Buscar

Mycobacterium - Microbiologia Veterinária

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 6 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 6 páginas

Prévia do material em texto

Mycobacterium – Tuberculose bovina 
→ Definição: enfermidade infectocontagiosa de evolução crônica, caracterizada por lesões de aspecto nodular, 
principalmente em linfonodos (fagocitose do macrófago → drenagem ao linfonodo) e pulmões, que acomete bovinos 
e bubalinos (convívio), podendo afetar o homem. 
→ Importância veterinária nas áreas de infecção, inspeção, prevenção, diagnóstico de campo e suínos. 
→ Gênero mycobacterium: infecção acidental no homem por ingestão e contato, principalmente nas áreas periféricas 
(falta de saúde pública e infraestrutura – menor incidência solar e corrente de ar). 
→ Características gerais: 
• Ácido micólico na parede bacteriana. 
• Aeróbios, imóveis e não formadores de esporos. 
• A multiplicação é intracelular, ou seja, causam infecção granulomatosa crônica. 
• As doenças causadas pelo gênero normalmente são crônicas e progressivas. 
• Encontradas em solo, vegetação e água. 
Principais doenças: tuberculose, doença de Johne e lepra felina. 
 
 
→ M. bovis: maior interesse devido a maior circulação → acometimento dos linfonodos → indicadores da presença 
bacteriana nos animais. 
→ Micobactérias do complexo M. tuberculosis: M. tubercolosis (humano, podendo chegar aos animais, especialmente 
suínos), M. bovis (específico de bovinos, mas também circula em búfalos, canídeos e raramente equídeos), M. 
africanum (não há esse diagnóstico no Brasil), M. microti e M. canetti. 
→ Micobactérias não tuberculosas: M. aviarium, M. intracellulare (preferência por nitrogênio, ou seja, baias sem 
limpeza das fezes são ideais para proliferação das bactérias → cama utilizada como disseminação através da lesão de 
mucosas ao ingerir feno → macrófagos não conseguem digerir as bactérias infecciosas devido ao ácido micórico → 
lesão intestinal ou retrofaringeana em suínos), M. scrofulaceum e M. avium subsp. paratuberculosis (acomete bovinos 
e búfalos → lesões de reto → diagnóstico por palpação de vilosidades no local). 
→ Diagnóstico: 
• Teste de tuberculina (teste padrão ante-mortem): reação de hipersensibilidade com a tuberculoproteína. 
O falso-positivo no teste de tuberculina pode ser atribuído a sensibilização por outras Micobactérias 
que não a M. bovis. 
O falso-negativo pode ser atribuído a animais testados antes do desenvolvimento da resposta 
tardia (cerca de 30 dias de infecção), anergia (bovinos em estado avançado não-responsivo), 
dessensibilização transitória pela injeção de tuberculina e vacas não-responsivas pós-parto. 
• Teste único intradérmico (prega da cauda): PPD bovino (proteína purificada derivada – tuberculina) é injetada 
e após 72 horas, a reação positiva se caracteriza por aumento de volume endurecido ou edematoso do local. 
• Teste intradérmico comparativo: PPD aviário e PPD bovino são injetados no pescoço → medição → evidência 
de infecção → reativo. 
• Coloração de ZN (mycobacterium é um bacilo ácido resistente → ZN positivo/BAAR → lipídeos ligados a fucsina 
carbólica que não é removida pelo descorante álcool-ácido da coloração de Ziehl-Neelsen). 
• Embora a bactéria seja gram-positiva, a coloração de Gram não é empregada nos testes devido ao ácido 
micólico e aos lípideos da parede bacteriana que impede a entrada do corante. 
→ Resistência no ambiente: 
• 2 anos em instalações rurais (não esporulas, mas fica liofilizada), fezes, solos e pastagens. 
• 1 ano na água. 
• 10 meses em carcaças. 
→ Desinfetantes: hipoclorito de sódio 5% (são mais resistentes aos desinfetantes químicos). 
→ Calor: autoclave, fervura (manter 30 minutos em aquecimento), pasteurização lenta ou rápida (na rápida já houve 
isolamento de Micobactérias, pois quando tem muitas células inflamatórias, o calor não ultrapassa linfócito para 
destruir a bactéria) → mais sensíveis a pasteurização. 
→ Epidemiologia: 
• Distribuição mundial: maior prevalência em países em desenvolvimento, erradicada e em erradicação em 
alguns países desenvolvidos. 
• Distribuição no Brasil: prevalência de rebanhos reagente e animais reagentes. 
• Maior prevalência (difusão da doença) em rebanhos leiteiros com algum grau de tecnificação da produção. 
• A doença circula em animais jovens (leite de mastite fornecido aos bezerros/machos nascidos de vacas 
leiteiras) e apresenta sinais clínicos em adultos. 
• Ocorrência frequente em confinamento (alojamento de animais de diferentes procedências). 
Epidemiologia da M. bovis: 
• Apesar de sobreviver vários meses no ambiente, a principal forma de transmissão é por aerossóis gerados 
pelos animais infectados (maior susceptibilidade de infecção humana pelo contato com gado de leite). 
• Bezerros, suínos e gatos se infectam por leite contaminado. 
• Animais silvestres → reservatórios. 
→ Importância econômica: 
• Queda no ganho de peso. 
• Diminuição na produção de leite. 
• Descarte precoce. 
• Eliminação de animais de alto valor zootécnico. 
• Condenação de carcaças. 
• Morte de animais. 
• Perda de credibilidade da unidade de criação no comércio. 
 
→ Transmissão da tuberculose bovina para o homem: 
• Via digestiva: 
o Consumo de leite ou produtos lácteos não pasteurizados → linfonodos cervicais e mesentéricos. 
o Lesões extrapulmonares → por isso não se detecta T. bovis em diagnósticos laboratoriais (a técnica de 
coleta de amostras é pulmonar, mas a via dessa bactéria é digestiva). 
• Via respiratória: 
o Técnicos de laboratório. 
o Trabalhadores da indústria de carne. 
o Indivíduos que lidam com animais doentes. 
• Maior suscetibilidade de idosos, crianças e indivíduos imunodeprimidos, principalmente em locais sem 
condições sanitárias. 
• Todas as espécies são susceptíveis. 
→ Cadeia de transmissão: 
• Fonte de infecção: animais (principalmente idosos) doentes ou infectados, raramente homem. 
Infecção pela bactéria → pré-zona → reação a partir do 35° dia → zona de excelência (2 a 3 anos) 
→ positivação do exame (reação do corpo) → pós-zona (transmissão da doença persiste e não há 
mais linfócitos T circulantes → não positiva o teste) 
O grupo que não reage é falso negativo, sendo visto em animais idosos. 
• Vias de eliminação: gotículas e secreções respiratórias, leite, colostro, sêmen, fezes e urina. 
• Vias de transmissão: aerossóis, pastagens, água e alimentos contaminados. 
• Portas de entrada: tratos respiratório e digestivo, mucosas e pele. 
→ Introdução da doença no rebanho: 
• Aquisição de animais. 
• Participação em eventos. 
• Contato direto ou indireto com o rebanho infectado. 
Bactérias na água → produtos de desinfecção são jogados no mesmo local → morte das bactérias 
que iriam matar as Micobactérias → disseminação na propriedade a partir da reintrodução da água 
contaminada para consumo. 
 
→ Patogenia: 
• Invasão dos alvéolos pulmonares → multiplicação nos macrófagos → formação de granuloma → célula de 
Langhans (fusão de macrófagos) → resposta imune e hipersensibilidade tardia → destruição dos tecidos 
(entrada excessiva de macrófagos e morte → forma um espaço virtual → deposição de Cálcio → necrose 
caseosa) → propagação dos bacilos (M. bovis) para o linfonodo satélite, formando o complexo primário. 
• Evolução do processo: desaparecimento ou calcificação das lesões (animais idosos). 
• Vacina ativa: precisa-se da imunidade celular ativa, isto é, com circulação bacteriana para que mantenha-se 
as interleucinas. 
→ Patogênese e patogenicidade: 
• Multiplicação nos macrófagos do hospedeiro (sobrevivência por interferir na fusão fagossomo e lisossomo → 
falhas na digestão lisossômica) → a migração dessas células dissemina a infecção. 
• Virulência: tuberculoproteínas (imunidade celular ativada → recrutamento de macrófagos ativados pela 
citocinase e citocinas de linfócitos T sensibilizados pela tuberculoproteína → acúmulo gradual de macrófagos 
→ lesões granulomatosas → levam ao desenvolvimento de um tubérculo). 
→ Sinais clínicos e patologia: 
• Sinais clínicos somente na doença avançada (bovinos com lesões extensas podem mostrar-seem bom estado 
de saúde). 
• Tuberculose pulmonar avançada → pirexia e tosse. 
• Envolvimento do tecido mamário (mastite tuberculosa) → endurecimento dos quartos afetados e aumento 
dos linfonodos supramamários. Possui grande importância na saúde pública pela infecção através do leite. 
→ Vias de drenagem linfática: 
• Gânglios linfáticos. 
• RISPO A: artigo para inspeção dos gânglios → diagnóstico. 
• Regiões: cervical ou escapular (bovinos de produção/gado de corte) ou caudal (rebanho geral). 
• Animais infectados assintomáticos: alta frequência (abate de vacas leiteiras → não passa pela inspeção no 
frigorífico → carne não é condenada → produção de embutidos). 
• Animais doentes: emagrecimento, hipertrofia ganglionar, dispneia, tosse seca. 
→ Métodos de diagnósticos: 
• Exigência do Laboratório com segurança nível 3. 
• Diagnóstico histopatológico: formaldeído 10%. 
• Diagnóstico patológico: refrigerado/congelado. 
• As espécies de Mycobacterium podem ser diferenciadas pelo seu aspecto colonial em meios à base de ovo. 
• A influência do glicerol e piruvato sódico é utilizada para diferenciar espécies patogênicas. 
• Diretos → presença do agente etiológico: 
o Demora de ¾ meses para crescimento bacteriano. 
o Isolamento do agente em meio de Stonebrick e identificação bioquímica (identificação de M. 
tuberculosis, M. bovis e M. avium). 
o Detecção do DNA por métodos moleculares (reação PCR). 
• Indiretos: 
o Resposta do animal ao agente etiológico (avaliação da resposta imunológica celular). 
o Tuberculinização: 
▪ Uso de tuberculina (proteína obtida pelo cultivo de M. bovis) para detecção de linfócitos T. 
▪ Vantagens: alta eficiência, capacidade de detectar infecções recentes, simplicidade de 
execução. 
▪ Desvantagens: possibilidade de reações inespecíficas, animais anérgicos (idosos), exigência de 
intervalo mínimo entre os testes e exigência de duas visitas à propriedade. 
→ Amostras: leite, tecidos lesados, aspirado e linfonodos. 
→ Localização frequente de lesões: linfonodo retrofaríngeo medial (drenagem orofaríngea) > mediastínico > bronquial 
> pulmão > mesentérico. 
→ Procedimentos para rebanho positivo: 
• Esclarecimento sobre a doença. 
• Planejamento do combate. 
• Destino dos animais reagentes. 
• Isolamento. 
• Desinfecção de instalações. 
• Intervalo entre Tuberculinização. 
• Exame de saúde das pessoas envolvidas. 
• Outros animais da propriedade. 
Mycobacterium – Paratuberculose 
→ Mycobacterium avium subsp. paratuberculosis. 
→ Patógeno intracelular com reações imunomediadas por células, sendo essas as principais responsáveis por lesões 
entéricas (bactérias inicialmente encontradas nas placas de peyer) → perda de proteínas plasmáticas e má absorção 
de nutrientes e de água. 
→ Sinais clínicos normalmente aparecem após uma prolongada fase subclínica. Já a principal característica clínica é a 
diarreia em bovinos (inicia intermitente, mas se torna persistente e profusa).

Continue navegando