íntegro; - Porém, com a ocorrência de alterações nesse fluxo, seja por uma turbulência ou por estase sanguínea, o fluxo laminar é interrompido, os fatores responsáveis pela coagulação e anticoagulação perdem sua homeostase e há uma maior ativação dos componentes celulares do endotélio, pela lesão desse tecido, predispondo à ocorrência de trombos. 3. Alterações da coagulação: Qualquer alteração na via de coagulação sanguínea, como deficiência de moléculas anticoagulantes e até excessos de componentes responsáveis pela coagulação sanguínea, podendo ser por causas genéticas ou adquiridas; Fatores de risco para tromboembolismo venoso • Idade >40 anos; • Obesidade; • Diagnóstico de trombofilia hereditária; • Varizes ou insuficiência arterial periférica; • Câncer; • Anemia falciforme e hemoglobinúria paroxística noturna; • Insuficiência cardíaca congestiva; • História prévia de trombose; • Síndrome nefrótica; • Procedimento cirúrgico; • Imobilidade prolongada (estar acamado ou passar >50% do dia deitado ou sentado, por mais de 72h); • Trauma; • Gestação ou puerpério; • Uso de anticoncepcional oral ou reposição hormonal; • Alguns quimioterápicos; • Infecção grave; • AVC; • Infarto agudo de miocárdio. Trombofilias hereditárias A trombose acontece por alteração de substâncias moduladoras da coagulação ou fibrinólise herdadas por meio de mutação genética, associada ou não a fatores desencadeantes. As trombofilias herdadas mais prevalentes são presença do Fator V de Leiden (FVL) e da mutação do gene da protombina, que compreendem juntas, 50 a 60% dos casos. Fator V de Leiden • Mutação genética que resulta na formação de fator V mutante, resistente à inativação pela proteína C; • A presença da mutação aumenta o risco de doença trombótica em 3 a 10 vezes para heterozigotos e em 80 vezes para homozigotos, sendo maior ainda quando associada a outros fatores de risco; • Essa mutação também favorece abortos espontâneos, e descreve-se possível correlação com a síndrome HELLP; • No BR, estima-se que cerca de 2 a 4% da população possua o gene. Deficiência de antitrombina • Doença autossômica dominante, em que ocorre a síntese reduzida do inibidor dos fatores IIa, Xa, XIa e IXa; Trombofilias adquiridas Gestação e puerpério • São os principais exemplos de trombofilia adquirida, associados a risco de trombose 6 vezes maior em razão de diversos fatores, como diminuição do nível sérico da proteína C, estase sanguínea pela compressão uterina, imobilização prolongada e obesidade. Cirurgia e trauma • Devido à exposição de grande quantidade de fator tecidual por lesão endotelial, imobilidade prolongada e patologia de base; • Os pacientes devem receber profilaxia anti trombótica primária no período pós-operatório, pois, sem isso, o risco de TVP sintomática e embolia pulmonar é bastante alto. Uso de anticoncepcionais hormonais • Mulheres que fazem uso contínuo de AO possuem até 5 vezes mais chance de ter uma TVP, do que mulheres que não fazem uso; • Visto na formulação dos AOs há estrogênio e progesterona, os vasos sanguíneos tornam-se alvo dos efeitos desses hormônios, devido à existência de receptores desses constituintes nas camadas dos vasos sanguíneos; • O estrogênio altera a cascata de coagulação, aumentando a formação de trombina e fatores de coagulação (fibrinogênio, VII, VIII, IX, X, XII e XIII), inibindo também os fatores anticoagulantes naturais (proteína S e proteína C reativa); 9 HEMATOLOGIA – • A proteína C é um anticoagulante endógeno, tendo como função a inibição da coagulação, separando os fatores Va e VIIIa. A proteína S age como cofator não enzimático potencializando essas reações. Com a inibição desses anticoagulantes, favorece o aumento de hipercoabilidade aumentando assim o risco da TVP. Anticoagulantes HEPARINA • Potencializa a ação da antitrombina (A-III, fator anticoagulante), ou seja, potencializa seu efeito antitrombótico, assim inibindo a trombina, e fatores IX, X, XI e XII, com isso favorecendo um estado anticoagulante. → Ação revertida pela Protamina (em casos de risco alto de hemorragia, AVC, sangramento abdominal). HEPARINA NÃO FRACIONADA: inibe os fatores X e II, e requer controle via TTPA (6-6h), ou seja, mais indicada uso intra- hospitalar e manter o TTPA entre 1,5 e 2,5; HEPARINA DE BAIXO PESO MOLECULAR: menor ação plaquetária e não requer controle laboratorial, e menor risco de hemorragia. WARFARINA – ANTAGONISTA DE VITAMINA K • Inibem a ativação da vitamina K interferindo na produção dos fatores de coagulação II, VII, IX e X (fatores dependentes da Vit.K), o que irá reduzir a atividade de protrombina (fator II) – EXAME (TP e RNI aumentados, tempo de protrombina irá aumentar, pois você irá demorar mais para coagular); • Por 2 semanas a mais, necessária fazer o controle 3x/semana e por fim o controle por 1x/semana a cada 4 semanas. • OBJETIVO É COMPLETAR 3 MESES DE TRATAMENTO; • O efeito da warfarina pode ser facilmente revertido pela ingestão de vitamina K. Antiagregantes ÁCIDO ACETILSALICÍLICO • Inibição irreversível da atividade das isoenzimas cicloxigenase - COX 1 e COX 2; • A atividade dos AINE como antiagregantes plaquetários e sua capacidade de prolongar o tempo de sangramento devem-se ao efeito inibidor da síntese de prostaglandinas,mediante a inativação da cicloxigenase – enzima que catalisa a síntese de prostaglandinas a partir do ácido araquidônico. Consequentemente, produz-se, nas plaquetas, uma redução da formação e da liberação de tromboxano A2, que é um potente vasoconstritor e estimulador da agregação plaquetária. Coagulograma • Exame de sangue que diagnostica doenças hemorrágicas e avalia as condições da coagulação do sangue; • Engloba vários exames, como tempo de protrombina, tempo de tromboplastina parcial, tempo de sangramento, tempo de coagulação para triagem de verificação da hemostasia; • O coagulograma é solicitado no pré-operatório ou para tratamentos que causam sangramento. TEMPO DE PROTROMBINA (TP) Avalia os fatores de coagulação II, V, VII e X (via extrínseca), sendo que, destes, os fatores II, VII e X são vitamina K- dependentes. TP AUMENTADO • Deficiência de fibrinogênio; • Deficiência de protrombina; • Deficiência de um dos fatores (II, V, VII ou X); • Deficiência associada a insuficiente hepática, deficiência de Vit.K; → Tratamento com uso de heparina e/ou warfarina. TP DIMINUIDO • Terapia de reposição hormonal; • Uso de contraceptivos orais; • Terapia com barbitúricos (sedativos); • Administração de multivitamínicos ou suplementos alimentares contendo vitamina K. OBS: O cálculo do RNI só é necessário para pacientes com tempo de protrombina alterada pelo uso de anticoagulantes orais. TEMPO DE TROMBOPLASTINA PARCIAL ATIVADA (TTPA): • Avalia a via intrínseca (fatores VIII, IX, XI e XII) e comum (fibrinogênio, protrombina, fatores V e X) da cascata da coagulação; • O TTPA é relativamente mais sensível às deficiências dos fatores VIII e IX do que às deficiências dos fatores XI e XII ou fatores da via comum; • Distúrbios da via intrínseca da cascata da coagulação são caracterizados pelo TTPA prolongado e o tempo de protrombina (TP) normal, exemplo as hemofilias, principalmente A e B. INCLUINDO USO DE HEPARINA. 10 T ro m bo se V en os a Pr of un da (T VP ) Tr o m b o s fo rm a d o s n o s v a so s m a is p ro fu n d o s d a c ir c u la ç ã o v e n o sa , g e ra lm e n te l o c a li za d o s n o s M I. E P ID E M IO LO G IA FI SI O P A TO LO G IA Q U A D R O C LÍ N IC O D IA G N Ó ST IC O TR A TA M EN TO • 3 ª ca u sa d e d o en ça va sc u la r m ai s p re va le n te n o m u n d o ; • D o s p ct s in te rn ad o s em p ó s- o p er at ó ri o d e ci ru rg ia s d e gr an d e p o rt e – m et ad e d o s q u e n ão re ce b e m an ti co ag u la çã o p ro fi lá ti ca a p re se n ta m T V P ; • + d o s ca so s: d e 7 0 a 7 9 a n o s; • A T EP é a p ri n ci p al c o m p lic aç ão ; FA TO R E S D E R IS C O A d q u ir id o s • G es ta çã o (5 x > q u e n a n ão gr áv id a) • P ar to ce sa ri an o (5 x> q u e n o n o rm al ) • U so d e A o s o u re p o si çã o h o rm o n al • Ta b ag is m o ; • O b es id ad e; • C ir u rg ia s d e gr an d e p o rt e ; • N eo p la si as a b d o m in ai s, p él vi ca s e m et as tá ti ca s; • Tr au m as ; • C at et er v en o so c en tr al ( TV P d e m e m b ro s u p er io r) H e re d it ár io s • M u ta çã o d o f at o r V ( fa to r V d e Le id en ); • D ef ic iê n ci a d a p tn C ; • D e fi ci ên ci a d a p tn S; • D ef ic iê n ci a d e an ti tr o m b in a; • Sí n d ro m e d o an ti co rp o an ti fo sf o líp id e. C LA SS IF IC A Ç Ã O P ro xi m al : ca so en vo lv a ve ia s ilí ac as , f em o ra is o u p o p lít ea s; D is ta l: s e fo r in fe ri o r às p o p lít ea s. • Íle o fe m o ra l: sí ti o q u e m ai s le va à TE P . Tr ía d e d e V ir ch o w : • E st as e s an gu ín e a → m ar gi n aç ão → d ep o si çã o → a gl u ti n aç ão d e p la q u et as → li b er aç ão d e tr o m b o p la st in a → F at o r V II a → Fa to r X a → P ro to m b in a se tr an sf o rm a em t ro m b in a → T ro m b in a at iv a o f ib ri n o gê n io q u e se t ra n sf o rm a em f ib ri n a. • A p ó s a fo rm aç ão d o tr o m b o → re aç õ es e n zi m át ic as : si st e m a in ib it ó ri o d a an ti tr o m b in a II I, i n ib id o r d a vi a d o FT e o s is te m a d a p tn C . A lt e ra çã o d e ss e s is te m a : h ip e rc o ag u la b ili d ad e • A i n te ra çã o d o t ro m b o c o m a p ar ed e ve n o sa → r e sp o st a in fl am a tó ri a ↑ - n eu tr ó fi lo s e m o n ó ci to s → am p lif ic aç ão d o t ro m b o p o r p ro d u çã o d e FT e q u eb ra d a b ar re ir a en d o te lia l Fi xa çã o d o tr o m b o – b lo q u e io d a ci rc u la çã o → F o rm aç ão d e c ap ila re s d e n e o fo rm aç ão q u e a tr av e ss am a p ar e d e d a ve ia , p e n e tr am -s e n o tr o m p o → ve ia + t ro m b o = c o rd ão f ib ro so e d u ro . A p ar te liv re d o tr o m b o (q u e fl u tu a n a co rr en te s an gu ín ea ) p o d e d es p re n d er -s e → em b o lia p u lm o n ar . A tí p ic o , se m s in ai s ev id en te s (a p en as 4 7 % d o s p ct s ap re se n ta m ); Q u an d o p re se n te ( 2 0 % ): • D o re s in te n sa s n a re gi ão co m p ro m et id a – p io ra co m a d ea m b u la çã o ; • Ed em a ab ai xo d a re gi ão d a tr o m b o se ( ↑ >2 cm d a ci rc u n fe rê n ci a) ; • C ia n o se lo ca l; • D ila ta çã o d as v ei as s u p er fi ci ai s (n ão va ri co sa ); N a m ai o ri a d as vz s o s si n to m as p o d e m se r p ro vo ca d o s p o r te st e s cl ín ic o s in d ic at iv o s: • D o r à p re ss ão n a fa ce i n te rn a d a co xa ( m . s ar tó ri o e g rá ci l) ; • D o r à p re ss ão n a fa ce p o st er io r d o to rn o ze lo ; • D o r à p re ss ão n a m u sc u la tu ra p la n ta r; • S in al d a “b an d e ir a” : em p as ta m en to d a p an tu rr ilh a; • S in al d e B an cr o ft : d o r à co m p re ss ão d a m u sc u la tu ra d a p an tu rr ilh a; • S in al d e H o m an s: d o r à fl ex ão d o rs al d o p é. • E sc o re d e W e lls : N eo p la si a m al ig n a tr at ad a n o ú lt im o s 6 m es es o u s o b t ra ta m en to 1 p o n to P ar al is in a o u im o b ili za çã o d o s M I c o m g es so 1 p o n to A ca m am en to r ec en te p o r 3 o u m ai s d ia s o u c ir u rg ia g ra n d e n o s ú lt im o s 1 2 m es es 1 p o n to D es co n fo rt o lo ca liz ad o 1 p o n to Ed em a d a p er d a ao jo el h o 1 p o n to D iâ m et ro d a p er n a ed em ac ia d a 3 c m ↑ d a p er n a as si n to m át ic a 1 p o n to Ed em a + si n al d e G o d et + 1 p o n to V ei as s u per fi ci ai s co la te ra is 1 p o n to TV P p ré vi a 1 p o n to D ia gn ó st a lt er n at iv o + p ro vá ve l q u e TV P - 2 p o n to s P o n tu aç ão : ≥ 2 - al ta p ro b ab ili d ad e; ≤ 1 – b ai xa p ro b ab ili d ad e; D ia gn ó st ic o é p o u co c o n fi rm ad o a tr av é s d e e xa m e cl ín ic o , p re ci sa n d o e xa m e s co m p le m e n ta re s: • C as o s p o u co p ro vá ve is : D -d ím e ro • C as o s ↑ p ro vá ve is o u co m D -d ím e ro +: u lt ra ss o n o gr af ia co m p re ss iv a d o m em b ro af et ad o . • U lt ra ss o n o gr af ia e m t e m p o r e al c o m D o p p le r co lo ri d o : es co lh a p ar a d et ec ta r TV P p ro xi m al ; N ão in va si vo ; Se n si b ili d ad e e es p ec if ic id ad e: q u as e 1 0 0 % • V e n o gr af ia o u fl e b o gr af ia as ce n d e n te : p ad rã o -o u ro n a co n fi rm aç ão d e TV P – in d ic ad o q u an d o o s te st es n ão -i n va si vo s fo ra m in co n cl u si vo s. M e d id as g e ra is : • R ep o u so c o m a s ex tr em id ad es in fe ri o re s el ev ad as e D LE p ar a a co m p re ss ão d a V C I; • M ei as e lá st ic as d e co m p re ss ão gr ad u ad a; • A n al ge si a; • D ea m b u la çã o p re co ce (l o go q u e o s si n ai s fl o gí st ic o s) . A n ti co ag u la çã o : • H ep ar in a d e p es o m o le cu la r o u f o n d ap ar in u x as so ci ad a a W ar fa ri n a o ra l. • T ra ta m en to d e ve s er m an ti d o d e 3 a 6 m es es . • P ar a p ct s em d iá lis e → H ep ar in a n ão f ra ci o n ad a: - 8 0 U l/ kg /I V d o se d e at aq u e; - 1 8 0 U l/ K g/ h i n fu sã o c o n tí n u a – m an u te n çã o M an te r TT P A e n tr e 1 ,5 e 2 ,5 11 T ro m bo em bo lis m o Pu lm on ar (T EP ) O b st ru ç ã o p a rc ia l o u t o ta l d a a rt é ri a p u lm o n a r o u d e u m d e s e u s ra m o s p o r u m t ro m b o E P ID E M IO LO G IA FI SI O P A TO LO G IA Q U A D R O C LÍ N IC O D IA G N Ó ST IC O TR A TA M EN TO • TE V a co m et e ce rc a d e 1 0 0 p es so as p ar a ca d a 1 0 0 .0 0 0 h ab it an te s; 1 /3 d es se s p ac ie n te s ap re se n ta T EP , e 2 /3 a p re se n ta m TV P ; • A p re va lê n ci a va ri a d e 3 ,9 % a 1 6 ,6 % ; • ↑ 6 5 a n o s. FA TO R E S D E R IS C O • T EV p ri m ár io (+ im p o rt an te ): T EV id io p át ic o o u as so ci ad o a fa to re s p er m an en te s (e x. : p ar ap le gi a) p o d e ch e ga r a 3 0 % n o s p ró xi m o s 1 0 a n o s. • Id ad e; • O b es id ad e; • T ab ag is m o : p o te n ci al iz a o r is co o fe re ci d o p o r o u tr as c o n d iç õ es ( m u lh er es t ab ag is ta s em u so A C O : ↑ d e 9 x o r is co d e TE V ); • T ra u m a; • C ir u rg ia n o s ú lt im o s 3 m es es ; • Im o b ili za çã o e v ia ge n s p ro lo n ga d as ; • C ân ce r: se cr eç ão d e fa to re s p ró - co ag u la n te s p el o t u m o r (p ri n ci p al m o ti vo ); • G ra vi d ez , u so A C O e t er ap ia d e re p o si çã o h o rm o n al ; • S ed en ta ri sm o ; E TI O LO G IA S • > 9 0 % d o s TE P s sã o a p ar ti r d e TV P s; • T V P c o m ↑ r is co d e em b o lia é a íle o - fe m o ra l ( 5 0 % c u rs am c o m T E P ). • Tr o m b o se e m ve ia s p é lv ic as ta m b ém co n fe re ↑ r is co d e TE P . • O u tr as ca u sa s: b o lh as d e gá s, co rp o s es tr an h o s, go tí cu la s d e go rd u ra , cé lu la s n eo p lá si ca s, ê m b o lo s sé p ti co s. • Tr o m b o fi lia s h e re d it ár ia s: fa to r d e h ip er co ag u la b ili d ad e, le va n d o à tr o m b o gê n es e. Ex : Fa to r V d e Le id en ; M u ta çã o n o g en e d a P ro tr o m b in a. TE P P R O V O C A D A : ca u sa r ec e n te ( 6 -1 2 m ); TE P N Ã O P R O V O C A D A : n ão s e sa b e a ca u sa . Tr o m b o M I → c ir cu la çã o p u lm o n ar • I sq u em ia d o s ác in o s al ve o la re s → lib er aç ão d e m ed ia d o re s in fl am at ó ri o s (s er o to n in a e tr o m b o xa n o ) In ib iç ão d o s p n eu m ó ci to s ti p o I I (d im in u iç ão d e su rf ac ta n te ) + b ro n co es p as m o d if u so – p io ra d a ve n ti la çã o • Á re as d o p u lm ão b em p er fu n d id as ta m b ém so fr em co n se q u ên ci as : at el ec ta si a e b ro n co es p as m o → h ip o ve n ti la d as → S h u n t d ir ei ta - es q u er d a in tr ap u lm o n ar ( sa n gu e d es o xi ge n ad o a tr av es sa o p u lm ão se m r ec eb er o xi gê n io ). • M ed ia d o re s in fl am at ó ri o s es ti m u la m re ce p to re s J al ve o la re s H ip er ve n ti la çã o re fl ex a (t aq u id is p n ei a) → A lc al o se R es p ir at ó ri a. ↑ d a R es is tê n ci a V as cu la r d o P u lm ão → H ip e rt e n sã o P u lm o n ar A gu d a → S o b re ca rg a d e V D • D is p n ei a sú b it a in ex p lic ad a; D is p n e ia + t aq u ip n e ia – 9 0 % d o s p ct s O u tr o s si n to m as c o m u n s • D o r p le u rí ti ca ; • D o r n a p er n a; • Ed em a d e M I; • To ss e; • O rt o p n ei a; • C h ia d o n o p ei to O u tr o s si n ai s co m u n s • T aq u ic ar d ia ; • E st er to re s; • m u rm ú ri o v es ic u la r; • T u rg ê n ci a ju gu la r. • C h o q u e O s ca so s d e TE P p od em s er a g ru p a d os e m s ín d ro m es : TE P m ac iç o : P A S < 9 0 m m H g o u q u ed a ≥ 4 0 m m H g n a P A S b as al p o r u m p er ío d o > 1 5 m in . • O b st ru çã o em p e lo m e n o s m et ad e d o le it o ar te ri al p u lm o n ar , u su al m en te b ila te ra l; TE P m o d e ra d o a gr an d e : P A n o rm al ; p o ré m h á d ila ta çã o e h ip o ci n es ia d o V D ; • 3 0 % d o s ca m p o s p u lm o n ar es n ão e st ão s en d o p er fu n d id o s. TE P p e q u e n o a m o d e ra d o : P A n o rm al , s em s in al d e d is fu n çã o d o V D ; • Fo rm a co m m el h o r p ro gn ó st ic o . • D ia n te d e u m p ct co m q u ad ro cl ín ic o co m p at ív el co m TV P /T EP – es ti m ar a p ro b ab ili d ad e p ré -t es te : E sc or e d e W el ls : C lín ic a d e TV P 3 p ts U m d ia gn óst ic o a lt er n at iv o é m e n o s p ro vá ve l q u e TE P 3 p ts FC > 1 0 0 b p m 1 .5 p ts Im o b ili za çã o > 3 d o u ci ru rg ia n as 4 ú lt im as 4 s em an as 1 .5 p ts Ep is ó d io p ré vi o d e TV P /T EP 1 .5 p ts H em o p ti se 1 p t C ân ce r 1 p t • P ro b ab ili d ad e: M o d e ra d a/ al ta > 4 p o n to s B ai xa < 4 p o n to s P ro b ab ili d ad e a lt a: e xa m e d e im ag e m – A n gi o - TC c o m v en o gr af ia → N ão d ia gn ó st ic o : c in ti lo gr af ia → N ão d ia gn ó st ic o : ar te ri o gr af ia i n va si va o u an gi o rr es so n ân ci a o u e co -t ra n se so fá gi co • Q u an d o d ia gn o st ic ad o : tr at ar P ro b ab ili d ad e b ai xa : D -d ím e ro : <5 0 0 n g/ d l e xc lu i T EP ; > 5 0 0 n g/ d l → a n gi o -T C c o m v en o to m o gr af ia → N ão d ia gn ó st ic o : ci n ti lo gr af ia → N ão d ia gn ó st ic o : ar te ri o gr af ia in va si va o u an gi o rr es so n ân ci a o u e co -t ra n se so fá gi co • Q u an d o d ia gn o st ic ad o : tr at ar R ad io gr af ia d e T ó ra x – ex am e in es p ec íf ic o : P o d e h av er s in ai s cl ás si co s es p ec íf ic o s, p o ré m , ra ra m en te e n co n tr ad o s. S in ai s su ge st iv o s d e TE P n o R X : • S in al d e W e st m ar k: á re as d e h ip o p er fu sã o ; • S in al d e H a m p to n : o p ac id ad e em c u n h a – b as e ap o ia d a so b re o d ia fr ag m a; • S in al d e P a lla : d ila ta çã o d a ar té ri a p u lm o n ar A N TI C O A G U LA Ç Ã O • P ct e st áv e l: A n ti co ag u la çã o i m e d ia ta → H B P M (n ão é n ec es sá ri o o ac o m p an h am en to p o r ex am es co m p le m en ta re s) ; → H N F: c o n tr o le a tr av és d o T TP A ; - W ar fa ri n a: p o d e se r in ic ia d a ju n to co m a p ri m ei ra d o se d e H B P M . C as o fo r u ti liz ad a H N F, u ti liz ar W ar fa ri n a so m en te a p ó s at in gi r a fa ix a al vo d o P TT a; -I n ib id o r d o F at o r X ; T e m p o d e t ra ta m e n to : TE P n ão p ro vo ca d a – te m p o in d et er m in ad o ; TE P p ro vo ca d a – m ín im o 3 m es es • P ct in st áv e l: - P re co n iz ad o o u so d e tr o m b o lít ic o s → E st re p to q u in as e; A lt ep la se . - Ja n el a te ra p êu ti ca d e 1 4 d ia s → n as p ri m ei ra s 7 2 h h á o m ai o r b en ef íc io . C O N TR A IN D IC A Ç Õ ES A B SO LU TA S: • A V E h e m o rr ág ic o ; • A V E is q u êm ic o <3 m ; • N eo p la si a in tr ac ra n ia n a; • M A V E; • Sa n gr . In te rn o at iv o ; • Su sp ei ta d e d is se cç ão d e ao rt a; • Tr au m a fe ch ad o d e fa ce o u c râ n io <3 m C O N TR A IN D IC A Ç Õ ES R EL A T IV A S: • P A >1 8 0 x1 0 0 m m H g; • U so d e an ti co ag . (R N I> 2 ); • G ra vi d ez ; • Ú lc er a p ép ti ca ; • P la q u et as <1 0 0 .0 0 0 / m m 3 ; 12 HEMATOLOGIA – Hemorragias agudas Hemorragia aguda: menos que 3 dias com instabilidade de sinais vitais, acompanhado de anemia e necessário transfusão sanguínea. Hemorragia crônica: vários dias de perda de sangue lenta ou intermitente; sangue oculto ou visível nas fezes; anemia sem repercussão hemodinâmica. Sangramentos agudos Hemorragia Digestiva Alta • Varicosa: - Complicação da hipertensão portal; - Paciente cirrótico 25-35% - Ruptura das varizes: por aumento da tensão na parede da variz, decorrente do aumento da pressão hidrostática no interior do vaso; - Varizes esofágicas, gástricas (gastropatia hipertensiva) e duodenais. - Aumento do diâmetro progressivamente de acordo com o aumento da pressão portal e sobre influência do alto fluxo dos vasos colaterais. • Não varicosa: - Doença ulcerosa péptica (55%); - Má formação arteriovenosa (6%); - Mallory-Weiss; - Tumores; - Erosões; - Outras. Hemorragia Digestiva Baixa • DOENÇA DIVERTICULAR: - Adelgaçamento da camada média dos vasos → trauma por fecalito → ruptura no lúmen - Normalmente autolimitado; • ANGIODISPLASIA: - Malformação AV com dilatações na submucosa e evasões na mucosa; - Congênita ou adquiridas; - Raro até os 60 anos - Tratamento: embolização/vasopressina – cauterização, hemoclipagem; • COLITE ISQUÊMICA: - Diminuição do fluxo sanguíneo = hipofluxo ou oclusão mesentérica – flexura esplênica e junção retossigmóide. - Dor abdominal súbita, diarreia com sangue; • NEOPLASIAS: - Sangue oculto, anemia, hematoquezia; - Erosão na superfície da lesão; - Pólipos (5-10% >1cm) • DOENÇAS ANORRETAIS - Doença hemorroidária (10%); - Fissura anal (dor e sangramento). Hemorragia digestiva alta Sangramento intraluminal decorrente de lesões proximais ao ligamento de Treitz (junção duodenojejunal), podendo acometer esôfago, estômago ou duodeno. • Sua indecência varia de 48-160 casos a cada 100 mil pessoas/ano e ocorre duas vezes mais frequente em homens do que em mulheres; • 85% das hemorragias digestivas; • Mortalidade: 10%; • Representa 2% das internações de urgência no BR; FATORES PREDISPONENTES • Uso de medicamentos, especialmente AINES e anticoagulantes; • Etilismo; • Dispepsia ou doença ulcerosa péptica; • Doença renal e hepática; • Diagnóstico ou suspeita de neoplasia no trato gastrointestinal alto. Hemorragia digestiva alta Hemorragia digestiva baixa Proximal ao ligamento de Treitz Distal ao ligamento de Treitz Etiologia: úlcera péptica, varizes esofágicas, esofagite erosiva, etc; Etiologia: doença diverticular, ectasias vasculares, colite isquêmica, divertículo do Meckel, etc. Melena (+comum), hematêmese, hematoquezia, sinais de hipovolemia Hematoquezia (+ comum), enterorragia, melena, sinais de hipovolemia. Exames: endoscopia digestiva alta (exame de escolha) Colonoscopia (exame de escolha). Conduta: ressuscitação volêmica, EDA precoce, conforme etiologia; Ressuscitação volêmica, tratamento endoscópico, tratamento cirúrgico, conforme etiologia. 13 HEMATOLOGIA – Fisiopatologia das varizes esofágicas As varizes esofágicas aparecem em pacientes portadores da hipertensão portal de qualquer etiologia, mas 1/3 dos pacientes com cirrose terão hemorragia varicosa. • Hipertensão portal: consequência do aumento da resistência do fluxo venoso portal, causado por um aumento da resistência vascular em nível pré-hepático (esquistossomose), intra-hepático (cirrose) ou pós- hepático (Síndrome de Budd-chiari). - Há também um aumento no fluxo sanguíneo portal, em decorrência da vasodilatação esplâncnica; - Na hipertensão portal da cirrose hepática a obstrução ao fluxo portal é resultante do: Aumento da resistência estrutural, que ocorre pela distorção da arquitetura hepática por fibrose e regeneração nodular; Aumento do tônus vascular intra-hepático devido a disfunção endotelial – contração das células estreladas, miofibroblastos e células de músculo liso vascular; Diminuição da biodisponibilidade de NO. • Quando o gradiente de pressão portal aumenta acima de certo limiar, podem ocorrer shunts de comunicação entreas circulações portal e sistêmica. Esse processo é modulado por fatores angiogênicos concomitantemente à formação de colaterais protossistêmicos; • O gradiente venoso portal normal é de 1 a 5 mmHg, as varizes aparecem quando o gradiente é de aproximadamente 10-12 mmHg. Ocorre a ruptura das varizes por aumento da tensão da parede do vaso, decorrente do aumento da pressão hidrostática no interior do vaso. Abordagem Terapêutica • Terapia farmacológica: vasoconstritores esplâncnicos e venodilatadores. - Os vasoconstritores atuam através da vasoconstrição esplâncnica e reduzindo o influxo venoso portal. - Os venodilatadores atuam diminuindo resistência da circulação portal e/ou intra-hepática. Contudo, todos os venodilatadores disponíveis têm efeitos hipotensivos e a diminuição na pressão portal parece estar mais relacionada com a hipotensão do que com a diminuição da resistência. • Terapêuticas endoscópicas: a escleroterapia e a ligação endoscópica de varizes (EVL), são terapias locais que não têm efeito quer na resistência quer no fluxo portal. • Os shunts radiológicos e cirúrgicos, criando um fluxo de sangue de uma área de grande pressão para outra de menor pressão, reduzem acentuadamente a pressão portal. Repercussões hemodinâmicas do sangramento agudo • As respostas precoces frente à perda sanguínea incluem progressiva vasoconstrição, além de aumento da frequência cardíaca como tentativa de manter o débito cardíaco; • A liberação de catecolaminas endógenas leva ao aumento da resistência vascular periférica, aumentando a pressão sanguínea diastólica e diminuição da pressão de pulso; • Outras substâncias liberadas com efeito na microcirculação e permeabilidade vascular são: histamina, bradicinina, beta-endorfinas, prostanoides e outras citocinas; • A nível celular, quando as células passam a realizar um metabolismo anaeróbio, há formação de ácido lático e, consequentemente, o desenvolvimento de acidose metabólica. Caso o choque prossiga, a oferta inadequada de ATP faz com que a membrana celular perca sua integridade; • A enzima oxido nítrico sintetase (iNOS), o fator de necrose tumoral (TNF) e outras citocinas pró- inflamatórias são liberadas, levando ao quadro de disfunção orgânica de múltiplos órgãos e sistemas; • Sangramentos volumosos se traduzem clinicamente por instabilidade hemodinâmica manifestada por palidez, taquicardia, dispneia, hipotensão arterial ou síncope; • A fim de recuperar a perfusão tecidual o organismo lança mão de estratégias fisiológicas como a ativação simpática: - Contração das arteríolas, que aumenta a resistência vascular periférica (RVP); - Contração das veias, que aumenta o retorno venoso e, consequentemente, a pré-carga; - Efeitos cardíacos diretos: o aumento da frequência cardíaca e o aumento da força de contração do coração; A endoscopia de urgência (nas primeiras 12 horas) deve ser realizada nos pacientes cirróticos com HDA e, se forem encontradas varizes esofágicas, a ligadura endoscópica deve ser realizada e seguida de um fármaco vasoativo intravenoso (octreotida, somatostatina, vapreotida ou terlipressina) durante 2 a 5 dias. 14 HEMATOLOGIA – Choque hipovolêmico • O choque hipovolêmico é causado por uma redução do volume sanguíneo (hipovolemia); • É o tipo mais frequente de choque; • Essa redução do volume pode ser devida a uma hemorragia (causa mais frequente) em que há perda tanto de eritrócitos quanto de plasma, ou a uma perda isolada de plasma, que ocorre em casos mais específicos; • A hemorragia pode ser externa (traumas etc.) ou interna (úlcera perfurada etc.); • Quando o sangue é perdido da circulação, o coração é estimulado aumentar o débito cardíaco pelo aumento da força e da frequência das contrações. Este aumento da produção é causado pela liberação de adrenalina pelas glândulas supra-renais; • O sistema nervoso simpático libera norepinefrina para contrair os vasos sanguíneos e reduzir o tamanho do compartimento capilar para torná-lo mais compatível com o volume de líquido remanescente; • Vasoconstrição leva à oclusão de capilares periféricos, o que reduz a chegada de oxigênio às células afetadas, forçando a mudança do metabolismo aeróbio para anaeróbio nestas células. - Estes mecanismos compensatórios de defesa funcionam bem e vão manter a perfusão celular até certo ponto; • Quando os mecanismos de defesa não conseguem compensar a redução de volume, a pressão sanguínea do paciente diminui. A diminuição da pressão arterial marca a mudança do choque compensado para o descompensado- um sinal de morte iminente; • Um doente que tem sinais de compensação, como taquicardia, já está em estado de choque. A menos que ocorra uma reanimação agressiva, o doente que entra em choque descompensado tem apenas mais uma etapa de declínio, o choque irreversível, que leva à morte; CLASSIFICAÇÃO: DE ACORDO COM A PERDA SANGUÍNEA ❖ Classe I: • Perda de 15% do volume de sangue no adulto (até 750 ml) - esse estágio tem poucas manifestações clínicas; • A taquicardia geralmente é mínima; • Pressão arterial normal; • Compensado; • Administra-se Cristalóide. ❖ Classe II: • Perda de 15% a 30% do volume de sangue no adulto (de 750 a 1500 ml); • A maioria dos adultos são capazes de compensar essa quantidade de perda de sangue pela ativação do sistema nervoso simpático, o qual vai manter a pressão sanguínea; • Aumento da frequência ventilatória; • Taquicardia e pressão de pulso diminuída; • Como a pressão arterial está normal, é considerado como um choque compensado: o paciente está em estado de choque mas consegue compensar por enquanto; • Administra-se Cristalóide. ❖ Classe III: • Perda de 30% a 40% do volume de sangue no adulto (de 1500 a 2000ml). Quando a perda de sangue chega a esse ponto, a maioria dos doentes não são mais capazes de compensar a perda de volume, causando assim a hipotensão; • Taquicardia (frequência cardíaca acima de 120 batimentos/minuto); • Taquipneia (frequência ventilatória de 30 a 40 ventilações/minuto); • Ansiedade severa ou confusão mental; • Muitos desses pacientes necessitam de transfusão sanguínea e intervenção cirúrgica para reanimação e controle adequado da hemorragia; • Administra-se cristaloide e sangue. ❖ Classe IV: • Perda de mais de 40% do volume de sangue (mais de 2000 ml); • Intensa taquicardia (frequência cardíaca superior a 140 batimentos/minuto); • Taquipneia (frequência ventilatória maior que 35 ventilações/minuto); • Confusão mental e letargia profunda; • Diminuição significativa da pressão arterial sistólica, tipicamente na faixa de 60 mmHg; • A sobrevivência depende de controle imediato da hemorragia e reanimação agressiva, incluindo transfusão de sangue e plasma com o mínimo possível de cristaloide. Líquido de reposição: 3 litros de reposição para cada 1 litro de sangue perdido. Sinais vitais: • Pele fria e úmida; • Cianótica, pálida; • P.A diminuída; • Nível de consciência alterada; • TEC < 2 segundos; 15 HEMATOLOGIA – TRATAMENTO CIRÚRGICO DA HIPERTENSÃO PORTAL • O tratamento cirúrgico da hipertensão portal foi muito utilizado até o surgimento dos tratamentos endoscópicos. • O paciente que apresenta hipertensão portal geralmente possui um distúrbio hemodinâmico e para que ele seja submetido à cirurgia de derivação de fluxo, é necessário que esteja compensado hemodinamicamente. • A técnica de anastomose portocava terminolateral é a mais utilizada, pois propicia controle do sangramento e previne possíveis recidivas em quase totalidade dos pacientes. Como todas as técnicas descritas aqui, esta também pode trazer complicações ao paciente, sendo encefalopatia hepática a mais comum. • Descompressão do sistema porta - 3 procedimentos empregadosno manejo da HP: Derivações portossistêmicas; Procedimento de desvascularização; Transplante de Fígado TRATAMENTO CIRÚRGICO HDA • Em muitas situações de urgência, a melhor opção terapêutica é apenas a gastro ou duodenotomia com localização do sangramento e ulcerorrafia, principalmente quando o paciente se encontra instável hemodinamicamente. Nestes casos o tratamento medicamentoso deve ser, obrigatoriamente, instituído no pós operatório; • Em pacientes cirróticos, os procedimentos mais utilizados em casos emergenciais são as derivações não seletivas, devido à sua relativa facilidade técnica e diminuição aguda que proporcionam na pressão portal; • Os procedimentos de desconexão azigoportal tem uso mais restrito; no entanto, podem ser opção nos pacientes não candidatos à derivações, como nos portadores de trombose da veia porta e em centros não especializados; - É realizada por meio gastrotomia vertical em sua parede anterior e colocação de grampeador circular introduzindo-o até a luz do esôfago distal, 1 a 2 cm acima da transição esofagogástrica. Dispara-se então, o grampeador sendo a parede esofágica seccionada e anastomosada; - O racional dessa técnica é desconectar a circulação hepatofugal, existente nos regimes de HP, por meio da secção da rede venosa submucosa do esôfago. Com isso, o sangue proveniente do sistema portal não ganha essas conexões venosas azigoportais impedindo sua chegada ao território das varizes acima do nível da transecção. Com essa técnica pode-se conseguir o controle da hemorragia; no entanto, sua utilização isolada tem alto índice de recidiva (20-50% - Os melhores resultados são obtidos quando se associa a transecção esofágica à desvascularização esofagogástrica, com relatos de bons resultados no controle do sangramento e sobrevida tardia. 16 S ín d ro m e a d q u ir id a q u e s u rg e q u a n d o h á d a f u n ç ã o d e u m a o u m a is p ró -e n zi m a s e n v o lv id a s n o m e c a n is m o d e c o a g u la ç ã o o u n a s u a i n ib iç ã o , p o d e n d o r e su lt a r e m e v e n to s h e m o rr á g ic o s o u t ro m b ó ti c o s E P ID E M IO LO G IA P A TO G ÊN E SE Q U A D R O C LÍ N IC O D IA G N Ó ST IC O • C om pl ic aç ão d e al gu m a d oe nç a su b ja ce nt e – 0 ,1 a 1% d as ad m is sõ e s h os pi ta la re s. • D os c ân ce re s os q ue m ai s ca us am C I V D : le uc e m ia pr om ie lo cí ti ca ag ud a, câ nc e r d e p ân cr e as , e st ôm ag o, pr ós ta ta , m am a e ov ár io . • M or ta li d ad e d e 4 0 -8 0 % e m ca so s d e se ps e , po li tr au m a e qu e im ad o. E x po si çã o d o sa ng ue a u m o u m ai s fa to re s pr ó- co ag ul an te s (p ri nc ip al : fa to r te ci d ua l) A ti va çã o d a ca sc at a d e c oa gu la çã o: C oa gu la çã o e x ac e rb ad a: f or m aç ão d e fi b ri na e m v ár io s po nt os d a m ic ro va sc ul at ur a • C on su m o d e p la qu e ta s (t ro m b oc it op e ni a) ; • C on su m o d e fa to re s d e co ag ul aç ão (c oa gu lo pa ti a) ; • D e st ru iç ão d e h e m ác ia s; • O b st ru çã o d e p e qu e no s va so s (g an gr e na pe ri fé ri ca ). A ti va çã o d a fi b ri nó li se n os s ít io s d e fo rm aç ão d e t ro m b os → A o m e sm o te m po e m q ue s e f or m a, a f ib ri na é d e gr ad ad a pe lo s is te m a fi b ri no lí co e nd óg e no a ti va d o. H ip e rf ib ri nó li se → ↑ d os P D F ( Pr od ut os d e D e gr ad aç ão d e F ib ri na , e nt re e le s: D - d ím e ro ) I m pe d im e nt o d a fo rm aç ão d o co ág ul o e d a ag re ga çã o pl aq ue tá ri a D a no t e ci d ua l ou o rg â ni co s e cu nd á ri o à d a pe rf us ã o, d e tr om b os e e /o u d e sa ng ra m e nt o. D e t od os o s fa to re s, o + d e pl e ta d o é o fi b ri no gê ni o (f at or I ); O D -d ím e ro só é li b e ra d o pe la d e gr ad aç ão d ir e ta d os po lí m e ro s d e fi b ri na , ou se ja , ap ar e ce qu an d o a fi b ri nó li se é re su lt ad o d a fo rm aç ão pr é vi a d e t ro m b os . – • R e la ci on ad a à se ps e , tr au m a, co m pl ic aç õe s ob st é tr ic as , L e uc e m ia s m ie lo id e s ag ud as ( L M A ); • O s an gu e é e x po st o a um a gr an d e q nt d e F T e ou tr as su b st . pr ó- co ag ul an te s e m um cu rt o pe rí od o, c om g e ra çã o m ac iç a d e t ro m b in a; • C on su m o d e fi b ri no gê ni o, fa to re s d e co ag ul aç ão e p la qu e ta s (t ro m b oc it op e ni a) ; • O s m e ca ni sm os d e co nt ro le e os co m pe ns at ór io s nã o sã o su fi ci e nt e s; •M an if e st aç õe s h e m or rá gi ca s; •E qu im os e s ge ne ra li za d as , pe té qu ia s, sa ng ra m e nt os e m lo ca is d e p un çã o ou c at e te re s; • M ic ro tr om b os e d if us a → I ns uf ic iê nc ia r e na l ag ud a, d is fu nç ão h e pá ti ca e g an gr e na d e d íg it os . A ap op le x ia su pr ar re na l (S ín d ro m e d e W a te rh ou se - F ri e d e ri ch so n) é c lá ss ic a d a m e ni ng oc oc ce m ia , le va nd o ao ch oq ue re fr at ár io . – • Q ua se s e m pr e r e la ci on ad a a tu m or e s só li d os se cr e to re s d e f at or t e ci d ua l – sa ng ue é e x po st o co nt in ua m e nt e a o F T ; • H á o co ns um o d e fa to re s d a co ag ul aç ão e pl aq ue ta s, m as a p ro d uç ão é c om pe ns ad a, a lé m d is so , o fí ga d o é c ap az d e d e pu ra r os p ro d ut os d a d e gr ad aç ão d a fi b ri na ; • T e m p o d e co ag ul aç ão po d e se r no rm al e a tr om b oc it op e ni a po d e s e r le ve o u au se nt e . • M an if e st aç õe s d e r e pe ti d as t ro m b os e s. • C on si d e ra nd o a d oe nç a d e b as e e um a co m b in aç ão d e te st e s la b or at or ia is ; → H e m og ra m a co m pl e to , T P, T T PA , fi b ri no gê ni o, qu an ti fi ca çã o d e D -d ím e ro s; • C I V D a gu d a : pl aq ue ta s (t ro m b oc it op e ni a) ; T P e T T PA ↑ ; fi b ri no gê ni o ; D -d ím e ro ↑ ; F at or e s V I I , X , V e I I e i ni b id or e s d a co ag ul aç ão ( an ti tr om b in a, p tn C e p tn S ) • C I V D c rô ni ca : po d e a pr e se nt ar t ro m b oc it op e ni a le ve o u pl aq ue ta s no rm ai s; T P e T T PA n or m ai s ou l e ve m e nt e ↑ ; fi b ri no gê ni o no rm al o u le ve m e nt e ↑ e D -d ím e ro ↑ ; E sc or e D ia gn ós ti co d e C I V D a gu d a P la q u e ta s >1 0 0 .0 0 0 <1 0 0 .0 0 0 <5 0 .0 0 0 0 1 2 D -d ím e ro s N o rm ai s ↑ d is cr et a ↑ s ev er a 0 2 3 TP <3 s >3 s e <6 s >6 s 0 1 2 Fi b ri n o gê n io >1 0 0 m g/ d l 0
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