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farmacologia da dor

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Farmacologia da Dor 
@andreiadivensi 
Controle da dor é uma das maiores preocupações 
de todo CD, diz respeito à prevenção e controle da 
dor de seus pacientes. 
A dor tem fatores anatômicos mas é também 
modulada por experiências prévias, ex: dor na 
primeira extração dentária já modula como será 
respondido subjetivamente a dor na próxima 
extração. 
Na clínica odontológica, a dor em geral, é de caráter 
inflamatório, e pode ser classificada como: 
Dor Aguda: esperado para o período de cicatrização 
do tecido. É uma dor que dura menos que 3 a 6 
meses e está relacionada ao dano tecidual, sendo 
resolvida conforme os tecidos cicatrizam. 
É um sintoma de uma doença de início recente, 
geralmente a processos inflamatórios (a inflamação 
vai gerar uma dor, mas nem sempre vai ser receitado 
um anti-inflamatório, as vezes apenas analgésico). 
É uma sensação natural e útil: alerta o indivíduo de 
uma possível lesão. 
O controle precoce de dor aguda reduz a incidência 
de síndromes de dor crônica. 
Dor Crônica: ex dura mais que 7d de cicatrização 
da exodontia. Pacientes que perduram ao longo do 
tempo com a dor, nem sempre precisa ser uma dor 
forte. 
Essa dor não traz nenhum benefício ao paciente. É 
uma dor que dura mais que três meses, podendo 
ter algum elemento de sensibilização central. (ex: ter 
que usar morfina, antidepressivos... medicações que 
combatem SNC para combater essa dor). 
Dor persiste além do tempo esperado para a 
resolução da lesão inicial. 
Toda intervenção cirúrgica odontológica provoca 
destruição/dano tecidual, gerando respostas 
inflamatórias agudas. 
Reação Inflamatória Aguda. 
o Caracterizada pela presença de dor; 
o Pode apresentar edema (inchaço) e limitação 
da função mastigatória. 
o Essa reação é esperada para que haja o 
reparo tecidual. 
Procedimentos simples. 
Como prevenir/manejar uma resposta aguda que já 
é esperada, como exemplo uma exodontia do ICS ou 
pequenas cirurgias de tecido mole? 
Nesse caso a resposta inflamatória é mínima, no 
período pós-operatório e o paciente acusa certo 
desconforto ou dor de intensidade, fazer prescrição 
de um analgésico de ação periférica (não chega no 
SNC age no início da lesão), ou analgésicos não 
opioides (dipirona e paracetamol). 
Procedimentos complexos. 
Remoção de 3M inclusos/ cirurgias periodontais/ 
implantes. 
O traumatismo tecidual é mais intenso e a resposta 
inflamatória caracterizada por hiperalgesia 
persistente e edema. Causam maior desconforto e 
limitação da atividade diária do paciente. 
No planejamento dessas intervenções se pensa em 
analgésicos de ação periférica ou central ou 
opioides + fármacos com propriedades anti-
inflamatórias. 
Com o objetivo de prevenir a hiperalgesia e 
controlar o edema-anti-inflamatório pós-operatório. 
 
Usar escalas numéricas, visuais... para medir dor do 
paciente. 
Toda vez que ocorre lesão tecidual (exodontia 3m) o 
organismo inicia uma resposta inflamatória. 
 
COX: quebra o ácido araquidônico. Desencadeia a 
biossíntese das prostaglandinas, prostaciclinas e 
dos tromboxanos; 
Ácido araquidônico e COX 1: encontrada em 
grandes quantidades nas plaquetas, vasos 
sanguíneos, rins e mucosa gástrica, na forma de 
enzima constitutiva (ou seja, sempre presente) – 
envolvida em funções básicas / fisiológicas. 
Pela ação da enzima cox1 teremos a formação de 
prostaglandinas geradas de forma lenta. -> em 
condições de normalidade, sem precisar de 
estímulos inflamatórios. 
Ácido araquidônico e COX 2: presente em 
pequenas quantidades nos tecidos. A sua 
Farmacologia da Dor 
@andreiadivensi 
concentração é drasticamente aumentada em 80x 
após um estimulo inflamatório. 
Pode ser induzida na presença de: 
Citocinas (il-1,il-2 e do FNT); fatores de crescimento 
e endotoxinas. 
É expressa por células do processo inflamatório: 
macrófagos, monócitos, neutrófilos. 
Em função do tipo celular envolvido e dependendo 
da ação da COX-1 ou COX-2, o ácido araquidônico 
irá produzir metabolitos com efeitos diferentes. 
 Aumenta permeabilidade vascular. – Para 
combater inflamação. 
LOX: síntese dos leucotrienos e lipoxinas. São 
encontradas nos pulmões, plaquetas e leucócitos 
circulantes. 
Em geral, a resposta inflamatória é considerada 
como um processo de defesa do organismo. 
Entretanto, alguns dos mecanismos considerados 
com protetores de acordo com a intensidade, podem 
se transformar em fenômenos agressivos e 
destrutivos, aumentando ainda mais a lesão tecidual. 
CONTROLE DA DOR. 
A dor inflamatória aguda pode ser prevenida, não 
apenas amenizada. Prevenir a dor é uma conduta 
muito mais inteligente e conveniente do que trata-la, 
após sua instalação. 
Procedimentos eletivos da clínica (pré-
agendados) 
Traumatismos cirúrgicos 
Intervenções invasivos. 
A dor inflamatória aguda.. 
ANALGESIA PREEMPTIVA. Medicar paciente 
antes de gerar uma lesão tecidual. Tem início antes 
do estimulo nocivo, ou seja, previamente ao trauma 
tecidual. São empregados fármacos que previnem a 
hiperalgesia, que pode ser complementada pelo uso 
de anestésico locais de longa duração. 
Normalmente são aplicados os corticoesteroides. 
Em adultos, a dose aplicada, em geral, é de mg 
acima da dose “normal” administrada 1h antes do 
início da intervenção. Não se aplicam os ATB 
ministrados de modo profilático. 
ANALGESIA PREVENTIVA. O regime tem início 
imediatamente após a lesão tecidual, porém antes 
do início da sensação dolorosa. 
A 1ª dose é administrada ao final do procedimento 
com o paciente ainda sob os efeitos da anestesia 
local + doses de manutenção no pós-operatório, por 
curto prazo. 
Exemplo: cirurgias bucais eletivas – exodontias via 
alveolar (unitárias ou múltiplas) e pequenas cirurgias 
de tecidos moles. 
Administrar dipirona 500mg a 1g (20-40 gotas) ao 
término da intervenção, no ambiente do 
consultório. + prescrever as doses de manutenção, 
com intervalos de 4h, por um período de 24h pós-
operatórias. 
ANALGESIA PERIOPERATÓRIA. O regime é 
iniciado antes da lesão tecidual e mantido no período 
pós-operatório imediato. 
Os mediadores pró-inflamatórios devem manter-se 
inibidos por um tempo mais prolongado. 
Exodontias via não alveolar (ostectomia e 
odontossecção) e cirurgias pré-protéticas com 
descolamento tecidual extenso, remoção de dentes 
inclusos e/ou impactados.

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