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POSTAGEM_1_Pratica de ensino trajetória das práxis

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LICENCIATURA EM LETRAS
PRÁTICA DE ENSINO: TRAJETÓRIA DAS PRÁXIS (PE:TP)
POSTAGEM 1: TEXTO DISSERTATIVO
2022
A DISCIPLINA COMO SOLUÇÃO PARA A VIOLÊNCIA CONTRA O PROFESSOR 
O professor sob ameaça: como enfrentar a violência descreve o caso de um docente que é ameaçado por um aluno violento. Este veio transferido de outra escola pelo mesmo motivo. Sem apoio da direção e amigos, o professor é aconselhado a nada fazer. Para tratar do problema de violência na escola, em especial a praticada contra o professor, primeiro precisa-se entender o que é a violência, quais as causas que levam alunos a praticá-la e como acabar com ela. Violência, é o uso intencional de força física ou poder, ameaçados ou reais, contra si mesmo, contra outra pessoa ou contra um grupo ou comunidade, que resultem ou tenham grande probabilidade de resultar em ferimento, morte, dano psicológico, mal-desenvolvimento ou privação (WIKIPEDIA). Considerado os dados apresentados pela Faculdade Latino-americana de Ciências Sociais, Ministério da Saúde e Organização dos Estados Interamericanos, “a violência atinge 42% dos alunos da rede pública” (MORRONE e OSHIMA, 2016). Quanto à violência contra os professores, os números também são assustadores. Uma pesquisa feita em 2015 pelo Sindicato dos Professores do Estado de São Paulo (Apeoesp) apontou que 44% dos docentes que atuavam no estado disseram já ter sofrido algum tipo de agressão. Entre as agressões que 84% dos professores afirmam já ter presenciado, 74% falam em agressão verbal, 60% em bullying, 53% em vandalismo e 52% em agressão física (TENENTE e FARJADO, 2017). Assim como em todas as outras modalidades de violência, há subnotificação das agressões, especialmente quando são somente verbais ou materiais. Muitos professores de escolas privadas, com medo da perda do emprego, relevam as agressões até que sofram fisicamente, ou ficam doentes em função dos abusos. Não é diferente na rede pública. Ainda que especialistas defendam que o ECA é uma das legislações mais avançadas do mundo, cada vez mais cedo os adolescentes têm tomado conhecimento de que suas transgressões quase sempre são impunes, quando muito levemente apenadas, graças ao que preconiza este documento. Em 2014, no Distrito Federal, “um dia antes de completar 18 anos, jovem mata a namorada de 14, filma e mostra aos amigos”. Este é o título da matéria do portal R7, que dá conta de que o menor confessou o crime porque sabe que ficará apenas 3 anos na Fundação Casa. Se fosse cometido no dia seguinte, daria 30 anos de cadeia (R7, 2014). No Rio Grande do Sul, uma pesquisa feita com professores de escola privada, apontou que para 83,2% dos entrevistados, a retirada da autoridade do professor é causa da violência contra eles (SINDPRO/RS, 2007)
Com uma realidade tão gritante, não dá para negar que o Brasil é um dos piores países do mundo para o exercício da docência. Neste mapa da violência não existe um só canto deste país onde ela não ocorra. Uma pesquisa rápida na internet mostrará especialistas confirmando que a falta de disciplina na infância tem produzido adolescentes violentos. As causas são diversas: pais omissos porque disciplinar dá trabalho, famílias desestruturadas, falta de presença do poder do estado e ideologia que entende que a única forma de disciplina é aquela baseada tão somente no diálogo, sem nenhum tipo de desconforto, físico ou psicológico. A prova de que a disciplina e o respeito às regras são fundamentais é o grande crescimento, aceitação e melhora de índices no IDEB das escolas militarizadas. A simples militarização das escolas não será a solução mágica para o problema da violência nas escolas, em especial contra o professor. Todavia, faz-se necessário debater fortemente o tema, aceitar que formas de castigo que não agridam a dignidade humana, precisam ser restauradas urgentemente. Campanhas educativas são fundamentais, mas de nada adianta dizer que o celular atrapalha se o aluno não pode ser constrangido a não usar o aparelho em aula. É um absurdo que a mochila do aluno não possa ser revistada. Eles sabendo disto, traficam drogas e até levam armas para dentro das escolas. Os pais precisam de ajuda. É cada vez menor o tempo que um pai ou mãe tem para ficar com o filho. Na grande maioria dos lares, a criança vai para a creche com meses de idade, e só convive com os pais uma ou duas horas diárias. Mesmo os melhores pais, devido a tão pouco tempo com os filhos, sentem-se culpados pela negligência, compensando isto com o mínimo de frustração possível. Na creche ou na escola, por força de lei, a criança não pode ser contrariada, porque pode-se caracterizar violência contra ela. Os professores e cuidadores estão fortemente limitados. Veja o exemplo que nos conta Leo Aversa (2018): Enzo está sempre zoando as aulas. Ele tem dez anos, é um menino esperto e tem por hobby tocar o terror na escola. Um garoto adorável, segundo os seus próprios pais, um capeta mimado, segundo os colegas. Antes de o Enzo nascer, os pais dele tentaram um jardim de cactos e um aquário, mas ambos davam muito trabalho e foram abandonados. Resolveram então ter um filho porque na época isso era meio modinha entre os amigos. Ao descobrirem que criança dá ainda mais trabalho que cactos ou aquários, entregaram o pequeno Enzo para um batalhão de babás de dar inveja ao príncipe George. O Enzo, sempre esperto, logo percebeu que as babás não o contrariavam para não perder o emprego e começou a dar as ordens. Como os pais estão sempre trabalhando — para pagar o batalhão de babás — em casa é ele o rei. Na escola também quer mandar em tudo e acha que os professores são babás sem uniforme. Os pais, atarantados, estão esperando que o lançamento de algum app para educar filhos solucione o problema. A tecnologia vai resolver tudo, pensam conectados. Como foi dito, o pêndulo foi para o outro extremo. É preciso fazer pará-lo no meio. Nem tortura, nem libertinagem. Disciplina e respeito precisam ser restaurados nas escolas brasileiras. A legislação precisa mudar para poder dar mais garantias de que alguns adolescentes necessitam medidas disciplinares mais rígidas. O preconceito ideológico de que hierarquia e disciplina não devem ser levados para a escolas precisa cair por terra. A presunção de inocência precisa se menos inocente, e medidas protetivas preventivas devam ser oferecidas aos professores e funcionários das escolas. Alunos que praticam violência física devem ser levados para escolas “especiais”. Os que praticam violência mais leve, tais como verbais ou patrimoniais devem ser punidos na própria escola, como prestação de serviço à comunidade ou à própria escola, como forma de disciplina.
2 REFERÊNCIAS AVERSA, L. A volta da palmatória. O Globo, 2018. Disponivel em: . Acesso em: 22 fev. 2019. MORRONE, B.; OSHIMA, F. Y. Violência atinge 42% dos alunos da rede pública. Época, 2016. Disponivel em: . Acesso em: 22 fev. 2019. R7. Um dia antes de completar 18 anos, jovem mata a namorada de 14, filma e mostra aos amigos. Portal R7, 2014. Disponivel em: . Acesso em: 22 fev. 2019. SINPRO/RS. Pesquisa investigou violência contra professores. Extra Classe, 2007. Disponivel em: . Acesso em: 22 fev. 2019. TENENTE, L.; FARJADO, V. Brasil é #1 no ranking da violência contra professores: entenda os dados e o que se sabe sobre o tema. G1, 2017. Disponivel em: . Acesso em: 22 fev. 2019. VIOLÊNCIA. In: WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre. Flórida: Wikimedia Foundation, 2017. Disponível em: . Acesso em: 22 fev. 2019.