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1 Júlia Morbeck – @med.morbeck Semana 1 Qual melhor exame para avaliação do tórax? Radiografia convencional ou raio-X simples ↠ As imagens são de reprodução relativamente barata, podem ser obtidas em praticamente qualquer lugar. ↠ Necessitam de uma fonte que produza os raio-X, um método para gravar a imagem (um filme, cassete ou placa fotossensível) e uma maneira de processar a imagem gravada. ↠ Desvantagens: variação limitada das densidades que podem ser demonstradas e o fato de usar radiação ionizante. CINCO DENSIDADES BÁSICAS • Ar: é o mais escuro na radiografia. É o que menos absorve raios X. • Gordura: é mostrado como um cinza mais claro que o ar. • Tecido mole ou líquido: têm a mesma densidade nas radiografias convencionais. • Cálcio: o material natural mais denso, absorve a maior parte dos raios X. • Metal: usualmente absorve todo o raio X e aparece “mais branco”. Tomografia Computadorizada ↠ Utilizando um gantry com um feixe giratório de raios X e múltiplos detectores em vários arranjos (os quais giram em torno do paciente. ↠ Capacidade de expandir a escala de cinza, o que permite a diferenciação de muito mais do que as cinco densidades básicas disponíveis nas radiografias convencionais. ↠ Podem ser mostrados em qualquer plano: axial, sagital ou coronal. Ultrassonografia ↠ Transdutores de ultrassonografia utilizam energia acústica acima da frequência audível pelos humanos para produzir imagens. Ressonância Magnética ↠ Utiliza a energia potencial armazenada nos átomos de hidrogênio do corpo. Os átomos são manipulados por campos magnéticos e pulsos de radiofrequência muito fortes para produzir energia específica para cada tecido. ↠ Utilizam radiação não ionizante. Avaliando a adequação técnica da radiografia de tórax O QUE DEFINE UMA RADIOGRAFIA DE TÓRAX TECNICAMENTE ADEQUADA? FATOR O QUE VOCÊ DEVE VER Penetração Deve ser capaz de ver a coluna através do coração. Inspiração Deve ver pelo menos oito a nove costelas posteriores Rotação O processo espinhoso deve estar equidistante entre as extremidades mediais das clavículas. Magnificação Filmes anteroposteriores (principalmente raios X de tórax no leito) magnificam levemente o coração. Angulação A clavícula normalmente tem um formato de S e a extremidade medial se superpõe na terceira ou quarta costela. OBS.: Na radiografia padrão em PA do tórax (na incidência posteroanterior), o coração, sendo uma estrutura anterior, está mais perto da superfície de exame e por isso seu tamanho é mais próximo do seu tamanho real. Em um exame em PA, o raio X entra por “P” e sai por “A”. Em uma imagem em AP (anteroposterior), o coração está mais distante do cassete de imagem e fica, portanto, levemente ampliado. OBS.: Quanto maior a distância da fonte de raios X em relação ao paciente, menor o grau de magnificação. PA de tórax normal. Como foi explicado neste capítulo, o grau de penetração mostrado aqui é adequado, porque podemos ver a coluna através do coração (setas brancas sólidas). Há uma boa inspiração, com quase 10 costelas posteriores visíveis. Nós podemos determinar que o paciente não está rodado, porque o processo espinhoso (seta preta sólida) está no meio do caminho entre as extremidades das clavículas (setas brancas tracejadas). Há pouca magnificação porque esta é uma imagem em posteroanterior. A extremidade medial da clavícula (C) se superpõe à 1a costela anterior (1), logo não há angulação. Observe que o diafragma esquerdo é visível (seta preta tracejada), como deveria ser. 2 Júlia Morbeck – @med.morbeck Incidências Semana 2 Avaliação Sistêmica do Tórax ↠ Praticamente todas as “linhas brancas” que você vê nos pulmões na radiografia do tórax são vasos sanguíneos. Vasos sanguíneos caracteristicamente se ramificam e estreitam-se a partir do hilo central para as margens periféricas dos pulmões. OBS.: Na posição de pé, o fluxo sanguíneo para a base é maior que o fluxo para o ápice, por causa da gravidade. Portanto, o tamanho dos vasos na base é normalmente maior que o tamanho dos vasos no ápice do pulmão. A: PA; B: Perfil esquerdo. D: AP; E: AP em decúbito dorsal. Visão frontal bem-realizada do tórax normal. Repare como a coluna é vista através da sombra do coração. Ambos os seios costofrênicos laterais direito e esquerdo são precisos e agudos. A linha branca demarca o nível aproximado da cissura menor ou horizontal, que é normalmente visível na visão frontal porque a imagem é feita com o paciente em pé. Não existe cissura menor no lado esquerdo. O círculo branco contém marcas pulmonares que são vasos sanguíneos. Note que o hilo esquerdo é normalmente um pouco mais alto que o direito. O “3” branco está sobre a terceira costela. posterior e o “3” preto está na terceira costela anterior. Radiografia normal em perfil esquerdo do tórax. Existe um espaço livre atrás do esterno (seta branca). Os hilos produzem uma sombra não discreta (círculo branco). Os corpos vertebrais são aproximadamente de mesma altura e seus platôs são paralelos entre eles (duplas setas brancas). Os seios costofrênicos posteriores (seta preta) são agudos. Note que a coluna torácica parece ficar mais preta (escura) a partir da cintura escapular (estrela preta) até o diafragma, porque existe menos tecido denso para o feixe do raio X atravessar no nível do diafragma. O coração normalmente toca o aspecto anterior do hemidiafragma esquerdo e o obscurece (forma uma silhueta). A superfície superior do hemidiafragma direito é frequentemente vista continuamente de trás para frente (cabeça deposterior e o “3” preto está na terceira costela anterior. seta preta) porque não é escurecido pelo coração. Note o espaço normal posterior ao coração e anterior à coluna; isso vai ser importante ao avaliar cardiomegalia. A linha preta representa aproximadamente a localização da cissura maior ou oblíqua; a linha branca é a localização aproximada da cissura menor ou horizontal. Ambas são vistas porque estão perpendiculares à visão lateral. 3 Júlia Morbeck – @med.morbeck Anatomia Cardíaca Normal ↠ Você pode estimar o tamanho da silhueta cardíaca na radiografia frontal de tórax usando o índice cardiotorácico, que é a medida do maior diâmetro transverso do coração comparado com o maior diâmetro interno da caixa torácica (da face interna de uma costela à face interna da outra ao nível do diafragma). ↠ Na maioria dos adultos normais com inspiração completa, o índice cardiotorácico é ,50%. Ou seja, o tamanho do coração é geralmente menos da metade do diâmetro interno da caixa torácica. ↠ Normalmente, a aorta descendente corre paralela à coluna e é fracamente visível na radiografia frontal do tórax. Quando se torna tortuosa ou desenrolada, desloca- se para longe da coluna torácica em direção ao lado esquerdo do paciente. Aneurismas Aórticos ↠ A aparência do aneurisma aórtico torácico nas radiografias de tórax dependerá, em parte, da porção da aorta torácica de que ele surge. Os aneurismas da aorta ascendente podem se estender anteriormente e para a direita. Os aneurismas do arco aórtico produzem uma massa mediastinal média. Os aneurismas da aorta Velamento do seio costofrênico posterior por um pequeno derrame pleural. Visão lateral esquerda do tórax mostra líquido causando o velamento do seio costofrênico posterior (seta branca). O outro seio costofrênico posterior (seta preta) está agudo. O derrame pleural está do lado direito porque o hemidiafragma envolvido pode ser visto anteriormente mais à frente (cabeça de seta preta) do que o outro hemidiafragma (o esquerdo), que normalmente está com a silhueta do coração e não é visível anteriormente.posterior e o “3” preto está na terceira costela anterior. O índice cardiotorácico. Para estimar o índicecardiotorácico, o maior diâmetro transverso do coração (dupla seta superior) é comparado com o maior diâmetro interno da caixa torácica, de uma costela direita a uma costela esquerda (dupla seta inferior). O maior diâmetro interno do tórax está usualmente no nível do diafragma. O índice cardiotorácico deve ser ,50% na maioria dos adultos normais em uma radiografia padrão posteroanterior do tórax realizada com uma inspiração adequada (mostrando cerca de nove costelas posteriores). 4 Júlia Morbeck – @med.morbeck descendente se projetam posteriormente, lateralmente e para a esquerda. ↠ Quando há aneurisma ou dissecção aórtica podem ser visualizadas alterações no RX de tórax, como: • Mediastino alargado ao nível do botão aórtico; • Contorno aórtico duplo; • Contorno aórtico irregular; • Deslocamento medial da calcificação; • Desvio das estruturas mediastinais. Dissecção aórtica torácica ↠ As dissecções aórticas com mais frequência se originam na aorta ascendente (tipo A de Stanford) ou podem envolver apenas a aorta descendente (tipo B de Stanford). Elas resultam de uma laceração que permite que o sangue disseque na parede por várias extensões da aorta, geralmente ao longo da média. ↠ As radiografias convencionais não são significativamente sensíveis para serem confiáveis do ponto de vista diagnóstico, mas elas podem apontar para o diagnóstico quando achados graves nas imagens ocorrem juntos, especialmente no quadro clínico apropriado. Aneurisma aórtico. A aorta torácica inteira está aumentada nesse homem de 67 anos de idade. A aorta ascendente (seta branca sólida) normalmente não deve se projetar para a direita além da margem cardíaca direita (seta branca pontilhada) em uma radiografia de tórax não girada. A aorta torácica descendente deve normalmente fazer paralelo e quase desaparecer com a coluna torácica; à medida que ela se torna maior, ela oscila para além da coluna (setas brancas tracejadas). Aneurisma aórtico, radiografia de tórax convencional e TC. A, Visão em close de uma radiografia frontal do tórax demonstrando uma grande massa de tecido mole mediastinal (seta branca). Essa densidade de tecido mole representa um aneurisma grande da aorta descendente proximal também visto na imagem da TC (B). O aneurisma mediu 6,7 cm, o que o coloca em risco significativo de ruptura. É comum a calcificação na parede de um aneurisma (seta branca tracejada). O material de contraste se mistura com sangue que flui na luz da aorta (seta branca sólida), mas o sangue que flui está separado da calcificação intimal por uma quantidade considerável de trombo não contrastado aderente à parede (seta preta). Dissecção aórtica. As radiografias convencionais não são sensíveis o suficiente para serem confiáveis do ponto de vista diagnóstico para dissecção aórtica, mas elas podem apontar o diagnóstico quando vários achados de imagem são vistos juntos, especialmente no quadro clínico apropriado. O “alargamento do mediastino” frequentemente não está presente e é um meio deficiente para se estabelecer o diagnóstico, embora nesse paciente o mediastino esteja claramente alargado por uma aorta aumentada (seta preta dupla). Também, um derrame pleural esquerdo está presente (seta preta única). A combinação de mediastino alargado e derrame pleural esquerdo no paciente com dor torácica deve alertá-lo para a possibilidade de uma dissecção aórtica. 5 Júlia Morbeck – @med.morbeck Semana 3 Principais variantes anatômicas Costela cervical: é uma malformação congênita óssea ou fibrosa, de causa desconhecida, do processo transverso da sétima vértebra cervical Dextrocardia – coração virado para a direita. Lobo ázigos: é uma variação anatômica, forma-se a partir de um desenvolvimento anômalo do trajeto da veia ázigos, que desloca a pleura visceral em grau variável na região medial superior do lobo superior direito. 6 Júlia Morbeck – @med.morbeck Semana 4 Eletrocardiograma 1º - Ritmo, FC e onda P • Ritmo Sinusal: tem onda P positiva em D1, D2 e AVF? Tem onda P precedendo todo o QRS no traçado longo de D2? • FC: 1500/R-R • Onda P: despolarização atrial. Comprimento < 3mm ou 120 milisseg e altura até 2,5 mm ou 0,25 milivolt. 3 mm ou mais de comprimento sugere sobrecarga atrial esquerda, já altura > 2,5 mm sugere sobrecarga de átrio direito. 2º - Intervalo PR • < 3 quadradinhos = PR curto • > 5 quadradinhos = bloqueio atrioventricular de 1º grau 3º - Complexo QRS Maior ou igual a 3 quadradinhos = Bloqueio de ramo. • Bloqueio de ramo direito: se o QRS for mais positivo em V1 • Bloqueio de ramo esquerdo: se QRS mais negativo em V1. 4º - Segmento ST Normal. quando está nivelado com a linha de base. As linhas B de Kerley (setas) são linhas horizontais na periferia do pulmão que se estendem até a superfície pleural. Denotam septos interlobulares espessados e edematosos, muitas vezes decorrentes de edema pulmonar. 7 Júlia Morbeck – @med.morbeck 5º - Onda T Assimétrica, mesma orientação que o QRS. Semana 5 Doenças do pericárdio RX: habitualmente normal; aumento da área cardíaca (derrame > 250ml); sinal do coração em moringa. Derrame Pericárdico no ECO GRADUAÇÃO DO DERRAME PERICÁRDICO • Mínimo = < 50-100ml – Visível apenas na Sístole. • Discreto = 100-200ml – Lâmina líq <10mm • Moderado = 200-500ml – Lâmina líq. 10-20mm • Importante = >500ml – Lâmina líq. > 20mm Semana 6 Trombose Venosa Profunda 8 Júlia Morbeck – @med.morbeck Semana 7 Tuberculose 9 Júlia Morbeck – @med.morbeck Semana 8 Hiperinsuflação Pulmonar ↠ Nas radiografias convencionais, o achado mais confiável da DPOC é a hiperinflação, incluindo retificação do diafragma, sobretudo na exposição em perfil. Outros achados podem incluir um aumento no espaço livre retroesternal, hiperlucência dos pulmões com menos marcações vasculares visíveis que o normal e proeminência das artérias pulmonares da hipertensão arterial pulmonar. Enfisema. Nas radiografias convencionais, os achados de imagem da doença pulmonar obstrutiva crônica são hiperinflação, incluindo achatamento do diafragma, sobretudo na exposição lateral (seta branca sólida em B), aumento do espaço retroesternal (seta branca tracejada), hiperlucência dos pulmões com menos marcações vasculares que o normal e proeminência das artérias pulmonares secundária à hipertensão arterial pulmonar (setas brancas sólidas em A).
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