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Mycobacterium - Microbiologia Veterinária

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@biavetlove
MYCOBACTERIUM
MycobacteriumMycobacterium
G+
São bastonetes gram positivos. 
Bastonetes aeróbicos
acidorresistentes que contêm alto teor
de guanina–citosina (GC) (cerca de
65%) em seus genomas.
Classificadas de acordo com a taxa de
multiplicação, em multiplicação
rápida (colônias se desenvolvem em
placas de ágar em 7 dias ou menos; 
 Mycobacterium smegmatis e
Mycobacterium fortuitum), ou em
multiplicação lenta (colônias com + de
7 dias para crescerem em placas de
ágar; Mycobacterium tuberculosis e
Mycobacterium avium).
A maioria das espécies patogênicas
apresenta multiplicação lenta.
Não apresentam flagelos.
Características e a maioria das cepas virulentas étransparente e lisa, as quais
gradativamente se transformam em
opacas e rugosas, uma vez que a
virulência pode se perder depois de
repetidas culturas. 
 Por meio de microscopia crioeletrônica,
foi demonstrada a presença de uma
camada externa (cápsula) composta de
proteínas e carboidratos fracamente
ligados. Esse material é eliminado
durante a multiplicação dos
microrganismos em meio liquido, mas é
facilmente visto in vivo.
Morfologia e Coloração
 Apesar de serem gram positivos,
frequentemente não se coram com o
corante de Gram. 
 Podem se corar com carbolfucsina
(coloração de Ziehl Neelsen) ou com
corantes fluorescentes (auramina- 
rodamina). 
 Sua propriedade de coloração mais
notada é a característica acidorresistente
(uma vez corada, resiste à descoloração
pela solução de ácido hidroclórico a 3%
em etanol). 
 A multiplicação em ágar origina colônias
de morfologia variável, porém
geralmente são secas e enrugadas.
 Colônias de M. avium ssp. hominissuis
geralmente apresentam formato de domo
Estrutura e Composição
 Apresentam parede celular rica em
lipídeos. Os micosídeos de superfície
(glicolipídios e peptidoglicolipídios)
determinam as características das
colônias, as especificidades sorológicas e
as suscetibilidades a bacteriófagos. 
 As camadas subsuperficiais, de ácidos
micólicos de cadeia longa ramificada e
seus ésteres, compõem o volume de
lipídios da parede celular. Os ácidos
micólicos são ligados à camada mais
interna de peptidoglicanos por meio de
arabinogalactanos. 
 A determinação do comprimento da
cadeia de ácido micólico tem importância
diagnóstica na identificação do gênero e
das espécies, pois as micobactérias
apresentam cadeias mais longas,
contendo 60 a 90 átomos de carbono.
Alguns ácidos micólicos se ligam
fracamente ao dissacarídio trealose, sob
as formas de monomicolato de trealose
(TMM) e de dimicolato de trealose (TDM). 
MycobacteriumMycobacterium
G+
 Um dos antígenos capsulares (antígeno
85) apresenta atividade enzimática,
responsável pela formação de TMM e
TDM.
 TDM está associado a várias funções nos
mecanismos fisiopatogênicos, protegendo
as micobactérias da morte fagocítica e
contribuindo para a lesão das células do
hospedeiro dentro do granuloma.
 As micobactérias têm membranas
celulares típicas, mas têm a notável
característica de um importante
glicolipídio da parede celular
(lipoarabnomanano, LAM) que encontra-- 
se ligado de modo covalente a esta
membrana. 
 LAM também está envolvido na
patogênese da infecção causada por
micobactérias (fagocitose e inibição de
fusões de fagolisossomos; especialmente
por M. tuberculosis, pois o LAM é
recoberto por resíduos de manose
(ManLAM). 
 M. bovis é um microrganismo zoonótico
que pode ser transmitido por meio de
aerossóis, de modo bidirecional, de
animais para as pessoas e de pessoas aos
animais, cuja causa mais frequente é o
leite não pasteurizado obtido de animais
infectados (bovinos e outros ruminantes),
os quais atuam como a principal fonte de
infecção.
 Com base nos resultados de análises
bioquímicas e genéticas, atualmente a
espécie M. avium é classificada em quatro
subespécies: M. avium ssp. avium, que
causa doença semelhante à tuberculose,
em aves; M. avium ssp. hominissuis, o
clássico M. avium da literatura médica,
que infecta seres humanos e suínos e é
considerado o principal exemplo de
“micobactéria ambiental”; M. avium ssp.
paratuberculosis, causador da doença de
Johne em ruminantes e que está
associada à ocorrência da doença de
Crohn em pessoas; e M. avium ssp.
silvaticum, que coloniza animais
selvagens, como pombo torcaz (Columba
palumbus), cuja condição de patógeno
não foi bem estabelecida. Micobactérias do complexo M.
tuberculosis: 
- M. tuberculosis, M. bovis, M. africanum,
M. microti, M. canettii.
Micobactérias não tuberculosas:
- Complexo MAIS (M. avium, M.
intracellulare, M. scrofulaceum), M.
avium subsp. paratuberculosis.
 As bactérias Mycobacterium bovis e M.
tuberculosis foram descobertas como
agentes causadores de tuberculose em
animais e humanos. A transmissão
ocorre entre os indivíduos, por meio de
aerossóis contaminados. 
Espécies
Início da Doença
 Com a entrada do microrganismo pela
mucosa brônquico ou intestinal, os
macrófagos residentes, alveolares ou
intestinais, são mobilizados para fagocitar
a micobactéria patogênica.
 Esse processo fagocítico é mediado por
receptor e independe de anticorpo; há
participação de receptores do sistema
complemento, do receptor manose e/ou
de integrinas.
MycobacteriumMycobacterium
G+
 Mycobacterium se esquiva de receptores
dependentes de anticorpos, os quais
normalmente estimulam a ativação de
macrófagos e a resposta bactericida,
como acontece com várias bactérias
patogênicas. 
 Desse modo, as micobactérias
permanecem nos vacúolos dos fagócitos,
impedindo a ativação de fagossomos
(produção de produtos intermediários
reativos bactericidas) e a maturação (p.
ex., acidificação de fagossomo e fusão
com lisossomos). Assim, os bacilos
micobacterianos são capazes de
sobreviver e de se multiplicar nas células
fagocíticas residentes.
 Os monócitos (células fagocíticas do
sangue) são, então, recrutados para o
local da infecção, o qual, por fim,
progride para granuloma ou tubérculo. 
 Essa estrutura arredondada focal é
evidente no exame patológico
macroscópico como nodulação amarela
próxima à entrada/saída dos vasos
sanguíneos dos órgãos envolvidos (p. ex.,
o complexo de Ghon, nos pulmões). 
 O tubérculo contém macrófagos
infectados em seu centro, circundado por
grandes fagócitos (células epitelioides),
linfócitos e fibroblastos, envolvidos por
uma camada de colágeno. 
 No centro da lesão, instala-se necrose
caseosa. Dependendo da progressão da
doença, a lesão pode se calcificar, se a
doença for controlada, ou se liquefazer,
se ocorrer agravamento da doença. Os
tubérculos podem se multiplicar, se unir
e, por fim, ocupar partes relativamente
grandes dos órgãos. Esses tubérculos são 
compostos principalmente de material
caseoso.
 No caso de infecção por M. tuberculosis
em seres humanos, uma resposta imune
favorável do hospedeiro pode evitar a
doença, completamente, ou pode manter
o bacilo restrito aos granulomas, os quais,
por fim, calcificam- se. No entanto, os
bacilos vivos ainda permanecem em uma
condição na qual as bactérias são
incapazes de se multiplicar, condição
também conhecida como estado latente. 
 Se a resposta do hospedeiro for fraca
desde o início ou a resposta do hospedeiro
diminuir após 40 a 50 anos, os focos
infecciosos podem necrosar e liberar
bacilos infecciosos que se disseminam
por meio de tosse. Este último mecanismo
é denominado reativação da latência. A
clara sequência de latência e reativação
não está bem documentada em
hospedeiros não humanos.
 Possivelmente, em decorrência de um
ciclo de vida curto e de uma resposta mais
fraca do indivíduo, em vários hospedeiros
animais não humanos, a infecção causada
por micobactérias pode progredir de
enfermidade subclínica para doença
clínica evidente, na ausência de terapia
medicamentosa.
Resposta Imune
 Como as micobactérias são patógenos
intracelulares, a resposta humoral é
ineficiente no controle da infecção e
surge no estágio intermediário ou final da
doença. Desse modo, a resposta humoral
apenas tem importância diagnóstica para
determinar se um hospedeiro está 
MycobacteriumMycobacterium
G+
infectado, bemcomo para indicar a
progressão da doença.
 A principal defesa do hospedeiro contra
micobactérias patogênicas, contudo, é a
resposta imune adquirida que resulta em
ativação de macrófagos e produção de
células T citotóxicas. 
 As micobactérias podem ativar os
macrófagos para um primeiro nível de
receptividade por meio de um mecanismo
imune inato mediado pela interação de
produtos das micobactérias com
receptores Toll like presentes nas células
fagocíticas. Isso resulta em células
dendríticas e macrófagos que produzem o
polipeptídio mensageiro interleucina 12
(IL 12, um tipo de citocina) e promovem a
apresentação de antígenos das
micobactérias às células T CD4+
auxiliadoras. 
 Esse mecanismo de apresentação de
antígeno requer degradação desse
antígeno no fagossomo e a associação de
peptídios degradados com moléculas do
complexo de histocompatibilidade
principal (MHC) classe II. Na presença de
IL 12 e, possivelmente de outras citocinas
como a IL 17, essas células sofrem
diferenciação e se tornam células TH1,
com capacidade de produzir gama-
interferona, que, adicionalmente, ativa os
macrófagos, os quais são submetidos à
explosão respiratória. 
 Isso ocasiona maior elaboração de
produto altamente bactericida
denominado oxigênio reativo (ânion
superóxido e peróxido de hidrogênio) e de
intermediários do nitrogênio (óxido
nítrico [NO] e nitrito).
 Entretanto, as micobactérias resistem,
parcialmente, a essa ação oxidativa
mediante a produção de catalases –
superóxido dismutase e alquil
hidroperoxidase –, enzimas que inibem a
ação destes produtos reativos
intermediários por meio de um
mecanismo de redução.
Padrões da Doença
Aves. 
 As aves são naturalmente suscetíveis,
principalmente a M. avium ssp. avium. A
porta de entrada da maioria das infecções
das aves domésticas é o trato alimentar,
do qual a bactéria se dissemina ao fígado
e ao baço. Com frequência, ocorre
comprometimento de medula óssea,
pulmão e peritônio. Embora o
microrganismo tenha sido isolado de
ovos, é rara a infecção de filhotes pela via
transovariana.
Bovinos. 
 Em geral, os bovinos são infectados por
M. bovis, e a infecção se instala no trato
respiratório e nos linfonodos adjacentes e
nas cavidades serosas. A doença é
comumente progressiva, acometendo as
vias respiratórias e os espaços aéreos. 
 Ocorre disseminação hematógena que
envolve fígado e rins. O útero pode ser a
porta de entrada da infecção fetal, um
padrão praticamente desconhecido em
outros animais domésticos. 
 Os bezerros que sobrevivem à doença
comumente desenvolvem lesões no
fígado e no baço. 
Infecção mamária é rara (< 2% dos casos), 
MycobacteriumMycobacterium
G+
mas tem implicação relevante em saúde
pública. 
 Em geral, a infecção por M. avium ssp.
hominissuis é subclínica. Ocorre aborto
aparentemente em consequência da
instalação do bacilo na parede uterina,
em alguns casos repetidamente.
Cães e gatos. 
 Cães e gatos são facilmente infectados
por M. bovis, mas raramente por M.
avium ssp. Os cães também são
suscetíveis a M. tuberculosis. 
 A localização intestinal e abdominal da
infecção é mais comum em gatos que em
cães, sugerindo que a via de exposição
provavelmente seja o trato alimentar. 
 Lesões cutâneas ulcerativas são mais
comuns em gatos que em outros
hospedeiros, bem como o envolvimento
ocular, com coroidite tuberculosa que
ocasiona cegueira. 
 As lesões, especialmente em cães,
frequentemente parecem mais uma
reação induzida por corpo estranho que
um tubérculo, uma vez que podem não
apresentar células gigantes e células
epitelioides típicas, tampouco material
caseoso, calcificação e liquefação.
Geralmente o curso da doença é
progressivo.
Equinos. 
 Equinos são raramente infectados; a
infecção por M. avium ssp. hominissuis é
mais frequente que por M. bovis. 
 Em geral, a porta de entrada da infecção
é o trato alimentar, com complexos
primários relacionados com a faringe e 
o intestino. É possível notar lesões
secundárias no pulmão, no fígado, no
baço e em membranas serosas. As lesões
de vértebra cervical podem ser
decorrentes de periostite hipertrófica
inespecífica secundária. 
 As lesões macroscópicas são semelhantes
a tumor: não apresentam material
caseoso e calcificação macroscópica e
contêm poucos linfócitos. Observa -se
proliferação de fibroblastos, mas
geralmente não há encapsulação firme.
Ovinos e caprinos. 
 Ovinos e caprinos são suscetíveis a M.
bovis e, talvez um pouco menos
suscetíveis a M. avium ssp. hominissuis;
contudo, são resistentes à infecção
progressiva causada por M. tuberculosis.
Os padrões de doença são semelhantes
aos mencionados para bovinos. 
Suínos. 
 Podem ser infectados pelo bacilo da
tuberculose por via alimentar, mas
apenas M. bovis causa doença progressiva
com as lesões clássicas. As infecções
causadas por M. tuberculosis não
progridem além dos linfonodos regionais. 
 A infecção por M. avium ssp.
hominissuis, a modalidade predominante
em vários países, pode disseminar- se a
vísceras, ossos e meninges. As lesões não
apresentam tubérculos organizados, mas
contêm material granulomatoso.
Animais infectados assintomáticos: alta
frequência.
Animais doentes: emagrecimento,
hipertrofia ganglionar, dispnéia, tosse
seca. 
MycobacteriumMycobacterium
G+
- M. avium ssp. paratuberculosis, o
microrganismo causador da doença de
Johne.
- Síndrome da hanseníase felina.
- Síndrome do granuloma leproide canino
- Dermatite ulcerativa de gatos e cães
causada por micobactérias de rápida
multiplicação.
Tratamento e Controle
 Os medicamentos de primeira escolha
para o tratamento de tuberculose são:
isoniazida (INH), rifampicina,
pirazinamida, estreptomicina e
etambutol. Os medicamentos de segunda
linha são: ácido para aminossalicílico,
canamicina, ciclosserina, capreomicina e
etionamida.
 Em razão dos riscos à saúde pública
decorrentes da manutenção de animais
com tuberculose, não se recomenda o
emprego de quimioterapia contra
tuberculose aos animais. 
 O tratamento profilático com INH pode
ser utilizado em animais de estimação
recentemente expostos a um indivíduo
com tuberculose. Relata- se algum sucesso
em pesquisas com INH na profilaxia e no
tratamento de bezerros. 
 Nos países que adotam programa de
erradicação, geralmente o tratamento é
desaconselhável ou ilegal. 
 A tuberculose bovina é controlada
mediante a identificação e eliminação dos
animais infectados. Esse procedimento
tem resultado na quase erradicação da
infecção em vários países. 
 É necessária vigilância continuada para
evitar o ressurgimento da enfermidade. 
 Esses esforços transformaram a
tuberculose de uma doença clínica em
bovinos e fonte comum de infecção
zoonótica em uma doença
frequentemente subclínica e rara fonte de
infecção humana. 
 A vacinação de pessoas com BCG induz
hipersensibilidade e imunidade
temporária. Os benefícios da vacinação
têm sido maiores quando a exposição é
mais intensa; são irrelevantes onde a
prevalência é baixa. A vacinação em seres
humanos visa crianças e indivíduos
negativos ao teste de tuberculina
previamente expostos. A vacina BCG tem
sido utilizada em bezerros. 
 Essa prática é inapropriada em países
que tentam erradicar a tuberculose
porque interfere na interpretação do
resultado do teste de tuberculina. Há
disponibilidade de vacinas de razoável
eficácia contra Mycobacterium
paratuberculosis, porém a maioria
também interfere nos testes diagnósticos. 
 Novos procedimentos incluem o
desenvolvimento de novas vacinas mais
efetivas, capazes de possibilitar a
diferenciação de animais infectados
daqueles vacinados (formulação DIVA).
Diagnóstico Laboratorial
COLETA DE AMOSTRA 
 A coleta de amostras de esputo e soro é
mais comum na doença humana. Em
animais, especialmente ruminantes, as
amostras incluem aspirados ou biopsias
de lesões ativas, lavagens
traqueobrônquica e gástrica, linfonodos
(torácicos e abdominais), urina ou fezes e 
MycobacteriumMycobacterium
G+
amostras de biopsia. 
 Pulmão e linfonodos associados ao trato
respiratório, inclusive da faringe, e
linfonodos do trato intestinal são locais
comuns de lesões,e deles são obtidas
amostras seletivas no momento da
necropsia, quando as lesões
macroscópicas não são evidentes.
 O congelamento das amostras durante o
transporte ou a preservação do tecido em
solução de borato de sódio é um
procedimento efetivo que mantém a
viabilidade das micobactérias e reduz a
multiplicação de microrganismos
contaminantes.
presença ou ausência de luz) e em reações
bioquímicas. No mercado há
disponibilidade de sondas (probes) de
DNA específicas para os principais grupos
de micobactérias. 
 Testes para ampliação de fragmentos de
DNA específicos de micobactérias,
utilizando a reação em cadeia de
polimerase (PCR), têm se tornado os
métodos de escolha para demonstrar ou
identificar as bactérias do gênero.
IMUNODIAGNÓSTICO 
Teste de tuberculina. 
 O teste cutâneo de tuberculina, ou teste
de Mantoux, consiste na aplicação
intradérmica de tuberculina (tuberculina
purificada derivada de proteína;
tuberculina PPD), que é um extrato, livre
de células, de proteínas e peptídios
liberados por M. tuberculosis no meio de
cultura. 
 Essa inoculação intradérmica em
indivíduos infectados resulta em
tumefação caracterizada por uma área
endurecida 48 a 72 horas após a aplicação
(reação de hipersensibilidade retardada).
 Nos casos positivos, a tumefação (> 5
mm) se desenvolve dentro de 72 horas. 
 Embora a tuberculina não possa induzir
uma condição de hipersensibilidade,
pode dessensibilizar os animais durante
semanas ou meses. 
 Um teste positivo implica infecção no
passado ou no presente, exigindo que o
animal reagente seja abatido e submetido
à necropsia. Ocorrem reações falso- 
positivas, as quais são explicadas pela
hipersensibilidade às bactérias não 
EXAME DIRETO 
 Os fluidos são concentrados por meio
de centrifugação, em recipientes
hermeticamente fechados. Esfregaços de
sedimento ou de tecido são processados
utilizando- se coloração acidorresistente
ou pelo emprego de auramina rodamina
se houver disponibilidade de microscópio
de fluorescência. 
 Os cortes histológicos são corados com
hematoxilina eosina e com corantes
acidorresistentes. Resultados positivos na
coloração acidorresistente devem ser
confirmados por meio de cultura ou pela
detecção de ácido nucleico. 
CULTURA E IDENTIFICAÇÃO 
 Recomendam -se digestão e
descontaminação seletiva, especialmente
quando a amostra provavelmente
contiver mistura de microrganismos. 
 A identificação da bactéria se baseia em
suas características de multiplicação
(rápida vs. lenta), de pigmentação (na 
MycobacteriumMycobacterium
G+
Bovinos: aplicada por via
intradérmica na pele da região
caudal, vulvar ou anal ou, em algumas
situações, na pele do pescoço.
Suínos: orelha.
Aves: barbela.
tuberculosas (p. ex., M. avium) e aos
microrganismos aparentados, como
aqueles da família Nocardiae.
 O resultado falso negativo é comum em
animais muito recentemente infectados e
nos casos avançados, nos quais se
desenvolve anergia (ausência de
reatividade) em razão do excesso de
antígeno ou da imunossupressão. 
 Fatores inespecíficos, como desnutrição,
estresse e parição iminente ou recente
são outras causas de anergia. 
 “Tuberculinas” de especificidade
apropriada são utilizadas em suínos e
aves domésticas.
Aplicação:
 A confiabilidade dos testes de
tuberculina em equinos, ovinos, caprinos,
cães e gatos não foi definida. Praticidade,
sensibilidade e baixo custo do teste
cutâneo o definem como o teste de
triagem ante mortem mais efetivo em
ruminantes.
Testes com gamainterferona. 
 Esses testes se baseiam na liberação de
gamainterferona do sangue total de
animais infectados quando misturado
com antígenos de micobactérias (p. ex.,
PPD), como resultado da ativação da
resposta imune mediada por célula. 
 Estudos recentes mostraram melhora da
especificidade mediante a modificação 
dos antígenos utilizados para estimular a
resposta da interferona. Outros estudos
sugerem que a adição de citocinas às
análises, como interleucina 1b, pode,
também, aumentar a sensibilidade do
teste. 
SOROLOGIA
 Os testes sorológicos têm sido
razoavelmente úteis. Esses testes são
sensíveis, mas as reações ocorrem no
estágio final da doença. O maior sucesso
tem sido obtido na detecção de animais
infectados por M. avium ssp.
paratuberculosis.
Permanência em Instalações, fezes, solo e
pastagens até 2 anos, água 1 ano, e
carcaça 10 meses.
Resistência:
Desinfetantes:
- Hipoclorito de sódio 5%, Fenol 5%,
Formol 7,5% (a 3% de formaldeído),
hipoclorito de cálcio 5%, exposição por 3
horas. 
Calor:
-Autoclavação 120°C/20min, Pasteurização
lenta 65°C/30min, Pasteurização rápida
72-74°C/15-20seg, Fervura. 
Resistência
MycobacteriumMycobacterium
G+
No ser humano, a infecção pelas
micobactérias do complexo MAIS tem
importância para os indivíduos com
deficiência imunológica. As
micobactérias do complexo MAIS não são
patogênicas para os bovinos e bubalinos;
entretanto, provocam reações
inespecíficas à tuberculinização,
dificultando o diagnóstico da tuberculose
nessas espécies.
 Em um animal infectado, o M. bovis é
eliminado pelo ar expirado, pelas fezes e
urina, pelo leite e outros fluidos
corporais, dependendo dos órgãos
afetados. A eliminação do M. bovis tem
início antes do aparecimento dos sinais
clínicos. 
 A principal porta de entrada do M. bovis
é a via respiratória; a transmissão, em
aproximadamente 90% dos casos, ocorre
pela inalação de aerossóis contaminados
com o microorganismo. 
 O trato digestivo também é porta de
entrada da tuberculose bovina,
principalmente em bezerros alimentados
com leite proveniente de vacas com
mastite tuberculosa e em animais que
ingerem água ou forragens
contaminadas. Nesse caso, o complexo
primário localizarse-á nos órgãos
digestivos e linfonodos regionais.
 Em estábulos, ao abrigo da luz, o M.
bovis tem condições de sobreviver por
vários meses. Alguns fatores podem
contribuir para que a enfermidade se
propague com maior eficiência. 
 Entre eles, destacam-se de modo especial
a aglomeração dos animais em estábulos
e a inadequação das instalações 
Mycobacterium Bovis
Caracteriza-se pelo desenvolvimento
progressivo de lesões nodulares
denominadas tubérculos, que podem
localizar-se em qualquer órgão ou tecido. 
- Bovinos e bubalinos
 Três espécies de hospedeiros
contribuíram para a perpetuação da
tuberculose através dos séculos: o bovino,
o homem e as aves em geral. 
 As micobactérias do complexo M.
tuberculosis (M. tuberculosis, M. bovis e
M. africanum) são as principais
causadoras da tuberculose nos
mamíferos. 
 M. bovis tem um amplo espectro de
patogenicidade para as espécies
domésticas e silvestres, principalmente
bovinos e bubalinos, e pode participar da
etiologia da tuberculose humana. 
 A doença humana causada pelo M. bovis
é também denominada tuberculose
zoonótica. 
 O M. tuberculosis é a principal causa de
tuberculose no ser humano. Pode infectar
bovinos, porém não causa doença
progressiva nessa espécie; todavia,
ocasionalmente, pode sensibilizá-los ao
teste tuberculínico. 
 O M. avium é o causador da tuberculose
em várias espécies de aves e é integrante
do complexo MAIS (M. avium, M.
intracellulare e M. scrofulaceum). As
micobactérias do complexo MAIS causam
lesões granulomatosas nos linfonodos do
trato gastrointestinal de suínos, a
linfadenite granulomatosa, que leva a
sérias perdas no abate desses animais. 
MycobacteriumMycobacterium
G+
granulomatosas similares a grãos de
milho distribuídas no parenquima do
peritônio, parietal, visceral, pode também
atingir útero).
Métodos de diagnóstico da tuberculose
bovina:
Diretos: presença do agente etiológico.
- Isolamento do agente em meio de
Stonebrink e identificação bioquímica,
detecção de DNA por métodos
moleculares (reação da polimerase em
cadeia – PCR).
Indiretos: resposta do animal ao agente
etiológico.
- Avaliação da resposta imunológica
celular ao M. bovis: tuberculinização.
Tuberculinização:
 Vantagens: alta eficiência dos testes
padronizados, capacidade de detectar
infecções recentes, simplicidade de
execução dos testes.
 Desvantagens: possibilidade de reações
inespecíficas,ocorrência de animais
anérgicos, exigência de intervalo mínimo
entre testes e de duas visitas à
propriedade.
Tuberculina
- Composição: tubérculo-proteína oriunda
do cultivo de M. bovis AN5 ou M. avium
D4.
- Concentração: PPD bovino: 1,0mg/ml
PPD aviário: 0,5mg/ml
- Apresentação: PPD bovino de líquido
incolor e PPD aviário de líquido
avermelhado.
- Conservação: manter sob temperatura
de 2-8°C (não congelar), validade de 1 ano.
zootécnicas. Ambos os 55 fatores podem
ampliar a sobrevivência da bactéria no
ambiente e propiciar o contato estreito e
freqüente entre os animais infectados e
suscetíveis. 
 Raramente vacas com tuberculose genital
transmitem a doença ao feto pela via
transplacentária. Pode ocorrer
transmissão sexual nos casos de
epididimite e metrite tuberculosa. 
 A infecção cutânea pode ocorrer por
contato com objetos contaminados.
Porém, esses três últimos mecanismos de
transmissão são pouco freqüentes. 
 A infecção pelo M. bovis se propaga nos
animais independentemente do sexo, da
raça ou da idade.
 Embora possam estar presentes em
qualquer tecido do animal, as lesões são
encontradas com mais freqüência em
linfonodos (mediastínicos,
retrofaríngeos, bronquiais, parotídeos,
cervicais, inguinais superficiais e
mesentéricos), em pulmão e fígado.
Sendo uma doença de evolução muito
lenta, os sinais clínicos são pouco
freqüentes em bovinos e bubalinos. 
 Em estágios avançados, e dependendo da
localização das lesões, os bovinos podem
apresentar caquexia progressiva,
hiperplasia de linfonodos superficiais
e/ou profundos, dispnéia, tosse, mastite e
infertilidade, entre outros.
Evolução do processo: desaparecimento
ou calcificação das lesões, estabilização
do processo (quiescência), progressão
miliar ou protraída (lesões 
MycobacteriumMycobacterium
G+
ativação de interleucinas (resposta
primária/secundária). Imunidade celular
ativada por interleucinas ou citocinas. 
 A interleucina 12 e interferon gama,
quando ativados, existe uma rota natural
para ativação do sistema imune. Th0 é
auxiliador. 
 Os macrófagos ficam marcados e alguns
morrem, formando o nódulo caseoso.
Ativa imunidade pela interleucina 4, th0,
th2. 
*Região caudal tem menos sensibilidade
(manda menos células de defesa), alta
especificidade, poucos infectados, mas
estes terão lesão (qualquer aumento ou
depósito é positivo).
*Nos reprodutores se indica a cervical
simples. 
 Evolução crônica, o teste não avalia
doença, avalia infecção. Pode ter animais
infectados com bactéria ativa e sem lesão
(pois demorou a evoluir).
Equipamento: aparelho para tricotomia,
cutímetro com mola para uso veterinário
aferido e com escada para 0,1mm,
seringas multidose automáticas para
aplicação ID de 0,1ml, Agulhas
apropriadas para aplicação ID, todo
material deve ser limpo, seco e sem
resíduos de desinfetantes. 
Tipos de tuberculinização:
Teste da prega caudal TPC
Teste Cervical simples TCS
Teste Cervical comparativo TCC: outros
dois são confirmados com este.
Realizados em bovinos de corte.
- Em bovinos de leite é proibido (muuito
sensível).
- Não testar com menos de 6 semanas.
Passagem de linfócitos T pelo colostro. 
TESTE DA PREGA CAUDAL
Teste de triagem permitido apenas em
estabelecimento de pecuária de corte.
- Local de inoculação: na prega da cauda
(direita ou esquerda), 6-10cm da base da
cauda, na junção das peles pilosa e glabra
(inocular na pele glabra).
Dosagem: 0,1ml de PPD bovino, via ID.
Leitura: 72h +-6h
Interpretação: avaliação visual e palpação
- animal reagente: qualquer aumento na
prega inoculada.
- não reagente: ausência de qualquer
reação no local da aplicação.
*Hipersensibilidade IV: bactéria
reconhecida como corpo estranho, é
fagocitada e não é destruída, pois há em
sua parede o ácido micolico. 
 Após fagocitada, há mecanismo de 
MycobacteriumMycobacterium
G+
TESTE CERVICAL SIMPLES
Teste permitido em estabelecimento de
pecuária de leite ou corte.
*aumenta-se a sensibilidade, aumenta-se
o n° de animais infectados encontrados
por ter mais mobilidade de células de
defesa. 
Local de inoculação: no terço médio da
tábua do pescoço, na região da espinha da
escápula.
Dosagem: 0,1ml de PPD Bovino, via ID
Leitura: antes da aplicação e 72h +-6h
após.
DeltaB = acúmulo de células calculadas
estatisticamente.
De 0 a 1,9mm - nula sensibilidade, nula
consistência e 0 outras alterações -
resultado negativo.
De 2 a 3,9 mm - pouca dor, endurecida e
delimitada - resultado inconclusivo.
De 2 a 3,9mm - muita dor, macia e
exsudato, necrose - resultado positivo. 
Propriedade certificada: em 90 dias
refazer teste.
Propriedade não certificada: em 60 dias. 
Remessa de material para laboratório:
- Diagnóstico histopatológico com
formaldeído 10%.
- Diagnóstico bacteriológico refrigerado
(gelo) ou congelado. Adicionar o material
em frasco de boca larga devidamente
fechado e identificado.
Procedimentos para o rebanho positivo:
- Esclarecimento sobre a doença
- Planejamento do combate
- Destino dos animais reagentes
- Isolamento
- Desinfecção de instalações
- Intervalo entre tuberculinizações
- Exame de saúde das pessoas envolvidas
- Outros animais da propriedade.
Animal Segregado até 60 dias quando fizer
o novo teste à comparativo. Se fizer prega
caudal à comparativo
MycobacteriumMycobacterium
G+
TESTE CERVICAL COMPARATIVO
Teste confirmatório permitido em
estabelecimento de pecuária de leite ou
corte. 
Positivo – obrigado o abate (não podendo
retestar). 30 dias para sair do
estabelecimento. 
Inconclusivo pode ser retestado. 2 vezes
inconclusivo = positivo.
Teste diagnóstico para rebanhos com
ocorrência de reações inespecíficas. Local
de inoculação:
- Terço médio da tábua do pescoço, região
da espinha da escápula. 
Dosagem: 0,1mL de PPD bovino e 0,1mL
de PPD aviário via ID. (ao mesmo tempo)
Leitura: antes da aplicação e 72h +-6h
após.
Interpretação: diferença entre as reações
ao PPD bovino e aviário. 
*A partir de 8 anos, animais velhos
possuem sistema imune menos eficiente
à falso-negativo. 
DeltaB - DeltaA (mm):
DeltaB menor que 2mm - Diferença nula -
resultado negativo.
Delta B menor que DeltaA - diferença
menor que 0 - resultado negativo.
DeltaB maior ou igual a DeltaA - diferença
de 0,0 a 1,9mm - resultado negativo.
DeltaB maior que DeltaA - diferença de 2 a
3,9mm - resultado inconclusivo.
DeltaB maior que DeltaA - diferença
maior ou igual a 4mm - resultado positivo. 
Hora 0: tricotomia e Em seguida, leitura
da espessura da dobra da pele. 
Inoculação ID de PPD: formação de
pápula; aviária anterior a espinha da
escápula. Vermelho = aviária.
Acúmulo de células de defesa
inespecíficas: macrófagos e linfócitos.
Ocorre nas duas, pois existem clones de
linfócitos (MHC de classe II), similaridade
em determinada sequência. 
Inoculação ID de PPD bovino; posterior a
espinha da escápula. Azul = bovina. 
Há animais que reagem a tuberculina
bovina, mas não é tuberculose e sim
reação inespecífica. 
MycobacteriumMycobacterium
G+

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