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Importância da fibra na nutrição de equinos

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Importância da fibra na nutrição de equinos
❖ Anatomia e fisiologia do trato gastrointestinal:
➢ Fase pré-cecal:
■ A digestão ocorre por meio da secreção enzimática do organismo do
equino.
■ A boca é a primeira parte do trato gastrointestinal (TGI), os lábios são
fortes e extremamente móveis.
■ A saliva contém poucas enzimas digestivas, porém possui elevada
quantidade de bicarbonato, composto importante para a neutralização
dos ácidos produzidos no estômago.
■ O estômago possui cerca de 10% do tamanho do TGI. Possui uma
parte aglandular (menos ácido) e uma parte glandular.
■ O intestino delgado (ID), que é relativamente curto (20 a 25 metros)
comparado com outros animais de produção, é responsável pela
absorção de glicose, aminoácidos, ácidos graxos, cálcio e vitaminas
lipossolúveis.
■ O ID tem capacidade limitada para degradação de amido e absorção de
glicose, com o aumento da ingestão durante o dia, aumenta a
quantidade de amido não digerido que atinge o intestino grosso.
➢ Fase pós-cecal:
■ Há ação exclusiva dos microrganismos (MO), no intestino grosso (IG).
■ O substrato é fermentado e fornece ao equino compostos como ácidos
graxos e vitaminas.
■ O IG é a última porção do TGI, formando uma câmara fermentativa. O
processo de digestão no IG ocorre através de bactérias e protozoários
ciliados, não há secreção de enzimas digestivas pelo equídeo, apenas
muco e bicarbonato.
■ No IG há a presença de MO especializados na digestão de carboidratos
fibrosos, assim como não-fibrosos, que tem como principal produto da
fermentação os ácidos graxos, que podem atender até 70% da demanda
energética.
■ Nas dietas compostas por amido (com maior disponibilidade de
substrato) há maior produção de ácido lático, que está relacionado com
a acidificação do IG e podendo resultar em cólicas e laminites.
❖ Efeito da fibra sobre o comportamento de equinos:
➢ A alimentação de cavalos selvagens é composta principalmente por gramíneas
e sementes (65%) e o restante por plantas arbustivas.
➢ Equinos tendem a selecionar forragens mais jovens, em estágio inicial de
crescimento, em detrimento das mais maduras.
➢ Cavalos submetidos a dietas com baixa inclusão de volumoso estão mais
propensos ao desenvolvimento de distúrbios estomacais.
❖ Fibra vs Concentrado
➢ Os grãos de cereais (concentrado) têm uma grande quantidade de carboidratos
hidrolisáveis em sua composição e uma baixa quantidade de fibras. Esses
carboidratos são inicialmente digeridos pelo intestino delgado, porém a
digestão e absorção de amido no ID tem limitação fisiológica.
➢ Os alimentos fibrosos são digeridos principalmente no IG, a fermentação
microbiana produz grandes quantidades de ácidos graxos, principalmente o
acetato, o butirato e o propionato.
❖ Alimentos fibrosos de alto potencial energético
➢ A fermentação microbiana no IG representa uma importante fonte de energia,
podendo suprir de 30 a 70% da demanda energética diária do equino.
➢ Dentre os carboidratos presentes na parede celular, a pectina é mais facilmente
digerida pelo IG.
➢ Dietas ricas em pectina podem manter a produção de ácidos graxos, sem trazer
riscos de problemas metabólicos como a acidose, observados em cavalos com
dietas à base de amido.
❖ Fibra na alimentação de cavalos atletas
➢ O consumo de forragem contribui para o desaparecimento do lactato e H+,
presentes nos músculos (causando acidose intracelular e fadiga), por meio de
uma alcalose natural.
➢ As fibras dietéticas contribuem para a quantidade de água armazenada no IG,
pois os alimentos fibrosos tem grande capacidade de absorver água, e por
passarem mais tempo no intestino eles aumentam a quantidade de água retida.
➢ Esses alimentos, porém, tendem a aumentar o enchimento do TGI e o peso do
animal, que pode aumentar o gasto de energia, podendo diminuir o
desempenho esportivo.

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